terça-feira, 30 de abril de 2013

STF e o conluio com a mídia

04/02/2013 - STM – SUPREMO TRIBUNAL DA MÍDIA
- M. Pacheco em seu blog Quem se omite, permite

Aos poucos as associações de donos de jornais, rádios e televisões (hoje também donos da mídia eletrônica) estão conseguindo alterar a Constituição com a ajuda do outro supremo já subjugado.

Basta ingressar com uma ADIN – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – para conseguir alterar a própria Constituição.

PARECE ABSURDO, MAS É O QUE VEM ACONTECENDO
Até a bem pouco tempo, o STF – Supremo Tribunal Federal – que existe, principalmente, para dirimir dúvidas sobre a Constituição, julgava Ações Diretas de Inconstitucionalidade que questionavam leis e atos do Executivo, Legislativo e até, do próprio Judiciário, para dar a palavra final em casos de dúvida sobre se a Constituição estava sendo respeitada.

Não me lembro – a não ser recentemente – que o Supremo fosse chamado a questionar a própria Constituição para alterá-la, como se tivesse poder para instituir uma Emenda Constitucional.

Pois foi o que aconteceu em 2010, às vésperas da eleição presidencial (26/8), para atender a uma ADIN da Abert [Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão] (ADI 4451).

O STF (Supremo Tribunal Federal), que se diz guardião da Constituição, estuprou-a sem vaselina (Art. 16), só para obedecer a um poder maior: o STM – Supremo Tribunal da Mídia.

E virou moda: basta que a Abert ou a ANJ [Associação Nacional dos Jornais] (ou as duas juntas representando os donos dos jornais e emissoras de rádio e televisão) se sintam prejudicadas em seus lucros, ou no exercício do servilismo ao capital (não confundir com Capitalismo. Estou falando do Sistema Financeiro que comanda as marionetes do Capitalismo), para que se atropele a pauta e se inicie processo onde ministros se transformam em atores de um verdadeiro festival de exibicionismo; expressões dramáticas e posturas teatrais que a TV Justiça envia para todos os canais da mídia profissional, que se intitula independente (sic).

Se fizerem o serviço de casa direitinho, os ministros aparecem na mídia como mocinhos. Do contrário, são tratados como bandidos.

Se a Constituição não atende aos interesses do STM, altera-se o artigo ou retiram-se parágrafos e alíneas, até que se possa continuar praticando o crime “dentro da lei”. 

E quando a coisa é tão acintosa, que não vai “pegar bem” o próprio STM inicia o processo, basta convocar algum parlamentar de sua bancada (aqueles que podem fazer o que quiser, que nunca serão denunciados) como Demóstenes Torres, por exemplo (que só virou bandido quando a Polícia Federal descobriu que ele trabalhava para o Cachoeira) e mandar que entre com uma ADIN ou até com Projeto de Lei, que será tão massificado, que ninguém terá coragem de se colocar contra.

Foi assim com a derrubada da Lei de Imprensa e, mais recentemente, com o questionamento sobre Classificação Indicativa (que ainda não foi julgada), onde o PDT e o PTB foram usados como instrumento.

CERTEZA DA IMPUNIDADE
De tanto clamar contra a impunidade de políticos, homens públicos e bandidos comuns, o STM passou a fazer o mesmo.

Principalmente depois que percebeu que tinha se transformado em Poder Maior, aquele que dita as Normas de Conduta, as Regras do Jogo; e pode construir ou desconstruir imagens públicas.

E passou a agir com o maior descaramento, e sem qualquer preocupação; com a mais pura e repugnante Certeza da Impunidade.

MAS AINDA TEM PIOR
Hoje (04/02/2013), o RJ/TV [TV Globo] apresentou os 16 novos “parceiros do RJ” que vão ocupar o lugar de Jornalistas Profissionais que não conseguem uma vaga para exercer a profissão para a qual estão habilitados (como manda a Constituição Federal).

