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domingo, 26 de agosto de 2012

Mídia: fila de espera na seção "Erramos"

24/08/2012 - Blog das Frases - Saul Leblon - Carta Maior

1) Mídia: 'o chavismo fez da Venezuela o pior lugar da América Latina para se viver';

Fatos: a Venezuela é o país menos desigual da América Latina (Habitat-ONU);


2) Mídia: 'a xeonofobia e o populismo de Cristina Kirchner isolaram o país e afundaram sua economia';

Fatos: o investimento estrangeiro direto na Argentina cresceu no primeiro semestre acumulando um saldo de US$ 2,2 bi, 40% acima do registrado no mesmo período de 2011 (Banco Central argentino);


3) Mídia: 'o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) desviou dinheiro público em benefício próprio e para a compra de votos' do mensalão;

Fatos: as operações imputadas a João Paulo foram legais; a subcontratação de terceiros pela agência SMP&B, de Marcos Valério, que prestava serviços licitados à Câmara, é praxe no mercado; dos R$ 10,9 milhões pagos à SMP&B, R$ 7 milhões foram transferidos aos grandes grupos de comunicação para veiculação de publicidade: TV Globo (a maior fatia, R$ 2,7 milhões), SBT, Record, Abril, Folha e Estadão. (ministro Ricardo Lewandowski). Ou seja, os mesmos grupos de comunicação que sabiam da lisura do processo, lucraram com ele, mas martelavam a condenação do deputado.


4) Mídia: 'a carga' é intolerável e não se reflete nos serviços oferecidos';

Fatos: a arrecadação fiscal do Estado brasileiro é de US$ 3.797 per capita; a média dos países de G -7 é de US$ 11.811. Para ter recursos que permitissem oferecer serviços públicos de padrão europeu a receita (em sintonia com o PIB) teria que triplicar, o que só seria possível gravando os mais ricos, ao contrário do que apregoa o conservadorismo (dados FMI/FGV).


5) Mídia: 'O problema da saúde pública é de gestão';

Fatos: o gasto público per capta com saúde no Brasil é de US$ 320/ano; a média mundial é de US$ US$ 549/ ano; a dos países ricos é dez vezes maior que a brasileira (OMS-2012). Em tempo: em 2006, a conservadorismo logrou extinguir a cobrança da CPMF. Foram subtraídos R$ 40 bi em recursos à saúde pública, mesmo depois de o governo propor emenda vinculando indissociavelmente a receita CPMF ao orçamento da saúde pública.


Fonte:http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=1069

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Debate da UFF: "Escherichia coli: o surto mortal europeu"

COBERTURA ESPECIAL – Debate da UFF: "Escherichia coli: o surto mortal europeu"
Diferentemente de outros tipos bacterianos de E. coli, forma responsável por surto europeu atinge principalmente adultos

Cepa também é responsável por mais casos de síndrome hemolítico-urêmica.


