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sábado, 7 de setembro de 2013
A 'anti-CNN' russa na guerra das imagens
"A terceira guerra já começou e a maior arma é a informação", dizia Agusto Boal. Esta matéria ilustra bem esta frase.( nota da editora do Blog).
Por Benjamin Bidder em 03/09/2013 na edição 762 - Observatório da Imprensa
Reproduzido do Estado de S.Paulo, 1/9/2013, tradução de Celso Paciornik
O programa político noturno com frequência começa com uma mistura de caos e notícias sensacionalistas. Abby Martin, a apresentadora americana que trabalha para o Kremlin, com os lábios ligeiramente separados, está aplicando um batom vermelho, que combina com seu casaco preto, saltos altos e tatuagem no tornozelo. Em seguida, ela brande um malho e destrói um aparelho de TV sintonizado na ‘CNN’, o modelo americano e nêmese de sua empregadora, a rede de TV internacional por satélite ‘Russia Today’.
Esta abertura espetacular tem, ao que parece, a intenção de ilustrar principalmente uma coisa: que a Rússia é agressiva e informada – e parece estar bem no processo.
Há uma foto de Edward Snowden, o informante que os Estados Unidos querem levar para casa para enfrentar acusações, projetada na parede do estúdio. Depois vem uma reportagem sobre o campo de detenção de Guantánamo, que tem ferido a reputação dos Estados Unidos. A Russia Today usa incansável e abundantemente o material de fonte que os EUA fornecem a seus rivais.
Nem os pecadilhos relativamente menores de Washington passam despercebidos. Por exemplo, o programa também inclui uma matéria sobre o ditador do Gabão, Ali Bongo Ondimba, que é apoiado pelo presidente americano Barack Obama.
Há muita gente no Ocidente interessada também em ver uma cobertura crítica à autoproclamada maior potência mundial. A Russia Today já é mais bem-sucedida do que outras estações de TV estrangeiras disponíveis em importantes cidades americanas, como San Francisco, Chicago e Nova York.
Em Washington, 13 vezes mais pessoas veem o programa russo do que as que sintonizam a Deutsche Welle, a estação internacional pública da Alemanha. Dois milhões de britânicos assistem regularmente ao canal do Kremlin. Sua presença online também é mais bem-sucedida do que a de todos seus competidores. E tem mais. Em junho, a Russia Today quebrou um recorde no YouTube ao ser a primeira estação de televisão a receber um bilhão de vistas de seus vídeos.
Estrela
A estação ficou ainda mais triunfal quando contratou Larry King, uma lenda do jornalismo americano de rádio e televisão, que começou a trabalhar na Russia Today neste verão russo. Antes disso, King foi o rosto da CNN por 25 anos. Seus suspensórios são ainda mais chocantes que o provocador batom de Abby Martin. “O melhor entrevistador de TV da América está desertando para os russos”, escreveu o jornal Times, de Londres, em maio.
King e seus novos colegas têm uma missão simples: eles devem “quebrar o monopólio da mídia de massa anglo-saxônica”, disse o presidente Vladimir Putin durante uma visita ao estúdio algumas semanas atrás. A receita de sucesso dos russos tem três ingredientes: sex appeal, que tem sido atípico na maioria dos canais noticiosos; uma postura rigidamente antiamericana; e um fluxo interminável de dinheiro do Kremlin.
Desde 2005, o governo russo aumentou em mais de dez vezes o orçamento anual do canal, de US$ 30 milhões para mais de US$ 300 milhões. O orçamento da Russia Today cobre os salários de 2,5 mil empregados e contratados em todo o mundo, 100 deles apenas em Washington. E o canal não teme cortes orçamentários agora que Putin emitiu um decreto proibindo seu ministro das Finanças de tomar medidas neste sentido.
A liderança de Moscou vê os recursos que entram no canal como dinheiro “bem investido”, diz Natalya Timakova, a assessora de imprensa do primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev. O governo também gastou muito dinheiro no centro de transmissão na zona nordeste de Moscou, para o qual a Russia Today se mudou em maio. A estação, citando requisitos de confidencialidade, não está disposta a informar o preço exato. Nos terrenos de uma antiga fábrica de chá soviética, a emissora está criando agora programação em árabe, inglês e espanhol.
A Russia Today se vê como uma defensora de um público global crítico do Ocidente. Mas também se propõe a amplificar as dúvidas próprias de europeus e americanos que foram obrigados pelos acontecimentos recentes a se perguntar se seus próprios países – como a Rússia e a China – são corruptos e controlados por um aparelho de inteligência invasivo.
De qualquer modo, a estação tem uma rara bossa para a propaganda. A idade média dos editores é inferior a 30 anos e quase todos falam inglês fluente. Para apimentar as notícias, os diretores às vezes usam efeitos especiais estilo Hollywood, como jatos israelenses que fazem uma pirueta virtual pelo estúdio antes de largarem suas bombas sobre um mapa da Síria.
Arma
Margarita Simonyan é a mulher que transformou a Russia Today na arma mais eficaz na batalha por influenciar as opiniões do público global. Em seu escritório no oitavo andar de sua sede em Moscou, a editora-chefe tem ícones da Igreja Ortodoxa sobre a sua escrivaninha e uma dezena de telas cintilando ao seu redor. Putin colocou Margarita à testa da estação noticiosa em 2005. Na época, ela tinha apenas 25 anos e era criticada como uma repórter desconhecida pelo enxame de jornalistas que acompanha o presidente em reuniões.
A missão de Margarita é evitar que a Rússia perca uma imagem de guerra como a que perdeu em agosto de 2008. Na ocasião, tanques russos avançavam pelo sul do Cáucaso, parando somente às portas de Tbilisi, a capital do pequeno país da Geórgia. O jovem presidente georgiano na época, Mikhail Saakashvili – eloquente e educado nos Estados Unidos –, apareceu em todos os canais para condenar a Rússia como agressora, apesar de ele mesmo ter provocado a guerra ao ter sido o primeiro a ordenar a invasão da república separatista da Ossétia do Sul, que mantém laços estreitos com a Rússia.