Ou será que os diplomas (sic) fornecidos aos novos “jornalistas”, no ar para que todos vissem, satisfazem ao que determina a Constituição

Fonte:
http://www.quemseomitepermite.blogger.com.br/

Leia também:
- Fora Marin! - Rede Democrática
- BNDES financiará a democratização midiática - Cesar Fonseca
- Um 1º de Maio para expressar a liberdade - Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
STF ou picadeiro? - Janio de Freitas

Nota:
A inserção das imagens, quase todas capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade e, excetuando uma ou outra, inexistem no texto original.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

STF ou picadeiro?

28/04/2013 - No picadeiro - Janio de Freitas (*) - Folha de São Paulo

A "crise" entre o Supremo Tribunal Federal e o Congresso não está longe de um espetáculo de circo, daqueles movidos pelos tombos patéticos e tapas barulhentos encenados por Piolim e Carequinha.

É nesse reino que está a "crise", na qual quase nada é verdadeiro, embora tudo produza um efeito enorme na grande arquibancada chamada país.

Não é verdade, como está propalado, que o Congresso, e nem mesmo uma qualquer de suas comissões, haja aprovado projeto que submete decisões do Supremo ao Legislativo.

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara nem sequer discutiu o teor do projeto que propõe a apreciação de determinadas decisões do STF pelo Congresso.

A CCJ apenas examinou, como é de sua função, a chamada admissibilidade do projeto, ou seja, se é admissível que seja discutido em comissões e eventualmente levado a plenário. A CCJ considerou que sim.

E nenhum outro passo o projeto deu.

Daí a dizer dos parlamentares que "eles rasgaram a Constituição", como fez o ministro do STF, Gilmar Mendes (foto), vai uma distância só equiparável à sua afirmação de que o Brasil estava sob "estado policial", quando, no governo Lula, o mesmo ministro denunciou a existência de gravação do seu telefone, jamais exibida ou comprovada pelo próprio ou pela investigação policial.

De autoria do deputado do PT piauiense Nazareno Fonteles (foto), o projeto, de fato polêmico, não propõe que as decisões do STF sejam submetidas ao Congresso, como está propalado.

Isso só aconteceria, é o que propõe, se uma emenda constitucional aprovada no Congresso fosse declarada inconstitucional no STF.

Se ao menos 60% dos parlamentares rejeitassem a opinião do STF, a discordância seria submetida à consulta popular.

A deliberação do STF prevaleceria, mesmo sem consulta, caso o Congresso não a apreciasse em 90 dias.

Um complemento do projeto propõe que as "súmulas vinculantes" - decisões a serem repetidas por todos os juízes, sejam quais forem os fundamentos que tenham ocasionalmente para sentenciar de outro modo - só poderiam ser impostas com votos de nove dos onze ministros do STF (hoje basta a maioria simples).

Em seguida a súmula, que equivale a lei embora não o seja, iria à apreciação do Congresso, para ajustar, ou não, sua natureza.

O projeto propalado como obstáculo à criação de novos partidos, aprovado na Câmara, não é obstáculo.

Não impede a criação de partido algum.

Propõe, isso sim, que a divisão do dinheiro do Fundo Partidário siga a proporção das bancadas constituídas pela vontade do eleitorado, e não pelas mudanças posteriores de parlamentares, dos partidos que os elegeram para os de novas e raramente legítimas conveniências.

Assim também para a divisão do horário eleitoral pago com dinheiro público.

A pedido do PSB presidido pelo pré-candidato Eduardo Campos (foto), Gilmar Mendes concedeu medida limitar que sustou a tramitação do projeto no Congresso, até que o plenário do STF dê a sua decisão a respeito.

Se as Casas do Congresso votassem, em urgência urgentíssima, medida interrompendo o andamento de um processo no Supremo Tribunal Federal, não seria interferência indevida?

Violação do preceito constitucional de independência dos Poderes entre si?

Transgressão ao Estado de Direito, ao regime democrático?

E quando o Supremo faz a interferência, o que é?

Ao STF compete reconhecer ou negar, se solicitado, a adequação de aprovações do Congresso e de sanções da Presidência da República à Constituição.

Outra coisa, seu oposto mesmo, é impedir a tramitação regimental e legal de um projeto no Legislativo, tal como seria fazê-lo na tramitação de um projeto entre partes do Executivo.

O ato intervencionista e cogerador da "crise", atribuído ao STF, é de Gilmar Mendes - e este é o lado lógico e nada surpreendente do ato.

