quarta-feira, 11 de maio de 2011

Belo Monte e a Idade Média



Laerte Braga


É impossível dissociar a violência que o governo impõe para a viabilizar a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, do modelo de “capitalismo a brasileira”, definido pelo secretário geral do PCB (Partido Comunista Brasileiro) Ivan Pinheiro como a opção feita desde o governo Lula.

Saímos fora do esquema de subordinação aos EUA – hoje um conglomerado terrorista e de “negócios” – apostamos num capitalismo com toda a brutalidade que o capitalismo traz, mas que nos leve ao topo e dessa maneira nos credenciamos, por exemplo, a uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.

O malabarismo político do ex-presidente Lula para evitar o naufrágio diante do caos gerado pelo governo FHC – a transformação do Brasil em colônia dos EUA e de empresas multinacionais, o sistema bancário, por exemplo – pode ter gerado uma série de concessões e a percepção – equivocada – que, potência de primeiro mundo nos transformaria em carro chefe de uma nova ordem mundial. Na prática um capitalismo caridoso, com cara de solidário, na realidade uma aventura perigosa e que neste momento, quando o governo Dilma Roussef se mostra aquém das expectativas, uma encruzilhada com cara de retrocesso.

Construiu, Lula, uma política externa responsável, que o transformou em líder mundial inconteste, ou no mínimo voz a ser ouvida, complicador para os negócios do conglomerado terrorista, enquanto ajeitava por aqui políticas sociais e grande empresariado nacional. Se raspado o verniz, à exceção da política externa e de conquistas sociais, o Brasil continua a ser um País das elites políticas e econômicas, o que certamente, à frente, vai nos levar de volta à condição de Maria Fumaça.

É possível que o ex-presidente tenha imaginado um grande salto e jogado suas fichas em Dilma Roussef. Só que o salto, até agora, tem sido para trás. A começar pela política externa.

Li, hoje cedo, uma pequena frase atribuída a autor desconhecido.

“Na última semana beatificamos um papa, casamos um príncipe, fizemos uma cruzada e matamos um mouro. Bem vindos à Idade Média”.

Tudo isso poderia ser resumido como um mundo onde existam 10 pessoas e apenas uma tem armas. Nove vão ter que optar pela submissão, ou correr o risco de serem mortos. O secretário geral das Nações Unidas, quem em sua constituição gerou a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS afirmou em entrevista coletiva que “sinto-me aliviado com a morte de bin Laden”.

É evidente que aos olhos dos EUA bin Laden é diferente de Herman Goering, julgado por crimes de guerra em Nuremberg. Goering foi um dos responsáveis pelo fracasso da invasão alemã à União Soviética e isso frustrou os planos norte-americanos de matar dois coelhos de uma só cajadada. Eliminar os soviéticos e trocar a suástica de lugar. Ao invés de Berlim, Washington.

Por isso foi a julgamento, a farsa da democracia e dos direitos humanos na visão de gente como Truman, ou como Barack Obama e todos os que passaram por lá, sem exceção.

Se levarmos em conta que o objetivo foi alcançado hoje, a um custo incalculável, principalmente em vidas humanas, a estupidez e a boçalidade se instalam plenas e absolutas neste “novo mundo”.

Há uma diferença de tempo e espaço entre uma Idade Média e a de hoje que pode ser mostrada pelo poder do arsenal norte-americano, capaz de destruir o planeta cem vezes se preciso for.

Vivemos a Idade Média da Tecnologia.

Belo Monte é uma obra concebida à época da ditadura militar, aquele negócio de milagre brasileiro, ressurreta no governo Lula e que vai sendo viabilizada a ferro e fogo pelo governo Dilma.

A coté um monte de grandes empresas. Enterrados nos danos ambientais e na desnecessidade da obra, brasileiros, perspectivas de futuro, etc, etc.

Um custo de 19 bilhões segundo o governo, de 30 bilhões segundo as empresas, com oitenta por cento de um ou outro valor saindo dos cofres públicos na modalidade financiamento a prazo perdido, via BNDES – Banco do Desenvolvimento Econômico e Social –, sustentado pelo FAT – FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR.

O que o diretor Woody Allen tem a ver com isso? Não sei, mas desconfio que tem.

Em entrevista coletiva após a exibição de seu filme “MEIA NOITE EM PARIS”, no festival de Cannes, entre outras coisas afirmou que pensou na idéia/título antes de ter um roteiro (Felini tinha essa característica) e que a coisa brotou espontaneamente.

“Passaram-se meses e eu não pensava em nada. E então me ocorreu que, um dia, alguém estaria andando nas ruas, um carro aparece, alguém de dentro grita entre e o leva a um lugar diferente. Tive sorte que desta vez pensei em algo. Mas poderia não ter pensado em nada e ter de mudar o título para outra coisa”.

O personagem central entra no carro e mergulha na primeira metade do século XX, início do século, reencontra Ernest Hemingway, Pablo Picasso, Salvador Dali, Cole Porter, enquanto sua noiva prefere os shoppings, as compras, as baladas, as pechinchas.

No bolso um anel pronto para o pedido de casamento.

O carro que passa, pára e manda entrar conduz Scott Fittzgerald e sua mulher Zelda.

A despeito do diretor ter dito que fez piadas com os diálogos, não seria capaz de produzir diálogos para T. S. Elliot, ou Picasso, Dali e todos que entram na trama, Allen é um crítico refinado – refinado até demais por isso às vezes imperceptível – É de New York, onde ainda sobrevive vida inteligente nos EUA, pelo menos por mais uns vinte anos –.
Mais ou menos um "tô correndo do futuro".  

O grande salto – era uma expressão de Stalin, ou dela o governante soviético se apropriou –, em se tratando de Brasil parece estar terminando num abismo/máquina do tempo que nos conduz a algo com o penhasco do Portão do Inferno.

Sanduíche misto frio, mistura de Lula (políticas sociais agora no aspecto caridoso do modelo, sem qualquer preocupação de consciência política) e FHC (política econômica, política externa e Belo Monte como símbolo dessa comédia).

Existem determinados fatos que não se explicam nunca. Moreira Franco no lugar de Samuel Pinheiro Guimarães e Anthony Patriot substituindo Celso Amorim.

Aí, quando Robert Fisk (como lembra em artigo a jornalista Ana Helena Tavares) fala a Munir Safat, na GLOBONEWS que “já fui a São Paulo e ali existem máfias pior que a AL QAEDA”, o programa termina.

