22/04/2013 - Institute for Political Economy
- em 21/4/2013, por Paul Craig Roberts
- Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Os governos dos EUA estão em guerra há 11 anos.
Os militares norte-americanos destruíram o Iraque, deixando em ruínas o país e milhões de vidas, e abriram as porteiras do sectarismo sanguinário que o governo secular de Saddam Hussein mantivera bem contido.
Qualquer dia que se observe o
Iraque hoje “
libertado”, o número de mortos é maior do que durante o auge da tentativa norte-americana para ocupar o país.
No Afeganistão, depois de 11 anos de tentativas norte-americanas para ocupar o (outro) país, o sucesso é ainda menor que depois de uma década de tentativas soviéticas.
Os afegãos não se entregam, apesar de duas décadas de guerra contra duas superpotências.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc_m23LH35akYS_HQB6arqBvfxUFiEgE3huSXAEQqa5xr1x23Xl8JcFbbRazxwqBewQAOHvNpxVnBLEaJLfXv-YpG4d6f1P-UYl6W9AwtqPEfHMZBBOf51xHRBg0AYsevrZ0bxPWjE-UM/s1600/KarzaieObama.jpg)
Como os soviéticos, os norte-americanos também deram jeito de matar muitas mulheres, crianças e velhos, mas número bem menor de valentes combatentes, que continuam vivos.
Em lugar do governo fantoche dos soviéticos, há lá um governo fantoche dos
EUA.
Só isso mudou, e o fantoche dos norte-americanos é ainda mais frágil que o fantoche dos soviéticos.
Na Líbia, Washington usou seus fantoches corruptos da OTAN e bandidos recrutados pela CIA para derrubar outro governo estável, de Muammar Gaddafi, e deixou a Líbia entregue à violência sectária.
Um país estável e próspero foi simplesmente destruído por governos ocidentais que muito falam sobre respeito aos direitos humanos e tanto condenam
China e
Rússia por não fazer o que eles fazem.
No Paquistão e no Iêmen, Washington mata civis, usando drones em ataques aéreos.
Paquistão e Iêmen são dois países com os quais Washington não está em guerra, mas cujos governos foram subornados para que dessem aos EUA direito de assassinar os paquistaneses e iemenitas e norte-americanos em seu território, para assim desestabilizar também os dois países.
E agora, na Síria, Washington está ocupadíssima destruindo mais um governo secular e estável, chefiado por um médico oftalmologista [ao lado] formado na Inglaterra.
Os 11 anos de agressão ilegal a países muçulmanos cometida por
Washington – que configura crime de guerra, nos termos definidos pelo
Tribunal de Nuremberg que condenou nazistas – resultaram em número muito maior de civis mortos que de militares mortos.
Resultaram também numa política doméstica, cá nos EUA, que já destruiu o Estado de Direito e todas as proteções constitucionais de que gozavam os cidadãos norte-americanos.
Washington e sua imprensa-empresa prostituída (
presstitutes) vivem a repetir que esse seria o preço a pagar para salvar os norte-americanos dos ataques dos terroristas da
al-Qaeda [emblema ao lado] – nenhum dos quais foi jamais encontrado ou preso em território dos
EUA.
Submetido à agressão ininterrupta da propaganda com a qual
Washington e seu
Ministério da Propaganda “midiático” bombardeiam meus ouvidos e olhos há 11 anos, imaginem qual não foi minha surpresa, atônito e boquiaberto, ao ver duas manchetes justapostas:
“
Frente Al-Nusra jura fidelidade à al-Qaeda” (
BBC) e
“
Movimento para ampliar ajuda aos rebeldes sírios ganha velocidade no Ocidente” (
NY Times).
Frente al-Nusra, [acima] terroristas da al-Qaeda financiados pelos EUA na Síria
A
Frente Al-Nusra é o principal grupo militarizado dos “
rebeldes sírios” e jurou fidelidade ao mais mortal inimigo dos
EUA – a
al-Qaeda de
Osama bin Laden.
Parem as máquinas!
O governo dos
EUA jurou a nós, cidadãos, durante 11 anos, que estava torrando trilhões de dólares em guerras e mais guerras para proteger os norte-americanos contra os ataques da
al-Qaeda.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAafglP6YSivmzlT0AnTQehCuE40-azCOG1cpTH9BbjEFD2kVHFy6qkxeniFtUD3MVuelQ1CWTYZDQNj8JYnqcol1Hy3LFkBMJWM3ujbjzL7QI4dgX6QnW422bqRsCBSCP8xpEX-LEgsc/s320/TALIBS~1.JPG)
Em nome disso, destroçaram a assistência social,
Social Security, Medicare, toda a rede de seguridade social, o valor de câmbio do dólar, a avaliação do valor de câmbio dos papéis do
Tesouro Norte-americano e todas as nossas liberdades civis.
TUDO, para salvar os EUA, dos ataques dos terroristas da al-Qaeda.
