"Seu crime mais hediondo foi destruir a Alma Nacional, o sonho coletivo. Com o jogo perverso de estimular a busca de pretensas vantagens individuais, o governo FHC destruiu a busca de objetivos coletivos". (Aloysio Biondi)
Neste momento em que o tema da privatização da economia brasileira volta ao foco do debate político e considerando que entre as novas gerações de eleitores no histórico segundo turno do dia 31 muitos pouco sabem sobre como o PSDB sangrou o Estado brasileiro, nada melhor que resgatar reflexões de dois pensadores da importância de Aloysio Biondi e Darcy Ribeiro sobre o triste legado da década de 1990.
Os anos FHC e a morte da alma nacional
Por Aloysio Biondi. Artigo publicado na revista "Bundas" em 7 de agosto de 1999
Reverencialmente, peço licença ao mestre Celso Furtado para repeti-lo:
“Nunca estivemos tão longe do país com que sonhamos um dia”.
Uma pequena frase. Capaz, porém, de detonar um turbilhão de lembranças, das emoções e expectativas, dos dias em que o Brasil era um país e tinha sonhos. Um povo que sonhava virar Povo. Estudantes, intelectuais, empresários, trabalhadores, agricultores, classe média envolvidos no debate pelo desenvolvimento, conscientes, todos, de que havia um preço a pagar, resistências a enfrentar. Inimigos, interesses externos a vencer. Um país com alma, sonhos.
Durante 40 anos, 45 anos, houve crises de todos os tipos. Mas havia o amanhã, a promessa do amanhã. A busca do amanhã. Um lugar no mundo. Na década de 50, com a economia resumida praticamente ao café, açúcar, algodão e outros produtos agrícolas, o país lançou-se à loucura de buscar a industrialização. Sem dólares para importar máquinas e equipamentos, pois os preços dos produtos agrícolas estavam de lastros no mercado mundial, estrangulando países pobres como o Brasil. Mesmo assim, o país ousou. Era a época em que os intelectuais e formadores de opinião escreviam livros, artigos, teses sobre e contra as políticas de estrangulamento que os países ricos impunham a países como o Brasil. Ou faziam músicas, peças teatrais, filmes sobre a realidade brasileira. Reforçavam a alma brasileira. O sonho realizável. Será que dona Ruth Cardoso se lembra disso?
Chegou a década de 60, e com ela o golpe militar inspirado pelos EUA, desvios de rota que, no entanto, não conseguiram enterrar de vez os sonhos de construção de um país... A alma nacional resistia. Veio a crise do petróleo, no começo dos anos 70, e o país, que produzia 130 mil barris por dia, mergulhou novamente no abismo da falta de dólares, na recessão, no avanço da miséria. Um país “quebrado”, com total falta de dólares, mas que insistia em sonhar com um amanhã.
Em nome desse sonho, novamente, a população pagou a conta. O governo contraiu dívidas fabulosas, criou impostos, apertou o cinto e o crânio dos brasileiros, para canalizar o dinheiro disponível, dos impostos ou empréstimos, para montar indústrias capazes de fornecer produtos que ainda eram importados, de aço a alumínio, de celulose a petroquímicos, de máquinas a sistemas de telecomunicações. Substituir importações para economizar dólares, necessários para a compra do petróleo, ainda não descoberto em grande escala no território brasileiro.
Para atender a todas essas novas indústrias, era preciso também construir usinas, as Itaipus, rodovias, ferrovias (o Brasil chegou a produzir 5.000 vagões por ano, com encomendas do governo), sistemas de telecomunicações. Mais aperto de cinto, mais impostos, menos dinheiro para as questões sociais, nunca esquecidas nem mesmo nos debates e escritos dos economistas, ou de empresários. Mas havia a esperança do amanhã. O sonho, de que fala mestre Furtado, de um país economicamente forte, exatamente por dispor de todos os recursos naturais para isso, mas também capaz, ao atingir esse estágio, de maior justiça social, de extinção da miséria. Habitado por um Povo. Orgulhoso de si. Solidário, porque se reconhecendo no outro.
No começo dos anos 90, o sonho estava ao alcance da mão, o amanhã chegava. O Brasil conquistara uma posição entre as dez maiores economias do mundo. Melhor ainda: o Brasil nadava em dólares, porque era capaz de realizar exportações muito maiores do que as importações. Poucos se lembram disso hoje, mas o Brasil tinha um dos maiores saldos comerciais positivos (exportações menos importações) do mundo, na casa dos 10 a 15 bilhões de dólares por ano. Tinha dólares seus, não precisava mais de empréstimos ou de capital das multinacionais para realizar investimentos e manter a economia em expansão, para criação de empregos e solução dos problemas do seu povo. Foi ontem, e está tudo tão distante.
A serviço de outros países, o governo escancarou o mercado às importações e às multinacionais. Feiticeiros malditos transformaram o saldo positivo da balança comercial em um “rombo” permanente, deram vantagens na cobrança de impostos sobre a remessa de juros e de lucros estimulando o envio de dólares para o exterior, elevaram os juros para cobrir os rombos criados, “quebraram” assim a União, Estados, Municípios. Destruíram a indústria e a agricultura. Em cinco ou seis anos, clones malditos dos intelectuais de ontem destruíram o que havia sido construído ao longo de décadas. Destruíram mais. Destruíram o sonho, a Alma Nacional.
O que somos hoje? Um quintal dos países ricos? Não. Somos um curral. Bovinos ruminando babosamente enquanto o vizinho do lado, o trabalhador, o funcionário público, o aposentado, o agricultor, o empresário, todos, um a um, são arrastados para o grande matadouro em que o país se transformou, com suas mil formas de abate como o desemprego, os cortes na aposentadoria, as falsas reformas do funcionalismo, a falência, as importações. Bovinos ruminando no curral, enquanto empresas de todos os portes são engolidas por grupos estrangeiros e até o petróleo, ou os campos mais fabulosos de petróleo do mundo, com poços capazes de produzir 10.000 (dez mil) barris por dia, em um único poço, são entregues a preço simbólico às multinacionais
Em cinco anos, o governo Fernando Henrique Cardoso não destruiu apenas a economia nacional, tornando-a dependente do exterior. Seu crime mais hediondo foi destruir a Alma Nacional, o sonho coletivo. Para isso, e com a ajuda dos meios de comunicação, jogou o consumidor contra os empresários nacionais, “esses aproveitadores”; o contribuinte contra os funcionários públicos, “esses marajás”; o pobre contra os agricultores, “esses caloteiros”; a opinião pública contra os aposentados, ”esses vagabundos”.
No governo FHC, o brasileiro foi levado a esquecer que, em qualquer país do mundo, a sociedade só pode funcionar com base em objetivos que atendam aos interesses, necessidades de todos – ou, mais claramente, não se pode por exemplo ter uma política de importação indiscriminada, a pretexto de beneficiar o consumidor, sem provocar desemprego e quebra de empresas. Ou, a longo prazo, desemprego generalizado.
Com o jogo perverso de estimular a busca de pretensas vantagens individuais, o governo FHC destruiu a busca de objetivos coletivos. Destruiu a Alma Nacional, o Projeto Nacional. A violenta desnacionalização sofrida pelo Brasil, em sua economia, vai eternizar a remessa de lucros, dividendos, juros para o exterior. Isto é, vai torná-lo totalmente dependente da boa vontade dos governos de países ricos em fornecer dólares e, portanto, de ordens e autorizações desses governos de países ricos. Uma espécie de colônia, mesmo, como alertou o economista Celso Furtado em palestra que ele encerrou com sua frase, arrasadora para quem viveu o Brasil de 50 para cá, “nunca estivemos tão distante do Brasil com que um dia sonhamos”.
Mesmo sem tê-lo consultado a respeito, uma sugestão: escreva a frase de Furtado em um pedaço de papel, e a releia todos os dias. Ou faça decalques com ela. Sugira que seus amigos façam o mesmo.
E comece a agir. Ainda há tempo de ressuscitar a Alma Nacional, antes que o Brasil vire colônia.
Voltemos agora a janeiro de 1997, quando, um mês antes de morrer, Darcy Ribeiro foi de cadeira de rodas a um ato na Associação Brasileira de Imprensa contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce e fez um emocionado discurso. "Essa gente quer vender, quer entregar o Brasil porque acha melhor. Essa gente usa o Brasil, usa a Nação, para alcançar os seus objetivos", disse Darcy Ribeiro.
Da Carta Maior*
O discurso abaixo foi feito por Darcy Ribeiro no dia 10 de janeiro de 1997, no Rio de Janeiro, durante um ato público contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce realizado no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Naquela ocasião, Darcy Ribeiro disse a amigos: “Vou ao ato na ABI pela Vale nem que seja carregado”. Ele foi de cadeiras de rodas e falou o seguinte:
Senhores membros da mesa, queridíssimos companheiros e amigos.
Preciso contar duas coisas de verdade: não sei se é porque estou velho, sentimental - não sei por que - não posso mais ouvir o Hino Nacional sem vontade de chorar! A segunda coisa que gostaria de dizer preliminarmente, em nome dos que estão aqui e de todos os brasileiros é o seguinte: um beijo na testa de Barbosa Lima Sobrinho!
Eu não vou chegar lá! Mas é muito bonito ver um brasileiro, o mais eminente dos patriotas brasileiros, que lutou todas as lutas brasileiras desses últimos 80 anos, vê-lo vivo comemorando os seus 100 anos. Por isso quero fazer esta pequena homenagem em nome de todos os brasileiros, tanto quanto posso representá-los...
O meu discurso vem agora: Por que é que o Presidente Fernando Henrique - um presidente tão culto, tão inteligente, tão agradável - é um presidente tão ruim! É incrível que Fernando Henrique se deixe dirigir pela pior gente que há, que é o economista! Basta dizer que se você pegar três deles, dos mais eminentes e colocá-los juntos para discutir qualquer assunto - eles vão discordar entre si. Eles sempre discordam em tudo porque não têm certeza de nada...
E Fernando Henrique só lê na cartilha dos economistas do BNDEs e do Ministério da Fazenda... É incrível! Eles são bisonhos, são jovens com a cabeça feita lá fora. Eles não têm nada de patriótico, eles não têm compromisso conosco. É gente que nunca fez nada na vida e nem é provável que venha a fazer. Essa gente quer vender, quer entregar o Brasil porque acha melhor. Essa gente usa o Brasil, usa a Nação, para alcançar os seus objetivos. Por isso que é importante que existam cabeças como a de Barbosa Lima Sobrinho...
Existe no mundo empresa mais exitosa para fazer mineração, tirando o minério das minas e transportando-o para os compradores do que a Vale do Rio Doce? Existe acaso empresa no mundo com o domínio da tecnologia mais avançada e mais alta do que a Vale? Existe alguma empresa no mundo com as técnicas de reflorestamento empregadas pela Vale? Existe empresa de mineração no mundo, pública, que seja mais lucrativa do que a Vale? Existe empresa que cuide melhor de seus trabalhadores? É claro que não! É por isso que precisamos defender a Vale. E saber que se ela for privatizada logo de cara 30% de seus trabalhadores serão despedidos.
Existe por acaso empresa melhor associada a outras para a exploração de minérios? É claro que não! Se Fernando Henrique tivesse respostas positivas a estas perguntas, que há empresas melhores do que a Vale, poderíamos entender a sua posição. De que a entrega da Vale estava certa. Mas nada disso existe! Entregar a Vale pura e simplesmente para a acumulação dos banqueiros é uma coisa criminosa!
Por isso temos que aprofundar esta campanha em defesa da Vale do Rio Doce tanto quanto possível, mostrando a Fernando Henrique, de todos os modos, que a Nação não aceita esta venda. A Vale é a segunda das empresas criadas através da sagacidade intensa, da capacidade imensa de Getúlio Vargas. Getúlio fez todo esforço para trazer para o Brasil empresas privadas que quisessem produzir aço. Getúlio sabia que só com um grande parque siderúrgico o Brasil poderia dar certo. Era preciso criar a matriz da indústria brasileira. E a "mater", a mãe da indústria brasileira, foi a Companhia Siderúrgica Nacional.
Sem a CSN não existiria indústria naval, indústria de automóveis, o Brasil não teria dado todos os passos imensos que deu, para o progresso. Volta Redonda foi negociada com Roosevelt como condição para o Brasil apoiar os Aliados na guerra. Pois a CSN foi entregue a três banqueiros. Quem pode confiar que três banqueiros agirão de acordo com a Nação e com os interesses do povo brasileiro? Ninguém!
Agora a segunda empresa também negociada por Getúlio pode ser vendida. Os ingleses queriam que enquanto continuasse a Segunda Guerra, enquanto durasse a guerra, o Brasil vendesse para eles, fiado, todo o minério de ferro que pudessem absorver. Getúlio aproveitou a oportunidade e fez um acordo pensando nos interesses do Brasil. Os ingleses passaram a propriedade que tinham sobre as jazidas de ferro em Minas Gerais com a condição de que o Brasil vendesse fiado para eles. E essa foi a origem, o início da grande Vale do Rio Doce que temos hoje.
Quando a Vale se instalou existiam outras empresas que se dedicavam a mineração, como a Hanna. E a Vale cresceu. É por isso que não há nada mais incompreensível, absurdo, criminoso, de lesa-pátria, do que esta tentativa do Governo de privatizar a Vale do Rio Doce.
*Este texto de Darcy Ribeiro foi distribuído à imprensa por Oswaldo Peres Maneschy
Saiba quem foi Aloysio Biondi (1936-2000) e como adquirir 'O Brasil Privatizado', livro do jornalista
Saiba quem foi Darcy Ribeiro (1922-1997)
Construir a cidadania a partir do exercício do direito de todos a expressão, comunicação e informação
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
terça-feira, 12 de outubro de 2010
E-mails da Prefeitura de São Paulo serviram para envio de boatos contra Dilma
Recebi de um amigo cópias de e-mails enviados pelo já famoso na web "Antonio da Ponte", com ataques à candidata presidencial Dilma Rousseff. A maioria das mensagens é risível, geralmente trazendo supostas transcrições de comentários de jornalistas influentes, mas cujos áudios ou vídeos nunca ou quase nunca batem com os textos. Em meio ao festival de baboseiras disseminado pelo senhor "da Ponte", todas com cópias para ou encaminhadas a partir de outros fakes como "Tânia Orquidácea" e "Joaquim Mesmo", me chamou a atenção um detalhe: a origem de um dos e-mails, apontando um trecho do documentário "Entreatos", de João Moreira Salles, como prova de que teriam surgido ali, em 2002, os esquemas de corrupção comandados por José Dirceu.
Mas... reparem no endereço eletrônico em detalhe. O e-mail "postmaster@prefeitura.sp.gov.br" soa familiar? Isso mesmo. Prefeitura de São Paulo.
O vídeo anexado à mensagem não prova nada. Mas o que chama a atenção é onde ele foi gerado e por quem. Por sinal, verificando outras mensagens semelhantes que me foram encaminhadas pelo tal "da Ponte" e que passaram por seus coleguinhas fakes - talvez sejam contas de uma mesma pessoa - percebi que todas vêm ou foram copiadas no meio do caminho por e-mails do servidor da prefeitura paulistana. Para explicar de forma simplificada, "postmaster@prefeitura.sp.gov.br" é o servidor para o acesso a contas de e-mail de todos os órgãos da prefeitura. Exemplo: o e-mail do CEU Água Azul é "smeceuaguaazul@prefeitura.sp.gov.br".
Vamos falar sobre a prefeitura paulistana e seu titular DEMotucano. O senhor Gilberto Kassab foi eleito em 2004 como vice na chapa de alguém que é hoje candidato presidencial. Esse candidato presidencial largou a prefeitura após 15 meses de mandato, mesmo jurando na TV - e até assinando documento em cartório - que cumpriria até o fim o mandato. O ex-prefeito foi mais um dos eleitos pelo PSDB em São Paulo que abriram as portas para a única possibilidade de o DEM ser poder na região sudeste: herdando o trono dos tucanos. Dilma, não se estressa. Processa. Em tempo, antes que o Antonio da Ponte, ou Joaquim Mesmo ou sejá lá como se chame mude de e-mail, seu IP é 189.33.117.189. (Rodrigo Brandão - Equipe do Blog EDUCOM)
Post scriptum: será que Antonio da Ponte é um personagem fictício ou trabalha na Prefeitura de São Paulo? Nosso amigo parece ter bastante intimidade com o organograma da alcaidia paulistana...
Mas... reparem no endereço eletrônico em detalhe. O e-mail "postmaster@prefeitura.sp.gov.br" soa familiar? Isso mesmo. Prefeitura de São Paulo.
O vídeo anexado à mensagem não prova nada. Mas o que chama a atenção é onde ele foi gerado e por quem. Por sinal, verificando outras mensagens semelhantes que me foram encaminhadas pelo tal "da Ponte" e que passaram por seus coleguinhas fakes - talvez sejam contas de uma mesma pessoa - percebi que todas vêm ou foram copiadas no meio do caminho por e-mails do servidor da prefeitura paulistana. Para explicar de forma simplificada, "postmaster@prefeitura.sp.gov.br" é o servidor para o acesso a contas de e-mail de todos os órgãos da prefeitura. Exemplo: o e-mail do CEU Água Azul é "smeceuaguaazul@prefeitura.sp.gov.br".
