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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Vencemos. Vencemos

Por Christina Iuppen, professora de idiomas e militante da esquerda no Rio de Janeiro

Companheiros, alunos, amigos,

Vencemos. Vencemos.

É preciso repetir isto de vez em quando, porque ainda não estamos muito habituados com essa coisa de ser maioria... e vencer. Ainda são sensíveis em nós as marcas da espoliação, do descaso, do isolamento, da miséria e vergonha que nos trouxeram séculos de subserviência sem remissão ao capital colonial e imperialista.

Ainda tratamos a vitória como uma roupa nova, não totalmente ajustada. Até porque sabemos que os ajustes dependem de ainda mais trabalho nosso.

Para além do cansaço e da coluna em pandarecos, dos micos assumidos de sair pelas vidas adesivados como caminhões de estrada, chamando conscientemente a atenção dos estranhos e provocando discussões que nos propiciassem chance de repassar certezas, essa vitória terá imprimido em nós lições para não esquecer, patrimônios de vida e memória.

Reaprendemos a falar diretamente com os estranhos. Redescobrimos o valor de olhar nos olhos de nosso povo, longe dos PCs. Superamos as contradições de trabalhar com o que visceralmente rejeitáramos. Combinamos as novas armas da informática com os seculares recursos do corpo-a-corpo, sem subestimar a cada qual. Vivenciamos o eterno prazer e orgulho de estar entre companheiros. Garimpamos insuspeitos valores em novos aliados. Engolimos preconceitos - e incontáveis sapos.

E foi muito, muito bonito ver, mal acabado o primeiro turno, a militância ressabiada reunir-se, surgindo de cada canto e de todos os tempos pelo chamado de consciência e autodefesa, como um corpo de guerreiros tão mais combativos quando ameaçados.

Há tantas tarefas agora à nossa frente... Compreendemos que todas essas batalhas vencidas apenas nos garantiram o direito sagrado de continuar na arena, de trabalhar a esperança, de discutir vias e modos para avançar na conquista do sonho que nos embala e alenta desde a adolescência.

Não se agradece à militância. Então, eu os parabenizo, confraternizo com vocês, abraço a cada um e sou grata por haverem generosamente construído e compartilhado comigo este momento tão precioso de nossa História.

Três minutos para relaxar, um grito de iiiuuupppiiihhhh!! Dilma lá!, outro minuto para nos proclamar a nata da humanidade... e logo estaremos de volta. Agora mesmo é que a luta continua.

Um abraço muito longo e fraterno.

Christina

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Primeiro discurso de Dilma Rousseff como presidente eleita na íntegra



Do website Dilma13
Minhas amigas e meus amigos de todo o Brasil,

É imensa a minha alegria de estar aqui. Recebi hoje de milhões de brasileiras e brasileiros a missão mais importante de minha vida. Este fato, para além de minha pessoa, é uma demonstração do avanço democrático do nosso país: pela primeira vez uma mulher presidirá o Brasil. Já registro portanto aqui meu primeiro compromisso após a eleição: honrar as mulheres brasileiras, para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural. E que ele possa se repetir e se ampliar nas empresas, nas instituições civis, nas entidades representativas de toda nossa sociedade.

A igualdade de oportunidades para homens e mulheres é um principio essencial da democracia. Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas, e lhes dissessem: SIM, a mulher pode!

Minha alegria é ainda maior pelo fato de que a presença de uma mulher na presidência da República se dá pelo caminho sagrado do voto, da decisão democrática do eleitor, do exercício mais elevado da cidadania. Por isso, registro aqui outro compromisso com meu país:

Valorizar a democracia em toda sua dimensão, desde o direito de opinião e expressão até os direitos essenciais da alimentação, do emprego e da renda, da moradia digna e da paz social.

Zelarei pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa.

Zelarei pela mais ampla liberdade religiosa e de culto.

Zelarei pela observação criteriosa e permanente dos direitos humanos tão claramente consagrados em nossa Constituição.

Zelarei, enfim, pela nossa Constituição, dever maior da presidência da República.

Nesta longa jornada que me trouxe aqui pude falar e visitar todas as nossas regiões. O que mais me deu esperanças foi a capacidade imensa do nosso povo, de agarrar uma oportunidade, por mais singela que seja, e com ela construir um mundo melhor para sua família. É simplesmente incrível a capacidade de criar e empreender do nosso povo. Por isso, reforço aqui meu compromisso fundamental: a erradicação da miséria e a criação de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras.

Ressalto, entretanto, que esta ambiciosa meta não será realizada pela vontade do governo. Ela é um chamado à nação, aos empresários, às igrejas, às entidades civis, às universidades, à imprensa, aos governadores, aos prefeitos e a todas as pessoas de bem.

Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à própria sorte. A erradicação da miséria nos próximos anos é, assim, uma meta que assumo, mas para a qual peço humildemente o apoio de todos que possam ajudar o país no trabalho de superar esse abismo que ainda nos separa de ser uma nação desenvolvida.

O Brasil é uma terra generosa e sempre devolverá em dobro cada semente que for plantada com mão amorosa e olhar para o futuro. Minha convicção de assumir a meta de erradicar a miséria vem, não de uma certeza teórica, mas da experiência viva do nosso governo, no qual uma imensa mobilidade social se realizou, tornando hoje possível um sonho que sempre pareceu impossível.

Reconheço que teremos um duro trabalho para qualificar o nosso desenvolvimento econômico. Essa nova era de prosperidade criada pela genialidade do presidente Lula e pela força do povo e de nossos empreendedores encontra seu momento de maior potencial numa época em que a economia das grandes nações se encontra abalada.

No curto prazo, não contaremos com a pujança das economias desenvolvidas para impulsionar nosso crescimento. Por isso, se tornam ainda mais importantes nossas próprias políticas, nosso próprio mercado, nossa própria poupança e nossas próprias decisões econômicas.

Longe de dizer, com isso, que pretendamos fechar o país ao mundo. Muito ao contrário, continuaremos propugnando pela ampla abertura das relações comerciais e pelo fim do protecionismo dos países ricos, que impede as nações pobres de realizar plenamente suas vocações.

Mas é preciso reconhecer que teremos grandes responsabilidades num mundo que enfrenta ainda os efeitos de uma crise financeira de grandes proporções e que se socorre de mecanismos nem sempre adequados, nem sempre equilibrados, para a retomada do crescimento.