Mas o pedido, para intervenção contra competência legítima do Congresso, foi de um partido do próprio Congresso, o PSB, com a aliança do PSDB do pré-candidato Aécio Neves e, ainda, dos recém-amaziados PPS-PMN.






Com o Congresso e o STF, a Constituição está na lona.

(*) Janio de Freitas, colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, é um dos mais importantes jornalistas brasileiros. Analisa com perspicácia e ousadia as questões políticas e econômicas. Escreve na versão impressa do caderno "Poder" aos domingos, terças e quintas-feiras.

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/janiodefreitas/1270014-no-picadeiro.shtml

Nota:
A inserção das imagens, quase todas capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, pois inexistem no texto original.

domingo, 28 de abril de 2013

Judeus: o que teria se passado entre Varsóvia e Israel?

23/04/2013 - Os judeus, entre Varsóvia e Israel
- Mauro Santayana - JB

Embora, pelos cânones hebraicos, não fosse judeu, porque nascido de mãe não judia, Marcos Magalhães Rubinger era orgulhoso de sua circunstância, e se identificava como judeu.

Antropólogo conceituado, e homem de esquerda, ele foi compelido ao exílio pelo regime militar brasileiro.

Ao encontrá-lo na Suíça, em 1967, logo depois da Guerra dos Seis Dias, que consolidou a posição do Estado de Israel no território palestino, ele estava desolado: os judeus haviam dado mais um passo atrás de sua plena integração à Humanidade.

Continuamos no gueto” – me disse. “No grande gueto que nós mesmos instalamos e, tal como ocorreu com o Gueto de Varsóvia, iremos murá-lo e selá-lo por dentro”.

A grande muralha de Israel ainda não fora levantada.

Talvez não haja tema histórico mais discutido do que o do povo de Israel.

Só isso basta para atestar a sua importância na formação da ideia do Ocidente nestes dois últimos milênios.

A sua presença na Europa e no mundo conquistado pelos romanos e seus sucessores, mais do que documentada, é cercada de mitos.

Não há dúvida de que foi povo perseguido, obrigado a isolar-se em sua fé, e a defender-se, como lhe era possível, a fim de impedir o genocídio.

Essa defesa os levou a buscar o conhecimento e a riqueza, que não lhes bastou para impedir a perseguição, nem foi suficiente para conjurar sua divisão entre judeus ricos e judeus sem dinheiro, para lembrar a obra prima de Michael Gold, (foto) pseudônimo do jovem escritor americano Itzok Isaac Granich.

Nestes dias de abril e maio, os judeus – e os humanistas mais atentos – lembram dois episódios fortes na história contemporânea: o Levante do Gueto de Varsóvia, em 1943, e a criação do Estado de Israel, em 1948.

Há quem associe os dois fatos, como se tratasse de uma coisa só; há quem assegure que, sem o Levante, não teria havido o segundo êxodo e sua conseqüência política, e há os que separam os dois episódios, dando a cada um deles sua própria razão.

Como é costume ocorrer na História, todas as três versões são corretas, – o que difere é a contribuição de cada uma delas no desenvolvimento posterior da questão judaica.

Recente artigo da historiadora norte-americana Marci Shore, (retrato ao lado) publicado pelo New York Times, ao reconstruir a crônica da resistência dos judeus de Varsóvia, abre o caminho para nova interpretação dos fatos.

Ela mostra como os judeus de Varsóvia se encontravam inermes diante do ocupante nazista.

E revela que a resistência, naqueles dias de abril e maio de há 70 anos, foi  ato de dignidade, assumido por jovens dispostos a morrer lutando, e não conformados a ver a resignação de seus pais e avós, ao embarcar rumo aos campos de extermínio a poucos quilômetros de Varsóvia.

Os nazistas, depois da ocupação da Polônia, empurraram, pouco a pouco, todos os judeus da cidade ao imenso gueto e os obrigaram a erguer espesso muro em volta: as únicas entradas e saídas eram vigiadas por soldados das SS.

De acordo com a sua política perversa, criaram, em 1942, um Conselho Judaico, encarregado de indicar a lista diária dos que deviam ser encaminhados às câmaras de gás e aos trabalhos forçados, presidido por Adam Czerniakov.

