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segunda-feira, 30 de julho de 2012

A ENTREGA DA ÁGUA

Laerte Braga*

Por sob as águas do rio Amazonas corre um rio maior ainda. A descoberta é recente para nós brasileiros, mas de amplo conhecimento dos norte-americanos há bom tempo.

O principal impasse na RIO + 20 foi a discussão em torno da transferência de tecnologias dos países considerados de primeiro mundo, para países periféricos, caso do Brasil e outros, numa escala às vezes de miséria absoluta.

A idéia de desenvolvimento sustentável além de ser uma falácia criada pelo capitalismo se restringe apenas aos castelos do primeiro mundo na nova Idade Média, a da tecnologia.

Uma espécie de raio-x de qualquer país no mundo já foi feita há anos pelos norte-americanos através de milhares de satélites. Sabem mais do Brasil que nós brasileiros. Isso lhes permite formular planos a curto, médio e longo prazo para seus projetos de ocupação e recolonização de países como o nosso.

Quando Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA disse que o “Brasil terá que compreender que a Amazônia tem que ser internacionalizada”, já sabia o conteúdo de cada milímetro da região. Hoje não temos o controle dessa importante parte do território nacional. Está dentro do chamado Plano Grande Colômbia, a rigor, fomos rebaixados. Gore, considerado em seu país um especialista em meio-ambiente (desde que a favor das grandes companhias que controlam a Casa Branca), fez essa declaração por volta do ano 2000, portanto, há 12 anos.

O aumento da escalada norte-americana sobre o Brasil se deu a partir do governo de Fernando Henrique (funcionário da Fundação Ford) e as políticas de privatizações, criação de agências reguladoras, a idéia de Estado mínimo, a entronização do “deus” mercado como marco de todas as relações humanas, o controle da mídia, toda a parafernália tucana que se mantém entocada e ávida de completar o processo de entrega. O fim do monopólio estatal do petróleo se deu no governo FHC.

Do lado de dentro dos castelos os barões da tecnologia, do lado de fora os “mortos vivos”. A definição é de Guy Debord.

O presidente da COCA COLA, uma das maiores corporações do mundo e uma das principais acionistas dos EUA, afirmou numa palestra na RIO + 20 “que toda a água do mundo deve ser privatizada, pois só o mercado tem condições de explorar essa riqueza”.

Não imaginavam, os senhores do mundo, que poderiam contar com portas escancaradas no governo Lula e, agora derrubadas no governo Dilma.

O presidente da CODEVASF – COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DOS VALES DO SÃO FRANCISCO E DO PARNAÍBA –, uma empresa pública, em tese brasileira, tem como objetivo fomentar o progresso das regiões ribeirinhas dos rios São Francisco e Parnaíba, atingindo seus afluentes em Minas, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Distrito Federal, Goiás, Sergipe, Piauí e Maranhão. 

A Bacia do Rio São Francisco possui uma área total de 640 000 quilômetros quadrados e soma outros 330 000 o lhe permite uma área de atuação em 970 000 quilômetros quadrados, cerca de 11,3% do território brasileiro. Um dos objetivos era beneficiar as populações ribeirinhas, dotá-las de meios para desenvolvimento em todos os sentidos.

Os delírios de grandeza do ex-presidente Lula não são necessariamente delírios de grandeza, mas esperteza política, naquela de uma no cravo e outra na ferradura. Ao vetar a ALCA – ALIANÇA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS – que tornaria o Brasil colônia norte-americana, o Brasil e todo o continente americano (Norte, Central e Sul), preferiu caminhos diversos para que esse objetivo fosse atingido.

Foi ao Oriente Médio, manifestou apoio aos palestinos, visitou o Irã, condenou as políticas norte-americanas naquela parte do mundo, arrancou um acordo que Obama jogou no lixo com a Turquia sobre sanções contra o Irã e ao final, numa guinada impressionante à direita, assinou um tratado de livre comércio com Israel, o grupo que detém o maior número de ações dos EUA. Por caminhos obscuros abriu as portas do País ao avanço dos EUA através de grupos sionistas, os verdadeiros senhores de Wall Street e da Casa Branca. Presidentes são figuras decorativas.

Tudo isso somado às privatizações de FHC (setores estratégicos como a EMBRAER, o petróleo, o financeiro, as telecomunicações, etc) completou o primeiro ciclo de domínio do Brasil.

Não temos sequer um carro brasileiro. Todos os veículos que circulam pelas ruas e estradas de nosso País são de montadoras estrangeiras. E com forte presença na subsidiária de ISRAEL/EUA TERORRISMO HUMANITÁRIO S/A, a BRASIL S/A.

A CODEVASF vai contratar o exército norte-americano para concluir as obras de transposição das águas do São Francisco, em si e por si, uma agressão descomunal ao meio ambiente, às famílias ribeirinhas, contra as quais toda a sorte de violências tem sido praticadas com o silêncio e a cumplicidade da mídia.
Engenheiros dos EUA já estão no local e receberão a contrapartida de controlar todo o processo após a conclusão das obras. O acordo está sendo firmado com o Comando Militar do Sul.

O Comando do Sul dos Estados Unidos é a organização militar regional unificada ao processo de defesa geral dos EUA, com ação sobre a América Central, a América do Sul e especialmente o Canal do Panamá. Tem sede em Miami, Flórida e de joelhos em peregrinação para esse bastião capitalista já lá esteve o presidente da CODEVASF. Se tirou os sapatos ou não não sei, mas caiu de quatro, ajoelhou-se.

A área de atuação do Comando abrange 30 países, o Brasil inclusive, é lógico, hoje somos integrantes do Plano Grande Colômbia e 26 milhões de quilômetros quadrados.

