Por Laerte Braga
O jornal NEW YORK TIMES, num determinado momento da campanha presidencial de 2008 nos Estados Unidos, publicou um editorial anunciando seu apoio ao candidato democrata Barack Obama. Desfilou as razões da atitude, anunciou sua opção.
Em momento algum o NEW YORK TIMES adulterou notícias, inventou dossiês, montou pesquisas para favorecer seu candidato, nada semelhante ao que fazem os veículos das organizações GLOBO, de VEJA, ou FOLHA DE SÃO PAULO.
Tão somente tornou pública a sua posição.
Um jornal ou revista apoiar determinado candidato não implica em crime e nem o transforma em órgão mentiroso. O que faz com que a grande mídia no Brasil seja mentirosa, parte do complexo político e econômico orientado pelos interesses de banqueiros, grandes empresários e latifundiários é exatamente a falta de caráter, o fato de serem veículos comprados e compráveis. Sugerem imparcialidade que não existe para dissimular essa falta de caráter.
Há dias uma menor foi violentada em Santa Catarina por três adolescentes. Um deles filho de um dos donos da RBS, rede de televisão ligada a GLOBO e que opera no sul do País. Silêncio absoluto no JORNAL NACIONAL. Filho de diretor de redes afiliadas, ou associadas pode tudo, inclusive violentar menores.
O nome do cidadão, o pai, o amigo da GLOBO, parceiro, é Sérgio Sirotsky. O caso aconteceu na casa da mãe do rapaz. A moça foi embebedada e estuprada de todas as formas possíveis por três rapazes, dois além do filho do dono da RBS.
Foi a própria mãe do rapaz que ao abrir a porta do quarto do filho e ver ao que estava acontecendo parou a barbárie, ligou para os pais da menina e na tentativa de salvar seu filho comunicou que a filha deles estava bêbada, “sabe como é festa de adolescentes, por favor venham buscá-la”.
Silêncio absoluto no JORNAL NACIONAL.
São covardes além de mentirosos.
À época da ditadura militar um grupo de empresários paulistas montou e financiou a OBAN – OPERAÇÃO BANDEIRANTES –. Ligava grupos de repressão e terror da ditadura. Os presos que foram torturados e assassinados eram entregues às famílias em caixões lacrados, com proibição expressa de virem a ser abertos. Os velórios eram “fiscalizados” pelos militares. Um comunicado simples era emitido. Foram vítimas de atropelamento.
Os caminhões que desovavam os corpos pertenciam ao jornal FOLHA DE SÃO PAULO. Emprestava-os para essa função.
A OBAN está toda documentada em O CIDADÃO BOILESEN, em alusão ao nome do empresário dinamarquês que veio para o Brasil montá-la. O “patriotismo” dos nossos militares era comandado de fora para dentro. Batiam continência para os norte-americanos e grandes grupos e bancos europeus.
Continuam, em sua maioria, a bater continência do mesmo jeito.
Toda a barbárie e violência do regime militar foi omitida pela GLOBO.
Montada com capital estrangeiro (curiosamente as primeiras denúncias vieram de Carlos Lacerda) é até hoje uma empresa operada por brasileiros, propriedade de uma família de brasileiros, mas a serviço de país e grupos estrangeiros.
Omitiu-se na campanha das diretas, no impedimento de Collor e em todas as vezes que os interesses daqueles que pagam pudessem vir a ser contrariados.
Um fato recente foi a queda de um avião da GOL, às vésperas das eleições de 2006. O avião caiu por entre 17h e 18h, morreram mais de cem pessoas, as concorrentes noticiaram com destaque, mas para a GLOBO o fato principal era um dossiê falso no qual tentava implicar o então presidente e candidato à reeleição Lula e assim favorecer o tucano Geraldo Alckimin.
Noticiar o acidente tiraria o impacto do documento mentira produzido pela organização. Como a caravana da cidadania sob o comando do BBB Pedro Bial.
Ou mesmo o acidente com um avião da TAM. No primeiro momento culparam o governo pela “falta de ranhuras na pista” e ao longo da semana se percebeu, se descobriu, que o avião estava com problemas no reverso, numa das turbinas e a companhia não fazia a manutenção adequada, além do que, havia dado problema num vôo no dia anterior.
Na sexta-feira seguinte ao acidente, como não pudessem dar a mão a palmatória, ou criticar a companhia, é anunciante, VEJA saiu com a capa afirmando que o culpado fora o piloto.
São covardes e mentirosos.
O jornal FOLHA DE SÃO PAULO publicou um currículo falso da candidata Dilma Roussef e foi publicamente advertida disso pelo próprio onbudsman do jornal, mas manteve a mentira. Não havia erro na publicação da farsa, fora deliberada.
A Operação Harém da Polícia Federal mostra que laranjas dessas empresas, sobretudo a GLOBO, se valem de atrizes, modelos, dançarinas, para “fechar grandes contratos publicitários”. Na cama. E por um bom michê, no caso não é cachê.
Claro, as que se prestam a isso.
É essa gente que quer eleger um político venal, corrupto, agente de interesses de países e grupos estrangeiros para presidente da República.
José Arruda Serra.
Se dizem imparciais.
Mas são apenas covardes e mentirosos.
Não têm compromisso algum com o Brasil, os brasileiros.
Várias organizações estão remetendo a ONU, tribunais internacionais, documentos mostrando o processo de compra da GLOBO São Paulo pelo grupo de Roberto Marinho, diante da passividade da Justiça brasileira.
A empresa foi comprada com documentos falsificados, falsificação comprovada por perícia, até com assinatura de morto. Mas fica tudo por isso mesmo.
A Justiça nada.
O processo de privatização da VALE no governo corrupto e venal de FHC foi julgado em primeira instância como criminoso, lesivo aos interesses nacionais, mas por cima, nas chamadas cortes superiores fica parado.
E o JORNAL NACIONAL e a grande mídia silenciosa. São comprados pelos donos atuais da VALE.
E assim o dia a dia desses veículos, dessas redes de tevê, rádios, jornais e revistas.
Vendem alienação. Desinformação, mentira. São pagos para isso.
Estuprar menores, fica decidido, se for filho de dono de associada, ou amigo do peito, pode sem problema, o JORNAL NACIONAL fica caladinho.
São covardes e mentirosos.
Que tal ficha limpa para a mídia?
Que tal uma discussão pública sobre comunicação? Discutir o poder de poucas famílias num setor fundamental para o processo democrático?
A maneira, por exemplo, como tratam a questão de rádios e tevês comunitárias, tentando criar toda a sorte de obstáculos para dificultar uma participação efetiva de movimentos sociais, sindicatos, nesse setor, por que não trazer a público esse discussão, redesenhar esse modelo em que a comunicação vira um latifúndio mentiroso (existe latifúndio verdadeiro?) e que permite a um apresentador de telejornal chamar o telespectador de idiota, como o fez William Bonner diante de alunos e professores de uma universidade paulista?
Ficha limpa para a mídia.