Agência Notisa – Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, divulgados hoje pela manhã,9/06/2011, na Alemanha já foram registrados 2.086 casos de infecção pela bactéria Escherichia coli e 722 casos de síndrome hemolítico-urêmica (SHU). Sessenta e nove por cento das vítimas são mulheres e 88% adultos. De acordo com Aloysio de Mello Figueiredo, professor do Laboratório de Enteropatógenos da Universidade Federal Fluminense (UFF), o que chama a atenção nesse surto europeu é justamente a alta proporção de casos que evoluem para a síndrome hemolítico-urêmica e a predominância em adultos. "Víamos até então que cerca de 10% dos infectados por E. coli apresentavam SHU, porém neste surto 30% estão desenvolvendo a síndrome. Da mesma forma, a infecção que antes era predominante em crianças e idosos, agora atinge principalmente adultos jovens", afirmou o biomédico.
Devido à gravidade da situação, Aloysio e colegas participaram do debate " ‘Escherichia coli’: o surto mortal europeu", realizado na tarde de hoje no Instituto Biomédico da UFF. No evento, os pesquisadores abordaram aspectos microbiológicos, alimentares e clínicos da infecção. O encontro contou com a participação, por meio de transmissão on-line, de Alfredo Torres, professor associado da Universidad de Texas e coordenador da Rede Latino-americana de Investigação em Escherichia coli.
Embora a E. coli seja conhecida há algumas décadas e oito patotipos da bactéria já estejam bem caracterizados, os casos que começaram a se multiplicar na Alemanha em maio deste ano são causados por um novo patotipo. Segundo Aloysio, após sequenciar o genoma bacteriano, pesquisadores observaram que esse microorganismo é uma forma originalmente enteroagregativa, porém que adquiriu a capacidade de liberar toxinas (do tipo Shiga). O novo patotipo combina, portanto, dois perfis que antes eram vistos isolados.
Com isso, essa bactéria, que é comensal do intestino de mamíferos e aves, provoca lesões complexas que levam à perda das microvilosidades intestinais, resultando em diarreia crônica e também, segundo o professor, a toxina liberada é absorvida pela mucosa intestinal e atinge a corrente sanguínea, inibindo a síntese protéica celular e levando, consequentemente, à morte da célula. "No homem, as células edoteliais, que compõem o revestimento interno dos vasos sanguíneos, são as mais suscetíveis a essa ação", lembrou Aloysio. "Todo esse mecanismo leva ao principal sintoma da infecção: colite hemorrágica: uma diarreia muito intensa com sangue", explicou.
Segundo Aloysio, outra característica desse novo patotipo é que por ser produtora de biofilme, a bactéria possui uma alta taxa de colonização. Além disso, libera volumes muito grandes de toxina.
O nefrologista Jorge Reis, do Hospital Antônio Pedro da UFF, lembrou que normalmente os pacientes passam por três estágios: (1) aquisição do microorganismo; (2) infecção caracterizada pela diarreia crônica e (3) SHU. "O paciente geralmente é internado por causa da diarreia sanguinolenta e 1/3 deles desenvolvem a síndrome hemolítico-urêmica no hospital", disse.
A síndrome, que se caracteriza por anemia hemolítica; trombocitopenia e insuficiência renal, segundo Jorge, acomete primeiro a microcirculação e leva a formação de trombos. "Podemos observar então alguns sinais que indicam que o paciente está evoluindo para a SHU, por exemplo, queda do nível de plaquetas; presença de hemácias com formas alteradas; aumento da bilirrubina, além de aumento de uréia e potássio", esclareceu.
Embora estudos com E. coli mostrem que o uso de antibióticos não é eficaz no tratamento da doença e podem, até mesmo, piorar o quadro, de acordo com Jorge, alguns especialistas têm questionado se haveria indicação dessa terapia para a nova cepa. Segundo Aloysio, teoricamente, a morte da bactéria pode levar à liberação aumentada de toxina na corrente sanguínea do paciente e também de fagos – vírus que infectam a bactéria, portanto, antibióticos talvez sejam benéficos em casos de severidade extrema.
Transmissão e prevenção Márcia Soares Pinheiro, do Laboratório de Enteropatógenos e Microbiologia de Alimentos da UFF explicou que as principais fontes de infecção da E. coli são os reservatórios: gado bovino e ruminantes. "A transmissão pode ocorrer através do consumo de carne moída crua ou mal cozida; leite cru; água contaminada por material fecal de animais; contaminação cruzada –superfícies e utensílios que estiveram em contato com carne contaminada que podem contaminar outros alimentos – e contato pessoal (oral-fecal)", afirmou.
Um dos principais problemas relacionados a essa bactéria é que ela pode sobreviver por meses em fezes, no solo e na água. Segundo Márcia, a temperatura de crescimento desse micro-organismo varia de 7 a 50ºC, além disso, pode crescer em meios ácidos (pH 4,4). Por outro lado, ela pode ser destruída através do cozimento adequado (maior ou igual a 70ºC).
A OMS, disse a pesquisadora, recomenda que a prevenção e o controle sejam feitos em todos os estágios da cadeia produtiva de alimentos. Também recomenda o rastreamento de animais antes do abate, boas práticas de fabricação, treinamento e educação de trabalhadores em abatedouros e fazendas de leite, implementação de políticas de rastreamento do micro-organismo em produtos cárneos, tratamento de alimentos com técnicas bactericidas e tratamento da água.
A organização também disponibiliza dados para uma alimentação mais saudável que prega a higiene adequada, fundamental para a prevenção da doença.
Atualmente, ainda não se sabe exatamente qual produto foi a fonte inicial de transmissão da doença na Europa. Há suspeitas quanto a três alimentos, em especial: pepinos, tomates e alface.
Márcia lembrou que a Anvisa, por meio de nota de esclarecimento, informou que, no momento, não seriam adotadas medidas restritivas no Brasil e que não há motivos para maior preocupação entre a população.
O nefrologista Jorge, entretanto, lembrou que a síndrome hemolítica-urêmica é um caso muito grave e que, portanto, é importante que diversos setores da saúde permaneçam trabalhando para melhorar o conhecimento sobre a doença. Segundo os dados da OMS mais atuais, na Alemanha ocorreram 18 mortes causadas pela infecção por E. coli. Porém, o médico alertou que os óbitos não são maiores, pois esse país dispõe de um sistema de saúde com infraestrutura capaz de realizar, por exemplo, muitas hemodiálises.
"Se acontecesse um surto semelhante em um lugar como o Brasil, que não possui essas condições, seria uma verdadeira catástrofe", concluiu.
Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Crise neoliberal e sofrimento humano

Leonardo Boff, teólogo*
O balanço que faço de 2010 vai ser diferente. Enfatizo um dado pouco referido nas análises: o imenso sofrimento humano, a desestruturação subjetiva especialmente dos assalariados, devido à reorganização econômico-financeira mundial.

