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sábado, 16 de outubro de 2010
José de Abreu, ou @zebigorna, na Twitcam
Vínhamos empolgados da Culturata, o ato público que mobilizou a militância dilmista do Rio de Janeiro na noite desta sexta, portanto loucos para postar vídeos, relatos etc. Mas, coisas da internet e sua lógica de informação instantânea, em tempo real, milhares, milhões no Twitter, no Facebook e em outras redes só falavam da Twitcam aberta por cerca de duas horas pelo ator José de Abreu, usando o nome de "zebigorna". Prioridade para o @zebigorna então!
O tema era, óbvio, a sucessão presidencial, e, falando de um hotel no Chile, Zé de Abreu defendeu durante horas a candidatura da Dilma, atacando sem dó nem piedade o José Serra. Militantes bem nervosos do PSDB entraram para comentar, mas @zebigorna manteve a serenidade - com alguns momentos de "bem humorada" explosão - e rebateu um a um os ataques. Felipe Neto, queridinho de milhões de jovens brasileiros no Twitter e no You Tube, "agradeceu" o ator por rapidamente ter se transformado "no maior destruidor de trolls da Internet". Na linguagem da internet, "troll" é o provocador que se dedica a irritar debatedores em fóruns.
Em um dos melhores momentos da noite, José de Abreu, que atingiu quase 10.100 visualizações, desconstruiu a imagem de bom moço do ex-governador Serra (que segundo seus marqueteiros é "do bem") ao contar aos mais jovens que o tucano levou nota 3,7 do Diap - Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar - por sua atuação contra os interesses dos trabalhadores na última Assembléia Constituinte (1987-88). "Você que já foi passear pelo Brasil várias vezes nas férias do seu pai saiba que o Serra votou contra o abono de 1/3 nas férias e contra a jornada de 40 horas", fulminou o @zebigorna. Abreu prometeu montar uma banca no Largo da Carioca, centro do Rio, para passar várias horas falando mal de Serra.
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sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Serra: mal-estar na academia
Por Saul Leblon, jornalista, colaborador de Carta Maior
"Nunca imaginei que o Serra pudesse reunir em torno de sua candidatura tantas forças reacionárias"
(Ricardo Carneiro, economista e professor da Unicamp)
O tucano José Serra tem amigos na academia. Tem - ou pelo menos tinha - eleitores entre economistas desenvolvimentistas que o consideram 'afinado' com essa agenda. Seu trunfo era a propalada disposição de 'enquadrar o Banco Central', cujas taxas de juros, de fato exorbitantes, são alvo de um consenso crítico que interliga acadêmicos de diferentes cepas partidárias, inclusive petistas. O professor Ricardo Carneiro é um desses críticos, à esquerda. Dilma, é sabido, opõe-se igualmente à condução da política monetária, mas por razões de coesão governamental prefere atuar internamente.
A professora Maria da Conceição Tavares adiciona a esse recorte mais uma diferença entre os dois candidatos . Conceição classifica Serra como 'um desenvolvimentista de boca'. Seu vínculo com essa corrente do pensamento brasileiro, no entender da economista, seria de recorte conservador. Serra é um adversário das causas sociais; um inimigo assumido dos sindicatos. Isso torna suas concepções de desenvolvimento distintas daquelas abraçadas por Lula e Dilma, sobretudo no segundo mandato. Mas é, também, o que o faz o candidato preferido de círculos empresariais mais conservadores.
A ênfase na recomposição dos salários, como se sabe, e a disseminação dos programas sociais - que Serra e o PSDB desdenhavam até as eleições - tiveram papel central na resistência na sustentação do crescimento brasileiro na crise mundial. O salário mínimo no governo Lula acumulou um reajuste real, acima da inflação, superior a 72%. Os ganhos reais dos salários este ano ultrapassam em até 5% o INPC. Graças a investimentos que agregam ganhos crescentes de produtividade à indústria, os salários no Brasil tem avançado sistematicamente sem gerar tensões de custos. A obtusidade de sua visão social - aliada ao menosprezo ideológico pelos impactos econômicos dessas políticas - levou o 'eficiente gestor' José Serra a cometer um escandaloso erro de avaliação no início da crise, quando pontificou previsões apocalípticas para o país, ao contrário do que fez o Presidente da República.
Mas se alguns continuam a apostar na proficiência do gestor tucano dentro da academia, avulta nos últimos dias um mal-estar crescente provocado pelos indícios sucessivos de que a candidatura Serra foi empalmada, com aquiescência do candidato, pelo que há de mais obscurantista e reacionário na sociedade brasileira.
A manifestação do economista Ricardo Carneiro, professor da Unicamp, onde Serra tem amigos, é uma tradução política, - "estritamente política, não pessoal", observa o professor a Carta Maior - desse mal-estar latejante, que já rompeu a fronteira das manifestações de corredor.
Seus antecedentes são conhecidos. No dia 14 de setembro, o jornal o Estado de São Paulo publicou reportagem onde a esposa do candidato tucano, Monica Serra, pretendeu mudar o voto declarado de um evagélico em Dilma disparando a seguinte ameaça em tom de advertência: "Ela é a favor de matar as criancinhas!'. Dias depois, em reunião da cúpula do PSDB, em São Paulo, membros da TFP, Tradição, Família e Propriedade, circulavam com desenvoltura - "pega e passa!" - um manual de como denegrir a imagem de Dilma Rousseff com acusações habituais desfechadas por essa organização a qualquer referencia iluminista e progressista. A análise dos resultados do 1º turno evidenciou que as duas iniciativas não refletiam um ponto fora da curva, mas , sim, uma endogamia induziada e indigesta entre política conservadora, calúnia e regressividade religiosa. Cultuivada na superfície pela candidatura Marina - sem o ingrediente da calúnia -esse coquetel tornou-se o passaporte consciente de Serra para chegar ao 2º turno.
O que se assiste agora é a radicalização dessa sombra a demarcar claramente o campo da coalizão que impulsiona o ex-governador de SP em busca do voto do medo. Serra tem se esponjado alegremente nesse lamaçal de água benta falsificada e detritos históricos que ameaçam ressuscitar o que há de pior na política nacional. Os ataques ao Programa Nacional de Direitos Humanos que envergonham até tucanos históricos, como Paulo Sergio Pinheiro, consolidam seu nome como um assustador cavalo-de-Tróia de ressurgências que se revelaram brasa-dormida.
A gota d'água que talvez multiplique reações como a do professor Ricardo Carneiro foi a revelação recente de que uma das centrais de abastecimento dessa engrenagem é coordenada de Brasília por Nei Mohn, presidente da “Juventude Nazista” em 1968. Informante do Cenimar, Mohn tem uma ficha corrida que não deixa dúvida quanto à especialidade de seus serviços, entre eles atentados a bomba, na década de 80, mas, sobretudo, a falsificação de informações para denegrir a reputação de religiosos que denunciavam torturas, assassinatos e desaparecimentos.
Seu filho, o advogado Bruno Degrazia Mohn trabalha para um grande escritório de advocacia de Brasília contratado para prestar serviços a Daniel Dantas, cuja irmã foi sócia da filha de Serra em polemica empresa de serviços. O mesmo provedor que hospeda o site do candidato José Serra (Newssender/Locaweb Serviços de Internet S/A) está integrado à rede de boatos contra Dilma, coordenada pelo assustador braço do ex-agente da Ceimar.
Evidencias de que uma coalizão de direita e extrema-direita tomou de assalto a candidatura demotucana com o beneplácito de seus principais personagens, incluindo-se o candidato e a própria esposa, embaraçam amigos e conhecidos e explicam o mal-estar que tende a se espalhar na academia.
Sedimenta-se cada vez mais a percepção de que, no caso de Serra, mais uma vez, os fatos caminham à frente das idéias. Objetivamente, hoje, Serra é o estuário do que há de mais regressivo e ameaçador no leque de interesses econômicos e políticos da sociedade brasileira.
"Nunca imaginei que o Serra pudesse reunir em torno de sua candidatura tantas forças reacionárias"
(Ricardo Carneiro, economista e professor da Unicamp)
O tucano José Serra tem amigos na academia. Tem - ou pelo menos tinha - eleitores entre economistas desenvolvimentistas que o consideram 'afinado' com essa agenda. Seu trunfo era a propalada disposição de 'enquadrar o Banco Central', cujas taxas de juros, de fato exorbitantes, são alvo de um consenso crítico que interliga acadêmicos de diferentes cepas partidárias, inclusive petistas. O professor Ricardo Carneiro é um desses críticos, à esquerda. Dilma, é sabido, opõe-se igualmente à condução da política monetária, mas por razões de coesão governamental prefere atuar internamente.
A professora Maria da Conceição Tavares adiciona a esse recorte mais uma diferença entre os dois candidatos . Conceição classifica Serra como 'um desenvolvimentista de boca'. Seu vínculo com essa corrente do pensamento brasileiro, no entender da economista, seria de recorte conservador. Serra é um adversário das causas sociais; um inimigo assumido dos sindicatos. Isso torna suas concepções de desenvolvimento distintas daquelas abraçadas por Lula e Dilma, sobretudo no segundo mandato. Mas é, também, o que o faz o candidato preferido de círculos empresariais mais conservadores.
A ênfase na recomposição dos salários, como se sabe, e a disseminação dos programas sociais - que Serra e o PSDB desdenhavam até as eleições - tiveram papel central na resistência na sustentação do crescimento brasileiro na crise mundial. O salário mínimo no governo Lula acumulou um reajuste real, acima da inflação, superior a 72%. Os ganhos reais dos salários este ano ultrapassam em até 5% o INPC. Graças a investimentos que agregam ganhos crescentes de produtividade à indústria, os salários no Brasil tem avançado sistematicamente sem gerar tensões de custos. A obtusidade de sua visão social - aliada ao menosprezo ideológico pelos impactos econômicos dessas políticas - levou o 'eficiente gestor' José Serra a cometer um escandaloso erro de avaliação no início da crise, quando pontificou previsões apocalípticas para o país, ao contrário do que fez o Presidente da República.
Mas se alguns continuam a apostar na proficiência do gestor tucano dentro da academia, avulta nos últimos dias um mal-estar crescente provocado pelos indícios sucessivos de que a candidatura Serra foi empalmada, com aquiescência do candidato, pelo que há de mais obscurantista e reacionário na sociedade brasileira.
A manifestação do economista Ricardo Carneiro, professor da Unicamp, onde Serra tem amigos, é uma tradução política, - "estritamente política, não pessoal", observa o professor a Carta Maior - desse mal-estar latejante, que já rompeu a fronteira das manifestações de corredor.
Seus antecedentes são conhecidos. No dia 14 de setembro, o jornal o Estado de São Paulo publicou reportagem onde a esposa do candidato tucano, Monica Serra, pretendeu mudar o voto declarado de um evagélico em Dilma disparando a seguinte ameaça em tom de advertência: "Ela é a favor de matar as criancinhas!'. Dias depois, em reunião da cúpula do PSDB, em São Paulo, membros da TFP, Tradição, Família e Propriedade, circulavam com desenvoltura - "pega e passa!" - um manual de como denegrir a imagem de Dilma Rousseff com acusações habituais desfechadas por essa organização a qualquer referencia iluminista e progressista. A análise dos resultados do 1º turno evidenciou que as duas iniciativas não refletiam um ponto fora da curva, mas , sim, uma endogamia induziada e indigesta entre política conservadora, calúnia e regressividade religiosa. Cultuivada na superfície pela candidatura Marina - sem o ingrediente da calúnia -esse coquetel tornou-se o passaporte consciente de Serra para chegar ao 2º turno.
O que se assiste agora é a radicalização dessa sombra a demarcar claramente o campo da coalizão que impulsiona o ex-governador de SP em busca do voto do medo. Serra tem se esponjado alegremente nesse lamaçal de água benta falsificada e detritos históricos que ameaçam ressuscitar o que há de pior na política nacional. Os ataques ao Programa Nacional de Direitos Humanos que envergonham até tucanos históricos, como Paulo Sergio Pinheiro, consolidam seu nome como um assustador cavalo-de-Tróia de ressurgências que se revelaram brasa-dormida.
A gota d'água que talvez multiplique reações como a do professor Ricardo Carneiro foi a revelação recente de que uma das centrais de abastecimento dessa engrenagem é coordenada de Brasília por Nei Mohn, presidente da “Juventude Nazista” em 1968. Informante do Cenimar, Mohn tem uma ficha corrida que não deixa dúvida quanto à especialidade de seus serviços, entre eles atentados a bomba, na década de 80, mas, sobretudo, a falsificação de informações para denegrir a reputação de religiosos que denunciavam torturas, assassinatos e desaparecimentos.
Seu filho, o advogado Bruno Degrazia Mohn trabalha para um grande escritório de advocacia de Brasília contratado para prestar serviços a Daniel Dantas, cuja irmã foi sócia da filha de Serra em polemica empresa de serviços. O mesmo provedor que hospeda o site do candidato José Serra (Newssender/Locaweb Serviços de Internet S/A) está integrado à rede de boatos contra Dilma, coordenada pelo assustador braço do ex-agente da Ceimar.
Evidencias de que uma coalizão de direita e extrema-direita tomou de assalto a candidatura demotucana com o beneplácito de seus principais personagens, incluindo-se o candidato e a própria esposa, embaraçam amigos e conhecidos e explicam o mal-estar que tende a se espalhar na academia.
Sedimenta-se cada vez mais a percepção de que, no caso de Serra, mais uma vez, os fatos caminham à frente das idéias. Objetivamente, hoje, Serra é o estuário do que há de mais regressivo e ameaçador no leque de interesses econômicos e políticos da sociedade brasileira.
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Eles e elas votam em Dilma
Os vídeos acima foram gravados pela escritora e veterana da resistência à ditadura militar Marilia Guimarães, companheira do Movimento dos Internautas Progressistas do Rio de Janeiro. Nossos agradecimentos a Marília, que tem seu blog listado entre os favoritos do EDUCOM.
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quinta-feira, 14 de outubro de 2010
A Cultura reafirma apoio a Dilma
Nesta sexta, dia 15, a Cultura vai colocar o bloco na rua por Dilma presidente!
Participe do movimento. Vamos descer a avenida Rio Branco da Candelária à Lapa, apresentando as conquistas da Cultura no Governo Lula, dialogando com os cariocas e fluminenses e contando ao povo do Rio e do Brasil como é importante que continuem os programas do governo. Isso, só Dilma pode garantir!
Local: Candelária, sexta, (15/10), concentração às 17h.
“Para o Brasil seguir mudando”.
CULTURA ESTÁ COM DILMA 13! PARTICIPE DA CULTURATA E DIVULGUE!
Participe do movimento. Vamos descer a avenida Rio Branco da Candelária à Lapa, apresentando as conquistas da Cultura no Governo Lula, dialogando com os cariocas e fluminenses e contando ao povo do Rio e do Brasil como é importante que continuem os programas do governo. Isso, só Dilma pode garantir!
Local: Candelária, sexta, (15/10), concentração às 17h.
“Para o Brasil seguir mudando”.
CULTURA ESTÁ COM DILMA 13! PARTICIPE DA CULTURATA E DIVULGUE!
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Católicos e evangélicos declaram voto em Dilma Rousseff
169 líderes cristãos brasileiros declaram voto em Dilma e respondem a boatos maldosos espalhados pelos adversários da candidata
“Se nos calarmos, até as pedras gritarão!” (Lc 19, 40)
Manifesto de Cristãos e cristãs evangélicos/as e católicos/as em favor da vida e da vida em Abundância!
Somos homens e mulheres, ministros, ministras, agentes de pastoral, teólogos/as, padres, pastores e pastoras, intelectuais e militantes sociais, membros de diferentes Igrejas cristãs, movidos/as pela fidelidade à verdade, vimos a público declarar:
1. Nestes dias, circulam pela internet, pela imprensa e dentro de algumas de nossas igrejas, manifestações de líderes cristãos que, em nome da fé, pedem ao povo que não vote em Dilma Rousseff sob o pretexto de que ela seria favorável ao aborto, ao casamento gay e a outras medidas tidas como “contrárias à moral”.
A própria candidata negou a veracidade destas afirmações e, ao contrário, se reuniu com lideranças das Igrejas em um diálogo positivo e aberto. Apesar disso, estes boatos e mentiras continuam sendo espalhados. Diante destas posturas autoritárias e mentirosas, disfarçadas sob o uso da boa moral e da fé, nos sentimos obrigados a atualizar a palavra de Jesus, afirmando, agora, diante de todo o Brasil: “se nos calarmos, até as pedras gritarão!” (Lc 19, 40).
2. Não aceitamos que se use da fé para condenar alguma candidatura. Por isso, fazemos esta declaração como cristãos, ligando nossa fé à vida concreta, a partir de uma análise social e política da realidade e não apenas por motivos religiosos ou doutrinais. Em nome do nosso compromisso com o povo brasileiro, declaramos publicamente o nosso voto em Dilma Rousseff e as razões que nos levam a tomar esta atitude:
3. Consideramos que, para o projeto de um Brasil justo e igualitário, a eleição de Dilma para presidente da República representará um passo maior do que a eventualidade de uma vitória do Serra, que, segundo nossa análise, nos levaria a recuar em várias conquistas populares e efetivos ganhos sócio-culturais e econômicos que se destacam na melhoria de vida da população brasileira.