É preciso, no plano multilateral, estabelecer regras mais claras e mais cuidadosas para a retomada dos mercados de financiamento, limitando a alavancagem e a especulação desmedida, que aumentam a volatilidade dos capitais e das moedas. Atuaremos firmemente nos fóruns internacionais com este objetivo.

Cuidaremos de nossa economia com toda responsabilidade. O povo brasileiro não aceita mais a inflação como solução irresponsável para eventuais desequilíbrios. O povo brasileiro não aceita que governos gastem acima do que seja sustentável.

Por isso, faremos todos os esforços pela melhoria da qualidade do gasto público, pela simplificação e atenuação da tributação e pela qualificação dos serviços públicos. Mas recusamos as visões de ajustes que recaem sobre os programas sociais, os serviços essenciais à população e os necessários investimentos.

Sim, buscaremos o desenvolvimento de longo prazo, a taxas elevadas, social e ambientalmente sustentáveis. Para isso zelaremos pela poupança pública.

Zelaremos pela meritocracia no funcionalismo e pela excelência do serviço público. Zelarei pelo aperfeiçoamento de todos os mecanismos que liberem a capacidade empreendedora de nosso empresariado e de nosso povo. Valorizarei o Micro Empreendedor Individual, para formalizar milhões de negócios individuais ou familiares, ampliarei os limites do Supersimples e construirei modernos mecanismos de aperfeiçoamento econômico, como fez nosso governo na construção civil, no setor elétrico, na lei de recuperação de empresas, entre outros.

As agências reguladoras terão todo o respaldo para atuar com determinação e autonomia, voltadas para a promoção da inovação, da saudável concorrência e da efetividade dos setores regulados.
Apresentaremos sempre com clareza nossos planos de ação governamental. Levaremos ao debate público as grandes questões nacionais. Trataremos sempre com transparência nossas metas, nossos resultados, nossas dificuldades.

Mas acima de tudo quero reafirmar nosso compromisso com a estabilidade da economia e das regras econômicas, dos contratos firmados e das conquistas estabelecidas.

Trataremos os recursos provenientes de nossas riquezas sempre com pensamento de longo prazo. Por isso trabalharei no Congresso pela aprovação do Fundo Social do Pré-Sal. Por meio dele queremos realizar muitos de nossos objetivos sociais.

Recusaremos o gasto efêmero que deixa para as futuras gerações apenas as dívidas e a desesperança.

O Fundo Social é mecanismo de poupança de longo prazo, para apoiar as atuais e futuras gerações. Ele é o mais importante fruto do novo modelo que propusemos para a exploração do pré-sal, que reserva à Nação e ao povo a parcela mais importante dessas riquezas.

Definitivamente, não alienaremos nossas riquezas para deixar ao povo só migalhas. Me comprometi nesta campanha com a qualificação da Educação e dos Serviços de Saúde. Me comprometi também com a melhoria da segurança pública. Com o combate às drogas que infelicitam nossas famílias.

Reafirmo aqui estes compromissos. Nomearei ministros e equipes de primeira qualidade para realizar esses objetivos. Mas acompanharei pessoalmente estas áreas capitais para o desenvolvimento de nosso povo.

A visão moderna do desenvolvimento econômico é aquela que valoriza o trabalhador e sua família, o cidadão e sua comunidade, oferecendo acesso a educação e saúde de qualidade. É aquela que convive com o meio ambiente sem agredí-lo e sem criar passivos maiores que as conquistas do próprio desenvolvimento.

Não pretendo me estender aqui, neste primeiro pronunciamento ao país, mas quero registrar que todos os compromissos que assumi, perseguirei de forma dedicada e carinhosa. Disse na campanha que os mais necessitados, as crianças, os jovens, as pessoas com deficiência, o trabalhador desempregado, o idoso teriam toda minha atenção. Reafirmo aqui este compromisso.

Fui eleita com uma coligação de dez partidos e com apoio de lideranças de vários outros partidos. Vou com eles construir um governo onde a capacidade profissional, a liderança e a disposição de servir ao país será o critério fundamental.

Vou valorizar os quadros profissionais da administração pública, independente de filiação partidária.

Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo minha mão a eles. De minha parte não haverá discriminação, privilégios ou compadrio.

A partir de minha posse serei presidenta de todos os brasileiros e brasileiras, respeitando as diferenças de opinião, de crença e de orientação política.

Nosso país precisa ainda melhorar a conduta e a qualidade da política. Quero empenhar-me, junto com todos os partidos, numa reforma política que eleve os valores republicanos, avançando em nossa jovem democracia.

Ao mesmo tempo, afirmo com clareza que valorizarei a transparência na administração pública. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. Serei rígida na defesa do interesse público em todos os níveis de meu governo. Os órgãos de controle e de fiscalização trabalharão com meu respaldo, sem jamais perseguir adversários ou proteger amigos.

Deixei para o final os meus agradecimentos, pois quero destacá-los. Primeiro, ao povo que me dedicou seu apoio. Serei eternamente grata pela oportunidade única de servir ao meu país no seu mais alto posto. Prometo devolver em dobro todo o carinho recebido, em todos os lugares que passei.

Mas agradeço respeitosamente também aqueles que votaram no primeiro e no segundo turno em outros candidatos ou candidatas. Eles também fizeram valer a festa da democracia.

Agradeço as lideranças partidárias que me apoiaram e comandaram esta jornada, meus assessores, minhas equipes de trabalho e todos os que dedicaram meses inteiros a esse árduo trabalho. Agradeço a imprensa brasileira e estrangeira que aqui atua e cada um de seus profissionais pela cobertura do processo eleitoral.

Não nego a vocês que, por vezes, algumas das coisas difundidas me deixaram triste. Mas quem, como eu, lutou pela democracia e pelo direito de livre opinião arriscando a vida; quem, como eu e tantos outros que não estão mais entre nós, dedicamos toda nossa juventude ao direito de expressão, nós somos naturalmente amantes da liberdade. Por isso, não carregarei nenhum ressentimento.

Disse e repito que prefiro o barulho da imprensa livre ao silencio das ditaduras. As criticas do jornalismo livre ajudam ao pais e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório.

Agradeço muito especialmente ao presidente Lula. Ter a honra de seu apoio, ter o privilégio de sua convivência, ter aprendido com sua imensa sabedoria, são coisas que se guarda para a vida toda. Conviver durante todos estes anos com ele me deu a exata dimensão do governante justo e do líder apaixonado por seu pais e por sua gente. A alegria que sinto pela minha vitória se mistura com a emoção da sua despedida.