Vamos falar sobre a prefeitura paulistana e seu titular DEMotucano. O senhor Gilberto Kassab foi eleito em 2004 como vice na chapa de alguém que é hoje candidato presidencial. Esse candidato presidencial largou a prefeitura após 15 meses de mandato, mesmo jurando na TV - e até assinando documento em cartório - que cumpriria até o fim o mandato. O ex-prefeito foi mais um dos eleitos pelo PSDB em São Paulo que abriram as portas para a única possibilidade de o DEM ser poder na região sudeste: herdando o trono dos tucanos. Dilma, não se estressa. Processa. Em tempo, antes que o Antonio da Ponte, ou Joaquim Mesmo ou sejá lá como se chame mude de e-mail, seu IP é 189.33.117.189. (Rodrigo Brandão - Equipe do Blog EDUCOM)
Post scriptum: será que Antonio da Ponte é um personagem fictício ou trabalha na Prefeitura de São Paulo? Nosso amigo parece ter bastante intimidade com o organograma da alcaidia paulistana...
Marcadores:
Dilma Roussef,
Eleições 2010,
Gilberto Kassab,
José Serra,
pt
Laerte Braga: 'Lugar de mulher é na cozinha'
Este artigo foi distribuído nas listas de blogueiros sujos dia 9, véspera do debate da Band. Veja como o jornalista Laerte Braga antecipa a postura de Serra e do PSDB durante e após o encontro dos presidenciáveis, mas principalmente os comentários da mídia no dia seguinte.
"Todos ensaiados para chamar Dilma de agressiva e Serra de enfático. Machismo: mulher quando é enfática torna-se agressiva." (deputada federal Manuela d'Ávila, do PC do B, comentando o debate no Twitter)
Laerte Braga
A maneira brutal e baixa com que a extrema-direita brasileira vem tentando impor o nome de José Arruda Serra aos brasileiros revela o apetite pelo poder dessas elites. Ou pela tentativa de manter intocados seus feudos.
Mostra o preconceito dos “donos” do País contra a mulher, o que, por sua vez, se estende a todos os que nesses últimos oito anos se viram incluídos no processo político e econômico por conta de ações do governo Lula.
A presunção e a arrogância da verdade absoluta. Só disfarça o caráter perverso e escravagista das elites.
O cunho religioso que tomou conta do debate eleitoral no fundo esconde apenas busca de mais poder. De maiores privilégios. Soa chantagista, cúmplice de um modelo político que vai sendo rompido gradativamente e abrindo caminho a uma ampla e desejada participação popular no processo político e nesse caminho quebrando barreiras impostas secularmente à grande maioria dos brasileiros.
Esse debate religioso soa a falso moralismo. O maior líder religioso do Brasil nos últimos anos foi Chico Xavier. Um líder espírita (não sou espírita). Teria se transformado num dos homens mais ricos do País só com os direitos autorais de seus livros.
Vivia modestamente numa casa comum, abriu mão de todos aqueles direitos em benefício da obra religiosa e assistencial que coordenava. Sustentava-se com o básico, o indispensável.
Em tempo algum teve coleção de carros antigos, ou direitos autorais de CDs gravados por grandes multinacionais da música, muito menos programas de televisão ou aparições em shows cercados de tecnologia do embuste.
A padroeira do Brasil, que um dia teve sua imagem chutada por um tresloucado, é negra.
Chico Xavier soma-se a D. Hélder Câmara que designado arcebispo de Olinda e Recife deixou de viver no palácio episcopal e foi morar numa casa nos fundos do tal palácio, transformando-o em centro de amparo material e espiritual aos que assim o necessitavam.
Há um número expressivo de líderes religiosos com atitudes semelhantes. A imensa maioria perseguida ou ignorada pelas elites que buscam de forma desesperada recuperar o governo do Brasil e arrematar o processo de venda de todas as riquezas nacionais.
Em 1964, quando boa parte da cúpula da Igreja Católica Romana se mostrou favorável ao golpe de estado dos militares a soldo das elites e dos EUA, um cardeal, por exemplo, Carlos Vasconcelos Mota se opôs à ditadura.
E na luta contra o regime militar, bárbaro, estúpido, anti nacional, muitos sacerdotes e bispos caíram diante da tacanha e violenta “ordem” que tomou conta do Brasil durante 20 anos.
Quando havia um papa no sentido que aplicamos à palavra, ou ao título, o governo brasileiro – ditadura militar – mandou sondar Paulo VI sobre a eventual prisão do bispo Pedro Casaldáliga. A resposta foi simples – “toquem num fio de cabelo de Casaldáliga e estarão tocando em mim” –. Foi à época do assassinato do padre Burnier, vítima da ditadura.
Celso Furtado, um dos grandes vultos da História do Brasil, dizia que a maior revolução do século XX foi a “feminista”. No sentido da conquista da liberdade política e econômica da mulher. Deixa de ser coadjuvante e passa a ser protagonista.
Transformou-se em bem mais que uma simples partícipe do processo de vida de uma nação como um todo. Milhões de donas de casa se viram num dado momento com os direitos revelando novas responsabilidades e a um ponto tal que são sustentáculos da própria ordem política, econômica e social.
Tirem a mulher do cenário político, econômico e social e o País desaba.
Há dias foi veiculado pela televisão um anúncio de um determinado modelo de automóvel. No filme da propaganda a mulher presenteia o marido com aquele carro, para que ele possa cumprir suas funções domésticas. Levar e buscar os filhos na escola, fazer compras no supermercado, coisas assim. O casal vizinho, na lógica de estimular o consumo, espiando de esguelha, apresenta um marido deprimido. Pede um tempo.
É uma forma de apropriação do status da mulher, parte viva do dia a dia seja de um casal, seja de um país como o nosso.
As elites não aceitam a mulher e o tosco modo de pensar de setores da extrema-direita, rude, tosco, mas deliberado, não concorda com a hipótese que o Brasil possa ser governado por uma mulher.
Na história construída desde a chegada de Cabral, entendem que lugar de mulher é na cozinha e obrigação de mulher é dirigir-se ao seu companheiro como “senhor meu marido”, ou “senhor sei lá o que”.
Não é uma questão cultural com o aspecto que emprestam a essa palavra.
É ignorar o papel extraordinário que a mulher exerce em cada tijolinho de todo o cotidiano de todos nós.
O modelo se apropria inclusive da própria característica revolucionária dessa participação, para tentar adequá-la às suas vontades, transformando a mulher em objeto. Em melancia, pera, etc.
Objeto sexual, objeto de exploração no trabalho. É o que o modelo vende.
Milhões de brasileiras carregam em suas costas a história de violência e preconceito contra a mulher. Como milhões de negros e integrantes de minorias historicamente rejeitadas.
A perspectiva de uma presidente e não de um presidente assusta e assusta mais ainda quando essa mulher tem dentro de si as marcas da violência e da brutalidade da ditadura militar.
E traz consigo o caráterindiscutível e capaz. Preservou-se íntegra.
A soma dessas características é que leva setores medievais das elites políticas, econômicas e religiosas do Brasil a uma campanha baixa, repleta de chantagens, de tentativas de desqualificar Dilma Roussef.
É como uma chicotada em cada mulher brasileira e muitas ainda não perceberam que por trás de toda a baixaria que toma conta da campanha eleitoral, bem mais que o mau caratismo do candidato José Arruda Serra, existe um projeto sinistro e cruel de dominação do Brasil e dos brasileiros.
Para essa gente lugar de mulher é na cozinha, ou então na cama, cumprindo “suas obrigações”. O medo que buscam criar nas pessoas é a maneira de tentar escravizar. Pelo medo.
Se bobearmos, em breve, vão propor algo como uma espécie de circuncisão de todas as mulheres, o corte do clitóris.
E os atrasados são os outros.
O que há por trás de toda essa canalhice é a luta para manter privilégios e deter o avanço do Brasil, hoje a oitava economia do mundo e com níveis de justiça social ainda longe dos ideais, mas bem melhores que os dos tempos de FHC e os de sua laia.
A História não se constrói num dia e nem se faz sem lutas.
A luta de Dilma é a luta de cada mulher brasileira. Seja por sua liberdade, seja para não ter que recorrer a uma delegacia por conta de violência doméstica, seja para abrigar sob o manto de mãe/mulher consciente do seu papel a Nação que se transforma em potência mundial.
Isso incomoda às elites paulistas, aos latifundiários, aos “donos” do Brasil, loucos para que as mulheres voltem à cozinha e se prestem à cama no horário desejado pelos senhores. Incomoda a mídia privada que deseja bundas imensas nas capas de revistas, jornais, nos shows de tevê, tudo em nome de um modelo podre e corrupto.
Com um detalhe. Não pode passar de quarenta anos. Do contrário, como fez Faustão, é demitida por não atender às exigências do patrocinador.
Para eles é a ordem natural das coisas. E a ordem natural das coisas, para eles, é a eterna exploração de mulheres, negros, de excluídos de um modo geral, de trabalhadores. Escondem-se no moralismo de fachada, na hipocrisia e isso tem nome.
É fascismo. A forma mais ultrajante de assédio que se pode conhecer. Se volta tanto contra a mulher, como contra qualquer cidadão consciente e decente, porque esconde propósitos e objetivos de pura dominação e exploração.
É o estilo VEJA, ou FOLHA DE SÃO PAULO, ou GLOBO. É o jeito de ser tucano/DEM. Explicita-se na campanha sórdida.
Baixo, vil, covarde.
No mundo cristão duas mulheres tiveram importância capital na vida de Cristo. Maria, sua mãe e de seus irmãos e Madalena que, segundo alguns, foi sua companheira. Maria Madalena à época e como nos registros foi chamada de prostituta pelos senhores de Israel.
Ficção ou não o livro O CÓDIGO DA VINCI e o filme mostram a face real da OPUS DEI. O preconceito. Sobre lugar de mulher ser na cozinha é exatamente isso. Os “donos” as desqualificam. Em sua arrogância de senhores da verdade. Desde que a verdade seja lucrativa.
É nessa trilha covarde que querem que os caminhos caminhem. Com caminhantes sem vontade e sem vida, submissos a um processo que ultrapassa o de apenas alienação, atinge o de tentar nos transformar a todos em robôs.
"Todos ensaiados para chamar Dilma de agressiva e Serra de enfático. Machismo: mulher quando é enfática torna-se agressiva." (deputada federal Manuela d'Ávila, do PC do B, comentando o debate no Twitter)
Laerte Braga
A maneira brutal e baixa com que a extrema-direita brasileira vem tentando impor o nome de José Arruda Serra aos brasileiros revela o apetite pelo poder dessas elites. Ou pela tentativa de manter intocados seus feudos.
Mostra o preconceito dos “donos” do País contra a mulher, o que, por sua vez, se estende a todos os que nesses últimos oito anos se viram incluídos no processo político e econômico por conta de ações do governo Lula.
A presunção e a arrogância da verdade absoluta. Só disfarça o caráter perverso e escravagista das elites.
O cunho religioso que tomou conta do debate eleitoral no fundo esconde apenas busca de mais poder. De maiores privilégios. Soa chantagista, cúmplice de um modelo político que vai sendo rompido gradativamente e abrindo caminho a uma ampla e desejada participação popular no processo político e nesse caminho quebrando barreiras impostas secularmente à grande maioria dos brasileiros.
Esse debate religioso soa a falso moralismo. O maior líder religioso do Brasil nos últimos anos foi Chico Xavier. Um líder espírita (não sou espírita). Teria se transformado num dos homens mais ricos do País só com os direitos autorais de seus livros.
Vivia modestamente numa casa comum, abriu mão de todos aqueles direitos em benefício da obra religiosa e assistencial que coordenava. Sustentava-se com o básico, o indispensável.
Em tempo algum teve coleção de carros antigos, ou direitos autorais de CDs gravados por grandes multinacionais da música, muito menos programas de televisão ou aparições em shows cercados de tecnologia do embuste.
A padroeira do Brasil, que um dia teve sua imagem chutada por um tresloucado, é negra.
Chico Xavier soma-se a D. Hélder Câmara que designado arcebispo de Olinda e Recife deixou de viver no palácio episcopal e foi morar numa casa nos fundos do tal palácio, transformando-o em centro de amparo material e espiritual aos que assim o necessitavam.
Há um número expressivo de líderes religiosos com atitudes semelhantes. A imensa maioria perseguida ou ignorada pelas elites que buscam de forma desesperada recuperar o governo do Brasil e arrematar o processo de venda de todas as riquezas nacionais.
Em 1964, quando boa parte da cúpula da Igreja Católica Romana se mostrou favorável ao golpe de estado dos militares a soldo das elites e dos EUA, um cardeal, por exemplo, Carlos Vasconcelos Mota se opôs à ditadura.
E na luta contra o regime militar, bárbaro, estúpido, anti nacional, muitos sacerdotes e bispos caíram diante da tacanha e violenta “ordem” que tomou conta do Brasil durante 20 anos.
Quando havia um papa no sentido que aplicamos à palavra, ou ao título, o governo brasileiro – ditadura militar – mandou sondar Paulo VI sobre a eventual prisão do bispo Pedro Casaldáliga. A resposta foi simples – “toquem num fio de cabelo de Casaldáliga e estarão tocando em mim” –. Foi à época do assassinato do padre Burnier, vítima da ditadura.
Celso Furtado, um dos grandes vultos da História do Brasil, dizia que a maior revolução do século XX foi a “feminista”. No sentido da conquista da liberdade política e econômica da mulher. Deixa de ser coadjuvante e passa a ser protagonista.
Transformou-se em bem mais que uma simples partícipe do processo de vida de uma nação como um todo. Milhões de donas de casa se viram num dado momento com os direitos revelando novas responsabilidades e a um ponto tal que são sustentáculos da própria ordem política, econômica e social.
Tirem a mulher do cenário político, econômico e social e o País desaba.
Há dias foi veiculado pela televisão um anúncio de um determinado modelo de automóvel. No filme da propaganda a mulher presenteia o marido com aquele carro, para que ele possa cumprir suas funções domésticas. Levar e buscar os filhos na escola, fazer compras no supermercado, coisas assim. O casal vizinho, na lógica de estimular o consumo, espiando de esguelha, apresenta um marido deprimido. Pede um tempo.
É uma forma de apropriação do status da mulher, parte viva do dia a dia seja de um casal, seja de um país como o nosso.
As elites não aceitam a mulher e o tosco modo de pensar de setores da extrema-direita, rude, tosco, mas deliberado, não concorda com a hipótese que o Brasil possa ser governado por uma mulher.
Na história construída desde a chegada de Cabral, entendem que lugar de mulher é na cozinha e obrigação de mulher é dirigir-se ao seu companheiro como “senhor meu marido”, ou “senhor sei lá o que”.
Não é uma questão cultural com o aspecto que emprestam a essa palavra.
É ignorar o papel extraordinário que a mulher exerce em cada tijolinho de todo o cotidiano de todos nós.
O modelo se apropria inclusive da própria característica revolucionária dessa participação, para tentar adequá-la às suas vontades, transformando a mulher em objeto. Em melancia, pera, etc.
Objeto sexual, objeto de exploração no trabalho. É o que o modelo vende.
Milhões de brasileiras carregam em suas costas a história de violência e preconceito contra a mulher. Como milhões de negros e integrantes de minorias historicamente rejeitadas.
A perspectiva de uma presidente e não de um presidente assusta e assusta mais ainda quando essa mulher tem dentro de si as marcas da violência e da brutalidade da ditadura militar.
E traz consigo o caráterindiscutível e capaz. Preservou-se íntegra.
A soma dessas características é que leva setores medievais das elites políticas, econômicas e religiosas do Brasil a uma campanha baixa, repleta de chantagens, de tentativas de desqualificar Dilma Roussef.
É como uma chicotada em cada mulher brasileira e muitas ainda não perceberam que por trás de toda a baixaria que toma conta da campanha eleitoral, bem mais que o mau caratismo do candidato José Arruda Serra, existe um projeto sinistro e cruel de dominação do Brasil e dos brasileiros.
Para essa gente lugar de mulher é na cozinha, ou então na cama, cumprindo “suas obrigações”. O medo que buscam criar nas pessoas é a maneira de tentar escravizar. Pelo medo.
Se bobearmos, em breve, vão propor algo como uma espécie de circuncisão de todas as mulheres, o corte do clitóris.
E os atrasados são os outros.
O que há por trás de toda essa canalhice é a luta para manter privilégios e deter o avanço do Brasil, hoje a oitava economia do mundo e com níveis de justiça social ainda longe dos ideais, mas bem melhores que os dos tempos de FHC e os de sua laia.
A História não se constrói num dia e nem se faz sem lutas.
A luta de Dilma é a luta de cada mulher brasileira. Seja por sua liberdade, seja para não ter que recorrer a uma delegacia por conta de violência doméstica, seja para abrigar sob o manto de mãe/mulher consciente do seu papel a Nação que se transforma em potência mundial.
Isso incomoda às elites paulistas, aos latifundiários, aos “donos” do Brasil, loucos para que as mulheres voltem à cozinha e se prestem à cama no horário desejado pelos senhores. Incomoda a mídia privada que deseja bundas imensas nas capas de revistas, jornais, nos shows de tevê, tudo em nome de um modelo podre e corrupto.