Já professores universitários e de colégios técnicos ou institutos técnicos em greve, ou a saúde, os servidores públicos, a geração de tecnologias próprias, a reestatização de setores estratégicos, a recuperação da IMBEL e da ENGESA, essenciais ao País, tanto quanto a mudança de mentalidade das forças armadas – colonizadas –, isso fica para as calendas. Dilma está de olho na Copa do Mundo e nas Olimpíadas.

O golpe militar no Paraguai acentuou esse cerco sobre o Brasil. A cumplicidade de elites econômicas do campo, latifundiários, com empresas controladoras em maior ou menor quantidade de ações da corporação EUA, tipo MONSANTO, CARGILL, DOW CHEMICAL, etc, derrubou o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, com o objetivo de manter intocados os “negócios” do agronegócio que transformam aquele país de pequenas dimensões territoriais num dos maiores produtores de soja do mundo, no milagre da fraude, da sonegação, através do trabalho escravo, etc.

O Paraguai é hoje a principal base norte-americana na região da Tríplice Fronteira e ameaça a Itaipu – basta um grito de avançar de qualquer militar dos EUA – e coloca os olhos grandes sobre o Aqüífero Guarani, o quinto maior do mundo.

A Argentina é outro alvo e Cristina Kirchner que ensaiou uma reação já foi avisada que pode ser a próxima vítima de um golpe constitucional, o golpe branco, fórmula inventada para salvar os negócios quando ameaçados.

Dilma nem reação e nem nada. Seu chanceler Anthony Patriot foi a Assunção e sacramentou o golpe embora dissesse o contrário. A presidente engoliu em seco a ação do “presidente paralelo” senador Álvaro Dias, o Brasil foi um fracasso na RIO + 20 e a crise econômica ronda o País.

O milagre do “capitalismo a brasileira” começa a se esgotar. As estruturas feudais continuam intactas.
As reservas de água do Brasil estão ao alcance de uns poucos drones dos EUA, a nova forma de guerrear, os aviões não tripulados. Baratos e mais eficazes em relação a um grande número de soldados.

De água e de quebra, todo o Brasil. No duro mesmo é o institucional falido, a fusão PT/PSDB, algo como PTSDB, onde o jogo é jogado apenas em função do poder e não pelos interesses nacionais, dos brasileiros.

A luta para recuperar o País vai ter que ser travada nas ruas, nas manifestações populares, na percepção que o atual governo difere dos tucanos apenas no estilo, mas na essência é a mesma coisa. Como foi o de Lula.

* jornalista

Leia também: "Por uma geopolítica da água: conheça o mapa dos conflitos", do professor da UFRJ, Francisco Carlos Teixeira, em:
http://brasileducom.blogspot.com.br/2012/03/por-uma-geopolitica-da-agua-conheca-o.html 
e
"Quem são os donos dessas águas? Encontro com Mario Farias", do engenheiro Antonio Fernando Araujo, em http://brasileducom.blogspot.com.br/2012/07/quem-sao-os-donos-dessas-aguas.html

segunda-feira, 21 de maio de 2012

A INDIGNAÇÃO E A CPMI DO CACHOEIRA

20/05/2012 - por Laerte Braga por email


Um eleitor de Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo, motorista de táxi, levou Dona Cremilda Fernandes, professora aposentada, ao ato que na quinta-feira mostrou a indignação popular naquele estado diante de outro estado, o de coisas gerado pela quadrilha Hartung. Ao final da corrida o motorista se disse estarrecido com o que ouviu de Dona Cremilda sobre o ex-governador e que a partir daquele momento deixaria de ser eleitor do dito.

Aos 72 anos de idade a professora Cremilda Fernandes foi participar de atos dos professores e outro contra a corrupção generalizada na máquina institucional do Espírito Santo. Buscar o reconhecimento de direitos fundamentais, já que lesada pelo complexo mafioso que controla o estado. Ela e o povo do Espírito Santo. Anos de empulhação, Camata, Hartung, o inexplicável Casagrande (não se sabe se de fato existe, é apenas uma marionete inventada por Hartung, ou banana mesmo).

Panfletou, mostrou sua indignação e ao término do protesto um infarto fulminante matou-a.

O deputado Cláudio Vacarezza, um dos principais líderes do PT, assustado com a possibilidade de convocação do governador Sérgio Cabral – Rio de Janeiro – para depor na CPMI do Cachoeira, em plena sessão enviou mensagem de texto através de seu celular ao governador para “tranqüilizá-lo”. Ao final escreveu o seguinte – “a relação com o PMDB vai azedar na CPI, mas não se preocupe, você é nosso e nós somos teu”.

De um lado a indignação e a coragem, de outro lado a farsa, o embuste. A CPMI nasce morta no interesse dos partidos majoritários no Congresso, da mídia venal padrão VEJA/GLOBO e de todos os envolvidos. Vai-se um anel, Demóstenes Torres, ficam os dedos, continua tudo como dantes no quartel do Abrantes. Nem falo do tal Procurador Geral Roberto Gurgel e da Procuradora/esposa Claudia Sampaio.

Quartéis estão se deixando envolver por velhos golpistas fardados, no temor da Comissão da Verdade. Temem que a História revele a covardia que buscam encobrir de todas as formas em nome do “patriotismo canalha”, definição precisa de Samuel Johnson – “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas”.

Cabral anunciou um “código de conduta” para os que exercem cargos de confiança em seu governo e para ele governador. A tranca depois da porta arrombada e escancarada na luta política no Estado do Rio entre duas máfias. A dele Cabral e a de Anthony Garotinho.

Aí nem marcha para Jesus. A massa de alucinados na ilusão de terrenos no céu ao custo de dízimos e coisas que tais. Como a ação do deputado estuprador/religioso padrão Gildevan Fernandes.

A CPMI sem pressão popular não vai a lugar algum. Dona Cremilda terminou seus dias vibrando de indignação e deixando o exemplo que a luta é nas ruas e é contra o modelo político e econômico gerido por elites que estão bem acima de Carlos Cachoeira.