No dia 22 de julho daquele ano, os nazistas decidiram iniciar a deportação em massa dos judeus do Gueto rumo a Treblinka e a Auschwitz.

Como conhecesse o destino que os esperava, no dia seguinte Czerniakow engoliu uma cápsula de cianureto.

Não houve unidade na luta de resistência. Os sionistas de extrema direita formaram seu próprio corpo de combate.

Os mais duros guerreiros foram jovens, alguns deles religiosos, mas a maioria de agnósticos e marxistas, ligados aos movimentos socialistas de esquerda, como a Bund (Liga) e com forte presença de comunistas.

Quando os nazistas atearam fogo ao Gueto, o núcleo duro da resistência refugiou-se em um bunker, sob o comando do jovem Marek Elderman (foto jovem).

Ele e seus companheiros fugiram pelos esgotos fétidos, nos quais a maioria morreu asfixiada pelos gases.

Quarenta deles sobreviveram, alguns se aliaram aos guerrilheiros poloneses e russos, e muitos sobreviveram à Guerra.

Elderman (foto abaixo), depois da derrota alemã, tornou-se cardiologista – e jamais quis viver em Israel.

Ele, e muitos outros, defendiam a cultura ashkenazi, fundada no uso do ídiche como o idioma de seu povo, e um “modus vivendi” com os povos conhecidos, o que seria facilitado pelo resultado do conflito;

não a ocupação de um território no meio do deserto, ao lado de grupos étnicos estranhos, nem a ressurreição de uma língua morta, só usada nos ritos religiosos, como idioma oficial.

Em razão disso, o Estado de Israel não o considera herói nacional.

Ele era um dos que, como Rubinger, defendiam o convívio dos judeus com os outros povos, e achava um erro estratégico a criação de Israel, que vinha sendo planejada desde o fim do século 19.

Os sionistas se apropriaram da gesta heroica dos combatentes do Gueto de Varsóvia, como se tratasse de uma vitória sua.

Na realidade foi uma vitória do melhor do povo judeu, dos filhos de trabalhadores, de intelectuais engajados nos movimentos políticos clandestinos, dos que não aceitavam o triste e resignado cortejo de seus pais e seus irmãos menores rumo às câmaras de gás.

O Levante foi a resposta viril ao Holocausto, e redimiu, na bravura de seus jovens, o grande povo judeu.

Se a Humanidade tiver algum futuro, a resistência do Gueto de Varsóvia será vista, nos séculos a vir  – como muitos a vêem hoje – como ato muito mais importante do que a criação do Estado de Israel.

Ela se equivale à dura resistência do povo de Stalingrado, com uma virtude a mais. Em Stalingrado os combatentes contavam com a nação. Em Varsóvia, em uma Polônia marcada pelo racismo, os jovens judeus estavam sós.

O general Jurgen Stroop, comandante das tropas de Varsóvia que massacraram os habitantes do Gueto, foi condenado à morte em 1951 e executado pelo governo polonês.

Mas cumprira a sua missão, conforme relatório a Berlim: em maio de 1943 já não havia um só bairro judeu em Varsóvia.

Mais de 300.000 judeus haviam sido enviados para as câmaras de gás, e se calcula que mais de 10.000 morreram calcinados pelas chamas em que ardeu o Gueto (foto acima), naqueles dias de maio.

No dia 7 de dezembro de 1970, como correspondente deste Jornal do Brasil, assisti ao Chanceler Willy Brandt (foto) em gesto grandioso, ajoelhar-se diante do marco evocativo do Gueto de Varsóvia.

O líder socialista, com a autoridade de quem resistira, ainda adolescente, ao nazismo, ajoelhou-se, em atordoante silêncio, em homenagem aos combatentes de 1943 – ou, seja, de 27 anos antes.

Esses registros históricos e a situação atual de Israel – com tantos e eminentes judeus que se opõem ao genocídio dos palestinos e buscam construir a paz – tornam proféticas as palavras de Marcos Rubinger: trata-se de imenso gueto, erigido em terras estranhas, murado por dentro.

Os jovens de Varsóvia lutaram e morreram para que não houvesse                                   muros.

Alguns, como Marek Elderman, sonhavam com uma única Humanidade.

