Martha Arruda*
Joab era cão vira-lata, mas seu amor a Cacilda era ilimitado. Onde quer que ela fosse, ia atrás.
Cacylda era terna e acariciava a cabeça do seu cão, que em resposta lambia-lhe as mãos. Todas as tardes, ela preparava um
panelão de comida: ossos, carne de segunda, arroz e um pouco de verdura. Joab comia e labia o focinho. Entre os dois havia
forte empatia.
Em visita ao dentista, Joab ficou abanando o rabo a sua espera. Ao mexer com um dos dentes da paciente tocou em um nervo e
Cacylda gritou. O cão agarrou a mão de Dr. Chiquito e não chegou a morder, porque ela mandou que sossegasse. "Joab, quieto!
Não machuque o doutor!" Ainda com raiva, seu rabo mais parecia um ventilador. Girava...girava...
Ai de que se aproximasse dela e não fosse de seu agrado. Avançava e mordia.
Até um tio que em brincadeira deu-lhe uma palmada, não foi poupado pelo cão que lhe deu uma mordida leve no braço.
Quando Cacylda preparava os bolos para os filhos venderem nas casas cuiabanas, Joab seguia os garotos. Era como um guarda-
costa. Um rapaz abusado avançou no cesto e roubou um bolo. Pobre rapaz! Levou uma mordida na perna e foi encaminhado ao
Pronto Socorro.
Cachorro tem alma! - repetia Cacylda. Quando tinha 12 anos, Cacylda leu uma frase que marcou sua vida. "Se você pega um
cachorro faminto e o torna próspero, ele não morderá você. Esta é a principal diferença entre um cachorro e um homem." É de
autoria de Mark Twain.
Foi o que aconteceu com Joab que, numa Semana Santa andava a esmo pela Rua dos Porcos, sem saber para onde ir. Ela o pegou e
colocou em seu colo, levou para casa, deu-lhe caprichoso banho, secou, deu comida e a partir daquele dia tornaram-se
amigos. Nas horas em que se aborrecia com alguma coisa, Joab lambia as lágrimas que derramava. Nos momentos de alegria,
Joaba repetia aus..aus.aus... Não era um au-au comum, mas parecia uma melodia. Era um cão extraoordinário, fora do comum
Outro pensador de nome Josh Billibg destacou: "Um cão é a única coisa na terra que o ama mais do que ama a sí mesmo."
Era verdade, porque Joab vigiava as horas vividas por Cacylda.
Mãe de muitos filhos, Cacylda ainda arrumava tempo para dar banho, dar de comer e acariciar os pelos do seu cão.
Como tudo tem um porém, um dia Cacylda deu a luz e não superou a hemorragia. Fechou os olhos para sempre!
Na hora do enterro, além do viúvo, o mais triste era Joab, que chorave feito um menino. Uivava até os confins!
Após o enterro, todos voltaram para casa, mas Joab ficou deitado sobre a sepultura. Dia seguinte, umm dos filhos veio
buscar o cão, mas quem disse que ele foi. Que nada! Olavo trouxe comida, mas recusou. Deu-lhe água fresca, e não bebeu. Dentro
de uma semana, Oder, filho de Cacylda, foi ao cemitério e encontrou Joab morto.
Gente, porque não baixar a cabeça e reconhecer que não somos os únicos filhos de Deus? Deus criou o animais e, certamente
possuem alma. Temos que ter a humildade de reconhecer que os cães podem ser mais humanos que muitos de nós. Vamos lutar por um
animal abandonado. Há bandidos em todos os lados, porque presenciei o fato de uma família ir viajar e abandonar seu cão à
própria sorte. Ficou à deriva, até que uma Santa Alma cuidou dele.
Ezequiel Siqueira foi um sábio cuiabano que enlouqueceu de tanto estudar, mas vivia entre seus muitos cães. Era a sua
felicidade! No dia em que Ezequiel fechou os olhos, o uivar de seus cães chamou atenção do bairro e muitos vieram fechar-
lhe os olhos, vesti-lo e fazer seu funeral. Os cinco cães permaneceram junto dele no cemitério. Uma cristã diariamente
levava-lhes comida e água. Viveram mais alguns anos, mas jamais abandonaram a última morada de Ezequiel.
Precisamos abaixar muito a nossa “crista” e reconhecer que não somos os únicos a fazer parte da criação divina. Devemos
ter a hombridade de lutar pelo não sofrimento dos animais, pois ainda virá o dia em que, boquiabertos, assistiremos novas
realidades comprovando a existência da Alma Animal.
Vinícius de Moraes, famoso boêmio, poeta, cantor e compositor, disse um dia: "O uísque é o melhor amigo do homem. É o cachorro engarrafado."
Martha de Arruda é jornalista e escritora. Ela é uma cuibana que ama o Rio de Janeiro, mas adora a vida de Florianópolis, onde mora.
Construir a cidadania a partir do exercício do direito de todos a expressão, comunicação e informação
domingo, 27 de novembro de 2011
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
CELSO FURTADO E A MULHER
Laerte Braga
O ex-governador de Minas Hélio Garcia, numa das greves do professorado mineiro, chamou as professoras de “mal amadas”. A expressão é do jornalista Antônio Maria e aconteceu num contexto completamente diverso. Foi durante a campanha eleitoral de 1960.
Num programa de televisão Maria chamou as integrantes de um comitê de Carlos Lacerda de “malamadas” (ele próprio passou a escrever a palavra dessa forma). À época o jornalista foi um dos responsáveis pela extraordinária votação do candidato Sérgio Magalhães, uma dos grandes figuras do Parlamento na História do Brasil.
Feliz ou infeliz a expressão usada por Antônio Maria não tinha o mesmo caráter quando usada por Hélio Garcia. O ex-governador de Minas apelidado de “maverick” – tinha um tanque maior para combustível – afogava no combustível as mágoas de uma paixão não correspondida. Sua ofensa aos professores foi uma sórdida vingança de sua perda, sua fraqueza.
Celso Furtado afirmou que “a revolução feminista foi o maior movimento revolucionário do século XX”. Ao contrário do que pode pensar a Mulher Melancia, ou a Miss Laje essa afirmação não se refere a exibir a bunda na revista PLAYBOY.
Trata da conquista da condição de ser humano pleno de direitos políticos, econômicos e sociais. Nada daquele negócio de levar dois ou três tiros do marido por conta de legítima defesa da honra e a absolvição garantida.
Jorge Amado fala disso em GRABRIELA CRAVO E CANELA. A idéia que tiro lava a honra é complicada.
Grupos muçulmanos hoje buscam formas de interpretação do Islã que elimine os preconceitos e os costumes bárbaros em determinadas parte do mundo do Islã contra a mulher. No Irã onde a evolução foi significativa com a Revolução Islâmica se consegue preservar os fundamentos religiosos/culturais com a percepção dessa necessidade, embora em alguns cantos do país prevaleça a cultura milenar da submissão. É um processo a busca de avanços.
Na Praça Tahir no Egito as mulheres são parte da luta do povo daquele país contra a opressão de militares, norte-americanos e o governo de Israel.
As dificuldades que mulheres encontram pela frente, em países como o Brasil, ou nos Estados Unidos, para citar dois, decorrem de um fenômeno típico dos nossos tempos. A imensa goela do capitalismo se apropria de cada movimento popular e transforma, por exemplo, calça jeans em símbolo de liberdade.
É o grande dilema dessa revolução fantástica. Que traz a mulher da condição de objeto de cama e mesa para o centro de decisão e parte do processo maior de vida e de construção de um mundo alternativo, diverso do que temos. É claro, pois nele a mulher continua sendo subjugada na forma espetáculo.
É só lembrar a transmissão ao vivo e exclusiva do parto de Xuxa. Do nascimento de Sasha. Serve para ilustrar várias situações.
Não é possível construir um mundo alternativo ao mundo do espetáculo e da barbárie se não estivermos juntos homens e mulheres, no mesmo patamar. Boçais como Jair Bolsonaro sempre existirão e sempre se farão presentes.