Sei que um líder como Lula nunca estará longe de seu povo e de cada um de nós. Baterei muito a sua porta e, tenho certeza, que a encontrarei sempre aberta. Sei que a distância de um cargo nada significa para um homem de tamanha grandeza e generosidade. A tarefa de sucedê-lo é difícil e desafiadora. Mas saberei honrar seu legado. Saberei consolidar e avançar sua obra.

Aprendi com ele que quando se governa pensando no interesse público e nos mais necessitados uma imensa força brota do nosso povo. Uma força que leva o país para frente e ajuda a vencer os maiores desafios.

Passada a eleição agora é hora de trabalho. Passado o debate de projetos agora é hora de união. União pela educação, união pelo desenvolvimento, união pelo país. Junto comigo foram eleitos novos governadores, deputados, senadores. Ao parabenizá-los, convido a todos, independente de cor partidária, para uma ação determinada pelo futuro de nosso país.

Sempre com a convicção de que a Nação Brasileira será exatamente do tamanho daquilo que, juntos, fizermos por ela.

Muito obrigada.

domingo, 31 de outubro de 2010

Por mais alto que um tucano voe...

... não consegue alcançar uma estrela

Dilma Rousseff 55.741.865 votos (56,05% dos votos válidos)
José Serra 43.705.319 (43,95%)

Obrigado e parabéns, Brasil.

sábado, 30 de outubro de 2010

A Dilma Rousseff

Sou ELZITA SANTA CRUZ, mãe do desaparecido político Fernando Santa Cruz. Tenho 97 anos, ostento com muito orgulho a identificação de ser a mais antiga filiada do Partido dos Trabalhadores – PT. Minha militância política vem desde quando em 1945 me inscrevi no Rio de Janeiro, na Junta Eleitoral, obtendo o meu primeiro Título de Eleitor para votar em Luís Carlos Prestes, á época combatido por amplos setores conservadores da sociedade e da Igreja Católica.

As circunstâncias da vida fizeram com que participasse ativamente da resistência à ditadura e pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita. Esta talvez tenha sido e continua sendo minha principal bandeira. Desta forma, gostaria de manifestar publicamente meu irrestrito apoio e declarar meu voto em DILMA ROUSSEFF PRESIDENTE. O fiz solenemente no primeiro turno, o farei outra vez no dia 31 de outubro, na certeza de que estou escolhendo a Primeira Mulher Presidente da República, única e exemplar candidata, capaz de substituir e dar continuidade ao governo LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, exercido pelo Primeiro Operário Presidente, cujo desempenho tem ampla aprovação do povo brasileiro e o reconhecimento internacional.

Finalmente, sou mãe de 10 filhos, entre eles Fernando Santa Cruz, jovem que aos 25 anos foi seqüestrado, assassinado às escondidas pela repressão política, cujo cadáver foi ocultado pela ditadura. Essa minha história de vida fez de minha pessoa representante de todas as mães, esposas, irmãs e filhas dos desaparecidos políticos.

Agora, eu declaro que o Governo LULA deveria ter avançado muito mais na abertura dos arquivos da repressão política e na responsabilização e esclarecimentos dos mortos e desaparecidos políticos. No entanto, devo reconhecer que houve considerável resgate da memória histórica, trabalho efetuado pela Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, sob a direção do Ministro Paulo Vannuchi, Ministro Tarso Genro, Paulo Abrão, Presidente da Comissão da Anistia e contou com o apoio decisivo da Ex-Ministra da Casa Civil Dilma Rousseff.

Assim sendo, voto e recomendo DILMA Presidente, na certeza de que a mesma empreenderá esforços no sentido de que seu governo assumirá o compromisso do esclarecimento da questão dos Desaparecidos Políticos da Cidade e da Guerrilha do Araguaia, condição essencial na consolidação da democracia que desejamos construir e repassar para gerações futuras.

Meu voto é DILMA, homenagem ao meu filho Fernando Santa Cruz, digitando 13, direi para mim mesma – FERNANDO PRESENTE AGORA E SEMPRE.

Adianto ainda que essa carta, pelo assunto nela abordado, não é um documento de natureza privada, motivo pelo qual autorizo sua divulgação.

Alerta geral: Jornal Nacional de logo mais promete atacar passado de Dilma

Sabemos que a Folha de S. Paulo tentou - e não conseguiu pelas vias legais - ter acesso aos autos do processo da ditadura contra Dilma Rousseff na década de 1970. Claro, eles queriam retirar fragmentos dos arquivos para manipular a história e demonizar a candidata do PT. Mas minutos atrás chegou ao programa "48 Horas de Democracia" a informação de que a TV Globo, na tradicional reportagem especial que o JN exibe sobre os candidatos nas vésperas de eleições, deve apresentar alguns desses dados para criminalizar a luta de Dilma contra o regime militar. Espalhe e já se prepare para, caso isto se concretize, atuar no pós-JN para desmentir e neutralizar.

O último ridículo de Veja na campanha eleitoral de 2010

Nos últimos dois meses, foram nada menos que sete capas atacando Dilma Rousseff ou o PT - a única "exceção" foi a capa estilo HQ mostrando Aécio Neves como o super-herói capaz de drenar votos de Dilma para José Serra em Minas Gerais. Desta vez, talvez por limitações da lei eleitoral, o alvo da revista semanal de Roberto Civita é Lula, ao invés de sua sucessora. Leia e segure o riso... ou a revolta.

Luis Nassif Online: 'Sobre o último ridículo de Veja'

Em tempo: passando diariamente por bancas de jornal do Rio de Janeiro, na última semana, constatei que "O Globo" saiu com primeira página atacando Dilma ou o Governo Lula de alguma forma TODOS os dias. A primeira página deste sábado diz que a Petrobras "intensificou nas últimas semanas sua campanha para eleger Dilma presidente". Pois é, realmente a Petrobras, uma das maiores empresas do mundo, disputando liderança no mercado internacional de petróleo e derivados, não deve andar com muito do que se ocupar...
(R.B, Equipe do Blog EDUCOM)

48 Horas de Democracia volta amanhã, dia 31, dia de teclar 13 e confirmar, às 10h

48hdemocracia.com.br

Destaques do 48h neste sábado, 30
Alfredo Manevy, secretário executivo do Ministério da Cultura, destaca os projetos do MinC sob o Governo Lula, como Pontos de Cultura e Mídia Livre, Vale Cultura e Cultura Digital. Manevy compara as políticas culturais dos governos do PT e PSDB, lembrando que FHC não tinha um programa sequer e a verba do MinC até 2002, além de pequena, era toda para custeio.