É o homem máquina, o homem shopping. Não chega a ser o homem Metrópolis em sua totalidade, pois há uma certa candura no final do filme de Lang, o aperto de mão entre o trabalhador e o empresário. O escravo dos subterrâneos de Belo Monte e o consórcio financiado pelo BNDES. Teria que ter a bacia amazônica ao fundo e sumindo no longo dos tempos.  Não chega, mas é quase.

Deve ser por conta disso e de tantas coisas que Vinícius de Moraes afirmou que “o uísque é o melhor amigo do homem. É o cachorro engarrafado”.

Com certeza Aécio Neves concorda.

E de cambulhada esse sanduíche misto frio tem molho de Código Floresta no parecer mágico do deputado Aldo Rebelo.

Vem embrulhado em mistura de água e óleo – parecia né? – O pacote Dilma/GLOBO.

O filme resulta numa droga, mas os efeitos especiais servirão para ensurdecer e cegar a manada.

Breve, desfile do exército de Jesus aos gritos de “progresso, progresso, progresso”.

Sábio foi Gandhi. “Aceito o Cristo de vocês, mas não o cristianismo”. Podia ter dito sem excesso algum, o cristianismo/capitalismo de vocês.

Enfim, nos tempos atuais pontificam Bento XVI e Edir Macedo.

“Que Deus nos abençoe e aos EUA” – Barack Obama agradecendo e justificando a morte de bin Laden. E ao agronegócio, ao latifúndio, às grandes máquinas que embevecem o ser minúsculo/formiga e lota consultórios de psiquiatras, assim por diante.

É tudo culpa de bin Laden e do Irã. 

Ia me esquecendo. Moradores de um bairro de elite em São Paulo, Higienópolis, centro da capital paulista, protestaram contra uma estação do metrô por ali. Ia atrapalhar os negócios e “ficar tudo muito misturado”. O governo atento às “reivindicações populares” desviou o negócio para a área do Pacaembu. 

Mais de 50 entidades repudiam mudanças no Código Florestal

Mais de 50 entidades da sociedade civil rejeitaram o relatório do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB) com mudanças no Código Florestal e pediram mais tempo para a discussão, no seminário nacional promovido em São Paulo (SP), no sábado, que reuniu mais de 400 pessoas. Para João Pedro Stédile, da coordenação da Via Campesina Brasil e do MST, objetivos centrais do agronegócio são garantir a anistia financeira e criminal para os latifundiários que desmataram e desrespeitaram a lei, acabar com a Reserva Legal e abrir a fronteira agrícola para as empresas de papel e celulose.
Igor Felippe Santos, da Página do MST
  
        
.A votação do projeto prevista para esta terça feira, dia 10, foi adiada. O governo e o relator do projeto ainda não chegaram a um consenso sobre o texto final.

