Por Laerte Braga
Quando alguém assiste a um desses filmes de ação em que agentes norte-americanos saem pelo mundo afora matando e destruindo tudo e todos em nome da segurança dos Estados Unidos, de tal forma já se acostumou com essa forma de agir que não percebe que ali não existe crítica alguma ao terrorismo do império. O que há de fato é exibição de poder, demonstração de força, afirmação da lei do mais forte e por baixo dos panos, um constante processo de alienação que transforma atores como Silvester Stalone ou Bruce Willys em espécie de super homens.
No fundo o que sentimos é exatamente o que eles querem. Um misto de admiração pela boçalidade e a constatação interior que somos inferiores.
Os braços dessa forma de terrorismo são compridos, atuam em todo o mundo e recentemente um líder do Hamas foi assassinado em Dubai por agentes ecretos do MOSSAD – Israel –, todos com nomes falsos, passaportes britânicos, alemães e belgas e a despeito das promessas de apurar os fatos e adotar as providências cabíveis, tudo está do mesmo tamanho.
É estreita a colaboração entre essas organizações.
Na trilogia Bourne, história de um oficial norte-americano que entra para um projeto especial de eliminação de inimigos dos EUA em qualquer parte do mundo, um jornalista do jornal inglês THE GUARDIAN é assassinado pela CIA por ter descoberto o que não podia, não devia e não deveria ser publicado.
Eliminar o jornalista sugere que o jornal publicaria os fatos. É uma intenção clara e manifesta no filme. O jornalista é o culpado de sua própria morte por colocar em risco a segurança dos EUA . O jornal entra ali aparentemente de adereço. Para que se suponha que sendo livre a expressão não iria hesitar em denunciar os crimes do terrorismo oficial da CIA.
Nos tempos de George Bush isso vinha chancelado pelo ATO PATRIÓTICO. Uma espécie de AI-5 para os cidadãos de qualquer parte ou canto do mundo que viessem colocar em risco a democracia cristã, ocidental e capitalista.
Escorado nesse absurdo Bush encheu Guantánamo de inocentes. Sem preocupações com qualquer reação da opinião pública transformou a base militar em território cubano ocupado em campo de concentração.
Mas isso é por lá, por aqui as coisas são diferentes, pelo menos é o que parece, só parece. Agentes estrangeiros atuam em estreita colaboração com setores das forças armadas (brasileiras, será que são?) no que chamam vigilância sobre a colônia palestina no sul do País. Ao tempo de FHC chegaram a insinuar que Osama bin Laden lá estivera buscando recursos para seu grupo e cogitaram de instalar uma base militar de “cooperação mútua” mais ou menos eles comandam e o mútuo fica por conta da limpeza das latrinas).
Um dos braços mais importantes, se não for o mais importante desse processo de recolonização e que parte da busca da alienação plena e absoluta é a mídia. Não temos uma mídia independente, brasileira, o chamado exercício da livre expressão é apenas o direito da mentira repetida a exaustão, até que um apresentador de jornal de tevê possa referir-se ao telespectador padrão do dito jornal como “Homer Simpson”. O idiota de uma série da tevê dos EUA.
Os índices de audiência do dito jornal continuam altos e milhares continuam respondendo ao jornalista em seu twitter quando ele pergunta “quem quer um bom dia diga sim”. Mais ou menos como uma criança no zoológico, naquela linguagem de crianças – essas são inocentes – exibe uma banana ao macaco.
Os impérios se sustentam na exploração de povos que oprimem, dominam ou alienam. Alienar pode significar algo como perder consciência de si próprio, aceitar transformar-se num objeto. Tem sido assim historicamente. Com os EUA não é diferente. As épocas é que são distintas e a forma de dominação obedece aos critérios do tempo e do espaço. Por exemplo, terceirizar as forças armadas, como acontece nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
Aquela história de “nossos rapazes” vira nossos mercenários”.
Os EUA hoje não são um país, tampouco uma nação. O modelo transformou-os numa empresa controlada por grupos sionistas (judeus fundamentalista/terroristas), banqueiros, grandes empresas e parceria com elites econômicas em todas as partes do mundo. No caso do Brasil, o conglomerado FIESP/DASLU, associação de supostos barões travestidos de comendadores e “patriotas”, todos gloriosos sonegadores e fraudadores de tudo quanto possa ser fraudado em benefício do lucro nosso de cada dia.
O entorno, ou seja, nós, mais ou menos como que numa máquina de moer carne. Vamos sendo moídos, moídos, até que imprestáveis, somos atirados a um canto qualquer de um almoxarifado qualquer. Um exemplo claro disso? O México e sua participação no NAFTA, tratado de livre comércio entre eles, os EUA e o Canadá. O México é o depósito de lixo.
Quem disse que os norte-americanos estão preocupados em acabar com o narcotráfico? Álvaro Uribe é o presidente da Colômbia e os bilhões de dólares do tráfico de droga vão parar nos bancos de grupos sionistas, europeus e norte-americanos. No máximo mantê-lo dentro de níveis aceitáveis, digamos assim. Estudos do próprio Pentágono mostram que a imensa maioria de soldados dos EUA usam drogas quando em situação de combate. Acaba sendo “necessidade” e fator de lucro.
Em todo esse processo há contratempos, lógico. De repente alguns povos se dão conta que são seres humanos, que têm um sentimento que os torna e forma parte de uma determinada nação e reagem.
No caso da América Latina governos eleitos pelo voto do povo como o da Venezuela, da Bolívia, do Equador, do Uruguai, do Paraguai, da Nicarágua, de El Salvador, além de Cuba (a propósito não noticiaram nada, mas domingo foi dia de eleição em Cuba) são transformados em veículos do terrorismo, contrários à democracia, risco para as liberdades.