Banqueiros, grandes empresários, latifundiários, bancada evangélica e todo o retrocesso que traz consigo, ou ameaça de.

É assustador que em determinados assuntos estejamos marchando de volta a Idade Média ou sob ameaça de lá pararmos em meio a fogueiras que sacrificam humanos pela “verdade divina”.

Toynbee previu nunca é demais repetir. E algumas coisas Freud explica, outras nem ele.

Há um golpe em organização contra o presidente Hugo Chávez na Venezuela. “Patriotas” venezuelanos (banqueiros, grandes empresários, latifundiários) associados a grupos internacionais e inseridos no Plano Grande Colômbia que prevê o controle da América do Sul pelos norte-americanos, buscam criar condições para a tentativa de derrubada do presidente – sabendo de antemão das dificuldades por conta das reações populares e da impossibilidade de derrotar Chávez nas urnas –, mas abrindo o caminho para uma guerra civil, ensejando uma intervenção estrangeira “humanitária” e colocando o país no curso dos seus interesses.


Foi assim que destruíram a Líbia e é assim que estão tentando destruir a Síria.

Não são os interesses dos trabalhadores venezuelanos. É uma tentativa que atinge em cheio a América do Sul, toda a América Latina, ainda mais depois que o governador da província do Chaco na Argentina e o presidente Piñeda, Chile, escancaram o sul dessa parte do mundo a Washington e o que Washington representa.

As eleições na Venezuela serão em outubro, Chávez é o favorito, o país cresceu ano passado mais de 5%, índice surpreendente e a perspectiva é de um crescimento maior ainda neste ano.


Os resultados não interessam às elites que querem um crescimento em seus negócios e não participação popular no processo político. Lá, como aqui, elites entendem que democracia é fazer eleições dirigidas pela mídia facciosa, podre e marqueteiros capazes de vender ilusões. Quando se rompe esse esquema partem para o golpe.

Não tem escrúpulos em jogar o país no precipício de uma guerra se entenderem ser necessário, tampouco de aceitar a intervenção estrangeira. Já nascem colonizados.

Nesse diapasão, na desintegração da União Européia, o povo grego, valente e determinado, vai às urnas de novo. Não aceita as imposições do governo de Ângela Merkel, vocação frustrada de Hitler e da “superioridade germânica”, agora com um obstáculo, pelo menos no início, o francês François Hollande. Hollande quer renegociar o pacto fiscal, não aceita medidas restritivas. Sabe onde pega o chicote de Merkel e percebe seu país rumo a uma crise semelhante a que afeta a Grécia, a Espanha, a Itália e Portugal e começa a desintegrar o tal Reino Unido, principal colônia do complexo ISRAEL/EUA agora sob nova denominação – ISRAEL/EUA TERRORISMO HUMANITÁRIO E DEMOCRÁTICO S/A.

Gosto de demitir pessoas”. É uma afirmação de Milt Romney, adversário de Barack Obama na disputa pela presidência dos EUA. O republicano é um empresário especialista em “recuperar empresas” e isso sempre significa demissões, pois empresas são uma aberração própria da aberração maior, o capitalismo. A recuperação via de regra é com dinheiro público, como foi o caso da General Motors no início do governo Obama.

Pior, cegos por elevado consumo de hambúrguer especiais da rede McDonald’s, na crença que fora do basquete e do beisebol não existe saída, as pesquisas mostram que há um empate técnico entre os dois candidatos. Isso talvez porque saibam que ninguém muda nada, quem governa são outros.

Breve um massacre qualquer em qualquer parte, é a alternativa que os norte-americanos sempre encontram, ainda mais agora, que a guerra se escancarou como grande negócio e é gerida por empresas privadas.

Fora isso uma tonta, Soninha Francine, do PPS, partido de Roberto Freire, um esperto, mas nem por isso isento de faniquitos como o que deu com o boato de “louvado seja Lula” e a moça que considera o Nordeste e os nordestinos como peso para o Brasil, ou “indignos” do Brasil.

Os muitos anos de tucanato em São Paulo geraram figuras assim. Sem percepção da realidade achando que São Paulo é a Paris da América do Sul, ou a New York sei lá. Quem passa o domingo mergulhado em shopping não tem a menor noção da realidade e se bobear acaba acreditando que existe um tantinho assim, um cadinho de verdade em VEJA. Ou que pizza tem que ter toneladas de catchup com dez tomates para ser mais autêntico. Pior elege Roberto Freire deputado.

Aí acaba falando esse monte de besteira. Não é culpa do paulista, é o efeito PSDB/DASLU/FIESP. Fábrica de Boris Casoy.

O presidente da FIESP foi candidato a governador pelo Partido Socialista, precisa mais?


Fica a lição da professora Cremilda Fernandes. Não há saída fora das ruas e o desafio é despertar os trabalhadores para a luta que certamente não terá gente como Vacarezza em seu meio. Nem Cabral, mas nem Garotinho. E tampouco o festival de “patriotismo” dos torturadores, mas o esculacho que os estudantes promovem para identificar essas figuras repulsivas. Esse sim.

O general Leônidas Gonçalves, ministro do Exército escolhido por Tancredo em comum acordo com o general Ernesto Geisel (Tancredo e Geisel eram amigos próximos e o ex-presidente apoiou abertamente a indicação de Tancredo para a presidência, como incentivou o racha na antiga ARENA/PDS e depois PFL), foi o responsável pelo penúltimo golpe branco no Brasil (o último foi a reeleição comprada de FHC).

