Mostrando postagens com marcador corrupção. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador corrupção. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Os truques da edição jornalística da Globo - Parte 3/3

09/12/2013 - Alexandre Tambelli - GGN

Comentário ao post "Globonews e o professor Sami Dana, da FGV: o uso do ambiente leigo para o exercício da inveja acadêmica"

A verdade é uma só!

Nunca dê entrevista, nunca assista a Globo News e jamais acredite em nada  do que é veiculado neste canal e nem dê audiência para nada que seja vinculado às Organizações Globo.

Excetuando o caso do Sportv por uma questão de ser quem transmite eventos esportivos, como o Campeonato Brasileiro, e não temos como fugir da emissora, pela exclusividade da transmissão.
Tudo na Rede Globo é uma enorme farsa.

Vou repostar aqui meu texto: Os Truques da Edição Jornalística na Rede Globo.

Versão atualizada em 17/11/2013.

OS TRUQUES DA EDIÇÃO
JORNALÍSTICA NA REDE GLOBO
Parte 3

13. Diferenciação
Tratamento desigual para situações semelhantes.

Cai um enorme temporal com várias vítimas fatais, em dois estados distintos, um de seu aliado político outro de um opositor às suas ideias. O tratamento é diferenciado.

Em 2010 choveu uma barbaridade na cidade de São Paulo e na cidade de Niterói.

Em São Paulo [foto], o Governador sequer apareceu para dar entrevistas, visitar os locais afetados, após as enormes enchentes nas avenidas marginais e outros locais.

A Rede Globo culpou as chuvas torrenciais e a população pelas enchentes, por jogar lixo nas ruas. A emissora não exigiu do Governador, seu aliado, explicações para o ocorrido e nem reclamou de sua conduta, um tanto estranha, de se esquivar de ir aos locais afetados.

Já na cidade de Niterói que fica no Estado do Rio de Janeiro, o Governador do Estado, opositor da Rede Globo, foi acusado dos transtornos, das enchentes e das mortes ocorridas, naquele ano, por exemplo, no Morro do Bumba [foto], onde aconteceu grande tragédia.

Foram pedidas explicações imediatas para o Governador sobre a tragédia e não se utilizou em defesa do governador do Rio de janeiro, o índice pluviométrico das chuvas e nem o lixo jogado pelos moradores da cidade, bem como a população não foi considerada culpada.

O Governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral era aliado de Lula e o Governador Serra oposição e o candidato preferido da Rede Globo nas eleições de 2010.

No Rio de Janeiro parecia um jornalismo policialesco, o fato ocorreu pelo descaso do poder público.

Em São Paulo, a culpa foi de São Pedro.

Aqui cabe o tratamento desigual da notícia e do acusado.

Os 3 mil reais de propina recebidos pelo ex-funcionário dos Correios Mauricio Marinho, flagrado em um vídeo (hoje já se sabe que o vídeo foi feito por Jairo Martins de Souza, um Policial e araponga à mando de, nada mais nada menos que, Carlinhos Cachoeira - o famoso bicheiro preso pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, e entregue para o Diretor da Sucursal da Revista Veja em Brasília, Policarpo Junior, publicar e, claro, a Globo repercutiu o vídeo) (ver *** adiante) valem muito mais que os 1,4 bilhões de reais desviados da Sudene no Governo FHC, seu aliado?

No entanto o primeiro caso, merece muito mais apuração, mais reportagens da emissora, só pelo fato de ser uma corrupção que pode incriminar e desmoralizar seus opositores.

(***) Jairo Martins de Souza foi acusado pelo Ministério Público de ser “funcionário” de Carlinhos Cachoeira e receber um salário mensal de 5 mil reais do contraventor. Esta gravação feita por um araponga a mando de um contraventor e entregue à Revista Veja foi o detonador do “suposto” escândalo do “Mensalão” em 2005.

14. Desqualificação e inversão
Se surge uma notícia (denúncia) que não seja favorável aos seus aliados de momento, a emissora corre logo para desqualificar a denúncia e provar que não é verdade o que está sendo denunciado.

A Rede Globo pode até inverter a situação, acusar quem fez a denúncia e provar a inocência do denunciado.

Na Operação Monte Carlo está bem claro este processo.

Pegaram o Deputado Protógenes Queiroz e começaram a acusar a pessoa que primeiro quis investigar numa CPI o Cachoeira e suas ilicitudes e tentaram incriminá-lo como parte integrante do grupo do contraventor.

O Deputado Protógenes Queiroz [foto] foi até processado pelo PSDB, para tirá-lo das investigações da CPMI do Cachoeira, e absolvido por falta de provas, pelo Conselho de Ética da Câmara por 18 votos contra 1.

14.1. Desfocalização e inversão
Um truque onde quem promove a investigação, por exemplo, de uma corrupção é quem a emissora tenta colocar no centro das denúncias, tornando os verdadeiros corruptos personagens menores.

Neste caso, o que é essencial da notícia vira secundário e o secundário da notícia vira o carro chefe do noticiário.

O atual Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad [foto] do PT (o partido mais inimigo da emissora dos marinhos) criou a Controladoria Geral do Município (CGM), um órgão independente e com plenos poderes.

Segundo lemos na internet: “o órgão terá status de secretaria e vai auxiliar diretamente o prefeito no controle interno da máquina administrativa e também em prevenção e combate à corrupção no poder público municipal” - retirado do site JusBrasil.

Essa controladoria descobre que havia na administração anterior ao mandato de Haddad na Prefeitura uma máfia de fiscais ligados à Secretaria de Finanças, onde se fez a cobrança de propina de construtoras em troca da liberação do termo de quitação do ISS, o Imposto Sobre Serviços, com valores muito abaixo do real. Sem esse documento, as construtoras não conseguiriam o Habite-se.

A CGM descobriu que os bens declarados desses funcionários (fiscais) concursados da Prefeitura eram incompatíveis com os seus ganhos mensais e desencadeou-se uma quantidade enorme de notícias relacionadas ao assunto. Essa máfia trouxe de prejuízo aos cofres do Município um montante em torno de 500 milhões de reais.

