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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Marina, chavismo e PT

A seguir, publicamos análises dos jornalistas Beto Almeida e José Carlos Ruy sobre algumas das recentes declarações de Marina Silva, recém-filiada no PSB e provável candidata a vice-presidente em 2014, completando a chapa de Eduardo Campos.

Da Rede Democrática
A declaração de Marina Silva considerando-se vítima de “chavismo” do PT tem sintonia com declarações, sempre conservadoras, do ministro Gilmar Mendes, que ataca o partido de Lula por semelhanças em suas políticas sociais com as venezuelanas que beneficiam evidentemente a maioria do povo e, também, uma política externa de não submissão aos EUA.

Por Beto Almeida

Hugo Chávez deixou um legado que apavora as oligarquias do mundo inteiro. Fatos: o chavismo erradicou o analfabetismo na Venezuela, que hoje tem o nível de desigualdade mais baixo da América do Sul. Convocou 23 mil médicos cubanos e hoje a Pátria de Bolívar reduziu a mortalidade infantil drasticamente, venceu a desnutrição crônica, paga o mais elevado salário mínimo da região, tem uma nova lei do trabalho, protegendo os trabalhadores da voracidade capitalista, lança satélites ao espaço e selou acordos com Rússia, China e Irã para industrializar o país, lá instalando ferrovias, fábricas de tratores, caminhões, refinarias, algo que o Brasil também necessita, urgentemente.

Não há presos políticos na Venezuela chavista, e a mídia, majoritariamente controlada por capitalistas aliados dos EUA, pratica golpismo diuturnamente, sem censura e não há jornalistas presos lá. Nos 14 anos de Chávez à frente do governo, foram realizadas 16 eleições, plebiscitos e referendos, dos quais o chavismo venceu 15, respeitando democraticamente o único resultado adverso.


O chavismo é atacado por suas qualidades, tal como Lula define os ataques recebidos pelo PT dos conservadores, nos quais se inclui Marina Silva, para o deleite da mídia oligárquica. Sua declaração apenas demonstra que as eleições de 2014 no Brasil serão plebiscitárias: ampliar a justiça social, democratizando a renda, a educação, a saúde, a terra e a informação, construindo um Brasil Nação, com inclusão, ou então, ceder aos inimigos do Chávez, ao privativismo, ao ecologismo financista imperial improdutivo, sem integração latino-americana, ou seja, um Brasil Mercado, com exclusão.


O jogo da direita: Marina quer derrotar o “chavismo” do governo


Por José Carlos Ruy

As reações e mobilizações que se seguiram à decisão do TSE, nesta quinta-feira (3), que não aceitou dar um “jeitinho” para legalizar da Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, dão uma ideia das dificuldades que os conservadores encontrarão pela frente na eleição de 2014. 

O TSE aplicou a lei, sem ceder às pressões dos organizadores da chamada Rede, que pretendiam legalizar aquele partido sem completar o número de assinaturas de apoiadores que a lei exige. Os cartórios eleitorais impugnaram de assinaturas e, assim, faltaram 50 mil para completar as 492 mil exigidas.

A decisão foi o estopim para dois movimentos. O primeiro foi o extravasamento público de restrições que Marina Silva enfrenta dentro do próprio partido que pretende criar. Ela “comete erros de avaliação estratégica", acusou o deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ), um dos dirigentes da Rede. Ele a atacou em artigo divulgado pelo Facebook na sexta-feira (4). Foi arrasador; sua descrição do modo de agir de Marina Silva faz dela uma espécie de Jânio de saias, dona do mesmo autoritarismo autocentrado e voluntarista do ex-presidente, que renunciou em 25 de agosto de 1961. 

O processo de decisão de Marina, disse Sirkis, é "caótico"; ela não faz "alianças estratégicas com seus pares". Sirkis responsabilizou a ex-senadora pelo fracasso no encaminhamento da criação e registro legal de seu partido, a Rede. Ela não entendeu, escreveu, “que o jogo seria assim”, e esta foi “uma das muitas auto complacências resultantes de uma mística de auto ilusão”. Ela só consegue “trabalhar direito com seus incondicionais”, reagindo “mal a críticas e opiniões fortes discordantes”.

Outro apoiador de primeira hora, o jornalista Ricardo Noblat, também fez uma avaliação severa. Restabelecendo-se de uma cirurgia cardíaca, ele escreveu em seu blog que pouco se conhece além de uma imagem pública que oculta a verdadeira Marina: “conservadora, preconceituosa, centralizadora". E questiona, no artigo intitulado significativamente E Marina, hein?: a “candidata disposta a se eleger presidente da República para mudar o país foi incapaz de montar um partido no prazo determinado pela lei. Dá para acreditar?”