Na impossibilidade da posse de Tancredo e diante do estado de saúde do então eleito presidente, comunicou que os militares não aceitariam a posse de Ulisses Guimarães como presidente e a convocação de novas eleições como determinava o texto constitucional. Sarney, um oportunista, era mais fácil de controlar, aliás Ulisses não seria controlado, não era de sua natureza, nem do seu caráter de homem íntegro. Para evitar que os militares permanecessem no governo Ulisses aceitou a solução e Sarney virou presidente. Agora o general investe contra a Comissão da Verdade. Tem sentido.

domingo, 6 de maio de 2012

CACHOEIRA, MUSAS, VEJA E AS USINAS

05/05/2012 - Laerte Braga
originalmente publicado no blog Juntos Somos Fortes


Carlos Cachoeira é um dos “cavalheiros” da Távola Redonda do capitalismo e daí?

O resto?


O próprio jornal O GLOBO – parte de qualquer esquema de corrupção que existir aqui e além mar – afirma que a Norberto Odebrecht deve “herdar” as obras da DELTA e isso seria um alívio” para todo mundo.

Todo mundo quem?


Como é que funciona esse trem de “herdar” obras, o que vai rolar por baixo dos panos na transação DELTA/Odebrecht?

A DELTA vai entregar as obras assim sem mais nem menos? Vai ser vendida, como vem sendo dito, ou essa venda é aquela conversa de “sujou para você, finge que sai para acalmar a turba e depois a gente volta com tudo, fique tranqüilo garantimos o seu?”.

Será que tem quem acredite que a Odebrecht usa esquemas diferentes dos usados por Cachoeira?

Não, claro que não usa.

A diferença é de padrão de qualidade na bandidagem. Só isso.

Eficiência no quesito corrupção.



O mesmo O GLOBO publica entrevista, edição de sábado, dia 5 de maio, com Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira, em que a dita afirma ter sido convidada pela revista PLAYBOY para posar nua e recusou. Todas as CPMIs de maior impacto na opinião pública tiveram esse esquema posto em prática para desviar o foco do principal, a escolha da tal musa da CPMI.

Foi assim com a secretária de Marcus Valério, que depois virou candidata a deputada e perdeu. Se CPMI ou não, mas com a mesma dimensão, aquela que rifou um presidente da Câmara – Severino (?) - figura tão ridícula que nem dá para lembrar o sobrenome. Exigia propina dos concessionários de restaurantes na tal “representação popular.” A revista à época andou atrás da mulher do dono do restaurante e antes que ela dissesse não o marido deu o aval. Medo de perder a concessão.


Putz! O GLOBO está impossível com medo de cachoeiras maiores. 

Na coluna PANORAMA POLÍTICO, sábado, cinco de maio, está lá que o presidente nacional do PSDB e o líder do partido na Câmara, respectivamente o senador Sérgio Guerra e o deputado Bruno Araújo, pediram ao deputado Carlos Leréia de Goiás, que se licenciasse do partido por conta de suas ligações com Carlos Cachoeira.

Resposta do deputado:

Peraí. Deixa eu ver. Vocês querem se livrar de mim porque sou amigo do Cachoeira há trinta anos. E o deputado Eduardo Azeredo que é réu na Justiça? E o (senador) Cicero Lucena que foi preso? E vocês querem expulsar a mim?”.

O deputado Leréia poderia ter citado o ex-governador José Serra, o senador Aécio Neves, todos dois com “ligações” com Cachoeira.

Aécio se esqueceu que nasceu em Minas Gerais (alias, se solto na capital assim, no centro, só chega a um destino de táxi; do contrário não sabe onde está) e disse que nomeou a prima de Cachoeira para um determinado cargo em seu governo “pelas qualificações” da moça.

Essa história toda de Cachoeira tem conexão com o então governador de Brasília José Roberto Arruda, vem de lá também, um punhado de negócios de peso em Brasília, passa pelo Caixa 2 do PSDB e da campanha presidencial de José Serra (Cachoeira e os demais “cavalheiros” da Távola Redonda da corrupção do capitalismo), aporta na prefeitura de São Paulo, no governo do estado, em Minas nos desvarios de Aécio – o estado está falido e Anastasia foi festejar seu aniversário de 51 anos na Itália – se espraia pelo Rio de Janeiro de Sérgio Cabral e no fim de tudo o paladino da moral e dos bons costumes é Anthony Garotinho, bandido de quatro costados, isso em falar em Paulo Hartung, o dileto de Cachoeira no Espírito Santo.

VEJA fica fora a despeito das conversas gravadas – legalmente – que indicam as ligações da revista com Cachoeira através do seu diretor Policarpo Júnior. Matérias com denúncias inventadas para fortalecer o esquema do empresário. Pelo menos até agora os integrantes da CPMI não convocaram o dito cujo.

A capa da última edição começa a bombardear Cachoeira e Demóstenes. Ou um grande acordo por baixo dos panos, ou chumbo trocado não machuca, ou o poder de chantagem da revista sobre o empresário e o senador é maior do que um e outro supunham.

O que é mais provável, já que a mídia de mercado vem como um touro desembestado chifrando tudo que vê pela frente na defesa da intocabilidade de determinados bandidos, os próprios.

Essa é uma parte da história da semana. Há outra, tétrica. Ver aqui:

http://www.seculodiario.com.br/exibir_not.asp?id=64312


As denúncias sobre o uso de usinas de açúcar em Minas e no Rio para a queima de corpos de presos políticos durante o período da ditadura militar e a cândida declaração do coronel Brilhante “Pústula” que “nunca matei ninguém”, tentando desmentir a conversa que o delegado Sérgio Paranhos Fleury foi assassinado pelos próprios aliados, no interesse da segurança da repressão (complicado, mas é, segurança da repressão) e dos “negócios”, óbvio, já que a ditadura militar foi um movimento concebido em Washington e adjacências, com o fito – ainda existe essa palavra? – de manter intocados os “negócios”.

É difícil imaginar uma cachoeira sendo “queimada” numa usina de açúcar em Minas, ou no Rio de Janeiro. Os tempos são outros, a turma voltou para os porões e paira uma farsa democrática sobre o País. A despeito dos banqueiros, latifundiários, da FIESP/DASLU, das polícias militares, mas paira.

