quarta-feira, 6 de abril de 2011

Brasil -Israel -Forças Armadas - IV




Laerte Braga


Em tempos passados – não sei hoje – era comum entre estudantes o “ajeitar aquela menina para você”, ou “aquele menino”. Era um jogo simples. O menino ou menina tímidos não chegavam à menina ou menino desejados. Um terceiro funcionava como pombo correio e não raro esse pombo correio acabava ficando ou com a menina, ou com o menino.

Com um país é diferente.

A política externa do chanceler Celso Amorim, a presença de Samuel Pinheiro Guimarães no governo (primeiro no Itamaraty e em seguida na Secretaria Geral de Assuntos Estratégicos), aliada aos avais de Lula às suas atitudes desses ministros gerou um descontentamento sem tamanho nos EUA. De saída, nos primeiro momentos do governo Lula, em meio às muitas bombas de efeito retardado deixadas por Fernando Henrique Cardoso, o presidente, literalmente, segurou o governo do venezuelano Hugo Chávez, eleito e reeleito pelo voto – foi confirmado também num referendo popular.

Bush ainda era o presidente dos EUA e sua secretária de Estado Condoleezza Rice andou por aqui tentando algum espaço para as políticas imperiais e totalitárias do Calígula de plantão na Casa Branca (sede do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A).

Tirando o rapapé de ser recebida pelo ministro Amorim, pelo presidente a senhora em questão programou uma palestra em São Paulo (onde mais?) e à falta de público a segurança norte-americana pediu aos repórteres que cobriam o evento que se assentassem nos lugares vazios impedindo o fracasso total.

O Brasil foi “ajeitado” para Israel num momento que tanto nos EUA, como aqui – elites militares, grandes empresários, bancos e latifúndios – se percebeu que o País despontava como protagonista no processo político e econômico em todo o mundo e de uma forma tal que não agradava aos senhores da chamada nova ordem econômica.

A Marinha Brasileira dispõe de tecnologia nacional para a fabricação de submarinos movidos a energia nuclear desde os tempos do governo de FHC. As verbas para que esse objetivo fosse alcançado – quatro submarinos nucleares são suficientes para garantir a costa brasileira – sumiram, não foram liberadas.

A Força Aérea Brasileira desde o governo de FHC vem tendo protelado o processo de compra de caças indispensáveis à segurança nacional no sentido real da palavra (não aquele de câmaras de tortura), mas de garantia da integridade do nosso território e da soberania brasileira, por pressões de norte-americanos, sócios da EMBRAER – EMPRESA BRASILEIRA DE AERONÁUTICA – que, já àquele tempo, despontava como das mais promissoras em todo o mundo no setor de construção aeronáutica.

De cara descartaram, nas pressões, o melhor caça na opinião dos entendidos do assunto, o russo SUKHOI 22, num acordo que implicava em transferência de tecnologia. Há dias a presidente Dilma Roussef adiou a solução do problema (os norte-americanos não admitem que sejam comprados aviões que não os da BOEING, assim controlam a FAB).

Nesse processo todo, figuras execráveis como Nelson Jobim, comandantes militares, banqueiros (o sistema bancário brasileiro é todo ele controlado por bancos estrangeiros, exceto os estatais – CEF e Banco do Brasil e o BRADESCO, mesmo assim com participação de grupos estrangeiros no caso desse último) e empresas de armas do Brasil, empresas de armas do exterior (à época que a IMBEL e a ENGESA funcionavam, numa história que os senhores da ditadura ocultam, um navio brasileiro com armas brasileiras, foi abordado por uma frota pirata norte-americana e as armas confiscadas, tal a qualidade em relação às norte-americanas).

O curso de todo esse processo implicou numa coisa simples. Se o Brasil não se alinha aos EUA – governo Lula –, vamos ajeitar, as figuras acima citadas, comandantes militares que obedecem ao comando de Washington, para que Israel fique com o País.

A despeito da política externa de Lula, o Brasil hoje sofre um processo constante e acelerado de intervenção do estado terrorista de Israel tanto na indústria bélica, como em todos os setores, inclusive no Judiciário, depois do acordo assinado pelo presidente sionista do STJ com o Banco Mundial.

A AEL, ARES AEROESPACIA E DEFESA S/A, PERISCÓPIO, OPTRÔNICOS EQUIPAMENTOS S/A, ELBIT (que adquiriu a AEROELETRÔNICA indústria de componentes aviônicos em negócio de dois bilhões e trezentos milhões de dólares), tudo no tal de “ajeitar” o Brasil para Israel e permitir uma política que implicasse, como implica, no controle da maioria das ações da Força Aérea Brasileira – NORTHROP F-5. Isso num outro “ajeite”, digamos assim, uma prática destinada a ganhar concessões e contratos do governo federal.

A AEL funciona em Porto Alegre e emprega 130 trabalhadores. Desenvolve e fabrica sistemas aviônicos vendidos no Brasil e na América Latina e fornece – o pulo do gato - a manutenção para estes sistemas (vale dizer que na eventualidade de um impasse entre o Brasil e Israel eles param a FAB. A dependência é quase que absoluta.

Em 2009 a ELIBIT adquiriu outras duas empresas brasileiras produtoras de armas, a ARES e a PERISCÓPIO.

É copiar, colar e ler.

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As duas empresas fornecem sistemas eletrônicos de defesa ao Exército brasileiro, como a outros países latino-americanos e operam no Rio de Janeiro, onde empregam cerca de setenta trabalhadores. Num impasse em que esses sistemas sejam necessários o Exército brasileiro só anda se Israel consentir.

m contratos com a FAB para o PROGRAMA BRASILEIRO DE MODERNIZAÇÃO DE AERONAVES F-5, valor de 230 milhões de dólares e em 2009 houve um adicional para a produção de “sistemas mais avançados”. O Brasil tem 46 aeronaves F-5. Só saem do chão se os interesses de Israel não estiverem contrariados, caso contrário é ferro velho.