         “Não podemos aceitar de forma alguma as mudanças no Código Florestal, que vão contra os princípios da vida e do meio ambiente”, afirmou o padre Nelito Dornelas, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Segundo ele, esse projeto está dentro do contexto de uma ideologia que leva à morte, com a qual a Igreja Católica no Brasil não compactua. “Temos o compromisso de continuar nesse luta”, disse.
         Jayme Vita Roso, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), comparou a resistência às alterações propostas de Aldo Rebelo no Código Florestal à luta dos setores progressistas contra projeto que permitia aos Estados Unidos utilizar a Base Militar de Alcântara, no Maranhão. O projeto, que saiu da pauta no começo do governo Lula, era considerado uma ameaça à soberania nacional e, pela localização estratégica, a entrega da Amazônia aos Estados Unidos.
         A militante ambientalista e ex-senadora Marina Silva (PV) afirmou que “em lugar de andar para frente, estamos andando pra trás” com essa discussão imposta pelo agronegócio. “Não podemos deixar que meia dúzia de atrasados monopolizar o debate”, afirmou.
         Segundo ela, o relatório do Aldo vai contra os anseios da população e dos mais de 20 milhões de brasileiros que votaram na candidatura verde nas eleições de 2010. Para corrigir os problemas do texto, ela pediu mais tempo para a votação do relatório. “O adiamento é para que se possa propor o debate e para apresentar as propostas para corrigir o texto equivocado, no meu entendimento, que foi apresentado", disse Marina.
         A ex-senadora cobrou também do governo uma política florestal, que crie condições para que os agricultores possam produzir, gerar renda, preservar o meio ambiente e recuperar o que foi degradado. “Não queremos suprimir a Reserva Legal. Queremos os meios para recuperar as áreas”, disse.
         A atriz Letícia Sabatela, do Movimento Humanos Direitos, afirmou que a proposta de Aldo Rebelo “é uma tremenda cara de pau”. Para ela, os setores que defendem as mudanças no Código Florestal são os mesmos que impedem a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Trabalho Escravo, que sugere que as áreas onde se explora mão de obra escrava sejam destinadas à Reforma Agrária.
         Pressão do agronegócio
         Marina disse ainda que o agronegócio não concorda com a Constituição de 1988, que garante a função social da terra, e o artigo 225, que considera o ambiente saudável um direito de todos os brasileiros.
         "Eles não se conformam com isso e toda a oportunidade que têm eles querem revogar a Constituição e cabe a sociedade manter o direito constitucional de um ambiente saudável é um direito de todos os brasileiros", criticou Marina.
         A secretária de Meio Ambiente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carmem Foro, avalia que é urgente a sociedade brasileira fazer o enfrentamento aos interesses das grandes empresas transnacionais da agricultura. “Não há necessidade de flexibilização do Código Florestal. Se não nos organizarmos, os interesses do agronegócio se sobrepõem às nossas vidas”, acredita.
         “Vamos batalhar para manter o Código e fazer valer”, disse Geraldo José da Silva, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetraf). Ele afirmou que o agronegócio já não cumpre a lei vigente e, com a flexibilização, “não vão deixar uma árvore em pé”.
         Sérgio Leitão, diretor do Greenpeace Brasil, analisa que o relatório “interessa às grandes multinacionais que dominam a agricultura no Brasil”. Segundo ele, a flexibilização da lei ambiental é a reforma "abre alas" de uma série de mudanças que o agronegócio pretende fazer.
         Na pauta, está o fim da diferenciação de grande e pequena agricultura, a desregulamentação da lei trabalhista, o fim dos índices de produtividade e a revogação de medidas que limitam a atuação do capital estrangeiro nas agricultura e na compra de terras.
         Para João Pedro Stedile, da coordenação da Via Campesina Brasil e do MST, a legislação ambiental é um “obstáculo” para a ofensiva das empresas transnacionais, do capital financeiro e dos fazendeiros capitalistas, que passaram a dominar a agricultura brasileira no governo FHC.
         Os objetivos centrais do agronegócio, de acordo com Stedile, são garantir a anistia financeira e criminal para os latifundiários que desmataram e desrespeitaram a lei, acabar com a Reserva Legal e abrir a fronteira agrícola para as empresas de papel e celulose.
         “Há forças, energias na sociedade, para barrar essas manipulações do poder econômico”, avalia. “Estamos esperançosos que se crie um clima na sociedade para que a Câmara vete essa proposta. Se não, que o Senado vete ou a presidenta Dilma vete”.
         O dirigente do MST propôs também a convocação de um plebiscito nacional para que a população participe e opine sobre as mudanças no Código Florestal. “O povo tem que dizer se é a favor do desmatamento ou não”, disse.
         Correlação de forças no Congresso
         O deputado federal Paulo Teixeira, líder do PT na Câmara dos Deputados, avalia que a correlação de forças beneficia Aldo Rebelo. Dos 21 partidos com representação na Câmara, apenas o PT, PV e PSOL defendem a necessidade de mais tempo para a discussão com a sociedade.
         Segundo ele, a bancada do PT votou favorável ao regime de urgência para não se isolar da conjunto da base do governo e manter influência sobre a discussão. “O debate é o governo centralizar a base, não a base centralizar o governo”, avalia.
         Teixeira reforça que não se pode, de forma alguma, abrir mão das medidas que protegem o meio ambiente. “Nós temos que continuar com as exigências ambientais, para o Brasil continuar sendo a potência ambiental que é. Queremos que a mudança no Código não comprometa esse ativo que temos”.
         Ele não está confiante na votação do projeto nesta semana. "O governo só aceitará um relatório equilibrado e que não viole as leis ambientais. Caso isso não ocorra, não dá pra votar", garantiu o deputado.
         Caso os ruralistas forcem a barra e imponham uma derrota ao governo, ele acredita que existem "recursos pela frente", como a possibilidade de mudanças no Senado e de veto pela presidenta Dilma. “Precisamos de mobilização da nossa sociedade” completou.
         O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) apontou que “precisamos não votar o relatório”. Ele é contra o texto do Aldo Rebelo e avalia que as mudanças pontuais no projeto original, propostas pelo governo, não têm condições de resolver os problemas do relatório.
         Para Valente, é fundamental uma discussão maior da sociedade, porque esse tema não está relacionado apenas aos atores do meio rural, mas é de interesse nacional e da sociedade brasileira, que está contra mudanças que contribuem com a ampliação do desmatamento. “O Aldo Rebelo deu o verniz que o agronegócio precisava”, atacou Valente.
         Um dos pontos problemáticos, de acordo com ele, é tirar do governo federal a exclusividade da atribuição de operar a legislação ambiental, que passaria a ser responsabilidade também dos Estados e municípios, onde a pressão do agronegócio é mais forte.
         Luiz Antonio de Carvalho, assessor especial do Ministério do Meio Ambiente, acredita que o desafio do governo é resolver os problemas dos pequenos produtores, tirar a base de apoio do projeto do Aldo, barrando os pontos que aumentam o desmatamento e beneficiam o agronegócio.
         Segundo Carvalho, o governo não aceita a diminuição da Reserva Legal e das APPs, além da anistia aos desmatadores. Para isso, ele coloca a necessidade da discussão dos casos pontuais em que as APPs inviabilizam o pequeno agricultor para evitar que as exceções se tornem uma regra.
         “A presidente Dilma vai manter sua posição que foi defendida, inclusive no período eleitoral, de não aceitar a anistia dos desmatadores”, disse Carvalho. “O governo defende que a Reserva Legal deve ser mantida em todas áreas, sem exceção, e é totalmente contra a diminuição de áreas de APPs”.
         O governo teme a apresentação de emendas ao projeto, que abriria uma porta para que a bancada ruralista imponha medidas de interesse do agronegócio. “É o pior que pode acontecer, porque as emendas não virão a nosso favor. Elas virão em favor da anistia para a área rural consolidada, para massacrar, digamos assim, para demolir o conceito de reserva legal, e por aí vai”.
         “Estamos otimistas, vamos brigar até o último momento para que se construa um consenso, inclusive com o deputado Aldo Rabelo, para que o projeto entre sem sofrer emendas lá dentro”, disse Carvalho.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Defensores públicos são acuados, impedidos de trabalhar e transferidos no governo Eduardo Paes




A serviço dos interesses imobiliários, auxiliado pelo seu braço armado, Sérgio Cabral, o governo Eduardo Paes saca de métodos impensáveis em períodos ditos democráticos para acuar e desmontar a Defensoria Pública. Ou seja, aqueles que recebem dos cofres públicos para advogar pelos mais pobres estão sendo perseguidos e punidos por cumprirem seu papel institucional.

Para denunciar esta inusitada situação, haverá uma vigília nesta quarta, 11, a partir das 10 horas, na sede da Defensoria Pública. Fica na Avenida Marechal Câmara, 314, no Centro do Rio. Na quinta-feira, 12 de maio, no mesmo horário (10h), será realizado um ato público para salvar (literalmente) a Defensoria Pública dos ataques fascistas que vem sofrendo.

O que aconteceu no dia 29 de abril de 2011 permite dimensionar a extensão e a gravidade do problema. Naquela data, a sala onde eram feitos os atendimentos do Núcleo de Terras e Habitação foi trancada e vigiada por seguranças, que impediram o acesso dos defensores públicos e de seus estagiários ao local de trabalho. Até a guarda municipal foi chamada para retirar, à força, aqueles que ousaram questionar a arbitrariedade. Dias depois, todos os estagiários do Núcleo da Terra foram sumariamente demitidos, por telegrama.

Acuados, os defensores públicos que atuavam no Rio de Janeiro foram forçados a pedir transferência para municípios do interior. O Rio se prepara para os Jogos Olímpicos, deixando um rastro de destruição e desrespeito aos direitos humanos mais elementares. O grande crime desses profissionais tem sido atuar em favor das vítimas de remoções. O governo Eduardo Paes, agindo dessa forma, está negando às populações empobrecidas o mais rudimentar dos direitos, que é o de buscar na justiça a defesa dos seus interesses.

Fonte: Agência Petroleira de Notícias

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Por uma defensoria comprometida com a vida e com a dignidade da pessoa humana

precisamos da ajuda de tod@s para divulgar e participar dessa luta!

