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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O mundo aprende a andar sem os EUA

28/08/2013 - Spengler [*] em 19/08/2013, no Asia Times Online
- Excerto traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

O barulhão assustador que se está ouvindo, como eu já disse dia 15/8 na CNBC, é a implosão da influência norte-americana no Oriente Médio.

oferecimento que Vladimir Putin [foto] fez, dia 17/8, de ajuda militar ao exército egípcio, depois que o presidente Obama cancelara exercícios militares conjuntos com egípcios, mostra o ponto mais baixo da curva da importância dos EUA em todo o pós-Guerra Fria.

Rússia, Arábia Saudita e China trabalham juntas para tentar minimizar o dano provocado pelos erros dos norte-americanos. É precisamente o que fazem, em silêncio, há mais de um ano.

O alarme soou para a democracia egípcia, quando a Fraternidade Muçulmana ergueu-se de seu passado tenebroso, mas nem assim a Washington oficial acordou.

O Egito estava à beira de morrer de fome, quando os militares depuseram Mohamed Mursi.

A maior parte dos pobres no Egito já estava há meses vivendo do pão subsidiado pelo estado, e até o fornecimento desse pão estava ameaçado. Os militares trouxeram US$12 bilhões de ajuda recebida dos estados do Golfo, o suficiente para evitar uma catástrofe humanitária.

A realidade é essa. É a única coisa sobre a qual Rússia, Arábia Saudita e Israel concordam.

A atitude errática, vacilante, dos EUA sobre o Egito, não é só erro estúpido, tolo, mas uma completa catástrofe institucional.

O presidente Obama cercou-se de uma camarilha, com Susan Rice como Conselheira de Segurança Nacional, ladeada por Valerie Jarrett, milionária da indústria da construção de moradias públicas nascida no Irã.

Comparada à equipe de Obama, o pessoal de Zbigniew Brzezinski [foto] eram colossos intelectuais no Conselho de Segurança Nacional de Jimmy Carter.

Essa gente agora são amadores e ninguém jamais consegue prever o que inventarão, de hoje para amanhã. (...) 

E tampouco interessa o que digam os especialistas do Partido Republicano. Poucos Republicanos eleitos discutirão com McCain [foto abaixo], porque os eleitores já não suportam ouvir falar de Egito e já não confiam nos Republicanos, depois dos fracassos no Iraque e no Afeganistão.

Nenhum dos dois partidos tem capacidade institucional para deliberar inteligentemente sobre os interesses dos EUA.

Dentre os veteranos dos 
governos Reagan e Bush há vários que compreendem com clareza o que se disputa no mundo, mas o Partido Republicano é incapaz de atuar sob orientação deles. Por isso o fracasso institucional nos EUA é tão profundo.

Os deputados e senadores Republicanos vivem em pânico ante a possibilidade de serem derrotados por isolacionistas como o senador Rand Paul (R-KY) – e seguirão o quixotesco senador McCain.

E outras potências regionais e mundiais farão tudo que possam para conter o desmando e a confusão que reina nos EUA. (...) 

A rede Russia Today noticiou, dia 7/8, que: 

(...) a Arábia Saudita ofereceu-se para comprar $15 bilhões em armas da Rússia, e ofereceu uma lista de vantagens e facilitações econômicas e políticas ao Kremlim – no esforço para reduzir o apoio que Moscou continua a dar ao presidente sírio Bashar Assad. 

A posição dos russos não mudará. Quanto a isso, já não há dúvidas. (...) 

O que se vê bem claramente, é que Riad está confiando, não mais em Washington, mas em Pequim, para garantir sua capacidade de transportar e disparar armas atômicas.

A China tem interesse profundo na segurança saudita: é o maior importador de petróleo saudita. É altamente provável que os EUA já se tornem independentes de petróleo importado em algum momento da próxima década, mas a China precisará do petróleo do Golfo Persa por tempo futuro não determinado. (...)

Os russos temem que o radicalismo islâmico escape totalmente de qualquer controle no Cáucaso e talvez em outros pontos, com a Rússia evoluindo 
para ser país de maioria muçulmana. 

Os chineses temem os uigures, povo muçulmano de origem turca, que já é metade da população da província Xinjiang, no oeste da China.

Mas o governo Obama (e Republicanos do establishment como John McCain) insistem que os EUA devem apoiar governos islamitas democraticamente eleitos. É erro gravíssimo. A Fraternidade Muçulmana é tão democrática quanto o Partido Nazista (...).

Países tribais, com altos índices de analfabetismo não têm parâmetro para a tomada democrática de decisões.

Enquanto os EUA continuarem a declarar apoio a “oposições democráticas” muçulmanas no Egito e na Síria, o resto do mundo continuará a tratar os 
norte-americanos como doidos varridos, lunáticos sem conserto, e todos tratarão de garantir seus próprios interesses sem os EUA.