A CNN mostrou imagens de edifícios destruídos, alegadamente tiradas após um bombardeio russo da cidade provincial georgiana de Gori. Segundo a Russia Today, porém, os disparos tinham sido feitos da capital da Ossétia do Sul, Tskhinvali, após um ataque georgiano. “Não há nenhuma objetividade”, diz Margarita, “somente aproximações da verdade pelo máximo de vozes diferentes”.
Perda
A desconfiança da mídia doméstica é também maior do que nunca nos Estados Unidos. A CNN, por exemplo, enfrenta uma perda maciça de espectadores. E políticos americanos às vezes tornam particularmente fácil aos russos lançarem seus ataques. Quando um avião transportando o presidente boliviano Evo Morales foi obrigado a pousar em Viena porque agências de inteligência americanas acreditavam que Snowden estava a bordo, Abby Martin expressou o que muitos estavam pensando: “Quem diabos Obama pensa que é?”
Ao mesmo tempo, a Russia Today também usa uma mistura caótica de teorias da conspiração e propaganda bruta. No programa The Truthseeker, o ataque na Maratona de Boston, em que dois chechenos mataram três pessoas com bombas, em abril, foi transformado numa conspiração do governo americano.
***
Benjamin Bidder, do Der Spiegel
Fonte:http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed762_a_anti_cnn_russa_na_guerra_das_imagens
Leia também: http://noticias.terra.com.br/mundo/oriente-medio/,b214489e9a3f0410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013/05/1273903-rebeldes-sirios-usaram-armas-quimicas-afirma-inspetora-da-onu.shtml
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Um julgamento a ser revisto
05/09/2013 – Wanderley: Julgamento do mensalão tem de ser revisto
- Miguel do Rosário em seu blog O Cafezinho
Em seu artigo de hoje [5/9], o professor Wanderley Guilherme dos Santos afirma que os erros grosseiros do julgamento da Ação Penal 470 fazem com que seja necessário “rememorá-lo sempre até que seja revisto”.
Ele critica também a tendência dos ministros do STF de pretenderem ser os portadores de soluções políticas para os problemas nacionais. Cada um teria a sua “reforma de estimação”.
Ao invés disso, é necessário reformar também o judiciário, visto que desde suas instâncias mais humildes, em comarcas do interior, até a corte suprema, todas se vêem fragilizadas pelas pressões do poder econômico.
Assim como o Legislativo, contudo, o Judiciário resiste a reformas, de maneira que estas devem constar em programas de governo. Só assim, conclui Wanderley, teremos uma justiça democrática, e não uma justiça “televisiva”.
A Globo não escapou da análise do professor.
Trecho:
(…) o Brasil contará mais meio século antes que a mesma Organização Globo venha outra vez a público dizer que se equivocou no que está perpetrando agora. Já terão morrido os responsáveis pelos assassinatos de caráter que patrocinam hoje, seus comentaristas e cronistas, como já morreram os que, em 1954 e 1961, e novamente em 1964, desta vez com sucesso, conspiraram, participaram, apoiaram e se beneficiaram de todos os movimentos reacionários já ocorridos na história republicana.
**************
A hora da justiça para todos
- Wanderley Guilherme dos Santos
Seria surpresa se ocorresse alguma alteração nas penas do julgamento da Ação Penal 470. A composição do Supremo Tribunal Federal está irremediavelmente contaminada pela obstinação de vingança.
Cada um dos ferozes membros persecutórios terá sua razão para tanta ousadia, não sendo de ignorar a ânsia coletiva de abiscoitar segundos de televisão.
Televisão comprometida, que divulgava e assediava, promovia e cobrava.
Difícil imaginar Joaquim Barbosa [foto] expondo a mesma agressividade e maus modos em outro julgamento.
Ou a perfídia demonstrada pelo alquimista da “teoria quântica do Direito”, Ayres de Brito, a despudorada confissão de Luis Fux dos caminhos que percorreu até conseguir a indicação para uma vaga.
Manobras entre as quais se inclui a bajulação de José Dirceu, a quem devolve, em paga, a inclemência de um juízo ao arrepio das evidências.
Ayres Brito |
Chamando os fatos por seus nomes, deviam ser constitucionalmente afastados dos privilégios que detêm e submetidos a julgamento por calúnia e difamação.
Não ocorrerá, com certeza, e o Brasil contará mais meio século antes que a mesma Organização Globo venha outra vez a público dizer que se equivocou no que está perpetrando agora.
Luis Fux |
Revisão do julgamento inteiro é o que se impõe. Esse processo não pode terminar pela prepotência e pela sede de vingança. Há que rememorá-lo sempre até que seja revisto.
Celso de Melo |
Sabendo ou não sabendo o que dizem, ocupados e desocupados, sucedem-se os advogados de uma reforma política, acusadores permanentes do Legislativo.
Aliás, não há um só ministro de qualquer instância que não proclame os benefícios de sua reforma de estimação. Como se ao Judiciário tivesse
bastado a modernização que, de fato, sofreu. Mas não basta.
Há corrupção, negligência e desvirtuamento da função judiciária por esse Brasil a fora. Inútil esperar de seus pares (como eles afirmam dos políticos) as iniciativas para assegurar um sistema realmente moderno e independente em todo o território nacional. Deve ser programa de governo.
A população pobre do Brasil já teve fome. Hoje, tem a perspectiva do alimento e do teto. Necessita de justiça.
Enquanto não houver justiça para todos digna desse nome não se poderá dizer que o Brasil é um país solidamente democrático.
Fora do alcance da justiça, não obstante eventual existência de instituições judiciárias, sobrevive complexa sociedade na qual os capítulos constitucionais dos direitos sociais e políticos dos cidadãos são letra morta.
A constitucionalização urgente de todo o País é programa de governo. Justiça para todos ou o Supremo não será nem tribunal, nem federal, apenas uma corte televisiva.
Fonte:
http://www.ocafezinho.com/2013/09/05/wanderley-impoe-se-revisao-do-julgamento-inteiro/
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sexta-feira, 6 de setembro de 2013
A guerra que pode matar uma nação
03/09/2013 - Saul Leblon - Carta Maior
Variáveis macroeconômicas são ingredientes à espera de um projeto de Nação.
