quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Brasil, mais que o Oriente Médio

13/11/2013 - Brasil agregará mais petróleo ao mundo até 2025 do que o Oriente Médio
- Fernando Brito - Com Texto Livre

Quem quiser se iludir, que se iluda.

Pode ficar achando que a mídia está preocupada com a receita da Petrobras ao defender o aumento – necessário, aliás – dos preços dos combustíveis.

Ou que a turma do “vende-país” que se assanha para voltar, de carona com Aécio Neves [D] ou Eduardo Campos [foto-E] – tanto faz, como diz FHC – é que sabe fazer “leilão bão”.

Ou ainda que não insuflam os bem intencionados – mas ingênuos – que acham que se pode deixar o petróleo dormindo lá no pré-sal, esperando que o Divino Espírito Santo nos arranje o dinheiro para explorarmos sozinhos, com tudo o que isso envolve de centenas de bilhões de dólares de investimento.

Agora, quem quiser entender, de verdade, o que está por detrás dessa história, olhe o gráfico acima, divulgado ontem [12/11] pela Agência Internacional de Energia, em seu relatório anual.

A Agência é um órgão da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] reúne os países desenvolvidos e alguns poucos em desenvolvimento, e o Brasil não é um deles.

Sim, é isso mesmo que você está vendo lá nos dados: o Brasil vai contribuir MAIS que o Oriente Médio no crescimento da produção de petróleo mundial até 2025. E o resto do mundo tem previsão de queda na produção.

Entendeu?

Vamos ser mais importantes para suprir o crescimento da demanda de petróleo do que a Arábia Saudita, do que o Iraque, do que o Irã, do que o Kuwait somados!

Será que você se recorda do quanto foi investido em guerra, armamento, sabotagem e intervenção nestes países nos últimos 30 anos?

Será que aqui não vale uns tostõezinhos para quem gastou tanto, em dólares e em vidas humanas, para garantir seu suprimento de petróleo?

A partir daí, meu preclaro amigo e minha arguta amiga, deixo por sua conta imaginar.

Só digo ainda duas coisas, apoiado neste segundo gráfico.

A primeira é de que previsão da AIE para o Brasil é modesta e conservadora, sobretudo no segundo período, de 2025 a 2035.

O potencial de nosso pré sal é maior que esse e nem está integralmente revelado.

A segunda é para tomar cuidado com a conversa de “fontes limpas” de energia que, embora seja correta e deva ser perseguida por todos os países – e são os ricos que mais resistem a essa obrigação – é usada, com frequência, com a mesma hipocrisia com que se fala da Amazônia, depois de terem devastado as florestas de seus próprios países.

Nossa matriz energética para a geração de energia elétrica é e será muito, mas muito menos, poluidora do que a do restante do mundo, sobretudo a dos países desenvolvidos, que são verdes só no quintal dos outros, depois de terem cimentado os seus.

A poluição é um fato econômico e, como todos os fatos econômicos tem um lado perdedor e um ganhador.

O perdedor somos toda a humanidade, mas o ganhador sabemos muito bem quais são.

Fonte:
http://contextolivre.blogspot.com.br/2013/11/brasil-agregara-mais-petroleo-ao-mundo.html