Os turcos, é certo, reclamarão contra o destino de seus amigos na Fraternidade Muçulmana, mas pouco podem fazer. Os sauditas financiam grande parte do enorme déficit nas contas turcas; e quase toda a energia que chega à Turquia vem-lhe dos russos.

Além de errarem na avaliação dos eventos egípcios, os analistas norte-americanos erraram praticamente toda a leitura que tentam fazer do quadro 
mundial.

Na direita norte-americana, o consenso dominante há anos é que a Rússia acabaria por implodir economicamente e demograficamente.

Mas a taxa de fertilidade total na Rússia, ao contrário, subiu, de um ponto calamitosamente baixo de menos de 1,2 nascidos vivos por mulher em 1990, para cerca de 1,7 em 2012, no ponto intermediário, superior ao 1,5 da Europa e pouco abaixo do 1,9 dos EUA.

Faltam dados para avaliar a tendência, mas já está bem claramente indicado que é erro descartar a Rússia, seja por qual critério for, pelo menos por hora. (...)

Taxa de fertilidade no mundo em 2011 (nascidos por mulher)
(clique na imagem para aumentar) 

Gostem ou não gostem, a Rússia não sumirá do mapa.

Analistas norte-americanos veem os problemas russos com os muçulmanos no Cáucaso, com o superficialismo de quem se diverte com a desgraça alheia. 

Durante os anos 1980s o governo Reagan apoiou jihadistas no Afeganistão, contra os russos, porque a União Soviética era, então, a encarnação perfeita do mal.

Hoje, a Rússia não chega a ser exatamente amiga-irmã dos EUA, é claro, mas o terrorismo islamista é que é o pior dos males, e os EUA bem fariam se seguissem o exemplo dos sauditas e se unissem aos russos, contra o terrorismo islamista.

No caso da China, o consenso era que a economia chinesa desabaria rapidamente esse ano, o que geraria problemas políticos.

Os dados do comércio chinês de junho mostram exatamente o contrário disso: um aumento nas importações (incluindo crescimento de 26% ano a ano nas importações de minério de ferro e de 20% no petróleo) indica que a China continua a crescer confortavelmente mais de 7% por ano.

A transição da China, de modelo exportador movido a trabalho barato, para modelo de manufatura com alto valor agregado e economia de serviços ainda é desafio gigantesco, talvez o maior de toda a história da economia; mas absolutamente não há qualquer sinal de que a China esteja fracassando ante o desafio que se propôs.

Gostem ou não, a China continuará a marcar o ritmo do crescimento da economia mundial.

Crescimento do PIB da China e dos EUA até 2028
(Clique na imagem para visualizar melhor) 

Os EUA, se escolhessem exercitar o próprio poder e cultivar seus talentos culturais, ainda seriam capazes de derrotar os “opositores”. Mas escolheram nada fazer, e a rédea afinal escapou das mãos de Washington.

Os norte-americanos só ouvirão falar de desenvolvimento importante, se e 
quando outros países decidirem divulgar seus próprios sucessos. É justo prevenir os leitores de que aqueles, dentre nós, norte-americanos, que 
ainda mantemos condições e meios razoavelmente satisfatórios de vida e progresso, não conseguiremos mantê-los igualmente satisfatórios no futuro. 

Meu registro de sucessos nas previsões que faço não é de todo mau. Em 2003, avisei que a tentativa do governo de George W Bush de construir 
nações no Iraque e no Afeganistão terminaria em tragédia.

E no início de 2006, escrevi: “Gostem ou não, os EUA só produzirão caos, e nada podem fazer para escapar dele.” (...)

Ninguém mais precisa de analistas de política externa.

Em 2013, os cães da guerra estão soltos e escolherão, eles, os próprios caminhos.

Nos EUA, basta abrir a janela de casa, que já se ouvem os latidos.
__________________________

[*] Spengler, apelido de David P. Goldman, escreve a coluna Spengler para o Asia Times Online e contribui frequentemente para as publicações The Tablet, First Things (2009-2011) e outras. Foi Chefe Global de Pesquisa de Dívida do Bank of America (2002-2005), Diretor Global de Estratégia de Crédito do Credit Suisse (1998-2002). Ocupou cargos importantes nas organizações financeiras Bear Stearns e Cantor Fitzgerald. Foi colunista da revista Forbes (1994-2001). Seu livro How Civilizations Die (and why Islam is Dying, Too) foi lançado em setembro de 2011.