Ronilson Bezerra [foto] foi considerado o chefe da máfia dos fiscais do ISS e era subsecretário de Mauro Ricardo, este, indicado Secretário das Finanças do Município por José Serra do PSDB (Partido mais aliado da emissora) em 2005, quando José Serra se elegeu Prefeito da cidade.

A máfia atuou no período da gestão SERRA/KASSAB.

Porém, apareceram duas denúncias contra o Secretário das Finanças Antonio Donato, Secretário do atual Prefeito Fernando Haddad.

Uma através de uma interceptação telefônica, nesta, onde ele foi acusado por Vanessa Alcântara [foto], que se apresentou como ex-mulher de um dos fiscais da máfia do ISS, de ter recebido em 2008 duzentos mil reais para sua campanha eleitoral,

E outra, relatada pelo Fiscal Eduardo Barcellos, da máfia do ISS, através do benefício da delação premiada, de que o Secretário Donato recebia uma mesada de 20 mil reais quando ainda era vereador e cuidava da transição de Governo (de Kassab para Haddad).

Portanto, uma pessoa que se apresenta como ex-mulher de um dos fiscais da máfia do ISS e um dos fiscais da máfia do ISS ajudaram na inversão do foco da notícia: a desfocalização.

A questão central: os 500 milhões desviados dos cofres da Prefeitura na gestão passada, que durou 8 anos, perderam a centralidade da notícia, e a palavra da ex-mulher e do fiscal colocaram o Secretário de Haddad e a administração atual (com 10 meses no cargo) no centro da notícia.

O Prefeito atual e a sua administração tornam-se questionados, pelas palavras dos que estão sendo investigados, a corrupção da Secretaria de Finanças da gestão SERRA/KASSAB [foto] é colocada em segundo plano e a administração que cria a Controladoria Geral do Município e que investiga, descobre e denuncia diversas pessoas por esse rombo de 500 milhões nos cofres da Prefeitura paulistana vira notícia e de forma negativa, como, corrupta, também.

Ao invés de se valorizar a coragem da investigação e lutar para a elucidação plena das investigações e prisão dos fiscais e funcionários da Prefeitura corruptos, tenta a emissora colocar todos na mesma barca, quem investiga e descobre a roubalheira e quem é ladrão.

E, lógico, buscando nenhuma associação com um aliado político da emissora, omite-se o nome de quem indicou o Secretário de Finanças, secretaria, onde, atuavam os fiscais da prefeitura da máfia do ISS.

Afinal quem colocou o Ex-Secretário lá foi José Serra, um dos principais aliados políticos da emissora e do partido mais aliado da emissora: o PSDB.

14.2. Desfocalização com exumação.
Este truque consiste em tirar do foco de uma denúncia de corrupção, disfarçadamente, os aliados da emissora que ainda estão em atividade na Política e aproveitar o Político afastado ou já falecido, este, não pode nem se defender, para imputar a(s) culpa(s).

No escândalo das licitações fraudulentas do Metrô de São Paulo, que duraram quase 20 anos, três Governadores do PSDB, nesse período, estiveram à frente do Governo Paulista: Mário Covas, Geraldo Alckmin, José Serra.

Mário Covas [foto] já é falecido. O que faz o noticiário da emissora?

Uma corrupção que perpassa três governadores diferentes é desfocada, como sendo praticada, quase que exclusivamente, no primeiro Governo do PSDB; exumasse o corpo de Mário Covas e pronto.

E por que, assim? Porque o ex-Governador Mário Covas, já falecido, não tem como se defender.

Imputa-se a culpa em uma administração distante no tempo 20 anos, onde boa parte dos integrantes já está separada da vida política, alguns desses integrantes já falecidos: como é o caso do governante “supostamente corrupto”.

E se livra a barra dos políticos aliados da emissora, ainda em atividade.

A corrupção que dura 20 anos é tida como algo que seus aliados políticos vivos não sabiam que existia, não perceberam que continuou ocorrendo pós o término do mandato do governador falecido em 2001, mais de 12 anos atrás.

14.3. Desqualificação com mudança de foco
Se não tem como envolver seus opositores na denúncia com provas robustas, cria-se outra denúncia explosiva, mesmo sem prova alguma, e centram todas as reportagens nela. Até o esquecimento quase total da denúncia com provas robustas. Um exemplo foi no período de efervescência da Operação Monte Carlo.

A Rede Globo começou com uma série de denúncias contra o governo do Rio de Janeiro na área de Saúde, por causa de contratos irregulares. O intuito foi para desviar o foco da Operação que prendeu o Carlinhos Cachoeira, pois, as investigações acertavam em cheio seus aliados políticos.

Passou-se um ou dois dias, e se descobre, por exemplo, que uma das empresas beneficiadas por estes contratos iniciou suas atividades de prestação de serviços públicos com o partido político aliado da Rede Globo.

Então, a emissora e suas denúncias foram minguando do noticiário. Sem, é claro, dizer que na cidade de São Paulo, por exemplo, quando o seu aliado maior na política atual, José Serra, era prefeito, a empresa que a emissora utilizou na acusação contra o Governo do Rio de Janeiro, teve, também, contratos.

15. Massificação
É o truque de capturar para si um evento que dê muita audiência e que está acontecendo em algum lugar ou até em vários lugares do País e do mundo para formar e informar a opinião pública.

A massificação procura cobrir, sem dar tréguas, um evento X, Y, Z, etc. por ser de interesse da emissora dos marinhos que a população se informe exclusivamente pela Rede Globo.

E por que se informar exclusivamente pela Rede Globo?

Porque as ideias veiculadas e as ações praticadas no evento não vão de encontro com os interesses da emissora e a classe social a que ela defende.

Com o público interessado no evento ligado no canal de TV da emissora fica mais fácil editar e manipular a informação.

É claro que uma fala ao vivo é, praticamente, impossível de ser editada.

Vou demonstrar abaixo que o controle da opinião pública pode iniciar-se no momento do evento para se tornar a emissora a suposta “porta-voz oficial” do evento e seus desdobramentos.

A intenção principal da Rede Globo com a massificação é controlar o fluxo de informação presencial e futura (na futura: editar, negligenciar e manipular informações se torna um simples querer).