Quem decide a receita do desenvolvimento e da sociedade é a luta política.
Uma arma crucial do embate é a formação das expectativas.
No Brasil hoje, são elas que podem mover ou travar a engrenagem decisiva do investimento na esfera industrial e na infraestrutura.
Num caso, o país retoma o crescimento ancorado em bases consistentes.
No outro, o pessimismo estreita o horizonte do futuro e afoga a Nação na liquidez rentista. A espiral descendente do emprego e do consumo cuida do resto, conflagrando a inquietação social.
É a disjuntiva dos dias que correm.
A guerra das expectativas dispara mísseis que cruzam os céus do imaginário social ininterruptamente.
A quarta frota desta guerra é a área na qual a influencia conservadora desequilibra o jogo a seu favor: o comando do noticiário em geral; o da
economia, em particular.
Dados auspiciosos do IBGE sobre o PIB do segundo trimestre foram recepcionados com um muxoxo pela emissão conservadora: ‘resultado surpreende o mercado’.
Modéstia.
O resultado não surpreende, ele o decepciona.
Um desastre econômico de proporções ferroviárias é vaticinado há meses pela endogamia da mídia com a corriola das consultorias e a pátria financeira.
O lubrificante ora é o dólar no mercado futuro. Ora a AP 470. Ora a 'invasão' da saúde pública por 'escravos de Fidel', desembarcados de ‘aviões negreiros’. Assim por diante.
A impressionante expansão de 9% do investimento no 2º trimestre, comparado ao mesmo período de 2013, trouxe ao crescimento de 1,5% do PIB uma qualidade há muito requerida pelo país.
O incremento de capacidade produtiva avançou bem acima da variação do consumo das famílias (2,3%) e o do governo (1%).
É a calibragem correta para uma expansão de longo curso.
Aquela que não desanda em pressões inflacionárias porque a oferta caminha adiante da demanda.
Não significa que a matriz de um novo ciclo está consolidada. Estamos longe disso.
O Brasil acumula pendências cambiais e de logística que emperram o motor do seu desenvolvimento.
A economia tem gargalos objetivos; oscila em altos e baixos à procura de uma nova coerência, como mostra a montanha-russa do desempenho industrial.
Mas o PIB que surpreendeu a narrativa derrotista comprova que a fatalidade conservadora não é um dado de natureza.
É um ingrediente da luta política em curso, abastecida com a pólvora das expectativas.
O conjunto manipula a incerteza intrínseca ao cálculo econômico de longo prazo no regime capitalista.
A sinalização financeira a quem caberia clarear a neblina do futuro, age para cegar. Seu alto-falante midiático cuida de afligir.
Um lucra com a especulação nutrida pela incerteza; o segundo, com o rebate conservador que o pânico injeta nas pesquisas eleitorais.
Significa dizer que a batalha do crescimento não será vencida no âmbito exclusivo das medidas econômicas.
Se o governo não se despir do economicismo, perderá a guerra. Ainda que tome as medidas tecnicamente adequadas à retomada do crescimento.
O contrafogo das expectativas negativas pode por tudo a perder.
Guardadas as proporções, vale lembrar: Puttin, na Rússia, colocou no ar uma emissora estatal que dispõe de orçamento de US$ 300 milhões/ano. E um quadro de dois mil contratados.
Guardadas as devidas motivações, cumpre insistir: esse é o tamanho do jogo.
Nunca é demais repetir: a coerência macroeconômica quem dá é a correlação de forças da sociedade, que tem na formação das expectativas um de seus
ordenadores decisivos.
Quem fizer a leitura política do noticiário econômico enxergará a queda de braço em curso.
De um lado, iniciativas oficiais procuram desbastar o caminho para um novo ciclo histórico, ancorado no impulso do investimento com maior equidade social.
De outro, os interesses que tentam direcionar a encruzilhada atual para a regressão ao modelo dos anos 90: privatizações, Estado mínimo, arrocho
social, alinhamento carnal com geopolítica e a economia imperial norte-americana.
Nunca será fácil converter as conquistas e aspirações de uma época à paz salazarista cobiçada pelos ‘mercados’.
A saber: um cemitério social rígido como o eletrocardiograma de um morto, associado à apoteose rentista da nação à serviço do dinheiro.
Fomentar a crise de confiança é a pedra basilar dessa arquitetura.
Dar a isso a abrangência de um sentimento coletivo de baixa autoestima, é a sua argamassa.
Fazer da descrença no país, em suas lideranças, no Estado e organizações sociais um acontecimento de natureza política e econômica, o vigamento
superior.
Naturalizar esse jogral a ponto torna-lo uma profecia autorrealizável, a cumeeira do processo.
Leve tudo ao forno da inquietação social movida a denuncismo e vaticínios de desastre iminente no desempenho do PIB e dos índices de inflação.
Não importa que os resultados do mês em curso os desmintam.
O núcleo duro dessa usina de sombras e abismos é afinado por um jogral de pluralidade ideológica irrisória.
Em entrevista recente, o colunista do Estadão, José Paulo Kupfer, admite o viés que afina o noticiário econômico:
"Fiz uma pesquisa de fontes em alguns principais jornais: Estadão, O Globo, Folha. Captei 500 participações. 85% das citações eram de consultorias, departamentos de economia (alinhados) a escolas neoliberais. Fica tudo com uma visão só”, afirmou.
Como enfrentar essa guarda pretoriana sem um antídoto da envergadura daquele ostentado pelo projeto da ‘Russia Today’?
Difícil.
O PIB do segundo trimestre revelou uma taxa de investimento ainda abaixo dos 20%, tido como um requisito para acelerar a máquina do crescimento.
Mas cravou 18,6%, em ascensão, tendo como pano de fundo cerca de R$ 3,8 trilhões em novos projetos investimentos privados e grandes obras de
infraestrutura.
A previsão é do BNDES para o período 2014 e 2018.
O valor, apreciável em qualquer latitude do globo, separa a linha entre o país viável e aquele cronicamente inviável, disseminado pelo jogral dos ‘85%’ identificados por Kupfer.