Fonte:
http://redecastorphoto.blogspot.co.at/2013/08/o-mundo-aprende-andar-sem-os-eua.html

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Al-Qaeda - a hora e a vez da Rússia

17/10/2012 - “Blitzkrieg da Al-Qaeda”: Terrorismo ocidental contra a Rússia 
- em 01/09/2012, no Global Research, por Tony Cartalucci
- Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu para a redecastorphoto
“O truque jornalístico-propagandístico é entregue a profissionais (...). E a imprensa-empresa – Reuters, CNN, BBC e outras – põe-se a “noticiar” que “jovens éticos” opõem-se à corrupção.
A corrupção é apresentada como se fosse criação exclusiva do governo a ser derrubado; como se não houvesse jamais havido corrupção em outros governos.
Na verdade, é corrupção que só muito seletivamente atrai a atenção das agências de notícias, da mídia-empresa em todo o mundo e do Departamento de Estado dos EUA...”
O título e a matéria aí vão, para que todos vejam, porque é preciso ver para acreditar

Trata-se de artigo publicado na revista Foreign Policy, sob título de, literalmente, “Dois vivas aos islamistas sírios”[1]. O autor, Gary Gambill, vem do Fórum do Oriente Médio [orig. Middle East Forum] que reúne os mais dedicados neoconservadores fabricadores de guerras, como Daniel Pipes, e propagandistas também dedicados do mais ensandecido e furioso islamofobismo, como Robert Spencer. Agora que o ocidente está aliado a “islamistas” (aliou-se à Al-Qaeda), todos esses especialistas e jornalistas propagandistas já começaram a propagandear diretamente o terror, defendendo a causa dos terroristas na região do Cáucaso, na Rússia.

Embora tenha havido época em que os EUA fingiam solidariedade ao governo russo, que combatia grupos afiliados à Al-Qaeda que promoviam ataques terroristas nas montanhas do Cáucaso, no sul da Rússia – além de ataques por todo o país, inclusive em Moscou –, informações recentes [2] mostram que os EUA estão hoje apoiando clandestinamente aqueles mesmos terroristas, nas mesmas áreas.


Assim como os EUA criaram, financiaram, armaram e dirigiram a Al-Qaeda pelas montanhas do Afeganistão nos anos 1980s, os EUA hoje estão financiando, armando e dirigindo a Al-Qaeda, da Líbia para a Síria, e na Rússia.

Os EUA tentam hoje minar e desestabilizar a ordem política na Rússia. 

Recentemente houve provas de que o Departamento de Estado dos EUA está interferindo pesadamente na política russa [3]. Desde financiar a empresa GOLOS [4], de monitoramento de eleições e dita empresa “independente”, e que tentou apresentar as eleições na Rússia como “fraudadas”, até protestos de rua coordenados por membros da oposição que são pagos pelos EUA (muitos desses “membros da oposição” foram apanhados literalmente “com a mão na massa”, dentro da embaixada dos EUA em Moscou [5]), os EUA estão muito visivelmente empenhados em minar e desestabilizar a ordem política na Rússia.



O recente golpe de propaganda operado pelo grupo Pussy Riot” [Agito das Bucetas[6] também foi instrumentalizado pela oposição financiada pelos EUA, além de “repercutido” pelos mesmos agentes, patrocinadores ocidentais e toda a imprensa-empresa ocidental.

Enquanto essas ações apresentadas como o "o poder suave” [orig. soft-power] seguem seu curso e vão operando os efeitos para os quais foram concebidas, por outra via, essa nada soft, os EUA vão promovendo o ressurgimento do terrorismo no Cáucaso russo [7] – e terrorismo que, com certeza, será encaminhado para respingar por todo o país. O que os fatos começam a mostrar é que muitos dos centros de reunião e organizações de militantes chechenos foram fronts de propaganda subsidiadas, de fato, pelos EUA.

A imprensa-empresa global dá os primeiros passos na direção de “reciclar” o terrorismo.

Como foi feito na Síria, onde terroristas vindos de vários pontos foram e ainda são apresentados mentirosamente pela imprensa-empresa do ocidente como “o povo sírio”, “combatentes da liberdade” e “lutadores democráticos”, a mesma imprensa-empresa já começa a operar para “limpar” os vários grupos terroristas que já estão em ação nas montanhas do Cáucaso russo.



A Agência Reuters, por exemplo, dizia em matéria recente: “Brutalidade e fúria do governo Putin alimentam a jihad no Cáucaso russo” [8]. Era a senha, para o início de fogo cerrado de propaganda para implantar na opinião pública um específico conjunto de “causas” da violência na região.

Em tom que muito se assemelha ao dos press-releases distribuídos pelo Departamento de Estado, a matéria diz que os chechenos estão “fartos da corrupção governamental” e querem mudanças “semelhantes às que se viram ano passado na revolução egípcia”.

O que a Reuters não informa é que a “revolução egípcia do ano passado” já está convertida, esse ano, em nova ditadura, dessa vez da Fraternidade Muçulmana, que já começou a atacar liberdades civis e que apóia as aventuras de intervenção de Wall Street e Londres [9].

Como no caso da Síria, quando somos repetidamente “informados” de que a revolução rejeita “principalmente” o extremismo sectário, a agência Reuters tenta agora implantar na opinião pública também a ideia de que a violência na Rússia exibiria traços “religiosos”.

Na mesma operação de propaganda, somos também apresentados a Doku Umarov, o qual, diz a Reuters, seria “líder de movimento clandestino para criar um Emirado na região do Cáucaso”.