Talvez ainda haja tempo.

Fonte:
http://www.maurosantayana.com/2013/04/os-judeus-entre-varsovia-e-israel.html

Leia também:
- Adolescente brasileiro, preso por israelenses - Guila Flint
- Se os EUA não fizerem o que Israel diz que Deus disse... estamos fritos - Paul Craig Roberts

Nota:
A inserção de imagens adicionais, capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, elas inexistem no texto original.

sábado, 27 de abril de 2013

Adolescente brasileiro, preso por israelenses

- 21/04/2013 - Brasileiro é preso acusado de atirar pedras em soldados israelenses
- Guila Flint - De Tel Aviv para a BBC Brasil - por: BBC e Stop the Wall 

O adolescente Majd Hamad, de 15 anos, filho de uma brasileira e que vinha sendo procurando pelo Exército israelense sob acusação de jogar pedras contra as tropas, se entregou neste domingo [21/04] em uma delegacia de polícia na Cisjordânia.

Acompanhado pela mãe, Najat Hamad, que nasceu em Goiás, e pelo ministro-conselheiro do escritório de Representação do Brasil em Ramallah, João Marcelo Soares [ao lado], ele chegou pela manhã ao posto policial Binyamin, perto de Ramallah.

Após cerca de uma hora de interrogatório, durante o qual as autoridades não permitiram a presença da mãe ou do diplomata, Majd ficou detido no local e, de lá, deverá ser transferido para a prisão de Ofer.

De acordo com a mãe, "quando saiu do interrogatório, estava muito nervoso e com olhos vermelhos, mas não me deixaram falar com ele".

Majd Hamad, 15 anos
O adolescente é acusado de jogar pedras contra soldados israelenses durante uma manifestação no dia 11 de abril, nas proximidades do vilarejo de Silwad, onde mora.

Najat Hamad, nascida na cidade de Anápolis, afirma que seu filho não participou da manifestação em questão.

"Naquele dia, eu e meu marido decidimos não deixar Majd sair de casa, pois a situação estava tensa em Silwad, depois que colonos de um assentamento próximo espancaram um agricultor palestino", disse a mãe à BBC Brasil.

Segundo o porta-voz do Exército israelense, capitão Barak Raz, "o Exército não prende ninguém à toa. Se foi preso, é sinal de que há provas contra ele", disse citando a possibilidade de haver vídeos, fotos ou depoimentos envolvendo o nome do adolescente.

Buscas
De acordo com o relato da mãe, soldados israelenses invadiram a casa da família às 2 horas da manhã do sábado (13/04).

"A família inteira estava dormindo quando ouvimos batidas muito fortes na porta", disse a brasileira. "Minha filha de 13 anos foi abrir e se deparou com um grupo de soldados com fuzis apontados para a cabeça dela."

"Eles entraram rapidamente e começaram a revistar a casa. Reuniram a nossa família na sala e começaram a procurar nos quartos", disse a mãe.

"Eu tinha certeza de que eles estavam procurando meu marido e fiquei muito surpresa quando um dos soldados me disse que vieram prender Majd."

"Eu disse a ele que Majd tinha ido dormir na casa de parentes e que ele é muito pequeno, só tem 15 anos", afirmou.

Ao fim da operação de busca, a mãe prometeu aos militares que entregaria seu filho às autoridades israelenses neste domingo.

Fiança
O diplomata brasileiro João Marcelo Soares, que acompanhou a apresentação do adolescente à delegacia, disse à BBC Brasil que "as autoridades israelenses me informaram que os interrogatórios ainda estão em curso e, ao final, haverá uma decisão sobre o pedido de libertação sob fiança".

"Caso o pedido seja negado, amanhã (22/04), os menores serão levados a um tribunal militar, que deverá reconsiderar o pedido", acrescentou.

Majd Hamad foi preso juntamente com mais quatro colegas da mesma classe, todos de 15 ou 16 anos.

Sua mãe, Najat Hamad, que mudou-se para a Cisjordânia há 17 anos, disse que "não esperava que aqui prendessem crianças desse jeito".

"O que são pedras diante das metralhadoras e dos veículos blindados do Exército israelense?", perguntou.