Notemos que nos dias de hoje a importância e a audiência possível de um evento é externa à emissora por causa da internet. Se a emissora dos marinhos chegar atrasada na cobertura de um evento que for contrário aos seus interesses particulares e a classe social que a Rede Globo representa como ela poderá editar e manipular o evento, garantir a audiência para si?

Ficará complicado, porque outro meio de informação poderá formar e informar a opinião pública. E dar uma visão distinta da desejada pela emissora e não mais ser possível o controle da opinião pública pela emissora dos marinhos.

Nos tempos antigos, pré-internet acontecia de a emissora negligenciar informações de eventos importantes, porque ela tinha hegemonia plena da informação, quase todo brasileiro se informava sobre o Brasil e o Mundo pela emissora.

Assim, aconteceu nas Diretas Já [foto] e no impeachment do ex-presidente Fernando Collor, a História nos conta, de a Rede Globo se render aos dois eventos apenas perto de seus términos.

Hoje se torna preciso participar de tudo o que a emissora possa considerar subversivo, contrário a sua visão de mundo e seus interesses particulares porque o evento com ou sem a sua cobertura será divulgado, assistido, terá grande público e será comentado.

Exemplos práticos de massificação são as passeatas com protestos e a visita do Papa Francisco.

Passeatas
Quem acompanhou as passeatas de junho de 2013 viu que o MPL [Movimento Passe Livre], grupo inicial das passeatas, defendia o Passe Livre e discursava para que se diminuísse o lucro das empresas de transporte como forma de diminuir o preço das passagens de ônibus, trem e metrô.

Este é um discurso de esquerda (politicamente), então, a Rede Globo se viu obrigada a encampar as passeatas e a passar a acompanhar diariamente e por horas seguidas os jovens nas ruas, até deixando de lado as novelas da emissora para dar a sua versão dos fatos que aconteciam.

E o que fez então?

Editou o conteúdo das passeatas, relatando uma realidade, diversa da real (das ruas), incentivando seu telespectador jovem a participar, incluindo então: as reivindicações que eram úteis à emissora, seus aliados políticos e as classes sociais que representa.

De repente, PEC 37, corrupção, partidos políticos e políticos eram pautas, segundo a Rede Globo, das passeatas e não apenas a revogação do aumento das passagens de ônibus, metrô e trem e o passe livre.

Massificou na cobertura das passeatas a ideia de que os jovens do país todo foram às ruas para demonstrar suas insatisfações para com a política. Pequenas parcelas de jovens de algumas cidades tornaram-se grandes parcelas de jovens do Brasil todo, na massificação da notícia.

É o truque do tostão que vira milhão, se eu disser que é milhão. E do milhão que vira tostão.

Na passeata dos médicos na avenida Paulista em São Paulo [foto], contra o Programa Mais Médicos e a contratação de médicos estrangeiros para trabalhar no Brasil em cidades e regiões do Brasil onde faltam médicos residentes havia 500 pessoas, na edição global tinha-se 2000 mil pessoas.

Papa Francisco
Com o Papa aconteceu igual. A Rede Globo ficou horas e horas seguidas televisionando e informando tudo o que o Papa Francisco fez no Brasil e quis controlar a opinião pública.

O Papa Francisco [foto] tem um discurso social progressista e mais agradável à esquerda (se pensarmos no espectro político), quando fala de questões sociais: desapego material, simplicidade, humildade, erradicação da pobreza, etc.

A Rede Globo precisou produzir uma quantidade significativa de informação sobre o Papa Francisco e diversificada, para garantir que a audiência ficasse na emissora e ela pudesse, ao máximo, pautar e informar a opinião pública.

Tentou assim, controlar os meios de informação sobre as ideias e ações do Papa Francisco no Brasil.

E tenta se passar agora, como a “porta-voz oficial” de Sua Santidade.

Tentou capturar para si a visita do Papa Francisco e agora pode, na lógica da emissora, selecionar o que é inofensivo divulgar, o que se deve editar e o que não se deve mostrar das pregações e ações do Sumo Pontífice.

Afinal, a opinião pública, segundo a lógica da emissora dos marinhos, irá buscar informações do Papa em seus meios de comunicação: rádio, TV, jornal, revista e portal da internet por ela passar a ideia de ser a “porta-voz oficial” de Sua Santidade no Brasil.

16. Decantação
É o truque do autoelogio entre os jornalistas e analistas da própria Rede Globo diante de uma reportagem ou entrevista da própria emissora. Um programa dentro da programação da própria emissora para elogiar a própria emissora.

Na visita do Papa Francisco ao Brasil [foto] um Repórter da emissora conseguiu entrevista exclusiva com o Sumo Pontífice.

Parte da equipe de profissionais da área de jornalismo da emissora participou de um programa para elogiar a entrevista do Repórter com o Papa Francisco.

É a decantação.

Prática comum na emissora em áreas outras, como a do entretenimento, quando, por exemplo, se mostra a história de vida de um artista contratado da emissora através de outros artistas e funcionários contratados da emissora, sendo de fora dos quadros de contratados da emissora, quase que exclusivamente, familiares e amigos que não sejam contratados de outros canais de televisão.

O truque da decantação é utilizado para valorizar a própria emissora, seu quadro de artistas e sua programação e alavancar a audiência da Rede Globo.

Quem vai ser homenageado ou vai falar do artista homenageado pode estar prestes a realizar uma novela, um novo programa na Rede Globo ou pode estar ali porque se quer melhorar a audiência de uma novela ou de um programa da emissora.

17. Associação
Muito comum esta ação.

Consiste em combinar ou simplesmente repercutir reportagem da mídia aliada, abrindo uma ótima pauta para atacar os opositores da emissora, o inimigo em comum.

Por exemplo, a revista Veja solta uma reportagem, então os meios impressos e sites, as rádios e a TV das Organizações Globo amplificam a reportagem durante o dia, iniciando um processo de chamamento para que nós assistamos seus telejornais, principalmente o Jornal Nacional, onde a audiência é a maior de todas e a notícia surgirá com a maior força possível.

Assim, a denúncia fica amplificada e em toda parte se repercute o que foi noticiado.

Pode haver a associação com um político, também, via horário eleitoral. Esta é uma técnica que consiste em jogar uma matéria no Telejornal da emissora e que o político associado à emissora, está pronto para repercutir, seja matéria em seu favor ou contra os adversários da emissora e do político.