Com um detalhe. Não pode passar de quarenta anos. Do contrário, como fez Faustão, é demitida por não atender às exigências do patrocinador.
Para eles é a ordem natural das coisas. E a ordem natural das coisas, para eles, é a eterna exploração de mulheres, negros, de excluídos de um modo geral, de trabalhadores. Escondem-se no moralismo de fachada, na hipocrisia e isso tem nome.
É fascismo. A forma mais ultrajante de assédio que se pode conhecer. Se volta tanto contra a mulher, como contra qualquer cidadão consciente e decente, porque esconde propósitos e objetivos de pura dominação e exploração.
É o estilo VEJA, ou FOLHA DE SÃO PAULO, ou GLOBO. É o jeito de ser tucano/DEM. Explicita-se na campanha sórdida.
Baixo, vil, covarde.
No mundo cristão duas mulheres tiveram importância capital na vida de Cristo. Maria, sua mãe e de seus irmãos e Madalena que, segundo alguns, foi sua companheira. Maria Madalena à época e como nos registros foi chamada de prostituta pelos senhores de Israel.
Ficção ou não o livro O CÓDIGO DA VINCI e o filme mostram a face real da OPUS DEI. O preconceito. Sobre lugar de mulher ser na cozinha é exatamente isso. Os “donos” as desqualificam. Em sua arrogância de senhores da verdade. Desde que a verdade seja lucrativa.
É nessa trilha covarde que querem que os caminhos caminhem. Com caminhantes sem vontade e sem vida, submissos a um processo que ultrapassa o de apenas alienação, atinge o de tentar nos transformar a todos em robôs.
Marcadores:
Dilma Roussef,
Eleições 2010,
José Serra,
Laerte Braga,
mulher,
PIG
Guitarrista do Rage Against The Machine homenageia MST e TV Globo corta as imagens
Mais uma demonstração inequívoca do quanto a imprensa brasileira preza a liberdade de expressão, eles mesmos que gritam, "indignados", toda vez que sofrem alguma crítica. Leia o texto abaixo, veja o vídeo com a música dedicada aos trabalhadores sem terra e a foto do guitarrista norte-americano vestindo o boné do MST, imagem que a Globo censurou. Se eles hoje demonstram tanto atrevimento, quando o Brasil tem um governo de centro-esquerda, quando os movimentos sociais estão organizados e em permanente diálogo com as autoridades, imagine o que poderão fazer caso a oposição conservadora retome o poder no pleito do dia 31.
Do site "Virgula"
Na noite de sexta, 9, durante apresentação no festival SWU, em Itu (SP) Zack de la Rocha, vocalista do Rage Against the Machine, dedicou a música "People of the Sun" (em português "Povo do Sol") ao MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. "Esse som vai para os irmãos e irmãs do MST: people of the sun", anunciou de la Rocha.
Em seguida, durante a música Wake Up, o guitarrista Tom Morello colocou um boné do MST e poucos minutos depois a Rede Globo, que transmitia o festival, cortou a transmissão do show.
Um comunicado oficial - falando do apoio da banda ao movimento durante a apresentação - foi divulgado no site oficial do MST. Tom Morello também se pronunciou pelo Twitter: "Se a rede de tv cortou as cenas em que eu aparecia com o boné do MST, é sinal que estamos vencendo", postou o guitarrista do Rage.
Quem assistia à apresentação da banda no Multishow, canal por assinatura da Globo, não viu esta imagem: Tom Morello homenageia o MST.
Do site "Virgula"
Na noite de sexta, 9, durante apresentação no festival SWU, em Itu (SP) Zack de la Rocha, vocalista do Rage Against the Machine, dedicou a música "People of the Sun" (em português "Povo do Sol") ao MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. "Esse som vai para os irmãos e irmãs do MST: people of the sun", anunciou de la Rocha.
Em seguida, durante a música Wake Up, o guitarrista Tom Morello colocou um boné do MST e poucos minutos depois a Rede Globo, que transmitia o festival, cortou a transmissão do show.
Um comunicado oficial - falando do apoio da banda ao movimento durante a apresentação - foi divulgado no site oficial do MST. Tom Morello também se pronunciou pelo Twitter: "Se a rede de tv cortou as cenas em que eu aparecia com o boné do MST, é sinal que estamos vencendo", postou o guitarrista do Rage.
Quem assistia à apresentação da banda no Multishow, canal por assinatura da Globo, não viu esta imagem: Tom Morello homenageia o MST.
Marcadores:
criminalização de movimentos sociais,
esquerda,
globo,
latifúndio midiático,
mst,
PIG
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Análise da candidatura Dilma nas capas dos jornais
Manchetes dos três jornais de maior circulação do país com relação à candidatura Dilma Rousseff
Do Brasil de Fato
Análise das manchetes dos três jornais de maior circulação do país com relação à candidatura Dilma Rousseff.
O levantamento foi feito a partir das manchetes de primeira página publicadas, entre os dias 28 de agosto e 27 de setembro, por Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo. Nesse período, o diário carioca não publicou nenhuma manchete positiva à candidata Dilma Rousseff, contra 21 negativas. Foram ainda três neutras e seis tratando de outros assuntos, como economia ou internacional.
Já a Folha de S.Paulo veiculou duas manchetes positivas à campanha petista (“Lula vai à TV e afirma que Serra partiu para baixaria”, no dia 8, e “Desemprego é o menor, e renda é a maior em 8 anos”, dia 24). No entanto, foram 18 negativas, além de uma neutra e nove sobre temas diversos. O outro periódico paulista, o único dos três a declarar em editorial apoio ao candidato José Serra, foi o campeão em manchetes negativas com relação a Dilma: foram 22 em apenas um mês. O Estado de S. Paulo também trouxe uma capa positiva à petista (“Inquérito da PF esvazia tese de crime político na receita”, dia 16), três neutras e quatros abordando outros assuntos.
Do Brasil de Fato
Análise das manchetes dos três jornais de maior circulação do país com relação à candidatura Dilma Rousseff.
O levantamento foi feito a partir das manchetes de primeira página publicadas, entre os dias 28 de agosto e 27 de setembro, por Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo. Nesse período, o diário carioca não publicou nenhuma manchete positiva à candidata Dilma Rousseff, contra 21 negativas. Foram ainda três neutras e seis tratando de outros assuntos, como economia ou internacional.
Já a Folha de S.Paulo veiculou duas manchetes positivas à campanha petista (“Lula vai à TV e afirma que Serra partiu para baixaria”, no dia 8, e “Desemprego é o menor, e renda é a maior em 8 anos”, dia 24). No entanto, foram 18 negativas, além de uma neutra e nove sobre temas diversos. O outro periódico paulista, o único dos três a declarar em editorial apoio ao candidato José Serra, foi o campeão em manchetes negativas com relação a Dilma: foram 22 em apenas um mês. O Estado de S. Paulo também trouxe uma capa positiva à petista (“Inquérito da PF esvazia tese de crime político na receita”, dia 16), três neutras e quatros abordando outros assuntos.
Marcadores:
Dilma Roussef,
Eleições 2010,
latifúndio midiático,
PIG
Do Aurélio: 'tergiversar'
v.i. Usar de subterfúgios ou evasivas, variar inseguramente de argumentos e de meios no debate de um assunto ou no enfrentar uma situação. "Indagada a respeito, a autoridade tergiversou".
Marcadores:
Eleições 2010,
José Serra
O debate da Band
Blogueiros e jornalistas especializados em grande maioria concordaram que o debate marca uma mudança de rumos no 2º turno. Dilma ouviu a militância e adotou a postura mais agressiva de todos os debates até o momento. Só se viram elogios ao desempenho da candidata do PT nos blogs, no Twitter e em outras redes sociais. Há um clima de empolgação na campanha que não havia uma semana atrás. Serra foi desmascarado e os tucanos parecem ter sentido o golpe.
"Dilma Rousseff surpreendeu e foi para cima do candidato tucano no debate da TV Bandeirantes. Serra não esperava por isso. Ficou evidente ao deixar sem respostas, por exemplo, a cobrança que a petista fez a ele da frase dita por sua esposa, Mônica Serra, de que 'Dilma mata criancinhas'. Colocou o tema das privatizações na baila, defendeu a Petrobras e o pré-sal e colocou uma dúvida na cabeça das pessoas. A de que essas riquezas correriam riscos na gestão tucana. Não acredito que o aborto volte a ser tema central da campanha." (Renato Rovai, editor da Revista Fórum)
"Apontado como 'líder satanista' (na imunda boataria pró-Serra, que inundou a internet nas últimas semanas), Michel Temer (o vice de Dilma) foi quem analisou com mais calma e conteúdo o debate, numa entrevista rápida ainda dentro do estúdio da Band: a atuação da Dilma 'vai jogar nas ruas a militância'. O debate foi isso. Audiência baixa, cerca de 3 pontos. Quem estava acompanhando? O público mais ligado em política – dos dois lados. Dilma falou para a militância. E acho que surpreendeu positivamente a todos." (Rodrigo Vianna, do blog O Escrevinhador)
"Dilma jogou no colo de Serra a origem da história sobre o aborto ao citar o que a mulher dele disse a respeito. A candidata do PT usou o debate para mostrar que está viva, firme e forte. Por isso foi para o ataque. E surpreendeu o adversário." (Ricardo Noblat, de O Globo, pelo Twitter)
"Foi o melhor debate da campanha até agora" (Fernando Mitre, diretor de jornalismo da Band)
"O debate foi agressivo, mas no melhor sentido da palavra" (Ricardo Boechat, mediador do debate de ontem)
"Dilma Rousseff surpreendeu e foi para cima do candidato tucano no debate da TV Bandeirantes. Serra não esperava por isso. Ficou evidente ao deixar sem respostas, por exemplo, a cobrança que a petista fez a ele da frase dita por sua esposa, Mônica Serra, de que 'Dilma mata criancinhas'. Colocou o tema das privatizações na baila, defendeu a Petrobras e o pré-sal e colocou uma dúvida na cabeça das pessoas. A de que essas riquezas correriam riscos na gestão tucana. Não acredito que o aborto volte a ser tema central da campanha." (Renato Rovai, editor da Revista Fórum)
"Apontado como 'líder satanista' (na imunda boataria pró-Serra, que inundou a internet nas últimas semanas), Michel Temer (o vice de Dilma) foi quem analisou com mais calma e conteúdo o debate, numa entrevista rápida ainda dentro do estúdio da Band: a atuação da Dilma 'vai jogar nas ruas a militância'. O debate foi isso. Audiência baixa, cerca de 3 pontos. Quem estava acompanhando? O público mais ligado em política – dos dois lados. Dilma falou para a militância. E acho que surpreendeu positivamente a todos." (Rodrigo Vianna, do blog O Escrevinhador)
"Dilma jogou no colo de Serra a origem da história sobre o aborto ao citar o que a mulher dele disse a respeito. A candidata do PT usou o debate para mostrar que está viva, firme e forte. Por isso foi para o ataque. E surpreendeu o adversário." (Ricardo Noblat, de O Globo, pelo Twitter)
"Foi o melhor debate da campanha até agora" (Fernando Mitre, diretor de jornalismo da Band)
"O debate foi agressivo, mas no melhor sentido da palavra" (Ricardo Boechat, mediador do debate de ontem)
Marcadores:
Dilma Roussef,
Eleições 2010,
José Serra
domingo, 10 de outubro de 2010
Dilma e a fé Cristã
Por Frei Betto*
Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte. Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência.
Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho.
Nada tinha de “marxista ateia”.
Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.
Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista- acusar Dilma Rousseff de “abortista” ou contrária aos princípios evangélicos.
Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade.
Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo.
Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica. Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que “a árvore se conhece pelos frutos”, como acentua o Evangelho.
É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam.
Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto…
Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.
Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.
Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.
A resposta de Jesus surpreendeu: “Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes…” (Mateus 25, 31-46). Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.
Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção.
*frade dominicano, Frei Betto (foto) é assessor de movimentos sociais e autor de “Um homem chamado Jesus” (Rocco), entre outros livros. Publicado na edição de hoje da Folha de S. Paulo
Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte. Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência.
Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho.
Nada tinha de “marxista ateia”.
Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.
Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista- acusar Dilma Rousseff de “abortista” ou contrária aos princípios evangélicos.
Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade.
Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo.
Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica. Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que “a árvore se conhece pelos frutos”, como acentua o Evangelho.
É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam.
Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto…
Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.
Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.
Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.
A resposta de Jesus surpreendeu: “Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes…” (Mateus 25, 31-46). Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.
Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção.
*frade dominicano, Frei Betto (foto) é assessor de movimentos sociais e autor de “Um homem chamado Jesus” (Rocco), entre outros livros. Publicado na edição de hoje da Folha de S. Paulo
Marcadores:
Dilma Roussef,
Eleições 2010,
Frei Betto,
Lula,
religião
sábado, 9 de outubro de 2010
Carta aberta aos blogueiros apoiadores de Dilma 13 - Presidente
Por Leonardo Boff
Vamos atravessar nesses 20 dias de campanha do segundo turno um dos momentos mais estressantes da política brasileira. Por quê? Todo poder econômico do capital (nacional e internacional) aposta na eleição de Serra. Eles detêm o controle absoluto dos meios de comunicação. Só duas revistas mantêm-se mais independentes: Carta Capital e Caros Amigos. O restante é Serra até morrer. Mentem descarada e hipocritamente sobre a liberdade de imprensa. Liberdade de imprensa para eles só um lado fala e tem voz. Quando há duas posições, não há liberdade. É o autoritarismo mais atrasado controlando a informação. Uma luta difícil e desigual. Vão mentir, caluniar, difamar, fofocar, acusar sem provas, etc. São especialistas e já devem ter toda uma estratégia montada, cartas na manga. Temos que usar todas as nossas forças e habilidades para chegar ao eleitor. A internet, além da rua, é um instrumento valioso. Vamos repassar matérias esclarecendo pessoas de nossas relações, mesmo que se mostrem indiferentes e, até, do outro lado. Não desanimar nunca.
Leia ainda:
O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de idéias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta. Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando vêem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. O artigo é de Leonardo Boff.
Por Leonardo Boff*
Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso”pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o “Brasil Nunca Mais” onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.
Esta história de vida, me avaliza para fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a midia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de idéias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.
Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando vêem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos do Estado de São Paulo, da Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico, assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem deste povo. Mais que informar e fornecer material para a discussão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.
Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido à mais alta autoridade do pais, ao Presidente Lula. Nele vêem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.
Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser Presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.
Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma) “a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e não contemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo, Jeca Tatu, negou seus direitos, arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação, conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que contiua achando que lhe pertence (p.16)”.
Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles tem pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascendente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidene de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.
Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados de onde vem Lula e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coroneis e de “fazedores de cabeça” do povo. Quando Lula afirmou que “a opinião pública somos nós”, frase tão distorcida por essa midia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da midia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palavra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.
O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.
Outro conceito inovador foi o desenvolvimento com inclusão social e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituídas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.
O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, o fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA, protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.
O que está em jogo neste enfrentamento entre a mídia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocoloncial, neoglobalizado e no fundo, retrógrado e velhista ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes.
Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das má vontade deste setor endurecido da mídia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construído com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.
*Leonardo Boff é teólogo. Votou em Marina Silva no primeiro turno. Publicado em Carta Maior e na Adital.
Marina... você se pintou?
Vamos atravessar nesses 20 dias de campanha do segundo turno um dos momentos mais estressantes da política brasileira. Por quê? Todo poder econômico do capital (nacional e internacional) aposta na eleição de Serra. Eles detêm o controle absoluto dos meios de comunicação. Só duas revistas mantêm-se mais independentes: Carta Capital e Caros Amigos. O restante é Serra até morrer. Mentem descarada e hipocritamente sobre a liberdade de imprensa. Liberdade de imprensa para eles só um lado fala e tem voz. Quando há duas posições, não há liberdade. É o autoritarismo mais atrasado controlando a informação. Uma luta difícil e desigual. Vão mentir, caluniar, difamar, fofocar, acusar sem provas, etc. São especialistas e já devem ter toda uma estratégia montada, cartas na manga. Temos que usar todas as nossas forças e habilidades para chegar ao eleitor. A internet, além da rua, é um instrumento valioso. Vamos repassar matérias esclarecendo pessoas de nossas relações, mesmo que se mostrem indiferentes e, até, do outro lado. Não desanimar nunca.
Leia ainda:
Leonardo Boff: A mídia comete sim abusos ao atacar Lula e Dilma
Por Leonardo Boff*
Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso”pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o “Brasil Nunca Mais” onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.
Esta história de vida, me avaliza para fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a midia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de idéias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.
Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando vêem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos do Estado de São Paulo, da Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico, assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem deste povo. Mais que informar e fornecer material para a discussão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.
Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido à mais alta autoridade do pais, ao Presidente Lula. Nele vêem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.
Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser Presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.
Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma) “a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e não contemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo, Jeca Tatu, negou seus direitos, arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação, conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que contiua achando que lhe pertence (p.16)”.
Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles tem pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascendente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidene de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.
Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados de onde vem Lula e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coroneis e de “fazedores de cabeça” do povo. Quando Lula afirmou que “a opinião pública somos nós”, frase tão distorcida por essa midia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da midia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palavra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.
O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.
Outro conceito inovador foi o desenvolvimento com inclusão social e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituídas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.
O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, o fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA, protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.
O que está em jogo neste enfrentamento entre a mídia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocoloncial, neoglobalizado e no fundo, retrógrado e velhista ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes.
Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das má vontade deste setor endurecido da mídia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construído com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.
*Leonardo Boff é teólogo. Votou em Marina Silva no primeiro turno. Publicado em Carta Maior e na Adital.
Marina... você se pintou?
Marcadores:
Dilma Roussef,
Eleições 2010,
José Serra,
Leonardo Boff,
Marina Silva,
mídia independente,
PIG
Militares entregam ficha de Dilma na ditadura à 'Folha'
Ninguém disse que esse segundo turno seria fácil. Se você já passou por alguma banca viu a capa desta semana de "Veja", mais uma vez com artilharia pesada dirigida à candidata presidencial Dilma Rousseff. Depois de dois meses de infrutíferas tentativas, a Folha de S. Paulo anuncia hoje que o STM (Superior Tribunal Militar) atendeu seus advogados e lhe escancarou o passado político de Dilma. Assim publicou o jornal de Otavio Frias Filho: “O Ministério Público Militar deu parecer favorável à Folha no mandado de segurança protocolado pelo jornal no STM (Superior Tribunal Militar) para ter acesso ao processo que levou Dilma Rousseff à prisão durante a ditadura militar (1964-1985)”. Esse é o mesmo jornal que em editorial, recentemente, chamou o regime de 1964 de "ditabranda" e nos anos de chumbo ofereceu suas caminhonetes de distribuição ao Doi-Codi.
Pergunta a quem ainda não se convenceu que a Folha e outros veículos da mídia empresarial dedicam-se a eleger José Serra na marra: por que, em nome da imparcialidade e da equanimidade que o jornalismo exige, nenhum desses jornais lança luz sobre a vida de José Serra e faz uma análise da ética nos governos de PSDB e DEM, em nível federal e estadual? Como Serra enriqueceu se, como diz, nasceu tão pobre e praticamente a vida inteira trabalhou no serviço público? Qual a profissão de Serra? Como ele ganhou a vida nos poucos anos em que esteve longe de cargos públicos? O texto que publicamos abaixo está sendo distribuído pelo #RIO BLOG PROG (Movimento dos Internatutas Progressistas do Rio de Janeiro) e foi encaminhado ao ombudsman (crítico interno) e a vários jornalistas da "Folha". Leia o artigo, copie os endereços eletrônicos que publicamos em seguida e também mostre aos Frias sua indignação.
Tem tudo que ver com a história da grande imprensa brasileira a próxima aposta da Folha de São Paulo para difamar a adversária do candidato que apoia tacitamente. Ao tentar resgatar o processo que a ditadura militar abriu contra Dilma Rousseff para justificar seu encarceramento, o jornal revela que, mais uma vez, tornar-se-á porta-voz dos ditadores.
É evidente que um processo aberto por uma ditadura para dar ares de legitimidade a um crime de lesa-humanidade como é prender e torturar uma garota de 19 anos só pode conter as acusações mais terríveis contra a vítima dessas sevícias.
Ou alguém acha que a ditadura teria prendido e torturado a tantos sob acusações de ordem meramente política e ideológica? É óbvio que Dilma sofrerá, em pleno regime democrático, acusações que lhe foram feitas pelos pervertidos que impuseram duas décadas de regime de exceção ao Brasil. Nessas acusações, obviamente que lhe serão atribuídos crimes sérios.
Hoje, um daqueles jornais que caminharam de braços dados com a violação da democracia no Brasil tenta resgatar as acusações dos ditadores àquela pós-adolescente de óculos grossos que teve coragem que muito marmanjo não teve ao suportar a tortura sem dar aos torturadores o que queriam.
A organização criminosa dirigida pela "famiglia" Frias anuncia neste sábado, com pompa e circunstância, que “O Ministério Público Militar deu parecer favorável à Folha no mandado de segurança protocolado pelo jornal no STM (Superior Tribunal Militar) para ter acesso ao processo que levou Dilma Rousseff à prisão durante a ditadura militar (1964-1985)”.
Perfeito! O que simbolizaria melhor uma campanha eleitoral tão imunda se não o candidato da direita mandar a sua máquina de propaganda difundir as justificativas mentirosas de uma ditadura para prender e torturar a adversária dele?
Não tenho a menor dúvida de que os mesmos militares de pijama que vivem dando declarações golpistas estão pressionando seus contatos na Justiça Militar para torturar uma vez mais uma de suas muitas vítimas.
Ah, e para quem não sabe, o papelório já está liberado. Há boatos de que a Folha já sabe seu conteúdo. O material será usado pelo PIG enquanto Serra posará de bonzinho.
Sugerimos que a campanha de Dilma comece a preparar o público para o que virá. As pessoas precisam ser alertadas de que a ditadura, para prender aqueles garotos e garotas que a enfrentavam, era preciso acusá-los de crimes sérios, tais como roubo, assassinato etc.
Mas, para tanto, a campanha petista teria que começar a denunciar já esse comportamento degenerado e partidário da Folha, esse esforço malévolo do jornal de José Serra para resgatar da lata de lixo da história acusações viciadas, usadas como justificativas para prender e seviciar uma garota de 19 anos.
O histórico de inércia do PT nesta campanha permite prever que assistirá sentado à utilização dessa estratégia suja de Serra de dar voz a mentiras de uma ditadura assassina. Mas não se preocupe, leitor. Conhecendo o PT, quando for tarde demais para responder à altura, daí o partido acorda. Mesmo sendo tarde demais.
Para falar com os responsáveis pelo jornal da Barão de Limeira...
ombudsman@uol.com.br
kennedy.alencar@grupofolha.com.br
gdimen@uol.com.br
coelhofsp@uol.com.br
helio@folhasp.com.br
nelson.sa@grupofolha.com.br
vinit@uol.com.br
elianec@uol.com.br
crossi@uol.com.br
fernando.rodrigues@grupofolha.com.br
melchiades.filho@grupofolha.com.br
bergamo@folhasp.com.br
fdaudt@folhasp.com.br
igielow@folhasp.com.br
josias@uol.com.br
Pergunta a quem ainda não se convenceu que a Folha e outros veículos da mídia empresarial dedicam-se a eleger José Serra na marra: por que, em nome da imparcialidade e da equanimidade que o jornalismo exige, nenhum desses jornais lança luz sobre a vida de José Serra e faz uma análise da ética nos governos de PSDB e DEM, em nível federal e estadual? Como Serra enriqueceu se, como diz, nasceu tão pobre e praticamente a vida inteira trabalhou no serviço público? Qual a profissão de Serra? Como ele ganhou a vida nos poucos anos em que esteve longe de cargos públicos? O texto que publicamos abaixo está sendo distribuído pelo #RIO BLOG PROG (Movimento dos Internatutas Progressistas do Rio de Janeiro) e foi encaminhado ao ombudsman (crítico interno) e a vários jornalistas da "Folha". Leia o artigo, copie os endereços eletrônicos que publicamos em seguida e também mostre aos Frias sua indignação.
Folha volta a ser porta-voz da ditadura
Tem tudo que ver com a história da grande imprensa brasileira a próxima aposta da Folha de São Paulo para difamar a adversária do candidato que apoia tacitamente. Ao tentar resgatar o processo que a ditadura militar abriu contra Dilma Rousseff para justificar seu encarceramento, o jornal revela que, mais uma vez, tornar-se-á porta-voz dos ditadores.
É evidente que um processo aberto por uma ditadura para dar ares de legitimidade a um crime de lesa-humanidade como é prender e torturar uma garota de 19 anos só pode conter as acusações mais terríveis contra a vítima dessas sevícias.
Ou alguém acha que a ditadura teria prendido e torturado a tantos sob acusações de ordem meramente política e ideológica? É óbvio que Dilma sofrerá, em pleno regime democrático, acusações que lhe foram feitas pelos pervertidos que impuseram duas décadas de regime de exceção ao Brasil. Nessas acusações, obviamente que lhe serão atribuídos crimes sérios.
Hoje, um daqueles jornais que caminharam de braços dados com a violação da democracia no Brasil tenta resgatar as acusações dos ditadores àquela pós-adolescente de óculos grossos que teve coragem que muito marmanjo não teve ao suportar a tortura sem dar aos torturadores o que queriam.
A organização criminosa dirigida pela "famiglia" Frias anuncia neste sábado, com pompa e circunstância, que “O Ministério Público Militar deu parecer favorável à Folha no mandado de segurança protocolado pelo jornal no STM (Superior Tribunal Militar) para ter acesso ao processo que levou Dilma Rousseff à prisão durante a ditadura militar (1964-1985)”.
Perfeito! O que simbolizaria melhor uma campanha eleitoral tão imunda se não o candidato da direita mandar a sua máquina de propaganda difundir as justificativas mentirosas de uma ditadura para prender e torturar a adversária dele?
Não tenho a menor dúvida de que os mesmos militares de pijama que vivem dando declarações golpistas estão pressionando seus contatos na Justiça Militar para torturar uma vez mais uma de suas muitas vítimas.
Ah, e para quem não sabe, o papelório já está liberado. Há boatos de que a Folha já sabe seu conteúdo. O material será usado pelo PIG enquanto Serra posará de bonzinho.
Sugerimos que a campanha de Dilma comece a preparar o público para o que virá. As pessoas precisam ser alertadas de que a ditadura, para prender aqueles garotos e garotas que a enfrentavam, era preciso acusá-los de crimes sérios, tais como roubo, assassinato etc.
Mas, para tanto, a campanha petista teria que começar a denunciar já esse comportamento degenerado e partidário da Folha, esse esforço malévolo do jornal de José Serra para resgatar da lata de lixo da história acusações viciadas, usadas como justificativas para prender e seviciar uma garota de 19 anos.
O histórico de inércia do PT nesta campanha permite prever que assistirá sentado à utilização dessa estratégia suja de Serra de dar voz a mentiras de uma ditadura assassina. Mas não se preocupe, leitor. Conhecendo o PT, quando for tarde demais para responder à altura, daí o partido acorda. Mesmo sendo tarde demais.
Para falar com os responsáveis pelo jornal da Barão de Limeira...
ombudsman@uol.com.br
kennedy.alencar@grupofolha.com.br
gdimen@uol.com.br
coelhofsp@uol.com.br
helio@folhasp.com.br
nelson.sa@grupofolha.com.br
vinit@uol.com.br
elianec@uol.com.br
crossi@uol.com.br
fernando.rodrigues@grupofolha.com.br
melchiades.filho@grupofolha.com.br
bergamo@folhasp.com.br
fdaudt@folhasp.com.br
igielow@folhasp.com.br
josias@uol.com.br
Marcadores:
Dilma Roussef,
ditadura militar,
Eleições 2010,
família Frias,
Folha de S. Paulo,
José Serra,
PIG
1 Ano de Blog EDUCOM
“Pastoral da Terra reage a ataque da mídia ao MST”. Com esse post, há exatos 12 meses, em 9 de outubro de 2009, o Blog EDUCOM entrava no ar pela primeira vez. Vivíamos então uma onda de ataques da imprensa corporativa, a mídia dos grandes empresários, representante do capital aos movimentos populares. Tínhamos a perspectiva da realização da inédita Conferência de Comunicação, em dezembro, anunciando um novo tempo nas relações entre mídia, capital e poder. Havia pela primeira vez a possibilidade de um marco regulatório para o setor, que adaptasse o ambiente da comunicação no Brasil ao novo milênio, marcado pela consolidação da sua democracia, pela revolução das novas mídias, pela expansão da radiodifusão comunitária. Mais do que nunca o tema estava em voga. Era necessário falar sobre mídia, sobre comunicação. Era necessário estudá-la, conjugar educação e comunicação.
Um ano depois, vemos que após os desdobramentos positivos da primeira Confecom, materializados sobretudo nos capítulos sobre comunicação do Plano Nacional de Direitos Humanos Nº 3, a pressão das corporações da imprensa se fez presente e o governo recuou em algumas questões-chave. Agora, às vésperas da definição da sucessão presidencial, este mesmo governo sofre com a manipulação de notícias em torno de sua candidata. Manipulação esta arquitetada pelo maior partido da oposição conservadora brasileira, o Partido da Imprensa Golpista, que nada mais é do que o cartel das grandes empresas de comunicação brasileiras, empenhadas em defender seus interesses políticos. Agora volta a se falar, pelos lados do Planalto, em novo marco regulatório para o setor, em mais democracia no acesso à informação e autonomia verdadeira para a produção de conteúdo. Aprender a ler a mídia, aprender a usar os meios em benefício da transformação de que o Brasil precisa e da emancipação que seu povo almeja continua sendo essencial.
Saudações educomunicativistas.
Um ano depois, vemos que após os desdobramentos positivos da primeira Confecom, materializados sobretudo nos capítulos sobre comunicação do Plano Nacional de Direitos Humanos Nº 3, a pressão das corporações da imprensa se fez presente e o governo recuou em algumas questões-chave. Agora, às vésperas da definição da sucessão presidencial, este mesmo governo sofre com a manipulação de notícias em torno de sua candidata. Manipulação esta arquitetada pelo maior partido da oposição conservadora brasileira, o Partido da Imprensa Golpista, que nada mais é do que o cartel das grandes empresas de comunicação brasileiras, empenhadas em defender seus interesses políticos. Agora volta a se falar, pelos lados do Planalto, em novo marco regulatório para o setor, em mais democracia no acesso à informação e autonomia verdadeira para a produção de conteúdo. Aprender a ler a mídia, aprender a usar os meios em benefício da transformação de que o Brasil precisa e da emancipação que seu povo almeja continua sendo essencial.
Saudações educomunicativistas.
Marcadores:
democratização da comunicação,
educom,
mídia,
PIG,
PNDH-3
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
O que um governo Serra faria com o pré-sal
David Zyberstayn, dirigente da ANP (Agência Nacional do Petróleo) no governo FHC, ex-genro do então presidente tucano e hoje assessor de Serra aconselha mudar o modelo do pré-sal, proposto por Lula e aprovado pelo Congresso. A reportagem é do jornalista Saul Leblon.
O professor Adilson de Oliveira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), prefere responder o que o Brasil perderia se o Estado brasileiro abdicasse de controlar o ritmo e a estratégia de exploração dessa riqueza. O risco existe e foi sinalizado recentemente pelo coordenador do programa de energia de José Serra: Zylberstajn quer afastar a participação estatal no comércio do petróleo brasileiro. “Não se trata apenas de uma posição ideológica; há interesses em jogo que gostariam de diminuir o peso da Petrobras; se possível, até quebrar a empresa”, analisa.
Saul Leblon
Se o Brasil hoje é visto como o filé mignon do mundo em termos de crescimento econômico, o filé mignon do Brasil é o pré-sal. Por seu valor específico como principal reserva de petróleo descoberta no planeta no crepúsculo da oferta mundial, mas, sobretudo, pelos efeitos multiplicadores no conjunto da indústria nacional, trata-se “da maior oportunidade que o país já teve em toda a sua história de promover um salto qualitativo nas condições de vida do seu povo”.
A avaliação é do economista Adilson de Oliveira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Especialista em economia do desenvolvimento, com doutorado em Grenoble e pós-doutorado em Sussex, Oliveira tem posições serenas que vivem em harmonia com o tom pausado de sua fala. Sem nunca alterar a voz ele é taxativo, porém, num aspecto. O encadeamento virtuoso possibilitado pela riqueza do pré-sal requer um lacre de segurança que garanta a permanência desses recursos no metabolismo da economia brasileira.
O nome dessa blindagem, diz o professor da UFRJ, é Petrobras.
A firmeza calma de suas palavras não esconde um confronto agudo com a histórica oposição de certos interesses ao papel da empresa no país. Esse antagonismo foi reiterado mais uma vez nestas eleições pelo assessor do programa de energia de José Serra, David Zylberstajn, ex-dirigente da Agência Nacional de Petróleo no governo FHC. Em recente entrevista ao Valor [06-10], Zylberstajn admitiu que aconselharia Serra, caso eleito, a reverter o modelo do pré-sal aprovado pelo Congresso, que dá o comando do processo de exploração das reservas à Petrobras e a prerrogativa de comercialização do óleo à nova estatal criada para esse fim, a Pré-Sal Petróleo SA.
Coerente com o que fez em 1999 como diretor-geral da ANP, quando se propôs a encolher a Petrobras, que de fato perdeu o monopólio na exploração e teve seu braço petroquímico amputado, Zylberstajn sintetiza assim a filosofia da estratégia sedimentada junto ao presidenciável José Serra: livrar o mercado brasileiro de qualquer interferência estatal na compra e venda de petróleo.
“Não se trata apenas de uma posição ideológica; há interesses em jogo que gostariam de diminuir o peso da Petrobras; se possível, até quebrar a empresa”, analisa o professor da UFRJ, cuja calma adiciona peso e gravidade à sua avaliação.