4. Consideramos que o direito à Vida seja a mais profunda e bela das manifestações das pessoas que acreditam em Deus, pois somos à sua Imagem e Semelhança. Portanto, defender a vida é oferecer condições de saúde, educação, moradia, terra, trabalho, lazer, cultura e dignidade para todas as pessoas, particularmente as que mais precisam. Por isso, um governo justo oferece sua opção preferencial às pessoas empobrecidas, injustiçadas, perseguidas e caluniadas, conforme a proclamação de Jesus na montanha (Cf. Mt 5, 1- 12).
5. Acreditamos que o projeto divino para este mundo foi anunciado através das palavras e ações de Jesus Cristo. Este projeto não se esgota em nenhum regime de governo e não se reduz apenas a uma melhor organização social e política da sociedade. Entretanto, quando oramos “venha o teu reino”, cremos que ele virá, não apenas de forma espiritualista e restrito aos corações, mas, principalmente na transformação das estruturas sociais e políticas deste mundo.
6. Sabemos que as grandes transformações da sociedade se darão principalmente através das conquistas sociais, políticas e ecológicas, feitas pelo povo organizado e não apenas pelo beneplácito de um governante mais aberto/a ou mais sensível ao povo. Temos críticas a alguns aspectos e algumas políticas do governo atual que Dilma promete continuar. Motivo do voto alternativo de muitos companheiros e companheiras Entretanto, por experiência, constatamos: não é a mesma coisa ter no governo uma pessoa que respeite os movimentos populares e dialogue com os segmentos mais pobres da sociedade, ou ter alguém que, diante de uma manifestação popular, mande a polícia reprimir. Neste sentido, tanto no governo federal, como nos estados, as gestões tucanas têm se caracterizado sempre pela arrogância do seu apego às políticas neoliberais e pela insensibilidade para com as grandes questões sociais do povo mais empobrecido.
7. Sabemos de pessoas que se dizem religiosas, e que cometem atrocidades contra crianças, por isso, ter um candidato religioso não é necessariamente parâmetro para se ter um governante justo, por isso, não nos interessa se tal candidato/a é religioso ou não. Como Jesus, cremos que o importante não é tanto dizer “Senhor, Senhor”, mas realizar a vontade de Deus, ou seja, o projeto divino. Esperamos que Dilma continue a feliz política externa do presidente Lula, principalmente no projeto da nossa fundamental integração com os países irmãos da América Latina e na solidariedade aos países africanos, com os quais o Brasil tem uma grande dívida moral e uma longa história em comum. A integração com os movimentos populares emergentes em vários países do continente nos levará a caminharmos para novos e decisivos passos de justiça, igualdade social e cuidado com a natureza, em todas as suas dimensões. Entendemos que um país com sustentabilidade e desenvolvimento humano – como Marina Silva defende – só pode ser construído resgatando já a enorme dívida social com o seu povo mais empobrecido. No momento atual, Dilma Rousseff representa este projeto que, mesmo com obstáculos, foi iniciado nos oito anos de mandato do presidente Lula. É isto que está em jogo neste segundo turno das eleições de 2010.
Com esta esperança e a decisão de lutarmos por isso, nos subscrevemos:
Dom Thomas Balduino, bispo emérito de Goiás velho, e presidente honorário da CPT nacional.
Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Feliz do Araguaia-MT.
Dom Demetrio Valentini, bispo de Jales-SP e presidente da Cáritas nacional.
Dom Luiz Eccel – Bispo de Caçador-SC
Dom Antonio Possamai, bispo emérito da Rondônia.
Dom Sebastião Lima Duarte, bispo de Viana- Maranhão.
Dom Xavier Gilles, bispo emérito de Viana- Maranhão.
Araguaia /MT
Jether Ramalho, líder ecumênico, Rio de Janeiro.
Marcelo Barros, monge beneditino, teólogo
Professor Candido Mendes, cientista político e reitor
Luiz Alberto Gómez de Souza, cientista político, professor
Zé Vicente, cantador popular. Ceará
Chico César. Cantador popular. Paraíba/são paulo
Revdo Roberto Zwetch, Igreja IELCB e professor de teologia em São Leopoldo.
Pastora Nancy Cardoso, metodista, Vassouras / RJ
Antonio Marcos Santos, Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Juazeiro – Bahia
Maria Victoria Benevides, professora, da USP
Monge Joshin, Comunidade Zen Budista do Brasil, São Paulo
Antonio Cecchin, irmão marista, Porto Alegre.
Ivone Gebara, religiosa católica, teóloga e assessora de movimentos populares.
Fr. Luiz Carlos Susin – Secretário Geral do Fórum Mundial de Teologia e Libertação
Frei Betto, escritor, dominicano.
Luiza E. Tomita – Sec. Executiva EATWOT(Ecumenical Association of Third World Theologians)
Ir. Irio Luiz Conti, MSF. Presidente da Fian Internacional
Pe. João Pedro Baresi, pres. da Comissão Justiça e Paz da CRB (Conferência dos religiosos do Brasil) SP
Frei José Fernandes Alves, OP. – Coord. da Comissão Dominicana de Justiça e Paz
Pe. Oscar Beozzo, diocese de Lins.
Pe. Inácio Neutzling – jesuíta, diretor do Instituto Humanitas Unisinos
Pe. Ivo Pedro Oro, diocese de Chapecó / SC
Pe. Igor Damo, diocese de Chapecó-SC.
Irmã Pompeia Bernasconi, cônegas de Santo Agostinho
Cibele Maria Lima Rodrigues, Pesquisadora.
Pe. John Caruana, Rondônia.
Pe. Julio Gotardo, São Paulo.
Toninho Kalunga, São Paulo,
Washingtonn Luiz Viana da Cruz, Campo Largo, PR e membro do EPJ (Evangélicos Pela Justiça)
Ricardo Matense, Igreja Assembléia de Deus, Mata de São João/Bahia
Silvania Costa
Mercedez Lopes,
André Marmilicz
Raimundo Cesar Barreto Jr, Pastor Batista, Doutor em ética social
Pe. Arnildo Fritzen, Carazinho. RS.
Darciolei Volpato, RS
Frei Ildo Perondi – Londrina PR
Ir. Inês Weber, irmãs de Notre Dame.
Pe. Domingos Luiz Costa Curta, Coord. Dioc de Pastoral da Diocese de Chapecó/SC.
Pe. Luis Sartorel,
Itacir Gasparin
Célio Piovesan, Canoas.RS
Toninho Evangelista – Hortolândia/SP
Geter Borges de Sousa, Evangélicos Pela Justiça (EPJ), Brasília.
Caio César Sousa Marçal – Missionário da Igreja de Cristo – Frecheirinha/CE
Rodinei Balbinot, Rede Santa Paulina
Pe. Cleto João Stulp, diocese de Chapecó.
Odja Barros Santos – Pastora batista
Ricardo Aléssio, cristão de tradição presbiteriana, professor universitário.
Maria Luíza Aléssio, professora universitária, ex-secretária de educação do Recife
Rosa Maria Gomes
Roberto Cartaxo Machado Rios
Rute Maria Monteiro Machado Rios
Antonio Souto, Caucaia, CE
Olidio Mangolim – PR
Joselita Alves Sampaio – PR
Kleber Jorge e silva, teologia – Passo Fundo – RS
Terezinha Albuquerque
PR. Marco Aurélio Alves Vicente – EPJ – Evangélicos pela Justiça, pastor-auxiliar da Igreja Catedral da Família/Goiânia-GO
Padre Ferraro, Campinas.
Ir, Carmem Vedovatto
Ir. Letícia Pontini, discípulas, Manaus.
Padre Manoel, PR
Magali Nascimento Cunha, metodista
Stela Maris da Silva
Ir. Neusa Luiz, Abelardo Luz- SC
Lucia Ribeiro, socióloga
Marcelo Timotheo da Costa, historiador
Maria Helena Silva Timotheo da Costa
Ianete Sampaio
Ney Paiva Chavez, professora educação visual, Rio de janeiro
Antonio Carlos Fester
Ana Lucia Alves, Brasília
Ivo Forotti, Cebs – Canoas – RS
Agnaldo da Silva Vieira – Pastor Batista. Igreja Batista da Esperança – Rio de Janeiro
Irmã Claudia Paixão, Rio de Janeiro
Marlene Ossami de Moura, antropóloga / Goiânia.
Ir. Maria Celina Correia Leite, Recife
Pedro Henriques de Moraes Melo – UFC/ACEG
Fernanda Seibel, Caxias do Sul.
Benedito Cunha, pesquisador popular, membro do Centro Mandacaru – Fortaleza
Pe. Lino Allegri – Pastoral do Povo da Rua de Fortaleza, CE.
Juciano de Sousa Lacerda, Prof. Doutor de Comunicação Social da UFRN
Pasqualino Toscan – Guaraciaba SC
Francisco das Chagas de Morais, Natal – RN.
Elida Araújo
Maria do Socorro Furtado Veloso – Natal, RN
Maria Letícia Ligneul Cotrim, educadora
Maria das Graças Pinto Coelho/ professora universitária/UFRN
Ismael de Souza Maciel membro do CEBI – Centro de Estudos Bíbicos Recife
Xavier Uytdenbroek, prof. aposentado da UFPE e membro da coordenação pastoral da UNICAP
Maria Mércia do Egito Souza, agente da Pastoral da Saúde Arquidiocese de Olinda e Recife
Leonardo Fernando de Barros Autran Gonçalves Advogado e Analista do INSS
Karla Juliana Souza Uytdenbroek Bacharel em Direito
Targelia de Souza Albuquerque
Maria Lúcia F de Barbosa, Professora UFPE
Débora Costa-Maciel, Profª. UPE
Maria Theresia Seewer
107. Ida Vicenzia Dias Maciel
108. Marcelo Tibaes
109. Sergio Bernardoni, diretor da CARAVIDEO- Goiânia – Goiás
110. Claudio de Oliveira Ribeiro. Pastor da Igreja Metodista em Santo André, SP.
104 . Pe. Paulo Sérgio Vaillant – Presbítero da Arquidiocese de Vitória – ES
106. Roberto Fernandes de Souza. RG 08539697-6 IFP RJ – Secretario do CEBI RJ
107. Sílvia Pompéia.
108. Pe. Maro Passerini – coordenador Past. Carcerária – CE
109. Dora Seibel – Pedagoga, caxias do sul.
110. Mosara Barbosa de Melo
111. Maria de Fátima Pimentel Lins
112. Prof. Renato Thiel, UCB-DF
114 . Alexandre Brasil Fonseca , Sociólogo, prof. da UFRJ, Ig. Presbiteriana e coordenador da Rede FALE)
115 Daniela Sanches Frozi, (Nutricionista, profa. da UERJ, Ig. Presbiteriana, conselheira do CONSEA Nacional e vice-presidente da ABUB)
116. Marcelo Ayres Camurça – Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião – Universidade Federal de Juiz de Fora
117. Revd. Cônego Francisco de Assis da Silva,Secretário Geral da IEAB e membro da Coordenação do Fórum Ecumênico Brasil
118. Irene Maria G.F. da Silva Telles
119. Manfredo Araújo de Oliveira
120. Agnaldo da Silva Vieira – Pedagogo e Pastor Auxiliar da Igreja Batista da Esperança-Centro do Rio de Janeiro
121. Pr. Marcos Dornel – Pastor Evangélico – Igreja Batista Nova Curuçá – SP
122. Adriano Carvalho.
123. Pe. Sérgio Campos, Fundação Redentorista de Comunicações Sociaisrista de Comunicações Sociais – Paranaguá/Pr.
124. Eduardo Dutra Machado, pastor presbiteriano
125. Maria Gabriela Curubeto Godoy – médica psiquiatra – RS
126. Genoveva Prima de Freitas- Professora – Goiânia
127. M. Candida R. Diaz Bordenave
128. Ismael de Souza Maciel membro do CEBI – Centro de Estudos Bíbicos Recife
129. Xavier Uytdenbroek prof. aposentado da UFPE e membro da coordenação pastoral da UNICAP
130. Maria Mércia do Egito Souza agente da Pastoral da Saúde Arquidiocese de Olinda e Recife
131. Leonardo Fernando de Barros Autran Gonçalves Advogado e Analista do INSS
132. Karla Juliana Souza Uytdenbroek Bacharel em Direito
133. Targelia de Souza Albuquerque
134. Maria Lúcia F de Barbosa (Professora – UFPE)
135. Paulo Teixeira, parlamentar, São Paulo.
136. Alessandro Molon, parlamentar, Rio de janeiro.
137. Adjair Alves (Professor – UPE)
138. Luziano Pereira Mendes de Lima – UNEAL
139. Cláudia Maria Afonso de Castro-psicóloga- trabalhadora da Saúde-SMS Suzano-SP
140. Fátima Tavares, Coordenadora do Programa de Pos-Graduação em Antropologia FFCH/UFBA
141. Carlos Cardoso, Professor Associado do Departamento de Antropologia e Etnologia da UFBA.
142. Isabel Tooda
143. Joanildo Burity (Anglicano, cientista político, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco,
144. Paulo Fernando Carneiro de Andrade, Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, Professor de Teologia PUC- Rio
145. Aristóteles Rodrigues – Psicólogo, Mestre em Ciência da Religião
146. Zwinglio Mota Dias – Professor Associado III – Universidade Federal de Juiz de Fora
147. Antonio Francisco Braga dos Santos- IFCE
148. Paulo Couto Teixeira, Mestrando em Teologia na EST/IECLB
149. Rev. Luis Omar Dominguez Espinoza
150. Anivaldo Padilha – Metodista, KOINONIA, líder ecumênico
151. Nercina Gonçalves
152. Hélio Rios, pastor presbiteriano
153. João José Silva Bordalo Coelho, Professor- RJ
154. Lucilia Ramalho. Rio de janeiro.
155. Maria Tereza Sartorio, educadora, ES
156. Maria José Sartorio, saúde, ES
157. Nilda Lucia Sartorio, secretaria de ação social, Espírito santo
158. Ângela Maria Fernandes -Curitiba 159. Lúcia Adélia Fernandes
160. Jeanne Nascimento – Advogada em São Paulo/SP
161. Frei José Alamiro, franciscano, São Paulo, SP
162. Otávio Velho, antropólogo
163. Iraci Poleti,educadora
164. Antonio Canuto
165. Maria Luisa de Carvalho Armando
166. Susana Albornoz
167. Maria Helena Arrochellas
168. Francisco Guimarães
169. Eleny Guimarães
Se você quiser aderir ao Manifesto escreva para gomezdesouza@uol.com.br.
“Se nos calarmos, até as pedras gritarão!” (Lc 19, 40)
Manifesto de Cristãos e cristãs evangélicos/as e católicos/as em favor da vida e da vida em Abundância!
Somos homens e mulheres, ministros, ministras, agentes de pastoral, teólogos/as, padres, pastores e pastoras, intelectuais e militantes sociais, membros de diferentes Igrejas cristãs, movidos/as pela fidelidade à verdade, vimos a público declarar:
1. Nestes dias, circulam pela internet, pela imprensa e dentro de algumas de nossas igrejas, manifestações de líderes cristãos que, em nome da fé, pedem ao povo que não vote em Dilma Rousseff sob o pretexto de que ela seria favorável ao aborto, ao casamento gay e a outras medidas tidas como “contrárias à moral”.
A própria candidata negou a veracidade destas afirmações e, ao contrário, se reuniu com lideranças das Igrejas em um diálogo positivo e aberto. Apesar disso, estes boatos e mentiras continuam sendo espalhados. Diante destas posturas autoritárias e mentirosas, disfarçadas sob o uso da boa moral e da fé, nos sentimos obrigados a atualizar a palavra de Jesus, afirmando, agora, diante de todo o Brasil: “se nos calarmos, até as pedras gritarão!” (Lc 19, 40).
2. Não aceitamos que se use da fé para condenar alguma candidatura. Por isso, fazemos esta declaração como cristãos, ligando nossa fé à vida concreta, a partir de uma análise social e política da realidade e não apenas por motivos religiosos ou doutrinais. Em nome do nosso compromisso com o povo brasileiro, declaramos publicamente o nosso voto em Dilma Rousseff e as razões que nos levam a tomar esta atitude:
3. Consideramos que, para o projeto de um Brasil justo e igualitário, a eleição de Dilma para presidente da República representará um passo maior do que a eventualidade de uma vitória do Serra, que, segundo nossa análise, nos levaria a recuar em várias conquistas populares e efetivos ganhos sócio-culturais e econômicos que se destacam na melhoria de vida da população brasileira.
4. Consideramos que o direito à Vida seja a mais profunda e bela das manifestações das pessoas que acreditam em Deus, pois somos à sua Imagem e Semelhança. Portanto, defender a vida é oferecer condições de saúde, educação, moradia, terra, trabalho, lazer, cultura e dignidade para todas as pessoas, particularmente as que mais precisam. Por isso, um governo justo oferece sua opção preferencial às pessoas empobrecidas, injustiçadas, perseguidas e caluniadas, conforme a proclamação de Jesus na montanha (Cf. Mt 5, 1- 12).