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A cidade do Rio de Janeiro passa por momento único em sua história com os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Este momento, marcado por grandes intervenções urbanísticas que visam possibilitar tais eventos, deixam um legado de destruição.
Pela primeira vez na história do nosso estado e da capital do Rio de Janeiro as três esferas de Poder político – Federal, Estadual e Municipal- estão juntos no que chamam de pacto federativo, com bilhões de recursos da União aplicados no Estado. Isto tinha que significar desenvolvimento dos valores humanos e garantia dos Direitos Sociais. Ao contrário disto, estes bilhões têm servido ao desenvolvimento do capital, da especulação imobiliária e da criminalização da pobreza.

A cidadania está agonizando no Rio de Janeiro!

Todas as conquistas institucionais dos Movimentos sociais ao longo das últimas duas décadas estão sendo varridas para o ralo pela correnteza do “Pacto Federativo”, que empodera o Prefeito Eduardo Paes para que se despeje, remova, altere legislação urbanística a serviço da especulação; empreenda incursões do Choque de Ordem em flagrante atentado ao estado democrático de direito; proceda a mais perversa exclusão espacial criando guetos periféricos; expulse do convívio da classe média e das áreas “valorizadas” os empobrecidos; declare guerra às ocupações organizadas pelo movimento social; persiga o trabalhador informal e realize arbitrariedades contra os moradores em situação de rua.

Estamos vivendo em um Estado de Exceção onde o capital por meio dos governantes e “apoio”de grande parte da mídia, vêm dinamitando O Estado Democrático de Direito e as Instituições Públicas que tenham na sua missão a defesa dos Direitos Sociais.

Para impedir qualquer chance de vitória de suas vítimas no Judiciário o Prefeito Paes reuniu com juízes das varas de Fazenda Pública do Estado, com membros do Ministério Público e com o Presidente do Tribunal, com o motivo (publicado pelos jornais) de informá-los de como se dariam as remoções e desapropriações, e de garantir que não fosse concedida qualquer liminar que buscasse proteger o direito à moradia das comunidades atingidas.

AGORA É A VEZ DA DEFENSORIA PÚBLICA! Não basta para eles impedir decisões judiciais favoráveis aos empobrecidos. Agora buscam impedir o acesso a Justiça!!!!

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, primeira do Brasil, tem cumprido o papel histórico de vanguarda na sua Organização Institucional em defesa dos direitos dos empobrecidos. Sua atuação vem orientando a criação e organização de Defensorias em vários Estados. A instituição de Defensorias Públicas e a defesa da dignidade humana prescritos na CRFB encontraram eco na DPRJ que reconhecendo o antagonismo entre lucro e vida, tem se aproximado cada vez mais do Art 6° da Constituição e seus Direitos Sociais. Em cumprimento de sua missão aproximou-se das organizações cidadãs de seus assistidos e organizou-se em núcleos de atendimentos especializados em causas coletivas.

Nesta conjuntura de ataque organizado a massa excluída, a Defensoria Pública transformou-se em importante trincheira de resistência do povo em luta por Justiça. Isto a transformou em alvo da tirania.

O slogan que levou o atual Defensor Geral ao Poder – DEFENSORIA PARA OS DEFENSORES - é o retrato de um retrocesso orquestrado. A pessoa certa no lugar certo, na hora certa. Comprometido apenas com as melhorias de carreira e com seus apaniguados cumpre com maestria e truculência a missão de desmonte da Instituição Democrática e de avanço do projeto de exclusão e extermínio em curso no Estado do Rio de Janeiro.

QUEREM IMPEDIR NOSSA DEFESA !!!!

Para merecer o apoio e aplauso do Executivo, o Defensor Geral vem executando o extermínio progressivo dos focos de resistência institucional, que eram o Núcleo de Terras, o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos e o Núcleo do Sistema Penitenciário. Ainda, para realizar essas mudanças com mais facilidade, foi preciso minar o projeto de ouvidoria externa, uma luta histórica da sociedade civil, elegendo pessoas internas (!) a instituição, quais sejam dois defensores públicos aposentados.

O ápice desta política se deu na manhã do dia 29 de abril de 2011, quando a sala onde eram feitos os atendimentos do Núcleo de Terras teve sua porta fechada, com a presença de seguranças, com o propósito de impedir o acesso dos Defensores e estagiários àquela dependência, sem que fosse dada qualquer explicação. Até mesmo a guarda municipal foi chamada para tentar retirar os estagiários que questionaram essa decisão, à força! Posteriormente todos os estagiários foram SUMARIAMENTE DEMITIDOS, avisados de tal ato por um telegrama!

A DEFENSORIA PÚBLICA É CONQUISTA DO POVO ORGANIZADO, EM LUTA PERMANENTE POR JUSTIÇA E PELOS DIREITOS SOCIAIS !!!
EXIGIMOS RESPEITO E FORTALECIMENTO DOS NÚCLEOS ESPECIALIZADOS E ELEIÇÃO DECENTE DA OUVIDORIA EXTERNA !!! NÃO AS REMOÇÕES!!! TERRA E MORADIA NÃO É MERCADORIA!!!!


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MOVIMENTO NACIONAL DE LUTA PELA MORADIA -MNLM-RJ
Lurdinha
Coordenação Nacional - MNLM/Brasil
Cel: (21)8367-5897

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sábado, 7 de maio de 2011

"FATO ABOMINÁVEL" - O SILÊNCIO DOS CÍNICOS




Laerte Braga


O mais lúcido documento escrito sobre o assassinato de Osama bin Laden terá sido, juízo pessoal, o de Fidel Castro.  Chama o crime de “fato abominável”. O governo terrorista de Barack Bobama está impedindo a compra de remédios nos EUA para crianças cubanas com câncer.

A barbárie no caso do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A tem requintes conscientes de perversidade.

A arrogância da presunção de superioridade.

Barack Bobama virou arroz de festa. Vai passar os próximos meses aproveitando o efeito do “fato abominável” em campanha eleitoral. Cada vez mais Bush.

O Dalai Lama considerou justa a ação dos Estados Unidos. O papa Bento XVI não se pronunciou sobre o assunto. O líder budista ocidental é mero instrumento do conglomerado terrorista na luta pelo Tibete. Nada além disso. Não está preocupado com seu povo, mas com sua conta bancária. E seus livrinhos de auto-ajuda. Concorrente de um sem número de autores num mundo cada vez mais desumanizado. Não tem nada a ver com Buda e muito menos com o budismo. 

Bento VXI se imagina o centro do universo e contabiliza os dólares para salvar uma igreja que vive um processo falimentar – em todos os sentidos – desde a ascensão de João Paulo II, o “beato”. No Brasil, então, embora a CNBB – CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL – não revele de público, o sinal vermelho já acendeu faz tempo. O número de católicos hoje em boa parte das regiões do País é menor que o de fundamentalistas evangélicos. Outro tipo de terror religioso.

