sábado, 4 de fevereiro de 2012

Época odeia o Lula, jornalista trapaceia Gaviões da Fiel e Dilma não regulamenta o setor midiático

 O jornalista Davis Sena Filho, titular do Blog "Palavra Livre" do "Jornal do Brasil", foi retirado da capa do site do jornal no dia 24 de janeiro sem ser, contudo, notificado ou avisado de que não mais participaria do elenco de blogueiros de tal jornal. Simplesmente, após sete meses de trabalho e 60 artigos publicados, o jornalista foi retirado do ar. Crítico constante da imprensa comercial, corporativa e privada, Davis Sena Filho era um dos blogueiros mais lidos (disparado) do JB, sendo que somente os blogueiros que escrevem sobre futebol tinham tantos acessos de leitores como o jornalista censurado desrespeitosamente pela diretoria do jornal e, evidentemente, por colegas de profissão com cargo de chefia.

Após dois dias a enviar e-mails para os chefes de redação, Davis Sena Filho recebeu a seguinte resposta: "Caro Davis, Devido a uma reestruturação editorial no jornal, estamos reavaliando os blogs e o seu, infelizmente, está fora do novo perfil definido. Em breve, estaremos encaminhando um documento com mais informações. abs". Obviamente que não houve reestruturação e sim censura e um casuístico "cala a boca". Até porque os blogueiros, outros, continuam no JB.

Essa mesma imprensa que cala um jornalista de política como Davis Sena Filho é a mesma que ataca o governo ou quem quer que seja quando se propõe o marco regulatório para as mídias, previsto, inclusive, na Constituição do Brasil. Os barões da imprensa e seus sabujos mentem, dissimulam, manipulam e tergiversam em seus órgãos de imprensa a fim de enganar a sociedade brasileira ao afirmarem que a regulamentação das mídias é um atentado contra as liberdades de expressão e de imprensa, quando na verdade não o é.

A regulamentação significa a democratização da informação no Brasil, que é cartorial e cartelizada. Davis Sena Filho foi censurado com o fim de seu blog no JB, o "Palavra Livre", que incomodou muita gente do segmento midiático e político, ao ponto de não ser sequer notificado pelos jornalistas chefes do Jornal do Brasil. O fim do "Palavra Livre" no JB significa e demonstra, sem sombra de dúvida, que a imprensa burguesa e corporativa e privada (privada nos dois sentidos, tá?) não tem compromisso com as liberdades de pensamento, de expressão, de imprensa e muito menos com a democracia e com a sociedade brasileira. Essa gente tem compromisso com seus interesses comerciais e políticos, ainda mais que há nove anos governos trabalhistas assumiram o poder no Brasil. Davis Sena Filho provou que seus textos jamais enganaram seus leitores, porque sua saída do JB da forma insensata e desrespeitosa que foi demonstra, sem margem de erro, que a imprensa empresarial é golpista, ditatorial e quer falar sozinha. É isso aí.

Obs: O artigo abaixo foi último escrito por mim. Deve ter incomodado demais certas gentes. (Davis Sena Filho)


Jornal do Brasil - Palavra Livre - 22 jan 2012 - Por Davis Sena Filho

Os burgueses da imprensa não entendem que o povo é Lula
Realmente, a imprensa comercial e privada odeia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por causa desse ódio latente e incontrolável, a imprensa corporativa, mercantilista e porta-voz da burguesia e dos trustes nacionais e internacionais não o esquece jamais. Não importa nem mesmo se o político estadista passe por uma situação grave em sua vida, que é ficar enfermo por causa do câncer que aflige sua laringe.

A revista Época, nº 714, de 21/01, cujo título é Cadê a Ala dos Mensaleiros, pertencente às Organizações(?) Globo, tal qual a Veja, a revista porcaria, pegou pesado mais uma vez em sua “prodigiosa” existência e escalou a repórter Mariana Sanches para fazer o jogo sujo e sem ética contra Lula, que será homenageado pela escola de samba paulistana Gaviões da Fiel, que escolheu o líder trabalhista como seu enredo para o carnaval de 2012.

Para a elite branca, racista e escravocrata brasileira, homenagear um político trabalhista, de origem operária e que colocou o Brasil em um patamar de importância jamais visto em sua história em termos mundiais é o fim da picada. E por esse motivo, os barões da imprensa privada e seus jornalistas “mauricinhos” e “patricinhas” e completamente divorciados dos interesses dos brasileiros ficam com ódio, porque o preconceito e o rancor são, indubitavelmente, do tamanho da senzala em que eles gostariam de ver, eternamente, o povo brasileiro.

A reporcagem (com ‘C’ mesmo), de Mariana Sanches, é uma ode ao mau jornalismo, à trapaça e à má intenção, porque, segundo protesto divulgado pela Gaviões da Fiel, tal profissional de imprensa, a mando de seus tenebrosos editores, traiu a confiança da diretoria da escola, que abriu as portas para ela, que lhes assegurou que pretendia fazer uma matéria a respeito do Carnaval 2012, o que na verdade era um subterfúgio para agredir e desqualificar o presidente Lula.