E nem importa que seja caso de psiquiatra, importa que encontra eco em parcela da opinião pública para o amontoado de sandices que diz cada vez que abre a boca. Reflete o pensamento fascista da ordem unida em torno dos porões da estupidez, onde o estupro era regra geral em nome do “patriotismo”.
O desafio hoje é maior que as passeatas pelo direito ao voto – nas primeiras décadas do século XX – ou por queimar sutiãs.
O direito de cada mulher ser dona de si, portanto, do seu corpo, vai mais além. É o de estar presente no processo decisório. Temos hoje uma presidente da República e essa afirmação exclui ser contra ou a favor, mas é inegável o caráter pessoal de Dilma Roussef.
Há outra goela imensa a serviço do modelo na tarefa de se apropriar da revolução feminista e de todos os movimentos sociais que possam colocar em risco não o mundo dos homens propriamente dito, mas da estupidez que é regra geral do capitalismo.
É a goela da mídia.
A construção da mulher objeto fazendo-a crer que um reality show é um momento supremo de revelações e afirmações. Vivemos um tempo em que se estimula expor de público as nossas vísceras. Uma das “preocupações” da mídia no caso Nardoni foi sobre como a mãe reagiria ao assédio de outras mulheres na prisão, acostumada a uma vida confortável. Um debate se gerou em torno disso, até com “análises” de especialistas, enquanto a violência contra a mulher era deixada de lado. Ou a questão do trabalho, os salários mais baixos que os pagos aos homens.
Nem toda mulher tem a dimensão de Frida Khalo e nem todo homem tem a dimensão Lenine.
Mas isso não significa que todos temos que ser Frida Khalo ou Lenine. Temos que ser apenas humanos conscientes dos nossos papéis e da igualdade plena de direitos. Isso porque, certamente, a mulher bóia fria que cata laranjas num latifúndio hoje, o faz sob condições desumanas e é desrespeitada a cada momento em cada situação de vida.
E tem a dimensão de Frida.
Há um caminho imenso a ser percorrido e uma encruzilhada a ser vencida hoje. O da apropriação pelo capitalismo das conquistas da mulher, moldadas ao sabor do espetáculo, enquanto permanecem a violência, o preconceito, enfim a barbárie, numa igualdade de fantasia, acessível na prática a poucas diante da totalidade do universo feminino.
Num campeonato feminino de futebol, quem prestar atenção, vai notar que os que transmitem os jogos vão eximir-se de comentar o que consideram “tipos estranhos”, sempre achados por uma câmera indiscreta na arquibancada, mas em seguida, ato contínuo, vão de forma asséptica, comentar a beleza de uma ou outra jogadora, num outro jogo, esse sórdido, de tentar execrar o que consideram “aberrações” ao padrão de beleza e comportamento estabelecido pelos ditadores do “o que deve ser e como deve ser”. Chegam ao desplante de “até essas mulheres têm o direito de ter seu espaço”.
O modelo paulista quatrocentão, por exemplo. Reunido e discutindo questões como a ocupação da USP em torno de salgadinhos, sucos naturais, temendo que Chávez possa descer em Brasília montado num cavalo baio e afetar a pipoca dançante de cada dia em favor dos que sofrem.
Há um longo caminho a ser percorrido pela mulher em todos os cantos do mundo, para que manifeste em sua totalidade a revolução feminista que e sua importância definidas por Celso Furtado.
Não passa só pela mulher. Passa por todo o conjunto que equivocadamente chamam de “minorias”. Minorias são eles, os donos, os que estampam objetos melancia, morango, laje, melão, Xuxa, Angélica, dóceis ao mundo dos refletores, para o gáudio do que William Bonner chama de idiota, a tradução correta de Homer Simpson.
Uma vez perguntaram ao pintor Degas, filho de banqueiro, sobre a razão de quadros tão grandes e especificamente em torno de bailarinas. Ele respondeu de uma forma direta, sem vacilar – “você queria que eu pintasse o que? A hipocrisia dos desejos reprimidos das mulheres dos salões dos banqueiros de Paris? Pois eu pinto a leveza e a pureza da dança e das bailarinas. Você não sente o cheiro de paz e vida em cada quadro desses? Se não sente não entendeu nada. Nem as imperfeições que são perfeitas”
É uma luta da mulher e dessas “minorias” contra um modelo opressor.
Imagine se um Brilhante Ulstra da vida vai entender tudo isso.
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A educomunicação e suas contribuições na educação integral
por Daniele Próspero*
Diante dos novos desafios da sociedade contemporânea, a educação, cada vez mais, precisa ampliar os espaços, tempos e oportunidades educativas, o que busca justamente a promoção de uma educação integral, ou seja, a formação dos alunos nas suas multidimensões. Isso passa, necessariamente, pela possibilidade de converter-se num espaço privilegiado para garantir às novas gerações os conhecimentos e as habilidades indispensáveis, para que se comuniquem com autonomia e autenticidade.
Sendo assim, não há como não falar em comunicação. Essa aproximação entre comunicação e educação se torna essencial. É o que chamamos de educomunicação, ou seja, um conjunto das ações voltadas ao planejamento e implementação de práticas des-tinadas a criar e desenvolver ecossistemas comunicativos abertos e criativos em espaços educativos, garantindo, dessa forma, crescentes possibilidades de expressão a todos os membros das comunidades educativas.
Diversas experiências e práticas educomunicativas têm alcançado resultados im-portantes no processo de aprendizagem das crianças e jovens. Algumas, inclusive, avançaram e se tornaram políticas públicas, como o projeto Educom.radio, em São Pau-lo. O governo federal percebeu o valor da proposta e sua importância para a busca de uma nova educação e inseriu, pela primeira vez, como política pública nacional – no Programa Mais Educação -, o conceito e pressupostos da educomunicação como uma forma de agregar à busca constante por uma educação integral.
O programa, criado como parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), tem como proposta articular diferentes ações, projetos e programas nos Estados, e municípios, em consonância com o projeto pedagógico da escola, ampliando tempo, espaços e oportunidades educativas, através da articulação das políticas setoriais envol-vidas e possibilitando a todos o “direito de aprender”.
O programa vem sendo ampliado ao longo destes anos. Em 2008, 1378 escolas no país foram contempladas pelo Mais Educação; em 2009, foram 5040; e, em 2010, foram mais de 10 mil. Em 2011, 15.018 escolas públicas passam a oferecer educação integral, por meio do programa. Do total, 5.256 participam pela primeira vez. Todas as novas escolas são de ensino fundamental. A previsão é atingir 3 milhões de alunos, com esti-mativa de recursos aplicados de R$ 574 milhões.
O Mais Educação prevê a implantação de uma jornada mínima escolar de sete ho-ras, com a previsão de atividades de pelo menos três dos dez macrocampos estabeleci-dos: acompanhamento pedagógico (obrigatório); meio ambiente; esporte; direitos hu-manos; cultura e arte; inclusão digital; prevenção e promoção da saúde; comunicação e uso de mídias; educação científica; e educação econômica e cidadania. São mais de 62 atividades nestes dez macrocampos.
A educomunicação insere-se como proposta no macrocampo “Comunicação e Uso de Mídias”. As escolas podem optar por atividades de rádio, jornal, fotografia, vídeo e histórias em quadrinhos e recebem recursos para a compra de equipamentos e contrata-ção de monitores.
O direcionamento do MEC para as atividades neste macrocampo é que as ações “utilizem os recursos da mídia no desenvolvimento de projetos educativos dentro dos espaços escolares, com a construção de propostas de cidadania engajando os alunos em ações de colaboração para a melhoria das relações entre as pessoas, além de projetos de aprendizagem por meio da reflexão crítica e da possibilidade de intervenção na escola e na comunidade”.
Este enfoque apontado pelo programa traz uma série de contribuições para a educação integral.
Em primeiro lugar, trata-se, portanto, de colaborar com as relações no próprio am-biente escolar. Ao permitir que os alunos, juntamente com professores ou monitores, discutam no jornal ou na rádio questões da escola e da comunidade, um novo ambiente pode ser elaborado.