5. Acreditamos que o projeto divino para este mundo foi anunciado através das palavras e ações de Jesus Cristo. Este projeto não se esgota em nenhum regime de governo e não se reduz apenas a uma melhor organização social e política da sociedade. Entretanto, quando oramos “venha o teu reino”, cremos que ele virá, não apenas de forma espiritualista e restrito aos corações, mas, principalmente na transformação das estruturas sociais e políticas deste mundo.
6. Sabemos que as grandes transformações da sociedade se darão principalmente através das conquistas sociais, políticas e ecológicas, feitas pelo povo organizado e não apenas pelo beneplácito de um governante mais aberto/a ou mais sensível ao povo. Temos críticas a alguns aspectos e algumas políticas do governo atual que Dilma promete continuar. Motivo do voto alternativo de muitos companheiros e companheiras Entretanto, por experiência, constatamos: não é a mesma coisa ter no governo uma pessoa que respeite os movimentos populares e dialogue com os segmentos mais pobres da sociedade, ou ter alguém que, diante de uma manifestação popular, mande a polícia reprimir. Neste sentido, tanto no governo federal, como nos estados, as gestões tucanas têm se caracterizado sempre pela arrogância do seu apego às políticas neoliberais e pela insensibilidade para com as grandes questões sociais do povo mais empobrecido.
7. Sabemos de pessoas que se dizem religiosas, e que cometem atrocidades contra crianças, por isso, ter um candidato religioso não é necessariamente parâmetro para se ter um governante justo, por isso, não nos interessa se tal candidato/a é religioso ou não. Como Jesus, cremos que o importante não é tanto dizer “Senhor, Senhor”, mas realizar a vontade de Deus, ou seja, o projeto divino. Esperamos que Dilma continue a feliz política externa do presidente Lula, principalmente no projeto da nossa fundamental integração com os países irmãos da América Latina e na solidariedade aos países africanos, com os quais o Brasil tem uma grande dívida moral e uma longa história em comum. A integração com os movimentos populares emergentes em vários países do continente nos levará a caminharmos para novos e decisivos passos de justiça, igualdade social e cuidado com a natureza, em todas as suas dimensões. Entendemos que um país com sustentabilidade e desenvolvimento humano – como Marina Silva defende – só pode ser construído resgatando já a enorme dívida social com o seu povo mais empobrecido. No momento atual, Dilma Rousseff representa este projeto que, mesmo com obstáculos, foi iniciado nos oito anos de mandato do presidente Lula. É isto que está em jogo neste segundo turno das eleições de 2010.
Com esta esperança e a decisão de lutarmos por isso, nos subscrevemos:
Dom Thomas Balduino, bispo emérito de Goiás velho, e presidente honorário da CPT nacional.
Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Feliz do Araguaia-MT.
Dom Demetrio Valentini, bispo de Jales-SP e presidente da Cáritas nacional.
Dom Luiz Eccel – Bispo de Caçador-SC
Dom Antonio Possamai, bispo emérito da Rondônia.
Dom Sebastião Lima Duarte, bispo de Viana- Maranhão.
Dom Xavier Gilles, bispo emérito de Viana- Maranhão.
Araguaia /MT
Jether Ramalho, líder ecumênico, Rio de Janeiro.
Marcelo Barros, monge beneditino, teólogo
Professor Candido Mendes, cientista político e reitor
Luiz Alberto Gómez de Souza, cientista político, professor
Zé Vicente, cantador popular. Ceará
Chico César. Cantador popular. Paraíba/são paulo
Revdo Roberto Zwetch, Igreja IELCB e professor de teologia em São Leopoldo.
Pastora Nancy Cardoso, metodista, Vassouras / RJ
Antonio Marcos Santos, Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Juazeiro – Bahia
Maria Victoria Benevides, professora, da USP
Monge Joshin, Comunidade Zen Budista do Brasil, São Paulo
Antonio Cecchin, irmão marista, Porto Alegre.
Ivone Gebara, religiosa católica, teóloga e assessora de movimentos populares.
Fr. Luiz Carlos Susin – Secretário Geral do Fórum Mundial de Teologia e Libertação
Frei Betto, escritor, dominicano.
Luiza E. Tomita – Sec. Executiva EATWOT(Ecumenical Association of Third World Theologians)
Ir. Irio Luiz Conti, MSF. Presidente da Fian Internacional
Pe. João Pedro Baresi, pres. da Comissão Justiça e Paz da CRB (Conferência dos religiosos do Brasil) SP
Frei José Fernandes Alves, OP. – Coord. da Comissão Dominicana de Justiça e Paz
Pe. Oscar Beozzo, diocese de Lins.
Pe. Inácio Neutzling – jesuíta, diretor do Instituto Humanitas Unisinos
Pe. Ivo Pedro Oro, diocese de Chapecó / SC
Pe. Igor Damo, diocese de Chapecó-SC.
Irmã Pompeia Bernasconi, cônegas de Santo Agostinho
Cibele Maria Lima Rodrigues, Pesquisadora.
Pe. John Caruana, Rondônia.
Pe. Julio Gotardo, São Paulo.
Toninho Kalunga, São Paulo,
Washingtonn Luiz Viana da Cruz, Campo Largo, PR e membro do EPJ (Evangélicos Pela Justiça)
Ricardo Matense, Igreja Assembléia de Deus, Mata de São João/Bahia
Silvania Costa
Mercedez Lopes,
André Marmilicz
Raimundo Cesar Barreto Jr, Pastor Batista, Doutor em ética social
Pe. Arnildo Fritzen, Carazinho. RS.
Darciolei Volpato, RS
Frei Ildo Perondi – Londrina PR
Ir. Inês Weber, irmãs de Notre Dame.
Pe. Domingos Luiz Costa Curta, Coord. Dioc de Pastoral da Diocese de Chapecó/SC.
Pe. Luis Sartorel,
Itacir Gasparin
Célio Piovesan, Canoas.RS
Toninho Evangelista – Hortolândia/SP
Geter Borges de Sousa, Evangélicos Pela Justiça (EPJ), Brasília.
Caio César Sousa Marçal – Missionário da Igreja de Cristo – Frecheirinha/CE
Rodinei Balbinot, Rede Santa Paulina
Pe. Cleto João Stulp, diocese de Chapecó.
Odja Barros Santos – Pastora batista
Ricardo Aléssio, cristão de tradição presbiteriana, professor universitário.
Maria Luíza Aléssio, professora universitária, ex-secretária de educação do Recife
Rosa Maria Gomes
Roberto Cartaxo Machado Rios
Rute Maria Monteiro Machado Rios
Antonio Souto, Caucaia, CE
Olidio Mangolim – PR
Joselita Alves Sampaio – PR
Kleber Jorge e silva, teologia – Passo Fundo – RS
Terezinha Albuquerque
PR. Marco Aurélio Alves Vicente – EPJ – Evangélicos pela Justiça, pastor-auxiliar da Igreja Catedral da Família/Goiânia-GO
Padre Ferraro, Campinas.
Ir, Carmem Vedovatto
Ir. Letícia Pontini, discípulas, Manaus.
Padre Manoel, PR
Magali Nascimento Cunha, metodista
Stela Maris da Silva
Ir. Neusa Luiz, Abelardo Luz- SC
Lucia Ribeiro, socióloga
Marcelo Timotheo da Costa, historiador
Maria Helena Silva Timotheo da Costa
Ianete Sampaio
Ney Paiva Chavez, professora educação visual, Rio de janeiro
Antonio Carlos Fester
Ana Lucia Alves, Brasília
Ivo Forotti, Cebs – Canoas – RS
Agnaldo da Silva Vieira – Pastor Batista. Igreja Batista da Esperança – Rio de Janeiro
Irmã Claudia Paixão, Rio de Janeiro
Marlene Ossami de Moura, antropóloga / Goiânia.
Ir. Maria Celina Correia Leite, Recife
Pedro Henriques de Moraes Melo – UFC/ACEG
Fernanda Seibel, Caxias do Sul.
Benedito Cunha, pesquisador popular, membro do Centro Mandacaru – Fortaleza
Pe. Lino Allegri – Pastoral do Povo da Rua de Fortaleza, CE.
Juciano de Sousa Lacerda, Prof. Doutor de Comunicação Social da UFRN
Pasqualino Toscan – Guaraciaba SC
Francisco das Chagas de Morais, Natal – RN.
Elida Araújo
Maria do Socorro Furtado Veloso – Natal, RN
Maria Letícia Ligneul Cotrim, educadora
Maria das Graças Pinto Coelho/ professora universitária/UFRN
Ismael de Souza Maciel membro do CEBI – Centro de Estudos Bíbicos Recife
Xavier Uytdenbroek, prof. aposentado da UFPE e membro da coordenação pastoral da UNICAP
Maria Mércia do Egito Souza, agente da Pastoral da Saúde Arquidiocese de Olinda e Recife
Leonardo Fernando de Barros Autran Gonçalves Advogado e Analista do INSS
Karla Juliana Souza Uytdenbroek Bacharel em Direito
Targelia de Souza Albuquerque
Maria Lúcia F de Barbosa, Professora UFPE
Débora Costa-Maciel, Profª. UPE
Maria Theresia Seewer
107. Ida Vicenzia Dias Maciel
108. Marcelo Tibaes
109. Sergio Bernardoni, diretor da CARAVIDEO- Goiânia – Goiás
110. Claudio de Oliveira Ribeiro. Pastor da Igreja Metodista em Santo André, SP.
104 . Pe. Paulo Sérgio Vaillant – Presbítero da Arquidiocese de Vitória – ES
106. Roberto Fernandes de Souza. RG 08539697-6 IFP RJ – Secretario do CEBI RJ
107. Sílvia Pompéia.
108. Pe. Maro Passerini – coordenador Past. Carcerária – CE
109. Dora Seibel – Pedagoga, caxias do sul.
110. Mosara Barbosa de Melo
111. Maria de Fátima Pimentel Lins
112. Prof. Renato Thiel, UCB-DF
114 . Alexandre Brasil Fonseca , Sociólogo, prof. da UFRJ, Ig. Presbiteriana e coordenador da Rede FALE)
115 Daniela Sanches Frozi, (Nutricionista, profa. da UERJ, Ig. Presbiteriana, conselheira do CONSEA Nacional e vice-presidente da ABUB)
116. Marcelo Ayres Camurça – Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião – Universidade Federal de Juiz de Fora
117. Revd. Cônego Francisco de Assis da Silva,Secretário Geral da IEAB e membro da Coordenação do Fórum Ecumênico Brasil
118. Irene Maria G.F. da Silva Telles
119. Manfredo Araújo de Oliveira
120. Agnaldo da Silva Vieira – Pedagogo e Pastor Auxiliar da Igreja Batista da Esperança-Centro do Rio de Janeiro
121. Pr. Marcos Dornel – Pastor Evangélico – Igreja Batista Nova Curuçá – SP
122. Adriano Carvalho.
123. Pe. Sérgio Campos, Fundação Redentorista de Comunicações Sociaisrista de Comunicações Sociais – Paranaguá/Pr.
124. Eduardo Dutra Machado, pastor presbiteriano
125. Maria Gabriela Curubeto Godoy – médica psiquiatra – RS
126. Genoveva Prima de Freitas- Professora – Goiânia
127. M. Candida R. Diaz Bordenave
128. Ismael de Souza Maciel membro do CEBI – Centro de Estudos Bíbicos Recife
129. Xavier Uytdenbroek prof. aposentado da UFPE e membro da coordenação pastoral da UNICAP
130. Maria Mércia do Egito Souza agente da Pastoral da Saúde Arquidiocese de Olinda e Recife
131. Leonardo Fernando de Barros Autran Gonçalves Advogado e Analista do INSS
132. Karla Juliana Souza Uytdenbroek Bacharel em Direito
133. Targelia de Souza Albuquerque
134. Maria Lúcia F de Barbosa (Professora – UFPE)
135. Paulo Teixeira, parlamentar, São Paulo.
136. Alessandro Molon, parlamentar, Rio de janeiro.
137. Adjair Alves (Professor – UPE)
138. Luziano Pereira Mendes de Lima – UNEAL
139. Cláudia Maria Afonso de Castro-psicóloga- trabalhadora da Saúde-SMS Suzano-SP
140. Fátima Tavares, Coordenadora do Programa de Pos-Graduação em Antropologia FFCH/UFBA
141. Carlos Cardoso, Professor Associado do Departamento de Antropologia e Etnologia da UFBA.
142. Isabel Tooda
143. Joanildo Burity (Anglicano, cientista político, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco,
144. Paulo Fernando Carneiro de Andrade, Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, Professor de Teologia PUC- Rio
145. Aristóteles Rodrigues – Psicólogo, Mestre em Ciência da Religião
146. Zwinglio Mota Dias – Professor Associado III – Universidade Federal de Juiz de Fora
147. Antonio Francisco Braga dos Santos- IFCE
148. Paulo Couto Teixeira, Mestrando em Teologia na EST/IECLB
149. Rev. Luis Omar Dominguez Espinoza
150. Anivaldo Padilha – Metodista, KOINONIA, líder ecumênico
151. Nercina Gonçalves
152. Hélio Rios, pastor presbiteriano
153. João José Silva Bordalo Coelho, Professor- RJ
154. Lucilia Ramalho. Rio de janeiro.
155. Maria Tereza Sartorio, educadora, ES
156. Maria José Sartorio, saúde, ES
157. Nilda Lucia Sartorio, secretaria de ação social, Espírito santo
158. Ângela Maria Fernandes -Curitiba 159. Lúcia Adélia Fernandes
160. Jeanne Nascimento – Advogada em São Paulo/SP
161. Frei José Alamiro, franciscano, São Paulo, SP
162. Otávio Velho, antropólogo
163. Iraci Poleti,educadora
164. Antonio Canuto
165. Maria Luisa de Carvalho Armando
166. Susana Albornoz
167. Maria Helena Arrochellas
168. Francisco Guimarães
169. Eleny Guimarães
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religião
EDUCAÇÃO – O BRASIL NO RUMO CERTO
Brasília, 30 de setembro de 2010
Manifesto de Reitores das Universidades Federais à Nação Brasileira
Da pré-escola ao pós-doutoramento - ciclo completo educacional e acadêmico de formação das pessoas na busca pelo crescimento pessoal e profissional - consideramos que o Brasil encontrou o rumo nos últimos anos, graças a políticas, aumento orçamentário, ações e programas implementados pelo Governo Lula com a participação decisiva e direta de seus ministros, os quais reconhecemos, destacando o nome do Ministro Fernando Haddad.
Aliás, de forma mais ampla, assistimos a um crescimento muito significativo do País em vários domínios: ocorreu a redução marcante da miséria e da pobreza; promoveu-se a inclusão social de milhões de brasileiros, com a geração de empregos e renda; cresceu a autoestima da população, a confiança e a credibilidade internacional, num claro reconhecimento de que este é um País sério, solidário, de paz e de povo trabalhador. Caminhamos a passos largos para alcançar patamares mais elevados no cenário global, como uma Nação livre e soberana que não se submete aos ditames e aos interesses de países ou organizações estrangeiras.
Este período do Governo Lula ficará registrado na história como aquele em que mais se investiu em educação pública: foram criadas e consolidadas 14 novas universidades federais; institui-se a Universidade Aberta do Brasil; foram construídos mais de 100 campi universitários pelo interior do País; e ocorreu a criação e a ampliação, sem precedentes históricos, de Escolas Técnicas e Institutos Federais. Através do PROUNI, possibilitou-se o acesso ao ensino superior a mais de 700.000 jovens. Com a implantação do REUNI, estamos recuperando nossas Universidades Federais, de norte a sul e de leste a oeste. No geral, estamos dobrando de tamanho nossas Instituições e criando milhares de novos cursos, com investimentos crescentes em infraestrutura e contratação, por concurso público, de profissionais qualificados. Essas políticas devem continuar para consolidar os programas atuais e, inclusive, serem ampliadas no plano Federal, exigindo-se que os Estados e Municípios também cumpram com as suas responsabilidades sociais e constitucionais, colocando a educação como uma prioridade central de seus governos.
Por tudo isso e na dimensão de nossas responsabilidades enquanto educadores, dirigentes universitários e cidadãos que desejam ver o País continuar avançando sem retrocessos, dirigimo-nos à sociedade brasileira para afirmar, com convicção, que estamos no rumo certo e que devemos continuar lutando e exigindo dos próximos governantes a continuidade das políticas e investimentos na educação em todos os níveis, assim como na ciência, na tecnologia e na inovação, de que o Brasil tanto precisa para se inserir, de uma forma ainda mais decisiva, neste mundo contemporâneo em constantes transformações.