Os “negócios” não.
Esses são os mesmos.
A guerra entre os “negociantes” é canibalesca.
Terminado o festim, os ossos aos cães.


Vamos a um exemplo.
No Estado do Espírito Santo o engenheiro Lauro Koehler desenvolveu o projeto CAMINHOS DO CAMPO destinado a permitir a construção de estradas vicinais a um custo reduzido, beneficiando ponderável parcela da população do estado. Projeto liso, limpo e pronto. Por volta de 2005 o governador era Paulo Hartung e o secretário da Agricultura, o atual senador Ricardo Ferraço, PMDB, então PSDB (foi tesoureiro de campanha).


Senador Ricardo Ferraço

O projeto foi executado em algumas áreas do estado a partir da Secretaria da Agricultura e o custo era de 600 mil reais, então, para cada estrada se observado o projeto do engenheiro Koehler. Esse custo cobria cinco quilômetros. Segundo o senador e “tocador” do projeto a DELTA fez treze estradas ao custo de 33 milhões, logo dois milhões e trezentos mil por estrada. Quase quatro vezes mais o custo previsto no projeto CAMINHOS DO CAMPO. O golpe do material de segunda, custo mais baixo, propina mais larga, lucro maior. O engenheiro aqui citado não tem nada a ver com o secretario Ferraço, hoje senador, pelo menos “até prova em contrário”.

Várias outras foram executadas por empresas diversas e isso é realidade no País inteiro. Com um detalhe, o senador Ferraço é integrante da CPMI do Cachoeira. Como é que fica? Bandido apurando fatos criminosos de outro bandido, de um parceiro?

No duro mesmo todo esse rolo tem um nome só, capitalismo. O modelo da “competitividade”, da “eficiência” e vai por aí afora.


Os telejornais das tevês brasileiras não mostraram uma única imagem dos imensos protestos de primeiro de maio dos trabalhadores nos Estados Unidos e a retomada do movimento Occupy Wall Street.

Não dão tiro no pé, como agora a mídia de mercado como um todo, no caso Carlos Cachoeira.

O azar de Cachoeira é não ter sangue azul como Odebrecht, ou Andrade Gutierrez, ou Queiroz Galvão. Vai sair chamuscado, pegar um tempo de cadeia (se não aparecer nenhum Gilmar Mendes no meio do caminho), mas garantir uma aposentadoria tranquila e quem sabe uma volta aos “negócios” por baixo dos panos?

A usina em qualquer versão, cinemascope ou preto e branco, é sempre o capitalismo. O que varia é a forma da barbárie.

Uns são animalescos, caso de Brilhante "Pústula", outros se assentam civilizadamente à volta de u’a mesa redonda.

Não são nem cavaleiros e nem “cavalheiros”.


Artigo semanal para o Juntos somos Fortes, editado pela Rede castorphoto, postado pelo autor

domingo, 29 de abril de 2012

A QUEM INTERESSAM OS CONFLITOS NA AMÉRICA DO SUL?

28/04/2012 - Laerte Braga (*)
Original no blog Juntos Somos Fortes



A história real dos países latino-americanos, especialmente os sul-americanos é contada em regime de conta gotas, uma forma de fugir do oficialismo e do ufanismo que historicamente as elites buscam vender desde os bancos escolares.

E há uma explicação simples para isso. As elites econômicas (cidade e campo) da América do Sul não têm uma identidade nacional, mas reportam-se aos modelos europeu e norte-americano, vale dizer, cingem-se às normas do capitalismo internacional.


É comum, por exemplo, contar os feitos heróicos de brasileiros na guerra contra o Paraguai a pintar Solano Lopez como um ditador sem entranhas.

A realidade só é encontrada em publicações independentes que mostram que o País entrou em guerra com o Paraguai a soldo da Inglaterra – da qual estava afastada, mas o dinheiro fala mais alto – e porque o Paraguai de Solano Lopez afetava os negócios dos britânicos. O governante paraguaio implementava um programa de reforma agrária, concorria com as indústrias têxteis dos britânicos e afetava os negócios” do mate. Fomos apenas o instrumento do poder imperial da Grã Bretanha. Não houve patriotismo algum no confronto.

Para registro, os Estados Unidos, à época, já buscando hegemonia junto ao império britânico se opôs ao Brasil e a seus aliados.

Os governos e forças armadas comprados pelos ingleses.


As Ilhas Malvinas, território argentino, até hoje são mantidas sob controle militar do falido império de sua majestade Elizabeth II e num flagrante desrespeito às leis internacionais, mantêm na região submarinos com armas nucleares, aí já noutra conjuntura, a que envolve os Estados Unidos, antiga colônia britânica e hoje proprietário do outrora império “onde o sol não se põe”.

Quando Nixon disse que o Brasil arrastaria a América Latina para onde se inclinasse, estava levando em conta o nível de desenvolvimento de nosso País, seu tamanho continental e justificando o apoio de seu governo à ditadura militar que encharcou de sangue o território nacional e preserva até hoje intocada em boa parte a barbárie militar.

A exceção do movimento tenentista, que mesmo assim se dissolveu em boa parte absorvido pela ditadura Vargas, nossas forças armadas são forças auxiliares do poder maior, sem identidade, e de uma polícia maior e melhor qualificada da grande potência de hoje. Estamos no Haiti sem saber por quê, em vias de irmos à Síria para fazer não sei o quê e mantendo um fragata na frota de “paz” nas proximidades do estreito de Ormuz para garantir os interesses das companhias que transformaram os EUA em conglomerado terrorista ao lado de Israel.