Está nas bancas de todo o país a derradeira pancada de "Veja" sobre o PT nesta campanha eleitoral. Confira no post acima.

Feministas presentes no Estúdio Blimp atacam José Serra por ter pedido num comício em Minas Gerais que "meninas bonitas" consigam votos de seus paqueradores.

Acaba de ser exibido o clip do samba mais famoso deste segundo turno...



Debate da Globo - considerações finais de Dilma



Na Isto É desta semana: 'Duas eras em confronto'

PT e PSDB comandaram o País nos últimos 16 anos. Conheça quais são as diferenças entre as gestões e tenha mais elementos para definir o seu voto

A eleição do domingo 31 não vai apontar apenas o nome do vencedor da corrida presidencial. Ela também simboliza um inédito confronto entre os partidos que dominaram a cena política nos últimos anos – o PT e o PSDB. Pela primeira vez, os brasileiros terão como base de comparação dois períodos precisos, que duraram exatamente oito anos, e que ficaram marcados por diretrizes econômicas e ações políticas divergentes na maioria das vezes. O PSDB deteve o poder de 1995 a 2002, com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Desde 2003, é o PT quem dá as cartas por intermédio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A despeito de convicções ideológicas, tão exacerbadas nestes tempos de eleição, os dois inegavelmente estão na lista dos líderes mais importantes da história do Brasil. Ambos tiveram méritos e defeitos, erros e acertos, e é impossível não creditar à dupla o excepcional momento vivido pelo País. Mas, afinal, como comparar os dois governos? Por mais que um lado ou outro possa reclamar, não há forma mais justa de avaliar as duas eras do que colocar na mesa de discussões os indicadores de cada gestão. Foi isso o que ISTOÉ fez, no levantamento mais completo já realizado a respeito dos dois governos.

Principalmente nas áreas econômica e social, a análise dos números indica que a gestão petista tem resultados melhores para apresentar. Nesse aspecto, o primeiro dado que chama a atenção é a evolução do Produto Interno Bruto (PIB), que traduz o aumento da riqueza de um país. Nos dois mandatos de FHC, a taxa média anual de crescimento foi de 2,3%. Nos governos Lula, o índice será de 4% (considerando uma alta do PIB de 7,5% em 2010, embora analistas independentes acreditem que a taxa possa chegar a 8%). Lula também conseguiu uma proeza notável: elevou a renda per capita brasileira a US$ 10 mil, um marco que aproxima o índice brasileiro do indicador observado em países desenvolvidos. Nesse ponto, FHC não brilhou. Entre 1995, primeiro ano do governo Fernando Henrique, e 2002, quando ele deixou o poder, a renda per capita brasileira caiu de US$ 4,85 mil para US$ 2,86 mil. Em defesa de FHC, é importante lembrar que ele enfrentou duas sérias crises (da Ásia e da Rússia), que causaram estragos mundo afora.

Para muitos especialistas, o principal acerto econômico do governo Lula foi a política de crédito. “A expansão brutal do crédito dinamizou a economia”, diz Aldo Fornazieri, diretor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo. “Ela gerou empregos, estimulou investimentos das empresas e blindou o Brasil diante das crises financeiras internacionais.” Com empréstimos mais acessíveis, as pessoas passaram a comprar mais bens, o que contribuiu para o aumento da produção industrial, mobilizada para atender à crescente demanda. Nesse ciclo, mais empregos foram gerados e, como consequência, veio o aumento da renda da população. Um dos efeitos colaterais dessa lógica capitalista é a alta inflacionária, em geral associada ao consumo desenfreado. Com metas de inflação rigorosamente cumpridas, o governo Lula não foi vencido por esse mal. No quesito controle de preços, motivo de orgulho para os tucanos, Lula também obteve um desempenho destacado. Na era Fernando Henrique, a inflação média foi de 9,1%. Nos oito anos de governo Lula, o índice deverá fechar abaixo de 6% – número surpreendente diante dos recorrentes argumentos utilizados pelos defensores de FHC, de que Lula supostamente levaria o País ao abismo inflacionário. “Lula demonstrou uma responsabilidade econômica que foi fundamental para o desenvolvimento do País”, diz o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília.

Justiça seja feita, Fernando Henrique herdou um quadro econômico muito mais complicado do que Lula. Inflação desenfreada, desconfiança internacional, empregos em declínio, investimentos minguados, tudo isso elevou de forma significativa os desafios colocados diante de seu governo. Ao PSDB deve ser atribuído o feito histórico de, enfim, consolidar no País uma moeda forte – o real –, que permitiu que os brasileiros controlassem suas despesas e planejassem melhor o futuro. A estabilidade econômica representou uma virada brutal, que fixou os alicerces necessários para sustentar o crescimento que viria mais adiante. Por sua vez, o PT pegou a casa relativamente arrumada, pronta para avançar num ritmo mais intenso. Lula, porém, foi suficientemente inteligente para prosseguir apostando no que funcionava. “Um dos méritos de Lula foi ter dado continuidade às políticas fiscal e monetária do governo Fernando Henrique”, diz Fleischer.

Embora a condução da política econômica tenha convergido em alguns pontos, as eras PSDB e PT possuem características muito distintas. Qual é a marca principal de cada governo? No caso FHC, seu maior legado foi a estabilidade da moeda, façanha reconhecida por economistas de qualquer inclinação ideológica. No campo das realizações, Fernando Henrique se notabilizou pelas privatizações. Apesar das críticas, o processo de venda das estatais trouxe a melhoria dos serviços e foi fundamental para a multiplicação dos resultados financeiros das empresas. Algumas delas – como as de telefonia – estiveram envoltas em suspeitas de favorecimento a grandes grupos econômicos, denúncia que culminou na demissão do então ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, e do presidente do BNDES à época, André Lara Resende. Mais

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O debate da Globo

Dilma fechou bem a série de debates do segundo turno. Média de audiência ficou em torno dos 29 pontos

A avaliação da Equipe do EDUCOM é que Dilma Rousseff, candidata do PT, acertou na estratégia de evitar ataques frontais - embora tenha cutucado Serra ao falar do "engavetador geral da república" de FHC e do tratamento à base de cassetete dispensado aos professores da rede estadual de São Paulo. Fez um debate propositivo, de ideias, se apresentando ao eleitor como alguém capaz de tocar o país e uma líder pronta a vencer os desafios da próxima década, a década do pré-sal, que promete ciclos de crescimento econômico.