Finalizamos este manifesto prestando o nosso reconhecimento e a nossa gratidão ao Presidente Lula por tudo que fez pelo País, em especial, no que se refere às políticas para educação, ciência e tecnologia. Ele também foi incansável em afirmar, sempre, que recurso aplicado em educação não é gasto, mas sim investimento no futuro do País. Foi exemplo, ainda, ao receber em reunião anual, durante os seus 8 anos de mandato, os Reitores das Universidades Federais para debater políticas e ações para o setor, encaminhando soluções concretas, inclusive, relativas à Autonomia Universitária.
Alan Barbiero – Universidade Federal do Tocantins (UFT)
José Weber Freire Macedo – Univ. Fed. do Vale do São Francisco (UNIVASF)
Aloisio Teixeira – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Josivan Barbosa Menezes – Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA)
Amaro Henrique Pessoa Lins – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Malvina Tânia Tuttman – Univ. Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Ana Dayse Rezende Dórea – Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Maria Beatriz Luce – Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)
Antonio César Gonçalves Borges – Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Maria Lúcia Cavalli Neder – Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Carlos Alexandre Netto – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Miguel Badenes P. Filho – Centro Fed. de Ed. Tec. (CEFET RJ)
Carlos Eduardo Cantarelli – Univ. Tec. Federal do Paraná (UTFPR)
Miriam da Costa Oliveira – Univ.. Fed. de Ciênc. da Saúde de POA (UFCSPA)
Célia Maria da Silva Oliveira – Univ. Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Natalino Salgado Filho – Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
Damião Duque de Farias – Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
Paulo Gabriel S. Nacif – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
Felipe .Martins Müller – Universidade Federal da Santa Maria (UFSM).
Pedro Angelo A. Abreu – Univ. Fed. do Vale do Jequetinhonha e Mucuri (UFVJM)
Hélgio Trindade – Univ. Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
Ricardo Motta Miranda – Univ. Fed. Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Hélio Waldman – Universidade Federal do ABC (UFABC)
Roberto de Souza Salles – Universidade Federal Fluminense (UFF)
Henrique Duque Chaves Filho – Univ. Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Romulo Soares Polari – Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Jesualdo Pereira Farias – Universidade Federal do Ceará – UFC
Sueo Numazawa – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
João Carlos Brahm Cousin – Universidade Federal do Rio Grande – (FURG)
Targino de Araújo Filho – Univ. Federal de São Carlos (UFSCar)
José Carlos Tavares Carvalho – Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
Thompson F. Mariz – Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
José Geraldo de Sousa Júnior – Universidade Federal de Brasília (UNB)
Valmar C. de Andrade – Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
José Seixas Lourenço – Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)
Virmondes Rodrigues Júnior – Univ. Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
Walter Manna Albertoni – Universidade Federal de São Paulo ( UNIFESP)
Leia o Manifesto no website da Andifes - Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior.
Manifesto de Reitores das Universidades Federais à Nação Brasileira
Da pré-escola ao pós-doutoramento - ciclo completo educacional e acadêmico de formação das pessoas na busca pelo crescimento pessoal e profissional - consideramos que o Brasil encontrou o rumo nos últimos anos, graças a políticas, aumento orçamentário, ações e programas implementados pelo Governo Lula com a participação decisiva e direta de seus ministros, os quais reconhecemos, destacando o nome do Ministro Fernando Haddad.
Aliás, de forma mais ampla, assistimos a um crescimento muito significativo do País em vários domínios: ocorreu a redução marcante da miséria e da pobreza; promoveu-se a inclusão social de milhões de brasileiros, com a geração de empregos e renda; cresceu a autoestima da população, a confiança e a credibilidade internacional, num claro reconhecimento de que este é um País sério, solidário, de paz e de povo trabalhador. Caminhamos a passos largos para alcançar patamares mais elevados no cenário global, como uma Nação livre e soberana que não se submete aos ditames e aos interesses de países ou organizações estrangeiras.
Este período do Governo Lula ficará registrado na história como aquele em que mais se investiu em educação pública: foram criadas e consolidadas 14 novas universidades federais; institui-se a Universidade Aberta do Brasil; foram construídos mais de 100 campi universitários pelo interior do País; e ocorreu a criação e a ampliação, sem precedentes históricos, de Escolas Técnicas e Institutos Federais. Através do PROUNI, possibilitou-se o acesso ao ensino superior a mais de 700.000 jovens. Com a implantação do REUNI, estamos recuperando nossas Universidades Federais, de norte a sul e de leste a oeste. No geral, estamos dobrando de tamanho nossas Instituições e criando milhares de novos cursos, com investimentos crescentes em infraestrutura e contratação, por concurso público, de profissionais qualificados. Essas políticas devem continuar para consolidar os programas atuais e, inclusive, serem ampliadas no plano Federal, exigindo-se que os Estados e Municípios também cumpram com as suas responsabilidades sociais e constitucionais, colocando a educação como uma prioridade central de seus governos.
Por tudo isso e na dimensão de nossas responsabilidades enquanto educadores, dirigentes universitários e cidadãos que desejam ver o País continuar avançando sem retrocessos, dirigimo-nos à sociedade brasileira para afirmar, com convicção, que estamos no rumo certo e que devemos continuar lutando e exigindo dos próximos governantes a continuidade das políticas e investimentos na educação em todos os níveis, assim como na ciência, na tecnologia e na inovação, de que o Brasil tanto precisa para se inserir, de uma forma ainda mais decisiva, neste mundo contemporâneo em constantes transformações.
Finalizamos este manifesto prestando o nosso reconhecimento e a nossa gratidão ao Presidente Lula por tudo que fez pelo País, em especial, no que se refere às políticas para educação, ciência e tecnologia. Ele também foi incansável em afirmar, sempre, que recurso aplicado em educação não é gasto, mas sim investimento no futuro do País. Foi exemplo, ainda, ao receber em reunião anual, durante os seus 8 anos de mandato, os Reitores das Universidades Federais para debater políticas e ações para o setor, encaminhando soluções concretas, inclusive, relativas à Autonomia Universitária.
Alan Barbiero – Universidade Federal do Tocantins (UFT)
José Weber Freire Macedo – Univ. Fed. do Vale do São Francisco (UNIVASF)
Aloisio Teixeira – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Josivan Barbosa Menezes – Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA)
Amaro Henrique Pessoa Lins – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Malvina Tânia Tuttman – Univ. Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Ana Dayse Rezende Dórea – Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Maria Beatriz Luce – Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)
Antonio César Gonçalves Borges – Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Maria Lúcia Cavalli Neder – Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Carlos Alexandre Netto – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Miguel Badenes P. Filho – Centro Fed. de Ed. Tec. (CEFET RJ)
Carlos Eduardo Cantarelli – Univ. Tec. Federal do Paraná (UTFPR)
Miriam da Costa Oliveira – Univ.. Fed. de Ciênc. da Saúde de POA (UFCSPA)
Célia Maria da Silva Oliveira – Univ. Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Natalino Salgado Filho – Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
Damião Duque de Farias – Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
Paulo Gabriel S. Nacif – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
Felipe .Martins Müller – Universidade Federal da Santa Maria (UFSM).
Pedro Angelo A. Abreu – Univ. Fed. do Vale do Jequetinhonha e Mucuri (UFVJM)
Hélgio Trindade – Univ. Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
Ricardo Motta Miranda – Univ. Fed. Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Hélio Waldman – Universidade Federal do ABC (UFABC)
Roberto de Souza Salles – Universidade Federal Fluminense (UFF)
Henrique Duque Chaves Filho – Univ. Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Romulo Soares Polari – Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Jesualdo Pereira Farias – Universidade Federal do Ceará – UFC
Sueo Numazawa – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
João Carlos Brahm Cousin – Universidade Federal do Rio Grande – (FURG)
Targino de Araújo Filho – Univ. Federal de São Carlos (UFSCar)
José Carlos Tavares Carvalho – Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
Thompson F. Mariz – Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
José Geraldo de Sousa Júnior – Universidade Federal de Brasília (UNB)
Valmar C. de Andrade – Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
José Seixas Lourenço – Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)
Virmondes Rodrigues Júnior – Univ. Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
Walter Manna Albertoni – Universidade Federal de São Paulo ( UNIFESP)
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quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Dois preciosos depoimentos sobre a Era FHC e a morte da alma nacional
"Seu crime mais hediondo foi destruir a Alma Nacional, o sonho coletivo. Com o jogo perverso de estimular a busca de pretensas vantagens individuais, o governo FHC destruiu a busca de objetivos coletivos". (Aloysio Biondi)
Neste momento em que o tema da privatização da economia brasileira volta ao foco do debate político e considerando que entre as novas gerações de eleitores no histórico segundo turno do dia 31 muitos pouco sabem sobre como o PSDB sangrou o Estado brasileiro, nada melhor que resgatar reflexões de dois pensadores da importância de Aloysio Biondi e Darcy Ribeiro sobre o triste legado da década de 1990.
Os anos FHC e a morte da alma nacional
Por Aloysio Biondi. Artigo publicado na revista "Bundas" em 7 de agosto de 1999
Reverencialmente, peço licença ao mestre Celso Furtado para repeti-lo:
“Nunca estivemos tão longe do país com que sonhamos um dia”.
Uma pequena frase. Capaz, porém, de detonar um turbilhão de lembranças, das emoções e expectativas, dos dias em que o Brasil era um país e tinha sonhos. Um povo que sonhava virar Povo. Estudantes, intelectuais, empresários, trabalhadores, agricultores, classe média envolvidos no debate pelo desenvolvimento, conscientes, todos, de que havia um preço a pagar, resistências a enfrentar. Inimigos, interesses externos a vencer. Um país com alma, sonhos.
Durante 40 anos, 45 anos, houve crises de todos os tipos. Mas havia o amanhã, a promessa do amanhã. A busca do amanhã. Um lugar no mundo. Na década de 50, com a economia resumida praticamente ao café, açúcar, algodão e outros produtos agrícolas, o país lançou-se à loucura de buscar a industrialização. Sem dólares para importar máquinas e equipamentos, pois os preços dos produtos agrícolas estavam de lastros no mercado mundial, estrangulando países pobres como o Brasil. Mesmo assim, o país ousou. Era a época em que os intelectuais e formadores de opinião escreviam livros, artigos, teses sobre e contra as políticas de estrangulamento que os países ricos impunham a países como o Brasil. Ou faziam músicas, peças teatrais, filmes sobre a realidade brasileira. Reforçavam a alma brasileira. O sonho realizável. Será que dona Ruth Cardoso se lembra disso?
Chegou a década de 60, e com ela o golpe militar inspirado pelos EUA, desvios de rota que, no entanto, não conseguiram enterrar de vez os sonhos de construção de um país... A alma nacional resistia. Veio a crise do petróleo, no começo dos anos 70, e o país, que produzia 130 mil barris por dia, mergulhou novamente no abismo da falta de dólares, na recessão, no avanço da miséria. Um país “quebrado”, com total falta de dólares, mas que insistia em sonhar com um amanhã.
Em nome desse sonho, novamente, a população pagou a conta. O governo contraiu dívidas fabulosas, criou impostos, apertou o cinto e o crânio dos brasileiros, para canalizar o dinheiro disponível, dos impostos ou empréstimos, para montar indústrias capazes de fornecer produtos que ainda eram importados, de aço a alumínio, de celulose a petroquímicos, de máquinas a sistemas de telecomunicações. Substituir importações para economizar dólares, necessários para a compra do petróleo, ainda não descoberto em grande escala no território brasileiro.
Para atender a todas essas novas indústrias, era preciso também construir usinas, as Itaipus, rodovias, ferrovias (o Brasil chegou a produzir 5.000 vagões por ano, com encomendas do governo), sistemas de telecomunicações. Mais aperto de cinto, mais impostos, menos dinheiro para as questões sociais, nunca esquecidas nem mesmo nos debates e escritos dos economistas, ou de empresários. Mas havia a esperança do amanhã. O sonho, de que fala mestre Furtado, de um país economicamente forte, exatamente por dispor de todos os recursos naturais para isso, mas também capaz, ao atingir esse estágio, de maior justiça social, de extinção da miséria. Habitado por um Povo. Orgulhoso de si. Solidário, porque se reconhecendo no outro.
No começo dos anos 90, o sonho estava ao alcance da mão, o amanhã chegava. O Brasil conquistara uma posição entre as dez maiores economias do mundo. Melhor ainda: o Brasil nadava em dólares, porque era capaz de realizar exportações muito maiores do que as importações. Poucos se lembram disso hoje, mas o Brasil tinha um dos maiores saldos comerciais positivos (exportações menos importações) do mundo, na casa dos 10 a 15 bilhões de dólares por ano. Tinha dólares seus, não precisava mais de empréstimos ou de capital das multinacionais para realizar investimentos e manter a economia em expansão, para criação de empregos e solução dos problemas do seu povo. Foi ontem, e está tudo tão distante.
A serviço de outros países, o governo escancarou o mercado às importações e às multinacionais. Feiticeiros malditos transformaram o saldo positivo da balança comercial em um “rombo” permanente, deram vantagens na cobrança de impostos sobre a remessa de juros e de lucros estimulando o envio de dólares para o exterior, elevaram os juros para cobrir os rombos criados, “quebraram” assim a União, Estados, Municípios. Destruíram a indústria e a agricultura. Em cinco ou seis anos, clones malditos dos intelectuais de ontem destruíram o que havia sido construído ao longo de décadas. Destruíram mais. Destruíram o sonho, a Alma Nacional.
O que somos hoje? Um quintal dos países ricos? Não. Somos um curral. Bovinos ruminando babosamente enquanto o vizinho do lado, o trabalhador, o funcionário público, o aposentado, o agricultor, o empresário, todos, um a um, são arrastados para o grande matadouro em que o país se transformou, com suas mil formas de abate como o desemprego, os cortes na aposentadoria, as falsas reformas do funcionalismo, a falência, as importações. Bovinos ruminando no curral, enquanto empresas de todos os portes são engolidas por grupos estrangeiros e até o petróleo, ou os campos mais fabulosos de petróleo do mundo, com poços capazes de produzir 10.000 (dez mil) barris por dia, em um único poço, são entregues a preço simbólico às multinacionais
Em cinco anos, o governo Fernando Henrique Cardoso não destruiu apenas a economia nacional, tornando-a dependente do exterior. Seu crime mais hediondo foi destruir a Alma Nacional, o sonho coletivo. Para isso, e com a ajuda dos meios de comunicação, jogou o consumidor contra os empresários nacionais, “esses aproveitadores”; o contribuinte contra os funcionários públicos, “esses marajás”; o pobre contra os agricultores, “esses caloteiros”; a opinião pública contra os aposentados, ”esses vagabundos”.
No governo FHC, o brasileiro foi levado a esquecer que, em qualquer país do mundo, a sociedade só pode funcionar com base em objetivos que atendam aos interesses, necessidades de todos – ou, mais claramente, não se pode por exemplo ter uma política de importação indiscriminada, a pretexto de beneficiar o consumidor, sem provocar desemprego e quebra de empresas. Ou, a longo prazo, desemprego generalizado.
Com o jogo perverso de estimular a busca de pretensas vantagens individuais, o governo FHC destruiu a busca de objetivos coletivos. Destruiu a Alma Nacional, o Projeto Nacional. A violenta desnacionalização sofrida pelo Brasil, em sua economia, vai eternizar a remessa de lucros, dividendos, juros para o exterior. Isto é, vai torná-lo totalmente dependente da boa vontade dos governos de países ricos em fornecer dólares e, portanto, de ordens e autorizações desses governos de países ricos. Uma espécie de colônia, mesmo, como alertou o economista Celso Furtado em palestra que ele encerrou com sua frase, arrasadora para quem viveu o Brasil de 50 para cá, “nunca estivemos tão distante do Brasil com que um dia sonhamos”.
Mesmo sem tê-lo consultado a respeito, uma sugestão: escreva a frase de Furtado em um pedaço de papel, e a releia todos os dias. Ou faça decalques com ela. Sugira que seus amigos façam o mesmo.
E comece a agir. Ainda há tempo de ressuscitar a Alma Nacional, antes que o Brasil vire colônia.
Voltemos agora a janeiro de 1997, quando, um mês antes de morrer, Darcy Ribeiro foi de cadeira de rodas a um ato na Associação Brasileira de Imprensa contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce e fez um emocionado discurso. "Essa gente quer vender, quer entregar o Brasil porque acha melhor. Essa gente usa o Brasil, usa a Nação, para alcançar os seus objetivos", disse Darcy Ribeiro.
Da Carta Maior*
O discurso abaixo foi feito por Darcy Ribeiro no dia 10 de janeiro de 1997, no Rio de Janeiro, durante um ato público contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce realizado no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Naquela ocasião, Darcy Ribeiro disse a amigos: “Vou ao ato na ABI pela Vale nem que seja carregado”. Ele foi de cadeiras de rodas e falou o seguinte:
Senhores membros da mesa, queridíssimos companheiros e amigos.
Preciso contar duas coisas de verdade: não sei se é porque estou velho, sentimental - não sei por que - não posso mais ouvir o Hino Nacional sem vontade de chorar! A segunda coisa que gostaria de dizer preliminarmente, em nome dos que estão aqui e de todos os brasileiros é o seguinte: um beijo na testa de Barbosa Lima Sobrinho!