A própria produção destes veículos escolares, que necessita uma intensa pesquisa, discussão e produção em grupo, abre a possibilidade para o estabele-cimento de novas relações entre os próprios alunos.
Outra contribuição é em relação às novas linguagens. De acordo com o caderno orientativo do macrocampo, a Comunicação e Uso de Mídias, sobretudo, será tratada como o conjunto de processos que promovem a formação de cidadãos participativos política e socialmente, que interajam na sociedade da informação, na condição de emis-sores e, não apenas, consumidores de mensagens, garantindo assim seu Direito à Comunicação.
Sendo assim, os alunos no Mais Educação são envolvidos diretamente na produção destes veículos de comunicação, permitindo exercerem o seu direito a se expressarem. Abrir esse espaço de participação para os alunos se configura, portanto, numa pos-sibilidade de despertar o interesse por novos conhecimentos, novas práticas, novas ações de intervenção social.
É no fazer que os alunos, justamente, encontram sentido para muitas questões co-locadas pela escola que, até então, pareciam desconectadas. Os alunos podem utilizar-se da rádio para falar sobre suas propostas e ainda praticar a expressão verbal; ao produzi-rem um vídeo, por exemplo, os estudantes conhecerão de forma mais clara como é o processo de produção e, por isso, terão um olhar mais crítico ao assistirem programas televisivos; nos jornais ou quadrinhos, os estudantes poderão discutir temas como a sexualidade.
Diversos estudos já têm demonstrado o impacto positivo ao permitir que as crian-ças e jovens participem do processo de produção da mídia. De acordo com a Unesco (2002), os projetos que atuam neste perspectiva têm demonstrado consequências inte-ressantes nos envolvidos, como: orgulho, poder e auto-estima. Os participantes apontam o desejo de encontrar na mídia os sonhos cotidianos e a realidade local; compreensão crítica e maior competência de mídia; fortalecimento da capacidade e da curiosidade; maior justiça social com a mídia audiovisual; e interesse na sociedade. Os participantes ainda ampliaram seu vocabulário e repertório cultural, aumentaram suas habilidades de comunicação, desenvolveram competências de trabalho em grupo, fizeram negociação de conflitos e planejamento de projetos e melhoram o desempenho escolar.
Outro ponto de simbiose entre a educomunicação e a proposta da educação inte-gral é a própria interdisciplinaridade. Por meio das práticas educomunicativas, é possível uma maior flexibilização do currículo e da construção de uma proposta interdisciplinar. A fotografia pode ser uma ótima maneira de trabalhar, junto à disciplina de Física, princípios básicos de luz. A Matemática e a Geometria, por exemplo, são fundamentais na diagramação de um jornal. Já, a Redação e a Língua Portuguesa serão utilizadas em qualquer tipo de mídia proposta, pois estão ligadas à expressão. Além disso, ao pro-duzirem um jornal, os alunos podem discutir temas dos demais macrocampos do Pro-grama Mais Educação, como educação financeira, por exemplo.
E as escolas vêm, gradativamente, descobrindo o valor das práticas educomunica-tivas junto aos seus alunos. Em 2011, mais de 4200 instituições escolares, em 842 cida-des, estão desenvolvendo atividades educomunicativas com cerca de 825 mil alunos participantes.
* Daniele Próspero é jornalista, especialista em jornalismo social e em educação comunitária, e pesquisadora do Núcleo de Comunicação e Educação (NCE) da Universidade de São Paulo (USP).
** Publicado originalmente no Portal Aprendiz.
Fonte: Site Envolverde
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quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Carvalho diz que solução de problemas indígenas em Mato Grosso do Sul é "questão de honra"
Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo federal considera “uma questão de honra” a solução dos problemas enfrentados pelas comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul, segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Além da questão do território, a saúde e a educação são as principais preocupações do Estado.
“Para nós, a questão indígena mais importante é Mato Grosso do Sul, onde a incidência de violência e morte é acentuada e a situação de perdas de criança nos ofende profundamente. Estamos fazendo todo o esforço [para reverter essa situação]”, disse o ministro à Agência Brasil.
No dia 20 de outubro, representantes do governo visitaram a comunidade indígena Y’Poi, da etnia Guarani-Kaiowá, no município de Paranhos. Segundo Carvalho, um grupo de trabalho dedicado especificamente à questão indígena foi constituído. A Fundação Nacional do Índio (Funai) e o governo estadual participam do grupo.
Um vídeo produzido pelo projeto Rede de Saberes, divulgado ontem (23), mostra como foi a visita de representantes do governo ao acampamento. Além de denunciar as ameaças de morte sofridas, os indígenas pediram a conclusão do processo de demarcação de terras, escola para as crianças, liberdade para passar pela estrada entre o acampamento e uma fazenda, a oportunidade de plantar na área e condições de segurança.
O secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Paulo Maldos, aparece no vídeo comprometendo-se a atender a todos os pedidos da comunidade, principalmente os referentes à segurança. “Se um pistoleiro chegar, quero que a informação seja passada no mesmo dia para o meu telefone".
Menos de um mês após a visita, houve um ataque de pistoleiros ao Acampamento Tekoha Guaiviry, no município de Amambai. Os índios disseram que o cacique Nísio Gomes foi morto e três moradores do acampamento sequestrados na última sexta-feira (18). O corpo do cacique desapareceu e ainda não há pistas sobre os desaparecimentos. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal abriram inquérito para investigar o caso.
No próximo dia 28, um comitê gestor será instalado na cidade de Dourados. De acordo com o ministro Gilberto Carvalho, o governo federal vai divulgar uma série de políticas públicas para os cerca de 44 mil índios da região. “Está próximo [o fechamento de] um acordo com o governo do estado para que a gente consiga ter uma área delimitada para os Guarani-Kaiowá. É uma preocupação, um compromisso”, garantiu Carvalho.
De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), nos últimos oito anos cerca de 200 índios foram mortos em conflitos de terra.
Fonte: agência Brasil.
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quarta-feira, 23 de novembro de 2011
A BOMBA SUPERSÔNICA
Laerte Braga
Habitantes das ilhas de Faroe, província dinamarquesa, se refestelam em matança de baleias num festival que se repete todos os anos. Matam e comem a carne desses mamíferos. É uma prova de masculinidade segundo explicações de lideranças locais.
Para quem tiver estômago, o massacre de baleias está em
O governo dos EUA testou um míssil supersônico capaz de atingir qualquer parte do planeta em uma hora. O míssil, óbvio, destina-se ao transportes de ogivas nucleares de poder muitas vezes maior que as duas bombas que destruíram Hiroshima e Nagazaki na insensatez histórica de norte-americanos.
No início de seu mandato o presidente Barack Obama denunciou publicamente os contratos de privatizações e terceirizações do governo de George Bush em áreas militares. Abrangiam desde o recrutamento e treinamento de soldados, o setor de logística e o de inteligência. Em alguns casos as empresas contratavam mercenários (de preferência latinos, negros, europeus do leste para servirem de bucha de canhão) para atuação de campo propriamente dito. Foi o que aconteceu e continua a acontecer na Somália e em alguns países não oficialmente invadidos, caso da Colômbia.
Obama ao fazer a denúncia afirmou que não conseguiria anular todos os contratos por conta de garantias legais deixadas pelo governo Bush, mas chegaria ao fim do seu governo reduzindo em 7% o número deles. Quis deixar claro que não concordava com a privatização de funções militares dadas a natureza e o caráter dessas atividades.
Fez o contrário. Faz o contrário. Rendeu-se ao poder dos acionistas que detêm o controle da Casa Branca (grandes corporações industriais, banqueiros, grupos sionistas e militares, lógico).
Os Estados Unidos têm militares e agentes de inteligência em todos os países do mundo. Ocupados ou não. Monitoram cada canto do planeta através de satélites com as mais variadas funções e conhecem, por exemplo, com maior riqueza de detalhes e precisão o subsolo brasileiro, que os próprios brasileiros.