Assim sendo... por que, agora,
Washington está apoiando a mesma
al-Qaeda que trabalha para derrubar um governo secular não islamista na
Síria, o qual nunca, em tempo algum, ameaçou, nem de longe, os norte-americanos!?
Duas
presstitutes do
The New York Times,
Michael R. Gordon e
Mark Landler, encarregaram-se de elevar a organização terrorista
al-Qaeda ao status de “
oposição síria”.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0-jzCAK2WReUlXJGfW4bt4MKJ3j877q7W-_XV0Pk9lvhh7udjLZ498q4pNp161GqVmvnKKBsdvg7N4ue3Plb712h46x3PkB4pdQmZfgQlvqQjlrxFYeKHRTx1inADZfzEsMtctXbqKj4/s320/11+anos-John+Kerry_caric.jpg)
Numa reunião-almoço, reunida com esse fantoche de
Washington, o
secretário de Relações Exteriores britânico,
William Hague [abaixo], e o
secretário de Estado dos EUA,
John Kerry [ao lado], a “
oposição síria” – quer dizer: a
al-Qaeda – “
solicitou” jatos bombardeiros e armamento antitanques.
Um alto funcionário norte-americano esclareceu que “
nossa ajuda está em trajetória ascendente. O presidente Obama ordenou que sua equipe de segurança nacional identifique outros meios pelos quais possamos ampliar nossa ajuda” (
à al-Qaeda!).
O
secretário de Estado dos EUA,
John Kerry, anunciou um “
pacote de ajuda para defesa”, no valor de $123 milhões, para a “
oposição síria” (hoje comandada pela
al-Qaeda!).
Washington já enviou $117 milhões em “
alimentos e suprimentos médicos e hospitalares” para a “
oposição síria”; e ordenou que seus fantoches no
Oriente Médio mandem armas.
Observem
o duplifalar orwelliano: os
EUA estão fornecendo armas a uma força terrorista estrangeira, para que destrua um governo secular e uma população inteira com os quais os
EUA não estão em guerra; e a isso se dá o nome de “
pacote de ajuda para defesa”.
Dia
11/4, o jornal
Le Monde, do
establishment francês, noticiou que
a Frente al-Nusra afiliada à al-Qaeda é a força militar que domina a “
oposição síria”, não algum grupo de democratas revolucionários.
Apesar disso, os
fantoches de Washington,
França e
Grã-Bretanha, estão empurrando a
União Europeia para que também forneça armas à tal “
oposição síria”, quero dizer, à
al-Qaeda.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDTeC6j_57vX9eIEmvDEqfcQiuVUIQU9aEzPNfWizvjXL3Mpwenf5m6mfhsxrUel9Y0jsY12_JWAmCsG-wpH86YiYlppcA2xa2VT2kQoF4RS3JVWm3Ddyjg2l6ODuN9Eclh8wau2QaJhw/s320/11+anos-John+McCain.jpg)
E o
senador John McCain [ao lado] quer que os
EUA ataquem diretamente o governo
Sírio (bombardeio aéreo, é o que ele quer), apesar de os
EUA não estarem em guerra contra a
Síria, porque o
senador McCain acha imprescindível que os
EUA ajudem a
al-Qaeda a assumir o governo por lá.
Simultaneamente, os
xiitas islamistas, aos quais os
EUA entregaram o controle do
Iraque, anunciaram que se aliaram às forças de
al-Qaeda-EUA (?!), interessados em também radicalizar e fundamentalizar a
Síria.
Os números mais recentes da
ONU indicam que os ataques contra a
Síria organizados por procuração pelos
fantoches de Washington já mataram 70 mil pessoas.
Mas os norte-americanos só pensam nas bombas da
Maratona de Boston, que mataram três pessoas.
Mais uma vez “
a única nação indispensável” está levando morte e destruição a um país inteiro... talvez para oferecer “
liberdade e democracia” a pilhas de cadáveres.
Nenhum sírio jamais pediu para ser assim “
libertado” da própria vida.
Americanos, orgulhem-se!
Estamos cumprindo nosso dever com nossa arrogante hegemonia sobre o mundo e também nosso dever com Israel, que já alugou o governo dos EUA.
Temos todo o direito de nos impor como potência hegemônica no
planeta Terra, passando pelo
Mar Mediterrâneo. Portanto...
Washington tem todo o direito de destruir a
Síria... para acabar com a base naval russa!
Os romanos jamais toleraram que potência estrangeira tivesse base naval ali.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJMu9jyTIsv2az5WUTJtgaviFc1X4BT7yDWlDZLj4-No8xGxyEJkSOUl4fZxLw-UF8leUn7wNDakXDtljv4XnSI5HhxbOQdoE0IvhYCtiY3JFZc-c0v0Sxc6S7T_NWOF00ebkjPmY_H_w/s400/2012-11-29-ONU+reconhece-Perdas+da+Palestina.jpg)
Não podemos deixar por menos! Afinal, não somos estado-pateta, com medo da própria sombra.