Eu não vou chegar lá! Mas é muito bonito ver um brasileiro, o mais eminente dos patriotas brasileiros, que lutou todas as lutas brasileiras desses últimos 80 anos, vê-lo vivo comemorando os seus 100 anos. Por isso quero fazer esta pequena homenagem em nome de todos os brasileiros, tanto quanto posso representá-los...
O meu discurso vem agora: Por que é que o Presidente Fernando Henrique - um presidente tão culto, tão inteligente, tão agradável - é um presidente tão ruim! É incrível que Fernando Henrique se deixe dirigir pela pior gente que há, que é o economista! Basta dizer que se você pegar três deles, dos mais eminentes e colocá-los juntos para discutir qualquer assunto - eles vão discordar entre si. Eles sempre discordam em tudo porque não têm certeza de nada...
E Fernando Henrique só lê na cartilha dos economistas do BNDEs e do Ministério da Fazenda... É incrível! Eles são bisonhos, são jovens com a cabeça feita lá fora. Eles não têm nada de patriótico, eles não têm compromisso conosco. É gente que nunca fez nada na vida e nem é provável que venha a fazer. Essa gente quer vender, quer entregar o Brasil porque acha melhor. Essa gente usa o Brasil, usa a Nação, para alcançar os seus objetivos. Por isso que é importante que existam cabeças como a de Barbosa Lima Sobrinho...
Existe no mundo empresa mais exitosa para fazer mineração, tirando o minério das minas e transportando-o para os compradores do que a Vale do Rio Doce? Existe acaso empresa no mundo com o domínio da tecnologia mais avançada e mais alta do que a Vale? Existe alguma empresa no mundo com as técnicas de reflorestamento empregadas pela Vale? Existe empresa de mineração no mundo, pública, que seja mais lucrativa do que a Vale? Existe empresa que cuide melhor de seus trabalhadores? É claro que não! É por isso que precisamos defender a Vale. E saber que se ela for privatizada logo de cara 30% de seus trabalhadores serão despedidos.
Existe por acaso empresa melhor associada a outras para a exploração de minérios? É claro que não! Se Fernando Henrique tivesse respostas positivas a estas perguntas, que há empresas melhores do que a Vale, poderíamos entender a sua posição. De que a entrega da Vale estava certa. Mas nada disso existe! Entregar a Vale pura e simplesmente para a acumulação dos banqueiros é uma coisa criminosa!
Por isso temos que aprofundar esta campanha em defesa da Vale do Rio Doce tanto quanto possível, mostrando a Fernando Henrique, de todos os modos, que a Nação não aceita esta venda. A Vale é a segunda das empresas criadas através da sagacidade intensa, da capacidade imensa de Getúlio Vargas. Getúlio fez todo esforço para trazer para o Brasil empresas privadas que quisessem produzir aço. Getúlio sabia que só com um grande parque siderúrgico o Brasil poderia dar certo. Era preciso criar a matriz da indústria brasileira. E a "mater", a mãe da indústria brasileira, foi a Companhia Siderúrgica Nacional.
Sem a CSN não existiria indústria naval, indústria de automóveis, o Brasil não teria dado todos os passos imensos que deu, para o progresso. Volta Redonda foi negociada com Roosevelt como condição para o Brasil apoiar os Aliados na guerra. Pois a CSN foi entregue a três banqueiros. Quem pode confiar que três banqueiros agirão de acordo com a Nação e com os interesses do povo brasileiro? Ninguém!
Agora a segunda empresa também negociada por Getúlio pode ser vendida. Os ingleses queriam que enquanto continuasse a Segunda Guerra, enquanto durasse a guerra, o Brasil vendesse para eles, fiado, todo o minério de ferro que pudessem absorver. Getúlio aproveitou a oportunidade e fez um acordo pensando nos interesses do Brasil. Os ingleses passaram a propriedade que tinham sobre as jazidas de ferro em Minas Gerais com a condição de que o Brasil vendesse fiado para eles. E essa foi a origem, o início da grande Vale do Rio Doce que temos hoje.
Quando a Vale se instalou existiam outras empresas que se dedicavam a mineração, como a Hanna. E a Vale cresceu. É por isso que não há nada mais incompreensível, absurdo, criminoso, de lesa-pátria, do que esta tentativa do Governo de privatizar a Vale do Rio Doce.
*Este texto de Darcy Ribeiro foi distribuído à imprensa por Oswaldo Peres Maneschy
Saiba quem foi Aloysio Biondi (1936-2000) e como adquirir 'O Brasil Privatizado', livro do jornalista
Saiba quem foi Darcy Ribeiro (1922-1997)
Neste momento em que o tema da privatização da economia brasileira volta ao foco do debate político e considerando que entre as novas gerações de eleitores no histórico segundo turno do dia 31 muitos pouco sabem sobre como o PSDB sangrou o Estado brasileiro, nada melhor que resgatar reflexões de dois pensadores da importância de Aloysio Biondi e Darcy Ribeiro sobre o triste legado da década de 1990.
Os anos FHC e a morte da alma nacional
Por Aloysio Biondi. Artigo publicado na revista "Bundas" em 7 de agosto de 1999
Reverencialmente, peço licença ao mestre Celso Furtado para repeti-lo:
“Nunca estivemos tão longe do país com que sonhamos um dia”.
Uma pequena frase. Capaz, porém, de detonar um turbilhão de lembranças, das emoções e expectativas, dos dias em que o Brasil era um país e tinha sonhos. Um povo que sonhava virar Povo. Estudantes, intelectuais, empresários, trabalhadores, agricultores, classe média envolvidos no debate pelo desenvolvimento, conscientes, todos, de que havia um preço a pagar, resistências a enfrentar. Inimigos, interesses externos a vencer. Um país com alma, sonhos.
Durante 40 anos, 45 anos, houve crises de todos os tipos. Mas havia o amanhã, a promessa do amanhã. A busca do amanhã. Um lugar no mundo. Na década de 50, com a economia resumida praticamente ao café, açúcar, algodão e outros produtos agrícolas, o país lançou-se à loucura de buscar a industrialização. Sem dólares para importar máquinas e equipamentos, pois os preços dos produtos agrícolas estavam de lastros no mercado mundial, estrangulando países pobres como o Brasil. Mesmo assim, o país ousou. Era a época em que os intelectuais e formadores de opinião escreviam livros, artigos, teses sobre e contra as políticas de estrangulamento que os países ricos impunham a países como o Brasil. Ou faziam músicas, peças teatrais, filmes sobre a realidade brasileira. Reforçavam a alma brasileira. O sonho realizável. Será que dona Ruth Cardoso se lembra disso?
Chegou a década de 60, e com ela o golpe militar inspirado pelos EUA, desvios de rota que, no entanto, não conseguiram enterrar de vez os sonhos de construção de um país... A alma nacional resistia. Veio a crise do petróleo, no começo dos anos 70, e o país, que produzia 130 mil barris por dia, mergulhou novamente no abismo da falta de dólares, na recessão, no avanço da miséria. Um país “quebrado”, com total falta de dólares, mas que insistia em sonhar com um amanhã.
Em nome desse sonho, novamente, a população pagou a conta. O governo contraiu dívidas fabulosas, criou impostos, apertou o cinto e o crânio dos brasileiros, para canalizar o dinheiro disponível, dos impostos ou empréstimos, para montar indústrias capazes de fornecer produtos que ainda eram importados, de aço a alumínio, de celulose a petroquímicos, de máquinas a sistemas de telecomunicações. Substituir importações para economizar dólares, necessários para a compra do petróleo, ainda não descoberto em grande escala no território brasileiro.
Para atender a todas essas novas indústrias, era preciso também construir usinas, as Itaipus, rodovias, ferrovias (o Brasil chegou a produzir 5.000 vagões por ano, com encomendas do governo), sistemas de telecomunicações. Mais aperto de cinto, mais impostos, menos dinheiro para as questões sociais, nunca esquecidas nem mesmo nos debates e escritos dos economistas, ou de empresários. Mas havia a esperança do amanhã. O sonho, de que fala mestre Furtado, de um país economicamente forte, exatamente por dispor de todos os recursos naturais para isso, mas também capaz, ao atingir esse estágio, de maior justiça social, de extinção da miséria. Habitado por um Povo. Orgulhoso de si. Solidário, porque se reconhecendo no outro.
No começo dos anos 90, o sonho estava ao alcance da mão, o amanhã chegava. O Brasil conquistara uma posição entre as dez maiores economias do mundo. Melhor ainda: o Brasil nadava em dólares, porque era capaz de realizar exportações muito maiores do que as importações. Poucos se lembram disso hoje, mas o Brasil tinha um dos maiores saldos comerciais positivos (exportações menos importações) do mundo, na casa dos 10 a 15 bilhões de dólares por ano. Tinha dólares seus, não precisava mais de empréstimos ou de capital das multinacionais para realizar investimentos e manter a economia em expansão, para criação de empregos e solução dos problemas do seu povo. Foi ontem, e está tudo tão distante.
A serviço de outros países, o governo escancarou o mercado às importações e às multinacionais. Feiticeiros malditos transformaram o saldo positivo da balança comercial em um “rombo” permanente, deram vantagens na cobrança de impostos sobre a remessa de juros e de lucros estimulando o envio de dólares para o exterior, elevaram os juros para cobrir os rombos criados, “quebraram” assim a União, Estados, Municípios. Destruíram a indústria e a agricultura. Em cinco ou seis anos, clones malditos dos intelectuais de ontem destruíram o que havia sido construído ao longo de décadas. Destruíram mais. Destruíram o sonho, a Alma Nacional.
O que somos hoje? Um quintal dos países ricos? Não. Somos um curral. Bovinos ruminando babosamente enquanto o vizinho do lado, o trabalhador, o funcionário público, o aposentado, o agricultor, o empresário, todos, um a um, são arrastados para o grande matadouro em que o país se transformou, com suas mil formas de abate como o desemprego, os cortes na aposentadoria, as falsas reformas do funcionalismo, a falência, as importações. Bovinos ruminando no curral, enquanto empresas de todos os portes são engolidas por grupos estrangeiros e até o petróleo, ou os campos mais fabulosos de petróleo do mundo, com poços capazes de produzir 10.000 (dez mil) barris por dia, em um único poço, são entregues a preço simbólico às multinacionais
Em cinco anos, o governo Fernando Henrique Cardoso não destruiu apenas a economia nacional, tornando-a dependente do exterior. Seu crime mais hediondo foi destruir a Alma Nacional, o sonho coletivo. Para isso, e com a ajuda dos meios de comunicação, jogou o consumidor contra os empresários nacionais, “esses aproveitadores”; o contribuinte contra os funcionários públicos, “esses marajás”; o pobre contra os agricultores, “esses caloteiros”; a opinião pública contra os aposentados, ”esses vagabundos”.
No governo FHC, o brasileiro foi levado a esquecer que, em qualquer país do mundo, a sociedade só pode funcionar com base em objetivos que atendam aos interesses, necessidades de todos – ou, mais claramente, não se pode por exemplo ter uma política de importação indiscriminada, a pretexto de beneficiar o consumidor, sem provocar desemprego e quebra de empresas. Ou, a longo prazo, desemprego generalizado.
Com o jogo perverso de estimular a busca de pretensas vantagens individuais, o governo FHC destruiu a busca de objetivos coletivos. Destruiu a Alma Nacional, o Projeto Nacional. A violenta desnacionalização sofrida pelo Brasil, em sua economia, vai eternizar a remessa de lucros, dividendos, juros para o exterior. Isto é, vai torná-lo totalmente dependente da boa vontade dos governos de países ricos em fornecer dólares e, portanto, de ordens e autorizações desses governos de países ricos. Uma espécie de colônia, mesmo, como alertou o economista Celso Furtado em palestra que ele encerrou com sua frase, arrasadora para quem viveu o Brasil de 50 para cá, “nunca estivemos tão distante do Brasil com que um dia sonhamos”.
Mesmo sem tê-lo consultado a respeito, uma sugestão: escreva a frase de Furtado em um pedaço de papel, e a releia todos os dias. Ou faça decalques com ela. Sugira que seus amigos façam o mesmo.
E comece a agir. Ainda há tempo de ressuscitar a Alma Nacional, antes que o Brasil vire colônia.
Voltemos agora a janeiro de 1997, quando, um mês antes de morrer, Darcy Ribeiro foi de cadeira de rodas a um ato na Associação Brasileira de Imprensa contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce e fez um emocionado discurso. "Essa gente quer vender, quer entregar o Brasil porque acha melhor. Essa gente usa o Brasil, usa a Nação, para alcançar os seus objetivos", disse Darcy Ribeiro.
Da Carta Maior*
O discurso abaixo foi feito por Darcy Ribeiro no dia 10 de janeiro de 1997, no Rio de Janeiro, durante um ato público contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce realizado no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Naquela ocasião, Darcy Ribeiro disse a amigos: “Vou ao ato na ABI pela Vale nem que seja carregado”. Ele foi de cadeiras de rodas e falou o seguinte:
Senhores membros da mesa, queridíssimos companheiros e amigos.
Preciso contar duas coisas de verdade: não sei se é porque estou velho, sentimental - não sei por que - não posso mais ouvir o Hino Nacional sem vontade de chorar! A segunda coisa que gostaria de dizer preliminarmente, em nome dos que estão aqui e de todos os brasileiros é o seguinte: um beijo na testa de Barbosa Lima Sobrinho!
Eu não vou chegar lá! Mas é muito bonito ver um brasileiro, o mais eminente dos patriotas brasileiros, que lutou todas as lutas brasileiras desses últimos 80 anos, vê-lo vivo comemorando os seus 100 anos. Por isso quero fazer esta pequena homenagem em nome de todos os brasileiros, tanto quanto posso representá-los...
O meu discurso vem agora: Por que é que o Presidente Fernando Henrique - um presidente tão culto, tão inteligente, tão agradável - é um presidente tão ruim! É incrível que Fernando Henrique se deixe dirigir pela pior gente que há, que é o economista! Basta dizer que se você pegar três deles, dos mais eminentes e colocá-los juntos para discutir qualquer assunto - eles vão discordar entre si. Eles sempre discordam em tudo porque não têm certeza de nada...
E Fernando Henrique só lê na cartilha dos economistas do BNDEs e do Ministério da Fazenda... É incrível! Eles são bisonhos, são jovens com a cabeça feita lá fora. Eles não têm nada de patriótico, eles não têm compromisso conosco. É gente que nunca fez nada na vida e nem é provável que venha a fazer. Essa gente quer vender, quer entregar o Brasil porque acha melhor. Essa gente usa o Brasil, usa a Nação, para alcançar os seus objetivos. Por isso que é importante que existam cabeças como a de Barbosa Lima Sobrinho...
Existe no mundo empresa mais exitosa para fazer mineração, tirando o minério das minas e transportando-o para os compradores do que a Vale do Rio Doce? Existe acaso empresa no mundo com o domínio da tecnologia mais avançada e mais alta do que a Vale? Existe alguma empresa no mundo com as técnicas de reflorestamento empregadas pela Vale? Existe empresa de mineração no mundo, pública, que seja mais lucrativa do que a Vale? Existe empresa que cuide melhor de seus trabalhadores? É claro que não! É por isso que precisamos defender a Vale. E saber que se ela for privatizada logo de cara 30% de seus trabalhadores serão despedidos.
Existe por acaso empresa melhor associada a outras para a exploração de minérios? É claro que não! Se Fernando Henrique tivesse respostas positivas a estas perguntas, que há empresas melhores do que a Vale, poderíamos entender a sua posição. De que a entrega da Vale estava certa. Mas nada disso existe! Entregar a Vale pura e simplesmente para a acumulação dos banqueiros é uma coisa criminosa!
Por isso temos que aprofundar esta campanha em defesa da Vale do Rio Doce tanto quanto possível, mostrando a Fernando Henrique, de todos os modos, que a Nação não aceita esta venda. A Vale é a segunda das empresas criadas através da sagacidade intensa, da capacidade imensa de Getúlio Vargas. Getúlio fez todo esforço para trazer para o Brasil empresas privadas que quisessem produzir aço. Getúlio sabia que só com um grande parque siderúrgico o Brasil poderia dar certo. Era preciso criar a matriz da indústria brasileira. E a "mater", a mãe da indústria brasileira, foi a Companhia Siderúrgica Nacional.
Sem a CSN não existiria indústria naval, indústria de automóveis, o Brasil não teria dado todos os passos imensos que deu, para o progresso. Volta Redonda foi negociada com Roosevelt como condição para o Brasil apoiar os Aliados na guerra. Pois a CSN foi entregue a três banqueiros. Quem pode confiar que três banqueiros agirão de acordo com a Nação e com os interesses do povo brasileiro? Ninguém!
Agora a segunda empresa também negociada por Getúlio pode ser vendida. Os ingleses queriam que enquanto continuasse a Segunda Guerra, enquanto durasse a guerra, o Brasil vendesse para eles, fiado, todo o minério de ferro que pudessem absorver. Getúlio aproveitou a oportunidade e fez um acordo pensando nos interesses do Brasil. Os ingleses passaram a propriedade que tinham sobre as jazidas de ferro em Minas Gerais com a condição de que o Brasil vendesse fiado para eles. E essa foi a origem, o início da grande Vale do Rio Doce que temos hoje.
