domingo, 13 de janeiro de 2013

A 'politização' de Marina Silva

Partido de ex-senadora e ministra poderá ter dissidentes do DEM e PSDB, segundo Marina, 'sem importar a ideologia'*


De olho nas eleições presidenciais de 2014, a ex-senadora Marina Silva (sem partido) intensifica pedido de apoios para a criação de seu novo partido. Futura legenda que vem do “Movimento Nova Política” poderá ter dissidentes do Psol, PT e até tucanos ou egressos das fileiras do Democratas, sucedâneos do PFL e, anteriormente, da Arena, que sustentou a ditadura militar no país.

Marina Silva diz que o seu será um “partido diferente”. A nova sigla não aceitará doações de pessoas jurídicas e terá uma cota de 50% de seus filiados dispostos a defender “bandeiras livres”, sem especificar quais. A ideia é que o novo partido seja formado com políticos oriundos de legendas variadas.

O que se sabe é que, primeiramente, Marina pretendia anunciar o recolhimento das quase 500 mil assinaturas (necessárias para formar a nova legenda) ainda neste mês, mas auxiliada por companheiros, adiou para fevereiro, na reabertura dos trabalhos do Congresso Nacional.

Com o enfraquecimento do PSDB nas últimas eleições, Marina tem buscado possibilidades de aliados em todos os segmentos políticos. Uma de suas principais parceiras nesta nova empreitada é a ex-senadora e atual vereadora por Maceió, Heloísa Helena, do PSOL, que já fez declarações sobre sua adesão à nova sigla.
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Outros nomes também foram citados como o do deputado federal Walter Feldman (PSDB-SP), que antes admitia a possibilidade de aderir ao também novo PSD de Gilberto Kassab, mas que agora é dado como certo no novo partido.

Segundo notícias que circularam na última semana, Marina tem confidenciado que seus objetos de desejo são os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Cristovam Buarque (PDT-DF).

Fora do PV
Depois de divergências políticas no Partido dos Trabalhadores (PT) e no governo federal, Marina desfiliou-se do PT em 2009, em seguida filiou-se ao Partido Verde (PV), para se candidatar à Presidência da República em 2010, quando foi a terceira candidata mais votada. Já no inicio de 2011, Marina Silva anunciou sua saída do PV e a possibilidade de criação da nova legenda.

A possibilidade de criação da nova legenda veio do Movimento Nova Política, que já existe, mas o novo possível partido político ainda não recebeu
denominação.


Dizendo ter severas críticas aos partidos 
existentes, Marina decidiu criar uma nova legenda. Por isso não aceitou o convite do presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), para ingressar no partido.

Segundo a Constituição, para poder se candidatar nas próximas eleições, o partido deverá ser fundado doze meses antes do pleito. Além disso, o recolhimento das assinaturas correspondentes deverá ter no mínimo, meio por cento (0,5%) dos votos válidos, dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados (não computados brancos e nulos), que deverão estar distribuídos em pelo menos nove estados. Além dessa exigência, em cada estado, deve-se atender ao mínimo de um décimo por cento (0,1%) do eleitorado.

Para criar esse novo partido, Marina terá ainda de superar obstáculos como o projeto de lei em tramitação no Congresso que impede que novos partidos tenham acesso pleno ao dinheiro do fundo partidário e ao tempo na propaganda eleitoral de rádio e TV, antes de disputarem uma eleição.

Há atualmente 27 partidos políticos oficialmente registrados no TSE.

*originalmente publicado no Vermelho. Inserção de imagens é responsabilidade da Equipe do Blog EDUCOM

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