Não só. O conjunto incide sobre um mercado de 200 milhões de habitantes.
Significa que o país tem hoje uma população equivalente a dos EUA nos anos 70. E uma renda pouco superior a 1/3 daquela dos norte-americanos nos anos 30.
Com uma distinção dinâmica não negligenciável.
A distribuição, no caso brasileiro, é melhor que a registrada na sociedade norte-americana, atropelada então por 14 milhões de desempregados da crise de 29.
Essa obra prima dos livres mercados é um pouco o que a turma dos ‘85%’ quer ressuscitar no Brasil do século 21.
Precisa para isso torturar de morte ingredientes dificilmente compatíveis com a sua receita de nação: uma população jovem, uma imensa demanda não
atendida, trilhões de reais mobilizáveis e recursos estratégicos abundantes, a exemplo do pré-sal.
A macroeconomia pura e simples jamais diria que estamos diante dos ingredientes de um fracasso, como aquele vaticinado dia e noite pela emissão
conservadora.
Mas a guerra das expectativas pode matar uma Nação.
Se conseguir convencê-la a rastejar por debaixo de suas possibilidades históricas.
Fonte:
http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=1311
Leia também:
http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2013/09/04/ajustamos-o-termostato-do-planeta-para-nos-gratinar-lentamente/
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quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Um presidente da Câmara para entrar para a História
Fosse Henrique Eduardo Alves um time de futebol, ele hoje estaria na zona de rebaixamento. A comparação foi feita por um deputado no dia seguinte à fatídica sessão de 28 de agosto, quando a cassação de Natan Donadon, tida como líquida e certa, simplesmente não aconteceu. Segundo o próprio presidente da Câmara, em seus 40 anos de parlamento, jamais viu algo parecido. Muitos parlamentares pensam da mesma forma. Não se lembram de uma presidência tão sofrível.
Por Antonio Lassance* - Carta Maior
Brasília - Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) é certamente um presidente da Câmara para entrar para a história. Ele próprio deve concordar com isso. Após ter protagonizado o feito de presidir a sessão que manteve o mandato do deputado Natan Donadon, seu ex-correligionário, hoje sem partido, Alves externou que, em seus 40 anos de parlamento, jamais viu algo parecido.
O episódio não apenas deixou perplexo o velho político. Também mostrou que a Câmara está à deriva.
Entre seus pares, a surpresa está em como um presidente com tantas décadas de experiência conseguiu colecionar mais problemas do que o folclórico Severino Cavalcanti, que presidiu a Casa em 2005 e foi forçado a renunciar após uma sucessão de denúncias.
Um parlamentar do próprio PMDB ironizou em seu gabinete, com assessores, que, se disputasse o campeonato brasileiro, Alves certamente estaria na zona de rebaixamento. A imagem da Câmara e desse partido nunca estiveram tão em baixa, e Henrique Alves tem dado a isso uma inestimável contribuição.
O Partido dos Insatisfeitos com o Governo (PIG) sequestra o presidente da Câmara
Escalado pelo vice-presidente, Michel Temer, para se tornar presidente da Câmara, Alves tinha também a incumbência de isolar seu aliado de véspera, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apoiado pela ala contrária a Temer (dos neófitos Sérgio Cabral e Eduardo Paes). Alves trazia as credenciais de um macaco velho da política.
Cunha, que teve seus interesses contrariados por Dilma (ela afastou seus indicados em Furnas Centrais Elétricas), resolveu agir no Congresso como o fio desencapado de todos os descontentamentos. Cunha usou como trunfo, para derrotar Temer e Alves, a insatisfação generalizada do PMDB contra o torniquete aplicado por Dilma. Deu certo. Tornou-se líder do partido - ou, mais exatamente, líder da oposição do PMDB ao governo Dilma.
Derrotado em sua primeira batalha, Alves, ao invés de contribuir para superar o problema e enfraquecer Cunha, fez exatamente o contrário. Deu asas à imaginação oposicionista daquele que se tornou o partido majoritário no Congresso, o Partido dos Insatisfeitos com o Governo (PIG).
O resultado prático foi que o PMDB na Câmara, que em 2010 e até 2011 parecia finalmente unificado sob a liderança de Temer, hoje está mais balcanizado que nunca. Tem mais alas que uma escola de samba, mas sem qualquer sincronismo. Suas dissensões foram conformando facções cada vez mais famintas e mais irritadas com a crise de abstinência a que foram submetidas durante a presidência Dilma.
Ao ser confrontado com a rebelião entre seus quadros, o presidente da Câmara rendeu-se aos amotinados e se somou ao time dos insatisfeitos. Tornado refém, passou a também empunhar uma faca posta no pescoço do governo.
A estratégia era fustigar o Executivo com o discurso de independência do Legislativo; como se, para ser independente, o Congresso devesse necessariamente ser de oposição. Assim, o presidente da Câmara encobria sua própria fragilidade e isolamento. Sua direção era a da biruta, mirando para onde batesse o vento. Sem se importar muito com a direção, os ventos lhe seriam sempre favoráveis.
Governo dividido
Desde 1988, poucas vezes se viu um presidente da Câmara dos Deputados em franca oposição ao governo. Por vários momentos, a presidência Dilma passou muito próximo da experiência do que os cientistas políticos chamam de governo dividido – ou seja, quando o Executivo é governado por um determinado partido, mas o Legislativo está sob o comando de um partido em oposição.
Nesses tempos nebulosos, tratou-se de uma experiência esdrúxula de governo dividido, pois o principal partido que levou a Câmara a se comportar como oposição conta com o vice-presidente da República, além de muitos ministérios e cargos dirigentes em empresas estatais e autarquias. O PMDB, assim como tem ocorrido ultimamente com o PSB, tem feito oposição eventual a um governo com o qual está comprometido até o último fio de cabelo. Comprometido, mas não compromissado.