O gigantismo dos conflitos que cercam o pré-sal emprestam dose adicional de credibilidade a esse risco. “São reservas que concentram cerca de 70 bilhões de barris, no mínimo; podem chegar a 100 bilhões”, diz o economista sobre a fabulosa poupança guardada no mar a cerca de seis mil metros de profundidade, 300 quilômetros distante da costa brasileira.
O pré-sal mudou o tamanho do Brasil na geopolítica mundial. Os grandes interesses que disputam a oferta de energia sabem que o país será um dos cinco ou seis maiores fornecedores do planeta no século XXI, quando a escassez de óleo elevará os preços do barril continuamente. Isso muda tudo. Muda inclusive o apetite da luta pelo poder na economia, ainda que o assunto pré-sal tenha ocupado até agora um conveniente segundo plano no discurso oposicionista, exceto por confidências como a de Zylberstajn.
“O fato é, que, de importadores de óleo até recentemente – a autossuficiência veio em abril de 2006 - passaremos a grande exportador de derivados de maior valor agregado”, diz o economista da UFRJ que tem domínio absoluto sobre os encadeamentos de uma equação em que mercado-energia e decisão política são indissociáveis. “Esse é o pulo do gato da capitalização”, observa chamando a atenção para a mais recente peça movida no jogo de xadrez da construção da soberania brasileira sobre essa trilionária poupança.
O maior processo de capitalização da economia mundial adicionou cerca de US$ 120 bilhões ao caixa da Petrobras, que terá assim recursos para industrializar o óleo do pré-sal, o que inclui, entre outros requisitos, forte expansão da rede brasileira de refinarias, estagnada desde 1980. Cinco plantas estão sendo construídas simultaneamente neste momento, a maior delas em sociedade com a PDVSA venezuelana, em Pernambuco.
Investimentos maciços estão sendo feitos também na modernização de outras quatro unidades antigas.
É essa estrutura industrial que viabilizará a exportação de valor agregado (gasolina diesel etc) em vez de óleo cru, mais barato. É ela também que funcionará como antídoto à famosa ‘maldição do petróleo’, um processo corrosivo de desindustrialização e dependência que atinge sociedades reduzidas a mero entreposto de exportação de recursos primários finitos.
O professor cautelosamente manifesta dúvidas quanto à necessidade da Pré-Sal, a nova estatal criada para coordenar a etapa final da comercialização do óleo e derivados. No seu entender, a Petrobras poderia cumprir essa missão. A empresa,argumenta, é quem melhor conhece o mercado ardiloso das disputas geopolíticas e as armadilhas das cotações.
Viés industrializante que essa exploração permite. Toda uma cadeia de equipamentos, máquinas, logística, tecnologia e serviços diretamente ligados e também externos ao ciclo do petróleo poderá ser alavancada nos próximos anos, transformando o Brasil, também, num grande exportador industrial.
O economista sempre contido entusiasma-se: “Isso tem força para deslocar o patamar do nosso desenvolvimento”. Para que essa oportunidade não se perca é vital a definição de um “dosador” soberano que coordene duas variáveis básicas: o ritmo da extração e do refino e a sua sintonia com a capacidade brasileira de atender à demanda por plataformas, máquinas, barcos, sondas e centenas de outros equipamentos requeridos no processo. “Se a exploração do petróleo correr à frente do fôlego da indústria local, todo esse impulso será transferido para o exterior na forma de importações de bens e equipamentos”, adverte agora com certo grau de ansiedade na fala.
Essa pontuação confirma que não estamos falando de estatísticas frias, desprovidas de desdobramentos sociais. Cerca de 300 mil jovens serão treinados nos próximos anos pelo Promimp, o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), idealizado para qualificar mão-de-obra para a indústria nacional de petróleo e gás. Se o comando sobre a extração e a comercialização, de que fala o professor, escapar do controle nacional, esses empregos e milhares de outros vazarão para o exterior. “Parte dos interesses do mundo petrolífero sabe e já aceitou que a Petrobras é quem tem condições técnicas e institucionais de coordenar esse novo ciclo brasileiro”, explica o acadêmico, que todavia adverte: ”A decisão política de capitalizar a Petrobrás emitiu um sinal claro; uma parcela dos capitais interessados em participar entendeu que o caminho era investir em ações da empresa.Esse foi um divisor importantíssimo. Porém, observa, pedindo atenção com uma pausa: “há gigantes que ainda gostariam de ocupar o papel coordenador assumido pelo Estado brasileiro".
"Em tese, o mercado até poderia substituir essa função”, comenta laconicamente Adilson de Oliveira, para emendar em seguida: “Com um custo para a sociedade brasileira: ela perderia, como já disse, o mais importante impulso de desenvolvimento já registrado em toda a sua história”. Orientadas apenas pelo lucro imediato, petroleiras multinacionais sangrariam das reservas o máximo de óleo no mais curto espaço de tempo. Não haveria encadeamentos industrializantes; tampouco recursos para um Fundo Social destinado a investir em educação, tecnologia e erradicação da pobreza, como quer o governo atual.
É nessa brecha de tensão entre a voz do professor, a regulação soberana já aprovada pelo Congresso Nacional e as incertezas embutidas no caso de uma hipotética vitória do candidato oposicionista, em dia 31 de outubro, que prosperam sinais e ameaças, como as balizas sugeridas pelo coordenador do programa de energia de José Serra, David Zylberstajn.
O professor da UFRJ não pronunciou o nome de Zylberstajn uma única vez em toda a conversa. Nem seria preciso: as iniciais DZ, da consultoria de Zylberstajn, estão visceralmente entranhadas naquilo que o economista de voz mansa classifica como interesses que gostariam de enfraquecer, “se possível, até quebrar a Petrobras”, para assumir o controle das maiores reservas de petróleo descobertas no planeta nas últimas três décadas.
Sempre bom recordarmos um post que já publicamos. Veja quem são Paulo Henrique Cardoso e David Zylbersztajn, o primeiro é filho de FHC e o segundo, pai de netos do ex-presidente, ambos diretamente envolvidos na campanha de José Serra. Pense nisso ao escolher seu candidato. Pense nisso ao votar dia 31.
Quem é Paulo Henrique Cardoso?
Criar notícias envolvendo o filho do Lula é fácil e os nossos jornais estão aí mesmo para continuar espalhando essas fofocas, mas porque não falam do filho do FHC que se locupletou bastante durante o processo de privatizações? Para quem não sabe, o Paulo Henrique Cardoso tinha (não sei se ainda tem) uma “agência de publicidade e comunicações” que era responsável pelas publicidades das empresas que estavam sendo privatizadas. E tem mais... Depois de privatizadas, algumas dessas empresas fizeram contratos com a agência do Paulo Henrique que se responsabilizou pela “comunicação interna e publicidade” das mesmas.
Do tempo que morei em Volta Redonda, ainda tenho guardado o material publicitário da privatização da CSN e é assinado pela empresa do Paulo Henrique. Também tenho todo o material feito durante a venda (entrega) da Vale do Rio Doce. Tenho guardado os informativos dessa empresa depois da privatização e, no expediente, vemos lá que a empresa responsável pela publicação é do filho do FHC!
Querem mais? “O fiasco dos 500 anos”
As festividades dos 500 anos de descobrimento do Brasil, sob coordenação do ex-ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca (PFL-PR), se transformaram num fiasco monumental. Índios e sem-terra apanharam da polícia quando tentaram entrar em Porto Seguro (BA), palco das comemorações, enquanto a réplica da caravela de Cabral estava enguiçada no meio do oceano. O filho do presidente, Paulo Henrique Cardoso, é um dos denunciados pelo Ministério Público de participação no episódio de superfaturamento da construção do estande brasileiro na Feira de Hannover, em 2000, como parte dessas comemorações.
Paulo Henrique Cardoso, 45 anos, é filho de FHC, sociólogo por formação acadêmica (estudou na Unicamp), mas nunca exerceu a carreira. Atualmente é diretor-geral da revista Brasil Sempre, uma publicação trimestral com mais de 150 páginas, com oito mil exemplares de tiragem.
A revista não é vendida em bancas. Por um antigo contrato, é distribuída para embaixadas, organismos internacionais e empresas. A revista é uma produção do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), uma ONG que é sustentada por 55 grupos empresariais e que tem como objetivo discutir a atuação das empresas brasileiras num mundo globalizado.
Mas... prestem atenção para o detalhe. Vejam a lista dos conselheiros editoriais da revista. Na página 2 vemos nomes como Álvaro Cunha, das Organizações Odebrecht, Jorge Gerdau Johannpeter, da Metalúrgica Gerdau, Antônio Ermírio de Moraes, do grupo Votorantim, Benjamin Steinbruch, da Companhia Siderúrgica Nacional, só para citar alguns dos que financiam a revista do Paulinho Henrique. São os mesmos que aparecem nas privatizações de estatais durante o governo FHC.
A carreira profissional do PHC não é um exemplo de “estabilidade” profissional. Ele chegou a cursar Economia na Unicamp, mas acabou formando-se em Sociologia. Ainda assim, não exerceu a profissão.
Abraçou a carreira de marketing e publicidade e fundou, nos anos 70, uma produtora independente, a Rádio 2. Como “papai” ainda não estava no poder, a produtora durou pouco.
Na década seguinte, ingressou no meio cultural e arrumou trabalho na produtora de cinema e vídeo Intervalo, de Walter Salles Júnior. Mudou novamente de emprego e foi parar na Miksom, outra produtora de vídeo, na função de diretor.
A coisa começou a mudar quando “papai” FHC virou senador. PHC foi trabalhar na Rádio MEC e depois na extinta TV Manchete.
Em 1995, quando “papai” colocou a faixa presidencial, Paulo Henrique arrumou emprego na ex-estatal Companhia Siderúrgica Nacional. Começou fazendo a campanha publicitária da empresa, mas já tinha feito a campanha da privatização. Sua principal função, depois, era cuidar da imagem institucional da siderúrgica.
Depois da privatização da Light, no Rio de Janeiro, (maio de 1996), PHC veio assumir um novo cargo de “gerente de marketing” da ex-estatal. Como se vê, uma carreira construída com trabalho e suor... do povo brasileiro, é claro! Mais
O professor Adilson de Oliveira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), prefere responder o que o Brasil perderia se o Estado brasileiro abdicasse de controlar o ritmo e a estratégia de exploração dessa riqueza. O risco existe e foi sinalizado recentemente pelo coordenador do programa de energia de José Serra: Zylberstajn quer afastar a participação estatal no comércio do petróleo brasileiro. “Não se trata apenas de uma posição ideológica; há interesses em jogo que gostariam de diminuir o peso da Petrobras; se possível, até quebrar a empresa”, analisa.
Saul Leblon
Se o Brasil hoje é visto como o filé mignon do mundo em termos de crescimento econômico, o filé mignon do Brasil é o pré-sal. Por seu valor específico como principal reserva de petróleo descoberta no planeta no crepúsculo da oferta mundial, mas, sobretudo, pelos efeitos multiplicadores no conjunto da indústria nacional, trata-se “da maior oportunidade que o país já teve em toda a sua história de promover um salto qualitativo nas condições de vida do seu povo”.
A avaliação é do economista Adilson de Oliveira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Especialista em economia do desenvolvimento, com doutorado em Grenoble e pós-doutorado em Sussex, Oliveira tem posições serenas que vivem em harmonia com o tom pausado de sua fala. Sem nunca alterar a voz ele é taxativo, porém, num aspecto. O encadeamento virtuoso possibilitado pela riqueza do pré-sal requer um lacre de segurança que garanta a permanência desses recursos no metabolismo da economia brasileira.
O nome dessa blindagem, diz o professor da UFRJ, é Petrobras.
A firmeza calma de suas palavras não esconde um confronto agudo com a histórica oposição de certos interesses ao papel da empresa no país. Esse antagonismo foi reiterado mais uma vez nestas eleições pelo assessor do programa de energia de José Serra, David Zylberstajn, ex-dirigente da Agência Nacional de Petróleo no governo FHC. Em recente entrevista ao Valor [06-10], Zylberstajn admitiu que aconselharia Serra, caso eleito, a reverter o modelo do pré-sal aprovado pelo Congresso, que dá o comando do processo de exploração das reservas à Petrobras e a prerrogativa de comercialização do óleo à nova estatal criada para esse fim, a Pré-Sal Petróleo SA.
Coerente com o que fez em 1999 como diretor-geral da ANP, quando se propôs a encolher a Petrobras, que de fato perdeu o monopólio na exploração e teve seu braço petroquímico amputado, Zylberstajn sintetiza assim a filosofia da estratégia sedimentada junto ao presidenciável José Serra: livrar o mercado brasileiro de qualquer interferência estatal na compra e venda de petróleo.
“Não se trata apenas de uma posição ideológica; há interesses em jogo que gostariam de diminuir o peso da Petrobras; se possível, até quebrar a empresa”, analisa o professor da UFRJ, cuja calma adiciona peso e gravidade à sua avaliação.
O gigantismo dos conflitos que cercam o pré-sal emprestam dose adicional de credibilidade a esse risco. “São reservas que concentram cerca de 70 bilhões de barris, no mínimo; podem chegar a 100 bilhões”, diz o economista sobre a fabulosa poupança guardada no mar a cerca de seis mil metros de profundidade, 300 quilômetros distante da costa brasileira.
O pré-sal mudou o tamanho do Brasil na geopolítica mundial. Os grandes interesses que disputam a oferta de energia sabem que o país será um dos cinco ou seis maiores fornecedores do planeta no século XXI, quando a escassez de óleo elevará os preços do barril continuamente. Isso muda tudo. Muda inclusive o apetite da luta pelo poder na economia, ainda que o assunto pré-sal tenha ocupado até agora um conveniente segundo plano no discurso oposicionista, exceto por confidências como a de Zylberstajn.
“O fato é, que, de importadores de óleo até recentemente – a autossuficiência veio em abril de 2006 - passaremos a grande exportador de derivados de maior valor agregado”, diz o economista da UFRJ que tem domínio absoluto sobre os encadeamentos de uma equação em que mercado-energia e decisão política são indissociáveis. “Esse é o pulo do gato da capitalização”, observa chamando a atenção para a mais recente peça movida no jogo de xadrez da construção da soberania brasileira sobre essa trilionária poupança.
O maior processo de capitalização da economia mundial adicionou cerca de US$ 120 bilhões ao caixa da Petrobras, que terá assim recursos para industrializar o óleo do pré-sal, o que inclui, entre outros requisitos, forte expansão da rede brasileira de refinarias, estagnada desde 1980. Cinco plantas estão sendo construídas simultaneamente neste momento, a maior delas em sociedade com a PDVSA venezuelana, em Pernambuco.
Investimentos maciços estão sendo feitos também na modernização de outras quatro unidades antigas.
É essa estrutura industrial que viabilizará a exportação de valor agregado (gasolina diesel etc) em vez de óleo cru, mais barato. É ela também que funcionará como antídoto à famosa ‘maldição do petróleo’, um processo corrosivo de desindustrialização e dependência que atinge sociedades reduzidas a mero entreposto de exportação de recursos primários finitos.
O professor cautelosamente manifesta dúvidas quanto à necessidade da Pré-Sal, a nova estatal criada para coordenar a etapa final da comercialização do óleo e derivados. No seu entender, a Petrobras poderia cumprir essa missão. A empresa,argumenta, é quem melhor conhece o mercado ardiloso das disputas geopolíticas e as armadilhas das cotações.
Viés industrializante que essa exploração permite. Toda uma cadeia de equipamentos, máquinas, logística, tecnologia e serviços diretamente ligados e também externos ao ciclo do petróleo poderá ser alavancada nos próximos anos, transformando o Brasil, também, num grande exportador industrial.
O economista sempre contido entusiasma-se: “Isso tem força para deslocar o patamar do nosso desenvolvimento”. Para que essa oportunidade não se perca é vital a definição de um “dosador” soberano que coordene duas variáveis básicas: o ritmo da extração e do refino e a sua sintonia com a capacidade brasileira de atender à demanda por plataformas, máquinas, barcos, sondas e centenas de outros equipamentos requeridos no processo. “Se a exploração do petróleo correr à frente do fôlego da indústria local, todo esse impulso será transferido para o exterior na forma de importações de bens e equipamentos”, adverte agora com certo grau de ansiedade na fala.
Essa pontuação confirma que não estamos falando de estatísticas frias, desprovidas de desdobramentos sociais. Cerca de 300 mil jovens serão treinados nos próximos anos pelo Promimp, o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), idealizado para qualificar mão-de-obra para a indústria nacional de petróleo e gás. Se o comando sobre a extração e a comercialização, de que fala o professor, escapar do controle nacional, esses empregos e milhares de outros vazarão para o exterior. “Parte dos interesses do mundo petrolífero sabe e já aceitou que a Petrobras é quem tem condições técnicas e institucionais de coordenar esse novo ciclo brasileiro”, explica o acadêmico, que todavia adverte: ”A decisão política de capitalizar a Petrobrás emitiu um sinal claro; uma parcela dos capitais interessados em participar entendeu que o caminho era investir em ações da empresa.Esse foi um divisor importantíssimo. Porém, observa, pedindo atenção com uma pausa: “há gigantes que ainda gostariam de ocupar o papel coordenador assumido pelo Estado brasileiro".