Com a EMBRAER privatizada por FHC o Brasil e a empresa (os EUA têm o poder de vetar vendas como fizeram em relação ao desejo da Venezuela de comprar tucanos, a tecnologia é deles e não nossa) a ELBIT trabalha sistemas de produção e apoio logístico ao programa Aeronaves Super Tucano AL-X (começaram a ser desenvolvidas no País com a empresa estatal, foram ajeitadas para Israel no jogo da traição e prostituição de boa parte dos militares e das elites políticas e econômicas do Brasil. Por exemplo, um dos que recebe soldo é o deputado Eduardo Azeredo).

Essas empresas trabalham fornecer sistemas EW de guerra eletrônica para o programa de atualização do jato AMX para a FAB num contrato de 187 milhões de dólares. Todo esse espaço vem sendo ocupado à medida que o Brasil é “ajeitado” para Israel.

Uma subsidiária da ELBIT, a ELISRA executa contratos obtidos pela empresa principal e fornecerá o computador central da missão de batalha AMX, os sistemas de exibição e gerenciamento de munições e sistemas adicionais, tudo num emaranhado de empresas empreiteiras do setor e sub-empreteiras, todas de Israel

É copiar, colar e abrir.


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Em 2009, após assumir o comando da FAB a ELBIT consegue o seu primeiro contrato com o Exército brasileiro. Torres não tripuladas para serem instaladas em veículos blindados. A subsidiária da AEL ganhou um contrato de 260 milhões de dólares para torres de veículos armados não tripulados para o Projeto Guarani do Brasil (quer dizer de Israel). Em adicionais no curso do contrato as novas torres suportam canhões de montagem automática de 30 milímetros, mas só disparam se Israel deixar.

Essas torres serão integradas aos veículos VBTP-MR GUARANI blindados 6X6, desenvolvidos pela IVECO. Isso, de acordo com a DEFESA UPDATE, uma publicação israelense. Implica em torre blindada que inclui cabo coaxial para montar metralhadora de 7,62 milímetros num sistema de controle fogo avançado com acompanhamento automático do alvo. Computação balística, gestão de sensores e displays. A entrega das torres vai ser determinada dentro de um calendário e um perfil de financiamento plurianual que, em tese, será definido pelas partes.

Na prática, como ajeitaram o Brasil dum jeito tal que já está na cama, isso significa transformar o nosso País na Israel latino-americana que, por sua vez, significa eventuais e futuros conflitos militares (previstos num relatório da ONU da década de 70) com países vizinhos hostis aos EUA, caso da Venezuela, Bolívia e outros.

O Exército brasileiro disporá de três mil novos tanques em 2030, mas que só funcionarão em favor dos interesses de Israel e dos EUA. Caso contrário, ferro velho. Abrimos mão de dispor de nossas tecnologias para entregar o País. A subsidiária FIAT/IVECO ganhou o contrato para produzir os novos tanques com opção anfíbia e estão sendo produzidos em Sete Lagoas, Minas Gerais. 

Em 11 de dezembro de 2010 o Brasil comprou duas UAVs HERMES 450 e uma estação terrestre da Aeroeletrônica em Porto Alegre para uso militar.



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Num show que percorreu o Brasil (enquanto a censura deixou) na década de 60, o cantor e humorista Ary Toledo, costumava cantar uma canção que falava sobre a descoberta do Brasil e num determinado momento tratava da nossa independência.

Ao final pronunciava assim a palavra independência – “ind’é pendente.”

Teve que explicar aos nossos gênios militares o que queria dizer com isso.

O Brasil foi e continua sendo ajeitado no seu todo para Israel.

O conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A constrói aqui o futuro da América Latina. Semelhante ao do Oriente Médio nos dias atuais.

Tem a cumplicidade de figuras do governo, chefes militares, políticos, banqueiros, grandes empresários que no efeito cascata se beneficiam dos “negócios” – empresários não têm pátria – e do latifúndio interessado e lutando pela volta do modelo antigo de escravidão (ainda não se adaptou ao atual).

(continua) 

terça-feira, 5 de abril de 2011

Editor da Folha e repórter do Agora SP são demitidos por comentários no twitter

O jornalista Alec Duarte, editor-assistente de política da Folha de S.Paulo, e a repórter Carol Rocha, do Agora SP, foram demitidos do Grupo Folha por postarem comentários no Twitter a respeito do jornal. Os dois comentavam a morte de José Alencar, ex-vice-presidente da República, que morreu no dia 29/3.

"Nunca um obituário esteve tão pronto. É só apertar o botão”, comentou o editor-assistente da Folha, sem citar nomes.

"Mas na Folha.com nada ainda... esqueceram de apertar o botão. rs", respondeu a repórter do Agora.

Alec então lembrou do erro do jornal, que noticiou erroneamente a morte do senador Romeu Tuma, em outubro de 2010. "Ah sim, a melhor orientação ever. O último a dar qualquer morte. É o preço por um erro gravíssimo."

Apesar dos comentários, os perfis dos jornalistas não informavam que eram empregados do Grupo Folha. O Comunique-se tentou contato com Alec, mas ele não foi localizado.

“É nosso perfil pessoal e foi um comentário normal, não teve repercussão, retuítes, mas fomos demitidos mesmo assim”, disse Carol, que questiona uma retaliação pelo comentário de algo que não é segredo: a antecipação de obituários nas redações.

A jornalista também enviou um e-mail para a ombudsman do jornal, Suzana Singer: “Você não acha hipocrisia o jornal negar - ou censurar comentário sobre o tema - que depois da notícia errada sobre a morte do Tuma, os cuidados foram redobrados? Nada mais natural. Mais hipocrisia ainda é um jornal que zela tanto pela liberdade de expressão, que diz não admitir qualquer tipo de censura, praticar a mesma censura contra seus funcionários. Me lembro que o manual de redação diz alguma coisa como "somos abertos a críticas". Sério? Não conheço ninguém que tenha criticado a Folha e não tenha sofrido represália”, escreveu. A repórter também fala do episódio em seu blog.

A ombudsman negou que tenha participação na demissão dos jornalistas e afirmou que o caso foi decidido pela chefia do grupo. Suzana também alegou que não se trata de censura. "Não acho que isso seja censura. A Folha tem meios de fazer e receber críticas (painel do leitor, ombusdsman, blog de crítica interna, seção erramos). Imagina se todo jornalista resolvesse colocar na rede os erros dos colegas ou desafetos, respondeu.