Máquina de guerra
O governo de Lula não privatizou setores essenciais, mas abriu as portas do País ao nazi/sionismo no tal tratado bi-lateral de livre comércio com Israel. São os donos dos setores estratégicos dos Brasil. Governos como o do presidente Chávez, ou do presidente Evo Morales, do presidente Rafael Corrêa, de Cristina Kirchner, de Daniel Ortega não interessam ao grande irmão. Promovem a reforma agrária, o fim do analfabetismo, estabelecem políticas públicas de participação popular, constroem habitações de qualidade para as pessoas, democratizam as relações do Estado com o cidadão, a despeito de uma ou outra limitação. Abrem caminhos para uma revolução popular a partir da consciência política.

Cuba desafia os EUA desde 1959 e se mantém heroicamente a despeito de todas as tentativas golpistas e do bloqueio imposto pelo conglomerado ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A.

A Colômbia no entanto é o caso mais grave.

Em guerra civil há anos o país está mergulhado num regime de terror e barbárie e é hoje o maior produtor de cocaína do mundo – o governo não tem interesse na paz, a guerra favorece os grupos produtores da droga e o presidente, todos são meros quadrilheiros ao lado de militares e latifundiários, os chefes dos grandes cartéis. No país são frequentes os assassinatos de lideranças de oposição, sindicalistas, camponeses, há mais de 10 mil presos políticos e milhares de assessores militares norte-americanos, que controlam polícias, forças armadas e governo, além dos grupos paramilitares formados por latifundiários e pistoleiros de grandes conglomerados, os principais controladores da produção e distribuição de droga.

O próprio jornal brasileiro (brasileiro?) O GLOBO, noticiou que o traficante Fernandinho Beira-Mar havia sido preso com as FARC-EP, para anos depois num canto de página admitir que Beira-Mar foi entregue pelos paramilitares numa tentativa de minimizar os conflitos com o Brasil em torno do bandido.

A ex-senadora Ingrid Betancourt, prisioneira de guerra durante anos das FARC-EP, quando liberada estava em perfeita integração com a guerrilha, tinha um filho com um líder guerrilheiro, filho que abandonou – fato denunciado por sua secretária – e foi tentar o prêmio Nobel da Paz patrocinada por uma indústria de cosméticos para mostrar que os anos na selva não a envelheceram.

É a história vendida pela mídia de mercado, fabricada na sociedade do espetáculo, com o objetivo de transformar o ser humano em zumbi diante de um projeto de poder que é mundial. Ao perceber que um controle como o que exercem na Colômbia – até porque o tráfico de drogas paga os custos da guerra e com sobras, já que a guerra hoje é privatizada, empresas cuidam do “negócio”, não seria possível no Brasil, os norte-americanos criaram o chamado PLANO GRANDE COLÔMBIA, que inclui parte do Brasil, a Amazônia, enquanto tentam, através de um governador provincial na Argentina, a instalação de uma base militar para controle total da América do Sul.


Na piedosa prece que Obama faz todos os dias a morte de Chávez é um pedido que a mídia dos EUA não esconde.

A Colômbia hoje é sócia do Brasil no antigo projeto SIVAM – monitoramento aéreo da Amazônia –, ao lado dos EUA e aviões de fabricação brasileira, mas capital e tecnologia norte-americanos (ao privatizar a EMBRAER FHC abriu mão de dispormos de tecnologia nossa no campo). Detêm informações estratégicas sobre nosso País, inclusive e principalmente sobre nossas reservas minerais estratégicas, caso do nióbio.

Marchamos para deixarmos de ser uma nação e caminhamos celeremente para o formato conglomerado da chamada nova ordem econômica, criada com o fim da União Soviética. Lula inventou - frase do secretário geral do PCB Ivan Pinheiro, “o capitalismo a brasileira".

Só que os donos são os norte-americanos e grupos sionistas (controlam a indústria bélica brasileira). Como leite em pó instantâneo estamos nos dissolvendo na obsessão da guerra cambial que custou o poder a Kadafi.

Um estudo das Nações Unidas feito na década de 70 mostra que a América do Sul é uma futura área de conflitos. Não são conflitos provocados pelos povos sul americanos, mas pelos interesses de elites políticas, econômicas do campo e da cidade que controlam o País sem que o governo reaja, pelo contrário, se deixa levar pela crença de potência de ilusão. Estamos sendo engolidos, tragados nessa voracidade falida do capitalismo, mas montado em milhares de ogivas nucleares.


Um Eike Batista, um Daniel Dantas, um FHC, um Serra, um Alckmin, um Aécio (já apareceu uma prima de Cachoeira nomeada pelo ex-governador do bafômetro ou corruptômetro) e os políticos que controlam, parte expressiva do Poder Judiciário, tudo isso nos transforma definitivamente numa república de bananas, onde um Brilhante Ulstra tortura, assassina e permanece impune e a mídia faz e fala o que bem entende. Um banqueiro de jogo de bicho faz tremer a república. Coloca na berlinda um governador corrupto como Sérgio Cabral e abre perspectiva para outro criminoso Anthony Garotinho, que chega em nome do “senhor.”

Que república?


Somos uma democracia consentida. O Código Florestal nos condena a sermos um futuro deserto e a reforma agrária vai para o brejo. Mas somos uma potência, só que de ilusão. Não há saída dentro do processo político vigente, dentro do jogo sujo das eleições financiadas por empresas privadas, por bancos e latifundiários. Ou vamos às ruas e viramos essa mesa para rearrumá-la segundo a vontade popular, que tem que ser despertada, está anestesiada pela mídia, ou vamos de fato virar apenas um departamento do PLANO GRANDE COLÔMBIA.


Esse é o desafio que as forças populares enfrentam. Os conflitos aqui interessam aos donos para que sejamos sempre o gado marcado que fala José Ramalho. Só isso, mais nada.