Quando a Vale se instalou existiam outras empresas que se dedicavam a mineração, como a Hanna. E a Vale cresceu. É por isso que não há nada mais incompreensível, absurdo, criminoso, de lesa-pátria, do que esta tentativa do Governo de privatizar a Vale do Rio Doce.
*Este texto de Darcy Ribeiro foi distribuído à imprensa por Oswaldo Peres Maneschy
Saiba quem foi Aloysio Biondi (1936-2000) e como adquirir 'O Brasil Privatizado', livro do jornalista
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terça-feira, 12 de outubro de 2010
E-mails da Prefeitura de São Paulo serviram para envio de boatos contra Dilma
Recebi de um amigo cópias de e-mails enviados pelo já famoso na web "Antonio da Ponte", com ataques à candidata presidencial Dilma Rousseff. A maioria das mensagens é risível, geralmente trazendo supostas transcrições de comentários de jornalistas influentes, mas cujos áudios ou vídeos nunca ou quase nunca batem com os textos. Em meio ao festival de baboseiras disseminado pelo senhor "da Ponte", todas com cópias para ou encaminhadas a partir de outros fakes como "Tânia Orquidácea" e "Joaquim Mesmo", me chamou a atenção um detalhe: a origem de um dos e-mails, apontando um trecho do documentário "Entreatos", de João Moreira Salles, como prova de que teriam surgido ali, em 2002, os esquemas de corrupção comandados por José Dirceu.
Mas... reparem no endereço eletrônico em detalhe. O e-mail "postmaster@prefeitura.sp.gov.br" soa familiar? Isso mesmo. Prefeitura de São Paulo.
O vídeo anexado à mensagem não prova nada. Mas o que chama a atenção é onde ele foi gerado e por quem. Por sinal, verificando outras mensagens semelhantes que me foram encaminhadas pelo tal "da Ponte" e que passaram por seus coleguinhas fakes - talvez sejam contas de uma mesma pessoa - percebi que todas vêm ou foram copiadas no meio do caminho por e-mails do servidor da prefeitura paulistana. Para explicar de forma simplificada, "postmaster@prefeitura.sp.gov.br" é o servidor para o acesso a contas de e-mail de todos os órgãos da prefeitura. Exemplo: o e-mail do CEU Água Azul é "smeceuaguaazul@prefeitura.sp.gov.br".
Vamos falar sobre a prefeitura paulistana e seu titular DEMotucano. O senhor Gilberto Kassab foi eleito em 2004 como vice na chapa de alguém que é hoje candidato presidencial. Esse candidato presidencial largou a prefeitura após 15 meses de mandato, mesmo jurando na TV - e até assinando documento em cartório - que cumpriria até o fim o mandato. O ex-prefeito foi mais um dos eleitos pelo PSDB em São Paulo que abriram as portas para a única possibilidade de o DEM ser poder na região sudeste: herdando o trono dos tucanos. Dilma, não se estressa. Processa. Em tempo, antes que o Antonio da Ponte, ou Joaquim Mesmo ou sejá lá como se chame mude de e-mail, seu IP é 189.33.117.189. (Rodrigo Brandão - Equipe do Blog EDUCOM)
Post scriptum: será que Antonio da Ponte é um personagem fictício ou trabalha na Prefeitura de São Paulo? Nosso amigo parece ter bastante intimidade com o organograma da alcaidia paulistana...
Mas... reparem no endereço eletrônico em detalhe. O e-mail "postmaster@prefeitura.sp.gov.br" soa familiar? Isso mesmo. Prefeitura de São Paulo.
O vídeo anexado à mensagem não prova nada. Mas o que chama a atenção é onde ele foi gerado e por quem. Por sinal, verificando outras mensagens semelhantes que me foram encaminhadas pelo tal "da Ponte" e que passaram por seus coleguinhas fakes - talvez sejam contas de uma mesma pessoa - percebi que todas vêm ou foram copiadas no meio do caminho por e-mails do servidor da prefeitura paulistana. Para explicar de forma simplificada, "postmaster@prefeitura.sp.gov.br" é o servidor para o acesso a contas de e-mail de todos os órgãos da prefeitura. Exemplo: o e-mail do CEU Água Azul é "smeceuaguaazul@prefeitura.sp.gov.br".
Vamos falar sobre a prefeitura paulistana e seu titular DEMotucano. O senhor Gilberto Kassab foi eleito em 2004 como vice na chapa de alguém que é hoje candidato presidencial. Esse candidato presidencial largou a prefeitura após 15 meses de mandato, mesmo jurando na TV - e até assinando documento em cartório - que cumpriria até o fim o mandato. O ex-prefeito foi mais um dos eleitos pelo PSDB em São Paulo que abriram as portas para a única possibilidade de o DEM ser poder na região sudeste: herdando o trono dos tucanos. Dilma, não se estressa. Processa. Em tempo, antes que o Antonio da Ponte, ou Joaquim Mesmo ou sejá lá como se chame mude de e-mail, seu IP é 189.33.117.189. (Rodrigo Brandão - Equipe do Blog EDUCOM)
Post scriptum: será que Antonio da Ponte é um personagem fictício ou trabalha na Prefeitura de São Paulo? Nosso amigo parece ter bastante intimidade com o organograma da alcaidia paulistana...
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Laerte Braga: 'Lugar de mulher é na cozinha'
Este artigo foi distribuído nas listas de blogueiros sujos dia 9, véspera do debate da Band. Veja como o jornalista Laerte Braga antecipa a postura de Serra e do PSDB durante e após o encontro dos presidenciáveis, mas principalmente os comentários da mídia no dia seguinte.
"Todos ensaiados para chamar Dilma de agressiva e Serra de enfático. Machismo: mulher quando é enfática torna-se agressiva." (deputada federal Manuela d'Ávila, do PC do B, comentando o debate no Twitter)
Laerte Braga
A maneira brutal e baixa com que a extrema-direita brasileira vem tentando impor o nome de José Arruda Serra aos brasileiros revela o apetite pelo poder dessas elites. Ou pela tentativa de manter intocados seus feudos.
Mostra o preconceito dos “donos” do País contra a mulher, o que, por sua vez, se estende a todos os que nesses últimos oito anos se viram incluídos no processo político e econômico por conta de ações do governo Lula.
A presunção e a arrogância da verdade absoluta. Só disfarça o caráter perverso e escravagista das elites.
O cunho religioso que tomou conta do debate eleitoral no fundo esconde apenas busca de mais poder. De maiores privilégios. Soa chantagista, cúmplice de um modelo político que vai sendo rompido gradativamente e abrindo caminho a uma ampla e desejada participação popular no processo político e nesse caminho quebrando barreiras impostas secularmente à grande maioria dos brasileiros.
Esse debate religioso soa a falso moralismo. O maior líder religioso do Brasil nos últimos anos foi Chico Xavier. Um líder espírita (não sou espírita). Teria se transformado num dos homens mais ricos do País só com os direitos autorais de seus livros.
Vivia modestamente numa casa comum, abriu mão de todos aqueles direitos em benefício da obra religiosa e assistencial que coordenava. Sustentava-se com o básico, o indispensável.
Em tempo algum teve coleção de carros antigos, ou direitos autorais de CDs gravados por grandes multinacionais da música, muito menos programas de televisão ou aparições em shows cercados de tecnologia do embuste.
A padroeira do Brasil, que um dia teve sua imagem chutada por um tresloucado, é negra.
Chico Xavier soma-se a D. Hélder Câmara que designado arcebispo de Olinda e Recife deixou de viver no palácio episcopal e foi morar numa casa nos fundos do tal palácio, transformando-o em centro de amparo material e espiritual aos que assim o necessitavam.
Há um número expressivo de líderes religiosos com atitudes semelhantes. A imensa maioria perseguida ou ignorada pelas elites que buscam de forma desesperada recuperar o governo do Brasil e arrematar o processo de venda de todas as riquezas nacionais.
Em 1964, quando boa parte da cúpula da Igreja Católica Romana se mostrou favorável ao golpe de estado dos militares a soldo das elites e dos EUA, um cardeal, por exemplo, Carlos Vasconcelos Mota se opôs à ditadura.
E na luta contra o regime militar, bárbaro, estúpido, anti nacional, muitos sacerdotes e bispos caíram diante da tacanha e violenta “ordem” que tomou conta do Brasil durante 20 anos.
Quando havia um papa no sentido que aplicamos à palavra, ou ao título, o governo brasileiro – ditadura militar – mandou sondar Paulo VI sobre a eventual prisão do bispo Pedro Casaldáliga. A resposta foi simples – “toquem num fio de cabelo de Casaldáliga e estarão tocando em mim” –. Foi à época do assassinato do padre Burnier, vítima da ditadura.
Celso Furtado, um dos grandes vultos da História do Brasil, dizia que a maior revolução do século XX foi a “feminista”. No sentido da conquista da liberdade política e econômica da mulher. Deixa de ser coadjuvante e passa a ser protagonista.
Transformou-se em bem mais que uma simples partícipe do processo de vida de uma nação como um todo. Milhões de donas de casa se viram num dado momento com os direitos revelando novas responsabilidades e a um ponto tal que são sustentáculos da própria ordem política, econômica e social.
Tirem a mulher do cenário político, econômico e social e o País desaba.
Há dias foi veiculado pela televisão um anúncio de um determinado modelo de automóvel. No filme da propaganda a mulher presenteia o marido com aquele carro, para que ele possa cumprir suas funções domésticas. Levar e buscar os filhos na escola, fazer compras no supermercado, coisas assim. O casal vizinho, na lógica de estimular o consumo, espiando de esguelha, apresenta um marido deprimido. Pede um tempo.
É uma forma de apropriação do status da mulher, parte viva do dia a dia seja de um casal, seja de um país como o nosso.
As elites não aceitam a mulher e o tosco modo de pensar de setores da extrema-direita, rude, tosco, mas deliberado, não concorda com a hipótese que o Brasil possa ser governado por uma mulher.
Na história construída desde a chegada de Cabral, entendem que lugar de mulher é na cozinha e obrigação de mulher é dirigir-se ao seu companheiro como “senhor meu marido”, ou “senhor sei lá o que”.
Não é uma questão cultural com o aspecto que emprestam a essa palavra.
É ignorar o papel extraordinário que a mulher exerce em cada tijolinho de todo o cotidiano de todos nós.
O modelo se apropria inclusive da própria característica revolucionária dessa participação, para tentar adequá-la às suas vontades, transformando a mulher em objeto. Em melancia, pera, etc.
Objeto sexual, objeto de exploração no trabalho. É o que o modelo vende.
Milhões de brasileiras carregam em suas costas a história de violência e preconceito contra a mulher. Como milhões de negros e integrantes de minorias historicamente rejeitadas.
A perspectiva de uma presidente e não de um presidente assusta e assusta mais ainda quando essa mulher tem dentro de si as marcas da violência e da brutalidade da ditadura militar.
E traz consigo o caráterindiscutível e capaz. Preservou-se íntegra.
A soma dessas características é que leva setores medievais das elites políticas, econômicas e religiosas do Brasil a uma campanha baixa, repleta de chantagens, de tentativas de desqualificar Dilma Roussef.
É como uma chicotada em cada mulher brasileira e muitas ainda não perceberam que por trás de toda a baixaria que toma conta da campanha eleitoral, bem mais que o mau caratismo do candidato José Arruda Serra, existe um projeto sinistro e cruel de dominação do Brasil e dos brasileiros.
Para essa gente lugar de mulher é na cozinha, ou então na cama, cumprindo “suas obrigações”. O medo que buscam criar nas pessoas é a maneira de tentar escravizar. Pelo medo.
Se bobearmos, em breve, vão propor algo como uma espécie de circuncisão de todas as mulheres, o corte do clitóris.
E os atrasados são os outros.
O que há por trás de toda essa canalhice é a luta para manter privilégios e deter o avanço do Brasil, hoje a oitava economia do mundo e com níveis de justiça social ainda longe dos ideais, mas bem melhores que os dos tempos de FHC e os de sua laia.
A História não se constrói num dia e nem se faz sem lutas.
A luta de Dilma é a luta de cada mulher brasileira. Seja por sua liberdade, seja para não ter que recorrer a uma delegacia por conta de violência doméstica, seja para abrigar sob o manto de mãe/mulher consciente do seu papel a Nação que se transforma em potência mundial.
Isso incomoda às elites paulistas, aos latifundiários, aos “donos” do Brasil, loucos para que as mulheres voltem à cozinha e se prestem à cama no horário desejado pelos senhores. Incomoda a mídia privada que deseja bundas imensas nas capas de revistas, jornais, nos shows de tevê, tudo em nome de um modelo podre e corrupto.
Com um detalhe. Não pode passar de quarenta anos. Do contrário, como fez Faustão, é demitida por não atender às exigências do patrocinador.
Para eles é a ordem natural das coisas. E a ordem natural das coisas, para eles, é a eterna exploração de mulheres, negros, de excluídos de um modo geral, de trabalhadores. Escondem-se no moralismo de fachada, na hipocrisia e isso tem nome.
É fascismo. A forma mais ultrajante de assédio que se pode conhecer. Se volta tanto contra a mulher, como contra qualquer cidadão consciente e decente, porque esconde propósitos e objetivos de pura dominação e exploração.
É o estilo VEJA, ou FOLHA DE SÃO PAULO, ou GLOBO. É o jeito de ser tucano/DEM. Explicita-se na campanha sórdida.
Baixo, vil, covarde.
No mundo cristão duas mulheres tiveram importância capital na vida de Cristo. Maria, sua mãe e de seus irmãos e Madalena que, segundo alguns, foi sua companheira. Maria Madalena à época e como nos registros foi chamada de prostituta pelos senhores de Israel.
Ficção ou não o livro O CÓDIGO DA VINCI e o filme mostram a face real da OPUS DEI. O preconceito. Sobre lugar de mulher ser na cozinha é exatamente isso. Os “donos” as desqualificam. Em sua arrogância de senhores da verdade. Desde que a verdade seja lucrativa.
É nessa trilha covarde que querem que os caminhos caminhem. Com caminhantes sem vontade e sem vida, submissos a um processo que ultrapassa o de apenas alienação, atinge o de tentar nos transformar a todos em robôs.
"Todos ensaiados para chamar Dilma de agressiva e Serra de enfático. Machismo: mulher quando é enfática torna-se agressiva." (deputada federal Manuela d'Ávila, do PC do B, comentando o debate no Twitter)
Laerte Braga
A maneira brutal e baixa com que a extrema-direita brasileira vem tentando impor o nome de José Arruda Serra aos brasileiros revela o apetite pelo poder dessas elites. Ou pela tentativa de manter intocados seus feudos.
Mostra o preconceito dos “donos” do País contra a mulher, o que, por sua vez, se estende a todos os que nesses últimos oito anos se viram incluídos no processo político e econômico por conta de ações do governo Lula.
A presunção e a arrogância da verdade absoluta. Só disfarça o caráter perverso e escravagista das elites.
O cunho religioso que tomou conta do debate eleitoral no fundo esconde apenas busca de mais poder. De maiores privilégios. Soa chantagista, cúmplice de um modelo político que vai sendo rompido gradativamente e abrindo caminho a uma ampla e desejada participação popular no processo político e nesse caminho quebrando barreiras impostas secularmente à grande maioria dos brasileiros.
Esse debate religioso soa a falso moralismo. O maior líder religioso do Brasil nos últimos anos foi Chico Xavier. Um líder espírita (não sou espírita). Teria se transformado num dos homens mais ricos do País só com os direitos autorais de seus livros.
Vivia modestamente numa casa comum, abriu mão de todos aqueles direitos em benefício da obra religiosa e assistencial que coordenava. Sustentava-se com o básico, o indispensável.
Em tempo algum teve coleção de carros antigos, ou direitos autorais de CDs gravados por grandes multinacionais da música, muito menos programas de televisão ou aparições em shows cercados de tecnologia do embuste.
A padroeira do Brasil, que um dia teve sua imagem chutada por um tresloucado, é negra.
Chico Xavier soma-se a D. Hélder Câmara que designado arcebispo de Olinda e Recife deixou de viver no palácio episcopal e foi morar numa casa nos fundos do tal palácio, transformando-o em centro de amparo material e espiritual aos que assim o necessitavam.
Há um número expressivo de líderes religiosos com atitudes semelhantes. A imensa maioria perseguida ou ignorada pelas elites que buscam de forma desesperada recuperar o governo do Brasil e arrematar o processo de venda de todas as riquezas nacionais.
Em 1964, quando boa parte da cúpula da Igreja Católica Romana se mostrou favorável ao golpe de estado dos militares a soldo das elites e dos EUA, um cardeal, por exemplo, Carlos Vasconcelos Mota se opôs à ditadura.
E na luta contra o regime militar, bárbaro, estúpido, anti nacional, muitos sacerdotes e bispos caíram diante da tacanha e violenta “ordem” que tomou conta do Brasil durante 20 anos.