Todos convergem para os EUA, Edir Macedo prefere Miami. Outrora os gangsteres ou iam para Chicago ou para Las Vegas. Macedo não é o primeiro brasileiro a optar por Miami. Sérgio Naia foi o pioneiro.

A curva de católicos – em números – é descendente e a de fundamentalistas evangélicos ascendente. Bento XVI ou a maioria dos bispos brasileiros jamais vai entender o porquê dessa história. Se acham iluminados e acreditam piamente que num dado momento a rotação da Terra, que já foi plana para muitos papas, conserta esse “desacerto”. Olhar para dentro e perceber a autofagia isso é inimaginável. Daí o silêncio do papa sobre o assassinato do líder da AL QAEDA.

Mais ou menos em boca fechada não entra mosquito. No banco do Vaticano entram dólares, desde os tempos do famigerado cardeal Marcinkus (não podia sair do Vaticano, na operação contra as máfias teve a prisão preventiva decretada pela justiça italiana).

Os apaches, através de um neto do chefe Gerônimo, manifestaram seu repúdio ao uso de seu nome na operação criminosa. Gerônimo foi ludibriado pelos norte-americanos em termos de reserva indígena, teve roubada a terra de seu povo e passou vinte anos preso. Morreu aos noventa anos no início do século passado. E esse Gerônimo é com “g” mesmo.

Mas não perdeu a dignidade. Barack Bobama não tem a menor idéia do que seja isso. É o self made man. Tipo os fins justificam os meios.

Bento XVI e o Dalai Lama ocidental então!

Cinismo absoluto.

Bobama segue à risca o traçado de “líder charmoso”. “O líder charmoso constitui com freqüência a imagem do irmão. Com sua característica dominante: a solidariedade. Frente ao mundo dos adultos. Frente à sociedade estabelecida, representada pelos pais. Esse PLANETA DOS JOVENS (Jean Duvignaud – La Planète des Jeunes – Paris, Stock, 1975) projeta sua agressividade sobre o que está FORA DA IRMANDADE” – “O ESTADO DO ESPETÁCULO, Roger-Gérard Schwartzenberg, Difel, 1978 –.

É importante passear com o cachorrinho dos filhos pela Casa Branca, ou arregaçar as mangas e servir cerveja aos amigos.

Murílio Híngel, ex-ministro da Educação, disse uma vez que é comum aqueles que sobem das mais baixas às mais altas camadas sociais costumam se esquecer de sua origem.

É “eu me fiz por mim mesmo”. Trágico, bárbaro, boçal.

“Cortamos a cabeça da AL QAEDA”. Que palhaçada dita diante de militares mercenários – as forças armadas dos EUA são constituídas de soldados contratados e em muitos casos a empresas privadas em clima tucano de terceirização. Que nem Dilma com os aeroportos por aqui. Ou o código florestal ao sabor de latifundiários.

Bobama lembrou os mortos do ataque às torres gêmeas e destacou o apoio de Cuba aos EUA naquele momento. Em seguida lembrou as centenas de milhares de mortos nas guerras estúpidas desfechadas pelos norte-americanos em nome dessa justiça de tortura e prisões secretas.

O xis da questão não é o ser humano. É o jogo do poder. Ai vai o “líder charmoso”.

Esse líder sabe, como definia Montesquieu, que “a gravidade é o escudo dos tolos”.

Prefere o cinismo à espontaneidade.

Parecer ser do povo com um toque de coquetismo.

Ou uma aura de santo.

E haja dízimo para sustentar todo esse aparato que no fim se guarda num arsenal capaz de destruir o mundo cem vezes se preciso for. Fidel fala de uma nação poderosa como nunca houve, ao referir-se aos EUA e ao “fato abominável”.

Jano, o deus das portas, das entradas e das saídas tem duas faces. É o vigilante, a imagem do imperialismo sem limites.

Mas, nos EUA, tem que renovar o carimbo de quatro em quatro anos, com no máximo oito anos e isso é fundamental para a porta de entrada.

Barack Bobama, em bandeja de prata, está servindo a um povo que conta milhões de desempregados, de sem teto, milhões sem saúde pública, a cabeça de Osama bin Laden para o banquete, o festim da boçalidade.

E conta com o silêncio cúmplice dos cínicos. “Job well done” – serviço bem feito disse Bobama em pose de comandante em chefe aos militares numa base do conglomerado em seu território continental.

É a divindade de plantão na Casa Branca. Só falta arranjar um Incitatus. Tocar fogo em Roma vem fazendo desde antanhos, quando os “deuses” tinham outros nomes.

E dizem que é perder tempo ler o que Fidel escreve.

“Fato abominável”.  Repugnante.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Autor do livro que inspirou campanha de Obama diz que web pode salvar o mundo

O escritor canadense e especialista em colaboração na web, Don Tapscott, autor do livro best-seller empresarial Wikinomics: Como a Colaboração Em Massa Pode Mudar o Seu Negócio, defende que a web pode resolver os principais problemas do planeta. O livro de Tapscott insipirou a campanha eleitoral do atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. O especialista participou da 3ª edição Agenda do Futuro, em comemoração aos 25 anos do Grupo TV1, na noite desta terça-feira (3/5) em São Paulo.

“Talvez a internet vá salvar o planeta. É a era da inteligência em rede. Veja o que aconteceu no Oriente Médio. A internet não é mais uma plataforma para apresentação de conteúdo, mas para a colaboração”, afirmou Tapscott ao lembrar a colaboração virtual e manifestações entre internautas.

Além de Wikinomics, o escritor é autor e co-autor em outros 12 livros sobre cibercultura e presidente da Moxie Insight, empresa na qual dirige pesquisas e programas educacionais, e Professor-Adjunto de Negócios na Joseph L. Rotman School of Management, da Universidade de Toronto.

Tapscott preveu o nascimento do trabalho em rede antes mesmo do surgimento da internet. “Eu escrevi um livro sobre internet em 81, acho que só minha mãe comprou, porque não era o momento certo”, brinca sobre o livro “Office Automation: a User-Driven Method", publicado em 1981.

Leitor, você concorda com Tapscott? A internet pode revolucionar empresas, países e instituições?