(*) Laerte Braga é jornalista e reside em Juiz de Fora. Colabora no blog Juntos Somos Fortes

segunda-feira, 19 de março de 2012

UM MOMENTO DE DECISÃO

sábado, 17 de março de 2012 - Laerte Braga - blog Juntos Somos Fortes

O que os militares dessa geração pós golpe 1964 precisam enxergar é que não há revanchismo nos trabalhos da Comissão da Verdade, nas denúncias de tortura, assassinatos e nas várias ações para que a História de um período brutal seja conhecida por todos os brasileiros. Houve um golpe de estado em 1964, foi organizado e comandado por potência estrangeira através de dois agentes, o embaixador Lincoln Gordon e o general Vernon Walthers, contra um governo legítimo, dentro de um processo maior, a guerra-fria. A máxima de Nixon “para onde se inclinar o Brasil se inclinará a América Latina” foi dita anos depois, mas não passou de uma constatação da realidade daquela época. E tanto é assim que golpes semelhantes foram desfechados em países desta parte do mundo, alguns, com níveis de estupidez absolutos. Caso da Argentina e do Chile.


Emb. Lincoln Gordon

Gen. Vernon Walthers 

A ação dos governos gerados pelos golpes foi de caça pura e simples dos adversários, inclusive e grande número de militares comprometidos com o seu país. A forma de agir em momento algum fugiu do comando externo. O que foi a Operação Condor? Uma aliança de governos golpistas do chamado Cone Sul para promover

Letelier

 o assassinato de líderes oposicionistas exilados em qualquer parte do mundo. Orlando Letelier, ex-chanceler do governo de Salvador Allende, foi morto em New York, onde ocupava um cargo de funcionário nas Nações Unidas.

Os chamados projetos nacionais, ou seja, de busca do crescimento econômico para esses países circunscreveram-se ao permitido por Washington e às políticas de dominação impostas pelos EUA. Nada além disso.

No breve momento que o Brasil virou exportador de armas, por exemplo, a ENGESA, estatal que produzia artefatos bélicos de alta qualidade, foi sufocada violentamente pelo governo dos EUA, inclusive com seqüestro em alto mar de navios brasileiros que levavam seus produtos para compradores no Oriente Médio.

Em linhas gerais não mudou essa característica nos últimos anos, com alguns intervalos no governo Lula. O Brasil não conseguiu ainda sair da rede tecida durante os oito anos de governo de Fernando Henrique Cardoso e nosso crescimento econômico, ou nossa condição de potência emergente, não é capaz de produzir um carro nacional. Somos dependentes em tudo e por quase tudo de tecnologias estrangeiras e gradativamente, mas de forma acelerada, vamos voltando à condição de exportadores de matérias primas.

Ou seja, andando para trás, por maiores que sejam os números do PIB.

Num mundo unipolar, onde o controle se exerce a partir de um complexo militar/terrorista ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A, gerido por bancos, grandes conglomerados e latifúndio, não percebemos que estamos sendo engolidos pelas beiradas e na prática somos potência de ocasião até que caia a ficha e tenhamos que refazer um caminho que já poderia ter sido feito desde muito.

Forças armadas existem para a garantia da soberania nacional, da integridade do território nacional e para isso devem estar preparadas e equipadas. Não duvido da capacidade dos nossos militares, mas num eventual conflito hoje, só para citar, iríamos de mosquetão, contra inimigos com bombas de alto poder destrutivo.

Ignorar essa realidade é desconhecer o tamanho do buraco aberto pelos golpes militares, pelos governos inconseqüentes de Sarney e Collor e pela trama consciente e traidora de Fernando Henrique Cardoso e tucanos no todo. A primeira atitude de Collor, depois de confiscar o dinheiro dos brasileiros, foi fechar o buraco da Serra do Cachimbo, sinalizando aos EUA que estava cumprindo rigorosamente o que fora acordado com intermediação da GLOBO.

Cel. Brilhante Ulstra

Cel. Curió














Deixar de lado as atrocidades cometidas por militares como Curió (ficou milionário achacando garimpeiros em Serra Pelada), Brilhante Ulstra e outros tantos é macular a história das forças armadas brasileiras e transformá-las, hoje, em cúmplices de um tempo sombrio, cruel e anti-nacional.

Puro espírito de corpo sem sentido e sem razão de ser, pois acaba sendo mancha. Inserir as forças armadas no processo de construção democrática e popular do Brasil, isso sim, dá um desenho claro das obrigações de garantir a soberania nacional e a integridade de nosso território.

As privatizações da VALE e da EMBRAER, para ficar em duas, foram dois crimes de lesa pátria sem tamanho. A constituição de 1946, feita por liberais em sua maioria, garantiu ao Brasil a posse do seu subsolo. Hoje sequer somos proprietários do solo que começa a ser comprado em várias regiões brasileiras por grupos estrangeiros.

Ou seja, reiterando, somos uma potência de ocasião, um entreposto do grande capital internacional.

Esse papo de Eike Batista como um dos mais ricos do mundo não exclui a participação estrangeira nos seus negócios e ser mais do rico mundo, ou um dos, não significa progresso que é algo que tem que ser comum a todos e não privilégio de alguns.

Ou os militares da nova geração entendem que os golpistas de 1964, notadamente os torturadores, os assassinos, os estupradores, são criminosos e praticaram crimes imprescritíveis – já denunciados por organizações internacionais -, ou essa mancha vai atravancar o cumprimento do real papel de uma força armada nacional.

 Têm que responder pelos seus crimes. Esses enxovalham inclusive as forças armadas através do falso patriotismo, aquele que Samuel Johnson chama de “último refúgio dos canalhas”. Foi a estupidez dita por um general num programa de televisão que “tortura existe em qualquer época, até hoje”.

O fato da tortura existir não significa que deixa de ser crime. Pelo contrário, se existe, tem que ser combatida. E boa parte da tortura que ainda resiste no Brasil é herança acumulada desde tempos do Brasil colônia, até os tempos da ditadura militar, exatamente por nunca ter sido punida, combatida de peito aberto e através de aparelhos que, numa democracia, no chamado estado de direito, não têm sentido, caso das polícias militares. Polícia é uma instituição civil.