Na eleição para Presidente de 2010 ocorreu, algumas vezes, em horário nobre.

E por que o político está pronto para repercuti-la? Porque a matéria foi feita por ambas as partes: emissora e político associado.

18. Organização
É o truque de como aparecem as reportagens, no decorrer do telejornal.

Conforme as notícias vão se sucedendo no telejornal da emissora você observa que existe uma organização precisa do encaixe, numa sequência programada, das notícias X, Y e Z.

As notícias estão divididas em três grupos:

Grupo 1: As favoráveis aos Governos, à ideologia (visão de mundo) e classe(s) social(is) que a Rede Globo apoia;

Grupo 2: As notícias desfavoráveis aos Governos, à ideologia (visão de mundo) e classe(s) social(is) que a Rede Globo não apoia.

Grupo 3: As notícias que aparentemente não precisam de um viés positivo ou negativo. Por exemplo: notícias do futebol e da previsão do tempo.

Ápices, quedas, clímax, anticlímax, última notícia favorável ao lado que apoia ou desfavorável a quem não apoia são observados no decorrer da apresentação do telejornal.

Todos estes truques abaixo e outros mais sintetizam as técnicas possíveis para a organização dos telejornais diários da Rede Globo de Televisão:

A) Os temas jornalísticos abordados no dia e as omissões de temática que a internet desmascara;

B) A escolha das notícias positivas e negativas;

C) O tempo de exposição das notícias positivas e negativas de seu inimigo político ou de classe social;

D) O tempo de exposição das notícias positivas e negativas de seu aliado político ou de classe social;

E) O tom da fala e a fisionomia do(s) apresentador(es) e dos repórteres;

F) A escolha vocabular. Linguagem menos polida ou mais polida conforme a situação.

G) A imagem mais clara ou a imagem mais escura de uma reportagem, de uma entrevista, os flashes, os closes, a situação mais alegre ou acuada de uma pessoa que a emissora torna notícia, a omissão, desvalorização ou valorização da imagem dos personagens da notícia;

H) Os elogios escancarados, as críticas veladas;

I) O tom das matérias: mais policialesco, de denúncia, acusatório, mais sério, mais fúnebre ou mais amigável, parceiro e até festivo em determinadas situações conforme a situação (dentro da lógica amigo e inimigo da emissora) seja pelo lado político, ideológico (visão de mundo) ou de classe social;

J) A maior exposição ou menor exposição do indivíduo A em relação ao B para dar explicações de uma denúncia qualquer conforme a necessidade particular da emissora; etc.

18.1. Permutação
É o truque de alternar notícias positivas e notícias negativas de diferentes temas.

Positivas de seus aliados políticos e negativas de seus inimigos políticos.

Aqui aparecem diferentes notícias de temas distintos num telejornal da emissora no dia X: saúde, educação, transporte, violência.

Então se organiza, por exemplo, o Jornal Nacional com uma notícia de saúde desfavorável aos governos que a emissora não apoia e segue na sequência uma notícia favorável sobre um projeto educacional daquele governo que ela apoia.

E o telejornal se constrói dessa maneira, entre notícias positivas e negativas, sempre com tudo calculado e termina o Jornal Nacional escolhendo se vai encher a bola do seu aliado político ou rebaixar a credibilidade política de seu inimigo ideológico.

A Rede Globo pode bater por 18 minutos seguidos no inimigo político dela, como aconteceu no auge do Julgamento do “Mensalão” em outubro de 2012 e ainda a seguir, cortar para outra notícia e elogiar uma ação do seu aliado político, com toda a pompa é claro, e terminar o seu telejornal batendo, novamente, no seu adversário político, tudo sem nenhum constrangimento e quase sem nenhuma chance de defesa de quem ela veicula notícias negativas por quase todo o tempo do telejornal.

A última notícia com diz a gíria: “é para acabar de chutar cachorro morto”.

A partir da duplicação ou comparação - tópico abaixo -, se pode mostrar a organização dos telejornais da Rede Globo de Televisão na prática.

18.2. Duplicação ou comparação
É um truque semelhante à permutação, mas com o ingrediente de duplicar notícias de um mesmo tema no mesmo telejornal, por exemplo: saúde, educação, transporte, segurança, corrupção, etc. e dar enfoques distintos para cada uma.

A emissora mostra uma reportagem, por exemplo, sobre segurança, onde seu aliado político aparece realizando ações concretas e benéficas para a população e, depois, coloca outra reportagem sobre segurança, onde busca passar a ideia de que seu inimigo político não age com competência e existem falhas em suas atividades administrativas, mesmo que a reportagem do seu inimigo político não condiga com a verdade, mesmo que seja produzida sem cuidado, apenas para uma confrontação entre políticos, mesmo que seja uma reportagem requentada, tudo posto para a manipulação do seu telespectador.

É uma técnica que visa a comparação de ações, dizendo da competência de um e da incompetência de outro.

Em férias viajava pelo Paraná e no almoço a TV estava ligada no Jornal Hoje da afiliada da Rede Globo: RPCTV.

Ao assisti-lo ficou bem clara a organização do telejornal Hoje em benefício do Governador Beto Richa [foto], seu aliado político.

A Polícia Civil do Governo deste político havia prendido, naquele dia, 18 pessoas, entre elas, dois delegados acusados de extorsão na Operação batizada de Vortex, e a emissora tratou do tema combate à corrupção no telejornal daquele dia com toda a pompa, entrevistou até um dos delegados acusado de corrupção: selecionou o Delegado, por ser meio esquisito o sujeito e fora do padrão, para entrevistar e mostrar imagens: sujeito meio gordinho, espinhas na cara, barbudo e malvestido.

O Governador foi entrevistado, também, no começo do telejornal, num iluminado close de sua face, barba feita, terno alinhado e diante das câmeras e dos flashes bradou contra a corrupção.

A fala dele creio que seja esta: - se as investigações comprovarem as irregularidades, os policiais envolvidos serão punidos rigorosamente.

Busquei a fonte da fala via internet em texto escrito, não encontrei o vídeo de sua fala.

Em seguida outra notícia mostrou grades avariadas na Ponte da Amizade [foto] que liga Foz do Iguaçu à Ciudad del Leste no Paraguai.