Fonte: Comunique-se

OS INSANOS - QUEIMA DE ARQUIVO




Laerte Braga


Dá para pensar num julgamento de Osama bin Laden, público? Ou seja, o líder da AL QAEDA preso e sendo submetido a um julgamento por seus “crimes”? Imagine quando ele começasse a falar do treinamento militar que recebeu nos EUA e dos EUA, armas e recursos, para lutar no Afeganistão contra os soviéticos? Ou das ligações de sua família com a família do ex-presidente Bush? São sócios nos negócios de petróleo.

Contasse cada momento de suas ações e suas relações ora amigas, ora hostis em relação aos EUA?

Todas as verdades/mentiras do terrorismo norte-americano cairiam por terra. Não ia sobrar pedra sobre pedra, por uma razão simples, os caras não conseguiriam explicar nem o cinismo e nem a insanidade.

Foi queima de arquivo entre quadrilhas rivais só isso.

Uma leitura atenta do noticiário sobre o assassinato do líder da AL QAEDA Osama bin Laden, a cada dia, vai mostrando a insanidade dos que dirigem o complexo EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. Não há diferenças entre George Bush e Barack Bobama no essencial. Bush não fala e anda ao mesmo tempo e Bobama consegue andar e falar simultaneamente. E pára por aí. São iguais.

Funcionários qualificados da CIA – AGÊNCIA CENTRAL DE INTELIGÊNCIA – afirmam publicamente que usaram tortura para obter as informações necessárias à localização de Osama bin Laden. Técnicas – como chamam – de afogamento, “métodos especiais” que encobrem choques elétricos, espancamento, estupros, enfim, nada que torne o presidente dos EUA diferente também de bin Laden.

O juiz brasileiro Marcelo Semer, no blog SEM JUÍZO, faz uma análise que mostra essa equivalência. A transformação do chamado senso de justiça dos Estados Unidos em ações terroristas, criminosas, à margem do direito internacional e cita inclusive o julgamento de Nuremberg como exemplo e ao mesmo tempo ponto de partida dessas transformações.

A filha de Osama bin Laden, uma delas, de 12 anos, diz que seu pai foi capturado vivo e depois então assassinado pelos terroristas norte-americanos. A notícia foi divulgada pelo canal de tevê da Arábia Saudita (país aliado dos EUA) EL ARABIYA. A notícia acrescenta que o comando de insanos que atacou a residência de Osama, após prendê-lo, colocou-o à frente de seus familiares e então o executaram. Barbárie pura.

Insânia absoluta.

O governo do Paquistão, um país que detém armas nucleares, não tinha a menor idéia do que estava acontecendo, não foi avisado sobre a operação – medo de atrapalhar os norte-americanos – e, na prática, os terroristas que mataram o líder da AL QAEDA dançaram e sapatearam sobre o território paquistanês.

As forças armadas do Paquistão têm fama de corrupção quase que absoluta, como boa parte das forças armadas de vários países colonizados ou ocupados pelos EUA. Vale dizer que a morte de bin Laden deve ter rendido bons milhões de dólares a militares e políticos por ali. O primeiro-ministro do país está na França tentando explicar o inexplicável. Ou negociando com bancos europeus o rico dinheirinho da propina para manter o povo paquistanês sob controle e céu de brigadeiro para os helicópteros norte-americanos.

Se são insanos os norte-americanos, são bananas os militares paquistaneses.Para se ter uma idéia mais clara, são como os militares golpistas no Brasil em 1964 sob o comando do general do exército dos EUA Vernon Walthers.

Jornais, revistas, redes de tevês no mundo inteiro – a esmagadora maioria parte do imenso complexo terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A – noticiam que as pessoas deixadas na casa após a operação criminosa o foram pelo simples fato que um dos helicópteros usados pelos bandoleiros apresentou problemas e não deu para levar todas.

A febre de comemorações ainda não foi debelada nos EUA. É a reação a um sintoma grave de infecção moral da imensa e esmagadora maioria dos norte-americanos, mais de 90% segundo uma pesquisa, aprovando esse tipo de ação.

O que isso revela é que Bobama conscientizou-se que precisa ser cada vez mais Bush para ter chances de reeleito.

A operação que matou Osama pode ser comparada a um daqueles westerns em que bandidos invadem a casa de concorrentes e chacinam a todos.

Foi queima de arquivo. Prender o líder da AL QAEDA e levá-lo a julgamento implicaria em ouvir as histórias de Osama sobre sua aliança com os EUA para lutar contra os soviéticos, as ligações familiares com Bush e um monte de outras coisas que jogariam por terra as “verdades” terroristas dos EUA.

O banana que ocupa a chancelaria brasileira e não é por acaso tem o sobrenome Patriota aceitou a ação terrorista dos pistoleiros dos EUA. 

Não existe no Islã nenhum tipo de incitação à violência gratuita. Ao contrário das outras duas religiões monoteístas – cristianismo e judaísmo – os islamitas não buscam catequizar povos como os Astecas, por exemplo, eliminando insurgentes e escravizando o que não aceitam o tacão nazista de Washington.

Isso foi ao tempo da descoberta da América e permanece com os EUA, na doutrina de James Monroe – “a América para os americanos –. Com uma pequena mudança. “O mundo para os norte-americanos”.

A secretária de Estado Condoleeza Rice (epa!), quer dizer, Hilary Clinton, disse a jornalistas que “foram os trinta e oito minutos mais intensos de sua vida”. “Que se fez justiça”. “Que bin Laden era um inimigo dos Estados Unidos”.

Uma pessoa conhecida lembrou Roy Rogers, o cowboy norte-americano. Barack Hussein Bobama vai fazer a campanha eleitoral montado em Tigger, o cavalo do dito Rogers. No melhor estilo George Bush.

São insanos, se atribuem o poder absoluto sobre o mundo inteiro. A GLOBO aplaude e o chanceler brasileiro diz que está tudo certo. E Dilma vem dizer que não admite transgressões sobre os direitos humanos.

Quer dizer, não admite em relação aos amigos, aos inimigos... Danem-se.

O espetáculo público que a mídia colonizada confere ao assassinato de Osama bin Laden é dos mais repugnantes exemplos que a mentalidade bandida tomou conta e esta sendo vendido em lojas, supermercados, shoppings, quiosques, etc, com o carimbo de “justiça”.

Vamos ver quando a manada vai acordar, se é que vai.