Nesta semana a jornalista Hildegard Angel enviou uma carta a um ato de homenagem às vítimas da ditadura militar onde fala de justiça. Sua mãe Zuzu Angel foi morta pela ditadura ao buscar o paradeiro de seu filho Stuart Angel, também executado pela ditadura. O prestígio internacional de Zuzu e a mobilização que promovia, estavam incomodando e trazendo transtornos a um regime que usou o pretexto de restaurar “a ordem e a democracia”, para derrubar um governo legítimo.

Um documento comovente e repleto de sensatez.
Dilma Roussef dá sinais que começa acordar para a realidade de seu governo. Isola o partido dos pastores, sempre com os olhos ávidos – eles pastores – nos ministérios mais rentáveis para a “obra divina”, ou o loteamento que abriram no “paraíso”. É uma das ameaças mais graves e sérias que o País enfrenta e da qual apenas começa a se dar conta. O velho expediente de transformar a fé – direito de consciência de cada um e indiscutível e inalienável – em instrumento de político a partir das cúpulas.

A débâcle da Igreja Católica Apostólica Romana, no retrocesso dos papados de João Paulo II e agora de Bento XVI (estão sendo acusados de permitir lavagem de dinheiro criminoso no banco do Vaticano e cardeais disputam abertamente o botim), a perseguição implacável aos sobreviventes da Teologia da Libertação, escancara as portas para a venda de sprays que espantam o “capeta” e transformam legiões de incautos ludibriados em sua boa fé em eleitores cegos e conduzidos qual manada de cordeiros.

The silence of the lambs. O sangue que escorre é o do trabalhador.

Ou Dilma encurrala os bandidos na beira do despenhadeiro ou 2014 será o ano da tragédia prevista para 2012, pelo menos no Brasil, com as alianças espúrias capazes de levar qualquer Aécio Neves ao poder, seja ele José Serra ou Geraldo Alckimin e busca traduzir o seu governo em luta popular, como deveria ter feito desde o primeiro momento, a sua história sinaliza isso. Um retrocesso significa passar a escritura definitiva do Brasil e incorporá-lo ao complexo militar e terrorista que controla o que chamam de “globalização”.

FHC e dois outros ex-presidentes latino-americanos foram à Venezuela a convite de um “banco privado”, para aconselhar o candidato de oposição a Chávez. As eleições de outubro naquele país são o alvo preferencial do complexo terrorista e militar em se tratando de América Latina.

A mídia de mercado faz sua parte, vai manipulando as notícias sobre o estado de saúde de Chávez, da mesma forma que o faz em relação à Síria e ignora o prenúncio de uma crise entre Israel e o Egito, reflexo da vontade popular dos egípcios manifesta em eleições livres e democráticas.

Democracia e capitalismo são incompatíveis. Como água e óleo. Não se misturam, exceto como farsa.

Um acordo de Obama com Israel vai deixar o ataque ao Irã para depois das eleições nos EUA, em novembro. A posição da Rússia e da China contrárias as sanções maiores

Romney

Santorum

 ao Irã, logo, contra esse tipo de ação militar, além do desconhecimento da real capacidade de defesa daquele país, recomendam cautela, caldo de galinha e prudência. Um desastre militar antes das eleições seria o caos para o presidente em seu projeto de reeleição. E ainda mais se levarmos em conta que seus adversários – Rick Santorum e Milt Romney – estão criticando a saída das tropas “humanitárias” do Iraque e do Afeganistão. Destruíram, não alcançaram a totalidade de seus objetivos, mas na Líbia e no Iraque ficaram com o petróleo.

A filha do senador John McCain, um dos arquitetos do golpe militar em Honduras, disse em seu blog que se seu pai tivesse sido eleito presidente ela seria a primeira filha “mais doida de todos os tempos”. Megham McCain afirma taxativamente que com o pai a situação no Iraque e no Afeganistão seria outra.

Em Itaguaçu, Espírito Santo, feudo de companhias como a ARACRUZ, a VALE, a CST e outras, uma estrada vicinal aumenta de custo várias vezes a inflação somada de três anos. Passa de 600 mil reais o quilômetro, para 2,3 milhões e vereadores, prefeito e a mídia local, se irritam com denúncias de irregularidades.

O latifúndio agradece.
Nos EUA um grupo de cidadãos ainda não afetados pelo vírus da mediocridade que domina boa parte da população (aquela que limpa boca depois de um sanduíche do McDonald’s com as costas da mão), inicia uma campanha contra a MONSANTO. A empresa é uma das responsáveis pelo veneno de cada dia em nossas mesas, o transgênico com molho de agrotóxicos. Querem produtos orgânicos.

Para fechar, nesta semana, nenhum tresloucado invadiu alguma escola nos EUA e disparou contra professores e colegas. O alerta deve aumentar, significa que breve outra loucura desse gênero vai acontecer, embora em território afegão um ataque de nervos – versão oficial – levou um soldado do Tio Sam a matar civis indefesos.

Brad Manning, acusado de vazar documentos secretos divulgados pelo site Wikileaks continua preso em condições desumanas, denunciam organizações internacionais dos direitos humanos. É a tática de fazer servir de exemplo para dissuadir a outros de feitos dessa natureza. Mostrar a podridão.

A STRATFOR, companhia privada de inteligência, com sede no Texas, contrata jornalistas para veicular a “verdade” do grande espetáculo de Hollywood por todo o mundo. No Brasil é desnecessário dizer quais, até Hilary Clinton, a possessa, tem um preferido.

No fundo é tudo culpa do Irã ou dos palestinos. O governo de Israel é de santos, ou de profetas enviados por Jeová. Por via das dúvidas, com um vasto arsenal nuclear. Deve ser por isso, parceria, que Edir Macedo montou umas igrejas por lá. O próprio povo judeu começa a acordar da insânia de seus governantes.