Acionam todos os mecanismos de falta de escrúpulos para derrubá-los como fizeram com o de Honduras e transformam seus governantes em bandidos. Forjam um processo eleitoral e continuam prendendo, assassinando, torturando, tudo em nome das companhias que por lá estão.
A jóia da coroa na América Latina é o Brasil.
A perspectiva que possamos continuar de pé e buscando caminhos capazes de nos permitir a integridade do nosso território, a nossa soberania, liberdade e acima de tudo capacidade de sermos donos do nosso destino assusta os EUA.
Têm uma aposta num primeiro momento. José Collor Arruda Serra, retorno dos tempos de FHC.
Montaram uma coligação impressionante. O partido do candidato, PSDB, os principais meios de comunicação – GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA e outros de caráter regional), trouxeram a quadrilha DEM (latifundiários do transgênico nosso de cada dia), excluíram do noticiário pesquisas que não lhe agradam e forjam as que desejam vender aos Homer Simpsons, tocam o barco segundo planos e comando de Washington e Wall Street.
Nesta semana que chega ao fim, se tem falado muito do déficit de conta corrente do Brasil. O próprio presidente do Banco Central, Henrique Meireles, veio a público explicar que não há problemas sérios.
Se existem ou não problemas sérios, essa não é a preocupação dos críticos do governo. O importante é deixar gravada na mente do Homer a expressão déficit. Sugere fracasso, incompetência e dá forças ao homem deles, José Collor Arruda Serra.
A história é outra. Ou os quinhentos são outros.
Três itens formam a conta corrente. A balança comercial (exportação versus importações). A conta de serviços (patentes, etc) e de rendas, ou seja, da circulação de dinheiro, empréstimos – entrada e saída –, pagamento de juros, REMESSA DE LUCROS, viagens e no caso das rendas, recursos enviados por brasileiros no exterior.
Não temos uma indústria nacional de veículos automotores. Abrimos mão ao contrário da Coréia, do Japão, dos países europeus, da China, da Índia.
Temos montadoras de empresas estrangeiras que usam componentes nacionais (fabricados por empresas estrangeiras) até um determinado limite e tecnologia (se paga por tecnologia) de outras empresas, de outros países, caso da CITROEN, que usa tecnologia em alguns itens desenvolvida em Israel.
FHC privatizou a EMBRAER quando a empresa era um êxito absoluto e hoje, no
caminho que estava, seria concorrente das grandes do mundo, inclusive na
fabricação de aviões de grande porte. Compramos submarinos nucleares
franceses quando dispomos de tecnologia para fazer tudo aqui. As verbas
foram sucateadas. A FAB fica sem voar, a não ser brincadeira, enquanto se
decide que empresa estrangeira vai nos fornecer aviões caças. Liquidaram a
IMBEL e a ENGESA quando o URUTU e o OSÓRIO competiam com vantagem sobre
similares estrangeiros. Votaram a lei de patentes para neutralizar qualquer
perspectiva de tecnologia sobre qualquer coisa e um grupo de espertalhões do Japão chegou a registrar o açaí.
A VALE, que quando VALE DO RIO DOCE era lucrativa e gerava tecnologias de
ponta no setor foi entregue a grupos estrangeiros e breve terá sua matriz na Suíça. É dona de parte do solo e subsolo do Brasil.
O Estado como instituição não tem que ter padaria. Mas os setores
estratégicos da economia são fundamentais. FHC tratou de rifá-los, é um
funcionário deles, Arruda Serra é o projeto para arrematar o processo.
A política externa do Brasil incomoda claro. Um desses remanescentes da era
jurássica, patriota por canalhice, no conceito de Samuel Johnson, referiu-se a Celso Amorim como “vá a m... Amorim”. Claro, ao contrário do antigo
ministro de FHC Celso Láfer, Amorim não tira os sapatos em um aeroporto em
New York e se deixa revistar pela imigração. Tem caráter, escrúpulos e
competência. Láfer nem sabe o que é isso. Um grito e tira os sapatos, cai de quatro.
Com a crise das montadoras norte-americanas e os meios adotados pelo
governo do Brasil (sem entrar no mérito) para evitar que a crise batesse
aqui, uma das razões do déficit de conta corrente é exatamente a remessa de
lucros para salvar a turma da matriz. Não foi só o dinheiro dado por Obama
não. O mundo dos países controlados pelo império pagou a maior parte da
conta e continua a pagar.
As medidas adotadas pelo governo brasileiro no auge da crise tiveram como
objetivo, por discutíveis que possam ser, evitar altos índices de
desemprego, entre outras coisas. O desemprego está em baixa.
Para os veículos de comunicação, a coligação PSDB/GLOBO/FOLHA DE SÃO
PAULO/VEJA/DEM, todos movidos por grandes capitais de empresas padrão
FIESP/DASLU, é preciso exibir a expressão déficit sem explicar que com eles
não haverá déficit, pois a escritura do Brasil será passada em caráter
definitivo e seremos BRAZIL.
Não têm escrúpulos, são mentirosos, não têm nada a ver nem com o Brasil e
muito menos com os brasileiros.
A opção é simples. Se vamos fazer como Celso Láfer, borrarmo-nos de medo e
tirar os sapatos, cair de quatro ou se vamos continuar de pé como Amorim.
Se de fato somos milhões de Homer Simpson, ou se somos sujeitos e donos de
nosso País, capazes de construir a nossa Nação.
Sabe quanto custa o curso da filha de Serra, por mês numa universidade
norte-americana? Sessenta dólares. Tem idéia do preço da mansão da moça em
Troncoso na Bahia (Serra passou o reveillon lá).
Li hoje e não duvido que, breve, se bobearmos, vamos pagar pedágio para
entrar em nossas próprias casas. Nossas? Será?