Segundo a notícia as avarias formam buracos por onde se jogam muambas pelos vãos com destino ao Brasil.

Uma informação importante. A Polícia Federal estava realizando no dia do telejornal uma grande operação de fiscalização das fronteiras brasileiras para apreensão de armas, drogas, remédios falsificados, etc. e que duraria 45 dias [foto].

Todos os ônibus que peguei na viagem próxima à fronteira foram parados para revista da Polícia Federal ou Rodoviária Federal ou Rodoviária Estadual (no total de sete vezes).

A emissora não noticia (omite) a Operação da Polícia Federal, apenas disse que as grades da Ponte da Amizade estão avariadas, o que possibilitaria o contrabando, e entrevistou numa sala escura um desconhecido membro do Ministério Público Federal dizendo que o Governo Federal tem um projeto de modernização da Ponte da Amizade, mostrou até uma maquete.

Depois, o que fez a emissora? Voltou com a notícia do Governador e a Operação Vortex que prende “corruptos” (na verdade acusados de corrupção) e dá-lhe valorização do aliado Político.

O clássico: - voltamos a falar diretamente... E o telejornal termina com um auge, repetindo a notícia da ação do Governador aliado prendendo “corruptos”.

Assim se deu o Telejornal: clímax: notícia positiva (aliado), anticlímax: notícia negativa (opositor), clímax: notícia positiva (aliado).

O que aconteceu nesta organização do telejornal?

Falou-se positivamente de seu aliado político, colocando ele como personagem central do noticiário, alguém que age de prontidão e com eficácia - seu honesto e trabalhador governo prende delegados e outros funcionários ligados à Polícia Civil acusados de corrupção;

Depois se falou negativamente de seu inimigo político, colocando sua Polícia, a Federal (o Governo Federal atual é seu inimigo político) como omissa para com as avarias na Ponte da Amizade [foto] e o contrabando e que o Governo inimigo tem um projeto para revigorar a ponte, mas, sabe-se lá quando irá realiza-lo;

E volta a falar das prisões de delegados e outras pessoas da Polícia Civil do Paraná, acusadas de corrupção, Polícia Civil comandada pelo Governador paranaense, seu aliado político, e termina o telejornal enchendo a bola do Governador Beto Richa.

Seu aliado político foi tratado com respeito, com luzes claras, como sujeito que age e deram voz para o aliado dizer da ação da Polícia Civil do Estado do Paraná, afirmando que se as irregularidades forem comprovadas haverá a punição imediata dos acusados.

De seu inimigo político foi omitida toda uma Operação na Fronteira contra o contrabando de armas, drogas, remédios falsificados, etc., e entrevistaram, para mostrar imparcialidade, um membro desconhecido do Ministério Público Federal em uma sala escura dizendo que há um projeto de modernização da Ponte da Amizade sem previsão de quando será feita esta modernização.

O Governo Federal foi colocado como alguém que não faz as coisas que deveria fazer, através de sua Polícia Federal e vive de projetos e maquetes sem realiza-los.

É muito provável que tudo foi combinado entre a assessoria do Governador e a emissora, para a edição precisa de o telejornal acontecer. Tudo preparado à perfeição, repórteres na hora exata nos locais exatos, Governador discursando e matéria negativa pronta, do inimigo político com a omissão da significativa Operação da Polícia Federal nas fronteiras que ocorria naquele dia, com uma entrevista gravada de membro do Ministério Público para a notícia negativa se processar.

A notícia da ponte pode ter sido reprisada, estava lá para existir o truque da duplicação ou comparação.

A emissora não iria dar valor à Operação da Polícia Federal, esta se omite, e como contraponto coloca a Operação de prisão de membros da Polícia Civil de seu aliado político.

Uma Polícia, a Federal, inoperante; outra, a Polícia Civil do Paraná, trabalhando para defenestrar a corrupção de seus quadros.

Um mesmo tema duplicado e comparado com distintas abordagens e se dá a organização do telejornal da emissora.

Outras notícias estão presentes no telejornal e são todas coadjuvantes do enredo montado milimetricamente para seu telespectador assistir e ser manipulado.

Fonte:
http://jornalggn.com.br/noticia/os-truques-da-edicao-jornalistica-da-globo?page=1

Nota:
A inserção das imagens, quase todas capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, pois inexistem no texto original.


Publicado anteriormente:
- OS TRUQUES DA EDIÇÃO JORNALÍSTICA NA REDE GLOBO -  Parte 1
- OS TRUQUES DA EDIÇÃO JORNALÍSTICA NA REDE GLOBO -  Parte 2

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Os truques da edição jornalística da Globo - Parte 2/3

09/12/2013 - Alexandre Tambelli - GGN

Comentário ao post "Globonews e o professor Sami Dana, da FGV: o uso do ambiente leigo para o exercício da inveja acadêmica"

A verdade é uma só!
Nunca dê entrevista, nunca assista a Globo News e jamais acredite em nada  do que é veiculado neste canal e nem dê audiência para nada que seja vinculado às Organizações Globo.

Excetuando o caso do Sportv por uma questão de ser quem transmite eventos esportivos, como o Campeonato Brasileiro, e não temos como fugir da emissora, pela exclusividade da transmissão.
Tudo na Rede Globo é uma enorme farsa.

Vou repostar aqui meu texto: Os Truques da Edição Jornalística na Rede Globo.

Versão atualizada em 17/11/2013.

OS TRUQUES DA EDIÇÃO
JORNALÍSTICA NA REDE GLOBO
Parte 2

4. Divisão
Outro truque da Rede Globo é o truque da divisão.

Ela coloca o Brasil, quando não gosta de uma decisão do Governo Federal em âmbito internacional, ao lado dos países que ela considera ser ditaduras, sempre as mesmas: Cuba, Venezuela e Bolívia (principalmente estes) + o Irã e a Coréia do Norte, países da Ásia.

Em um assunto que casa as posições desses países e a do Brasil, dá-lhe divisão. De um lado a Europa, os Estados Unidos e o Japão; do outro o Brasil e as supostas ditaduras.

Pense em qualquer tema: o Irã e a bomba atômica.