"Em tese, o mercado até poderia substituir essa função”, comenta laconicamente Adilson de Oliveira, para emendar em seguida: “Com um custo para a sociedade brasileira: ela perderia, como já disse, o mais importante impulso de desenvolvimento já registrado em toda a sua história”. Orientadas apenas pelo lucro imediato, petroleiras multinacionais sangrariam das reservas o máximo de óleo no mais curto espaço de tempo. Não haveria encadeamentos industrializantes; tampouco recursos para um Fundo Social destinado a investir em educação, tecnologia e erradicação da pobreza, como quer o governo atual.
É nessa brecha de tensão entre a voz do professor, a regulação soberana já aprovada pelo Congresso Nacional e as incertezas embutidas no caso de uma hipotética vitória do candidato oposicionista, em dia 31 de outubro, que prosperam sinais e ameaças, como as balizas sugeridas pelo coordenador do programa de energia de José Serra, David Zylberstajn.
O professor da UFRJ não pronunciou o nome de Zylberstajn uma única vez em toda a conversa. Nem seria preciso: as iniciais DZ, da consultoria de Zylberstajn, estão visceralmente entranhadas naquilo que o economista de voz mansa classifica como interesses que gostariam de enfraquecer, “se possível, até quebrar a Petrobras”, para assumir o controle das maiores reservas de petróleo descobertas no planeta nas últimas três décadas.
Sempre bom recordarmos um post que já publicamos. Veja quem são Paulo Henrique Cardoso e David Zylbersztajn, o primeiro é filho de FHC e o segundo, pai de netos do ex-presidente, ambos diretamente envolvidos na campanha de José Serra. Pense nisso ao escolher seu candidato. Pense nisso ao votar dia 31.
Isto a imprensa não fala
Por Ernesto Germano, assessor político do Sintergia-RJ Quem é Paulo Henrique Cardoso?
Criar notícias envolvendo o filho do Lula é fácil e os nossos jornais estão aí mesmo para continuar espalhando essas fofocas, mas porque não falam do filho do FHC que se locupletou bastante durante o processo de privatizações? Para quem não sabe, o Paulo Henrique Cardoso tinha (não sei se ainda tem) uma “agência de publicidade e comunicações” que era responsável pelas publicidades das empresas que estavam sendo privatizadas. E tem mais... Depois de privatizadas, algumas dessas empresas fizeram contratos com a agência do Paulo Henrique que se responsabilizou pela “comunicação interna e publicidade” das mesmas.
Do tempo que morei em Volta Redonda, ainda tenho guardado o material publicitário da privatização da CSN e é assinado pela empresa do Paulo Henrique. Também tenho todo o material feito durante a venda (entrega) da Vale do Rio Doce. Tenho guardado os informativos dessa empresa depois da privatização e, no expediente, vemos lá que a empresa responsável pela publicação é do filho do FHC!
Querem mais? “O fiasco dos 500 anos”
As festividades dos 500 anos de descobrimento do Brasil, sob coordenação do ex-ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca (PFL-PR), se transformaram num fiasco monumental. Índios e sem-terra apanharam da polícia quando tentaram entrar em Porto Seguro (BA), palco das comemorações, enquanto a réplica da caravela de Cabral estava enguiçada no meio do oceano. O filho do presidente, Paulo Henrique Cardoso, é um dos denunciados pelo Ministério Público de participação no episódio de superfaturamento da construção do estande brasileiro na Feira de Hannover, em 2000, como parte dessas comemorações.
Paulo Henrique Cardoso, 45 anos, é filho de FHC, sociólogo por formação acadêmica (estudou na Unicamp), mas nunca exerceu a carreira. Atualmente é diretor-geral da revista Brasil Sempre, uma publicação trimestral com mais de 150 páginas, com oito mil exemplares de tiragem.
A revista não é vendida em bancas. Por um antigo contrato, é distribuída para embaixadas, organismos internacionais e empresas. A revista é uma produção do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), uma ONG que é sustentada por 55 grupos empresariais e que tem como objetivo discutir a atuação das empresas brasileiras num mundo globalizado.
Mas... prestem atenção para o detalhe. Vejam a lista dos conselheiros editoriais da revista. Na página 2 vemos nomes como Álvaro Cunha, das Organizações Odebrecht, Jorge Gerdau Johannpeter, da Metalúrgica Gerdau, Antônio Ermírio de Moraes, do grupo Votorantim, Benjamin Steinbruch, da Companhia Siderúrgica Nacional, só para citar alguns dos que financiam a revista do Paulinho Henrique. São os mesmos que aparecem nas privatizações de estatais durante o governo FHC.
A carreira profissional do PHC não é um exemplo de “estabilidade” profissional. Ele chegou a cursar Economia na Unicamp, mas acabou formando-se em Sociologia. Ainda assim, não exerceu a profissão.
Abraçou a carreira de marketing e publicidade e fundou, nos anos 70, uma produtora independente, a Rádio 2. Como “papai” ainda não estava no poder, a produtora durou pouco.
Na década seguinte, ingressou no meio cultural e arrumou trabalho na produtora de cinema e vídeo Intervalo, de Walter Salles Júnior. Mudou novamente de emprego e foi parar na Miksom, outra produtora de vídeo, na função de diretor.
A coisa começou a mudar quando “papai” FHC virou senador. PHC foi trabalhar na Rádio MEC e depois na extinta TV Manchete.
Em 1995, quando “papai” colocou a faixa presidencial, Paulo Henrique arrumou emprego na ex-estatal Companhia Siderúrgica Nacional. Começou fazendo a campanha publicitária da empresa, mas já tinha feito a campanha da privatização. Sua principal função, depois, era cuidar da imagem institucional da siderúrgica.
Depois da privatização da Light, no Rio de Janeiro, (maio de 1996), PHC veio assumir um novo cargo de “gerente de marketing” da ex-estatal. Como se vê, uma carreira construída com trabalho e suor... do povo brasileiro, é claro! Mais
Marcadores:
David Zylberstajn,
Eleições 2010,
Ernesto Germano,
FHC,
José Serra,
Paulo Henrique Cardoso,
pré-sal,
privatização,
Saul Leblon
Campanha de Dilma na internet reage à boataria
O comando de campanha de Dilma Rousseff está disponibilizando sites e um e-mail para receber denúncias contra a onda de boatos ofensivos à candidata do PT e rebater as mentiras disseminadas pelos adversários.
Acesse os endereços www.dilma13.com.br/verdades e www.espalheaverdade.com.br para denunciar e-mails falsos e propaganda maliciosa destinada a atingir a candidatura de Dilma.
Você também pode denunciar um boato escrevendo para espalheaverdade@dilmanarede.com.br
A melhor arma contra a boataria é a informação.
Acesse os endereços www.dilma13.com.br/verdades e www.espalheaverdade.com.br para denunciar e-mails falsos e propaganda maliciosa destinada a atingir a candidatura de Dilma.
Você também pode denunciar um boato escrevendo para espalheaverdade@dilmanarede.com.br
A melhor arma contra a boataria é a informação.
Marcadores:
Dilma Roussef,
Eleições 2010
Manchete da Folha é mentirosa
O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, atualmente um dos coordenadores da campanha 'Dilma Presidente', comentou a primeira página publicada pelo jornal Folha de S. Paulo na terça, dia 5.
“A manchete da Folha é mentirosa”, ataca o professor Marco Aurélio Garcia. “O aborto não consta do programa do PT. Portanto, é impossível retirar uma coisa que não tem.”
“O Serra tenta fazer do aborto uma questão central do segundo turno para desviar o foco do debate de programa de governo, que ele não tem”, afirma Marco Aurélio. “Aí, parte para uma guerra suja, para desqualificar a nossa candidata. E como não tem coragem de assumir a paternidade de tamanha sordidez, ele a terceiriza para os seus paus-mandados.”
Garcia é coordenador de programa de governo da candidata petista. A partir desta semana passa a ter maior participação na coordenação da campanha.
A mensagem sobre aborto postada no twitter por André Vargas, deputado federal (PT-PR) e secretário nacional de comunicação do PT, também foi muito debatida nos últimos dias, principalmente na internet. Marco Aurélio reagiu duramente: “Além de inoportuna, uma declaração injusta com as feministas”.
“Inoportuna, pois é uma questão que não pode ser discutida de forma simplista”, explica Marco Aurélio. “Injusta, porque as feministas não estão exigindo que incluamos o assunto neste momento no debate. Não podemos ganhar uma eleição com o discurso ofensivo, discriminatório, da direita. A Dilma não é a favor do aborto, mas entende que ele tem de ser discutido no âmbito das respostas da saúde da mulher.”
Segundo Marco Aurélio, saúde, educação e segurança pública serão as três áreas prioritárias do futuro governo Dilma, que já as discutiu com os governadores eleitos.
“Serão os governadores que darão sustentação a esse programa”, diz Marco Aurélio. “O Rio de Janeiro é uma prova de que isso dá certo. A parceria do governo federal com o estadual está dando bons resultados na segurança pública. Já em São Paulo, onde isso não acontece, a política de segurança pública fracassou.”
Os três pontos prioritários já são compromissos do programa de Dilma. Só que agora a campanha pretende explicitá-los mais. “O que está em jogo são dois projetos”, ressalta Marco Aurélio. “O da oposição, que é um projeto neoliberal. E o nosso, que privilegia a melhor educação, reduziu a mortalidade infantil, tirou 30 milhões de pessoas da linha abaixo da pobreza, gerou 14 milhões de empregos com carteira assinada, entre muitas conquistas. A sociedade não é composta por um bando de imbecis, como imagina a oposição. Ela vai saber escolher qual projeto tem realmente mais compromisso com a vida.”
“Para isso, pedimos desde já aos militantes e simpatizantes do PT, PMDB, PC do B, PSB, PDT, que nos ajudem a divulgar esses compromissos do governo e a desmascarar as mentiras do esquema Serra”, arremata Marco Aurélio. “Nós não queremos apenas vencer. Queremos uma grande vitória que legitime ainda mais o governo da futura presidente do Brasil, Dilma Rousseff.”
Marcadores:
Dilma Roussef,
Marco Aurélio Garcia,
PNDH-3,
pt
Maria Rita Kehl: "Fui demitida por um 'delito' de opinião"
Veja como funcionam conceitos como "liberdade de expressão" e "liberdade de imprensa" para O Estado de S. Paulo, jornal paulistano que recomendou voto no candidato presidencial José Serra e passou a reta final do primeiro turno se declarando paladino dessas liberdades. Após escrever este artigo para o "Estadão", a psicanalista Maria Rita Kehl (foto) foi demitida pelos Mesquita. A reportagem é de Bob Fernandes, do Terra Magazine.
Por Bob Fernandes
A psicanalista Maria Rita Kehl foi demitida pelo Jornal O Estado de S. Paulo depois de ter escrito, no último sábado (2), artigo sobre a "desqualificação" dos votos dos pobres. O texto, intitulado "Dois pesos...", gerou grande repercussão na internet e mídias sociais nos últimos dias.
Nesta quinta-feira (7), ela falou a Terra Magazine sobre as consequências do seu artigo:
- Fui demitida pelo jornal o Estado de S. Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião (...) Como é que um jornal que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?
Leia abaixo a entrevista.
Terra Magazine - Maria Rita, você escreveu um artigo no jornal O Estado de S.Paulo que levou a uma grande polêmica, em especial na internet, nas mídias sociais nos últimos dias. Em resumo, sobre a desqualificação dos votos dos pobres. Ao que se diz, o artigo teria provocado conseqüências para você...
Maria Rita Kehl - E provocou, sim...
- Quais?
- Fui demitida pelo jornal O Estado de S.Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião.
- Quando?
- Fui comunicada ontem (quarta-feira, 6).
- E por qual motivo?
- O argumento é que eles estavam examinando o comportamento, as reações ao que escrevi e escrevia, e que, por causa da repercussão (na internet), a situação se tornou intolerável, insustentável, não me lembro bem que expressão usaram.
- Você chegou a argumentar algo?
- Eu disse que a repercussão mostrava, revelava que, se tinha quem não gostasse do que escrevo, tinha também quem goste. Se tem leitores que são desfavoráveis, tem leitores que são a favor, o que é bom, saudável...
- Que sentimento fica para você?
- É tudo tão absurdo... A imprensa que reclama, que alega ter o governo intenções de censura, de autoritarismo...
- Você concorda com essa tese?
- Não, acho que o presidente Lula e seus ministros cometem um erro estratégico quando criticam, quando se queixam da imprensa, da mídia, um erro porque isso, nesse ambiente eleitoral pode soar autoritário, mas eu não conheço nenhuma medida, nenhuma ação concreta, nunca ouvi falar de nenhuma ação concreta para cercear a imprensa. Não me refiro a debates, frases soltas, falo em ação concreta, concretizada. Não conheço nenhuma, e, por outro lado...
- ...Por outro lado...?
- Por outro lado a imprensa que tem seus interesses econômicos, partidários, demite alguém, demite a mim, pelo que considera um "delito" de opinião. Acho absurdo, não concordo, que o dono do Maranhão (senador José Sarney) consiga impor a medida que impôs ao jornal O Estado de S.Paulo, mas como pode esse mesmo jornal demitir alguém apenas porque expôs uma opinião? Como é que um jornal que está, que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?
- Você imagina que isso tenha algo a ver com as eleições?
- Acho que sim. Isso se agravou com a eleição, pois, pelo que eles me alegaram agora, já havia descontentamento com minhas análises, minhas opiniões políticas.
Por Bob Fernandes
A psicanalista Maria Rita Kehl foi demitida pelo Jornal O Estado de S. Paulo depois de ter escrito, no último sábado (2), artigo sobre a "desqualificação" dos votos dos pobres. O texto, intitulado "Dois pesos...", gerou grande repercussão na internet e mídias sociais nos últimos dias.
Nesta quinta-feira (7), ela falou a Terra Magazine sobre as consequências do seu artigo:
- Fui demitida pelo jornal o Estado de S. Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião (...) Como é que um jornal que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?
Leia abaixo a entrevista.
Terra Magazine - Maria Rita, você escreveu um artigo no jornal O Estado de S.Paulo que levou a uma grande polêmica, em especial na internet, nas mídias sociais nos últimos dias. Em resumo, sobre a desqualificação dos votos dos pobres. Ao que se diz, o artigo teria provocado conseqüências para você...
Maria Rita Kehl - E provocou, sim...
- Quais?
- Fui demitida pelo jornal O Estado de S.Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião.
- Quando?
- Fui comunicada ontem (quarta-feira, 6).
- E por qual motivo?
- O argumento é que eles estavam examinando o comportamento, as reações ao que escrevi e escrevia, e que, por causa da repercussão (na internet), a situação se tornou intolerável, insustentável, não me lembro bem que expressão usaram.
- Você chegou a argumentar algo?
- Eu disse que a repercussão mostrava, revelava que, se tinha quem não gostasse do que escrevo, tinha também quem goste. Se tem leitores que são desfavoráveis, tem leitores que são a favor, o que é bom, saudável...
- Que sentimento fica para você?
- É tudo tão absurdo... A imprensa que reclama, que alega ter o governo intenções de censura, de autoritarismo...
- Você concorda com essa tese?
- Não, acho que o presidente Lula e seus ministros cometem um erro estratégico quando criticam, quando se queixam da imprensa, da mídia, um erro porque isso, nesse ambiente eleitoral pode soar autoritário, mas eu não conheço nenhuma medida, nenhuma ação concreta, nunca ouvi falar de nenhuma ação concreta para cercear a imprensa. Não me refiro a debates, frases soltas, falo em ação concreta, concretizada. Não conheço nenhuma, e, por outro lado...
- ...Por outro lado...?
- Por outro lado a imprensa que tem seus interesses econômicos, partidários, demite alguém, demite a mim, pelo que considera um "delito" de opinião. Acho absurdo, não concordo, que o dono do Maranhão (senador José Sarney) consiga impor a medida que impôs ao jornal O Estado de S.Paulo, mas como pode esse mesmo jornal demitir alguém apenas porque expôs uma opinião? Como é que um jornal que está, que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?
- Você imagina que isso tenha algo a ver com as eleições?
- Acho que sim. Isso se agravou com a eleição, pois, pelo que eles me alegaram agora, já havia descontentamento com minhas análises, minhas opiniões políticas.
Marcadores:
Eleições 2010,
José Serra,
Maria Rita Kehl,
O Estado de S. Paulo
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
A TFP e a campanha 'Serra Presidente'
Se você ainda tem dúvidas de que a chapa do PSDB-DEM incentiva a disseminação de panfletos destinados a dirigir o voto dos católicos nas eleições, veja a nota que está no link abaixo, publicada no blog do jornalista Ricardo Noblat, de "O Globo":
oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/10/06/tfp-distribui-panfleto-em-encontro-do-psdb-330577.asp
Saudações educomunicativistas.
oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/10/06/tfp-distribui-panfleto-em-encontro-do-psdb-330577.asp
Saudações educomunicativistas.