Em sua política de independência, Alves tomou duas iniciativas emblemáticas. Reservou um jatinho da FAB para um almoço no Rio de Janeiro com o candidato da oposição, Aécio Neves. Aproveitou o ensejo para levar seus familiares para assistir ao jogo da seleção brasileira no Maracanã. A imprensa brindou o acontecimento com manchetes garrafais. A segunda iniciativa foi a de empunhar a bandeira do orçamento impositivo, proposta tão enfaticamente defendida que fica a dúvida de por que nenhum governo estadual ou prefeitura de seu partido a adota com o mesmo entusiasmo.
Com Câmara à deriva, Donadon escapa da cassação
A Câmara, sob o comando de Alves, não ficou mais independente. Ficou à deriva. A tenebrosa sessão que manteve o mandato de Natan Donadon foi o fato consumado cristalino da absoluta falta de comando político sobre a Casa, papel essencial de um presidente. Entre parlamentares, o diagnóstico é claro. Faltou liderança de seu presidente. Faltou empenho. Faltou coordenação. Faltou autoridade política e moral. Resultado: faltaram votos para garantir a cassação.
O macaco velho, depois de pisar em todas as cascas de banana possíveis e imagináveis, escorregou mais uma vez. Sua presidência estatelou-se no fatídico 28 de agosto, quando a cassação de Donadon, tida como líquida e certa, simplesmente não aconteceu.
Para remendar o estrago, Alves, prostrado diante do vexame, saiu pela tangente. Declarou que não mais admitiria votações de cassação de mandato com voto secreto. Todos os partidos se viram envolvidos direta ou indiretamente pelo escândalo Donadon e, finalmente, se articularam para evitar um mal maior. Votaram e aprovaram em segundo turno a PEC 349, que dormia nas prateleiras. Ele agora segue para o Senado, que fará de tudo para sepultá-la.
Uma nau sem timoneiro
A proeza da aprovação parcial da PEC 349 está longe de salvar a reputação de Alves, que figura, na opinião de muitos parlamentares, como possivelmente o mais sofrível de todos os presidentes que a Câmara já viu. Ele hoje não representa a maioria da Casa - apenas aderiu a ela. Ele não representa o bloco governista, aquele que o elegeu presidente. Ele não representa a coalizão PT-PMDB, que está em crise. Ele sequer representa seu próprio partido, que se sente mais à vontade para seguir as ordens de Eduardo Cunha.
A maior dúvida que acompanha Alves, como uma sombra, a cada vez que ele se senta na cadeira de presidente, é como um deputado que não representa nada nem ninguém irá presidir a Casa até 2014.
Embora esteja presidente, Henrique Eduardo Alves não parece e não age como um presidente. À frente de um barco à deriva, sua gestão crava como epitáfio a música de Paulinho da Viola:
“Não sou eu quem me navega,
quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
como nem fosse levar”.
*Antonio Lassance é cientista político e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). As opiniões expressas neste artigo não refletem necessariamente opiniões do instituto
Fonte:.http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=22644
Leia também:http://brasileducom.blogspot.com.br/2013/01/dilma-refem-do-pmdb.html
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Dirceu, um preso político em governo petista
03/09/2013 - Dirceu será um preso político em governo petista.
Rede Globo venceu esta batalha
- extraído do blog Olhos do Sertão
Amigos(as), abaixo um texto que gostaria de ter escrito. Um texto de leitura suave que mostra os horrores de um império midiático para condenar uma das lideranças políticas mais importante do Partido dos Trabalhadores.
Sim, José Dirceu será preso, mas um preso político em pleno governo petista porque as forças conservadoras são mais fortes e organizadas do que se imaginava.
Infelizmente tenho que dizer: Rede Globo venceu e noticiará José Dirceu preso, algemado.
O ódio contra um líder.
"Com o tempo uma imprensa cínica e corrupta formará um público tão vil quanto ela."
Joseph Pulitzer
***********
02/09/2013 - Dirceu e o declínio da Globo
- por Miguel do Rosário, n’O Cafezinho
Observe a foto abaixo.
O jovem Dirceu sustenta um braço esticado, mãos abertas, como se mandasse uma mensagem de “pare aí” para um interlocutor que não vemos.
Por uma dessas coincidências enigmáticas da vida, me parece uma correspondência perfeita com o que ele vive hoje.
Por uma dessas coincidências enigmáticas da vida, me parece uma correspondência perfeita com o que ele vive hoje.
O interlocutor invisível são as forças que hoje lhe perseguem, também algo invisíveis, escondidas sob o manto obscuro de um moralismo de ocasião, com rosto mascarado por editoriais anônimos.
A expressão facial de Dirceu também é curiosa.
Nos olhos se vê um pouco de apreensão, perplexidade, até mesmo medo, mas a boca sugere um levíssimo sorriso desafiador, como se tivesse consciência de seu papel, ou como se o temor visto em seus olhos fosse um disfarce.
Quando um oficial se via isolado e cercado pelos inimigos, nas guerras tradicionais, ele fazia de tudo para que estes perdessem o máximo de tempo
com si mesmo, visando consumir as forças adversárias.
Com isso, explicaríamos também o gesto do braço. Ele seria não apenas um gesto de “afaste-se”, mas também um chamado. Bastaria virar as palmas para cima e mexer os dedos. Dirceu chama para si mesmo as forças reacionárias, num esforço heróico e suicida, para que elas consumam suas forças tentando destruí-lo. Enquanto isso, o resto das tropas avançam. O Brasil se desenvolve.
E Dirceu se transforma, talvez sem muita consciência disso, num mártir semiológico pós-moderno. Ele se ofereceu em sacrifício aos chacais da mídia, permitindo que o lulismo seguisse adiante, concretizando políticas sociais urgentes, reformando o Estado, acumulando forças para embates futuros.
Jamais um político ocidental foi tão satanizado pela mídia como José Dirceu. A agressão simbólica, semiológica, gráfica, audiovisual, literária, política, jurídica e até mesmo econômica que este homem sofreu não tem paralelo na história das democracias ocidentais.
Todas as forças obscuras, golpistas, reacionárias, se uniram para derrotar José Dirceu. Não visaram apenas o homem, mas toda sua história. Era preciso aniquilar o mito, afinal Dirceu era o quadro intelectualmente mais preparado do Partido dos Trabalhadores, e poderia vir a ser o próximo presidente da República.