A escola de samba permitiu, em novembro passado, que a jornalista entrasse no barracão e na quadra para que fossem feitas imagens para a pretensa reportagem, que já foi, por conveniência, retirada do site da revista Época, de forma a impossibilitar que seus assinantes tenham acesso à matéria jornalística, se pode tal texto ser chamado assim. Até por volta das 17h30 de domingo (22/01), a matéria continuava indisponível no site, além de acusar o seguinte erro: 404 Not Found.

Os mandões da Época devem ter mandado retirar a reporcagem porque a diretoria da Gaviões falou alto e divulgou nota oficial em que repudia a conduta da jornalista e questiona, veementemente, a matéria que agride o ex-presidente Lula, que está doente e que há mais de um ano deixou o poder. Tamanha perseguição ao ex-mandatário acontece em plena democracia, que está a enfrentar a ditadura da imprensa, que quer pautar o governo e dessa forma governar o Brasil no lugar dos poderes constituídos e dos homens e mulheres eleitos pelo povo brasileiro.

Época e outros jornalões e revistas há muito tempo elaboram o autêntico jornalismo de esgoto; o verdadeiro detrito de maré baixa.

Contudo, nunca é salutar para os negócios e suas imagens entrar em conflito com uma escola de samba popular como o é a Gaviões da Fiel. Por esse motivo, os sequazes que comandam a revista da família Marinho retiraram a reporcagem, que tem ou tinha a finalidade apenas de agredir mais uma vez o presidente mais popular da história do Brasil, que ensinou como se governa um país de forma republicana a incompetentes metidos a intelectuais como os neoliberais Fernando Henrique Cardoso e José Serra — aqueles traidores da Pátria que venderam o Brasil e ainda tiveram a desfaçatez de pedir dinheiro por três vezes ao FMI de joelhos e com o pires na mão. E eles estão soltos.

Esta é a verdade. E ela é inalienável.

Eu fico a imaginar a reunião de pauta de alguns editores de Época a maquinar o jogo baixo e sujo contra um presidente responsável pelo Brasil crescer exponencialmente em todos os setores de atividades econômicas e sociais, o que levou o poderoso país sul-americano de língua portuguesa a ser a sexta maior economia do mundo, a superar potências européias como a Inglaterra e a Itália, a ressaltar ainda que o País, segundo algumas agências, deverá ser a quinta economia em pouco tempo se continuar a crescer, o que tem ocorrido nos últimos nove anos, a partir das eleições de líderes trabalhistas como Lula e Dilma, que, seguindo a tradição do trabalhismo brasileiro com origem em Getúlio Vargas, sempre se preocuparam em distribuir renda e riqueza, além de valorizar o trabalho e o trabalhador, palavras que os tucanos, os demos e a elite branca racista brasileira detestam.

Gaviões protestou e a Época, aparentemente, recuou. Mas não se deve confiar em cobra venenosa ou achar que ela desistiu de ferir a quem considera inimigo de seus interesses econômicos, de classe social e também ideológicos. A velha imprensa corporativa é ideológica e de direita, apesar de pregar, de forma cínica, que as ideologias acabaram e quem manda agora é o “deus” mercado. Grande parte da população brasileira sabe disso. Tanto sabe e compreende que, mesmo quando a imprensa e seus asseclas atacam os governos trabalhistas de Lula e de Dilma, continua a votar neles, pois percebe que os jornalistas compromissados com os empresários de mídias cartelizadas não põem comida na mesa e muito menos compreendem as dores e as necessidades dos brasileiros das classes pobres e por causa disso desprivilegiadas, que tiveram, de geração a geração, seus direitos negados e o acesso ao consumo e à educação barrados pelas elites brancas e racistas deste País, que escravizaram seres humanos por quase quatrocentos anos — um recorde histórico.

Quando os jornalistas, empregados da família Marinho souberam que Lula seria homenageado pelas Gaviões, pronto, começaram imediatamente a orquestrar uma pauta cretina onde a má fé seria a tônica. E foi. Eles sempre se perguntam: “Como pode um homem de origem humilde ser mais respeitado e admirado no exterior e no Brasil do que o nosso FHC?” O sociólogo carioca adotado pela elite branca paulista, chamada de quatrocentona e racista. Quando Getúlio chegou ao poder por meio de uma verdadeira revolução, a de 1930, quem caiu foi outro FHC, conhecido como Washington Luís, também do Rio de Janeiro e adotado pelas elites paulistas. A história, às vezes, repete-se.