Outra vez, o que a Reuters não informa é que, segundo relatórios da própria ONU, Umarov é associado à Al-Qaeda (o que se lê na página da ONU, “QI.U.290.11. DOKU KHAMATOVICH UMAROV”):

"Doku Umarov esteve diretamente envolvido na organização de vários grandes atos terroristas: a captura de áreas residenciais dos distritos de Vedenski e Urus-Martanovski da República Chechena da Federação Russa (agosto 2002); sequestro de funcionários do Gabinete do Procurador
Geral da República Chechena (dezembro de 2002); e explosão do prédio onde operava o Departamento do Serviço de Segurança Federal Russa
para a República da Ingushetia, na cidade de Magas, e de dois trens em Kislovodsk (setembro de 2003). 

Foi dos principais organizadores do ataque contra a Ingushetia, por militantes, dia 22/6/2004, um ataque em Grozny, dia 21/8/2004, sequestro com reféns em Beslan, dias 1-3/9/2004 e ataques terroristas contra estações de metrô em Moscou dia 29/3/2010."
Umarov e os terroristas do grupo sob seu comando, que estariam – como a Reuters insiste em repetir – em luta santa, numa Jihad, não passam, na verdade, de terroristas associados à Al-Qaeda. Não são, de modo algum, "combatentes da liberdade”. São terroristas, cuja causa e cujos métodos 
são absolutamente injustificáveis.



O principal centro de organização e propaganda de Umarov, esse “Bin Laden russo”, o conhecido Kavkaz Center, foi criado e mantido pelo Departamento de Estado dos EUA; e outros programas norte-americanos, como a Sociedade de Amizade Russo-chechena, são financiados pelo programa National Endowment for Democracy (NED), do governo dos EUA.

Hoje, esse programa NED trabalha para derrubar o governo sírio. E ajudou a divulgar também, em todo o mundo, a “Operação Pussy Riot” [Operação Agito das Bucetas], na qual a manifestação de um grupo de performers russas foi cooptada e usada como ação de propaganda anti-Putin, em todo o planeta. (...)

A Agência Reuters trabalha também para implantar a ideia de que haveria militantes armados em levante contra o governo russo; tudo é feito para implantar na opinião pública mundial a ideia de que os russos estariam começando a recorrer ao terrorismo, por falta de melhor via de luta. Mas, paradoxalmente, a Reuters escreve, na mesma matéria, que os terroristas têm atacado também grupos de muçulmanos locais na Rússia, os quais, diz a Reuters, seriam “apoiados pelo governo russo”.

A verdade é que essa militância liderada pela Al-Qaeda está tentando implantar-se em toda a região do Cáucaso, por doutrinação religiosa ou por ataques contra e assassinato de moradores da região. E esse é, precisamente, o modo como opera o imperialismo nessa região do mundo, apoiado, aqui, por EUA e Arábia Saudita. Em todos os tipos de noticiário que a Reuters distribui, o “culpado” de todos os crimes sempre é o governo Putin... 

Não os EUA ou os sauditas.

Rússia: Como a oposição financiada pelo Departamento de Estado dos EUA uniu-se aos terroristas armados pelos sauditas



Tudo começa na obcecada oposição que o ocidente faz à volta do presidente Putin ao poder na Rússia.
Sobre isso ver:
- 8/3/2012, redecastorphoto em: “Entra Vlad, para ENLOUQUECER Washington”, Pepe Escobar, Asia Times Online, em português;
 
- 9/5/2012, redecastorphoto “O poder do PUTINATOR”, idem, ibidem, em português
O ocidente não admite a ideia de que Putin encontre espaços para promover mudanças que levem a ampliar ou a gerar estabilidade, social, econômica e geopolítica na Rússia – e que não sejam mudanças absolutamente alinhadas e subordinadas ao que estabelece o “consenso” Wall Street-Londres. Então, o ocidente decidiu que, em vez de expor-se ao mundo na ação de oposição a um governo russo não completamente alinhado, inventaria e construiria (na mídia e no mundo real) uma militância mercenária armada...



As ações dessa militância armada, “noticiada” pela imprensa-empresa alinhada e subordinada ao eixo” Wall Street-Londres, implantariam na opinião pública a ideia de que Putin governa nação em crise, em surto grave de instabilidade social.

A ferramenta que volta a ser usada agora é a mesma que os EUA usaram nos anos 1980s no Afeganistão: terroristas pagos por EUA-sauditas, doutrinados no sectarismo mais extremista, armados até os dentes e “liberados” para espalhar atraso e destruição contra todos os que se oponham às políticas ocidentais para o Oriente Médio. (...)

De fato, os movimentos no Afeganistão nos anos 1980s e na Rússia em 2012, nada têm em comum... além dos apoiadores (EUA-Sauditas) e dos terroristas que aqueles apoiadores apoiam: a Al-Qaeda.