O candidato José Serra voltou a insistir com seu ministério da segurança, mas Dilma mostrou que quem rompeu com a lógica de que a União não interfere em política de segurança pública foi o Governo Lula, responsável pela criação da Secretaria Nacional de Segurança Pública e pelo Pronasci - Programa Nacional de Segurança e Cidadania, na prática responsável pela cooperação entre os entes federativos nesse campo. Instigada pelos "indecisos" da Globo, defendeu os programas sociais de renda mínima e os incentivos à agricultura familiar do atual governo, como forma de oferecer oportunidades ao homem do campo. Depois, relacionou incentivo à pequena empresa com regimes tributários especiais, que já existem com Lula e que ela promete ampliar.

Dilma se mostrou uma escolha acertada do PT, já que, como chefe da Casa Civil, conhece todos os programas do governo federal. Quando o tema ia para economia e geração de emprego, bastava comparar os números dos oito anos de Lula com os oito anos de FHC para mostrar que ela, não o adversário ex-ministro de Cardoso, está preparada para fazer o Brasil continuar crescendo com distribuição de renda.

Por fim, Dilma tocou em dois pontos fundamentais:

1.Vai governar para as pessoas, para todos os brasileiros, com estes tendo sempre prioridade sobre números ou obras
2.Apesar de ter sido vítima de uma campanha desleal para manchar sua biografia, não guarda mágoas, quer ser presidente de todos

Vá votar domingo. É seu direito. É seu dever de cidadão. Deixe a viagem para depois e aproveite o feriado na terça. Seu voto é muito importante, para que não deixemos o rumo dos avanços sociais e da conquista de direitos. Saudações educomunicativistas e até a vitória.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Às vezes é impossível esconder a verdade



Theotonio dos Santos desmascara o Plano Real: 'Carta aberta a Fernando Henrique Cardoso'

Boff e Frei Betto criticam orientações de Bento 16 a bispos brasileiros sobre eleição do dia 31

Amigos, recebemos via rede do 3º setor esta mensagem do teólogo e socioambientalista Leonardo Boff.

Estou enviando este pequeno texto sobre a intervenção do Papa acerca do aborto nas eleições.
Lboff


É importante que na intervenção do Papa na política interna do Brasil
acerca do tema do aborto, tenhamos presente este fato para não sermos
vítimas de hipocrisia: nos catolicíssimos países como Portugal,
Espanha, Bélgica, e na Itália dos Papas já se fez a descriminalização
do aborto (Cada um pode entrar no Google e constatar isso). Todos os
apelos dos Papas em contra, não modificou a opinião da população
quando se fez um plebiscito. Ela viu bem: não se trata apenas do
aspecto moral, a ser sempre considerado (somos contra o aborto), mas
deve-se atender também a seu aspecto de saúde pública. No Brasil a
cada dois dias morre uma mulher por abortos mal feitos, como foi
publicado recentemente em O Globo na primeira página. Diante de tal
fato devemos chamar a polícia ou chamar médico? O espírito humanitário
e a compaixão nos obriga a chamar o médico até para não sermos
acusados de crime de omissão de socorro.

Curiosamente, a descriminalização do aborto nestes países fez com que
o número de abortos diminuísse consideravelmente.

O organismo da ONU que cuida das Populações demonstrou há anos que
quando as mulheres são educadas e conscientizadas, elas regulam a
maternidade e o número de abortos cai enormente. Portanto, o dever do
Estado e da sociedade é educar e conscientizar e não simplesmente
condenar as mulheres que, sob pressões de toda ordem, praticam o
aborto. É impiedade impor sofrimento a quem já sofre.

Vale lembrar que o cânon 1398 condena com a excomunhão automática quem pratica o aborto e cria as condições para que seja feito. Ora, foi sob FHC e sendo ministro da saúde José Serra que foi introduzido o aborto na legislação, nas duas condições previstas em lei: em caso de estupro
ou de risco de morte da mãe. Se alguém é fundamentalista e aplica este cânon, tanto Serra quanto Fernando Henrique estariam excomungados. E Serra nem poderia ter comungado em Aparecida como ostensivamente o fez. Mas pessoalmene não o faria por achar esse cânon excessivamente
rigoroso.

Mas Dom José Sobrinho, arcebispo do Recife o fez. Canonista e
extremamente conservador, há dois anos atrás, quando se tratou de
praticar aborto numa menina de 9 anos, engravidada pelo pai e que de
forma nenhuma poderia dar a luz ao feto, por não ter os orgãos todos
preparados, apelou para este cânon 1398 e excomungou os médicos e
todos os que participaram do ato. O Brasil ficou escandalizado por
tanta insensibilidade e desumanidade. O Vaticano num artigo do
Osservatore Romano criticou a atitude nada pastoral deste Arcebispo.

É bom que mantenhamos o espírito crítico face a esta inoportuna
intervenção do Papa na politica brasileira. Mas o povo mais consciente
tem, neste momento, dificuldade em aceitar a autoridade moral de um
Papa que durante anos ocultou o crime de pedofilia entre padres e
bispos.

Como cristãos escutaremos a voz do Papa, mas neste caso, em que uma
eleição está em jogo, devemos recordar que o Estado brasileiro é laico
e pluralista. Tanto o Vaticano e o Governo devem respeitar os termos
do tratado que foi firmado recentemente onde se respeitam as
autonomias e se enfatiza a não intervenção na política interna do
pais, seja na do Vaticano seja na do Brasil.

Um abraço bem fraterno

Leonardo Boff

Frei Betto lamenta que papa seja 'usado como cabo eleitoral'

Da Rede Brasil Atual
SÃO PAULO - Frei Betto lamenta a postura do papa Bento 16, que voltou a trazer o aborto ao debate político brasileiro às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais. Na manhã de ontem, dia 28, o papa esteve com 15 bispos brasileiros do Nordeste, a quem convocou a condenar o aborto e orientar fieis a "usar o próprio voto para a promoção do bem comum". Em entrevista à Rede Brasil Atual, o frei brasileiro sustenta que há temas mais relevantes para o momento.

"Lamento que Bento 16 esteja sendo usado como cabo eleitoral, seja para qual partido for. Há temas muito mais importantes do que aborto e religião para se discutir em uma campanha eleitoral", afirmou Frei Betto. "Aborto se evita com políticas sociais. Num país em que se sabe que os futuros filhos terão saúde, escolaridade e oportunidades de trabalho, o número de aborto é reduzido. Lula fez o governo que mais fez para evitar o aborto no Brasil", analisa.