Fonte:Comunique-se

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Brasil -Israel -Forças Armadas - II



Laerte Braga


O Brasil é o quinto maior importador de armas israelenses, um negócio que já beira um bilhão de dólares, tudo por conta do acordo militar assinado entre os dois países. Desde a assinatura desse acordo, em novembro de 2010, o Brasil recebe regularmente delegações de Israel para estreitar os laços políticos, empresariais e militares e vice versa. Envia a Israel militares supostamente brasileiros com os mesmos objetivos.

Há dias um cidadão foi preso no Rio de Janeiro acusado de tentar dar uma carteirada num guarda de trânsito que tentava multá-lo por uma infração cometida. O dito cidadão alegou, mas não provou ser coronel do exército. Não faz muita diferença em relação à boa parte dos nossos coronéis em se tratando de seriedade. De lealdade ao Brasil nem é bom falar, não existe.

A sorte do cidadão infrator é que ele é apenas um simulacro de coronel. Assim que nem José Sarney, ou o barão de Aracaju, Itamar Franco. O azar do Brasil é que simulacros de patriotas servem a interesses estrangeiros sem o menor pudor e mantêm como um grande manto sobre o País, as trevas e sombras da ditadura militar, numa permanente ameaça de abrir as jaulas e deixar jorrar os choques elétricos, os estupros, os paus de arara, os assassinatos de inimigos da barbárie, afinal, os caminhões da FOLHA DE SÃO PAULO vão estar sempre à disposição para desovar vítimas de “atropelamento” e a GLOBO pronta para dizer que tudo está bem e vivemos às mil maravilhas, basta pegar o celular e ligar para o número tal, o custo e mais os impostos e dizer quem deve ser eliminado.   .

São impunes e peitam claramente a ordem democrática, como historicamente sempre o fizeram – a despeito de momentos de coragem e determinação de uns poucos –.

A exposição brasileira de Defesa LAAD hospeda as mais importantes empresas israelenses de armas (a próxima será neste mês de abril no Rio de Janeiro) e autoridades militares brasileiras declararam publicamente ter ajudado empresas israelenses de armas a entrar em contato com as forças armadas de outros países latino-americanos.

Viramos intermediários dos negócios sujos da indústria de armas e, pior, do estado terrorista de Israel. 

O relatório divulgado por STOP THE WALL CAMPAING e traduzido por Entra K. Ajax cita alguns exemplos dos “interesses” israelenses na indústria bélica brasileira e nos “negócios” com os nossos patriotas, “defensores” da soberania nacional e da integridade do território brasileiro.

O “patriotismo” da nossa elite militar por meio do ELBIT SYSTEMS fornece armas que o exército de Israel usa para o assassinato de civis e execuções extrajudiciais, além de equipamentos para o muro da Apartheid e para os assentamentos sionistas em terras palestinas (roubo de terra em linguagem mais precisa políticas expansionistas).

Três empresas brasileiras de armas foram compradas por Israel, a AEL, a ARES AEROESPECIAL E DEFESA S/A e PERISCÓPIO EQUIPAMENTOS OPTRÔNICOS S/A. São inúmeros contratos com as forças armadas brasileiras, envolvendo o projeto GUARANI e espera – Israel – conquistar contratos para os Jogos Olímpicos e Copa do Mundo – segurança, o que no caso de Israel significa barbárie –.

Israel Aircraft Industries (IAI) formou uma joint venture (espécie de parceria, associação) denominada EAE com o grupo Synergy. Uma subsidiária da IAI, a Bedek, usa os centros de manutenção e de produção da TAP M & BRAZIL (notem que já está com “Z”), nos aeroportos do Rio de Janeiro e Porto Alegre.

É só copiar e colar para achar cada detalhe

 


As delegações israelenses que chegam ao Brasil buscam com militares “acessíveis”, digamos assim, a abrir a porta dos fundos e guardar as malas brancas ou pretas não importa, com o objetivo de ganhar contratos – outros – com a EMBRAER (privatizada ao tempo de FHC e já com esses objetivos, pois o ex-presidente serve a esses interesses desde os tempos que fingia ser exilado).

A Israel Military Industries – IMI – como muitas empresas israelenses de armas estão envolvidas em casos de corrupção e suborno de funcionários públicos. No Brasil subornam e compram militares venais (todos democráticos) e funcionários civis.

A empresa deu licença a Taurus para produzir seus rifles Tavor no Brasil e o exército brasileiro (brasileiro?) compra os rifles Tavor. Muitas outras companhias israelenses de armas e segurança têm obtido contratos no Brasil com o Ministério da Defesa e apontam seus canhões agora para os bilhões de dólares na preparação da segurança da Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016.

Um parênteses. A expressão EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A não é uma forma de crítica ao terrorismo imposto ao mundo pelos dois grupos (não são nações, seus povos vivem sob o tacão nazi/fascista aprendido com Hitler, aprimorado e posto em prática nos dias atuais).

É uma realidade.

O relatório que aponta toda essa “aventura patriótica” de nossos militares, de funcionários do governo, mostra que o Brasil como signatário do instrumento “mais relevante do Direito Internacional” tem a obrigação de não reconhecer e não assistir às violações desse direito. As relações promíscuas entre militares brasileiros, setores civis do governo – melhor seria dizer governos – implicam em violar essas obrigações “de Estados terceiros” em relação ao Direito Internacional.

Somos um entreposto da barbárie terrorista de norte-americanos e Israel. Um armazém da boçalidade.

O Brasil facilita benefícios econômicos para empresas que violam diretamente a IV Convenção de Genebra e contribui dessa maneira para uma situação ilegal. Hospeda representantes que violam sistematicamente a IV Convenção, transformando-se em cúmplice direto e indireto dessa ordem terrorista.

Uma organização terrorista como Israel se sustenta na exportação da boçalidade e de armas. Perto de 70% das armas produzidas em Israel são exportadas. O resto é usado para matar palestinos e roubar suas terras e suas riquezas e tudo isso em nome de “deus”, ou como disse um general israelense, “está escrito na Bíblia o nosso direito sagrado”.

