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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Multinacionais na mira da Cúpula dos Povos

[Equipe Educom: tanto quanto o anterior o texto adiante revela uma progressiva tomada de consciência pela sociedade civil. De que estamos falando? Quem são, pra valer, os verdadeiros vilões do meio-ambiente? São os mesmos que se apressam em entoar
o cântico que virou moda, seja benvinda a tal "economia verde"!

Essa é a falácia que ora se apresenta fantasiada de futuro sustentável. Na verdade almeja apenas continuar avançando sobre o que ainda resta dos recursos naturais do planeta (águas, florestas, o saber tradicional, a biomassa, etc.) para mantê-los à disposição das mega corporações multinacionais, ávidas por explorá-los de maneira privada e predatória, para benefício dos poucos proprietários e acionistas do velho e conhecido mercado global. No fundo no fundo, o mesmo ancestral discurso - mas com uma nova roupagem -, do ardiloso capitalismo, agora travestido e sedutor, todo encharcado de verde.] (Antonio Fernando Araujo)


20/6/2012 - Envolverde Rio + 20
por Mario Osava, da IPS

Rio de Janeiro, Brasil, 20 junho (IPS) – A Monsanto, a Vale e a indústria de agrotóxicos foram os alvos principais dos cerca de 2.000 manifestantes que ocuparam algumas ruas do centro do Rio de Janeiro, na noite de terça-feira.

A Monsanto mata gente, mata rio/ Agronegócio, a mentira do Brasil” foi um dos gritos do protesto.

O ato, convocado por movimentos sociais participantes da Cúpula dos Povos, teve uma maioria de camponeses e agricultores familiares provenientes de todo o Brasil e do exterior.

A canadense Judith Marshall, sindicalista de Toronto, trouxe denúncias do seu país e de Moçambique, onde morou por oito anos após a independência daquele país africano em 1975, contra os abusos da Vale. O ex-presidente da empresa, Roger Agnelli, chegou a ser conselheiro do governo moçambicano para assuntos internacionais e no Canadá a Vale enfrenta processos judiciais por práticas inseguras que teriam provocado várias mortes, informou.

Agricultor assentado da reforma agrária em Atalaia, no estado de Alagoas, Joelson Melquiades, protestou contra os agrotóxicos com uma mascara de proteção da boca e nariz, como muitos dos manifestantes. Sua roça de macaxeira, feijão, inhame e hortaliças, seguindo as orientações da agroecologia, sofrem a contaminação dos venenos agrícolas. Por isso ele e seus vizinhos condenam a monocultura da cana de açúcar presente nos arredores. Economia verde, em discussão na conferencia oficial da Rio+20 é “pura enganação”, sentenciou.

Shell, Syngenta, Bayer, Bunge, Nestlé, Petrobrás e até mesmo Natura, a indústria de cosméticos que aproveita insumos naturais, e se considera “verde”, foram duramente criticada por “explorar o trabalho feminino, o saber tradicional e bens comuns”, por oradores.

O movimento de oposição à hidrelétrica Belo Monte, no Xingu (PA), esteve presente com sete ativistas e desalojados. A Norte Energia, consórcio que toca a construção, “falou em indenização e reassentamento em 90 dias”, mas nada aconteceu, acusou Elisvaldo Gomes, um agricultor de Assurini, onde a família possui 50 hectares. Agora promete providencias para dentro de dois anos, sem indicar terras nem condições dos novos estabelecimentos rurais.

Sua colega da delegação de Altamira (PA), Ana Laida Barbosa, que trabalha no Conselho Indigenista Missionário (CIMI), se queixa da criminalização” com que Belo Monte reage contra “qualquer manifestação contraria”.

A passeata foi curta. Vindos do Aterro do Flamengo, onde se realiza a Cúpula dos Povos, os manifestantes se organizaram em frente ao Consulado dos Estados Unidos e se concentraram na rua seguinte, a Santa Luzia, no centro da cidade.

* Publicado originalmente no site TerraViva. (IPS)
 
Fonte:

Manifestantes denunciam “captura” da ONU por corporações

21/06/2012 - por Igor Ojeda
original publicado na Carta Maior

Rio de Janeiro - Ativistas de movimentos sociais e ONGs de todo o mundo realizaram nesta quinta-feira (21) um protesto em pleno Rio Centro, onde acontece a Rio+20, para denunciar a “captura do sistema das Nações Unidas pelas corporações”, refletida, segundo eles, no conceito de “economia verde” e na debilidade do Rascunho Zero, declaração do encontro acertada pelas delegações dos países participantes.

Três ativistas deram início ao ato vestidos como executivos e segurando um cartaz que continha o mapa do mundo rodeado por marcas de grandes corporações, como Coca-Cola, Nestlé e Bayer, e a frase Este é o mundo que compramos. Em seguida, juntaram-se a eles outros manifestantes – um pouco mais de 100 –, que começaram a gritar palavras de ordem contra a mercantilização da natureza e a “ilegitimidade” da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, nome oficial da Rio+20.

Após todos se sentarem, teve início o que eles chamaram de “Assembleia dos Povos”, daqueles que, de acordo com os manifestantes, são as verdadeiras vozes do mundo. “Nós, a sociedade civil, rejeitamos esse texto [o Rascunho Zero]. Ele não avança nem um centímetro. É falho em ambição e visão”, disse um dos ativistas.

A Rio+20 diz que a economia verde nos salvará. A economia verde é uma mentira, ela vende a natureza”, afirmou outro.

Para outra manifestante, as verdadeiras soluções para as diversas crises do mundo atual estão vindo da Cúpula dos Povos, que acontece paralelamente ao evento oficial. Grupos feministas, indígenas e representantes da sociedade civil de vários países também discursaram.

Por ter sido realizado em uma área de grande circulação – entre os pavilhões 3 e 5 do Rio Centro –, o protesto chamou bastante atenção. Por duas vezes, a segurança do evento solicitou que fossem para outro espaço; por duas vezes, o pedido foi recusado após votação.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Recursos naturais e dois mundos distintos

[Equipe Educom: optamos por colocar juntos esses dois artigos. Queremos mostrar ao leitor as maneiras distintas com que o mundo do capital das grandes corporações e a sociedade civil de ambientalistas, ecologistas e ativistas sociais se posicionam diante dos recursos naturais. De um lado a proposta de uma chamada "economia verde" que não esconde que tais recursos são um "capital natural ou fundamental", algo intrinsicamente associado a ideia de que são componentes de um patrimônio empresarial pelo qual é preciso zelar, desde que tal zelo não impacte a maximização do lucro, objetivo maior - sempre bom lembrar - de qualquer empreendimento capitalista.

Do contrário é explorá-lo até a exaustão, como fazem com as minas e com tudo o mais onde a escassez é a alavanca que valoriza a mercadoria e torna os ganhos mais robustos. Do outro a convicção de que a água, as florestas, o ar, as terras, a biomassa do planeta, sua biodiversidade enfim, são um direito, um bem comum do ser humano. Tais recursos finitos jamais deveriam ser propriedade de uma minoria que os explora em causa própria, conduz ao colapso ambiental pelo qual passamos e em momento algum contempla a melhor distribuição da riqueza, a eliminação da pobreza, uma equidade social enfim que associada a uma responsabilidade ambiental promova o desenvolvimento sustentável em outras bases, como almejam os opositores das soluções mercadológicas.

Assim o olhar de nossa Equipe se volta, não para o Rio Centro, mas para o Aterro do Flamengo, onde se pode ouvir a voz do bacharel em Ecologia e especialista em Gestão Ambiental Felipe Patela Amaral quando afirma que a força está nos locais de discussão promovidos pela sociedade civil. “É de lá que podem surgir as soluções. É ali que deve estar o foco dos meios de comunicação para que o tema ambiental tome a amplitude e maturidade necessária, ou que pelo menos os afetados pelos processos de exclusão socioambiental sejam ouvidos, colocando em descrédito as soluções de mercado”.]
 
 
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19/6/2012 - Setor financeiro abre as portas para o capital natural
por Fabiana Frayssinet, da IPS - Envolverde Rio + 20
 
Rio de Janeiro, Brasil, 19/6/2012 (TerraViva) – Diretores do setor financeiro de todo o mundo assumiram o compromisso de incorporar o conceito do “capital natural” em seus produtos e serviços, para defender um patrimônio que, segundo interpretam, tem que ter um preço para impedir maior devastação.

A Declaração do Capital Natural foi assinada por 37 máximos representantes de instituições bancárias, de seguros e de investimentos de 13 países, durante o Fórum Corporativo Sustentável, promovido pelas Nações Unidas como uma das atividades paralelas à Rio+20. A declaração sobre o capital natural é promovida pela Fundação Getulio Vargas (FGV), pela Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pela Global Canopy Programme.

O objetivo é entender e fazer entender que “ativos” como a água, o ar, o solo e as florestas são um “capital fundamental”, e como eles afetam os negócios das empresas, explicou à IPS Roberta Simonetti, coordenadora do Programa de Financiamento Sustentável da FGV. Em uma segunda instância as instituições se propõem a implantar uma metodologia para incorporar estes ativos nos produtos e serviços. Depois será preciso estabelecer como refletir o impacto nos informes de risco e, finalmente, como contabilizá-lo, detalhou.

Simonetti recordou que o termo “capital natural” foi “emprestado” do mundo econômico, afirmando que, da mesma forma que um investidor quer preservar seu patrimônio e viver do ganho que este lhe gera, o desafio é não depredar recursos naturais para obter um benefício disso. “O que propomos é construir coletivamente uma metodologia que ainda não foi criada. Contudo, ao aderir à declaração reconheço a importância do capital natural, reconheço que tentarei entender os riscos, como me impactam, como informá-lo e como calculá-lo”, resumiu Simonetti.

Simonetti destacou que há empresas que já avaliam ecologicamente seus negócios, por seu próprio interesse empresarial. “O ideal seria que todos fôssemos altruístas, que reconhecêssemos que estamos usando mais do que devemos, dilapidando o patrimônio do planeta, que aceitássemos que não queremos aumentar a produção”. Porém, existem interesses diversos e isso não é possível, ponderou.

Por outro lado, prevalece o conceito empresarial. A especialista deu o exemplo de uma empresa de bebidas em uma região onde não há disponibilidade hídrica, e por isso não pode continuar seu negócio. A única alternativa para continuá-lo será pensar em como colaborar para manter os mananciais e o patrimônio hídrico, indicou. No entanto, organizações sociais participantes da Cúpula dos Povos criticam este modelo.

Especialistas como Larissa Packer, da organização Terra de Direitos, temem que, ao se atribuir um valor financeiro a um recurso natural, em lugar de cumprir sua função de conservar a natureza, se estimule a depredação porque, segundo essa lógica, quanto mais escasso um bem mais ele vale. Simonetti, por seu lado, considerou “mal-entendido” esse conceito. “Não é vender a natureza. É entender que, como um serviço ecossistêmico, tem um valor e que, por exemplo, se um fazendeiro conservar a floresta, tem que ter uma compensação para sobreviver sem cortá-la”, argumentou a especialista da FGV.

Em entrevista à IPS, Marcelo Cardoso, vice-presidente da Natura, uma multinacional brasileira de cosméticos, pioneira na produção sustentável no país, considera necessário e importante a discussão, mas tem reparos. “Como os recursos naturais são um bem comum, me parece fundamental a valorização dos serviços ambientais e dos ecossistemas. Entretanto, me parece que ainda temos que discutir limites e marcos legais”, alertou. Nesse sentido, Cardoso entende a preocupação das organizações sociais sobre esses ativos.

Existem sistemas como água, como a questão dos resíduos, que se não colocarmos limites claros à utilização, à necessidade de buscar ciclos fechados, à necessidade de sistemas fechados de água, e se só for feita uma avaliação sobre os serviços ambientais e seu uso, terminaremos criando mais devastação e destruição do que o que queremos construir”, ressaltou.

Ricardo Villaveces, da Confederação Cafeeira da Colômbia, que também participou do Fórum, afirmou à IPS que aprova a decisão. “Na medida em que os ativos ambientais tenham valor, tudo o que vamos cuidar vamos conservar mas também vamos nos beneficiar deles, porque parte da questão é que é preciso obter uma renda pelos serviços ambientais”, enfatizou.

Fonte: Envolverde/IPS
http://envolverde.com.br/noticias/setor-financeiro-abre-portas-para-o-capital-natural/?utm_source=CRM&utm_medium=cpc&utm_campaign=19


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19/6/2012 - Economia Verde - Steiner e Cúpula dos Povos se chocam quanto à economia verde
por Fabiana Frayssinet, da IPS


 Rio de Janeiro, Brasil, 18/6/2012 (TerraViva) O diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, acredita que ele a Cúpula dos Povos coincidem quanto ao atual modelo econômico ter causado o colapso ambiental. Porém, o diálogo sobre como substituí-lo se transformou em áspero debate.

O encontro com Steiner foi o mais esperado da Cúpula dos Povos: um alto representante da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, se deslocou para o outro lado da cidade, até a sede da reunião da sociedade civil no Aterro do Flamengo, para discutir com ecologistas e ativistas sociais sobre economia verde.

A economia verde é proposta como uma grande transformação dos modelos de produção e consumo para deter a contaminação e o esgotamento dos recursos naturais. Entretanto, para os movimentos sociais, não é mais do que outra cor para disfarçar o capitalismo.

A Cúpula dos Povos é crítica da economia verde, porque os povos é que sofrem a crise do capitalismo e desse modelo de produção que quanto mais se agrava mais avança sobre nossos direitos”, afirmou de início a brasileira Fátima Mello, uma das organizadoras do encontro.

"Entendemos que a economia verde, que se baseia na mercantilização de bens naturais, está estreitamente ligada a uma economia marrom”, de contaminação e depredação, disse a também brasileira Larissa Packer, da organização Terra de Direitos.

A verdadeira “economia verde não é o dólar verde, como a veem os governantes. É a nossa Amazônia verde”, defendeu o indígena boliviano Edwin Vásquez, que acusou as corporações transnacionais de invadirem e saquearem os recursos naturais.

Por sua vez, o argentino Juan Herrera, da rede internacional Via Camponesa, propôs um modelo de “economia popular, solidária e camponesa” que substitua o atual grande agronegócio, pois este “gerou verdadeiros desertos de soja e milho onde os camponeses já não têm um lugar”.

Diante desses pronunciamentos e críticas, Steiner, um especialista em políticas ambientais, se confessou “surpreso”. “No Pnuma estabelecemos que o modelo econômico atual não é o modelo do futuro. Estamos de acordo com vocês nisso”, afirmou, orientando os participantes a “lerem o documento oficial desta agência das Nações Unidas que aborda as diferentes interpretações sobre economia verde".

Sem seus habituais terno e gravata, Steiner explicou que o “fracasso” de não se ter evitado a degradação natural “tem a ver com o modelo econômico do mundo que trata o planeta como mineração: extrair, extrair e extrair”.

E quase adotou a mesma linguagem que a plateia adversária, ao se declarar crítico da “capacidade do mercado de alcançar o desenvolvimento sustentável”, e especificou: um mercado baseado, como se fosse uma “lei da física”, na livre oferta e demanda.

O atum de barbatana azul vale hoje no mercado US$ 4 mil. Por isto, as empresas poderiam capturar até o último exemplar”, deu como exemplo para justificar que o “mercado não ajuda a administrar o planeta de forma sustentável”.

As diferenças surgiram ao se buscar opções a esse modelo. Entre outras propostas, Steiner propôs atribuir um valor econômico ao ecossistema, para promover “leis que protejam a natureza ou negócios que não sejam destrutivos”.

Também se referiu a novas tecnologias “boas e possíveis”, como as energias limpas e renováveis, que não gerariam desemprego, porque, pelo contrário, “dão mais empregos do que a indústria automobilística”.

Seus argumentos não convenceram o especialista em biodiversidade Pat Mooney. Este canadense citou tecnologias danosas propostas pela economia verde, como a biologia sintética, que modifica micro-organismos, ou o desenvolvimento de variedades transgênicas, que concentrou o controle das sementes em um punhado de multinacionais.

Mooney se disse espantado por uma economia verde que agora busca controlar a biomassa do planeta. Tampouco o embaixador da Bolívia perante a Organização das Nações Unidas (ONU), Pablo Solón, ficou convencido, acusando Steiner de “não ter sido honesto”.

Por trás desse conceito está o assumir que a natureza é um quintal”, enfatizou Solón elevando a voz, e afirmou que “não estamos inventando isso”, que está no rascunho em discussão pelos governos na Rio+20.

Steiner “disse que buscam desacoplar o crescimento com a deterioração ambiental. Não se pode crescer eternamente, o limite é a biodiversidade! O que necessitamos é redistribuir a riqueza!”, polemizou.

Não por ter elevado o tom de voz e o da plateia, tudo o que você disse é correto”, respondeu Steiner. Nessa polarização entre capitalismo e anticapitalismo “o mundo não avançará”, ressaltou ao argumentar o difícil que é conseguir consenso entre todos os Estados-membros da ONU.

Propor uma economia verde sem regulamentar o mercado financeiro causará o contrário da conservação: “uma bolha financeira imprevisível”, apontou Packer ao TerraViva. “Quando há escassez de uma mercadoria, seu valor sobe. Portanto, quanto mais se destruir a natureza, maior será o valor dos ativos naturais”, alertou.

* Publicado originalmente no site TerraViva.

Fonte: IPS/TerraViva
http://envolverde.com.br/ips/inter-press-service-reportagens/steiner-e-cupula-dos-povos-se-chocam-quanto-economia-verde/?utm_source=CRM&utm_medium=cpc&utm_campaign=19

terça-feira, 19 de junho de 2012

Na Cúpula dos Povos, Marchas para deixar marcas

18/06/2011 - Marcha das Mulheres reúne 8 mil pessoas no Rio de Janeiro
da Agência Pulsar - site do MST

A Marcha das Mulheres foi realizada na manhã hoje (18) [ontem] no Centro do Rio de Janeiro e reuniu cerca 8 mil pessoas de várias partes do mundo.

Este foi o primeiro ato público realizado dentro da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20.

A manifestação reuniu mulheres e homens do campo e da cidade para lutar contra a desigualdade de gênero, o racismo e todas as formas de preconceito. As feministas defenderam a mudança do atual modelo econômico, que, segundo elas, aprofunda as desigualdades e que coloca as mulheres em um regime de submissão e muita pobreza.

A representante da Via Campesina Internacional Marta Cecília afirmou que as mulheres estão na luta pela defesa da “Mãe Terra”, da soberania alimentar, agroecologia e pela reforma agrária. A campesina fez um chamado pela união latino-americana.

Graciela Rodrigues

A integrante da Marcha das Mulheres Graciela Rodrigues alertou para a importância dos temas que estão sendo discutidas na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). No entanto, de acordo com ela, as propostas apresentadas na conferência não garantem um futuro melhor para o planeta.

Durante a marcha um grupo de mulheres ocupou a sede do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O grupo questiona a atuação do banco que tem realizado diversos investimentos em atividades consideradas de grande impacto social e ambiental como: produção de etanol, construção de hidrelétricas e monocultivos.

Mais fotos: http://mstrio.casadomato.org/marcha-das-mulheres-na-cupula-dos-povos-rio-2012/
 
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19/06/2012 - Manifestação denuncia retrocessos socioambientais do governo
Brasil de Fato - redação
 
Cerca de duas mil pessoas saíram às ruas dos Rio de Janeiro para protestar contra as contradições desenvolvimentistas do governo Dilma
 
Nesta segunda-feira (18), cerca de duas mil pessoas saíram às ruas do Rio de Janeiro para denunciar os retrocessos socioambientais do governo Dilma. Diante do falso discurso de progresso levado pelo Brasil à Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a manifestação, chamada de Marcha à Ré da Rio +20, teve como objetivo protestar contra a presidenta Dilma Rousseff, apontando suas contradições desenvolvimentistas que retrocederam à agenda socioambiental.
 
Segundo a organização da manifestação, mesmo com toda a mobilização nacional pelo “Veta, Dilma”, a presidenta não atendeu aos pedidos da população de vetar integralmente o texto que altera o Código Florestal, "incitando o desmatamento e a impunidade". Além disso, a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte é marcada pelo desprezo às regras de licenciamento, às condicionantes ambientais e à necessidade de consulta à população indígena afetada.

"A gestão atual reduziu ainda as unidades de conservação, o poder de fiscalização do Ibama e a regularização fundiária, o que resultou no aumento da violência no campo", disse em nota a coordenação da manifestação. Nesse sentido, a marcha critica o atual modelo de desenvolvimento do país e encontra embasamento na declaração feita pelos próprios funcionários do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto Chico Mendes e Ministério do Meio Ambiente que, recentemente, denunciaram as pressões que sofrem do governo federal.

O protesto integra a campanha "Rio+20: Dilma, com que cara você chega?", uma ação articulada pelo Brasil Pelas Florestas, de São Paulo (SP); Comitê Fluminense em Defesa das Florestas, do Rio de Janeiro (RJ); e Comitê Universitário em Defesa das Florestas, de Brasília (DF).

"Os três movimentos sociais são pacíficos, apartidários, sem vínculos com instituições ou empresas, e representam brasileiros conscientes e mobilizados por um país que vá além do discurso e parta para uma real política de sustentabilidade", explicou a organização da campanha em nota. (do Brasil pelas Florestas)
 
Fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/9848
Fotos: Fora do Eixo/CC

domingo, 17 de junho de 2012

A CÚPULA DOS POVOS – CAPITALISMO NÃO É DALTONISMO, É CINISMO E BARBÁRIE

17/06/2012 - Laerte Braga
publicado originalmente no blog Juntos Somos Fortes


O verde mais cinza, em tons Marina da Silva. Não é daltonismo.

É o cinismo e a barbárie capitalista.

Pode estar com sombreados Greenpeace, um dos negócios mais lucrativos do planeta.

O que é sustentabilidade? Sustentar o quê?
  
Milhares de ogivas nucleares, cinco mil ataques aéreos para devastar a Líbia, a fome na África, o trabalho escravo em países periféricos (expressão que adoram no jornalismo global podre e venal), a guerra civil montada na Síria, o genocídio contra palestinos na versão sionista do nazismo, as bases militares espalhadas pelo mundo, o agrotóxico, o transgênico, os salários dos professores, a privatização da saúde, o governo Dilma na prática de uma no cravo e outra na ferradura. Será isso a tal sustentabilidade?

Ou um convescote de entidades, partidos do clube de amigos e inimigos cordiais, num Rio de Janeiro transbordando de gente e os preços estratosféricos, tudo regado a vastos recursos oficiais ou semi oficiais. Os trabalhadores, óbvio, do lado de fora das cercas eletrificadas do capitalismo.

Daniel Dantas e Paulo Maluf estão citados entre os mais corruptos do mundo nos dados do Banco Mundial. Um é deputado e apóia a candidatura petista à Prefeitura de São Paulo (indicou um nome para o Ministério das Cidades como compensação) e Dantas tem um “ministro” de plantão na mais alta corte de justiça do País para eventuais habeas corpus.

Quem sabe sustentabilidade serão os cem bilhões de euros para salvar bancos espanhóis enquanto o rei caça elefantes na África, ou búfalos em campos privados na Suíça a cinco mil dólares por cabeça? Um quarto da população adulta da Espanha desempregada e mais da metade dos jovens que chegam ao chamado “mercado de trabalho” sem qualquer perspectiva?

Os gregos lutam nas ruas para preservar seu país. Os egípcios assistem seus militares curvarem-se e lustrarem as botas do sionismo num golpe de estado que mantém o regime de Mubarak sem Mubarak. Tal e qual os golpistas de 64 por aqui lustraram as botas de Lincoln Gordon e Vernon Walthers, pelo “direito” de encher as prisões, torturar, assassinar e depois transformar documentos confidenciais em secretos para escapar da vergonha das práticas criminosas, tudo recheado de patriotismo. “O último refúgio dos canalhas” na frase sempre necessária de Samuel Johnson.

Não há compromisso algum dos países ricos com políticas mínimas de preservação ambiental, de mudanças no sistema econômico, nada disso, enquanto é evidente a tentativa de países como o Brasil de salvar o que não tem salvação, o capitalismo. Pela voz de Anthony Patriot, o profeta do equilibrismo. Vai atravessar num cabo de aço a vários mil metros de altura, a distância entre a RIO+20 e Wall Street carregando uma nova proposta de dez mandamentos que não mudam mandamento algum. Dilma chega só para cortar a fita simbólica do cabo.

O espetáculo, o show midiático. Os “especialistas” deitando falação sobre como salvar o planeta enquanto o planeta vai sendo destruído por drones e outros artefatos mortais, cuja última preocupação é o ser humano, o trabalhador.

A classe média acha ótimo. Aboleta-se num automóvel, entope as ruas – paulista, por exemplo. adora um congestionamento e espera entrar no Guiness num desses feriadões da vida – e exibe aos filhos o progresso, todo esse mundo colorido que se junta para dizer que vai catar o lixo jogado nas ruas e depositá-lo em recipientes que irão permitir a reciclagem.

Não se pode criticar a VALE. A quadrilha privatizada no governo de FHC não admite críticas. É uma das principais acionistas do Estado brasileiro, detém o poder de veto sobre decisões do governo federal, de governos estaduais e municipais. Um moçambicano foi deportado pela Polícia Federal do Brasil. Estava chegando para a cúpula dos povos e ia relatar os crimes ambientais cometidos pela VALE em seu país. As técnicas de monitoramento e vigilância tem o made IN USA e o MADE MOSSAD, em estrita colaboração nos acordos assinados pelos de governos de FHC e Lula (esse inventou o “capitalismo à brasileira” e acha que ainda é presidente, fala vinte e quatro horas por dia, FHC pensa que é divindade).

 Do lado de fora das cercas o povo da Cúpula dos Povos.

Consciente que a luta foge às “regras” impostas pelo poder, pela classe dominante e que o movimento popular há que ser como o de gregos, egípcios, trabalhadores espanhóis que acorrem às ruas e repudiam seus governos, ou os que de fato governam.

Grandes corporações, bancos, empresas fomentadoras do latifúndio em países como o Brasil.

Quem governa a União Européia? Os governantes detentores de mandatos populares na farsa democrática? Ou as centenas de instituições e agências sem mandato popular, mas senhoras absolutas do poder e dos governantes?

Quem governa o Brasil? Os acordos com Paulo Maluf para eventuais vitórias nas eleições – como se eleições fossem atestado completo de democracia – ou as manobras para manter impávido o poder de Carlinhos Cachoeira? Quem sabe as agências e escuros túneis do poder de bancos, empresas, latifúndio, agências que tornam milionários os seus integrantes e adjacências?

A grande lição da Cúpula dos Povos é que não existe alternativa dentro do sistema, lutando por dentro.

É nas ruas.

Muhamad Ali dizia a diferença entre ele “o maior de todos” e os outros, é que “luto por fora, não luto por dentro, não permito que se acheguem a mim, eu os destruo”.

Quanta masturbação verbal nos salões com ar condicionado da farsa da RIO+20. O discurso “popular” das entidades agregadas ao poder.

A mídia resplandecente no exibir o show, o espetáculo e a mostrar a “turba”, ou seja, os que pagam essa espécie de “farra do boi” disfarçada em “vamos salvar o planeta”.

E ainda falta a senhora Hilary Clinton para a histeria da mídia e os noticiários carimbados pelo Departamento de Estado. Carimbados e autorizados.
 
O tom sombrio dessa gente é a volta às cavernas como previu Stanley Kubrick.

Só que essas defendidas por ogivas nucleares, bunkers com a suástica transformada em verde pelos marqueteiros do capitalismo, ar condicionado e farto estoque de iguarias para os novos barões na nova Idade Média, a Idade Média da Tecnologia do Terror.

Dizem que a senhora Clinton deve chegar numa nuvem escura chamada de Tempestade no Deserto e semear mercenários por todos os lados num discurso de “paz” e advertência que “estamos vigilantes para garantir a democracia”.

Transmissão exclusiva da GLOBO, o resto pega a rebarba.

Quem sabe o ATO PATRIÓTICO, que entre outras coisas define modalidades de torturas permitidas, assassinatos em qualquer parte do mundo em nome dos direitos humanos, não salva o planeta?

Em todo o caso, em várias barracas, fragrâncias diversas oriundas de pesquisas cientificas capazes de tornar a realidade do dia a dia mais perfumada e palatável em meio ao esgoto capitalista?

Tudo é possível.

A luta é nas ruas e aos poucos vai tomando forma em todo o mundo.

É a percepção que é luta de sobrevivência para que se possa construir a alternativa socialista (sem aspas, vale dizer com os trabalhadores).
 
Fonte: http://juntosomos-fortes.blogspot.com.br/2012/06/semana-o-capitalismo-nao-e-daltonismo-e.html 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Deixem tudo na Mãe Terra

11/06/2012 - por Stephen Leahy (*) para o Terramérica
extraído do site Envolverde (Rio + 20)

Uma caravana indígena levará à cúpula Rio+20 o “bem viver” – equilíbrio entre as comunidades humanas e a natureza – como remédio para as crises ambiental e econômica.

Moi Enomenga, antes de entrar no ônibus em Quito, Equador, ponto de partida da caravana até o Rio de Janeiro. Foto: Cortesia Moi Enomenga.










Uxbridge, Canadá, 11 de junho de 2012 (Terramérica) - Delegados indígenas da América do Sul se integram, a pé, em lanchas ou ônibus, à Caravana Kari-Oca, que os levará à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, onde esperam interpelar os governantes do mundo. “Representaremos milhares de comunidades aborígines da América do Sul”, disse ao Terramérica o líder huaorani Moi Enomenga, momentos antes de tomar em Quito o ônibus que demorará nove dias para chegar ao Rio de Janeiro, sede da Rio+20.

Outros dirigentes indígenas se unirão a eles durante a viagem. Os huaoranis são um povo amazônico que habita o leste do Equador, em uma área de exploração petrolífera. A Rio+20 se apresenta como um espaço intergovernamental para adotar soluções para a crise mundial de sustentabilidade, que se manifesta no reiterado fracasso da economia globalizada, na carestia de alimentos, nos problemas energéticos e nos males ambientais globais, como a mudança climática e a perda de biodiversidade.

Nós, indígenas, estivemos divididos durante anos. Agora vamos nos unir”, declarou Moi, que nasceu em uma comunidade sem contato com o mundo ocidental, ou em isolamento voluntário, e atualmente preside a Associação Quehueri’ono. “Nem todos podem ouvir a voz que chega da Mãe Terra vinda da selva, e queremos levar essa voz ao Rio”, acrescentou. De 14 a 22 deste mês acontecerá a Cúpula Mundial dos Povos Indígenas sobre Territórios, Direitos e Desenvolvimento Sustentável na aldeia Kari-Oca II, especialmente construída por indígenas brasileiros a cinco quilômetros da sede da conferência oficial.

Kari-Oca” é uma palavra tupi-guarani que significa “casa de branco”. Assim se referiam os indígenas da região onde hoje se encontra a cidade do Rio de Janeiro às primeiras urbanizações dos colonizadores portugueses. Daí a palavra “carioca”, gentílico dos habitantes do Rio, onde há duas décadas aconteceu o encontro na primeira aldeia Kari-Oca, paralela à Cúpula da Terra de 1992. O Comitê Intertribal do Brasil, organizador do encontro, prevê a participação de aproximadamente 600 indígenas de todo o mundo, que prepararão uma mensagem e recomendações para o encontro de alto nível da Rio+20, que ocorrerá entre os dias 20 e 22.
Hortencia Hidalgo Cáceres

A situação dos povos indígenas no mundo me preocupa”, ressaltou Moi. Em todas as partes, os governos ignoram seus direitos. E em todas as partes, Índia, África, América do Sul, estão à caça do petróleo e de outros recursos, acrescentou. Hortencia Hidalgo Cáceres, uma aymara chilena que integra a Rede de Mulheres Indígenas sobre Biodiversidade da América Latina e do Caribe, afirmou ao Terramérica que “é necessária uma mudança real. Queremos convidar o mundo para um futuro mais brilhante, baseado nos valores e princípios indígenas do bem viver”.

Oposto à ideia ocidental de “viver melhor” – o crescimento econômico traz consigo o progresso e este leva à eliminação da pobreza –, o bem viver propõe o equilíbrio e a cooperação entre as comunidades humanas e sua integração com a natureza, da qual se retira o necessário para uma vida digna, sem o afã de acumular. Por outro lado, a “economia verde”, que muitas nações querem plasmar no documento final da Rio+20, representa uma “falsa solução” para a crise de degradação ambiental e injustiça social, ponderou Hortencia.

Para Casey Box, coordenador de programas da organização não governamental Land is Life (Terra é Vida), “os povos indígenas têm muito a oferecer à comunidade internacional, que tenta abrir caminho para um desenvolvimento verdadeiramente sustentável”. A Land is Life, com sede nos Estados Unidos, é uma coalizão internacional de comunidades autóctones que arrecadou fundos e ajudou a coordenar a caravana e a cúpula. Segundo Casey, “será impossível alcançar os objetivos da Rio+20 sem os conhecimentos tradicionais e as práticas de manejo de recursos dos indígenas”.

Estima-se que da Rio+20 participarão cerca de 50 mil pessoas, entre elas 130 chefes de Estado e de governo. Da antecessora, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, de 1992, também conhecida como Cúpula da Terra, surgiram os três dos principais tratados ambientais: as convenções sobre mudança climática, biodiversidade e desertificação. Mais de 700 povos indígenas participaram da primeira cúpula Kari-Oca, em 1992, que originou um movimento internacional pelos direitos dos povos indígenas e colocou em evidência o papel dessas comunidades na conservação e no desenvolvimento sustentável.

Nos emociona ir ao Rio porque há um espaço para os povos indígenas, onde poderemos falar sobre nossas preocupações e compartilhar nossos conhecimentos e nossa experiência”, destacou Hortencia. Participantes procedentes da austral Patagônia chilena precisarão percorrer 60 horas de estrada até La Paz, na Bolívia, onde se reunirão com Moi e outros delegados que iniciaram a viagem no Equador, passando pelo Peru. A caravana Kari-Oca demorará cerca de cinco dias para percorrer o último trecho dos Andes e atravessar Bolívia, Paraguai e o sul do Brasil até chegar ao Rio de Janeiro, às margens do Oceano Atlântico.

Gloria Ushigua 

Os indígenas estão ansiosos para participar porque somente nessas reuniões internacionais é que têm a oportunidade de serem ouvidos pelos governantes e pelo público em geral, explicou Hortencia. “Quando voltamos para casa, essas portas estão fechadas”. Moi e os demais equatorianos esperam que os governos respeitem mais os direitos e pontos de vista de suas comunidades. “Perto de onde vivo existem duas comunidades não contatadas, mas estão ameaçadas pela exploração petrolífera, eles não a querem. Para eles, tirar petróleo do solo é como tirar o sangue de seus corpos”, apontou. Os delegados também esperam denunciar iniciativas governamentais que consideram nocivas.






Gloria Ushigua, presidente da Associação de Mulheres Záparas, afirmou que o Programa Sócio Floresta, do Ministério do Meio Ambiente do Equador para combater o desmatamento, causa muitos problemas para as comunidades locais. A nação zápara habita o leste da província de Pastaza, no oriente amazônico equatoriano. “Tenho a esperança de compartilhar a história da minha comunidade e de debater sobre os direitos territoriais”, manifestou Gloria em um comunicado.

Celso Aranda

Na caravana também viaja Celso Aranda do povo kichwa de Sarayaku, outro território de Pastaza, que na cúpula apresentará a proposta “Kawsak Sacha” (Floresta Vivente). Esta será a resposta do Sarayaku à mudança climática e à destruição da natureza, e detalhará a forma como as comunidades nativas podem proteger os ecossistemas, mantendo práticas ancestrais de manejo da terra.

Vamos continuar trabalhando para fortalecer nossas culturas e resistir à exploração de nossos territórios. Temos uma mensagem muito clara. Deixem tudo sob a terra”, resumiu Moi.


(*) Correspondente da IPS (International Press Service)

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