        

quarta-feira, 4 de maio de 2011

"O mesmo mundo, a mesma dor"



por Leonardo Boff *
140 300x183 O mesmo mundo, a mesma dorA globalização trouxe uma externalidade, quer dizer, um efeito não desejado e incômodo para o sistema de poder imperante, fundado no individualismo: a conexão de todos com todos, de sorte que os problemas de um povo se tornam significativos para outros em situação semelhante. Então se estabelecem laços de solidariedade e surge uma comunidade de destino.
É o que está ocorrendo com os levantes populares, mormente animados por jovens universitários, seja no mundo árabe, seja em nove Estados do Meio Oeste norte-americano, começando por Wisconsin. Estes levantes nos Estados Unidos quase não repercutiram em nossa imprensa, pois não interessa a ela mostrar a vulnerabilidade da potência central em franca decadência. Um jovem egípcio levanta um cartaz que diz: “o Egito apoia os trabalhadores de Wisconsin: o mesmo mundo, a mesma dor”. Como num eco, um estudante universitário norte-americano, voltando da guerra do Iraque levanta o seu cartaz com os dizeres: “Fui ao Iraque e voltei à minha casa no Egito”. Quer dizer: quer participar de manifestações nos Estados Unidos semelhantes àquelas no Egito, na Líbia, na Tunísia, na Síria e no Yemen.
Quem imaginaria que em Madison, capital de Wisconsin, com 250 mil habitantes, conhecesse uma manifestação de cem mil pessoas vindas de outras cidades norte-americanas para protestar contra medidas tomadas pelo governador que atam as mãos dos sindicatos nas negociações, aumenta os impostos da saúde e diminui as pensões? O mesmo ocorreu em Michigan, onde o governador conseguiu fazer aprovar, pelo parlamento estadual, uma esdrúxula lei que lhe permitiu nomear uma empresa ou um executivo com o poder de governar todo o aparato do governo estadual. Isentou em 86% o imposto das empresas e aumentou em 31% aquele dos contribuintes pessoais. Tudo isso porque os assaltantes de Wall Street, além de saquearam as pensões e as economias da população, quebraram os planejamentos financeiros dos Estados. E a população mais vulnerável é obrigada a pagar as contas feitas por aqueles ladrões do mercado especulativo que mereciam estar na cadeia por falcatruas contra a economia mundial.
Conseguiram para eles uma concentração de riqueza como nunca vista antes. Segundo Michael Moore, o famoso cineasta, em seu discurso em apoio aos manifestantes em Wisconsin: atualmente 400 norte-americanos têm a mesma quantia de dinheiro que a metade da população dos Estados Unidos. Enquanto um a cada três trabalhadores ganha US$ 8 por hora (antes era US$ 10/hora), os executivos das empresas ganham US$ 11 mil/hora, sem contar benefícios e gratificações. Há um despertar democrático nos Estados Unidos que vem de baixo. Já não se aceita esta vergonhosa disparidade. Condenam os custos das duas guerras, praticamente perdidas, contra o Iraque e o Afeganistão, que são tão altos a ponto de levarem ao sucateamento das escolas, dos hospitais, do transporte público e de outros serviços sociais. Há 50 milhões sem nenhum seguro de saúde e 45 mil morrem anualmente por não haver agenda para um diagnóstico ou tratamento.
O mundo árabe está vivendo uma modernidade tardia, aquela que sempre propugnou pelos direitos humanos, pela cidadania e pela democracia. Como a maioria dos países é riquíssima em petróleo, o sangue que faz funcionar o sistema moderno, as potências ocidentais toleravam e até apoiavam os governos ditatoriais e tirânicos. O que interessava a elas não era o respeito à dignidade das pessoas e a busca de formas democráticas de participação. Mas pura e simplesmente o petróleo. Ocorre que os meios modernos de comunicação digital e o crescimento da consciência mundial, em parte favorecida e tornada visível pelos vários Fóruns Sociais Mundiais e Regionais, acenderam a chama da democracia e das liberdades. Uma vez despertada, a consciência da liberdade jamais poderá ser sufocada. Os tiranos podem fazer os súditos cantarem hinos à liberdade, mas estes sabem o que querem. Querem eles mesmos buscar a liberdade que nunca é concedida, mas sempre conquistada mediante um penoso processo de libertação. Agora é a hora e a vez dos árabes.
* Leonardo Boff é teólogo, filósofo e escritor.
** Publicado originalmente no site Adital.
(Adital)

terça-feira, 3 de maio de 2011

SCUDÉRIE OBAMA - MATA E DESOVA



Laerte Braga


O governo do Paquistão sequer tomou conhecimento da operação que matou Osama Bin Laden. Os norte-americanos não tinham e nem têm a menor confiança no “aliado”. Temiam que Osama fosse avisado.

O líder da AL QAEDA foi morto por seus seguranças seguindo instruções do próprio Bin Laden, dadas há anos, desde o ataque às torres gêmeas do World Trade Center. Quando perceberam o fogo inimigo e a impossibilidade de escapar mataram Osama. Ele não queria ser morto pelos norte-americanos.

É falsa, pois, a notícia que Osama Bin Laden teria usado sua mulher como escudo. Quando os pistoleiros norte-americanos entraram no cômodo onde Osama estava, já estava morto. A notícia está divulgada por um dos generais que participaram da “operação”. Não quis silenciar diante do espetáculo em que vão transformando a morte do principal alvo do conglomerado EUA/TERRORISMO S/A.

Não houve respeito algum ao corpo de Osama e tampouco foram seguidos rituais islâmicos na desova do cadáver no mar. Os agentes da Scudérie Obama simularam os tais rituais e mesmo morto Osama Bin Laden teve o corpo chutado pelos bandoleiros e muitos cuspiram sobre o líder da AL QUAEDA.

É típico de assassinos profissionais, de mercenários.

E há dúvidas sobre de fato o corpo foi lançado ao mar. É um assunto que dificilmente ficará esclarecido de forma plena.

A entrevista de Benazir Butho – filha de Ali Butho – afirmando que Osama Bin Laden estava morto há anos e “todo mundo sabe disso”, foi apenas um ponto de vista da ex-primeira-ministra do Paquistão, ela própria assassinada pouco depois de regressar ao seu país.

Um levantamento preliminar feito por algumas agências financeiras e setores especializados em cálculo de operações desse jaez indica que ao longo desses anos todos, desde setembro de 2011 cerca de um trilhão de dólares teriam sidos gastos para se alcançar o objetivo, o assassinato de Bin Laden.

Os mesmos métodos usados pelos pistoleiros norte-americanos para descobrir o paradeiro de Bin Laden, além lógico do suposto informante preso em Guantánamo (vale dizer que ao contrário do que afirma o terrorista Barack Obama, a base em Cuba continua ativa e recebendo prisioneiros), foram usados tentar assassinar o líder líbio Muamar Gaddafi dias antes. Aviões não tripulados indicaram a presença de Gaddafi numa casa em Trípoli e os bandoleiros logo partiram em contrato comum no mundo do crime, esse com dimensões maiores. Gaddafi escapou, mas um filho e três netos foram mortos em nome da democracia, da liberdade cristã e da ajuda humanitária.