Arnold Toynbee dizia que não há sentido em tantas armas nucleares, em investimentos pesados nesses artefatos, se não houvesse disposição de usá-los.
À época da guerra do Iraque George Bush disse com todas as letras que se a resistência iraquiana fosse maior que o previsto não hesitaria em usar armas nucleares de pequeno porte.
Insânia pura.
O massacre de baleias nas ilhas de Faroe é um exemplo claro do significado da civilização cristã, ocidental e democrática. O governo da Dinamarca nunca fez e nem faz nenhuma ação efetiva para acabar com a barbárie.
Aos domingos todos estão nas igrejas agradecendo a caça pródiga e farta.
O míssil supersônico tem um objetivo primeiro. O Irã. Obsessão do governo terrorista de Benjamin Netanyahu e de grupos radicais norte-americanos. Um dos principais pré candidatos a presidente pelo Partido Republicano já avisou que se eleito destrói o Irã.
Ao mesmo tempo sinaliza a países como o Brasil, a Índia e a China que tudo tem limites, não importa que no caso do governo brasileiro as portas estejam abertas aos EUA e Israel no tratado de livre comércio com o governo de Tel Aviv – firmado no governo Lula – uma espécie de operação triangular para compensar a negativa ao projeto da ALCA – Aliança de Livre Comércio das Américas – o “mercado de um trilhão de dólares” na visão do general Colin Powell, então secretário de Estado do governo Bush – primeiro mandato.
O “acidente” com a CHEVRON na bacia de campos não se esgota num poço que vazou. Mas na tentativa da empresa de chegar de forma ilegal às camadas do pré-sal. O poço é o bode expiatório da ação criminosa da empresa. O assunto está sendo investigado pela Polícia Federal, mas duvido que se chegue a uma conclusão efetiva. Não a Polícia Federal, mas o governo, sem forças e sem pernas para enfrentar o avanço de empresas estrangeiras sobre o petróleo e as reservas de água doce do País.
O problema é que segundo um senador de quinta categoria – existem muitos – disse no Senado que “ninguém pede para nascer negro”. É Magno Malta o nome do distinto. Especialista em superfaturamento de ambulâncias e, segundo alguns, acusado de pedofília num inquérito que corre ou correria de forma secreta no Espírito Santo.
O que aparentemente são fatos distintos, um não tem nada a ver com o outro, refletem apenas o modelo político e econômico falido. O institucional a serviço de elites e uma sociedade dominada pela alienação imposta pela mídia que a tem como idiota na definição do jornalista William Bonner – “nosso telespectador é como Homer Simpson”.
Se somarmos cada ponta desde as menores em todo esse processo vamos chegar sempre ao mesmo lugar. O capitalismo imperialista a desafiar os povos de todo o mundo a uma unidade capaz de enfrentar o modelo nas ruas.
É o que começa a acontecer no Egito. O povo derrubou Mubarack e Mubarack continua na figura de generais corruptos e golpistas. Foi o que aconteceu na Líbia onde a eventual criação de uma moeda diferente do dólar para o petróleo levou a OTAN – braço terrorista europeu de ISRAEL/ EUA a destruir o país. Como fizeram com o Iraque, não estão conseguindo completar no Afeganistão e se fartam na Colômbia e agora no Chile, novamente em mãos de grupos ligados à ditadura de Pinochet. Pior, começam a ocupar o Brasil em cavalos de Tróia que não têm nada a ver com a pantomima de atores da GLOBO contra Belo Monte e a “favor” do Brasil.
Estudantes cubanos decidiram comemorar o DIA DOS ESTUDANTES com um festival de arte e música em solidariedade aos estudantes do Chile. Milhares acorreram à praça pública para o evento. Cuba é o país com o maior índice de desenvolvimento humano em todo o mundo segundo a ONU.
A festa pode ser vista em
ou
no blog BRASIL MOBILIZADO
Nesse festival de barbárie promovido pelo complexo terrorista ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A o ex-primeiro-ministro Sílvio Berlusconi, dublê de banqueiro e boneco de Mussolini, lançou um CD em que canta canções românticas.
Já os trabalhadores gregos, italianos, espanhóis, portugueses, franceses, alemães e britânicos, além dos de todos dos países da Comunidade Européia – colônia do complexo terrorista na Europa – pagam a conta dos bancos falidos, do capitalismo/imperialista tentando de todas as formas evitar sua morte.
A propósito, Berlusconi cantando canções românticas lembra Nero enquanto morria – “que grande artista perde o mundo”.
E nem falo dos imigrantes que vivem nos EUA e em países da Comunidade Européia. Breve serão afastados como leprosos para que os “superiores” possam viver segundo suas tradições boçais na “festa da masculinidade” nas ilhas de Faroe.
E noutra ponta desse novelo capitalista/imperialista, tem o centro e dele é irradiada a barbárie, são como peças de encaixe, as presas grávidas em São Paulo quando levadas a hospitais públicos para o parto permanecem algemadas durante todo o procedimento.
O governador do estado, funcionário da OPUS DEI S/A, controladora de VATICANO S/A, disse que vai mudar esse estado de tortura, digamos assim e nomeou um policial militar assassino (massacre do Carandiru) para comandante da ROTA, versão paulista do BOPE.
Tudo supersônico.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
O Brasil quer acabar com os índios?
22/11/2011
Dora Martins*
Uma nota, pequena, sem destaque, no Caderno "Ciência", da Folha de São Paulo de 11 de novembro, diz que o Senado Federal, através da Comissão de Constituição e Justiça, irá por em votação proposta de emenda à Constituição, PEC 215, que, com um jeito deslavado, quer mesmo acabar com as terras dos indígenas brasileiros e quiçás, quer acabar com todos eles.
Pela tal emenda pretende-se que seja o Congresso Nacional o competente para "aprovar a demarcação das terras ocupadas pelos indígenas e ratificar as demarcações já homologadas". Desse jeito, querem os senhores senadores e deputados deste Brasil rever tudo o que já foi feito em termos de reconhecimento do que são e onde estão as terras dos índios. Tal poder hoje, pela Constituição Federal, é exclusivo da nossa Presidente da República.
A nota termina de forma triste, senão risível, ao dizer que os deputados que defendem a Emenda e os empresários ruralistas, especialmente os de Roraima, estão inconformados, porque, segundo eles, "metade do território roraimense, por exemplo, foi "perdido" para os índios, ficando "inviabilizado" para a agropecuária.
Ora, à parte do equívoco histórico, que não vê que o indígena é dono destas terras brasilis bem antes de o agronegócio aqui chegar, há que se atentar que existem outras onze propostas de emendas à constituição que seguem o mesmo caminho dessa de n. 215.
A questão do índio brasileiro precisa levar gente para a rua, suscitar debates e acontecer na mídia No último dia 28 de outubro, foi baixada Portaria Interministerial de número 419, assinada pelos ministros da Justiça, Meio Ambiente, Saúde e Cultura, pela qual se regulamenta, de acordo com os interesses do governo, a atuação da Funai, da Fundação Cultural Palmares (FCP), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e do Ministério da Saúde na elaboração de pareceres em processos de licenciamento ambiental de competência federal, a cargo do Ibama.
A portaria acaba por reduzir prazos para a tramitação de tais processos e, poderá assim permitir que concessões de licenças ambientais sejam dadas, no afogadilho, a grandes e ávidos projetos econômicos que envolvem construção de hidrelétricas, mineração, rodovias e expansão da agricultura e pecuária em regiões onde habitam o povo indígena.
A justificativa de que a lentidão para a aprovação de tais concessões impede o progresso e o desenvolvimento do país é falácia para esconder o desrespeito e o avanço destruidor sobre bens e patrimônios nacionais. O índio brasileiro precisa sobreviver e viver em suas terras.