O Mediterrâneo foi
mare nostrum – nosso mar – dos romanos. Agora é nosso. Portanto... temos todo o direito de destruir a
Síria.
Israel, claro, recebeu o título de “
Grande Israel” das mãos de
Deus em pessoa – e quem sou eu para discordar dos pregadores cristãos sionistas que engordam com o dinheiro israelense – para os quais parte da “
Grande Israel” seria o rio no
sul do Líbano que fornece preciosa água.
Militantes do Hezbollah
O
Hezbollah, ajudado por
Síria e
Irã impediu que
Israel confiscasse o
sul do Líbano para pôr as mãos na água que
Deus dera pessoalmente aos israelenses.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5aVAnvKrxXGVF_mgC4WheaYX-G3V2UgZ1XWvOj_hZj5uneQpHjZQvgJ1F6QeUkpi5doUv62jh3DownFNnnwfTCOuHoNmHTdHRCf_W8zBnfopz19UGv2BdoAMB-E3T4-MkzIRtN8n1fsc/s320/11+anos-hezbollah_fighters_flags_uniforms.jpg)
Portanto, os
EUA, para fazermos nosso dever de
fantoches de Israel, temos agora de destruir tudo – a
Síria e o
Irã, para isolar o
Hezbollah [ao lado], tirá-lo do caminho que nos leva à água, indispensável à “
Grande Israel”.
As igrejas cristãs sionistas nos
EUA repetem essa mensagem todos os domingos.
Se você não acredita neles, é porque é algum tipo de antiamericano antissemita e tem de se exterminado.
Ou talvez seja um desprezível terrorista muçulmano a ser submetido a simulação de afogamento, até confessar.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2MuZQSsGrqFwrCagC8hoRPCb41g0p0rnR5rc52C7bSmdOSNqfe81IHtYcmCePNltkYVD5k0XdhLr-ov2BdxsC3qcvqDIfCVjS-Pdf1472_05oa2iY22RwwQpS_vCAbYAHDL6vD3zALsQ/s320/11+anos-Vladimir_Putin_2.jpg)
A
Segurança Doméstica fará picadinho de você, como fizeram dos russos/chechenos muçulmanos terroristas em
Boston, que tentaram explodir a
Maratona.
Quero dizer é que... como nós, povo indispensável, levaremos liberdade e democracia ao mundo, se os russos mantêm uma base naval em nosso mar?
Como projetaremos força, se projetamos tal fraqueza a ponto de admitir base de potência estrangeira na nossa exclusiva esfera de influência, a milhares de milhas de distância de nossas fronteiras?
Não esqueçam: as fronteiras dos
EUA são as fronteiras do mundo. Como diz nosso hino: “
Do mar ao mar brilhante”. Não esqueçam.
Claro, não queremos confrontos com outra potência militar nuclear, mas o jeito de contornar isso é demonizar o
governo sírio e a
Rússia por apoiar o governo de um oftalmologista e “
brutal ditador” que resiste contra a tentativa da
al-Qaeda para tomar a
Síria e financiada com dinheiro de
Washington.
Nossos mestres em
Washington podem usar a
ONU e todos os nossos bem pagos estados-satélites para pressionar os russos a calarem o bico e saírem do nosso caminho.
Quero dizer: por que
Putin não aceita todas aquelas ONGs pagas com nosso dinheiro pelas ruas de
Moscou empenhadas em derrubar seu governo?
Quero dizer, quem
Putin [acima] pensa que é, para atravessar-se à frente de nossa hegemonia sobre o universo e, além do mais, também à frente da hegemonia sobre o
Oriente Médio que
Deus deu a
Israel?
Quero dizer,
Putin está em campo, e em campo estão aqueles malditos chineses.
Quero dizer, sério, quem essa gente pensa que é? Norte-americanos?! Aqueles chinas nunca ouviram falar do nosso controle sobre todo o
Pacífico?
Quero dizer, qual é? Os chinas são surdos? Saíram para o almoço?
Quero dizer, sério, como poderemos os norte-americanos chegar ao
Paraíso, se não obedecemos ao que
Deus mandou fazer e entregamos todo o
Oriente Médio a
Israel, como
Israel reza e rezam as sagradas escrituras?
Quero dizer, sério, vocês querem desobedecer à vontade de
Deus e assar no
Inferno?
Ali, em vez das virgens que os muçulmanos prometem, é só fogo, você será queimado vivo. Melhor você escolher o lado certo, antes de morrer.
Quero dizer, sério, quem quer acabar assim?
Melhor os EUA darmos cabo da Síria, o mais depressa possível, como Israel ordenou.
Se os EUA não obedecerem ao que Israel diz-que Deus disse... estamos fritos!
Fonte:
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2013/04/se-os-eua-nao-fizermos-o-que-israel-diz.html
Nota:
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