A destruição de Dirceu transformou-se no símbolo do esforço da mídia para criminalizar a política. Esforço este que tem sido uma de suas prioridades.
Quando a mídia chama os blogueiros de “chapa-branca” por se posicionarem às claras num lado do embate político e ideológico, e os acusa de receberem, clandestinamente ou não, dinheiro do campo que defendem, usa a mesma tática de criminalização.
Uma tática sobretudo hipócrita porque ninguém jamais recebeu tanto dinheiro do Estado, via publicidade, financiamentos, leis favoráveis, do que os grupos tradicionais de mídia.
Recebeu e recebe.
A criminalização de Dirceu, e a pressão inaudita que a mídia exerceu sobre a opinião social, sobre a Procuradoria Geral da República e depois sobre o Supremo Tribunal Federal, para condená-lo sumariamente, independente dos autos e das provas, e jogá-lo numa prisão, são a perfeita síntese deste objetivo: criminalizar a política é uma forma sutil de manietar a democracia e entregá-la nas mãos das famílias que controlam os meios de comunicação.
O clã Marinho detêm a maior fortuna já amealhada por uma só família brasileira em 500 anos de história. Nem a família imperial, nem a monarquia
portuguesa, jamais possuíram um poder financeiro tão avassalador: 52 bilhões de reais.
Por isso é um imperativo moral que o governo brasileiro interrompa imediatamente qualquer transferência de recurso público para esta empresa. Eles já têm dinheiro demais.
Um poder midiático dessa magnitude, somado ao gigantismo financeiro de seus proprietários, representa uma ameaça ao regime democrático e à igualdade de condições entre os diferentes agentes políticos que é condição vital para a existência de uma democracia.
Prender Dirceu tornou-se uma obsessão para as Organizações Globo. É uma prova de seu poder político. Prender Dirceu será a sua vingança contra as derrotas que a democracia lhe impôs desde que a sociedade impôs o fim da ditadura.
Derrotas intermitentes e relativas, é verdade, visto que a Globo venceu em 1989, com a eleição de Collor, cuja eleição não apenas apoiou como colaborou decisivamente através da manipulação do último debate na TV; venceu depois com a deposição do mesmo Collor, quando este já tinha realizado as reformas que a Globo defendia e lhe interessava a partir de então se afastar de sua impopularidade.
Venceu em 1994 e 1998, com a eleição de FHC, abafando o escândalo da reeleição e minimizando os problemas econômicos que se acumulavam; de certa maneira, também venceu durante os governos petistas, ao impor uma política de comunicação que lhe permitiu superar sua crise financeira e consolidar-se como a família mais rica do país.
Os seis ou sete bilhões de reais que a Secom [Secretaria de Comunicação, do governo federal] deu à Globo, nos últimos 11 anos, ajudaram-na a esmagar seus concorrentes, via práticas monopolísticas e predatórias no mercado publicitário, e a transformar a família Marinho num Leviatã tatuado com uma cifra na testa.
Entretanto, mesmo reunindo um patrimônio tão impressionante, a Globo tem perdido poder político. Seu principal ativo, uma concessão pública, tem perdido audiência para internet e outros canais, abertos ou fechados. Seu lobby no parlamento declinou.
O jovem de classe média hoje vê a Globo como um veículo cafona, sem graça e anacrônico. Suas apostas presidenciais falharam e prometem falhar outra vez no ano que vem.
A estratégia inconsciente de Dirceu, portanto, acabou dando certo. A Globo investiu tantos recursos em sua destruição que negligenciou o resto do exército. Enquanto Globo e Veja continuam a dar capas e mais capas contra Dirceu, o Brasil profundo continua melhorando de vida.
E se hoje se tornou mais crítico e mais contestador, se exige mais dos governos, também está cobrando mais da mídia, que vê igualmente como um agente político, e dos mais conservadores e odiosos. A queda de “popularidade” que tanto assustou os políticos, como vemos, também atingiu em cheio a Rede Globo. A verdade, enfim, é dura…
Em mensagem a militantes enviada hoje [2/9] pela manhã, o ex-ministro confirmou que irá apelar a todas as instâncias possíveis para lutar por sua
inocência.
Levará seu caso à Organização dos Estados Americanos (OEA), para denunciar os vários abusos que sofreu, junto com outros réus, no curso da Ação Penal 470: “ausência da dupla jurisdição, a opressiva publicidade, um julgamento ao vivo pelas redes de TV, a falta de provas, o desconhecimento das provas da defesa, a farsa do dinheiro público e do desvio dos recursos da Visanet, o uso indevido da Teoria do Domínio do Fato, o julgamento durante as eleições, as condenações as vésperas do primeiro e segundo turno, as penas absurdas numa violação aberta do código e da jurisprudência, a ausência de ato de oficio, no meu caso o reconhecimento explícito pelo MP e Ministros da ausência de provas.”
O ex-deputado lembra que hoje há “farto material de provas colhidos pela revista Retrato do Brasil” que provam o uso regular dos recursos da Visanet e apontam os erros grosseiros da procuradoria e do STF.