É com esse tipo de “negócio” que o estado terrorista de Israel consegue recursos para ocupar e manter ocupada a faixa de Gaza, para liderar guerras com a contra o Líbano em 2006, ambas, curiosamente, fortemente condenadas pelo Brasil.

São os dois brasis. Um o do governo eleito pelo povo e outro, o poderoso poder das sombras e trevas de forças armadas sem o menor compromisso com o Brasil e com os brasileiros.

Ao final do governo Lula o presidente reconheceu o Estado Palestino – como a ONU, inclusive os EUA em 1948 – nas fronteiras de 1967. As forças terroristas de Israel mantêm a ocupação de territórios palestinos, ampliam essa ocupação e lucram com essa ocupação, pois roubam riquezas palestinas sem o menor pudor. Vai ver está na Bíblia.

A forma como os palestinos são tratados, como se fossem animais (assim como os judeus no Holocausto, aprenderam a como fazer) se presta a experiências (assim como fazia o doutor Mengele em judeus na área médica) que permite o desenvolvimento de armas específicas e capazes de garantir o terror e o saque aos palestinos.

O Brasil condena de um lado e nos porões das forças armadas (ou quadrilha?) é parte desse odioso processo.   

O mais revoltante de tudo isso é que países árabes alinhados com os Estados Unidos, acionistas majoritários de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A são compradores dessas armas via o entreposto/armazém Brasil, montado por militares inescrupulosos e que nada têm a ver com o Brasil, mas tão somente com os negócios, escorados na falácia da democracia, da liberdade, que todos conhecemos, ou quase todos (escondem essa parte da História) nas masmorras da ditadura militar de 1964, montada, dirigida e comandada pelos EUA.

É, como afirma o relatório “um péssimo precedente” em termos de “accountability” – dever, obrigação – levando em conta exatamente o apoio de Israel a regimes opressivos.

Nunca é demais lembrar que o governo terrorista de Israel ofereceu duas bombas atômicas ao governo branco da África do Sul, para eliminar a resistência dos negros (a maioria da população), durante o Apartheid. São especialistas nisso.

“No fomento à instabilidade nas décadas de 60, 70 e 80, os laços militares com Israel – hoje e sempre – implementam elementos que podem justificar ou formar atividades opressivas anti-governamentais mais extremas em determinados países (foi o caso de Honduras, quando a policia golpista e o exército golpista usaram tecnologia israelense para cercar e intimidar os que estavam na embaixada do Brasil, inclusive o presidente constitucional do país, Manuel Zelaya.

Nada disso sai na GLOBO, em outras redes, na mídia privada. Empresas e jornalistas recebem soldo e grossas propinas, pois são parte desse processo no item alienar a população. Esconder a verdade, nem que seja preciso montar um bordel televisivo como o Big Brother Brasil que, como o próprio nome indica, não existe só no Brasil. O processo de transformação do ser humano em objeto é universal.

Militares continuam a representar uma grande ameaça à democracia brasileira e pior, à soberania e a integridade do território nacionais, pois seus compromissos – na esmagadora maioria – não são com o Brasil, como não foram em 1964, mas com os que pagam e pagam muito bem a tal vocação pelo “patriotismo”.

Esse tipo de situação coloca em duvida os compromissos do Brasil com os direitos humanos, nos torna um mero entreposto/armazém de interesses de terroristas sem escrúpulos e nos colocam à mercê dessa horda de corruptos.

Estamos como um povo indefeso, já que nossos militares em sua grande maioria servem a outros países, a outras nações e são muito bem remunerados por isso.

A propósito das “forças armadas brasileiras” é preciso dizer que o grupo dominante, generais, desde que conseguiu equiparar seus vencimentos aos mais altos permitidos pela constituição, o resto da tropa que se dane. É um comprimido de patriotismo/alienação pela manhã, outro à tarde e um terceiro à noite.

Em casos graves, recomenda-se dormir envolto na bandeira nacional, doses de xarope verde e amarelo  e se não tiver jeito, cai fora.

Imagine se tivéssemos um Congresso? Nos EUA, pátria do terrorismo, generais se explicam ao Congresso, mesmo que seja farsa, mas se explicam. Aqui? Se bobearmos, fecham tudo.

(continua)    

domingo, 3 de abril de 2011

Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão eo Direito à Comunicação com Participação Popular


 
por Luiz Carlos Azenha

Fui ao evento de sexta-feira à noite que marcou o pré-lançamento da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular.
O lançamento mesmo acontece no próximo dia 19 de abril, em Brasília, às 14 horas, no auditório Nereu Ramos do Congresso.
O objetivo inicial é lotar o auditório naquela data, o que nos leva desde já a estender o convite a todos os brasilienses que se interessam pelo assunto, especialmente aos blogueiros progressistas da Capital federal e seus leitores.
Os últimos dados, de ontem à noite, indicavam que havia 171 assinaturas de adesão à frente, mas por motivos óbvios a gente prefere falar em 170.
Do debate, na sede do Sindicato dos Bancários, participaram os deputados federais (atenção, anotem os nomes deles para as próximas eleições) Brizola Neto (PDT-RJ), Ivan Valente (PSOL-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Emiliano José (PT-BA). A deputada Luisa Erundina (PSB-SP) não pôde comparecer por motivos pessoais.
De qualquer forma, ficou claro que pelo menos na esquerda existe um consenso de que é preciso fazer avançar o debate sobre a questão da comunicação no Brasil.
O evento serviu também para lançar “Jornalismo de Campanha e a Constituição de 1988″, de Emiliano José, autor também de “Imprensa e Poder, Ligações Perigosas”,  ambos editados pela Editora da Universidade Federal da Bahia.
Houve durante o debate apelos urgentes para que se impeça a aprovação do projeto que modifica a lei do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), conforme denúncia feita pelo coletivo Intervozes publicada, entre outros, pelo Viomundo (aqui).
Houve apelos para que o governo Dilma, que financia com milhões e milhões de reais o que se convencionou chamar de PIG, aprofunde a pulverização das verbas publicitárias oficiais e que faça isso não apenas por critérios de mercado, mas que visem a incentivar o pluralismo na produção de conteúdo.
Houve apelos — corretos, em minha modesta opinião — para que a Frente Parlamentar receba o reforço dos movimentos sociais. Ou seja, que a questão da comunicação esteja presente em todas as demais conferências nacionais setoriais promovidas no país.
O próprio deputado Emiliano José disse que, se a esquerda parece unida no Congresso em relação ao tema, é preciso agregar outras forças políticas, especialmente do centro, ao debate.
Movimentos sociais + centro político + Frente Parlamentar + blogueiros progressistas me parece uma combinação mínima para fazer avançar o debate, além da escolha de uma agenda mínima que seja consensual (Plano Nacional de Banda Larga, regulamentação da mídia eletrônica, propriedade cruzada e por aí vai).
Levantou-se a dúvida sobre o destino que seria dado ao projeto deixado pelo ministro Franklin Martins: será descartado por personagens que estão “costeando o alambrado”, como dizia Leonel Brizola?
O deputado Emiliano José voltou a dizer, conforme já havia escrito em artigo publicado pela CartaCapital e reproduzido aqui, que o namoro do PIG com o governo Dilma tem data para terminar: depois que forem concluídas as tentativas de desconstruir a imagem de Lula.
No particular, houve discordâncias em relação ao atual governo.
Por exemplo, no lamento “em off” de um dos participantes a respeito do poder de primeiro-ministro que Antonio Palocci tem no governo Dilma (que se estende até mesmo à Biblioteca Nacional).
Porém, se está claro que há divergências na avaliação que se faz do governo Dilma até aqui, não há dúvida de que a dura tarefa de modificar o panorama do setor midiático no Brasil exigirá uma ampla coalizão de forças em torno de uma agenda mínima.
Não nos resta outra alternativa, a não ser começar lotando o Nereu Ramos.

Nota da Equipe do Blog.
Nos dias 16 e 17 de , no Rio de Janeiro, na Sede do SINDIPETRO, O Forum "O poder da comunicação: A mídia contra o povo" com a participação de lideranças e educadores populares, vários palestrantes  vão discutir e analisar a manipulação da mídia e o direito à comunicação. Brevemente publicaremos a programação.

Brasil -Israel -Forças Armadas -I




Laerte Braga


Pimenta da Veiga é filho de João Pimenta da Veiga, um ex-deputado estadual por várias legislaturas em Minas Gerais. É produto, como se costuma dizer em Minas, da cama feita pelo pai. Vive hoje o ostracismo que cedo ou tarde acomete políticos vazios e inconseqüentes como ele. O que não significa que tenha sido mero figurante no processo político brasileiro nos anos FHC. Num dado momento chegou a dar a impressão que decolaria em vôo próprio, mas foi só impressão.

Em 1987, no processo de discussão e elaboração da Carta Constitucional do Brasil (promulgada em 1988), Pimenta da Veiga estava recolhendo assinaturas para propor emenda que tornasse obrigatória a divulgação dos documentos considerados secretos de todos os governos, em todas as instâncias, com a justificativa que os cidadãos tinham o direito de ter o conhecimento dos fatos de governo, mesmo aqueles que, em determinado momento, por várias razões, exigissem sigilo, ou o caráter de confidencial. O prazo que a emenda estabelecia para a divulgação era de vinte e cinco anos.

No documento que elaborou o deputado Pimenta da Veiga usou como exemplo a legislação dos Estados Unidos que classifica os documentos secretos de governo por um critério de maior ou menor risco para o país. Um exemplo clássico disso foi a reportagem de Marcos Corrêa no extinto JORNAL DO BRASIL, revelando a partir de documentos secretos liberados por força de lei nos EUA e que mostraram o controle que os norte-americanos exerciam sobre os militares brasileiros – falo dos militares golpistas – que derrubaram o governo de João Goulart.

Foi o trabalho de Marcos Corrêa (foi editor do JORNAL DO BRASIL, de VEJA e trabalhou em importantes publicações da mídia brasileira) que revelou a presença da IV FROTA dos EUA em águas territoriais brasileiras para intervir no Pais caso os militares locais – comandados pelo general norte-americano Vernon Walthers – não conseguissem cumprir a missão – derrubar Goulart.

Ou a resistência fosse de tal ordem que mergulhasse o País numa guerra civil.

O deputado Pimenta da Veiga, num dos corredores do Congresso, abordou o deputado Amaral Neto, de extrema-direita e um dos principais agentes do golpe de 1964, solicitando sua assinatura na proposta de emenda.

Amaral Neto leu o documento, devolveu-o a Pimenta da Veiga e disse que não assinaria, que aquilo era coisa de louco, “certos fatos o povo não pode e nem deve saber”.

Pimenta, sem graça com a resposta, disse a Amaral Neto o seguinte – “pode assinar sem susto, não vai passar, é só para fazer média”.

Quando se fala em presidente agente de governo estrangeiro, o que pode parecer exagero na critica, ou crítica descabeçada, é a mais pura verdade.

O que é o general que governa o Paquistão, onde os EUA mantêm importantes bases para a guerra do Afeganistão? Um general supostamente paquistanês, nasceu no país, recebe o soldo de sua patente e a gratificação dos norte-americanos para reprimir os que são contrários à política imperial de Washington, manter abertos os canais de serviços de inteligência ao “aliado” e conta com os olhos fechados dos “amigos” para meter a mão nas verbas de “construção e reconstrução do país”. É um cidadão paquistanês que trabalha para os EUA e torna seu país na prática uma colônia.

O que é Pepe Lobo, presidente eleito de Honduras depois de um golpe de estado, uma farsa montada em Washington e todo o aparelho repressivo no país prendendo, torturando e assassinando hondurenhos que desejam uma Assembléia Nacional Constituinte, eleições livres com participação de todos os partidos políticos?

Uma infinidade de governantes assim. Ou a ação na Líbia a pretexto de ajudar rebeldes e controlar o petróleo, como foi no Iraque?

Os ditadores brasileiros não fugiram à regra, nem mesmo o general Ernesto Geisel cuja história militar sempre mostrou um acendrado antiamericanismo que terminou nas intermináveis conversas que tinha com seu ministro Mário Henrique Simonsen, o homem de Washington em seu governo (Golbery também).

Por trás de todas essas pequenas, mas ilustrativas historinhas existe uma gama de interesses sem tamanho do ponto de vista político, econômico e militar que se fundem, se completam, no mundo conturbado, brutal e violento de hoje, onde a globalização chamada de “nova ordem econômica” não é outra coisa senão “globalitarização” (definição do geógrafo brasileiro Milton Santos), ou seja, o grande império terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A imposto pelas armas, pela barbárie.

Não é assunto para chapas brancas entenderem, transcende a isso, exige pelo menos massa cefálica.

Mas o que o Brasil tem a ver com isso?

Nossas forças armadas em sua esmagadora maioria a partir do ministro da Defesa Nelson Jobim são inteiramente subordinadas a esses interesses e não são necessariamente forças armadas brasileiras. Qualquer outra coisa, mas forças armadas brasileiras certamente não são.

Vamos ver isso tim por tim e muito bem documentado nessa série de artigos.    

Há uma coisa simples que se costuma dizer. A violência choca a todos, mas você a esquece um ou dois minutos depois, exceto se ela acontece contra você, ou alguém próximo.

Sem que você perceba ou sinta, a violência atinge diretamente cada brasileiro no processo político, econômico e militar que vivemos.

As relações militares entre o Brasil e Israel, por exemplo.

Quantos brasileiros têm conhecimento do aumento constante, consentido e deliberado da presença de Israel em situações chaves e de extrema importância para a real segurança nacional (soberania e integridade do território nacional) junto a “nossas” forças armadas?

Que se estende para além do campo militar, pois é parte de um projeto de dominação, de controle e que chega ao Judiciário, outro exemplo.

O presidente do STJ – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – o que deu um chilique num caixa eletrônico em Brasília às vésperas das festas de fim de ano, e demitiu um estagiário que apenas aguardava a sua vez de chegar ao referido caixa e realizar a operação que pretendia.

“Sou Ari Pargendler, presidente do STJ. Você está demitido.” Isso, num acesso de fúria, semelhante aos que soldados terroristas de Israel têm em relação a palestinos, quando prendem, estupram, torturam, matam e ocupam terras palestinas.

Pargendler é judeu sionista (diferente de ser judeu) e há dias foi homenageado pela colônia judia em Porto Alegre. Uma ponta festiva do papel que cumpre em sua área. Um reconhecimento dos “serviços prestados à causa”.  

O acordo entre o Judiciário brasileiro e o Banco Mundial (o que uma coisa tem a ver com a outra?) sacramenta o compromisso de submissão a interesses de empresas estrangeiras e suas propriedades no Brasil e foi assinado por essa figura.

É a invasão lenta, mas constante com a cumplicidade dos comandantes militares brasileiros e que faz de nosso País, mesmo que o governo não queira (considerando que as forças armadas continuam à margem da lei, impunes pelos crimes cometidos durante e na vigência do golpe de 1964), como se fossem um estamento, ou seja, uma parte separada do Brasil a decidir sobre o Brasil em nome do “patriotismo”.

É para acordar e ler todos os dias – “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas” – Samuel Johnson, pensador e parlamentar inglês. E apenas para eliminar “suspeitas”, anticomunista.

Em 2003 as forças armadas brasileiras abriram um escritório em Tel Aviv – capital de Israel – As finalidades ou objetivos dessa decisão nunca foram explicadas, mas pode-se deduzir que para cooperação econômica, treinamento e intercâmbio de informações.

Um acordo de cooperação na área de segurança com Israel foi assinado recentemente, fato revelado pelo jornal israelense (nossa mídia é comprada não toca nisso, nossos principais jornalistas, o das grandes redes são informantes do Departamento de Estado) MAARIV. O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak e o chefe de Segurança do Ministério da Defesa Amir Kain assinaram o acordo de cooperação de segurança entre os dois países no final de novembro de 2010. Pelo lado brasileiro o acordo foi assinado pelo ministro da Agência Brasileira de Inteligência.

No artigo sobre o assunto o jornal destaca – “um mercado avaliado em bilhões de dólares se abriu para as indústrias de defesa, após um primeiro acordo desse tipo ser assinado para cooperação entre Brasil e Israel.

O mesmo artigo no mesmo jornal israelense acrescenta que: "Um mercado avaliado em bilhões de dólares se abriu para as indústrias de defesa, após um primeiro acordo desse tipo ser assinado para a cooperação entre Brasil e Israel. Já existem várias ofertas gigantes entre Israel- Aerospace Industries (IAI), Elbit e Rafael com o Brasil. [...] Sem esse acordo, que é semelhante aos acordos que Israel assinou com vários outros países, não seria possível realizar os negócios, que estão em um alto nível de classificação de segurança."

Uma série de aquisições de empresas brasileiras por empresas israelenses e contratos com Israel foram e continuam a ser a conseqüência desse acordo nesse início de 2011.

Um acordo estratégico de extrema importância para a integridade territorial do Brasil, sua soberania e a capacidade das forças armadas “brasileiras” de cumprir o seu papel, para além de golpes de estado e jogos de proteger torturadores e assassinos foi assinado sem qualquer discussão, ou conhecimento dos brasileiros.


No final de seu governo o ex-presidente Lula reconheceu o estado palestino a partir das fronteiras definidas em 1967, a rigor antes até.

Temos dois brasis? Um o definido pelo presidente da República e outro pelos comandantes militares?

O Congresso? A exceção de uns cinco por cento de deputados e senadores, o resto está preocupado com lista fechada e outras discussões que possam garantir a eternização de oligarquias como a de Sarney, figuras patéticas como Itamar Franco (quase prefeito de Aracaju) e trazer de voltas outras figuras sinistras montadas em consultoria e enriquecendo com as portas abertas para a corrupção. É lógico que esse tipo de acordo favorece a essa prática.

(continua)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

1º DE ABRIL – O GOLPE NORTE-AMERICANO NO BRASIL




Laerte Braga


A grande preocupação do governo do presidente Lyndon Johnson e do secretário de Estado Dean Rusk com o Brasil é que, antes de Nixon, haviam percebido a importância do País em toda a América Latina – isso em tempos de guerra fria – e os tempos de euforia entre setores populares dessa parte do mundo com a revolução cubana de 1959.

As chamadas reformas de base que vinham sendo implementadas pelo governo do presidente João Goulart eram entendidas pelo governo dos EUA como o fermento para uma vitória eleitoral em 1965. Acreditavam que no curso dos acontecimentos as diferenças que separavam Leonel Brizola (ex-governador do Rio Grande do Sul e então deputado federal da antiga Guanabara com 25% dos votos do eleitorado) do governador Miguel Arraes (Pernambuco) acabariam por sumir resultando numa aliança que provavelmente faria de Brizola o candidato do antigo PTB a presidente e Arraes seu companheiro de chapa, como vice-presidente.

A constituição de 1946 não estabelecia a necessidade de maioria absoluta dos votos, sendo assim, de um segundo turno entre os mais votados e esse fato já havia sido levantado por Carlos Lacerda na tentativa frustrada de impedir a posse de JK, eleito em 1965 com pouco mais de 30% dos votos.

Como o quadro se completava com uma divisão entre as forças à direita, o golpe de 1964 começou a se delinear de forma concreta bem antes de sua materialização, na posse do próprio Goulart.

Os norte-americanos tinham consciência da aversão de boa parte das forças armadas brasileiras por Goulart (desde o manifesto dos coronéis em 1954 contra o aumento do salário mínimo em 100% e Jango era o ministro do Trabalho).

Carlos Lacerda e Magalhães Pinto já estavam com suas campanhas nas ruas, desde 1963, ambos da UDN, mas certo era que Magalhães deixaria o partido se percebesse que seria derrotado na convenção. Teria, à sua disposição um leque de partidos para apresentar sua candidatura, a fidelidade partidária era um termo até então desconhecido. E o PSD lançara o JK-65 no dia seguinte ao da posse de Jânio Quadros.

A aliança Brizola-Arraes de saída traria três importantes estados da Federação. A antiga Guanabara, o Rio Grande do Sul e Pernambuco. A direita sairia dividida em Minas com a disputa JK e Magalhães Pinto e Lacerda dependeria de sua retórica golpista, seus dramalhões fascistas para tentar empolgar o eleitorado de outros estados, mas ainda assim com o risco de dividir São Paulo (o maior colégio eleitoral do País e tradicionalmente votando à direita) entre ele Lacerda, Magalhães e JK, que dos três era o mais fraco naquele estado.

A presença de Ademar de Barros no governo paulista e o fracasso de Jânio com sua renúncia poderiam vir a acrescentar fôlego à candidatura de Juscelino, abrigo natural para o governador paulista, isso se não cismasse de tentar a presidência pela terceira vez (fora derrotado em 1955 e em 1960.

O grande feito do governo Goulart, fato que assustou mais ainda os norte-americanos, foi o despertar dos trabalhadores de um modo geral e incluir entre esses, os até então silenciosos camponeses, em franco processo de organização a partir das Ligas Camponesas criadas pelo deputado Francisco Julião (para se ter uma idéia da força de Julião, em 1962 foi eleito deputado federal e arrastou consigo candidatos com menos de cem votos, isso em Pernambuco).

A percepção que as reformas de base poderiam fortalecer uma eventual candidatura de Leonel Brizola e eram muito mais amplas que a reforma agrária e a tributária, tocavam em setores considerados vitais pela direita, o das comunicações, levou os EUA a indicar Lincoln Gordon para embaixador no Brasil e Vernon Walthers, um general, para adido militar.

A missão da dupla era derrubar Goulart. Gordon era especialista em missões desse gênero e Walthers um dos mais importantes militares norte-americanos à época (chegou a ser diretor da CIA), além do que amigo íntimo e Castello Branco, primeiro ditador. Falava português fluentemente.

Coube a Gordon aliciar o empresariado paulista (o mais expressivo do Brasil), o seu entorno em outros estados da Federação, ligá-los aos setores golpistas da UDN (Lacerda e Magalhães Pinto) e a Walthers formar os batalhões norte-americanos dentro das forças armadas brasileiras.

Um registro é importante. A derrubada de Vargas em 1945, significava muito mais que colocar um ponto final num governo errático do ponto de vista ideológico, mas ao mesmo tempo, com fortes bases populares e começando a dar sinais de inclinações para a esquerda. Sonhavam com o início de um Brasil aliado incondicional dos EUA elegendo o brigadeiro Eduardo Gomes presidente da República. Não elegeram, mas não perderam. Eurico Gaspar Dutra, ex-ministro de Vargas, marechal do exército, figura preponderante no golpe de 1937 virou presidente e os EUA ganharam. Em parte, mas ganharam.

Militares brasileiros de extrema-direita torciam o nariz para Dutra, desejavam a capitulação total.

Magalhães Pinto, fiel ao seu estilo de cobra peçonhenta, traiçoeiro e ardiloso, ao mesmo tempo que se uniu ao esquema traçado pelo embaixador dos EUA, de olho na sua disputa com Lacerda pela indicação presidencial, fingia-se aliado de Jango e articulava com dois generais de expressão menor dentro do Exército, Carlos Luís Guedes e Mourão Filho (com comandos em Minas) um golpe particular em que pudesse despontar como o grande líder civil do Brasil.

Mourão não saiu com as tropas da IV Região Militar sediada em Juiz de Fora de maneira aleatória. Tinha um compromisso com Magalhães Pinto e era amigo pessoal de JK, a quem visitou aliás, quando chegou ao Rio e alojou seus soldados no estádio do Maracanã.

O 31 de março não foi o início do golpe de estado. Foi a aventura de Magalhães Pinto (esteve na cidade de Juiz de Fora horas antes das tropas começarem a descida para o Rio).