E, como também já foi feito no Afeganistão, o truque “propagandístico” é entregue ao trabalho de profissionais. Os representantes e agentes clandestinos abrigados na embaixada dos EUA aproximam-se e misturam-se com os militantes chechenos. E a imprensa-empresa – Reuters, CNN, BBC e outras – põe-se a “noticiar” que “jovens” opõem-se à corrupção, à opressão, apresentadas como se fossem criação exclusiva do governo de Putin e não houvessem jamais acontecido em outros pontos do mundo, sem que, por existirem, tivessem algum dia atraído qualquer simpatia do Departamento de Estado dos EUA ou dos sauditas ou da agências ocidentais de “notícias”.

Abrindo caminho para as hordas de terroristas: da Líbia às montanhas do Cáucaso
A criação de uma frente unida contra o Irã foi o objetivo imediato da Primavera Árabe. Agitou e desestabilizou o Mundo Árabe, depôs governos nacionalistas, substituindo-os por clientes obedientes do Ocidente. A Tunísia, a Líbia e o Egito são hoje governados por representantes procuradores diretos da política exterior dos EUA; enquanto Síria, Líbano e Irã são deixados sós para enfrentar terroristas estrangeiros alimentados por governos sectários extremistas que emergem em toda a região.

Al-Qaeda-no-Magheb (AQUIM) do norte do Mali; LIFG da Líbia; Fraternidade  Muçulmana do Egito; e com apoio de Arábia Saudita, Israel, Qatar, Turquia e outros – convergem todos contra a Síria e, depois, contra o Irã. Caso Síria ou Irã caia, no confronto contra brigadas terroristas financiadas

pelo ocidente, e se o ocidente conseguir usar os curdos na Turquia e norte do Iraque para criar uma ‘linha de condução’, estará aberto caminho
diretamente até as Montanhas do Cáucaso russo e, de fato, estará aberto caminho para atacar diretamente Moscou. Nações que apareçam no
caminho dessa horda, inclusive a Turquia e a Georgia, arriscam-se a acabar empurradas para um conflito difícil e caríssimo para elas. Outras nações que, hoje, estão expostas ao grave risco de serem atacadas pelo terrorismo apoiado pelo ocidente são Argélia, Paquistão e China.



A Líbia já está convertida em paraíso seguro para a Al-Qaeda, hoje um campo de treinamento gigante para grupos terroristas, abastecido incansavelmente pelas armas da OTAN, além de dinheiro e combatentes treinados, que se vão concentrando nas fronteiras dos estados inimigos do Ocidente. A Síria já enfrenta o que já é, na essência, invasão militar comandada por terroristas líbios, facilitada pela OTAN, especificamente pela Turquia e por países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), especificamente Arábia Saudita e Qatar.

No caso de a Síria, o Irã ou ambos caírem, e de o ocidente conseguir implantar uma região controlada por militantes armados e servidores do ocidente, militantes de todo o Mundo Árabe poderão ser treinados do Mali à Líbia, Síria e Curdistão, com armas e suprimentos que lhes chegarão de todos os pontos aí compreendidos e canalizados todos para a mesma direção, através das Montanhas do Cáucaso e contra a Rússia.



A Turquia, é claro, será a principal perdedora, escolhida, como parte do Curdistão, para integrar a linha de transmissão do “projeto” – um gambito que o atual primeiro-ministro da Turquia Recep Tayyip Erdoğan [foto ao lado] ao mesmo tempo conhece e ao qual se mostra ardilosamente indiferente – na direção que mais interessa à elite de Wall Street-Londres, e em detrimento da Turquia e de seu futuro de curto prazo.

Embora esse gambito pareça difícil de conceber e mais ainda de executar, não se pode esquecer que a Primavera Árabe e a subsequente violenta subversão da Síria estavam já planejadas desde 2007-2008, para, como consequência indireta, minar o Irã – sempre o Irã, o eterno inimigo. Não é difícil compreender que esse gambito é parte de uma estratégia maior que está sendo maquinada desde 1991, orquestrada por estrategistas norte-americanos que comparam a geopolítica e o mapa do mundo a um “Grande Tabuleiro de Xadrez”.



Não há melhor modo para controlar os vastos recursos, a geografia e as populações da Eurásia e além, do que entregar tudo – norte da África, Oriente Médio e Eurásia a governos medievais, comandados por conspiradores que agirão como um só corpo com os financistas ocidentais, ao mesmo tempo em que manterão as populações paralisadas pelo medo e pela ignorância.

Perpetuar a Al Qaeda em todo o mundo em desenvolvimento habilita o ocidente a impor medidas cada vez mais repressivas draconianas também em casa, minando assim qualquer tentativa também das populações ocidentais para construir autonomia e independência econômica.


O resultado é hegemonia global não contestada e controle autoritário nos respectivos países, com as populações submetidas às maquinações e planos de ditadura científica, que tem raízes no eugenismo hitlerista e na ideologia malthusiana – e que é pautada para a sociedade, incansavelmente, pela imprensa-empresa.

Notas de rodapé
[1] 23/8/2012, Foreign Policy, Gary Gambill em: “Two Cheers for Syrian Islamists

[2] 22/8/2012, Land Destroyer Report, Eric Dreitser em: “BOMBSHELL: US Neo-Cons, State Department Behind Terror Wave in Russia

[3] 6/5/2012, Land Destroyer Report, Tony Cartalucci em: “West Undermines Putin's Return to Power in Russia”.

[4] 4/12/2011, Land Destroyer Report, Tony Cartalucci em: “BOMBSHELL: US Caught Meddling in Russian Elections!”.

[5] 6/5/2012, Land Destroyer Report, Tony Cartalucci em:  “Unbelievable: Russian Opposition's Confab At US Embassy”.

[6] 5/8/2012, Land Destroyer Report, Tony Cartalucci em: “Who or What is Russia's ‘Pussy Riot’?

[7] Idem Nota [2]

[8] 31/8/2012, Reuters, Alissa de Carbonnel em: “Insight: Brutality, anger fuel jihad in Russia's Caucasus

[9] 13/8/2012, Land Destroyer Report, Tony Cartalucci em:  “West Celebrates as Dark Age Descends over Egypt”.

Fonte:
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/10/blitzkrieg-da-al-qaeda-terrorismo.html

segunda-feira, 23 de julho de 2012

RÚSSIA SOBRE A SÍRIA: "Não se deixem enganar pela retórica humanitarista ocidental"

Rússia e China vetaram, pela terceira vez, um projeto de Resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a Síria, que teria consequências trágicas para Damasco. O embaixador da Rússia à ONU, Vitaly Churkin (VC) – o homem que ergueu a mão e fez parar, pelo menos por hora, a intervenção militar na Síria – explica,  em entrevista a Russia Today , por que a única opção a ser considerada, no caso da Síria, tem de ser uma solução diplomática.

Em entrevista exclusiva a Russia Today, Vitaly Churkin explica o que está acontecendo na Síria e por que creem que o conflito já ultrapassa as fronteiras do país.

Russia Today:A decisão da Rússia, de vetar esse último projeto de Resolução no Conselho de Segurança causou consternação e muitas críticas à posição de Moscou. A Rússia apoia o regime de Assad?

Vitaly Churkin: É claro que não. Não se trata de quem apoia quem. Trata-se de encontrar solução aceitável para a atual crise. Infelizmente, a estratégia de nossos colegas ocidentais parece estar sendo encaminhada exclusivamente para fazer aumentar as tensões na Síria e  em torno da Síria. Não  perdem uma oportunidade. Dessa vez, aproveitaram a circunstância de ser necessário prorrogar o mandato da missão de monitoramento que opera na Síria, e acrescentaram, no mesmo projeto de Resolução rascunhado por eles, inúmeras outras cláusulas inaceitáveis. Foi indispensável que Rússia e China vetassem aquele projeto, para garantir a Kofi Annan mais tempo para trabalhar sobre o documento já aprovado por ministros de Relações Exteriores de vários países do chamado “grupo de ação”, pelo qual se exige a criação de um corpo nacional de transição. Para conseguir isso, é preciso que haja diálogo entre as partes em confronto. Nesse contexto, aprovar e converter  em Resolução do Conselho  de Segurança um documento que só gerará mais sanções contra o governo sírio não é, bem evidentemente, a melhor ideia. Por isso exercemos nosso direito de vetar e bloquear essa decisão que vemos como contraproducente.

Russia Today: OK. Moscou não está apoiando o regime de Assad. Mas EUA, Grã-Bretanha e França dizem que a Rússia abandonou, desamparou o povo sírio. Como o senhor reage a essa acusação?

VC: Você sabe... Eles são muito bons nisso, falam alto, vivem de criticar a propaganda política, que não seria “democrática”. Mas, na nossa avaliação, estão dedicados agora exclusivamente à propaganda. Só isso explica tantas críticas, sem qualquer fundamento, mas sempre muito estridentes, contra Rússia e China. Hoje, foram os representantes permanentes de França e Grã-Bretanha que lá estavam, falando e falando. Infelizmente, só repetiram falsidades sobre as políticas externas da Rússia e da China. Deviam concentrar-se, isso sim,  em ajudar Kofi Annan.

Infelizmente, até agora nada fizeram para construir e por em andamento um processo positivo e produtivo na Síria. Em vez disso, só fazem reunir o grupo chamado “Amigos da Síria”. De fato, é grupo em que se reúnem todos os inimigos do governo sírio. Não diria que sejam inimigos do povo sírio, mas não há dúvida de que o que une aquele grupo é o desejo de derrubar o governo sírio, sem sequer considerar o que daí advirá. As consequências, segundo nossa avaliação seriam trágicas. Essa política implica tragédia ainda maior, porque o governo do presidente Assad não é governo de um homem ou de um grupo, nem é governo ditatorial. O governo Assad representa um segmento da população síria, uma determinada estrutura de poder que lá está há décadas. Quebrar essa estrutura pela violência, só aumentará a extensão do conflito e o banho de sangue. A Síria precisa de reformas, que só são possíveis mediante diálogo político. Essa é a via razoável para encaminhar a solução daquela crise. Essa é a linha de ação que a Rússia advoga.