O Exército israelense define o lançamento de pedras como "atentados terroristas que podem matar".

Unicef
Em março, o Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) publicou um relatório acusando Israel de violar os direitos de crianças e adolescentes palestinos presos.

O relatório afirma que "menores de idade palestinos detidos por militares israelenses são sujeitos a maus tratos que violam a lei internacional".

De acordo com o Unicef, a cada ano cerca de 700 menores palestinos, entre 12 e 17 anos, são interrogados e detidos pelo Exército, pela polícia e por agentes de segurança de Israel.

Segundo o presidente da Associação dos Prisioneiros Palestinos, Kadura Fares [foto], atualmente há cerca de 200 menores palestinos presos em cadeias israelenses.

Fares disse à BBC Brasil que, nas cadeias israelenses, os menores "têm o mesmo tratamento que os adultos, não há prisões especiais para as crianças".

Fontes:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/04/130421_palestino_brasileiro_prisao_gf_fn.shtml

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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Se os EUA não fizerem o que Israel diz que Deus disse... estamos fritos

22/04/2013 - Institute for Political Economy
- em 21/4/2013, por Paul Craig Roberts
- Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Os governos dos EUA estão em guerra há 11 anos.

Os militares norte-americanos destruíram o Iraque, deixando em ruínas o país e milhões de vidas, e abriram as porteiras do sectarismo sanguinário que o governo secular de Saddam Hussein mantivera bem contido.

Qualquer dia que se observe o Iraque hoje “libertado”, o número de mortos é maior do que durante o auge da tentativa norte-americana para ocupar o país.

No Afeganistão, depois de 11 anos de tentativas norte-americanas para ocupar o (outro) país, o sucesso é ainda menor que depois de uma década de tentativas soviéticas.

Os afegãos não se entregam, apesar de duas décadas de guerra contra duas superpotências.

Como os soviéticos, os norte-americanos também deram jeito de matar muitas mulheres, crianças e velhos, mas número bem menor de valentes combatentes, que continuam vivos.

Em lugar do governo fantoche dos soviéticos, há lá um governo fantoche dos EUA.

Só isso mudou, e o fantoche dos norte-americanos é ainda mais frágil que o fantoche dos soviéticos.


Na Líbia, Washington usou seus fantoches corruptos da OTAN e bandidos recrutados pela CIA para derrubar outro governo estável, de Muammar Gaddafi, e deixou a Líbia entregue à violência sectária.

Um país estável e próspero foi simplesmente destruído por governos ocidentais que muito falam sobre respeito aos direitos humanos e tanto condenam China e Rússia por não fazer o que eles fazem.


No Paquistão e no Iêmen, Washington mata civis, usando drones em ataques aéreos.

Paquistão e Iêmen são dois países com os quais Washington não está em guerra, mas cujos governos foram subornados para que dessem aos EUA direito de assassinar os paquistaneses e iemenitas e norte-americanos em seu território, para assim desestabilizar também os dois países.

E agora, na Síria, Washington está ocupadíssima destruindo mais um governo secular e estável, chefiado por um médico oftalmologista [ao lado] formado na Inglaterra.

Os 11 anos de agressão ilegal a países muçulmanos cometida por Washington – que configura crime de guerra, nos termos definidos pelo Tribunal de Nuremberg que condenou nazistas – resultaram em número muito maior de civis mortos que de militares mortos.

Resultaram também numa política doméstica, cá nos EUA, que já destruiu o Estado de Direito e todas as proteções constitucionais de que gozavam os cidadãos norte-americanos.

Washington e sua imprensa-empresa prostituída (presstitutes) vivem a repetir que esse seria o preço a pagar para salvar os norte-americanos dos ataques dos terroristas da al-Qaeda [emblema ao lado] – nenhum dos quais foi jamais encontrado ou preso em território dos EUA.

Submetido à agressão ininterrupta da propaganda com a qual Washington e seu Ministério da Propaganda “midiático” bombardeiam meus ouvidos e olhos há 11 anos, imaginem qual não foi minha surpresa, atônito e boquiaberto, ao ver duas manchetes justapostas:

Frente Al-Nusra jura fidelidade à al-Qaeda” (BBC) e

Movimento para ampliar ajuda aos rebeldes sírios ganha velocidade no Ocidente” (NY Times).