Quando o Brasil, no Governo LULA, defende que o Irã poderia utilizar a energia nuclear para fins pacíficos, fomos colocados no grupo dos países que defendem ditaduras e citaram os três países de sempre, como, também, partidários do direito do Irã utilizar do enriquecimento do urânio para a produção de energia nuclear.

Nesse truque existe a omissão inclusa.

Países como Israel, já possuem, até a bomba atômica, e são uma ameaça à paz no Oriente Médio, e não existe nenhuma menção do fato e grita para com eles, talvez, porque são aliados dos Estados Unidos.

É clássico o que vou dizer: em países da África e a da Ásia há ditaduras. Se forem aliados os seus Governantes aos Estados Unidos, mesmo que seja uma ditadura sanguinolenta, a Rede Globo não coloca estes países no grupo seleto das ditaduras, omite ou fica do lado do Ditador.

E a técnica da divisão tem o truque da não citação.

Se Países de distintas bandeiras políticas possuem uma posição semelhante em determinado assunto e a Rede Globo tem outra, se calhar de fazer uma reportagem dirá assim: Brasil, Cuba, Venezuela, Grécia (está caindo pelas tabelas, inclui para dar um ar de diversidade) são favoráveis; Japão, EUA, Dinamarca são contrários.

Só que no grupo em que se encontra o Brasil, podem estar: França, Alemanha, Canadá e a Rede Globo engambela quem assiste o seu telejornal, omitindo a informação. Fica sempre parecendo que o Governo do PT (seu opositor ideologicamente) está do lado de ditaduras e/ou de países subdesenvolvidos.

5. Acusação
A emissora decide fazer uma acusação grave contra uma pessoa, partido político, etc.

Exemplo: um Ministro de Estado.

O acusado se tem direito de resposta, não é o último a falar. Vem depois dele a personalidade que respalda a acusação.

Geralmente, colocam um político da oposição.

As figuras “carimbadas” - os “supostamente” paladinos da moralidade e incorruptíveis, de sempre, aqueles políticos que vivem dos holofotes da mídia, para referendar a matéria acusativa (até serem desmascarados, como é o caso do Demóstenes Torres). [foto, ao lado o bicheiro Carlinhos Cachoeira]

O acusado, por exemplo, de corrupção, está, quase sempre, numa pose desesperada e quem respalda a notícia (o último a falar) muitas vezes aumenta a voz e diz: - são fatos gravíssimos e devemos apurar o mais breve possível!

Já parece, de antemão, o julgamento final e a culpabilidade do acusado (hoje, o porta-voz oficial e principal da moralidade é o Senador Álvaro Dias do PSDB). [foto]

6. Reputação
É clássico na emissora o derrubar de reputações por interesses escusos. Eles dão aos seus opositores políticos um tratamento desrespeitoso.

Quando quiseram atingir o Governo Dilma, as ONGS e por tabela o PCdoB (Partido Comunista do Brasil), dá-lhe atacar o Ministro Orlando Silva por todos os lados, sem nenhuma prova contundente, tanto é que o Ministério Público Federal arquivou o processo contra o ex-ministro dos Esportes por falta de provas.

É interessante, que jogam a reputação da pessoa e até de seus familiares se preciso for, de partido político, País, etc. no chão, sem o menor constrangimento.

E qualquer acusado fica marcado como corrupto e mesmo que consiga provar sua inocência e honestidade a Rede Globo não faz nenhuma retratação pública.

No quesito reputação é praxe se dizer: Fidel Castro, Evo Morales, Hugo Chaves (já falecido) são uma ameaça para a Democracia. Insistem, nos mesmos inimigos, dia e noite.

E vivem propalando que qualquer tentativa de se buscar uma moralização da profissão de Jornalista em suas redações, tendo um código de ética e conduta, tendo uma Lei que garanta ao acusado, o direito de resposta às acusações inverídicas; que as reportagens se pautem pela verdade dos fatos e que sejam realizadas de uma maneira correta, sem ilicitudes, com o equilíbrio da informação, não tendendo a mostrar a ilicitude só de seus opositores seria um cerceamento à liberdade de expressão e uma afronta à democracia.

7. Investigação
Quando um político opositor aos seus interesses é acusado de algo, imediatamente a Rede Globo repercute, investiga e condena de antemão; mas quando se trata de um aliado político ela não condena, de antemão, e coloca alguém para falar: - só ao término do inquérito policial, do Processo na Justiça é que poderemos dizer se o Réu é culpado ou inocente.

Geralmente, a emissora, desqualifica a denúncia e dá toda voz do mundo para o acusado se defender.

8. Postergação
Um fato de relevância pulula no País e investigações e mais investigações acontecem.

A população toma partido e fica do lado da oposição às suas convicções e parceiros, a Rede Globo finca o pé nas suas convicções até o instante que não dá mais para segurar, então, ela posa de partícipe da causa defendida pela população, a um bom tempo.

Nas Diretas Já e no impeachment do COLLOR demorou a estar do lado vencedor.

E será assim, em qualquer investigação do Ministério Público e das Policias Federal e da Civil dos Estados, e condenação do STF de seu(s) aliado(s).

Quando ela sentir que não dá mais para defender o indefensável, irá posar de defensora da verdade desde o limiar do fato e execrar (fazer de conta que nem conhece) todos os culpados, que até bem pouco tempo, eram defendidos ardorosamente.

Um caso recente de postergação.

No caso da juventude do MPL (Movimento do Passe Livre) a Rede Globo foi de um extremo ao outro em poucos dias.

De jovens baderneiros para jovens idealistas. E terminou com repórteres à paisana, sem identificação de trabalharem para a emissora.

Terminou com medo dos manifestantes e até com medo de ser pedido que seus repórteres saiam da cobertura do evento ou que a emissora seja hostilizada por quem participa das passeatas. Passou a transmitir de helicópteros e estúdios.

Busca de dividendo político e particular, certamente, é a razão pela mudança repentina de postura. O apoio chegou após mais de uma semana depois das passeatas dos jovens por todo o Brasil.

9. Apropriação e desapropriação
Consiste na repentina mudança de posicionamento diante de um fenômeno que vem das redes sociais para as ruas, que possa nascer, tão somente, das ruas e o jornalismo da emissora vê na apropriação desse fenômeno e mostra-lo com “suposto” envolvimento uma chance de ter dividendos políticos e benefícios para si e seus aliados.