No discurso proferido durante reunião em Roma, o papa afirmou que se "os direitos fundamentais da pessoa ou da salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas". O discurso do papa reconheceu a possibilidade de eventuais efeitos negativos: "Ao defender a vida, não devemos temer a oposição ou a impopularidade".

Frei Betto relembrou que tal postura se parece com as de dom Nelson Westrupp, dom Benedito Beni dos Santos e dom Airton José dos Santos, bispos que subscreveram um panfleto produzido pela Regional Sul 1 da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O material trazia um pedido aos cristãos que não votassem no PT e em partidos que defendessem o aborto. Para o frei, o objetivo era clararamente fazer um manifesto anti-Dilma.

"Lamento também que três bispos tenham desviado a atenção da opinião pública para introduzir oportunisticamente o tema no debate", critica. Atuante em movimentos sociais, Frei Betto afirma que muitas mulheres acabam optando pelo aborto por se sentirem inseguras com o futuro que darão aos filhos. Mais

Atualizando:
O papa e a política: uma visão progressista

Por Dom Luiz Carlos Eccel
Já havia lido o discurso do Papa Bento XVI, aos Bispos do Maranhão, em visita ad limina apostolorum. Muito interessante o discurso do Papa. Ele não pode deixar de cumprir sua missão de Pastor Universal, exortando o Povo de Deus, especialmente no que diz respeito à defesa da VIDA. Mais

Eleições 2010: ministra Cármem Lúcia nega acesso da Folha de S. Paulo a arquivos de Dilma na ditadura

Pedido de abertura dos arquivos do processo contra Dilma Rousseff durante a ditadura é barrado no STF

Do website de Carta Capital
A ministra Cármem Lúcia Rocha, do Supremo Tribunal Federal, não aceitou a Ação Cautelar da Folha de S. Paulo que pedia a abertura dos arquivos do processo de Dilma Rousseff durante a ditadura militar.

É o que se pode deduzir de seu despacho publicado no site do STF, sob o número AC2727. No item “andamento” está escrito como despacho da ministra: “negado seguimento” e no item “observação” ela escreveu: “prejudicada a liminar”.

No site não estão escritas as justificativas da ministra para esta decisão. CartaCapital tentou falar com sua assessoria, mas até aqui não conseguiu.

É possível interpretar que em sua avaliação o processo deva continuar em andamento aonde estava, ou seja, no Superior Tribunal Militar (STM).

Antes de negar o pedido, a ministra havia pedido, dia 25, a manifestação do presidente do STM. Agora, ela teria também como alternativas decidir pelo acatamento da liminar ou solicitar posicionamento prévio da Procuradoria Geral da União. Podia também colocar o tema em pauta na próxima sessão do Supremo para deliberação com seus pares.

Ao negar seguimento da ação do pedido do jornal – que solicitava o resultado antes do dia 31 – a ministra Cármem Lúcia chamou para si a responsabilidade e encerrou o assunto na esfera do STF e que era tema a alimentar grande expectativa entre as coordenações da duas campanhas eleitorais.

Se é correta nossa interpretação, saudamos a decisão da ministra. A abertura do processo para utilização como peça eleitoral embasada nos arquivos dos ditadores seria completamente desqualificada e incompatível com a democracia.

A imprensa democrática exige o uso de fontes com credibilidade.

Os arquivos da ditadura devem ser completamente abertos sim, mas para que a população tenha acesso aos processos e fichas de todos aqueles que foram perseguidos pelos terroristas de Estado.

Serra pede a 'meninas bonitas' que tragam cada uma 15 votos de paqueradores na internet

E, indignadas, mulheres de todo o país reagem, espalhando no Twitter a tag #Serracafetao

Do Correio do Brasil
O candidato tucano, José Serra, gerou uma nova onda de protestos na internet, no início da noite de ontem, 28, por parte das mulheres que se sentiram ofendidas com o pedido do candidato, feito no encerramento do discurso em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, para uma plateia de cabos eleitorais e convidados. Ele apelou para que as “meninas bonitas” busquem convencer os seus pretendentes masculinos a votar nele, principalmente na internet.

– Quero me concentrar agora no que vamos fazer até domingo. Temos que não apenas votar, temos que ganhar voto de quem está indeciso, voto de quem não está ainda muito decidido do outro lado – argumentou o candidato.

Segundo o candidato tucano, mulheres bonitas têm mais condições de cabalar votos para a aliança da direita.

– Se é menina bonita, tem que ganhar 15 (votos). É muito simples: faz a lista de pretendentes e manda e-mail dizendo que vai ter mais chance quem votar no 45 – completou.

A proposta caiu mal para as mulheres brasileiras que, no Twitter, alçaram o primeiro lugar nos trends (assuntos mais debatidos nas redes sociais) nacionais e terceiro lugar, em nível mundial, com as mensagens de protesto contra o candidato.

“Sou mineira e bonita, mas não tenho tenho vocação pra trabalho de bordel”, escreveu @fiz_mesmo, seguida de @velvetinha: “Credo, o Serra é antigo, que ideia mais triste, gente. Ele imagina as meninas coqueteando para ganhar votos. Perai, vou ali vomitar”.

Os protestos foram rastreados pela tag #serracafetao, que chegou ao terceiro lugar em nível mundial, no início da noite. O internauta @emrsn ponderou que “por muito menos o Ciro foi mega desacreditado pela imprensa”, e @purafor pergunta se esta seria uma proposta do candidato para se criar “um bordel a nível nacional”. Enquanto isso, @rodrigonc, que não deve passar dos 14 anos, aproveita para entrar na discussão, “só avisando às meninas bonitas do Twitter: podem me mandar DM (mensagem direta, na tradução do inglês) que a gente já pode negociar esse voto”.

O internauta @luisfelipesilva acirra o debate ao constatar que “não tem profissão mais ingrata do que ser marketeiro do Serra, haja gafe…”, mas coube à internauta @alessandra_st colocar o tom do protesto: “Serra desvaloriza a mulher e subestima eleitorado feminino em MG”, concluiu.

Dilma reafirma compromisso com universalização da banda larga



TSE manda suspender telemarketing de Serra com ataques a Dilma

A ministra Nancy Andrighi, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), concedeu liminar que suspende imediatamente o serviço de telefonia, realizado pela empresa Transit do Brasil S/A, em favor da candidatura do tucano José Serra. O serviço de telemarketing, denunciado nos últimos dias por vários eleitores, divulgava informações caluniosas contra a candidata Dilma Rousseff.