Marcadores:
Eleições 2010,
José Serra,
PNDH-3,
PSDB,
TFP
Comissão Brasileira de Justiça e Paz, órgão da CNBB: 'O MOMENTO POLÍTICO E A RELIGIÃO'
“Amor e Verdade se encontrarão. Justiça e Paz se abraçarão" (Salmo 85)
A Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP) está preocupada com o momento político na sua relação com a religião. Muitos grupos, em nome da fé cristã, têm criado dificuldades para o voto livre e consciente. Desconsideram a manifestação da presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil de 16 de setembro, “Na proximidade das eleições”, quando reiterou a posição da 48ª Assembléia Geral da entidade, realizada neste ano em Brasília. Esses grupos continuaram, inclusive, usando o nome da CNBB, induzindo erroneamente os fiéis a acreditarem que ela tivesse imposto veto a candidatos nestas eleições.
Continua sendo instrumentalizada eleitoralmente a nota da presidência do Regional Sul 1 da CNBB, fato que consideramos lamentável, porque tem levado muitos católicos a se afastarem de nossas comunidades e paróquias.
Constrangem nossa consciência cidadã, como cristãos, atos, gestos e discursos que ferem a maturidade da democracia, desrespeitam o direito de livre decisão, confundindo os cristãos e comprometendo a comunhão eclesial.
Os eleitores têm o direito de optar pela candidatura à Presidência da República que sua consciência lhe indicar, como livre escolha, tendo como referencial valores éticos e os princípios da Doutrina Social da Igreja, como promoção e defesa da dignidade da pessoa humana, com a inclusão social de todos os cidadãos e cidadãs, principalmente dos empobrecidos.
Nesse sentido, a CBJP, em parceria com outras entidades, realizou debate, transmitido por emissoras de inspiração cristã, entre as candidaturas à Presidência da Republica no intento de refletir os desafios postos ao Brasil na perspectiva de favorecer o voto consciente e livre. Igualmente, co-patrocinou um subsídio para formação da cidadania, sob o título: “Eleições 2010: chão e horizonte”.
A Comissão Brasileira Justiça e Paz, nesse tempo de inquietudes, reafirma os valores e princípios que norteiam seus passos e a herança de pessoas como Dom Helder Câmara, Dom Luciano Mendes, Margarida Alves, Madre Cristina, Tristão de Athayde, Ir. Dorothy, entre tantos outros. Estes, motivados pela fé, defenderam a liberdade, quando vigorava o arbítrio; a defesa e o anúncio da liberdade de expressão, em tempos de censura; a anistia, ampla, geral e irrestrita, quando havia exílios; a defesa da dignidade da pessoa humana, quando se trucidavam e aviltavam pessoas.
Compartilhamos a alegria da luz, em meio a sombras, com os frutos da Lei da Ficha Limpa como aprimoraramento da democracia. Esta Lei de Iniciativa Popular uniu a sociedade e sintonizou toda a igreja com os reclamos de uma política a serviço do bem comum e o zelo pela justiça e paz.
Brasília, 06 de Outubro de 2010.
Comissão Brasileira Justiça e Paz, Organismo da CNBB
A Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP) está preocupada com o momento político na sua relação com a religião. Muitos grupos, em nome da fé cristã, têm criado dificuldades para o voto livre e consciente. Desconsideram a manifestação da presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil de 16 de setembro, “Na proximidade das eleições”, quando reiterou a posição da 48ª Assembléia Geral da entidade, realizada neste ano em Brasília. Esses grupos continuaram, inclusive, usando o nome da CNBB, induzindo erroneamente os fiéis a acreditarem que ela tivesse imposto veto a candidatos nestas eleições.
Continua sendo instrumentalizada eleitoralmente a nota da presidência do Regional Sul 1 da CNBB, fato que consideramos lamentável, porque tem levado muitos católicos a se afastarem de nossas comunidades e paróquias.
Constrangem nossa consciência cidadã, como cristãos, atos, gestos e discursos que ferem a maturidade da democracia, desrespeitam o direito de livre decisão, confundindo os cristãos e comprometendo a comunhão eclesial.
Os eleitores têm o direito de optar pela candidatura à Presidência da República que sua consciência lhe indicar, como livre escolha, tendo como referencial valores éticos e os princípios da Doutrina Social da Igreja, como promoção e defesa da dignidade da pessoa humana, com a inclusão social de todos os cidadãos e cidadãs, principalmente dos empobrecidos.
Nesse sentido, a CBJP, em parceria com outras entidades, realizou debate, transmitido por emissoras de inspiração cristã, entre as candidaturas à Presidência da Republica no intento de refletir os desafios postos ao Brasil na perspectiva de favorecer o voto consciente e livre. Igualmente, co-patrocinou um subsídio para formação da cidadania, sob o título: “Eleições 2010: chão e horizonte”.
A Comissão Brasileira Justiça e Paz, nesse tempo de inquietudes, reafirma os valores e princípios que norteiam seus passos e a herança de pessoas como Dom Helder Câmara, Dom Luciano Mendes, Margarida Alves, Madre Cristina, Tristão de Athayde, Ir. Dorothy, entre tantos outros. Estes, motivados pela fé, defenderam a liberdade, quando vigorava o arbítrio; a defesa e o anúncio da liberdade de expressão, em tempos de censura; a anistia, ampla, geral e irrestrita, quando havia exílios; a defesa da dignidade da pessoa humana, quando se trucidavam e aviltavam pessoas.
Compartilhamos a alegria da luz, em meio a sombras, com os frutos da Lei da Ficha Limpa como aprimoraramento da democracia. Esta Lei de Iniciativa Popular uniu a sociedade e sintonizou toda a igreja com os reclamos de uma política a serviço do bem comum e o zelo pela justiça e paz.
Brasília, 06 de Outubro de 2010.
Comissão Brasileira Justiça e Paz, Organismo da CNBB
Marcadores:
CBJP,
CNBB,
Eleições 2010,
PNDH-3,
religião
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Leonardo Boff apoia aliança entre Marina e Dilma
O teólogo e socioambientalista Leonardo Boff optou por Marina no primeiro turno. Agora pede que os eleitores da candidata verde votem em Dilma Rousseff. Da Carta Maior
Há dois projetos em ação: um é o neoliberal ainda vigente no mundo e no Brasil apesar da derrota de suas principais teses na crise de 2008. Esse nome visa dissimular aos olhos de todos, o caráter altamente depredador do processo de acumulação, concentrador de renda que tem como contrapartida o aumento vertiginoso das injustiças, da exclusão e da fome. José Serra representa esse ideário. O outro projeto é o da democracia social e popular do PT. Sua base social é o povo organizado e todos aqueles que pela vida afora se empenharam por um outro Brasil. Dilma Rousseff se propõe garantir e aprofundar a continuidade deste projeto. É aquí que entra a missão de Marina Silva com seus cerca de vinte milhões de votos.
Marina Silva pode reforçar o projeto do novo Brasil
Por Leonardo Boff
O Brasil está ainda em construção. Somos inteiros mas não acabados. Nas bases e nas discussões políticas sempre se suscita a questão: que Brasil finalmente queremos?
É então que surgem os vários projetos políticos elaborados a partir de forças sociais com seus interesses econômicos e ideológicos com os quais pretendem moldar o Brasil.
Agora, no segundo turno das eleições presidenciais, tais projetos repontam com clareza. É importante o cidadão consciente dar-se conta do que está em jogo para além das palavras e promessas e se colocar criticamente a questão: qual dos projetos atende melhor às urgências das maiorias que sempre foram as “humilhadas e ofendidas” e consideradas “zeros econômicos” pelo pouco que produzem e consomem.
Essas maiorias conseguiram se organizar, criar sua consciência própria, elaborar o seu projeto de Brasil e digamos, sinceramente, chegaram a fazer de alguém de seu meio, Presidente do pais, Luiz Inácio Lula da Silva. Foi uma virada de magnitude histórica.
Há dois projetos em ação: um é o neoliberal ainda vigente no mundo e no Brasil apesar da derrota de suas principais teses na crise econômico-financeira de 2008. Esse nome visa dissimular aos olhos de todos, o caráter altamente depredador do processo de acumulação, concentrador de renda que tem como contrapartida o aumento vertiginoso das injustiças, da exclusão e da fome. Para facilitar a dominação do capital mundializado, procura-se enfraquecer o Estado, flexibilizar as legislações e privatizar os setores rentáveis dos bens públicos.
O Brasil sob o governo de Fernando Henrique Cardoso embarcou alegremente neste barco a ponto de no final de seu mandato quase afundar o Brasil. Para dar certo, ele postulou uma população menor do que aquela existente. Cresceu a multidão dos excluidos. Os pequenos ensaios de inclusão foram apenas ensaios para disfarçar as contradições inocultáveis.
Os portadores deste projeto são aqueles partidos ou coligações, encabeçados pelo PSDB que sempre estiveram no poder com seus fartos benesses. Este projeto prolonga a lógica do colonialismo, do neocolonialismo e do globocolonialismo pois sempre se atém aos ditames dos paises centrais.
José Serra, do PSDB, representa esse ideário. Por detrás dele estão o agrobusiness, o latifúndio tecnicamente moderno e ideologicamente retrógrado, parte da burguesia financeira e industrial. É o núcleo central do velho Brasil das elites que precisamos vencer pois elas sempre procuram abortar a chance de um Brasil moderno com uma democracia inclusiva.
O outro projeto é o da democracia social e popular do PT. Sua base social é o povo organizado e todos aqueles que pela vida afora se empenharam por um outro Brasil. Este projeto se constrói de baixo para cima e de dentro para fora. Que forjar uma nação autônoma, capaz de democratizar a cidadania, mobilizar a sociedade e o Estado para erradicar, a curto prazo, a fome e a pobreza, garantir um desenvolvimento social includente que diminua as desigualdades. Esse projeto quer um Brasil aberto ao diálogo com todos, visa a integração continental e pratica uma política externa autônoma, fundada no ganha-ganha e não na truculência do mais forte.
Ora, o governo Lula deu corpo a este projeto. Produziu uma inclusão social de mais de 30 milhões e uma diminuição do fosso entre ricos e pobres nunca assistido em nossa história. Representou em termos políticos uma revolução social de cunho popular pois deu novo rumo ao nosso destino. Essa virada deve ser mantida pois faz bem a todos, principalmente às grandes maiorias, pois lhes devolveu a dignidade negada.
Dilma Rousseff se propõe garantir e aprofundar a continuidade deste projeto que deu certo. Muito foi feito, mas muito falta ainda por fazer, pois a chaga social dura já há séculos e sangra.
É aquí que entra a missão de Marina Silva com seus cerca de vinte milhões de votos. Ela mostrou que há uma faceta significativa do eleitorado que quer enriquecer o projeto da democracia social e popular. Esta precisa assumir estrategicamente a questão da natureza, impedir sua devastação pelas monoculturas, ensaiar uma nova benevolência para com a Mãe Terra. Marina em sua campanha lançou esse programa. Seguramente se inclinará para o lado de onde veio, o PT, que ajudou a construir e agora a enriquecer. Cabe ao PT escutar esta voz que vem das ruas e com humildade saber abrir-se ao ambiental proposto por Marina Silva.
Sonhamos com uma democracia social, popular e ecológica que reconcilie ser humano e natureza para garantir um futuro comum feliz para nós e para a humanidade que nos olha cheia de esperança.
Há dois projetos em ação: um é o neoliberal ainda vigente no mundo e no Brasil apesar da derrota de suas principais teses na crise de 2008. Esse nome visa dissimular aos olhos de todos, o caráter altamente depredador do processo de acumulação, concentrador de renda que tem como contrapartida o aumento vertiginoso das injustiças, da exclusão e da fome. José Serra representa esse ideário. O outro projeto é o da democracia social e popular do PT. Sua base social é o povo organizado e todos aqueles que pela vida afora se empenharam por um outro Brasil. Dilma Rousseff se propõe garantir e aprofundar a continuidade deste projeto. É aquí que entra a missão de Marina Silva com seus cerca de vinte milhões de votos.
Marina Silva pode reforçar o projeto do novo Brasil
Por Leonardo Boff
O Brasil está ainda em construção. Somos inteiros mas não acabados. Nas bases e nas discussões políticas sempre se suscita a questão: que Brasil finalmente queremos?
É então que surgem os vários projetos políticos elaborados a partir de forças sociais com seus interesses econômicos e ideológicos com os quais pretendem moldar o Brasil.
Agora, no segundo turno das eleições presidenciais, tais projetos repontam com clareza. É importante o cidadão consciente dar-se conta do que está em jogo para além das palavras e promessas e se colocar criticamente a questão: qual dos projetos atende melhor às urgências das maiorias que sempre foram as “humilhadas e ofendidas” e consideradas “zeros econômicos” pelo pouco que produzem e consomem.
Essas maiorias conseguiram se organizar, criar sua consciência própria, elaborar o seu projeto de Brasil e digamos, sinceramente, chegaram a fazer de alguém de seu meio, Presidente do pais, Luiz Inácio Lula da Silva. Foi uma virada de magnitude histórica.
Há dois projetos em ação: um é o neoliberal ainda vigente no mundo e no Brasil apesar da derrota de suas principais teses na crise econômico-financeira de 2008. Esse nome visa dissimular aos olhos de todos, o caráter altamente depredador do processo de acumulação, concentrador de renda que tem como contrapartida o aumento vertiginoso das injustiças, da exclusão e da fome. Para facilitar a dominação do capital mundializado, procura-se enfraquecer o Estado, flexibilizar as legislações e privatizar os setores rentáveis dos bens públicos.
O Brasil sob o governo de Fernando Henrique Cardoso embarcou alegremente neste barco a ponto de no final de seu mandato quase afundar o Brasil. Para dar certo, ele postulou uma população menor do que aquela existente. Cresceu a multidão dos excluidos. Os pequenos ensaios de inclusão foram apenas ensaios para disfarçar as contradições inocultáveis.
Os portadores deste projeto são aqueles partidos ou coligações, encabeçados pelo PSDB que sempre estiveram no poder com seus fartos benesses. Este projeto prolonga a lógica do colonialismo, do neocolonialismo e do globocolonialismo pois sempre se atém aos ditames dos paises centrais.
José Serra, do PSDB, representa esse ideário. Por detrás dele estão o agrobusiness, o latifúndio tecnicamente moderno e ideologicamente retrógrado, parte da burguesia financeira e industrial. É o núcleo central do velho Brasil das elites que precisamos vencer pois elas sempre procuram abortar a chance de um Brasil moderno com uma democracia inclusiva.
O outro projeto é o da democracia social e popular do PT. Sua base social é o povo organizado e todos aqueles que pela vida afora se empenharam por um outro Brasil. Este projeto se constrói de baixo para cima e de dentro para fora. Que forjar uma nação autônoma, capaz de democratizar a cidadania, mobilizar a sociedade e o Estado para erradicar, a curto prazo, a fome e a pobreza, garantir um desenvolvimento social includente que diminua as desigualdades. Esse projeto quer um Brasil aberto ao diálogo com todos, visa a integração continental e pratica uma política externa autônoma, fundada no ganha-ganha e não na truculência do mais forte.
Ora, o governo Lula deu corpo a este projeto. Produziu uma inclusão social de mais de 30 milhões e uma diminuição do fosso entre ricos e pobres nunca assistido em nossa história. Representou em termos políticos uma revolução social de cunho popular pois deu novo rumo ao nosso destino. Essa virada deve ser mantida pois faz bem a todos, principalmente às grandes maiorias, pois lhes devolveu a dignidade negada.
Dilma Rousseff se propõe garantir e aprofundar a continuidade deste projeto que deu certo. Muito foi feito, mas muito falta ainda por fazer, pois a chaga social dura já há séculos e sangra.
É aquí que entra a missão de Marina Silva com seus cerca de vinte milhões de votos. Ela mostrou que há uma faceta significativa do eleitorado que quer enriquecer o projeto da democracia social e popular. Esta precisa assumir estrategicamente a questão da natureza, impedir sua devastação pelas monoculturas, ensaiar uma nova benevolência para com a Mãe Terra. Marina em sua campanha lançou esse programa. Seguramente se inclinará para o lado de onde veio, o PT, que ajudou a construir e agora a enriquecer. Cabe ao PT escutar esta voz que vem das ruas e com humildade saber abrir-se ao ambiental proposto por Marina Silva.
Sonhamos com uma democracia social, popular e ecológica que reconcilie ser humano e natureza para garantir um futuro comum feliz para nós e para a humanidade que nos olha cheia de esperança.
Marcadores:
Carta Maior,
Dilma Roussef,
Eleições 2010,
Leonardo Boff,
Marina Silva,
meio ambiente
Tenho medo
Tenho medo de quem dissemina mentiras sobre
o Programa Nacional de Direitos Humanos.
Tenho medo de quem é contra o PNDH-3.
Tenho medo de quem é contra uma aspiração da
sociedade brasileira.
Tenho medo de quem acha um pecado Lula ser
contra a opressão do povo brasileiro.
Não seja manipulado. Leia com atenção o PNDH-3.
Zilda Ferreira - Equipe do Blog EDUCOM
Nota complementar da Equipe do Blog: o PNDH-3 não é um conjunto de decretos do presidente da República, mas, ao contrário, o resultado de um amplo processo democrático de consulta aos mais diversos segmentos da sociedade civil organizada. Os artigos que o Plano Nacional de Direitos Humanos contém são indicações de conferências nacionais como a de Direitos Humanos e a de Comunicação, para que o Governo Federal envie projetos a serem debatidos e aprovados (ou não) pelo Congresso Nacional, formado por 513 deputados e 81 senadores eleitos pelo voto direto dos brasileiros.