Quando havia um papa no sentido que aplicamos à palavra, ou ao título, o governo brasileiro – ditadura militar – mandou sondar Paulo VI sobre a eventual prisão do bispo Pedro Casaldáliga. A resposta foi simples – “toquem num fio de cabelo de Casaldáliga e estarão tocando em mim” –. Foi à época do assassinato do padre Burnier, vítima da ditadura.
Celso Furtado, um dos grandes vultos da História do Brasil, dizia que a maior revolução do século XX foi a “feminista”. No sentido da conquista da liberdade política e econômica da mulher. Deixa de ser coadjuvante e passa a ser protagonista.
Transformou-se em bem mais que uma simples partícipe do processo de vida de uma nação como um todo. Milhões de donas de casa se viram num dado momento com os direitos revelando novas responsabilidades e a um ponto tal que são sustentáculos da própria ordem política, econômica e social.
Tirem a mulher do cenário político, econômico e social e o País desaba.
Há dias foi veiculado pela televisão um anúncio de um determinado modelo de automóvel. No filme da propaganda a mulher presenteia o marido com aquele carro, para que ele possa cumprir suas funções domésticas. Levar e buscar os filhos na escola, fazer compras no supermercado, coisas assim. O casal vizinho, na lógica de estimular o consumo, espiando de esguelha, apresenta um marido deprimido. Pede um tempo.
É uma forma de apropriação do status da mulher, parte viva do dia a dia seja de um casal, seja de um país como o nosso.
As elites não aceitam a mulher e o tosco modo de pensar de setores da extrema-direita, rude, tosco, mas deliberado, não concorda com a hipótese que o Brasil possa ser governado por uma mulher.
Na história construída desde a chegada de Cabral, entendem que lugar de mulher é na cozinha e obrigação de mulher é dirigir-se ao seu companheiro como “senhor meu marido”, ou “senhor sei lá o que”.
Não é uma questão cultural com o aspecto que emprestam a essa palavra.
É ignorar o papel extraordinário que a mulher exerce em cada tijolinho de todo o cotidiano de todos nós.
O modelo se apropria inclusive da própria característica revolucionária dessa participação, para tentar adequá-la às suas vontades, transformando a mulher em objeto. Em melancia, pera, etc.
Objeto sexual, objeto de exploração no trabalho. É o que o modelo vende.
Milhões de brasileiras carregam em suas costas a história de violência e preconceito contra a mulher. Como milhões de negros e integrantes de minorias historicamente rejeitadas.
A perspectiva de uma presidente e não de um presidente assusta e assusta mais ainda quando essa mulher tem dentro de si as marcas da violência e da brutalidade da ditadura militar.
E traz consigo o caráterindiscutível e capaz. Preservou-se íntegra.
A soma dessas características é que leva setores medievais das elites políticas, econômicas e religiosas do Brasil a uma campanha baixa, repleta de chantagens, de tentativas de desqualificar Dilma Roussef.
É como uma chicotada em cada mulher brasileira e muitas ainda não perceberam que por trás de toda a baixaria que toma conta da campanha eleitoral, bem mais que o mau caratismo do candidato José Arruda Serra, existe um projeto sinistro e cruel de dominação do Brasil e dos brasileiros.
Para essa gente lugar de mulher é na cozinha, ou então na cama, cumprindo “suas obrigações”. O medo que buscam criar nas pessoas é a maneira de tentar escravizar. Pelo medo.
Se bobearmos, em breve, vão propor algo como uma espécie de circuncisão de todas as mulheres, o corte do clitóris.
E os atrasados são os outros.
O que há por trás de toda essa canalhice é a luta para manter privilégios e deter o avanço do Brasil, hoje a oitava economia do mundo e com níveis de justiça social ainda longe dos ideais, mas bem melhores que os dos tempos de FHC e os de sua laia.
A História não se constrói num dia e nem se faz sem lutas.
A luta de Dilma é a luta de cada mulher brasileira. Seja por sua liberdade, seja para não ter que recorrer a uma delegacia por conta de violência doméstica, seja para abrigar sob o manto de mãe/mulher consciente do seu papel a Nação que se transforma em potência mundial.
Isso incomoda às elites paulistas, aos latifundiários, aos “donos” do Brasil, loucos para que as mulheres voltem à cozinha e se prestem à cama no horário desejado pelos senhores. Incomoda a mídia privada que deseja bundas imensas nas capas de revistas, jornais, nos shows de tevê, tudo em nome de um modelo podre e corrupto.
Com um detalhe. Não pode passar de quarenta anos. Do contrário, como fez Faustão, é demitida por não atender às exigências do patrocinador.
Para eles é a ordem natural das coisas. E a ordem natural das coisas, para eles, é a eterna exploração de mulheres, negros, de excluídos de um modo geral, de trabalhadores. Escondem-se no moralismo de fachada, na hipocrisia e isso tem nome.
É fascismo. A forma mais ultrajante de assédio que se pode conhecer. Se volta tanto contra a mulher, como contra qualquer cidadão consciente e decente, porque esconde propósitos e objetivos de pura dominação e exploração.
É o estilo VEJA, ou FOLHA DE SÃO PAULO, ou GLOBO. É o jeito de ser tucano/DEM. Explicita-se na campanha sórdida.
Baixo, vil, covarde.
No mundo cristão duas mulheres tiveram importância capital na vida de Cristo. Maria, sua mãe e de seus irmãos e Madalena que, segundo alguns, foi sua companheira. Maria Madalena à época e como nos registros foi chamada de prostituta pelos senhores de Israel.
Ficção ou não o livro O CÓDIGO DA VINCI e o filme mostram a face real da OPUS DEI. O preconceito. Sobre lugar de mulher ser na cozinha é exatamente isso. Os “donos” as desqualificam. Em sua arrogância de senhores da verdade. Desde que a verdade seja lucrativa.
É nessa trilha covarde que querem que os caminhos caminhem. Com caminhantes sem vontade e sem vida, submissos a um processo que ultrapassa o de apenas alienação, atinge o de tentar nos transformar a todos em robôs.
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Guitarrista do Rage Against The Machine homenageia MST e TV Globo corta as imagens
Mais uma demonstração inequívoca do quanto a imprensa brasileira preza a liberdade de expressão, eles mesmos que gritam, "indignados", toda vez que sofrem alguma crítica. Leia o texto abaixo, veja o vídeo com a música dedicada aos trabalhadores sem terra e a foto do guitarrista norte-americano vestindo o boné do MST, imagem que a Globo censurou. Se eles hoje demonstram tanto atrevimento, quando o Brasil tem um governo de centro-esquerda, quando os movimentos sociais estão organizados e em permanente diálogo com as autoridades, imagine o que poderão fazer caso a oposição conservadora retome o poder no pleito do dia 31.
Do site "Virgula"
Na noite de sexta, 9, durante apresentação no festival SWU, em Itu (SP) Zack de la Rocha, vocalista do Rage Against the Machine, dedicou a música "People of the Sun" (em português "Povo do Sol") ao MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. "Esse som vai para os irmãos e irmãs do MST: people of the sun", anunciou de la Rocha.
Em seguida, durante a música Wake Up, o guitarrista Tom Morello colocou um boné do MST e poucos minutos depois a Rede Globo, que transmitia o festival, cortou a transmissão do show.
Um comunicado oficial - falando do apoio da banda ao movimento durante a apresentação - foi divulgado no site oficial do MST. Tom Morello também se pronunciou pelo Twitter: "Se a rede de tv cortou as cenas em que eu aparecia com o boné do MST, é sinal que estamos vencendo", postou o guitarrista do Rage.
Quem assistia à apresentação da banda no Multishow, canal por assinatura da Globo, não viu esta imagem: Tom Morello homenageia o MST.
Do site "Virgula"
Na noite de sexta, 9, durante apresentação no festival SWU, em Itu (SP) Zack de la Rocha, vocalista do Rage Against the Machine, dedicou a música "People of the Sun" (em português "Povo do Sol") ao MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. "Esse som vai para os irmãos e irmãs do MST: people of the sun", anunciou de la Rocha.
Em seguida, durante a música Wake Up, o guitarrista Tom Morello colocou um boné do MST e poucos minutos depois a Rede Globo, que transmitia o festival, cortou a transmissão do show.
Um comunicado oficial - falando do apoio da banda ao movimento durante a apresentação - foi divulgado no site oficial do MST. Tom Morello também se pronunciou pelo Twitter: "Se a rede de tv cortou as cenas em que eu aparecia com o boné do MST, é sinal que estamos vencendo", postou o guitarrista do Rage.
Quem assistia à apresentação da banda no Multishow, canal por assinatura da Globo, não viu esta imagem: Tom Morello homenageia o MST.
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segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Análise da candidatura Dilma nas capas dos jornais
Manchetes dos três jornais de maior circulação do país com relação à candidatura Dilma Rousseff
Do Brasil de Fato
Análise das manchetes dos três jornais de maior circulação do país com relação à candidatura Dilma Rousseff.
O levantamento foi feito a partir das manchetes de primeira página publicadas, entre os dias 28 de agosto e 27 de setembro, por Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo. Nesse período, o diário carioca não publicou nenhuma manchete positiva à candidata Dilma Rousseff, contra 21 negativas. Foram ainda três neutras e seis tratando de outros assuntos, como economia ou internacional.
Já a Folha de S.Paulo veiculou duas manchetes positivas à campanha petista (“Lula vai à TV e afirma que Serra partiu para baixaria”, no dia 8, e “Desemprego é o menor, e renda é a maior em 8 anos”, dia 24). No entanto, foram 18 negativas, além de uma neutra e nove sobre temas diversos. O outro periódico paulista, o único dos três a declarar em editorial apoio ao candidato José Serra, foi o campeão em manchetes negativas com relação a Dilma: foram 22 em apenas um mês. O Estado de S. Paulo também trouxe uma capa positiva à petista (“Inquérito da PF esvazia tese de crime político na receita”, dia 16), três neutras e quatros abordando outros assuntos.
Do Brasil de Fato
Análise das manchetes dos três jornais de maior circulação do país com relação à candidatura Dilma Rousseff.
O levantamento foi feito a partir das manchetes de primeira página publicadas, entre os dias 28 de agosto e 27 de setembro, por Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo. Nesse período, o diário carioca não publicou nenhuma manchete positiva à candidata Dilma Rousseff, contra 21 negativas. Foram ainda três neutras e seis tratando de outros assuntos, como economia ou internacional.
Já a Folha de S.Paulo veiculou duas manchetes positivas à campanha petista (“Lula vai à TV e afirma que Serra partiu para baixaria”, no dia 8, e “Desemprego é o menor, e renda é a maior em 8 anos”, dia 24). No entanto, foram 18 negativas, além de uma neutra e nove sobre temas diversos. O outro periódico paulista, o único dos três a declarar em editorial apoio ao candidato José Serra, foi o campeão em manchetes negativas com relação a Dilma: foram 22 em apenas um mês. O Estado de S. Paulo também trouxe uma capa positiva à petista (“Inquérito da PF esvazia tese de crime político na receita”, dia 16), três neutras e quatros abordando outros assuntos.
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Do Aurélio: 'tergiversar'
v.i. Usar de subterfúgios ou evasivas, variar inseguramente de argumentos e de meios no debate de um assunto ou no enfrentar uma situação. "Indagada a respeito, a autoridade tergiversou".
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O debate da Band
Blogueiros e jornalistas especializados em grande maioria concordaram que o debate marca uma mudança de rumos no 2º turno. Dilma ouviu a militância e adotou a postura mais agressiva de todos os debates até o momento. Só se viram elogios ao desempenho da candidata do PT nos blogs, no Twitter e em outras redes sociais. Há um clima de empolgação na campanha que não havia uma semana atrás. Serra foi desmascarado e os tucanos parecem ter sentido o golpe.
"Dilma Rousseff surpreendeu e foi para cima do candidato tucano no debate da TV Bandeirantes. Serra não esperava por isso. Ficou evidente ao deixar sem respostas, por exemplo, a cobrança que a petista fez a ele da frase dita por sua esposa, Mônica Serra, de que 'Dilma mata criancinhas'. Colocou o tema das privatizações na baila, defendeu a Petrobras e o pré-sal e colocou uma dúvida na cabeça das pessoas. A de que essas riquezas correriam riscos na gestão tucana. Não acredito que o aborto volte a ser tema central da campanha." (Renato Rovai, editor da Revista Fórum)
"Apontado como 'líder satanista' (na imunda boataria pró-Serra, que inundou a internet nas últimas semanas), Michel Temer (o vice de Dilma) foi quem analisou com mais calma e conteúdo o debate, numa entrevista rápida ainda dentro do estúdio da Band: a atuação da Dilma 'vai jogar nas ruas a militância'. O debate foi isso. Audiência baixa, cerca de 3 pontos. Quem estava acompanhando? O público mais ligado em política – dos dois lados. Dilma falou para a militância. E acho que surpreendeu positivamente a todos." (Rodrigo Vianna, do blog O Escrevinhador)
"Dilma jogou no colo de Serra a origem da história sobre o aborto ao citar o que a mulher dele disse a respeito. A candidata do PT usou o debate para mostrar que está viva, firme e forte. Por isso foi para o ataque. E surpreendeu o adversário." (Ricardo Noblat, de O Globo, pelo Twitter)
"Foi o melhor debate da campanha até agora" (Fernando Mitre, diretor de jornalismo da Band)
"O debate foi agressivo, mas no melhor sentido da palavra" (Ricardo Boechat, mediador do debate de ontem)
"Dilma Rousseff surpreendeu e foi para cima do candidato tucano no debate da TV Bandeirantes. Serra não esperava por isso. Ficou evidente ao deixar sem respostas, por exemplo, a cobrança que a petista fez a ele da frase dita por sua esposa, Mônica Serra, de que 'Dilma mata criancinhas'. Colocou o tema das privatizações na baila, defendeu a Petrobras e o pré-sal e colocou uma dúvida na cabeça das pessoas. A de que essas riquezas correriam riscos na gestão tucana. Não acredito que o aborto volte a ser tema central da campanha." (Renato Rovai, editor da Revista Fórum)
"Apontado como 'líder satanista' (na imunda boataria pró-Serra, que inundou a internet nas últimas semanas), Michel Temer (o vice de Dilma) foi quem analisou com mais calma e conteúdo o debate, numa entrevista rápida ainda dentro do estúdio da Band: a atuação da Dilma 'vai jogar nas ruas a militância'. O debate foi isso. Audiência baixa, cerca de 3 pontos. Quem estava acompanhando? O público mais ligado em política – dos dois lados. Dilma falou para a militância. E acho que surpreendeu positivamente a todos." (Rodrigo Vianna, do blog O Escrevinhador)
"Dilma jogou no colo de Serra a origem da história sobre o aborto ao citar o que a mulher dele disse a respeito. A candidata do PT usou o debate para mostrar que está viva, firme e forte. Por isso foi para o ataque. E surpreendeu o adversário." (Ricardo Noblat, de O Globo, pelo Twitter)
"Foi o melhor debate da campanha até agora" (Fernando Mitre, diretor de jornalismo da Band)
"O debate foi agressivo, mas no melhor sentido da palavra" (Ricardo Boechat, mediador do debate de ontem)
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domingo, 10 de outubro de 2010
Dilma e a fé Cristã
Por Frei Betto*
Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte. Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência.
Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho.
Nada tinha de “marxista ateia”.
Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.
Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista- acusar Dilma Rousseff de “abortista” ou contrária aos princípios evangélicos.
Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade.
Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo.
Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica. Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que “a árvore se conhece pelos frutos”, como acentua o Evangelho.
É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam.
Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto…
Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.
Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.
Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.
A resposta de Jesus surpreendeu: “Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes…” (Mateus 25, 31-46). Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.
Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção.
*frade dominicano, Frei Betto (foto) é assessor de movimentos sociais e autor de “Um homem chamado Jesus” (Rocco), entre outros livros. Publicado na edição de hoje da Folha de S. Paulo
Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte. Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência.
Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho.
Nada tinha de “marxista ateia”.
Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.
Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista- acusar Dilma Rousseff de “abortista” ou contrária aos princípios evangélicos.
Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade.
Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo.
Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica. Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que “a árvore se conhece pelos frutos”, como acentua o Evangelho.
É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam.
Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto…
Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.
Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.
Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.
A resposta de Jesus surpreendeu: “Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes…” (Mateus 25, 31-46). Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.
Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção.
*frade dominicano, Frei Betto (foto) é assessor de movimentos sociais e autor de “Um homem chamado Jesus” (Rocco), entre outros livros. Publicado na edição de hoje da Folha de S. Paulo
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sábado, 9 de outubro de 2010
Carta aberta aos blogueiros apoiadores de Dilma 13 - Presidente
Por Leonardo Boff
Vamos atravessar nesses 20 dias de campanha do segundo turno um dos momentos mais estressantes da política brasileira. Por quê? Todo poder econômico do capital (nacional e internacional) aposta na eleição de Serra. Eles detêm o controle absoluto dos meios de comunicação. Só duas revistas mantêm-se mais independentes: Carta Capital e Caros Amigos. O restante é Serra até morrer. Mentem descarada e hipocritamente sobre a liberdade de imprensa. Liberdade de imprensa para eles só um lado fala e tem voz. Quando há duas posições, não há liberdade. É o autoritarismo mais atrasado controlando a informação. Uma luta difícil e desigual. Vão mentir, caluniar, difamar, fofocar, acusar sem provas, etc. São especialistas e já devem ter toda uma estratégia montada, cartas na manga. Temos que usar todas as nossas forças e habilidades para chegar ao eleitor. A internet, além da rua, é um instrumento valioso. Vamos repassar matérias esclarecendo pessoas de nossas relações, mesmo que se mostrem indiferentes e, até, do outro lado. Não desanimar nunca.