Eleitores de vários estados vem recebendo diariamente ligações telefônicas com propaganda negativa contra a candidata Dilma Rousseff. O "telemarketing da calúnia" foi denunciado no começo do mês por meio de uma reportagem dos jornais Correio Braziliense e Estado de Minas. Trata-se de um novo procedimento dos adversários de Dilma Rousseff, que espalharam uma série de boatos por e-mails e panfletos contra a candidata nos últimos meses.

Segundo o parecer, "a medida cautelar é necessária e premente, haja vista que tal propaganda irregular poderá causar estragos sem precedentes sobre a candidatura de Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores". Os principais temas tratados na ligação dizem respeito ao aborto e ao caso Erenice Guerra.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Nesta sexta, dia 29, a volta das '48 Horas de Democracia'

Foi um sucesso no primeiro turno e está de volta para o segundo. Acompanhe diariamente, ao vivo, notícias e mesas de debate comandadas pelo jornalista Renato Rovai. Nesta sexta a transmissão, direto do Estúdio Blimp, em São Paulo, começa às 14 horas.

48hdemocracia.com.br

Quando o Democracia 48h estiver ao vivo, colocaremos aqui no blog a tela. Participe do chat ou pelo skype. Adote no Twitter a hashtag #48hvotobr e divulgue para seus amigos.

Em São Paulo, ativistas defendem diversidade e liberdade de expressão

Da Rede Brasil Atual
SÃO PAULO - Em ato de solidariedade à "Revista do Brasil", blogues, jornais e revistas independentes que têm sido vítimas de censura sobraram críticas à mídia e à falta de liberdade de expressão, na noite desta quarta-feira (27), na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.

Para o presidente da CUT, Artur Henrique, o pedido de suspensão da Revista do Brasil e do Jornal da CUT, pela coligação que reúne PSDB e DEM, encarna a tentativa de calar os movimentos sociais. Artur relembrou que o pedido de tucanos e democratas tinha mais ações que não foram atendidas, como o pedido de segredo de Justiça e a suspensão do blogue do Artur.

O dirigente sindical criticou a censura aos meios de comunicação que expressam a opinião dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que publicações como Veja têm liberdade para estampar em sua capa e no conteúdo Aécio Neves. Artur fez referência à edição nº 2187, de 20 de outubro, da publicação, em que se aposta no poder do político mineiro. "Eles também tentaram a suspensão da edição número 1 da revista do Brasil, mas a Veja com Aécio pode, mostrar Dilma Rousseff com duas caras também pode", dispara.

Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, destacou a seriedade e os motivos que levaram ao lançamento da Revista do Brasil. "Quando criamos a revista não foi para contrapor a grande mídia. Foi para dar informação de qualidade para os trabalhadores", afirma. "Quando li a revista que depois foi suspensa, com um conteúdo que nenhuma outra revista tem, como a matéria sobre suicídio e assédio moral, eu tive certeza da decisão acertada de criar a Revista do Brasil para informar de verdade", afirmou Nobre. Para ele, a grande imprensa já caiu em descrédito.

No mesmo sentido, Juvândia Leite, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, avalia que há interesse de "calar o projeto" da revista, que chega a 360 mil pessoas, e que partidos e grandes empresas de comunicação "não podem controlar". "Os meios de comunicação têm dono. O problema não é o fato de terem interesses. O problema é que não dizem isso", criticou Juvandia.

O diretor da Gráfica e Editora Atitude, empresa responsável pela Revista do Brasil e pelo site Rede Brasil Atual, Paulo Salvador, elencou os veículos de comunicação e profissionais que nos últimos dez dias "sofreram atentados à liberdade de expressão". Na lista estão, além da Revista do Brasil, do repórter João Peres da Rede Brasil Atual, que sofreu xingamentos por parte do senador eleito pelo PSDB-SP Aloysio Nunes, a TV Record, os blogues dos jornalistas Paulo Henrique Amorim, Luiz Carlos Azenha e Renato Rovai. Também lembrou da tentativa de suspensão do Blogue do Artur e do processo contra os profissionais do blogue "Falha de S. Paulo". O diretor citou ainda as demissões arbitrárias de jornalistas e articulistas pelo grupo Abril, por O Estado de S.Paulo, pelo Diário do Nordeste e o caso do apresentador de TV de Goiás que se demitiu ao vivo em consequência de censura.

"É um absurdo a censura que os veículos alternativos vem sofrendo. Por que nós, do mundo do trabalho, não podemos apresentar nossa opinião?", indagou em tom de crítica Paulo Salvador. Mais

O golpismo valerá a pena?

Leia com atenção e divulgue, inclusive o link da Carta Capital, o máximo que puder. Denuncie à campanha Dilma13, porque a disponibilização dos arquivos de Dilma Rousseff pela Unicamp é inoportuna e ilegal, uma vez que a Justiça Militar embargou os documentos e, não tenha dúvida, servirá de munição à corrente do mal de Serra para redes sociais, sites de vídeos, "telemarketing" e disparo de e-mails apócrifos. Pensemos:

1.O material que a esta altura está em poder da Folha de S. Paulo será certamente editado e publicado fora de contexto.
2.Os documentos serão divulgados de forma fragmentada, chocando-se com a decisão do STM, que indeferiu anterior petição da Folha para ter acesso aos arquivos de Dilma.
3.A fonte é de confiabilidade discutível, uma vez que, sabe-se, esses documentos foram redigidos pelos agentes da repressão e, pior, produzidos após tortura.
4.Por mais que o responsável pelos arquivos da Unicamp diga à imprensa ser contrário ao uso político desses documentos e que nada no material mancha a biografia da Dilma, não deveria tê-los liberado para cópia.
5.Se hoje é possível que uma universidade pública da esfera do governo de São Paulo aja dessa forma, imagine se Serra e o PSDB chegarem novamente ao Palácio do Planato.
6.A sociedade brasileira luta há décadas para que os arquivos das prisões de militantes sejam integralmente liberados, para que se conheça os torturadores e assassinos e seja possível aos familiares das vítimas localizar e homenagear devidamente seus mortos. Por que uma instituição pública entrega fragmentos de um desses arquivos a um jornal na véspera das eleições?


Por Rodrigo Vianna, jornalista
São cada vez mais fortes os indícios de que a Folha de S.Paulo prepara para sexta-feira uma edição destinada a disparar a “última bala” contra a candidatura Dilma Rousseff.

A insistência em obter os autos do processo contra ela, dos tempos de ditadura, no Superior Tribunal Militar e, depois, no STF, visa, essencialmente, dar cobertura a uma matéria que já está escrita.