Frente al-Nusra, [acima] terroristas da al-Qaeda financiados pelos EUA na Síria

A Frente Al-Nusra é o principal grupo militarizado dos “rebeldes sírios” e jurou fidelidade ao mais mortal inimigo dos EUA – a al-Qaeda de Osama bin Laden.

Parem as máquinas!
O governo dos EUA jurou a nós, cidadãos, durante 11 anos, que estava torrando trilhões de dólares em guerras e mais guerras para proteger os norte-americanos contra os ataques da al-Qaeda.

Em nome disso, destroçaram a assistência social, Social Security, Medicare, toda a rede de seguridade social, o valor de câmbio do dólar, a avaliação do valor de câmbio dos papéis do Tesouro Norte-americano e todas as nossas liberdades civis.

TUDO, para salvar os EUA, dos ataques dos terroristas da al-Qaeda.

Assim sendo... por que, agora, Washington está apoiando a mesma al-Qaeda que trabalha para derrubar um governo secular não islamista na Síria, o qual nunca, em tempo algum, ameaçou, nem de longe, os norte-americanos!?

Duas presstitutes do The New York Times, Michael R. Gordon e Mark Landler, encarregaram-se de elevar a organização terrorista al-Qaeda ao status de “oposição síria”.

Numa reunião-almoço, reunida com esse fantoche de Washington, o secretário de Relações Exteriores britânico, William Hague [abaixo], e o secretário de Estado dos EUA, John Kerry [ao lado], a “oposição síria” – quer dizer: a al-Qaeda – “solicitou” jatos bombardeiros e armamento antitanques.

Um alto funcionário norte-americano esclareceu que “nossa ajuda está em trajetória ascendente. O presidente Obama ordenou que sua equipe de segurança nacional identifique outros meios pelos quais possamos ampliar nossa ajuda” (à al-Qaeda!).

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, anunciou um “pacote de ajuda para defesa”, no valor de $123 milhões, para a “oposição síria” (hoje comandada pela al-Qaeda!).

Washington já enviou $117 milhões em “alimentos e suprimentos médicos e hospitalares” para a “oposição síria”; e ordenou que seus fantoches no Oriente Médio mandem armas.

Observem o duplifalar orwelliano: os EUA estão fornecendo armas a uma força terrorista estrangeira, para que destrua um governo secular e uma população inteira com os quais os EUA não estão em guerra; e a isso se dá o nome de “pacote de ajuda para defesa”.

Dia 11/4, o jornal Le Monde, do establishment francês, noticiou que a Frente al-Nusra afiliada à al-Qaeda é a força militar que domina a “oposição síria”, não algum grupo de democratas revolucionários.

Apesar disso, os fantoches de Washington, França e Grã-Bretanha, estão empurrando a União Europeia para que também forneça armas à tal “oposição síria”, quero dizer, à al-Qaeda.

E o senador John McCain [ao lado] quer que os EUA ataquem diretamente o governo Sírio (bombardeio aéreo, é o que ele quer), apesar de os EUA não estarem em guerra contra a Síria, porque o senador McCain acha imprescindível que os EUA ajudem a al-Qaeda a assumir o governo por lá.

Simultaneamente, os xiitas islamistas, aos quais os EUA entregaram o controle do Iraque, anunciaram que se aliaram às forças de al-Qaeda-EUA (?!), interessados em também radicalizar e fundamentalizar a Síria.

Os números mais recentes da ONU indicam que os ataques contra a Síria organizados por procuração pelos fantoches de Washington já mataram 70 mil pessoas.

Mas os norte-americanos só pensam nas bombas da Maratona de Boston, que mataram três pessoas.

Mais uma vez “a única nação indispensável” está levando morte e destruição a um país inteiro... talvez para oferecer “liberdade e democracia” a pilhas de cadáveres.

Nenhum sírio jamais pediu para ser assim “libertado” da própria vida.

Americanos, orgulhem-se!

Estamos cumprindo nosso dever com nossa arrogante hegemonia sobre o mundo e também nosso dever com Israel, que já alugou o governo dos EUA.