As passeatas apartidárias do MPL (Movimento do Passe Livre) são um exemplo perfeito.

Houve a possibilidade de a emissora mostrar as manifestações de uma juventude lutando pela diminuição das passagens de ônibus trem e metrô.

Afinal se o MPL é um movimento apartidário e que não veicula bandeiras de partidos políticos e movimentos sociais, tornam-se, então, valiosas, as imagens para o jornalismo da emissora.

Se tivesse bandeiras de partidos de esquerda e de movimentos sociais a Rede Globo não mostraria as passeatas, induzindo a ideia de calmaria e civismo absoluto como fez, porque os beneficiários das imagens seriam seus inimigos políticos.

Quando a emissora sente que já não cabe mais o apoio às passeatas ela ao bel-prazer recomeça a criticar a quem deu seu apoio repentino, a não mais mostrar as imagens que lhe foram úteis em determinado momento. Lembra um pouco o tópico 1.3. Seleção do momento de exposição e o tópico 10.1. Apartação.

9.1. Editoração, falsificação e inclusão

9. 1.1. Editoração
Consiste em modificar a realidade de um acontecimento, mostrando apenas imagens que lhe são favoráveis e reportando ao seu telespectador uma verdade que é sua, não a verdade dos fatos.

Nas passeatas do MPL, por exemplo, as faixas de fora Rede Globo foram omitidas das imagens transmitidas ininterruptamente pela emissora.

Lembremos que as reivindicações dessa juventude, apesar do apartidarismo do movimento é pauta de esquerda e a emissora não se deu ao trabalho de informar seu telespectador.

9.1.2. Falsificação
Consiste em transformar a real intenção de um fenômeno social.

O MPL nas ruas luta pela revogação do aumento das passagens de ônibus, trem e metrô e pelo passe livre.

A emissora, ao se apropriar da manifestação quis passar a imagem que esses jovens estavam indignados com os Governantes, os políticos, os partidos políticos, a Política e bradando palavras de ordem contra a corrupção no País.

E, subliminarmente, sobrou para a Presidenta da República, que vira a responsável por tudo o que acontece nessas manifestações pelas ruas do País.

9.1.3. Inclusão
Consiste em inserir novas pautas num movimento social e coloca-las em evidência.

O MPL briga pela revogação do preço das passagens de ônibus, trem e metrô e pelo passe livre.

De repente, com a apropriação das passeatas pela Rede Globo de Televisão o MPL “supostamente” briga contra a aprovação da PEC-37, taxada como Lei da Impunidade, porque tira do Ministério Público o poder de investigação criminal, luta contra a corrupção, contra os gastos com a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil e tudo o mais brigaria, na editoração e falsificação do movimento.

Quem viu as imagens e fotos do MPL nas ruas, percebeu que o cartaz contra a PEC-37, empunhado por algum jovem, estava ao fundo, em evidência.

10. Recriação
Consiste em amoldar a imagem do entrevistado. Pelo conteúdo das perguntas o entrevistador vai moldando personalidade outra do entrevistado.

Exemplo prático.

Um político vai dar uma entrevista para a emissora e quem o entrevista começa a transformar o entrevistado em um crítico dos aliados políticos do próprio político e a defender os interesses da emissora, inadvertidamente e sem que o entrevistado, muitas das vezes, se dê conta.

Isto se dá com o desenrolar da entrevista ou pela edição das imagens – quando não é entrevista ao vivo, das falas do entrevistado ou pelo direcionamento das perguntas, aqui com o interesse de direcionar a fala do entrevistado sempre na direção das respostas que o jornalismo da emissora quer.

Anda meio escassa a recriação, porque a emissora dos marinhos, praticamente não abre mais espaço para vozes dissonantes às ideias (ideologia) que ela defende, em seus programas de entrevista.

10.1. Transmutação
Consiste na mudança de foco repentina de uma entrevista, devido à resposta, ou opinião do entrevistado. Vale mais para assuntos polêmicos sobre Economia, Sociedade, Política, Brasil e Mundo, etc.

Exemplo prático.

Quando a Fátima Bernardes [foto] entrevistou em seu programa uma representante do MPL (Movimento do Passe Livre) e a jovem começou a falar que era necessário diminuir o lucro dos empresários das empresas de ônibus de São Paulo, como forma de abaixar os preços da passagem, a entrevistadora cortou logo o assunto e mudou o foco da entrevista.

O entrevistador pode transformar a pauta, pedir um comercial, mudar para outra atividade do programa e até continuar o programa de entrevistas e/ou entretenimento com outro convidado.

Por isto, que quase sempre, os programas de entrevistas da emissora têm mais de um entrevistado e se for programa de palco, várias atividades em conjunto.

Imagina o risco de apenas um entrevistado, sendo cara a cara, e ele se contrapor a opinião da emissora e não apoiar os interesses da Rede Globo. Às vezes acontece, mas é raro.

Para se evitar tal risco promovem-se programas com entrevistados com no mínimo duas pessoas, mesmo que selecionados a dedo, para não contradizer os interesses, ideologia e nem criticar aliados políticos da emissora.

10.2. Transformação. Este truque consiste na postura diferenciada da opinião, sempre pelo lado negativo, conforme a situação. Muito usual para com os adversários políticos.

Exemplo: se o Governo Federal (atual oposição à Rede Globo de Televisão) abaixa os juros anuais da taxa SELIC a emissora, através de um jornalista, comentarista, entrevistado ou reportagem, opina que pode gerar inflação, se aumenta os juros anuais da taxa SELIC um jornalista, comentarista, entrevistado ou reportagem diz que é prejudicial para indústria e o comércio.

Outro exemplo: Se o Governo não aliado propõe uma Reforma Política via Plebiscito e Assembleia Constituinte e a emissora crê que não é benéfico para ela e seus aliados políticos ela desmerece a ideia, mostra a inviabilidade da proposta através de reportagens de seus jornalistas e analistas e dos entrevistados que mostram a impossibilidade (neste caso, a inconstitucionalidade da proposta); porém, se o Governo não aliado não propuser uma Reforma Política a Rede Globo de Televisão pode criticá-lo por não realiza-la.