Quando leio este texto, ainda não se sabe o destino do corpo do cacique Nisio Gomes, executado, há dois dias, em 18 de novembro, em meio ao seu povo, os Guarani Kaiowá, que lutam para ocupar suas terras, no Mato Grosso do Sul. A população indígena desse estado vem sendo vítima de violências constantes e, tudo indica, que o que se quer é o seu total extermínio. O cacique Nisio foi executado por pistoleiros, com vários tiros e agressões, diante de seus familiares. Seu corpo foi levado numa camionete, não se sabe para onde. Talvez para distante de suas terras, com o fim de impedir que seja ele enterrado onde estão suas raízes e sua história. A ação dos poderosos extrapola a sanha do poder econômico e fere fundo os direitos humanos fundamentais.
A continuar assim o Brasil ainda irá chorar por não ter passado, nem história para contar. A presidenta Dilma precisa voltar seus olhos, com urgência e sinceridade, para a questão indígena sob pena de ostentar em seu governo a triste marca do descaso, da violência e do extermínio do povo mais brasileiro deste país.
Dora Martins é Integrante da Associação Juízes para a Democracia.
Fonte:Brasil de Fato
A população negra brasileira
por Paulo Daniel*
O dia da Consciência Negra, 20 de novembro, é uma data importante para lembrar a resistência de negros (as) à escravidão e, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre a inserção do (a) negro (a) na sociedade brasileira.
Para compreender e refletir como está a população negra brasileira, recentemente, o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) publicou uma pesquisa intitulada A Dinâmica Demográfica da População Negra Brasileira em que analisa, com base nos dados do Censo demográfico de 2010, descrevendo a trajetória da população negra e suas componentes (fecundidade e mortalidade) comparada à branca e aponta algumas implicações para a demanda por políticas públicas. Vamos as principais constatações do estudo:
Primeiro; população branca era maior que a negra entre 1980 e 2000. Em 2010, esta situação se inverteu (97 milhões de pessoas se declaram negras e 91 milhões de pessoas se declararam brancas). Isso pode ser decorrente da fecundidade mais elevada encontrada entre as mulheres negras, mas, também, de um possível aumento de pessoas que se declararam pardas no censo de 2010. Como resultado, a taxa de crescimento da população negra entre 2000 e 2010 foi de 2,5% ao ano e a da branca aproximou-se de zero.
Segundo; o aumento da proporção de domicílios chefiados por mulheres guarda estreita relação com o aumento da participação feminina no mercado de trabalho. Houve um aumento na participação tanto das mulheres negras quanto das brancas, mais expressivo para as últimas. Estes fatores provocaram algumas mudanças nas características dos domicílios brasileiros, alterando as relações tradicionais de gênero: mulher cuidadora e homem provedor. Um dos indicadores dessas transformações é dado pelo aumento da contribuição das mulheres para a renda das suas famílias, o que ocorreu nos dois grupos populacionais. Entre as brancas, essa passou de 32,3% para 36,1%, e, entre as negras, o aumento foi de 24,3% para 28,5%.
Terceiro; em uma comparação sobre o padrão de mortalidade por idade e causas dos dois grupos populacionais (brancos e negros), com base em informações do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde e as coletadas pelos censos demográficos. Observou-se que, entre os homens, a segunda causa mais importante de óbitos na população negra foram as externas e na branca, as neoplasias. Já a terceira causa entre os negros foram as neoplasias e entre os brancos, as externas. Dentre as externas, as agressões (homicídios) foram, em 2001, as principais causas de morte tanto na população negra quanto na branca. Em 2007, apenas entre os negros os homicídios predominaram. Um detalhe importante; esse tipo de óbito entre os negros é mais frequente entre 15 e 29 anos e é responsável por, aproximadamente, 50% do total de óbitos entre a população negra masculina.
Analisando o estudo do IPEA, pode-se observar que há o início de um processo de mudança em como as pessoas se veem. Passam a ter menos vergonha de dizer que são negras; passam a não precisar se branquear para se legitimarem socialmente. Essa mudança é um processo surpreendentemente linear, surpreendentemente claro e, ao que tudo indica, ainda não terminou.
Na medida em que o debate da identificação racial ganha as páginas dos jornais e a sociedade vê que é um tema legítimo; na medida em que negros são apresentados nas telenovelas como personagens poderosos e não apenas empregados domésticos; na medida em que negros são vistos, como por exemplo, compondo o Supremo Tribunal Federal e ocupando os mais diversos cargos na política; na medida em que o Movimento Negro sai da marginalidade e ocupa espaços no debate político, a identidade negra sai fortalecida, não é que o Brasil esteja tornando-se uma nação de negros, mas, está se assumindo como tal.
Entretanto, a mobilidade social do(a) negro(a), ou seja, sua ascensão relativa ao conjunto da sociedade, mantém-se em patamares residuais. Não houve alteração do quadro de oportunidades no mercado de trabalho, principal fonte de renda e de mobilidade social ascendente. A conclusão que se impõe é que, a despeito dos avanços registrados, a situação da população negra no país continua bastante vulnerável. O que contribui de forma significativa a melhora da população negra brasileira é o avanço da ação do Estado em termos das políticas distributivas de cunho universal atuando no sentido de combater a pobreza e a desigualdade de renda.
Tal quadro vem reforçar a necessidade de implementação de políticas dirigidas para a população negra. Políticas que, em curto espaço de tempo, possam garantir uma maior eqüidade de oportunidade e de padrão de vida.
* Paulo Daniel é economista, mestre em Economia Política pela PUC-SP, professor de Economia e editor do blog Além de Economia.
** Publicado originalmente no site da revista Carta Capital.
Fonte: extraído do site Envolverde.
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MPF pode contestar na Justiça novo texto do Código Florestal
O MPF (Ministério Público Federal) acredita que o relatório do Código Florestal lido nesta segunda-feira (21/11) no Senado ainda precisa de ajustes. De acordo com o subprocurador-geral Mário Gisi, caso os temas mais sensíveis não sejam atendidos, existe o risco de o Ministério Público entrar com ações para cobrar a preservação do meio ambiente por via judicial.
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Ontem o procurador presidiu uma audiência pública para tratar do assunto na PGR (Procuradoria-Geral da República). A ideia é enviar sugestões ainda hoje (22/11) para emendas ao projeto. De acordo com Mário Gisi, a abertura para debate no Senado tem sido melhor que na Câmara.
Uma questão que merece reparos, segundo ele, é a tolerância para o desmatamento em reservas legais, como a anistia de multas para quem atuou irregularmente. Outro ponto criticado foi a liberação das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e turismo rural em áreas rurais consolidadas até 2008 dentro de APPs (áreas de preservação permanente).
Em uma série de observações contrárias ao texto, o procurador Rodrigo Lines, do Rio de Janeiro, refutou o tratamento privilegiado que o documento dá a proprietários de terrenos com até quatro módulos rurais na recuperação de desmatamentos ilegais. Ele acredita que a dispensa de recomposição tem base em critério “que não tem nenhum sentido”. “Nem todos aqueles que têm propriedades até quatro módulos terão característica de agricultura familiar para justificar a isenção.”
Lines criticou ainda a manutenção da regra que permite consolidação de ocupação em áreas de preservação dentro do limite urbano. Também se mostrou contrário à ideia de que os conselhos estaduais de meio ambiente deem definição para atividades de baixo impacto, o que justifica a intervenção em áreas de proteção, pois cada conselho pode ter uma interpretação.
Os membros da CMA terão até as 18h para apresentar novas emendas ao texto. A previsão é que a matéria seja votada pela comissão amanhã (23/11)
Fonte: publicado originalmente no site Última Instância
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segunda-feira, 21 de novembro de 2011
O renascimento da Bacia do Prata
por Marcela Valente, da IPS
Buenos Aires, Argentina, 21/11/2011 – Um programa para a gestão sustentável da Bacia do Prata, que envolve cinco países sul-americanos, começou a andar com uma renovada vontade política de preservar seus recursos naturais e sua muito rica biodiversidade. As presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e Cristina Fernández, da Argentina, com seus colegas Evo Morales, da Bolívia, Fernando Lugo, do Paraguai, e José Mujica, do Uruguai, “estão levando adiante, o que possibilitou avanços”, disse à IPS a embaixadora argentina Mónica Troadello, representante política no Comitê Intergovernamental Coordenador dos Países da Bacia do Prata.
Troadello insistiu que, assim como em outras etapas, era habitual apelar para consultores externos para estudar o potencial dos recursos, agora são os próprios técnicos nacionais de cada chancelaria que trabalham com um olhar regional. Esse novo enfoque também inclui o conceito de desenvolvimento. “Durante décadas, ao falar de desenvolvimento se pensava no econômico e produtivo, e agora, para nós, primeiro vem o desenvolvimento humano”, ressaltou.
A partir desta perspectiva, a embaixadora disse que os governos se conscientizaram da importância dos recursos da Bacia que, além das águas doces superficiais, abriga sob a terra o imenso Aquífero Guarani. A Bacia do Prata, que se estende por cinco países e tem 3,1 milhões de quilômetros quadrados, é uma das cinco maiores do mundo e a segunda mais extensa da América do Sul, depois da amazônica, mas é muito mais povoada e produtiva do que esta última.
Considerada uma das reservas com maior volume de água doce do mundo, a região abriga cem milhões de pessoas e gera 70% do produto bruto dos cinco países que a contêm. Isto por incluir algumas das cidades mais importantes da América do Sul, como Brasília, São Paulo, Assunção, Buenos Aires e Montevidéu. Nasce no Pantanal brasileiro e desce até o Rio da Prata, que banha a costa de Argentina e Uruguai e desemboca no Atlântico. Também inclui os rios Paraná, Paraguai e Uruguai, com seus respectivos afluentes, em um sistema onde há 150 represas, três delas grandes complexos hidrelétricos binacionais.
Dentro da Bacia há ecossistemas de rica biodiversidade, como o Grande Chaco Americano. Na Argentina estão as pradarias e o pampa úmido, o delta do Paraná, e os charcos e banhados do nordeste. No Brasil se encontram o Pantanal, o Cerrado e a Mata Atlântica, floresta tropical úmida que inclui atualmente 17 Estados. Daí a necessidade de abordagem regional da bacia e a proteção conjunta de seus recursos diante de novos desafios como mudança climática, escassez de água, desmatamento, sobrepesca e contaminação por agroquímicos, entre outros.
“Celebramos as iniciativas focadas na Bacia como um grande sistema integrado, onde a sustentabilidade ambiental é a base econômica, social e política”, disse à IPS Jorge Cappato, da Fundação Proteger, que trabalha em temas de água, mangues e pesca. Cappato recordou que especialistas da organização ambientalista World Wildlife Fund (Fundo Mundial para a Natureza) colocaram a Bacia do Prata entre as três mais ameaçadas do planeta.
“Nesta Bacia se experimenta um dos maiores crescimentos produtivos do mundo. Porém, o aumento das monoculturas, o desmatamento e a construção de represas representam severas ameaças”, alertou Cappato. “Sem proteção do capital natural, este acaba sendo consumido, com a consequência de custos impagáveis e vulnerabilidade”, alertou. O programa-marco, lançado formalmente em outubro, prevê uma série de medidas conjuntas para o diagnóstico do estado da Bacia e as possíveis ações que devem ser realizadas em cada país para a preservação dos recursos compartilhados.
“No último ano e meio, a coincidência entre os países foi tamanha que o avanço do trabalho na Bacia foi extraordinário”, disse Troadello, representante do também chamado CIC Prata. Esta equipe multilateral nasceu em 1967 e, dois anos depois, foi assinado o Tratado da Bacia do Prata, que deu maior institucionalidade à construção comum.
Mediante o Tratado houve um avanço, sobretudo na integração física dos países que são parte do acordo e nas grandes obras de infraestrutura com aproveitamento dos recursos, mas, sem maior consciência sobre o impacto ambiental das obras. Depois, o CIC Prata entrou em uma fase de escassa incidência e poucos recursos, contou a embaixadora. Agora, no entanto, “houve consciência entre os países e se começou a trabalhar em um programa-marco”, acrescentou.
O objetivo é fazer o acompanhamento da Bacia do Prata, seu balanço hídrico, detectar os principais desafios que enfrenta a região e delinear estratégias concretas de trabalho para a gestão integral dos recursos a partir de 2015. “A tendência mundial é para uma observação multidisciplinar que detecte os problemas, por exemplo, aumento da temperatura média, e que a partir deste dado sejam propostas as ações prospectivas”, explicou Troadello. “Temos 6% da população mundial e 20% dos recursos hídricos, enquanto países como a China têm esses indicadores invertidos”, acrescentou.
Troadello, nascida na província de Mendoza, região seca que depende da água do degelo da Cordilheira dos Andes, destacou também a riqueza do sistema do Rio da Prata comparando o volume de água que contém. Enquanto em Mendoza a média do movimento de água é de 50 metros cúbicos por segundo, na Bacia a média é de 22 mil metros cúbicos por segundo. “É um volume imenso, com uma extraordinária capacidade de recuperação”, destacou. “Se conseguirmos casar as bacias do Prata e a Amazônica, o destino da América do Sul se tornará muito interessante”, afirmou.
Envolverde/IPS
Fonte: Site Envolverde
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domingo, 20 de novembro de 2011
Em seis cenas: consciência negra e outros "delitos"
Leonardo Sakamoto*
No entanto, tenho recebido várias mensagens por e-mail falando deste post, publicado em 20 de novembro de 2010, pedindo que fosse publicado de novo a fim de provocar o debate. Uma surpreendente situação para quem está acostumado a ser acariciado com palavras doces de tolerantes leitores. Então, segue ele de novo:
No 20 de novembro, quando se rememora a morte de Zumbi dos Palmares, é celebrado o Dia da Consciência Negra em várias cidades do país. Um momento de reflexão e de resistência sobre os frutos da escravidão, de um 13 de maio incompleto, que se fazem sentir no cotidiano. Dia que deveria ser aproveitado por todos aqueles que têm seus direitos fundamentais rasgados para uma análise mais profunda do que têm feito para sair da condição de gado. Para isso, seis cenas, daquilo que há de melhor em nós.
Cena 1 – Lugares comuns
Tinha que ser preto mesmo!…Bandido bom é bandido morto… Baiano quando não faz na entrada faz na saída… Mulher no volante, perigo constante… Sabe quando pobre toma laranjada? Quando rola briga na feira.
Cena 2 – Conversando no trânsito
- Amor, fecha rápido o vidro que tá vindo um escurinho mal encarado.
- Aquilo é um cigano? Mantém o vidro fechado.
- Olha, meu filho não é preconceituoso, não. Ele até tem amigos gays.
- Tá vendo? É por isso que um tipo como esse vai continuar sendo lixeiro o resto da vida.
- Viu aquela luz? É um terreiro de macumba. Logo aqui na nossa rua! Mas o João Vítor vai dar um jeito nisso, ele conhece uma pessoa na subprefeitura que vai tirar essa gente daí.
Cena 3 – No salão de beleza
- Eu adoro o Brasil porque é um país onde não existe racismo como nos Estados Unidos. Aqui, brancos, negros e índios vivem em harmonia. Todos com as mesmas oportunidades e desfrutando dos mesmos direitos. O que? Se eu deixaria minha filha casar-se com um negro? Claro! Se ela conhecesse um, poderia sem sombra de dúvida.
Cena 4 – Na redação do vestibular
- Os sem-terra são todos delinquentes que querem roubar o que os outros conquistaram com muito suor.
- Os índios são pessoas indolentes. Erra o governo ao mantê-los naquele estado de selvageria.
- Tortura é um método válido de interrogatório.
Cena 5 – Enquanto isso, entre os amigos da classe média…
- Uma puta! Alguém pega o extintor para jogar nessas vadias.
- Um índio! Alguém pega gasolina para a gente atear fogos nesses vagabundos.
- Um mendigo! Alguém pega um pau para a gente dar um cacete nesses sujos.
- Umas bichas! Alguém pega uma lâmpaga fluorescente para bater nessas aberrações.
Cena 6 – Em um bar qualquer
- Vê se me entende que eu vou explicar uma vez só. A política de cotas é perigosa e ruim para os próprios negros, pois passarão a se sentir discriminados na sociedade – fato que não ocorre hoje. Além disso, com as cotas, estará ameaçado o princípio de que todos são iguais perante a lei, o que temos conseguido cumprir, apesar das adversidades.
Como já disse aqui uma vez, no Brasil, tem gente que não entende a razão do 3o Programa Nacional de Direitos Humanos ter que possuir mais de 500 metas.
Porque a nossa idiotice não tem limites.
Fonte: Blog do Sakamoto *
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sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Comunidade Kaiowá Guarani sofre massacre na manhã desta sexta-feira(18)
Essa é sem dúvida uma tragédia anunciada. As ameaças dos fazendeiros, da região, são antigas. Em 1996, testemunhei, próximo a Amambaí, suicídios de indígenas jovens e ameaças de mortes. Por isso, é urgente a demarcação das terras desses índios, que foram expulsos de suas aldeias, áreas índígenas e de fronteiras, terras públicas por lei, usadas pelo agronegócio, ilegalmente (Nota da editora do Blog Zilda Ferreira)
Renato Santana*
De Brasília
No início da manhã desta sexta-feira (18), por volta das 6h30, a comunidade Kaiowá Guarani do acampamento Tekoha Guaiviry, município de Amambaí, Mato Grosso do Sul, sofreu ataque de pistoleiros, cerca de 40, fortemente armados.
O massacre teve como alvo o cacique Nísio Gomes, 59 anos, (centro da foto) executado com tiros de calibre 12. Depois de morto, o corpo do indígena foi levado pelos pistoleiros – prática vista em outros massacres cometidos contra os Kaiowá Guarani no MS.
As informações são preliminares e transmitidas por integrantes da comunidade – em estado de choque. Devido ao nervosismo, não se sabe se além de Nísio outros indígenas foram mortos. Os relatos dão conta de que os pistoleiros sequestraram mais dois jovens e uma criança; por outro lado, apontam também para o assassinato de uma mulher e uma criança.
“Estavam todos de máscaras, com jaquetas escuras. Chegaram ao acampamento e pediram para todos irem para o chão. Portavam armas calibre 12”, disse um indígena da comunidade que presenciou o ataque e terá sua identidade preservada por motivos de segurança.
Conforme relato do indígena, o cacique foi executado com tiros na cabeça, no peito, nos braços e nas pernas. “Chegaram para matar nosso cacique”, afirmou. O filho de Nísio tentou impedir o assassinato do pai, segundo o indígena, e se atirou sobre um dos pistoleiros. Bateram no rapaz, mas ele não desistiu. Só o pararam com um tiro de borracha no peito.
Na frente do filho, executaram o pai. Cerca de dez indígenas permaneceram no acampamento. O restante fugiu para o mato e só se sabe de um rapaz ferido pelos tiros de borracha – disparados contra quem resistiu e contra quem estava atirado ao chão por ordem dos pistoleiros. Este não é o primeiro ataque sofrido pela comunidade, composta por cerca de 60 Kaiowá Guarani.
Decisão é de permanecer
Desde o dia 1º deste mês os indígenas ocupam um pedaço de terra entre as fazendas Chimarrão, Querência Nativa e Ouro Verde – instaladas em Território Indígena de ocupação tradicional dos Kaiowá.
A ação dos pistoleiros foi respaldada por cerca de uma dezena de caminhonetes – marcas Hilux e S-10 nas cores preta, vermelha e verde. Na caçamba de uma delas o corpo do cacique Nísio foi levado, bem como os outros sequestrados, estejam mortos ou vivos.
“O povo continua no acampamento, nós vamos morrer tudo aqui mesmo. Não vamos sair do nosso tekoha”, afirmou o indígena. Ele disse ainda que a comunidade deseja enterrar o cacique na terra pela qual a liderança lutou a vida inteira. “Ele está morto. Não é possível que tenha sobrevivido com tiros na cabeça e por todo o corpo”, lamentou.
A comunidade vivia na beira de uma Rodovia Estadual antes da ocupação do pedaço de terra no tekoha Kaiowá. O acampamento atacado fica na estrada entre os municípios de Amambaí e Ponta Porã, perto da fronteira entre Brasil e Paraguai.
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Fonte:CIMI- Assessoria de Imprensa
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Apologia à desinformação
Movimento Gota D’água, que tem como um de seus diretores o ator global Sérgio Marone, lançou ontem um vídeo com outros 18 atores da mesma emissora, fazendo lobby contra a construção da Usina de Belo Monte. Tudo bem, qualquer um pode se manifestar, mas é grave quando atores e diretores de uma empresa, que não disfarça sua posição contrária à usina, usam a sua imagem para difundir mitos, com a finalidade de conseguir engajamento público para barrar a construção da usina. Nos próximos parágrafos vamos comentar os pontos mais polêmicos do vídeo.
Onde vão viver os índios e comunidades ribeirinhas após a criação do lago?
O projeto da Usina Belo Monte encareceu pelas exigências em relação manejo de comunidades afetadas. O plano de manejo já está pronto e foi uma das exigências para a liberação das licenças. O Brasil não desaloja seus índios, tem 12% do seu território de reservas indígenas, e a sua população, segundo censo indígena 2010, é de 0,4% da população do país. Para comparar, os EUA, procedência da maioria das ONGs estrangeiras que infestam a Amazônia, tem apenas 2,3% do seu território reservados aos indígenas, que são 1,37% da população americana. O curioso é que a Globo que agora é “defensora dos índios” em 2005 ficou a favor dos Arrozeiros quando o governo Lula demarcou a reserva Raposa Serra do Sol.
O custo faraônico da Usina de Belo Monte
O custo atual da obra é avaliado em 26 bilhões de Reais e a capacidade instalada vai ser de 11.000 MW, o que daria um custo de R$ 2,36 mi/MW. A usina MPX Mauá, no sertão do Ceará, é a única usina solar do Brasil com produção em escala comercial, investimento do empresário Eike Batista, tem capacidade de 1 Mw e custou 10 Milhões de Reais. O maior parque eólico do Brasil é Parque de Osório no Rio Grande do Sul, com capacidade de 150 MW e custou 670 milhões de Reais, com custo médio de 4,47 mi/MW. Se levarmos em conta que dentre as três formas de produção de energia a hidrelétrica é a que possui o melhor fator de capacidade, essa diferença fica mais nítida.
Belo Monte só vai produzir 40% da sua capacidade
A média mundial do fator de capacidade, que é o quociente entre a capacidade de energia produzida e a capacidade de energia instalada, é de 44% para usinas hidrelétricas. O que não explicam é que o fator para usinas solares é de 10 a 20% e para usinas eólicas é de 20% a 40%.
Energia hídrica causa impactos ambientais, a solar e eólica não
Todas as formas de produção de energia causam impactos ambientais, umas mais e outras menos, mas as ditas fontes limpas também causam modificações nos ecossistemas nos lugares onde são instalados.
A energia solar ocupa extensas áreas para produzir pouca energia, a instalação de painéis solares causam desmatamentos como pode ser percebido na usina do Ceará, e quando não há desmatamento há muita perda de vegetação pelas sombras formadas no solo. Os painéis fotovoltaicos utilizam Arsênico para tratamento das células e esse elemento é venenoso para os seres vivos e é fonte de contaminação de lençóis freáticos, além disso, um subproduto da produção dos painéis é o TetraCloreto de Silício, substância tóxica que contamina solos, recentemente a China foi vítima de poluição por essa substância causada por incentivos fiscais dado à atividade.
A Energia Eólica também ocupa grandes áreas para produção de pouca energia. Os impactos ambientais de sua instalação são a poluição visual e sonora (Nos Eua já existem avaliações de sintomas de exposição ao barulho e trepidações causadas nas imediações de fazendas eólicas), mudança do clima causado pelo turbilhonamento do vento ( Dias mais frios e noites mais quentes, vegetação prejudicada) e abate de passáros e morcegos (o que levou países que usam essa tecnologia a modificar projetos, aumentando a área ocupada). Outro efeito negativo de fazendas eólicas são a interferência em radares de terra, prejudicando o controle aéreo.