A repórter da Época enganou os diretores da Gaviões da Fiel para assim poder agredir, gratuitamente, um ex-presidente que saiu do poder com cerca de 90 por cento de aprovação. A que ponto pode chegar uma profissional de imprensa. Não é fácil conviver com a ditadura da imprensa em plena democracia. É por isso que os patrões, os barões das mídias não querem a regulamentação do setor, bem como combatem a democratização das mídias que começa com a proibição de um mesmo grupo econômico controlar diversos tipos de mídias, o que é também chamado de mídias cruzadas, além de, para impedir a democratização do setor, confundir as pessoas por meio de editoriais e de opiniões de “especialistas de prateleiras” dos empresários midiáticos que afirmam, de forma mentirosa, que regulamentar o setor midiático é ação que visa à censura e o controle dos meios de comunicação por parte do estado, além de ser um “atentado” à liberdade de expressão e de imprensa. Pura mentira.

Tudo isso é uma falácia. A deturpação da realidade. E tem gente, principalmente de classe média, que crê nisso ou finge acreditar, porque no fundo é conservadora e compactua com esse estado de coisas nos meios de comunicação. A verdade é que a Constituição de 1988 em seu capítulo para as comunicações tem de ser regulamentada, e isto até hoje não foi feito. Um absurdo. O lobby dos empresários midiáticos no Congresso impede que esse processo se concretize.

Os empresários não querem a democratização dos meios de comunicação, como não querem governos trabalhistas no poder desde os tempos de Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola. E assim sempre vai ser. A presidenta Dilma Rousseff tem um projeto que democratiza as comunicações no Brasil. Desconfio que a própria mandatária está a segurar o projeto elaborado pelo ex-ministro Franklin Martins, que visitou países desenvolvidos e, juntamente com sua equipe, estudou as legislações que regulamentaram os setores midiáticos de cada país. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ao que parece, engavetou o projeto.

Sempre afirmo e reitero que governos trabalhistas não podem tergiversar com os barões da mídia, porque esses empresários são golpistas, conforme aponta a história. O Brasil é maior do que as Organizações(?) Globo. Presidentes são eleitos para melhorar a vida do povo e defender os interesses do Brasil, e, seguramente, defender tais interesses é o que a velha imprensa corporativa não o faz e nunca o fará. A imprensa burguesa é dos ricos e dos que pensam que um dia serão ricos, como algumas pessoas de classe média e conservadoras.

No Brasil, falar de regulamentação para as mídias é pecado. Os patrões e seus empregados de confiança ficam realmente irritados com tal assunto e para defender seus interesse privados utilizam suas televisões, rádios, jornais impressos e a internet para difundir confusão, por meio de manipulação da informação sem, no entanto, dar voz àqueles que lutam pela democratização dos meios de comunicação, das mídias, que não podem ser cruzadas, o que beneficia a constituição de cartéis, que, de tão poderosos, derrubam até governos legitimamente eleitos.

A população brasileira não pode ficar à mercê de interesses empresariais. A imprensa brasileira não tem compromisso com a Nação e sim com seus interesses de mercado, além de ser porta-voz histórica das elites econômicas nacionais e internacionais. A mocinha da Época deveria rever suas atitudes e conceitos e procurar saber como se faz jornalismo em prol da sociedade e não de seus chefes e patrões. Que o diga a Gaviões da Fiel. Leia abaixo parte da nota de repúdio à revista Época.


Nota Oficial da Gaviões da Fiel

(…) “No entanto, ao ter acesso ao conteúdo final da matéria, constatamos tratar-se, mais uma vez, de uma agressão gratuita e infundada ao nosso homenageado e, conseqüentemente, ao processo de construção do carnaval da nossa entidade, que escolheu o enredo sem levantar nenhuma bandeira política ou partidária. O maior objetivo da escolha do tema é a homenagem ao povo brasileiro e aos corintianos, através da figura emblemática do ex-presidente Lula, assim como consta na explicação do nosso enredo. Mas não no surpreende que tal veículo insista em tentar descontextualizar os fatos e criticar o Lula”.

“A nós, tal episódio só fortalece para que levemos à avenida em destaque estes e outros motivos que fazem com que nosso homenageado tenha sido escolhido como o retrato da nossa NAÇÃO e isso independe da vontade de qualquer veículo de comunicação que queira descontextualizar a homenagem que levaremos à avenida neste carnaval” (…)

Como se percebe, mais uma vez a imprensa burguesa tenta se intrometer no que não lhe é devido. Para agredir Lula, veículos de comunicação e jornalistas se travestem de delinqüentes e cometem atos indignos e que envergonham a profissão de jornalista e leva descrédito ao jornalismo. Há anos, as atividades jornalísticas levadas a cabo por editores sem escrúpulos e que rasgaram a Constituição e os Códigos Civil e Penal se tornou um processo de oposição partidária, ideológica e até mesmo de luta de classe. É difícil aturar um jornalismo sem princípio e que para ter seus interesses realizados se torna necessário desqualificar as instituições republicanas e boicotar programas de governo apresentados ao povo quando das eleições. A imprensa comercial e privada se recusa a se democratizar e, conseqüentemente, integrar-se à sociedade no que concerne a defender os interesses da Nação. É isso aí.