A questão toda agora é capitalizar eleitoralmente o feito – é o que o terrorista Barack Obama está fazendo – e ampliar o leque de eliminações para evitar surpresas, pelo menos até as eleições de 2012.

Se o custo disso for de trilhões de dólares, milhares de vida, milhões, não importa, é mais ou menos como disse Madeleine Albritght, ex-secretária de Estado de Bil Clinton quando perguntada sobre a morte de crianças iraquianas por obra e graça do bloqueio cristão, democrático e humanitário ao Iraque – “é o preço que se paga pela democracia”.

Deve ser. Os próprios cidadãos norte-americanos estão começando a sentir na pele o que significa desemprego, sem teto, toda a sorte de misérias e mazelas do que se convencionou chamar um dia de terceiro mundo.

Sem falar na insânia coast to coast nas “celebrações” pela morte de Osama Bin Laden. Houve até culto.

É um povo doente.

Os povos latino-americanos conhecemos de sobra essa versão bandoleira da democracia norte-americana. Nas décadas de 60, 70 e 80, ditaduras militares sustentadas por Washington montaram esquadrões da morte nessas bandas e chamaram de Operação Condor. Mandaram para cá especialistas para ensinar tortura, estupro com maior eficiência, barbárie enfim aos militares e policiais do grupo, mataram gente adoidado, seqüestraram bebês, torturaram, estupraram, é uma prática genética em se tratando de EUA.

Segundo o terrorista líder Barack Obama, ao final de cada discurso, tem um “Deus nos abençoe e abençoe os Estados Unidos”.

Há uma dedução simples nessa forma de agir dos terroristas do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. Não pode acusar seus inimigos de práticas terroristas, até levando em conta a correlação de forças entre o império do terror e os povos oprimidos pelo mundo afora.

Quem deu o primeiro tiro?

Se contarmos desde antanhos, digamos assim, quando começaram a saquear o México. Se eliminarmos um largo período da História e nos situarmos a partir da 2ª Grande Guerra, quando expulsaram os palestinos de suas terras e criaram Israel manu militare para garantir os “negócios do petróleo” no Oriente Médio.

Faz parte da gênese dos EUA, o terrorismo, o uso de pistoleiros em suas empreitadas ditas militares, de armas químicas e biológicas (depois acusam os inimigos, mas milhares de veteranos estão morrendo por conta das balas de urânio empobrecido). Ficou evidente quando James Monroe proclamou “a América para os americanos”.

As diferenças são de tempo, espaço, poder militar (o arsenal capaz de destruir o mundo cem vezes se preciso for, supra-sumo da barbárie) e arrogância do terrorista Barack Obama.

No momento que anunciou a morte Osama Bin Laden fez questão de se afirmar comandante em chefe e com isso começar a campanha eleitoral em vantagem.

A morte de Bin Laden não vai significar nada para os povos muçulmanos em termos de “compreensão” a partir dos terroristas dos EUA e de Israel. Vão calar as revoltas árabes a ferro e fogo, vão comprar forças armadas (como compraram a do Egito), encher as contas de generais do Paquistão.

Palestinos continuarão a ser vítimas de genocídio e toda a sorte de boçalidade do governo de Israel, terrorismo de Estado, impune e garantido pelos EUA, pela simples razão que o jogo é econômico, chama-se capitalismo, tem garras e tentáculos que se espalham pelo mundo inteiro.

É só olhar o deplorável quadro que apresenta a Comunidade Européia. Lembra uma pata e os patinhos atrás apressados, com medo de perderem-se da mãe.

Países que se chamavam Grã viram Micro. Caso da “Micro Bretanha”.

Não há o menor interesse na paz, na democracia. Isso não existe em organizações criminosas, em esquadrões da morte, ainda mais com o porte do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.    

E em tudo isso um dado final. Obama foi o nono chefe de governo/estado a anunciar a morte de Osama. Em nenhuma delas o corpo apareceu. Precisam contratar o ex-goleiro Bruno para suas forças, vai ser de grande valia.  Tem now how e rotweillers.   



 

Relacão entre médico e paciente vai mal

COBERTURA ESPECIAL – 6º Seminário Nacional Médico/Mídia


Para conselheiro do CRM-MA, atualmente o paciente chega ao consultório com muita informação, o que prejudica a atuação do profissional.
 
AGÊNCIA NOTISA – É comum hoje em dia o paciente chegar ao consultório médico já dizendo saber a doença que tem e como tratá-la. Se por um lado, esse fácil acesso às informações de saúde é bom, por outro, pode prejudicar a relação entre o médico e o paciente. “O paciente hoje domina o médico. Ele chega ao consultório dizendo que quer fazer um exame, e o médico vai e solicita o exame”, criticou Adolfo Paraiso, conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Maranhão (CRM-MA) e presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Maranhão, na última sexta-feira (29) durante o 6º Seminário Nacional Médico/Mídia, promovido pela Federação Nacional dos Médicos (FENAM) no Rio de Janeiro.
 
“Por mais que as pessoas cheguem para uma consulta com conhecimento sobre sua saúde, adquirido principalmente pela Internet, através do ‘doutor Google’, elas têm que entender que embora tenham a informação, é o médico que tem a formação para cuidar da sua doença”, defendeu.
 
Segundo Adolfo, essa atitude do paciente cria a chamada medicina defensiva, reflexo do grande medo que os médicos sentem hoje de serem processados.
 
Mas essa questão foi apenas um exemplo que o médico deu para defender sua tese de que a relação médico paciente atualmente está ruim. Segundo ele, o ambiente de trabalho, caracterizado pelo ritmo de produção em série, é o grande responsável por essa relação desgastada.
 
“Vários fatores contribuem para esse ambiente de trabalho deteriorado: as condições de trabalho são ruins, os vínculos empregatícios são fracos (isso, quando eles existem, pois muitos médicos trabalham sem contratos), a múltipla jornada de trabalho, os salários baixos e a falta de um plano de carreira (o que reflete na privatização do sistema de saúde)”, explicou.
 
Adolfo acredita também que a alta tendência para a subespecialização hoje, prejudica essa relação, já que o médico não se sente mais o responsável pelo paciente. “Uma relação médico paciente ideal seria aquela onde o profissional trabalhasse sem pressões externas e internas, e onde a confiabilidade e a privacidade entre ambos fossem preservadas”, encerrou.

Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico