29/10/2013 - Lígia Deslandes em seu blog
Não é de hoje que venho observando os movimentos e atitudes de muitos de nós nas redes sociais.
Digo "nós" porque eu também me incluo nisso.

Não deixamos de ser o que somos quando acessamos uma rede social.
Todas nossas carências, preconceitos, crenças, limitações e qualidades de uma forma ou de outra são expostas nas redes queiramos ou não.

Confesso que tenho andado um tanto cansada do que tenho visto.
A novidade de um primeiro momento quando a gente verifica o grande potencial comunicativo das redes e quer a todo custo espalhar a verdade e compartilhar a realidade já esgotou um pouco em mim.
Atualmente observo os "olhos", os "ouvidos" e os "sentidos" que a virtualidade da rede tem instigado em muitos de nós e volta e meia me assusto, me entristeço e me rebelo com o que vejo.

Tenho muitas dúvidas sobre o momento que estamos vivendo. Ainda bem que as tenho, pois, certezas cristalizadas não fazem bem a saúde.

É como se vivêssemos em estado de extrema "catarse", bitolados ainda por uma formação medieval que não reconhece a diversidade, o pluralismo e a complexidade presentes nas diversas situações da vida cotidiana.
Temos horror ao fundamentalismo religioso e político, mas, quantas vezes partimos para o ataque "demonizando" ou "santificando" pessoas porque elas não estão ao lado de nossos interesses...


Estamos marcados ainda pelo opressor e oprimido que lutam dentro da gente, cada um puxando o tapete do outro.
Quando iremos expulsar os dois tendo coragem para assumir o que somos sem a máscara que roubamos do sistema?
Essa mesma crônica que me desnuda e desnuda muitos de nós que aprendemos a viver na hipocrisia será motivo de debate? Será que vão compartilhar no facebook, no orkut, no google? Será que vão curtir?

O virtual e o real se misturam numa mesma visão de mundo.
Quem são os outros e quem somos nós?
É possível responder? O que é virtual e o que é realidade?
Quero continuar me questionando e tendo certezas transitórias...
São elas que estão me ajudando a compreender esse Brasil que vai pouco a pouco se mostrando como sempre foi.
Cabe uma última pergunta e tenho tantas... O que nos cabe fazer para mudar de fato?
Fonte:
http://ligiadeslandes.blogspot.com.br/2013/10/o-virtual-e-o-real-e-nossa-catarse.html