O golpe decidido em Washington, planejado pelo embaixador e pelo adido militar dos EUA no Brasil começou de fato no dia 1º de abril, quando Castello Branco, alertado pelos norte-americanos conseguiu a adesão de militares supostamente leais a Jango, caso de Justino Alves Bastos, comandante do IV Exército (Nordeste) e Amaury Kruel (II Exército, São Paulo). Beneficiou-se da presença das tropas de Mourão já no Rio e o apoio de figuras como o general Muricy, o general Antônio Bandeira, todos em comandos secundários, mesmo tendo perdido o comando do III Exército, Rio Grande do Sul para o general Ladário Telles, leal a Goulart e sem o apoio de Âncora de Moraes, comandante do I Exército que preferiu deixar as coisas correrem à sua revelia sem tomar partido. A maior parte dos seus comandados tomou partido pelo golpe.

Aeronáutica e Marinha, no espectro político do País sempre foram forças à extrema-direita, aliaram quase que incondicionalmente ao golpe, a despeito da ação do brigadeiro Moreira Lima, ministro da Aeronáutica, que resistiu com bravura e dignidade na defesa da ordem constitucional.

Todos os líderes políticos envolvidos no processo, Lacerda, Magalhães e Ademar de Barros e quando da consumação do golpe JK, contavam com um breve período de intervenção militar e a realização de eleições presidenciais em 1965.

Castello assumiu esse compromisso com todos eles. Terminou peitado pelo seu ministro Costa e Silva e acabou morrendo em condições misteriosas assim que deixou o poder.

A exceção de Magalhães Pinto que se manteve no entorno do golpe (ministro das Relações Exteriores de Costa e Silva e presidente do Senado), todos os demais, Lacerda. JK e Ademar de Barros se viram privados dos seus direitos políticos.

Obcecado, Magalhães acreditou que num determinado momento os civis voltariam a governar o País e era preciso estar ali perto dos militares, nem que isso custasse toda a sorte de concessões possíveis, além dos negócios, evidente, o Banco Nacional.

Para qualquer eventualidade a IV Frota norte-americana estava em águas territoriais brasileiras. A hipótese de uma reação de Goulart e uma guerra civil garantiria aos golpistas o apoio necessário para a luta.

Perto de dois mil e quinhentos oficiais, sub-oficiais e sargentos das forças armadas foram expurgados num processo de alinhamento absoluto com os norte-americanos e de 1º de abril de 1964 até o último dia do governo do general João Figueiredo, o Brasil foi parte integrante de uma sinistra operação tramada em Washington, que varreu toda a América Latina e se transformou numa longa noite de trevas e sombras, onde o ódio, a tortura, a barbárie foram a regra geral.

O rosnar do governo Geisel na ruptura do tratado militar entre os EUA e o Brasil terminou na concessão a pesquisas petrolíferas e empresas de fora dentro do território nacional, o inicio do fim do monopólio estatal, mais tarde liquidado pelo governo FHC e recuperado em alguns pontos pelo governo do presidente Lula, justiça seja feita. Mas só em alguns pontos.

Essa parte da História do Brasil ainda está oculta. Os militares resistem a que seja contada, exposta.

Hoje, sexta-feira, 1º de abril, fala-se em desmoralização e desrespeito aos militares brasileiros. O terão de volta quando forem capazes de abrir os baús desse período trágico e nocivo ao Brasil e aos brasileiros e se constituírem em forças armadas brasileiras, nunca em “policiais” do continente latino-americano, sob comando dos EUA.

Quando se inspirarem em militares do porte de Teixeira Lott. Rui Moreira Lima, Ladário Pereira Telles, major Cerveira, Carlos Lamarca e muitos outros.

Há um detalhe histórico de importância capital e que precisa ser visto com outros olhos. Quando Luís Carlos Prestes, ele próprio militar, líder da Coluna Prestes, defendeu o que chamaram de “queremismo”, ou seja, eleições em 1945, mas com Getúlio no governo, uma transição de Getúlio para um presidente eleito, Prestes não estava fazendo concessões ao algoz de Olga, ao seu algoz. Estava percebendo e entendendo a História e isso o torna maior ainda no panteão dos grandes brasileiros, dos grandes militares brasileiros, compreendendo que o sacrifício por um ideal é maior que o soldo de Washington, que qualquer soldo que Washington possa pagar. Washington ou qualquer outro.

Os militares querem respeito? Que se façam respeitar cessando as reações e intimidações à barbárie que os homens de 1964 promoveram no Brasil em todos os sentidos.

E um detalhe, o governo de Johnson apavorou-se quando o governo Goulart começou a ceder concessões de rádios e tevês a sindicatos e a organizações populares, ameaçando quebrar o poder da mídia padrão GLOBO (desde aquela época).

Esse artigo, longe de ser História, mas fatos que somam a ela, me trouxe à lembrança o encontro de Goulart com Lacerda, em 1968, presentes o ex-presidente Juscelino e o ex-deputado José Talarico Gomes.

Lacerda, no vôo para Montevidéu, estavam formando a Frente Ampla para enfrentar a ditadura, confessou a JK sua dificuldade em como cumprimentar Goulart, tendo sido ele o responsável, um dos principais, pela derrubada do governo. JK respondeu-lhe que não se preocupasse.

No encontro, na casa de Goulart, com os olhos cheios de lágrimas Lacerda disse a Jango – “presidente eu entendo que o senhor me tenha ódio, mas estou aqui de braços abertos pelo Brasil” –

Em sua extraordinária grandeza Jango abriu os braços e disse o seguinte – “não lhe tenho ódio governador, o senhor foi sempre meu adversário e me combateu pela frente. Não guardo ódios e nem rancores, mas desprezo pelo governador Magalhães Pinto que até a última hora se fingiu meu aliado. Esses são os covardes”. 

Nota da equipe do Blog.
Vejam também "Ö dia que durou 21 anos" série que será exibida nos dia 4,5 e 6 de abril às 22hs,
na TV Brasil. Roteiro e entrevistas de Flavio e Camilo Tavares. Direção Camilo Tavares .
Leiam "Cães de Guarda", de Betriz Kushnir e conheçam o papel da mídia na ditadura