Há muito que se operou a "grande transformação" (Polaniy), colocando a economia como o eixo articulador de toda a vida social, subordinando a política e anulando a ética. Quando a economia entra em crise, como sucede atualmente, tudo é sacrificado para salvá-la. Penalisa-se toda a sociedade como na Grécia, na Irlanda, em Portugal, na Espanha e mesmo dos USA em nome do saneamento da economia. O que deveria ser meio, transforma-se num fim em si mesmo.

Colocado em situação de crise, o sistema neoliberal tende a radicalizar sua lógica e a explorar mais ainda a força de trabalho. Ao invés de mudar de rumo, faz mais do mesmo, colocando pesada cruz sobre as costas dos trabalhadores. Não se trata daquilo relativamente já estudado do "assédio moral", vale dizer, das humilhações persistentes e prolongadas de trabalhadores e trabalhadoras para subordiná-los, amedrontá-los e, por fim, levá-los a deixar o trabalho. O sofrimento agora é mais generalizado e difuso afetando, ora mais ora menos, o conjunto dos países centrais. Trata-se de uma espécie de "mal-estar da globalização" em processo de erosão humanística.

Ele se expressa por grave depressão coletiva, destruição do horizonte da esperança, perda da alegria de viver, vontade de sumir do mapa e até, em muitos, de tirar a própria vida. Por causa da crise, as empresas e seus gestores levam a competitividade até a um limite extremo, estipulam metas quase inalcançáveis, infundindo nos trabalhadores, angústias, medo e, não raro, síndrome de pânico. Cobra-se tudo deles: entrega incondicional e plena disponibilidade, dilacerando sua subjetividade e destruindo as relações familiares. Estima-se que no Brasil cerca de 15 milhões de pessoas sofram este tipo de depressão, ligada às sobrecargas do trabalho.

A pesquisadora Margarida Barreto, médica especialista em saúde do trabalho, observou que no ano passado, numa pesquisa ouvindo 400 pessoas, que cerca de um quarto delas teve ideias suicidas por causa da excessiva cobrança no trabalho. Continua ela: "é preciso ver a tentativa de tirar a própria vida como uma grande denúncia às condições de trabalho impostas pelo neoliberalismo nas últimas décadas". Especialmente são afetados os bancários do setor financeiro, altamente especulativo e orientado para a maximalização dos lucros. Uma pesquisa de 2009 feita pelo professor Marcelo Augusto Finazzi Santos, da Universidade de Brasília, apurou que entre 1996 a 2005, a cada 20 dias, um bancário se suicidava, por causa das pressões por metas, excesso de tarefas e pavor do desemprego. Os gestores atuais mostram-se insensíveis ao sofrimento de seus funcionários, acrescentando-lhes ainda mais sofrimento.

A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de três mil pessoas se suicidam diariamente, muitas delas por causa da abusiva pressão do trabalho. O Le Monde Diplomatique de novembro do corrente ano, denunciou que entre os motivos das greves de outubro na França, se achava também o protesto contra o acelerado ritmo de trabalho imposto pelas fábricas causando nervosismo, irritabilidade e ansiedade. Relançou-se a frase de 1968 que rezava: "metrô, trabalho, cama", atualizando-a agora como "metrô, trabalho, túmulo". Quer dizer, doenças letais ou o suicídio como efeito da superexploração capitalista.

Nas análises que se fazem da atual crise, importa incorporar este dado perverso que é o oceano de sofrimento que está sendo imposto à população, sobretudo, aos pobres, no propósito de salvar o sistema econômico, controlado por poucas forças, extremamente fortes, mas desumanas e sem piedade. Uma razão a mais para superá-lo historicamente, além de condená-lo moralmente. Nessa direção caminha a consciência ética da humanidade, bem representada nas várias realizações do Fórum Social Mundial, entre outras.
*Leonardo Boff é autor de "Proteger a Terra-Cuidar da vida: como evitar o fim do mundo" - Record, 2010

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Terremoto destruiu maioria dos hospitais no Haiti, diz Organização Mundial de Saúde



do Portal Terra
A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou nesta quarta que os tremores que atingiram o Haiti na terça, 12, provocaram a "destruição em larga escala em hospitais e centros de saúde", segundo informações divulgadas pela Rádio das Nações Unidas. (na foto da Agência Reuters, detalhe do cenário trágico)

A OMS alertou ainda que doenças como diarreia e infecções respiratórias serão um dos grandes motivos de preocupação nos próximos dias, devido à precariedade das instalações sanitárias do país, e que já está ajudando o governo haitiano a coordernar a assistência de saúde na ilha.

Em comunicado publicado no seu site, a OMS também informou que está coletando dados do impacto do terremoto com o objetivo de "disseminar as informações para outras instituições humanitárias". Além disso, já designou 12 agentes de saúde e especialistas em logística para atuar no Haiti.

Terremoto
Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti terça, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. No entanto, devido à precariedade dos serviços básicos do país, ainda não há estimativas sobre o número de vítimas fatais nem de feridos. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.