Íntegra da mensagem de Dirceu:
"Prezada … minha gratidão pelo apoio, solidariedade e presença amiga, vou lutar, vamos lutar, ate provar minha inocência, vou a revisão criminal e as cortes internacionais, a farsa e o julgamento de exceção tem que ser denunciado, a violação dos mínimos direitos da defesa e das garantias
individuais, a ausência da dupla jurisdição, a opressiva publicidade, um julgamento ao vivo pelas redes de TV, a falta de provas, o desconhecimento das provas da defesa, a farsa do dinheiro publico e do desvio dos recursos da Visanet, o uso indevido da Teoria do Domínio do Fato, o julgamento durante as eleições, as condenações as vésperas do primeiro e segundo turno, as penas absurdas numa violação aberta do código e da jurisprudência, a ausência de ato de oficio, no meu caso o reconhecimento explicito pelo MP e Ministros da ausência de provas, há farto material de provas colhidos pela revista Retrato do Brasil, vamos a luta conto com você e sua indignação que e minha também. Estou as ordens para juntos vencermos essa batalha, nada me impedira, vou lutar sempre. Abraços, Zé"
Fonte:
http://olhosdosertao.blogspot.co.at/2013/09/dirceu-sera-um-preso-politico-em.html
Leia também:http://www.brasileducom.blogspot.com.br/2013/09/pizzolato-e-inocente.html
http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/julgamento-do-mensalao/,fbf9d225d00f0410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
Possível reviravolta no julgamento da AP-470
http://www.brasil247.com/+tdmzs
http://www.hildegardangel.com.br/?p=27735
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quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Sírios acusam a Arábia Saudita pelo fornecimento de armas químicas
03/09/2013 - por Dale Gavlak and Yahya Ababneh
- publicado por Thoth3126
- Submetido por Tyler Durden em 30/08/2013
- Tradução, edição e imagens: Thoth3126@gmail.com
- http://www.zerohedge.com
Sírios sobreviventes em Ghouta acusam a Arábia Saudita pelo fornecimento de armas químicas para ataque dos rebeldes.
Como nós mostramos poucos dias atrás, parece que a verdade sobre quem é o verdadeiro mestre dos fantoches no Oriente Médio está se tornando mais e mais claro de ser observado.
Enquanto o presidente Obama esta ”certo” de que os ataques químicos ocorreram por ordem de al-Assad, a MPN reporta e publica algo bem diferente.
Como nós mostramos poucos dias atrás, parece que a verdade sobre quem é o verdadeiro mestre dos fantoches no Oriente Médio está se tornando mais e mais claro de ser observado.
Enquanto o presidente Obama esta ”certo” de que os ataques químicos ocorreram por ordem de al-Assad, a MPN reporta e publica algo bem diferente.
A discussão incrivelmente franca entre e chefe da espionagem na Arábia Saudita, o príncipe Bandar e Vladimir Putin presidente da Rússia, denunciou um complô muito mais profundo que está em andamento na Síria e com os seguintes detalhes das pessoas reais no terreno na região (Ghouta) quimicamente atacada da Síria que sugerem que o (des)governo de Barack Obama está caindo direto no plano dos sauditas.
Enquanto o presidente Obama está “certo” de que os ataques químicos ocorreram por ordem de al-Assad, a MPN reporta e publica algo bem diferente, com inúmeras entrevistas com médicos residentes em Ghouta, com combatentes rebeldes e suas famílias, um quadro completamente diferente começa a emergir da situação.
O príncipe da Arabia Saudita Bandar bin Sultan, chefe do serviço de inteligência da Arábia Saudita.
Muitos acreditam que "certos rebeldes receberam armas químicas através do chefe da inteligência saudita, o príncipe Bandar bin Sultan, e que os rebeldes foram responsáveis por realizarem o ataque com gás venenoso que matou cerca de um mil e quinhentas pessoas.“
A narrativa dos fatos para consumo público trombeteada pela mídia controlada é bem conhecido e bastante claro – tudo foi culpa de Bashar al-Assad.
Mas a realidade pode ser outra …
Via MPN, a partir de inúmeras entrevistas com médicos, de pessoas residentes em Ghouta, de combatentes rebeldes e suas famílias, um quadro diferente emerge. Muitos acreditam que certos rebeldes receberam armas químicas, através do chefe de inteligência saudita, o príncipe Bandar bin Sultan, e que eles foram responsáveis por realizar o ataque com gás venenoso.
“Meu filho (um rebelde) veio conversar comigo há duas semanas, perguntando o que eu pensava sobre as armas que ele havia sido convidado a utilizar”, disse Abu Abdel-Moneim, o pai de um combatente rebelde lutando para derrubar Assad, que mora em Ghouta.
Abdel-Moneim disse que o seu filho e outros 12 rebeldes foram mortos dentro de um túnel usado para armazenar armas fornecidas por um militante saudita, conhecido como Abu Ayesha, que estava liderando um batalhão de luta dos rebeldes.
O pai descreveu as armas como tendo uma “estrutura do tipo tubular”, enquanto outras armas eram como uma “enorme garrafa de gás”.
Os habitantes da cidade de Ghouta disseram que os rebeldes estavam usando mesquitas e casas particulares para dormir enquanto o armazenamento de suas armas era feito em túneis.
Cerca de um mil e quinhentas pessoas morreram na região de Ghouta vitimadas pelo uso de armas químicas.
Abdel-Moneim disse que seu filho e os outros “rebeldes” morreram durante o ataque com armas químicas. Nesse mesmo dia, o grupo militante Jabhat al-Nusra, que está ligado à al-Qaeda, anunciou que seria semelhante atacar civis no reduto do regime de Assad em Latakia na costa oeste da Síria, em uma suposta retaliação.
“Eles não nos disseram o que essas armas eram ou como usá-las“, queixou-se uma lutadora rebelde chamada ‘K.’ ”Nós não sabíamos que elas eram armas químicas. Nós nunca imaginaríamos que fossem armas químicas.“
“Quando o príncipe saudita Bandar dá tais armas para as pessoas, ele deveria dar para aqueles que soubessem como lidar e usá-las”, ela advertiu.
Ela, assim como outros rebeldes sírios combatentes, não quer usar seu nome completo por medo de represálias.
Um líder rebelde conhecido em Ghouta chamado como ‘J’ concordou. “Militantes da al-Nusra Jabhat não cooperam com outros rebeldes, exceto com os combates em terra. Eles não compartilham informações secretas. Eles simplesmente usaram alguns (n.t. imbecis) rebeldes comuns para transportar e operar este material “, disse ele.
“Nós estávamos muito curiosos sobre essas armas. E, infelizmente, alguns dos nossos combatentes manusearam indevidamente essas armas e detonaram-nas“, declarou o combatente rebelde ’J’.
Médicos que atenderam as vítimas das explosões das armas químicas advertiram aos entrevistadores que deveriam ter cuidado com perguntas a
respeito de quem, exatamente, foi o responsável pelo mortal ataque.