Confira abaixo, em negrito, comunicado da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência (SEDH) sobre a onda de ataques ao PNDH-3 durante as eleições, em especial o panfleto que vem sendo distribuído pela organização TFP (Tradição, Família e Propriedade), inclusive, o que é lamentável, num recente encontro de cúpula do PSDB:
O Departamento de Divulgação da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República pede ao Blog que faça a postagem de alguns complementos sobre o que é o PNDH-3.
Cinco pontos referidos no panfleto:
Aborto: O PNDH-3 não trata da legalização do aborto. Sua redação sobre o tema é: “Considerar o aborto como tema de saúde pública, com garantia do acesso aos serviços de saúde” (Diretriz 9, Objetivo Estratégico III, ação g);
Propriedade: O PNDH-3 trata apenas da questão da mediação de conflitos agrários e urbanos, dentro da previsão legal e procedimento judicial. Eis a redação: “Propor projeto de lei para institucionalizar a utilização da mediação das demandas de conflitos coletivos agrários e urbanos, priorizando a oitiva do Incra, institutos de terras estaduais, Ministério Público e outros órgãos públicos especializados, sem prejuízo de outros meios institucionais para a solução de conflitos” (Diretriz 17, Objetivo Estratégico VI, ação d);
Religião: O PNDH-3 preza pela liberdade e tolerância religiosa. A redação do capítulo sobre o tema diz: “Respeito às diferentes crenças, liberdade de culto e garantia da laicidade do Estado” (Diretriz 10, Objetivo Estratégico VI);
Mídia: O PNDH-3 garante a liberdade de expressão e de comunicação, respeitando os Direitos Humanos. A principal ação prevista neste tema tem a seguinte redação: “Propor a criação de marco legal, nos termos do art. 221 da Constituição, estabelecendo o respeito aos Direitos Humanos nos serviços de radiodifusão (rádio e televisão) concedidos, permitidos ou autorizados” (Diretriz 22, Objetivo Estratégico I, ação a). Vale lembrar que o PNDH-2, elaborado em 2002 propunha o controle social dos meios de comunicação.
Impostos: O PNDH-3 observa a Constituição Federal, neste caso o art. 153, VII*. Propõe em seu texto: “Regulamentar a taxação do imposto sobre grandes fortunas previsto na Constituição Federal” (Diretriz 5, Objetivo Estratégico II, ação d).* Art. 153, VII - Compete à União instituir impostos sobre: (...) VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
Não se deixe enganar. Vá direto à fonte.
http://portal.mj.gov.br/sedh/pndh3/index.html
o Programa Nacional de Direitos Humanos.
Tenho medo de quem é contra o PNDH-3.
Tenho medo de quem é contra uma aspiração da
sociedade brasileira.
Tenho medo de quem acha um pecado Lula ser
contra a opressão do povo brasileiro.
Não seja manipulado. Leia com atenção o PNDH-3.
Zilda Ferreira - Equipe do Blog EDUCOM
Nota complementar da Equipe do Blog: o PNDH-3 não é um conjunto de decretos do presidente da República, mas, ao contrário, o resultado de um amplo processo democrático de consulta aos mais diversos segmentos da sociedade civil organizada. Os artigos que o Plano Nacional de Direitos Humanos contém são indicações de conferências nacionais como a de Direitos Humanos e a de Comunicação, para que o Governo Federal envie projetos a serem debatidos e aprovados (ou não) pelo Congresso Nacional, formado por 513 deputados e 81 senadores eleitos pelo voto direto dos brasileiros.
Confira abaixo, em negrito, comunicado da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência (SEDH) sobre a onda de ataques ao PNDH-3 durante as eleições, em especial o panfleto que vem sendo distribuído pela organização TFP (Tradição, Família e Propriedade), inclusive, o que é lamentável, num recente encontro de cúpula do PSDB:
O Departamento de Divulgação da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República pede ao Blog que faça a postagem de alguns complementos sobre o que é o PNDH-3.
Cinco pontos referidos no panfleto:
Aborto: O PNDH-3 não trata da legalização do aborto. Sua redação sobre o tema é: “Considerar o aborto como tema de saúde pública, com garantia do acesso aos serviços de saúde” (Diretriz 9, Objetivo Estratégico III, ação g);
Propriedade: O PNDH-3 trata apenas da questão da mediação de conflitos agrários e urbanos, dentro da previsão legal e procedimento judicial. Eis a redação: “Propor projeto de lei para institucionalizar a utilização da mediação das demandas de conflitos coletivos agrários e urbanos, priorizando a oitiva do Incra, institutos de terras estaduais, Ministério Público e outros órgãos públicos especializados, sem prejuízo de outros meios institucionais para a solução de conflitos” (Diretriz 17, Objetivo Estratégico VI, ação d);
Religião: O PNDH-3 preza pela liberdade e tolerância religiosa. A redação do capítulo sobre o tema diz: “Respeito às diferentes crenças, liberdade de culto e garantia da laicidade do Estado” (Diretriz 10, Objetivo Estratégico VI);
Mídia: O PNDH-3 garante a liberdade de expressão e de comunicação, respeitando os Direitos Humanos. A principal ação prevista neste tema tem a seguinte redação: “Propor a criação de marco legal, nos termos do art. 221 da Constituição, estabelecendo o respeito aos Direitos Humanos nos serviços de radiodifusão (rádio e televisão) concedidos, permitidos ou autorizados” (Diretriz 22, Objetivo Estratégico I, ação a). Vale lembrar que o PNDH-2, elaborado em 2002 propunha o controle social dos meios de comunicação.
Impostos: O PNDH-3 observa a Constituição Federal, neste caso o art. 153, VII*. Propõe em seu texto: “Regulamentar a taxação do imposto sobre grandes fortunas previsto na Constituição Federal” (Diretriz 5, Objetivo Estratégico II, ação d).* Art. 153, VII - Compete à União instituir impostos sobre: (...) VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
Não se deixe enganar. Vá direto à fonte.
http://portal.mj.gov.br/sedh/pndh3/index.html
Marcadores:
Dilma Roussef,
direita,
direitos humanos,
Eleições 2010,
José Serra,
Lula,
PNDH-3,
TFP
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Marina... você se pintou?
Por Maurício Abdalla*
“Marina, morena Marina, você se pintou?” diz a canção de Caymmi. Mas é provável, Marina, que pintaram você. Era a candidata ideal: mulher, militante, ecológica e socialmente comprometida com o “grito da Terra e o grito dos pobres”, como diz Leonardo.
Dizem que escolheu o partido errado. Pode ser. Mas, por outro lado, o que é certo neste confuso tempo de partidos gelatinosos, de alianças surreais e de pragmatismo hiperbólico? Quem pode atirar a primeira pedra no que diz respeito a escolhas partidárias?
Mas ainda assim, Marina, sua candidatura estava fadada a não decolar. Não pela causa que defende, não pela grandeza de sua figura. Mas pelo fato de que as verdadeiras causas que afetam a população do Brasil não interessam aos financiadores de campanha, às elites e aos seus meios de comunicação. A batalha não era para ser sua. Era de Dilma contra Serra. Do governo Lula contra o governo do PSDB/DEM. Assim decidiram as famílias que controlam a informação no país. E elas não só decidiram quem iria duelar, mas também quiseram definir o vencedor. O Estadão disse: Serra deve ser eleito.
Mas a estratégia de reconduzir ao poder a velha aliança PSDB/DEM estava fazendo água. O povo insistia em confirmar não a sua preferência por Dilma, mas seu apreço pelo Lula. O que, é claro, se revertia em intenção de voto em sua candidata. Mas “os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz”. Sacaram da manga um ás escondido. Usar a Marina como trampolim para levar o tucano para o segundo turno e ganhar tempo para a guerra suja.
Marina, você, cujo coração é vermelho e verde, foi pintada de azul. “Azul tucano”. Deram-lhe o espaço que sua causa nunca teve, que sua luta junto aos seringueiros e contra as elites rurais jamais alcançaria nos grandes meios de comunicação. A Globo nunca esteve ao seu lado. A Veja, a FSP, o Estadão jamais se preocuparam com a ecologia profunda. Eles sempre foram, e ainda são, seus e nossos inimigos viscerais.
Mas a estratégia deu certo. Serra foi para o segundo turno, e a mídia não cansa de propagar a “vitória da Marina”. Não aceite esse presente de grego. Hão de descartá-la assim que você falar qual é exatamente a sua luta e contra quem ela se dirige.
“Marina, você faça tudo, mas faça o favor”: não deixe que a pintem de azul tucano. Sua história não permite isso. E não deixe que seus eleitores se iludam acreditando que você está mais perto de Serra do que de Dilma. Que não pensem que sua luta pode torná-la neutra ou que pensem que para você “tanto faz”. Que os percalços e dificuldades que você teve no Governo Lula não a façam esquecer os 8 anos de FHC e os 500 anos de domínio absoluto da Casagrande no país cuja maioria vive na senzala. Não deixe que pintem “esse rosto que o povo gosta, que gosta e é só dele”.
Dilma, admitamos, não é a candidata de nossos sonhos. Mas Serra o é de nossos mais terríveis pesadelos. Ajude-nos a enfrentá-lo. Você não precisa dos paparicos da elite brasileira e de seus meios de comunicação. “Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu”.
*professor de filosofia da UFES, autor de "Iara e a Arca da Filosofia" (Mercuryo Jovem), dentre outros.
“Marina, morena Marina, você se pintou?” diz a canção de Caymmi. Mas é provável, Marina, que pintaram você. Era a candidata ideal: mulher, militante, ecológica e socialmente comprometida com o “grito da Terra e o grito dos pobres”, como diz Leonardo.
Dizem que escolheu o partido errado. Pode ser. Mas, por outro lado, o que é certo neste confuso tempo de partidos gelatinosos, de alianças surreais e de pragmatismo hiperbólico? Quem pode atirar a primeira pedra no que diz respeito a escolhas partidárias?
Mas ainda assim, Marina, sua candidatura estava fadada a não decolar. Não pela causa que defende, não pela grandeza de sua figura. Mas pelo fato de que as verdadeiras causas que afetam a população do Brasil não interessam aos financiadores de campanha, às elites e aos seus meios de comunicação. A batalha não era para ser sua. Era de Dilma contra Serra. Do governo Lula contra o governo do PSDB/DEM. Assim decidiram as famílias que controlam a informação no país. E elas não só decidiram quem iria duelar, mas também quiseram definir o vencedor. O Estadão disse: Serra deve ser eleito.
Mas a estratégia de reconduzir ao poder a velha aliança PSDB/DEM estava fazendo água. O povo insistia em confirmar não a sua preferência por Dilma, mas seu apreço pelo Lula. O que, é claro, se revertia em intenção de voto em sua candidata. Mas “os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz”. Sacaram da manga um ás escondido. Usar a Marina como trampolim para levar o tucano para o segundo turno e ganhar tempo para a guerra suja.
Marina, você, cujo coração é vermelho e verde, foi pintada de azul. “Azul tucano”. Deram-lhe o espaço que sua causa nunca teve, que sua luta junto aos seringueiros e contra as elites rurais jamais alcançaria nos grandes meios de comunicação. A Globo nunca esteve ao seu lado. A Veja, a FSP, o Estadão jamais se preocuparam com a ecologia profunda. Eles sempre foram, e ainda são, seus e nossos inimigos viscerais.
Mas a estratégia deu certo. Serra foi para o segundo turno, e a mídia não cansa de propagar a “vitória da Marina”. Não aceite esse presente de grego. Hão de descartá-la assim que você falar qual é exatamente a sua luta e contra quem ela se dirige.
“Marina, você faça tudo, mas faça o favor”: não deixe que a pintem de azul tucano. Sua história não permite isso. E não deixe que seus eleitores se iludam acreditando que você está mais perto de Serra do que de Dilma. Que não pensem que sua luta pode torná-la neutra ou que pensem que para você “tanto faz”. Que os percalços e dificuldades que você teve no Governo Lula não a façam esquecer os 8 anos de FHC e os 500 anos de domínio absoluto da Casagrande no país cuja maioria vive na senzala. Não deixe que pintem “esse rosto que o povo gosta, que gosta e é só dele”.
Dilma, admitamos, não é a candidata de nossos sonhos. Mas Serra o é de nossos mais terríveis pesadelos. Ajude-nos a enfrentá-lo. Você não precisa dos paparicos da elite brasileira e de seus meios de comunicação. “Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu”.
*professor de filosofia da UFES, autor de "Iara e a Arca da Filosofia" (Mercuryo Jovem), dentre outros.
Marcadores:
Dilma Roussef,
Eleições 2010,
José Serra,
Marina Silva
Sem nova proposta dos banqueiros, greve dos bancários completa uma semana
Em greve desde o dia 29 de setembro, bancários de todo o Brasil realizam logo mais rodada de assembleias para definir os próximos passos do movimento. A única proposta de reajuste até o momento apresentada pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), no dia 22 de setembro, apenas repõe a inflação (4,29%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC), portanto sem ganho real, e segue sendo rejeitada pelos trabalhadores. Os bancários reivindicam 11% e participação nos lucros.
Com data-base em 1º de setembro, a categoria iniciou as negociações no dia 24 de agosto, mas após cinco rodadas da mesa, em pouco menos de 30 dias, não houve avanço. A Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) apresentou no dia 11 de agosto às instituições financeiras as seguintes reivindicações:
Para o Comando Nacional dos Bancários, essa intransigência é incompatível com a situação privilegiada dos bancos. O lucro líquido apenas dos cinco maiores (Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa) somou R$ 21,3 bilhões no primeiro semestre de 2010. É um crescimento do lucro líquido de 32% na média em relação ao mesmo período do ano anterior.
Com informações do Jornal Bancário Rio e do site da Fundação Lauro Campos
Com data-base em 1º de setembro, a categoria iniciou as negociações no dia 24 de agosto, mas após cinco rodadas da mesa, em pouco menos de 30 dias, não houve avanço. A Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) apresentou no dia 11 de agosto às instituições financeiras as seguintes reivindicações:
- reajuste salarial de 11% (7% de aumento real, mais 4,29% de reposição da inflação medida pelo INPC)
- piso salarial de R$ 1,51 mil para portaria, R$ 2,15 mil para escriturário, R$ 2,91 mil para caixas, R$ 3,64 mil para primeiro-comissionado e R$ 4,85 mil para primeiro-gerente
- PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de três salários mínimos mais R$ 4 mil fixos, aumento para um salário mínimo do valor do auxílio-refeição, mais contratações, medidas de proteção à saúde do trabalhador e ao emprego
Para o Comando Nacional dos Bancários, essa intransigência é incompatível com a situação privilegiada dos bancos. O lucro líquido apenas dos cinco maiores (Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa) somou R$ 21,3 bilhões no primeiro semestre de 2010. É um crescimento do lucro líquido de 32% na média em relação ao mesmo período do ano anterior.
Com informações do Jornal Bancário Rio e do site da Fundação Lauro Campos
Marcadores:
greve,
movimentos sociais
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
AO 2º TURNO, EM 31 DE OUTUBRO
A CONVOCAÇÃO DE LULA EM 2002 VALE PARA 2010:
É HORA DO ANZOL
É HORA DO ANZOL
"Até agora nós pescamos com tarrafa; agora é a hora de buscar o voto no anzol; casa a casa; rua a rua; bairro a bairro. De posse dos mapas eleitorais sabemos exatamente onde buscar os apoios que nos faltam para vencer no 2º turno. Duas medidas são decisivas: nenhum candidato da coligação - eleito ou não -, nenhum diretório, nenhum comitê, nenhum núcleo de base deve desmontar sua estrutura de campanha. Ao contrário, essa é a hora de reforçar as estruturas. Em segundo lugar, não temos que brigar com o eleitorado do Serra. Temos que afinar o discurso, torná-lo mais específico, alcançar aqueles que não conquistamos ainda e que reúnem os votos que precisamos para a vitória final."(Lula, no dia seguinte à apuração do 1º turno, em 2002. O comando que levou à vitória então vale para o 2º turno em 2010; Carta Maior, 4/10)
Marcadores:
Eleições 2010,
Lula
sábado, 2 de outubro de 2010
ATENÇÃO ELEITOR
“Por decisão do Supremo Tribunal Federal, o eleitor não será impedido de votar caso leve apenas o documento oficial com foto para sua seção eleitoral neste domingo, dia 3. Justiça Eleitoral.”
Esta é a mensagem que o Tribunal Superior Eleitoral está levando ao ar, via televisão e rádio, nas últimas horas antes do início da votação. Confira no site do TSE e acesse aqui um serviço completo da Justiça Eleitoral para orientar sua participação nas eleições gerais deste domingo, dia 3 de outubro.
Vote consciente.
Esta é a mensagem que o Tribunal Superior Eleitoral está levando ao ar, via televisão e rádio, nas últimas horas antes do início da votação. Confira no site do TSE e acesse aqui um serviço completo da Justiça Eleitoral para orientar sua participação nas eleições gerais deste domingo, dia 3 de outubro.
Vote consciente.
Marcadores:
Eleições 2010
Assinar:
Postagens (Atom)