Leia ainda:
O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de idéias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta. Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando vêem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. O artigo é de Leonardo Boff.
Por Leonardo Boff*
Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso”pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o “Brasil Nunca Mais” onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.
Esta história de vida, me avaliza para fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a midia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de idéias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.
Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando vêem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos do Estado de São Paulo, da Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico, assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem deste povo. Mais que informar e fornecer material para a discussão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.
Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido à mais alta autoridade do pais, ao Presidente Lula. Nele vêem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.
Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser Presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.
Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma) “a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e não contemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo, Jeca Tatu, negou seus direitos, arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação, conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que contiua achando que lhe pertence (p.16)”.
Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles tem pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascendente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidene de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.
Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados de onde vem Lula e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coroneis e de “fazedores de cabeça” do povo. Quando Lula afirmou que “a opinião pública somos nós”, frase tão distorcida por essa midia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da midia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palavra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.
O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.
Outro conceito inovador foi o desenvolvimento com inclusão social e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituídas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.
O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, o fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA, protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.
O que está em jogo neste enfrentamento entre a mídia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocoloncial, neoglobalizado e no fundo, retrógrado e velhista ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes.
Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das má vontade deste setor endurecido da mídia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construído com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.
*Leonardo Boff é teólogo. Votou em Marina Silva no primeiro turno. Publicado em Carta Maior e na Adital.
Marina... você se pintou?
Vamos atravessar nesses 20 dias de campanha do segundo turno um dos momentos mais estressantes da política brasileira. Por quê? Todo poder econômico do capital (nacional e internacional) aposta na eleição de Serra. Eles detêm o controle absoluto dos meios de comunicação. Só duas revistas mantêm-se mais independentes: Carta Capital e Caros Amigos. O restante é Serra até morrer. Mentem descarada e hipocritamente sobre a liberdade de imprensa. Liberdade de imprensa para eles só um lado fala e tem voz. Quando há duas posições, não há liberdade. É o autoritarismo mais atrasado controlando a informação. Uma luta difícil e desigual. Vão mentir, caluniar, difamar, fofocar, acusar sem provas, etc. São especialistas e já devem ter toda uma estratégia montada, cartas na manga. Temos que usar todas as nossas forças e habilidades para chegar ao eleitor. A internet, além da rua, é um instrumento valioso. Vamos repassar matérias esclarecendo pessoas de nossas relações, mesmo que se mostrem indiferentes e, até, do outro lado. Não desanimar nunca.
Leia ainda:
Leonardo Boff: A mídia comete sim abusos ao atacar Lula e Dilma
Por Leonardo Boff*
Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso”pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o “Brasil Nunca Mais” onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.
Esta história de vida, me avaliza para fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a midia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de idéias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.
Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando vêem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos do Estado de São Paulo, da Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico, assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem deste povo. Mais que informar e fornecer material para a discussão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.
Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido à mais alta autoridade do pais, ao Presidente Lula. Nele vêem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.
Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser Presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.
Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma) “a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e não contemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo, Jeca Tatu, negou seus direitos, arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação, conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que contiua achando que lhe pertence (p.16)”.
Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles tem pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascendente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidene de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.
Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados de onde vem Lula e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coroneis e de “fazedores de cabeça” do povo. Quando Lula afirmou que “a opinião pública somos nós”, frase tão distorcida por essa midia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da midia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palavra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.
O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.
Outro conceito inovador foi o desenvolvimento com inclusão social e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituídas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.
O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, o fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA, protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.
O que está em jogo neste enfrentamento entre a mídia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocoloncial, neoglobalizado e no fundo, retrógrado e velhista ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes.
Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das má vontade deste setor endurecido da mídia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construído com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.
*Leonardo Boff é teólogo. Votou em Marina Silva no primeiro turno. Publicado em Carta Maior e na Adital.
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PIG
Militares entregam ficha de Dilma na ditadura à 'Folha'
Ninguém disse que esse segundo turno seria fácil. Se você já passou por alguma banca viu a capa desta semana de "Veja", mais uma vez com artilharia pesada dirigida à candidata presidencial Dilma Rousseff. Depois de dois meses de infrutíferas tentativas, a Folha de S. Paulo anuncia hoje que o STM (Superior Tribunal Militar) atendeu seus advogados e lhe escancarou o passado político de Dilma. Assim publicou o jornal de Otavio Frias Filho: “O Ministério Público Militar deu parecer favorável à Folha no mandado de segurança protocolado pelo jornal no STM (Superior Tribunal Militar) para ter acesso ao processo que levou Dilma Rousseff à prisão durante a ditadura militar (1964-1985)”. Esse é o mesmo jornal que em editorial, recentemente, chamou o regime de 1964 de "ditabranda" e nos anos de chumbo ofereceu suas caminhonetes de distribuição ao Doi-Codi.
Pergunta a quem ainda não se convenceu que a Folha e outros veículos da mídia empresarial dedicam-se a eleger José Serra na marra: por que, em nome da imparcialidade e da equanimidade que o jornalismo exige, nenhum desses jornais lança luz sobre a vida de José Serra e faz uma análise da ética nos governos de PSDB e DEM, em nível federal e estadual? Como Serra enriqueceu se, como diz, nasceu tão pobre e praticamente a vida inteira trabalhou no serviço público? Qual a profissão de Serra? Como ele ganhou a vida nos poucos anos em que esteve longe de cargos públicos? O texto que publicamos abaixo está sendo distribuído pelo #RIO BLOG PROG (Movimento dos Internatutas Progressistas do Rio de Janeiro) e foi encaminhado ao ombudsman (crítico interno) e a vários jornalistas da "Folha". Leia o artigo, copie os endereços eletrônicos que publicamos em seguida e também mostre aos Frias sua indignação.
Tem tudo que ver com a história da grande imprensa brasileira a próxima aposta da Folha de São Paulo para difamar a adversária do candidato que apoia tacitamente. Ao tentar resgatar o processo que a ditadura militar abriu contra Dilma Rousseff para justificar seu encarceramento, o jornal revela que, mais uma vez, tornar-se-á porta-voz dos ditadores.
É evidente que um processo aberto por uma ditadura para dar ares de legitimidade a um crime de lesa-humanidade como é prender e torturar uma garota de 19 anos só pode conter as acusações mais terríveis contra a vítima dessas sevícias.
Ou alguém acha que a ditadura teria prendido e torturado a tantos sob acusações de ordem meramente política e ideológica? É óbvio que Dilma sofrerá, em pleno regime democrático, acusações que lhe foram feitas pelos pervertidos que impuseram duas décadas de regime de exceção ao Brasil. Nessas acusações, obviamente que lhe serão atribuídos crimes sérios.
Hoje, um daqueles jornais que caminharam de braços dados com a violação da democracia no Brasil tenta resgatar as acusações dos ditadores àquela pós-adolescente de óculos grossos que teve coragem que muito marmanjo não teve ao suportar a tortura sem dar aos torturadores o que queriam.
A organização criminosa dirigida pela "famiglia" Frias anuncia neste sábado, com pompa e circunstância, que “O Ministério Público Militar deu parecer favorável à Folha no mandado de segurança protocolado pelo jornal no STM (Superior Tribunal Militar) para ter acesso ao processo que levou Dilma Rousseff à prisão durante a ditadura militar (1964-1985)”.
Perfeito! O que simbolizaria melhor uma campanha eleitoral tão imunda se não o candidato da direita mandar a sua máquina de propaganda difundir as justificativas mentirosas de uma ditadura para prender e torturar a adversária dele?
Não tenho a menor dúvida de que os mesmos militares de pijama que vivem dando declarações golpistas estão pressionando seus contatos na Justiça Militar para torturar uma vez mais uma de suas muitas vítimas.
Ah, e para quem não sabe, o papelório já está liberado. Há boatos de que a Folha já sabe seu conteúdo. O material será usado pelo PIG enquanto Serra posará de bonzinho.
Sugerimos que a campanha de Dilma comece a preparar o público para o que virá. As pessoas precisam ser alertadas de que a ditadura, para prender aqueles garotos e garotas que a enfrentavam, era preciso acusá-los de crimes sérios, tais como roubo, assassinato etc.
Mas, para tanto, a campanha petista teria que começar a denunciar já esse comportamento degenerado e partidário da Folha, esse esforço malévolo do jornal de José Serra para resgatar da lata de lixo da história acusações viciadas, usadas como justificativas para prender e seviciar uma garota de 19 anos.
O histórico de inércia do PT nesta campanha permite prever que assistirá sentado à utilização dessa estratégia suja de Serra de dar voz a mentiras de uma ditadura assassina. Mas não se preocupe, leitor. Conhecendo o PT, quando for tarde demais para responder à altura, daí o partido acorda. Mesmo sendo tarde demais.
Para falar com os responsáveis pelo jornal da Barão de Limeira...
ombudsman@uol.com.br
kennedy.alencar@grupofolha.com.br
gdimen@uol.com.br
coelhofsp@uol.com.br
helio@folhasp.com.br
nelson.sa@grupofolha.com.br
vinit@uol.com.br
elianec@uol.com.br
crossi@uol.com.br
fernando.rodrigues@grupofolha.com.br
melchiades.filho@grupofolha.com.br
bergamo@folhasp.com.br
fdaudt@folhasp.com.br
igielow@folhasp.com.br
josias@uol.com.br
Pergunta a quem ainda não se convenceu que a Folha e outros veículos da mídia empresarial dedicam-se a eleger José Serra na marra: por que, em nome da imparcialidade e da equanimidade que o jornalismo exige, nenhum desses jornais lança luz sobre a vida de José Serra e faz uma análise da ética nos governos de PSDB e DEM, em nível federal e estadual? Como Serra enriqueceu se, como diz, nasceu tão pobre e praticamente a vida inteira trabalhou no serviço público? Qual a profissão de Serra? Como ele ganhou a vida nos poucos anos em que esteve longe de cargos públicos? O texto que publicamos abaixo está sendo distribuído pelo #RIO BLOG PROG (Movimento dos Internatutas Progressistas do Rio de Janeiro) e foi encaminhado ao ombudsman (crítico interno) e a vários jornalistas da "Folha". Leia o artigo, copie os endereços eletrônicos que publicamos em seguida e também mostre aos Frias sua indignação.
Folha volta a ser porta-voz da ditadura
Tem tudo que ver com a história da grande imprensa brasileira a próxima aposta da Folha de São Paulo para difamar a adversária do candidato que apoia tacitamente. Ao tentar resgatar o processo que a ditadura militar abriu contra Dilma Rousseff para justificar seu encarceramento, o jornal revela que, mais uma vez, tornar-se-á porta-voz dos ditadores.
É evidente que um processo aberto por uma ditadura para dar ares de legitimidade a um crime de lesa-humanidade como é prender e torturar uma garota de 19 anos só pode conter as acusações mais terríveis contra a vítima dessas sevícias.
Ou alguém acha que a ditadura teria prendido e torturado a tantos sob acusações de ordem meramente política e ideológica? É óbvio que Dilma sofrerá, em pleno regime democrático, acusações que lhe foram feitas pelos pervertidos que impuseram duas décadas de regime de exceção ao Brasil. Nessas acusações, obviamente que lhe serão atribuídos crimes sérios.
Hoje, um daqueles jornais que caminharam de braços dados com a violação da democracia no Brasil tenta resgatar as acusações dos ditadores àquela pós-adolescente de óculos grossos que teve coragem que muito marmanjo não teve ao suportar a tortura sem dar aos torturadores o que queriam.
A organização criminosa dirigida pela "famiglia" Frias anuncia neste sábado, com pompa e circunstância, que “O Ministério Público Militar deu parecer favorável à Folha no mandado de segurança protocolado pelo jornal no STM (Superior Tribunal Militar) para ter acesso ao processo que levou Dilma Rousseff à prisão durante a ditadura militar (1964-1985)”.
Perfeito! O que simbolizaria melhor uma campanha eleitoral tão imunda se não o candidato da direita mandar a sua máquina de propaganda difundir as justificativas mentirosas de uma ditadura para prender e torturar a adversária dele?
Não tenho a menor dúvida de que os mesmos militares de pijama que vivem dando declarações golpistas estão pressionando seus contatos na Justiça Militar para torturar uma vez mais uma de suas muitas vítimas.
Ah, e para quem não sabe, o papelório já está liberado. Há boatos de que a Folha já sabe seu conteúdo. O material será usado pelo PIG enquanto Serra posará de bonzinho.
Sugerimos que a campanha de Dilma comece a preparar o público para o que virá. As pessoas precisam ser alertadas de que a ditadura, para prender aqueles garotos e garotas que a enfrentavam, era preciso acusá-los de crimes sérios, tais como roubo, assassinato etc.
Mas, para tanto, a campanha petista teria que começar a denunciar já esse comportamento degenerado e partidário da Folha, esse esforço malévolo do jornal de José Serra para resgatar da lata de lixo da história acusações viciadas, usadas como justificativas para prender e seviciar uma garota de 19 anos.
O histórico de inércia do PT nesta campanha permite prever que assistirá sentado à utilização dessa estratégia suja de Serra de dar voz a mentiras de uma ditadura assassina. Mas não se preocupe, leitor. Conhecendo o PT, quando for tarde demais para responder à altura, daí o partido acorda. Mesmo sendo tarde demais.
Para falar com os responsáveis pelo jornal da Barão de Limeira...
ombudsman@uol.com.br
kennedy.alencar@grupofolha.com.br
gdimen@uol.com.br
coelhofsp@uol.com.br
helio@folhasp.com.br
nelson.sa@grupofolha.com.br
vinit@uol.com.br
elianec@uol.com.br
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1 Ano de Blog EDUCOM
“Pastoral da Terra reage a ataque da mídia ao MST”. Com esse post, há exatos 12 meses, em 9 de outubro de 2009, o Blog EDUCOM entrava no ar pela primeira vez. Vivíamos então uma onda de ataques da imprensa corporativa, a mídia dos grandes empresários, representante do capital aos movimentos populares. Tínhamos a perspectiva da realização da inédita Conferência de Comunicação, em dezembro, anunciando um novo tempo nas relações entre mídia, capital e poder. Havia pela primeira vez a possibilidade de um marco regulatório para o setor, que adaptasse o ambiente da comunicação no Brasil ao novo milênio, marcado pela consolidação da sua democracia, pela revolução das novas mídias, pela expansão da radiodifusão comunitária. Mais do que nunca o tema estava em voga. Era necessário falar sobre mídia, sobre comunicação. Era necessário estudá-la, conjugar educação e comunicação.
Um ano depois, vemos que após os desdobramentos positivos da primeira Confecom, materializados sobretudo nos capítulos sobre comunicação do Plano Nacional de Direitos Humanos Nº 3, a pressão das corporações da imprensa se fez presente e o governo recuou em algumas questões-chave. Agora, às vésperas da definição da sucessão presidencial, este mesmo governo sofre com a manipulação de notícias em torno de sua candidata. Manipulação esta arquitetada pelo maior partido da oposição conservadora brasileira, o Partido da Imprensa Golpista, que nada mais é do que o cartel das grandes empresas de comunicação brasileiras, empenhadas em defender seus interesses políticos. Agora volta a se falar, pelos lados do Planalto, em novo marco regulatório para o setor, em mais democracia no acesso à informação e autonomia verdadeira para a produção de conteúdo. Aprender a ler a mídia, aprender a usar os meios em benefício da transformação de que o Brasil precisa e da emancipação que seu povo almeja continua sendo essencial.
Saudações educomunicativistas.
Um ano depois, vemos que após os desdobramentos positivos da primeira Confecom, materializados sobretudo nos capítulos sobre comunicação do Plano Nacional de Direitos Humanos Nº 3, a pressão das corporações da imprensa se fez presente e o governo recuou em algumas questões-chave. Agora, às vésperas da definição da sucessão presidencial, este mesmo governo sofre com a manipulação de notícias em torno de sua candidata. Manipulação esta arquitetada pelo maior partido da oposição conservadora brasileira, o Partido da Imprensa Golpista, que nada mais é do que o cartel das grandes empresas de comunicação brasileiras, empenhadas em defender seus interesses políticos. Agora volta a se falar, pelos lados do Planalto, em novo marco regulatório para o setor, em mais democracia no acesso à informação e autonomia verdadeira para a produção de conteúdo. Aprender a ler a mídia, aprender a usar os meios em benefício da transformação de que o Brasil precisa e da emancipação que seu povo almeja continua sendo essencial.
Saudações educomunicativistas.
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