O grupo humanitário Médicos Sem Fronteiras acrescentou que os trabalhadores de saúde que auxiliaram e socorreram os mais de 3.600 pacientes também relataram ter sintomas semelhantes, incluindo espumar pela boca, dificuldade respiratória, convulsões e visão embaçada.
O grupo de Médicos sem Fronteiras não foi capaz de verificar as informações de forma independente.
Mais de uma dúzia de combatentes “rebeldes” (ou melhor seria dizer mercenários?) entrevistados relataram que seus salários SÃO PAGOS pelo
governo SAUDITA.
Sobre os autores deste relatório:
Dale Gavlak é correspondente no Oriente Médio para a Mint Press News e Associated Press. Gavlak esta estacionado em Amã, capital da vizinha Jordânia para a Associated Press por mais de duas décadas. Um especialista em assuntos do Oriente Médio, Gavlak cobre atualmente a região do Levante do Oriente Médio para a AP, National Public Radio e Mint Press News, escrevendo sobre temas como política, questões sociais e as tendências econômicas. Dale tem um mestrado em Estudos do Oriente Médio da Universidade de Chicago. Contate Dale em dgavlak@mintpressnews.com
Yahya Ababneh é um jornalista freelancer jordâniano e está atualmente trabalhando em um mestrado em jornalismo, ele cobriu eventos na Jordânia,
Líbano, Arábia Saudita, Rússia e Líbia. Suas histórias têm aparecido em Amã Net, Saraya News, Gerasa News e em outros lugares.
Para aqueles que podem ter esquecido, aqui estão os detalhes que foram expostos alguns dias atrás …
Quais foram algumas das revelações impressionantes feitas pelos sauditas?
Primeiro esta:
O príncipe saudita Bandar disse a Vladimir Putin, presidente da Rússia,
“Temos muitos valores em comum. E objetivos que nos unem, principalmente a luta contra o terrorismo e o extremismo em todo o mundo. A Rússia, os EUA, a União Europeia e os sauditas concordam com a promoção e consolidação da paz e da segurança internacional."
"A ameaça terrorista está crescendo em função dos fenômenos gerados pela Primavera Árabe. Perdemos (n.t. O CONTROLE de) alguns regimes. E o que temos em troca foram experiências terroristas, como evidenciado pela experiência da Irmandade Muçulmana no Egito e os grupos extremistas na Líbia”. …
“Como um exemplo, eu posso te dar uma garantia para proteger os Jogos Olímpicos de Inverno na cidade de Sochi, no Mar Negro no próximo ano.
Os grupos tchechenos que ameaçam a segurança dos jogos são controlados por nós, e eles não vão se mover em direção ao território da Síria sem uma coordenação conosco.
Esses grupos não nos assustam. Nós os usamos para enfrentar o regime sírio, mas eles não terão nenhum papel ou influência no futuro político da Síria“
É bom saber que os sauditas admitiram que eles controlam uma organização terrorista criminosa que “ameaça a segurança” dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi 2014, e que a casa de SAUD os usa “contra o regime sírio“. Talvez a próxima vez que houver um atentado em Boston por alguns terroristas chechenos relacionados, alguém pode perguntar a Arábia Saudita que, se por acaso, eles saberiam algo a respeito.
Mas a peça de resistência é o que aconteceu no final do diálogo entre os dois homens, o presidente da Rússia e o príncipe saudita, o chefe do serviço de inteligência da Arábia Saudita.
Foi, em poucas palavras, uma ameaça feita pela Arábia Saudita que apontou diretamente para a Rússia.
Assim que Putin terminou seu discurso, o príncipe Bandar advertiu que, à luz do curso das negociações, as coisas estavam propensas a intensificar-se, especialmente na arena da Síria, embora tenha apreciado a compreensão dos russos sobre a posição da Arábia Saudita, o Egito e a sua prontidão para apoiar o exército egípcio, apesar de seus medos com o futuro do Egito.
O príncipe e chefe dos serviços de inteligência saudita disse que a disputa sobre a abordagem da questão síria leva à conclusão de que:
“Não há como escapar da opção militar (o que a Rússia NÃO aceita), porque é a única opção disponível no momento, uma vez que o acordo político terminou em um impasse. Acreditamos que a Conferência de Genebra II vai ser muito difícil, tendo em conta esta situação violenta“.
No final da reunião, os dois lados, a Rússia e a Arábia Saudita concordaram em continuar as negociações, desde que a reunião atual permanecesse em segredo.
Isso foi antes de um dos dois lados vazar a notícia através da imprensa russa.
Desde que agora nós sabemos tudo sobre o assunto, significa que não há mais negociações, um aviso implícito de que os chechenos operando na
proximidade de Sochi podem apenas tornar-se um canhão perdido (com a bênçãos da Arábia Saudita, óbvio), e que cerca de um mês atrás foi dito:
“Na SÍRIA não há como escapar de uma opção militar, porque é a única opção disponível no momento, uma vez que o acordo político terminou em impasse“
Enquanto isso a humanidade… |
Mais uma vez lembramos:
A Rússia e a Arábia Saudita SÃO RESPONSÁVEIS PELA PRODUÇÃO DE 25% da produção mundial de petróleo, mas muito mais
importante estão ausentes do acordo Qatar NatGas (e um gasoduto potencial cruzando a região sob o GOVERNO DE UM NOVO regime sírio receptivo - ou seja, sem Assad - e indo para a Turquia), a Europa permanece em dívida com todos os caprichos dos movimentos de Putin e a Gazpromia.
O pequeno Estado do Qatar, muito rico em gás repassou até US$ 3 bilhões em ARMAS ao longo dos últimos dois anos para apoiar a rebelião (conduzida por
mercenários) na Síria contra Assad, ultrapassando qualquer outro governo nesse período, mas agora está sendo posto de lado pela Arábia Saudita como a principal fonte fornecedora de armas para os “rebeldes da Síria“.
Permitida a reprodução, desde que mantido no formato original e mencione as fontes.
Fonte:
http://thoth3126.com.br/sirios-acusam-a-arabia-saudita-pelo-fornecimento-de-armas-quimicas/
Leia também: http://contextolivre.blogspot.com.br/2013/09/o-cairo-damasco-e-hipocrisia-norte.html
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