Russia Today: Mas até agora, pouco se obteve mediante qualquer diálogo. Parece que... há hoje, em todo o mundo, a sensação de que é preciso fazer algo para deter a matança de gente inocente. O que, exatamente, Moscou rejeita, na intervenção humanitária? Sei que Moscou preocupa-se muito com o risco de o Capítulo 7º [da Carta da ONU] poder levar a intervenção militar. Mas não haveria outro tipo de intervenção, que pusesse fim à matança? O grupo de monitoramento, cuja ação a Rússia está tentando manter, é um modo de intervenção política – intervenção prática –, para tentar deter a violência. Infelizmente, ainda não obteve qualquer sucesso.  

VC: Você disse que o diálogo ainda não levou a coisa alguma. O problema, de fato, é que o diálogo ainda nem começou. Os grupos de oposição recusam-se a dialogar com o governo sírio. E grave obstáculo no caminho da missão de Kofi Annan. O governo sírio já se declarou pronto a dialogar com a oposição. Agora, seria hora de testar essa disposição do governo sírio. Aí está um elemento importante.  

Infelizmente, a intervenção militar dita ‘humanitária’ é intervenção militar; apenas parece humana ou humanitária. Seja qual for o motivo ou pretexto, fato é que qualquer tipo de intervenção militar na Síria só levará a derramamento de sangue ainda maior. Não há quem não saiba que os maiores interventores humanitários do planeta – EUA e Grã-Bretanha – intervieram no Iraque, por exemplo, declamando os mais nobres pretextos (naquele caso, a existência de armas de destruição em massa... que jamais existiram). O resultado, no Iraque, foram 150 mil mortes, só entre os civis; além de milhões de refugiados e legiões de seres humanos cujas vidas foram arruinadas e vagam pelo país. 

Por tudo isso, não se deixem enganar pela retórica do humanitarismo ocidental. Na política ocidental para a Síria, há muito mais geopolítica, que humanismo.

Russia Today: O senhor disse que o que está acontecendo na Síria se espalhará eventualmente também para o Irã. O senhor pode explicar melhor? O risco de o Irã ser o próximo alvo?

VC: Falei sobre o Irã, mas em contexto um pouco diferente. Não estou dizendo que, em seguida, não se mudem para o Irã. Mas, no comentário a que você se referiu, eu falava de outro problema. Você refere-se ao que eu disse hoje no Conselho de Segurança, na ONU. Ali, eu me referia ao interesse dos que pedem intervenção militar já. Conter a influência do Irã no Oriente Médio é outra das principais motivações dos “combatentes democráticos” orientais – Arábia Saudita e Qatar – preocupados com o avanço do que, para eles, seriam interesses só do Irã; o mesmo se vê também no Bahrain.

Insistem que os xiitas que protestam estariam recebendo alguma espécie de patrocínio do Irã, apesar do que dizem vários observadores – inclusive jornalistas, que conhecem de perto os eventos. Para vários desses observadores, os protestos são genuínos, contra um sistema que, para dizer o mínimo, não é inteiramente democrático. Portanto, não há dúvidas de que há uma dimensão geopolítica nas políticas de vários dos países que, hoje, atacam mais agressivamente a Síria. Isso, evidentemente, nada tem a ver com os interesses do povo sírio.

Russia Today: Qual é a preocupação de Moscou? Dessas implicações geopolíticas das quais o senhor falou tão claramente... Por que Moscou está tão preocupada com essa questão? De que modo tudo isso afetaria Moscou?

VC: O fundamento da posição russa, nesse caso, não é alguma implicação geopolítica – por mais que saibamos, é claro, que uma ampliação do conflito contra o Irã implique problemas para a Rússia. Hoje se trata de fazer ver que a intervenção militar na Síria é desnecessária. E trabalhamos ativamente para resolver pacificamente também o problema do programa nuclear do Irã. A crescente tensão entre o Irã, o ocidente e os sauditas não ajuda a encaminhar nenhum desses problemas.

O que se vê bem claramente hoje é que o povo sírio está sendo sacrificado, numa disputa geopolítica entre grandes potências ocidentais. É preciso por fim ao conflito armado. Não é absolutamente necessário acrescentar, ao quadro do conflito armado local a violência de uma intervenção militar. E não há outro meio para por fim àquele conflito, se não a mesa de negociações.

Há boa base para iniciar essas negociações, no documento aprovado por consenso, pelo “Grupo de Ação” (ministros do Exterior de vários países, reunidos em Genebra), há duas semanas e meia. Esse documento fala de um corpo nacional de governo de transição a ser criado; e que não será jamais criado a golpes de “sanções”, nem intervenção militar, nem pressões contra um lado só e sempre o mesmo lado – o governo sírio. Ora, o governo sírio já declarou que está pronto a iniciar negociações. Já há até representante designado pelo governo sírio para as conversações indispensáveis para negociar a o fim dos conflitos armados na Síria.

O problema é que há grupos na Síria que não querem nenhuma negociação; há grupos extremistas; há grupos armados que têm interesse na escalada da violência, inclusive com ataques terroristas, como o que houve ontem em Damasco. Não estou dizendo que o governo sírio jamais antes tenha recorrido à violência excessiva; também aí se cometeram erros graves, e ataques injustificáveis ao longo desses meses. Mas, agora, é hora de negociar e pôr fim à violência dos dois lados. A menos que alguém tenha algum interesse em que a guerra na Síria se prolongue por muitos anos, é indispensável iniciar um diálogo imediatamente.

Russia Today: A Rússia não abandona a posição contra a intervenção militar na Síria. Não haverá algum perigo, em assumir posição tão isolada, tendo de vetar e vetar sempre qualquer sanção contra a Síria, se se sabe que a Russia está fornecendo equipamentos ao exército sírio? Sabemos que Moscou já declarou que os equipamentos não são usados contra civis. Mas... não é posição difícil de defender? Como ficarão a reputação da Rússia e as relações entre a Rússia e os países aos quais os vetos russos se opõem, tão declaradamente, depois de superada a crise síria? 

VC: Não se pode adivinhar. Entendo que a Rússia está fazendo o que tem de fazer, fazendo o mais certo, sem seguir uma ou outra política de catástrofe. Aí está uma luta que me orgulho muito de estar lutando, que talvez leve a um novo e melhor curso de ação e a políticas que levem a melhores resultados. É luta que a Rússia está lutando em circunstâncias muito difíceis.

Quanto aos vetos... Se não estou enganado, só os EUA vetaram, sozinhos, só o veto dos EUA contra a aprovação de todo o Conselho de Segurança, mais de 60 projetos de resolução sobre a questão palestina. Quem se sinta incomodado pelo veto de China e Rússia, na questão síria, que vá entrevistar os diplomatas norte-americanos, meus colegas, e peça-lhes explicações sobre as dezenas e dezenas de vetos dos EUA contra os palestinos. Não raras vezes, os representantes norte-americanos no Conselho de Segurança “vetam”, até, declarações do próprio presidente ou da secretária de Estado!

De fato, o veto é uma instituição da Carta da ONU. É direito tão perfeito e legítimo quanto o voto a favor. Nada há de errado em vetar, quando vetar é absolutamente necessário e indispensável, como no caso da Síria, hoje, quando se trata de impedir que mais um país seja destruído, como se a “intervenção militar humanitária” ocidental já destruiu o Iraque e, mais recentemente, também a Líbia. (...)

Russia Today: E sobre a missão dos observadores da ONU na Síria? Que sentido há em manter lá essa missão que, até agora, nada conseguiu?

VC: A missão deve ser mantida lá, por várias razões. A primeira delas é que a missão é fonte de informação objetiva. Além disso, é importante que a missão esteja lá, também para avaliar a real situação da população, vendo a situação de perto. Retirar de lá a missão da ONU seria como abrir caminho para ações ainda mais terríveis, de consequências ainda mais graves. Já estamos, de fato, entrando em outra batalha diplomática. Trata-se agora de conseguir manter a missão lá, e tecnicamente operante, sem sobrecarregá-la com limitações e implicações políticas.


Infelizmente, a intervenção militar humanitária é sempre só militar; apenas parece humana ou humanitária. Seja qual for o motivo ou pretexto, fato é que qualquer tipo de intervenção militar na Síria só levará a derramamento de sangue ainda maior. Não há quem não saiba que os maiores interventores humanitários do planeta – EUA e Grã-Bretanha – intervieram no Iraque, por exemplo, declamando os mais nobres pretextos (naquele caso, a existência de armas de destruição em massa... que jamais existiram). O resultado, no Iraque, foram 150 mil mortes, só entre os civis; além de milhões de refugiados e legiões de seres humanos cujas vidas foram arruinadas, condenados a vagar pelo país. Por tudo isso, não se deixem enganar pela retórica do humanitarismo ocidental. Na política ocidental para a Síria, há muito mais geopolítica, que humanitarismo. Afirmações do Embaixador Russo, na ONU - publicadas dia 20 de julho na Redecastorphoto.

Conter a influência do Irã no Oriente Médio é outra das principais motivações dos “combatentes democráticos” ocidentais – Arábia Saudita e Qatar – preocupados com o avanço do que, para eles, seria interesse só do Irã; o mesmo se vê também no Bahrain.

Quanto aos vetos – se não estou enganado, só os EUA vetaram, sozinhos, contra todo o Conselho de Segurança, mais de 60 projetos de resoluções sobre a questão palestina. Quem se sinta incomodado pelo veto de China e Rússia na questão síria, que entreviste os diplomatas norte-americanos, meus colegas, e peça-lhes explicações sobre as dezenas e dezenas de vetos dos EUA contra os palestinos

Nota: traduzido pelo pessoal da Vida Vudu
extraído do blog: Redecastorphoto