As secas vão destruir ecossistemas e prejudicar ribeirinhos e índios
O projeto prevê a liberação de vazões mínimas para cada mês do ano para evitar que as secas prejudiquem ecossistemas e o meio de vida dessas populações. Tem uma explicação definitiva para essa discussão no post Belo Monte: Os Fatos sobre a vazão reduzida na Volta Grande, no Blog do Alê.
É crescente a atividade do lobby dos setores de energia solar e eólica nos EUA e UE. Eu não estou acusando ninguém, mas me surpreende alguns voluntarismos que espalham desinformação.
Este artigo foi escrito por
LEN
Fonte: Blog Ponto e Contraponto
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DOMINIQUE STRAUSS KAHAN E JULIAN ASSANGE - AS TIAS NOS TEMPOS DE JK
Laerte Braga
Sérgio Porto no seu inesquecível Stanislaw Ponte Preta tinha uma tia. Zulmira. Senhora de larga experiência na vida, capaz de percepção da realidade num átimo e de sabedoria incrível. Todos nós temos tias. Eu por exemplo, dentre as respeitáveis, tenho no cesto uma que é pilantra de quatro costados. Nada a ver com tia Zulmira ou tantas outras. Cai de quatro ao ver cheiro de dinheiro. Se o figurão tiver titulo, seja comendador, desembargador, conde, o que for, então, vai caindo de quatro e resfolegando amor eterno. Adora juntar remédios vencidos e doar para os “pobres” da paróquia. Sábio, o pároco joga fora.
Adora broches e jogos de chá alheios.
Dominique Strauss Kahan, ex-diretor do FMI – Fundo Monetário Internacional – tem um monte de tias. A justiça francesa, detetives particulares para vasculharem a vida de suas conquistas e uma incrível vocação Sílvio Berlusconi. A diferença está que um canta a Marselhesa, outro não.
Julian Assange não tem esse tipo de tia. A colônia inglesa quer extraditá-lo para a Suécia, numa operação triangular que possa acabar em Washington e pena de prisão perpétua.
Uma prostituta francesa declarou a jornais de seu país que participou de várias “festas” promovidas por Strauss Kahan. Bem remunerada – de causar inveja a muitas “tias” – e apreciou a “incrível energia” do político francês.
O processo contra o principal responsável pelo site WIKILEAKS começou numa cidade sueca, foi arquivado por falta de provas a pedido do próprio Ministério Público, ou que nome tenha lá e reaberto em Estocolmo a pedido do governo dos EUA. Para um faltavam provas, para outro bastou um grito de Washington.
Registre-se que Suécia e Grã Bretanha são colônias membros da Comunidade Européia, grande protetorado norte-americano na Europa.
O crime de Assange não foi promover festas com prostitutas, ou agarrar uma camareira de um hotel em New York (embora eu creia que nesse caso Strauss Kahan tenha sido vítima de armação e por conta da “fama”).
Foi o de revelar crimes cometidos pelos norte-americanos em suas ações “libertadoras” mundo afora, as barbáries da OTAN e aqui entre nós, que William Waack, jornalista global, é espião dos EUA.
Um terceiro personagem nessa história. Brad Manning. Soldado do exército dos EUA acusado de repassar documentos secretos a Assange revelando toda a “preocupação” do complexo terrorista ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A com o resto do mundo. Está preso em condições sub humanas. Sobral Pinto invocaria a lei universal de proteção aos animais.
Dominque Strauss Kahan, como Sílvio Berlusconi, escapa de todas as sanções e punições possíveis sob o manto protetor da tia justiça. Assange corre o risco de ser extraditado para a Suécia e o governo de Estocolmo – governadoria geral dos EUA na colônia nórdica – enviá-lo a Washington, em nome da ordem, da paz, da democracia e da “ajuda humanitária”.
Um jeito de engaiolá-lo em prisão perpétua sem direito a condicional, uma submissão de Grã Bretanha e Suécia capaz de corar qualquer tia, por mais despudorada que seja.
Bueñel sabia como tratar tias assim. “O Discreto Charme da Burguesia”. Não tem nada a ver com perfume francês, mas com lixo.
Não sei porque, mas isso me lembra Marcelo Rossi num shopping abençoando fiéis e contando os livros vendidos, enquanto sentava a pua em seu concorrente mais próximo dentro da “santa igreja”, Fábio Melo. Aí é tio, Bento XVI.
Afaga os pimpolhos e conta os sacos de dinheiro. Aprendeu com Edir Macedo.
Tirando fora esse negócio de tia e tio, sem enfiar sobrinha chegada a um cheirinho no meio, o negócio é a tal da democracia. A viagem é em carros da década de cinqüenta.
Viva JK.
Que o digam os gregos sentindo os coturnos nazistas de tia Ângela Merkel, com as bandeiras dos bancos falidos e necessitados da piedade dos trabalhadores. Só que com um baita chicote para ordenar essa piedade.
Dá até para dar um pulo por aqui, outra vez, pegar a Chevron no contrapé e a GLOBO no silêncio podre de mídia comprada. Eita história mal contada.
Se forem “inocentes”, pode ter certeza que tanto Sérgio Cabral como Luciano Huck são culpados e em breve lançamentos imobiliários fantásticos na Barra da Tijuca, o garoto propaganda deve ser Zico.
A ressurreição da Rocinha.
A extradição de Assange é um crime sem que se possa medir as proporções, exceto a de constatar que governos como o dos EUA de suas colônias que formam a tal Comunidade Européia são como que um IV Reich saindo da catacumbas e assentados em um tamanho arsenal nuclear que transforma o mundo num lugar sombrio, triste e sem gente, ou só com zumbis.
A preocupação maior deve ser como é que Juan Carlo de Bourbon vai fazer para caçar búfalos na Suíça a cinco mil dólares por cabeça.
Os povos que saem às ruas indignados com toda essa barbárie, com toda essa virulência democrática não contam. Em New York a polícia baixa o cacete alguém precisa conseguir ajuda humanitária para que os EUA respeitem direitos básicos e fundamentais, ou é só a Líbia que entra na lista de bombas da OTAN?
Os dois novos primeiros-ministros da Grécia e da Itália são ligados a banqueiros –Berlusconi é banqueiro também, mas meteu os pés pelas mãos.
O que está acontecendo é uma espécie de ajuste de contas, busca de equilíbrio fiscal, superávit primário na extorsão capitalista imposta ao mundo.
E a turma aqui dá pulos quando uma agência reguladora aumenta a nota do Brasil. É assustador.
Esse aumento é uma espécie de sinal de fumaça que a tia crise vem por aí, estão organizando o saque e em breve estaremos sob fogo cerrado das tias norte-americanas, seus banqueiros e suas grandes corporações.
No mais é só aguardar a profecia de Roger Noriega feita nas páginas de VEJA. Chávez morre em seis meses e a Venezuela vira o caos, os mariners terão que salvar o país.
Vai daí que Assange paga o pato da democracia e da informação livre para o gáudio dos “idiotas” na classificação feita por William Bonner, a turma que gosta de achar que “se não deu no JORNAL NACIONAL não aconteceu”.
Quem faz coro com essa afirmação é o bandido Ricardo Teixeira.
Haja tia e muito cuidado com boutiques.
Se bobear Dominique Strauss Kahan ainda acaba presidente da França, próxima vítima da “crise” nesse tabuleiro de ajuste da nova ordem econômica. A imperialista capitalista.
No mínimo vão chamar o secretário de relações exteriores do PT – no rodízio da pelegada – com o objetivo de explicar tudo fazendo top top.
José Serra vai atrás espargindo o incenso, FHC dando a bênção e Alckimin montado em cavalo da PM com a bandeira da USP como troféu. Aécio sobra, não é páreo para essa gente. Órfão desse tipo de tia acima descrito.
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