Temos todo o direito de nos impor como potência hegemônica no planeta Terra, passando pelo Mar Mediterrâneo. Portanto... Washington tem todo o direito de destruir a Síria... para acabar com a base naval russa!

Os romanos jamais toleraram que potência estrangeira tivesse base naval ali.

Não podemos deixar por menos! Afinal, não somos estado-pateta, com medo da própria sombra.

O Mediterrâneo foi mare nostrum – nosso mar – dos romanos. Agora é nosso. Portanto... temos todo o direito de destruir a Síria.

Israel, claro, recebeu o título de “Grande Israel” das mãos de Deus em pessoa – e quem sou eu para discordar dos pregadores cristãos sionistas que engordam com o dinheiro israelense – para os quais parte da “Grande Israel” seria o rio no sul do Líbano que fornece preciosa água.

Militantes do Hezbollah
O Hezbollah, ajudado por Síria e Irã impediu que Israel confiscasse o sul do Líbano para pôr as mãos na água que Deus dera pessoalmente aos israelenses.

Portanto, os EUA, para fazermos nosso dever de fantoches de Israel, temos agora de destruir tudo – a Síria e o Irã, para isolar o Hezbollah [ao lado], tirá-lo do caminho que nos leva à água, indispensável à “Grande Israel”.

As igrejas cristãs sionistas nos EUA repetem essa mensagem todos os domingos.

Se você não acredita neles, é porque é algum tipo de antiamericano antissemita e tem de se exterminado.

Ou talvez seja um desprezível terrorista muçulmano a ser submetido a simulação de afogamento, até confessar.

A Segurança Doméstica fará picadinho de você, como fizeram dos russos/chechenos muçulmanos terroristas em Boston, que tentaram explodir a Maratona.

Quero dizer é que... como nós, povo indispensável, levaremos liberdade e democracia ao mundo, se os russos mantêm uma base naval em nosso mar?

Como projetaremos força, se projetamos tal fraqueza a ponto de admitir base de potência estrangeira na nossa exclusiva esfera de influência, a milhares de milhas de distância de nossas fronteiras?

Não esqueçam: as fronteiras dos EUA são as fronteiras do mundo. Como diz nosso hino: “Do mar ao mar brilhante”. Não esqueçam.

Claro, não queremos confrontos com outra potência militar nuclear, mas o jeito de contornar isso é demonizar o governo sírio e a Rússia por apoiar o governo de um oftalmologista e “brutal ditador” que resiste contra a tentativa da al-Qaeda para tomar a Síria e financiada com dinheiro de Washington.

Nossos mestres em Washington podem usar a ONU e todos os nossos bem pagos estados-satélites para pressionar os russos a calarem o bico e saírem do nosso caminho.

Quero dizer: por que Putin não aceita todas aquelas ONGs pagas com nosso dinheiro pelas ruas de Moscou empenhadas em derrubar seu governo?

Quero dizer, quem Putin [acima] pensa que é, para atravessar-se à frente de nossa hegemonia sobre o universo e, além do mais, também à frente da hegemonia sobre o Oriente Médio que Deus deu a Israel?

Quero dizer, Putin está em campo, e em campo estão aqueles malditos chineses.

Quero dizer, sério, quem essa gente pensa que é? Norte-americanos?! Aqueles chinas nunca ouviram falar do nosso controle sobre todo o Pacífico?

Quero dizer, qual é? Os chinas são surdos? Saíram para o almoço?

Quero dizer, sério, como poderemos os norte-americanos chegar ao Paraíso, se não obedecemos ao que Deus mandou fazer e entregamos todo o Oriente Médio a Israel, como Israel reza e rezam as sagradas escrituras?

Quero dizer, sério, vocês querem desobedecer à vontade de Deus e assar no Inferno?

Ali, em vez das virgens que os muçulmanos prometem, é só fogo, você será queimado vivo. Melhor você escolher o lado certo, antes de morrer.

Quero dizer, sério, quem quer acabar assim?

Melhor os EUA darmos cabo da Síria, o mais depressa possível, como Israel ordenou.

Se os EUA não obedecerem ao que Israel diz-que Deus disse... estamos fritos! 

Fonte:
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2013/04/se-os-eua-nao-fizermos-o-que-israel-diz.html

Nota:
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