Até porque grande parte deste processo está copiada nos arquivos da Universidade de Campinas e são de acesso público. Fazem parte da coleção “Brasil, nunca mais”, do Arquivo Edgard Leuenroth, daquela Universidade.

Neles, segundo o próprio diretor do Arquivo, Alvaro Bianchi, “não há nada que vincule diretamente Dilma Rousseff a ações armadas, como sequestros, expropriações ou atentados contra alvos civis e militares, nem mesmo a greves ou manifestações estudantis. Ao contrário. Mesmo seus inquisidores não conseguiram estabelecer esse vínculo, não restando - senão - acusá-la  vagamente de ‘subversão’ ”.

O professor Bianchi é insuspeito, pois é a favor da liberação indiscriminada dos arquivos do STM. Mas também é contra sua manipulação:

- Suprimir a memória para não perder votos não é boa coisa. Falsificá-la para ganhá-los também não, escreveu ele, num artigo publicado no website de Carta Capital, onde descreve o conteúdo da documentação relativa a Dilma.

O professor pode ter suas razões. Nem mesmo concordo com elas, pois a revelação daquilo que foi dito – ou que se alegou terem dito em sessões de torturas abomináveis viola de tal forma o direito das pessoas que só elas, individualmente, podem julgar se querem tornar público, como protesto, ou se aquilo fere a si ou a terceiros,

Afinal, se esta mesma imprensa acha abominável a quebra de sigilo fiscal, revelando aquilo que pessoas disseram à Receita Federal, como pode achar normal ter o direito de revelar detalhes do que foi obtido usando de violências bárbaras? Ou o crime cometido da delegacia fiscal de Mauá é mais grave do que aquele que se cometeu nas câmaras de tortura do regime ditatorial?

A discussão, porém, não se dá nem neste plano das ideias. Não há um pingo de “direito à informação” ou liberdade jornalística neste episódio.

O material - tentando envolvê-la em casos de sangue, não posso afirmar se direta ou indiretamente - está pronto para ser publicado de forma a não ser respondido. Sexta-feira, calam-se os horários eleitorais. No final de semana das eleições, não há possibilidade razoável de contestação. Impera o silêncio, e falarão sozinhos o Jornal Nacional, a Veja, O Globo…

Não será a ética ou o amor pela verdade que os impelirá.

A única dúvida que lhes resta é se isso adiantará para derrotar Dilma e eleger Serra.

As intenções da Folha
Por Mair Pena Neto, do "Direto da Redação"


O que está por trás da insistência da Folha de S.Paulo em obter os autos do processo que levou Dilma Rousseff à prisão durante a ditadura militar no Brasil? O nobre propósito da informação como direito da sociedade ou a intenção espúria de interferir no processo eleitoral com algum dado suspeito que pudesse assustar a população?

Tomar conhecimento dos fatos que envolvem candidatos ao cargo máximo da República é um direito dos eleitores, e torná-los públicos, um dever da imprensa. Mas a ficha pregressa da Folha sinaliza que o segundo objetivo levantado na abertura deste artigo estaria mais próximo da verdade.

Desde a pré-campanha, a Folha se empenha em apresentar Dilma como uma temível guerrilheira. Para tanto, não hesitou publicar em abril desse ano uma ficha falsa do Dops, que a envolvia no planejamento de um suposto seqüestro do então ministro da Fazenda, Delfim Neto, em 1969, quando ela militava em um dos movimentos da luta armada contra a ditadura.

Contrariando as normas mais elementares de verificação dos fatos, a Folha publicou com destaque, incluindo chamada na primeira página, uma ficha recebida por e-mail e que já circulava há cinco meses na internet, em um site de ultradireita. Vinte dias depois da publicação, a Folha foi obrigada a reconhecer seu erro, mas o fez de forma envergonhada, sem destinar à correção o destaque que dera à notícia equivocada.

Outro elemento que reforça a possível intenção de incriminar de alguma forma a candidata petista é a proximidade que o Grupo Folha sempre teve com a ditadura. Seja promovendo a repressão política através das páginas da Folha da Tarde, um dos títulos que detinha à época do regime de exceção, ou emprestando seus carros de reportagem para perseguição e captura de adversários do regime, que muitas vezes foram torturados e mortos antes de desaparecerem por completo.

Em editorial de fevereiro desse ano, a Folha também considerou a ditadura brasileira uma “ditabranda” por não ter torturado e matado tanto quanto a argentina ou a chilena. A classificação, ofensiva sobretudo às famílias dos mortos e desaparecidos durante o regime militar, não surpreende diante da maneira como o jornal se comportou até em relação a profissionais seus que se envolveram na luta contra o regime. Em 1969, a Folha demitiu, por “abandono de emprego”, a jornalista Rose Nogueira, que estava presa em São Paulo, depois de apartada do filho recém-nascido, sob a guarda do terrível delegado Fleury.

A obstinação da Folha em obter o processo contra Dilma, que levou o jornal a impetrar mandado de segurança no Superior Tribunal Militar e a entrar com liminar no Supremo Tribunal Federal, jamais foi vista em relação a qualquer outro político que tenha participado da luta armada contra o regime militar. Parece estar em curso, por parte do jornal, uma tentativa de transformar essas pessoas em criminosos perigosos, ignorando que lutavam contra um regime que se impôs à força sobre o país, rompendo a ordem constitucional.

Os “crimes” cometidos pelos brasileiros que se envolveram na luta armada não podem ser retirados do seu contexto como se tivessem sido praticados por marginais e terroristas, expressão criada pela própria ditadura. Será que a Folha acusaria Fernando Gabeira, por exemplo, de crime hediondo pela participação no seqüestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, em 1969, posteriormente trocado por presos políticos?

Os “terroristas” naquela época eram, em grande número, jovens idealistas, saídos das universidades, que lutaram contra um regime ilegítimo, que, este sim, praticava o terror como política de Estado. E o fizeram com coragem e generosidade, entregando suas vidas a uma causa. Pode-se questionar a opção tomada sob uma perspectiva histórica, mas jamais incriminar os que a seguiram.

Qualquer meio sério de imprensa também precisa considerar que os processos criminais militares à época da ditadura eram construídos a bel prazer dos acusadores, valendo-se muitas vezes de confissões obtidas sob tortura, e, portanto, sem valor jurídico. Reproduzir o que consta dos autos desses processos sem uma investigação rigorosa seria uma irresponsabilidade jornalística.