10.3. Indução
Este truque consiste em transformar a opinião pública em favor dos interesses políticos, ideológicos (visão de mundo) e particulares da emissora, quase sempre, contrários ao interesse do seu telespectador.

No exemplo do tópico 10.2. Transformação, que abordo a Reforma Política, fica bem clara esta técnica.

Imaginemos que seja irremediável uma Reforma Política, um Plebiscito e uma Assembleia Constituinte, a emissora que lutou contra a aprovação da Reforma Política e nos moldes que se dará, agora, tentará direcionar as escolhas do eleitor no Plebiscito e pressionará as votações da Reforma Política pelos constituintes, segundo seus interesses políticos, ideológicos (visão de mundo) e particulares. Reputações de pessoas honestas ameaçadas, certamente, nesse processo de pressão para que a Reforma Política vá de encontro aos seus interesses.

Por exemplo: a emissora dos “marinhos” vai mostrar e convencer, através de seus telejornais, jornalistas, comentaristas e entrevistados que o financiamento privado de campanha por empresários é uma medida sensata e que apenas o financiamento público de campanha não, porque é o dinheiro do contribuinte, arrecado através dos impostos, que financiará as campanhas eleitorais.

Tentará a emissora dizer que o Referendo é mais justo que o Plebiscito, dirá que a Reforma Política pode ser feita pelo Congresso Nacional que temos, o mesmo que ela colocou, diariamente, no imaginário do seu telespectador como sendo um Congresso onde a corrupção campeia.

A indução está presente em toda notícia veiculada em programas jornalísticos da Rede Globo.

A emissora não busca equilíbrio da informação mostrando os dois ou mais lados possíveis de uma situação concreta.

A emissora não prevê em seu jornalismo contrapontos, pontos de vista diferentes dos seus e não tem interesse em fazer o seu telespectador escolher o melhor caminho entre possibilidades.

A notícia chega pronta ao seu público, e caminha na estrada do pensamento único..., traduzindo, chega a notícia até nós a partir do posicionamento que convém à Rede Globo de Televisão defender em determinado momento.

Todas as notícias, todos os jornalistas e comentaristas e entrevistados estarão defendendo uma mesma ideia, uma mesma posição.

Então, a Reforma Política deverá ser a que os donos da emissora querem e não se terá, será rara, a possibilidade de opiniões diversas nos microfones da emissora, o que se pode definir como: formar o contraditório, o contraponto da notícia, da defesa de uma tese.

Opiniões diversas são caminhos que permitiriam o seu telespectador pensar, refletir entre possibilidades e escolher entre opções. Opinião única é entregar pronta a notícia sem que o telespectador precise pensar, refletir e escolher.

E seu telespectador acaba induzido a pensar que a informação ou opinião da emissora é a única correta, afinal só existe um lado para a notícia, o lado que interessa as Organizações Globo.

A Rede Globo diariamente busca o direcionamento da opinião pública para defender suas ideias e denegrir as ideias que não vão de encontro aos seus interesses. Transformação e indução são marcas inseparáveis e caminham juntas no cotidiano jornalístico das Organizações Globo.

11. Interrupção
Consiste na interrupção repentina de uma transmissão por causa do interlocutor estar falando sobre um assunto que não interessa mais aos interesses da emissora. Pode acontecer, também, ao se dar um aparte para outra pessoa.

A fala do interlocutor ou de quem foi concedido o aparte pode ser uma opinião comprometedora à emissora, pode conter uma crítica à emissora e até defender opinião diferente da emissora.

Então, se interrompe a transmissão com a entrada de um repórter ou a volta da transmissão para o jornalista que está no estúdio.

No “Mensalão” acontecia de ser interrompida a fala de um Ministro no Julgamento, quando este estava dando um parecer favorável aos acusados.

Ou seja, o contraditório sumia da emissora. As manifestações favoráveis aos réus não se viam ao vivo. Talvez, editadas depois.

A ideia unificada da condenação sem espaço para uma opinião diversa à condenação é uma marca do jornalismo da Rede Globo. Jornalismo de mão única e de uma só posição diante dos fatos.

Outro exemplo: Um Senador discursa (aliado político ou defendendo as ideias da emissora) e a emissora Globonews está ao vivo, de repente, um Senador oposicionista da emissora pede um aparte e é concedido; a emissora para não dar oportunidade de veicular a fala contraditória, a opinião diversa, do nada interrompe a transmissão e corta para o estúdio ou o repórter entra na tela e começa a dar uma informação outra.

Depois, a emissora volta ao pronunciamento do político aliado que, certamente, lhe é favorável.

12. Criação
Uma ideia, um personagem é criado no decorrer do tempo. Os dois, ideia e personagem caminham juntos.

A. Vai sendo moldada uma ideia: a do Mensalão do PT, do PT criador de dossiês contra a oposição, etc. Ideia - mensalão, personagem - PT.

B. Vai sendo moldado um político: Collor, o caçador de marajás; Serra, o grande gestor, criador dos medicamentos genéricos, etc.

Ideia - Caçador de Marajás, personagem - Collor[foto]
Ideia - grande gestor, personagem - Serra.

12.1. Apartação
A ideia e o personagem podem ser abandonados no decorrer dos meses, anos.

Exemplos clássicos de apartação: o caso do Ex-senador Demóstenes Torres e do Ex-senador José Roberto Arruda, além do Ex-presidente Fernando Collor, que de Caçador de Marajás virou um sujeito que realizava magia negra.

Do nada, a intimidade da emissora com o personagem desaparece e o mesmo some de seus holofotes.

Parece que o personagem só serve para garantir os interesses de momento da emissora, são como robôs, descarta-se se torna obsoleto.

E ao haver a apartação, outro personagem ocupa o espaço daquele que não serve mais à emissora.

Publicado anteriormente:
- OS TRUQUES DA EDIÇÃO JORNALÍSTICA NA REDE GLOBO - Parte 1

Amanhã publicaremos a 3a. e última parte.

Fonte:
http://jornalggn.com.br/noticia/os-truques-da-edicao-jornalistica-da-globo?page=1

Nota:
A inserção das imagens, quase todas capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, pois inexistem no texto original.