Marina revelou-se um poço de mágoa contra a atual coalisão progressista e democrática que governa o Brasil; o foco de seu ressentimento é sobretudo o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e a atual presidenta Dilma Rousseff. 

Na tarde deste sábado (5) Marina anunciou sua filiação ao PSB, anunciando que será candidata a vice-presidente numa chapa encabeçada pelo governador pernambucano Eduardo Campos. “Não tive outra alternativa”, explicou, dizendo que o sonho presidencial fica adiado pela urgência de lutar contra a esquerda que exerce a presidência. “A minha briga, neste momento”, teria dito perante integrantes da Rede, “não é para ser presidente da República, é contra o PT e o chavismo que se instalou no Brasil". São palavras que resumem o espírito geral da reunião em que a decisão foi tomada; na verdade, segundo as notícias, foi mais um monólogo mariniano, que terminou às 4h30 da madrugada deste sábado (5).

O noticiário dá conta também das pressões de poderosos grupos financeiros cujo objetivo é manter Marina no jogo sucessório. E inclusive o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, sai com a imagem arranhada deste arranjo patrocinado por plutocratas. Segundo as informações que circularam neste sábado (5), essas pressões cresceram desde a quinta-feira (4), depois da derrota sofrida no TSE. As pressões teriam partido dos grupos econômicos que já apoiam Marina explicitamente (a Natura e o Itaú), mas há menção também a outra fonte, sendo citado diretamente Roberto Irineu Marinho, presidente das Organizações Globo.

A raiva e o ressentimento de Marina contra a esquerda e o PT têm lá o seu peso em suas decisões e articulações. Mas o fundamental, e que dá consistência e direção às suas ações, é o apoio dos donos do dinheiro que veem nela um caminho para derrotar a esquerda e seu governo e levar de volta, ao Palácio do Planalto, o programa neoliberal partilhado por Marina Silva. Sua participação na eleição de 2014, mesmo como vice de Eduardo Campos, poderá - pensam eles - pelo menos empanar o brilho de uma vitória da esquerda ao levar a previsível vitória de Dilma Rousseff para o segundo turno. É uma clara tentativa de reduzir a legitimidade de um segundo mandato que possa aprofundar as mudanças que o país e o povo precisam.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Porquês desse triunfo apertado

15/04/2013 - Explicando o triunfo apertado de Maduro: voto personalista e guinada à esquerda de Capriles
- Sturt Silva (*) para o Diário Liberdade da Galiza

Venezuela - Diário Liberdade - O resultado final do processo eleitoral deste domingo que deu a vitória a Nicolás Maduro na Venezuela foi uma surpresa, pelo menos pra mim.

Não esperava um resultado tão apertado. Segundo o anúncio oficial do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) Nicolás Maduro foi eleito presidente com 50,66% dos votos (7.505.338), contra 49,07% de Henrique Capriles (7.270.403).

As pesquisas, em sua maioria, antes da eleição, como a boca de urna no final do pleito davam vitória para Maduro de forma tranquila.

O resultado era parecido com o resultado oficial do pleito de outubro de 2012 quando Chávez derrotou o mesmo Capriles por uma diferença que girava em torno de 10%.

Esperávamos algo semelhante ontem [14/04], no entanto, o triunfo de Maduro foi decidido nos décimos.

Por quê?

É o que os analistas vão escrever durante a semana.

Sei que é muito cedo para afirmar alguma coisa. Porém ouso a especular algumas hipóteses que poderia ser a causa deste resultado apertado.

Antes de ir às hipóteses, confesso que esperava uma vitória mais tranquila, não devido às pesquisas - que em qualquer lugar tem como meta, entre outros objetivos, a manipulação da opinião dos eleitores de acordo com seus resultados -, mas sim devido à comoção nacional que o país estava vivendo devido à morte de Hugo Chávez.

O realista Gilberto Maringoni em uma entrevista que deu a este que vos escreve, antes da morte de Chávez, disse que não achava que o chavismo perderia o processo eleitoral, mesmo sem Chávez.

Depois da morte do líder venezuelano, embora cauteloso, defendeu que a vitória seria de Maduro. E mais: chegou a dizer que poderia até ser com uma diferença maior que a de outubro.

Atualmente, acho que dois fatores ajudaram nesta "perda de votos" em relação a outubro.

Pelos meus dados o número de participação foi quase igual a da eleição passada, talvez, dessa vez foi até menor.

Nesse sentido, a participação total de eleitores da eleição de 2012 e de agora foi próxima, o que automaticamente me dá condições de afirmar que em termos quantitativos temos o mesmo eleitorado a ser analisado.

Ou seja, aqueles que aparentemente votaram em Chávez em outubro e agora parece não terem votado em Maduro.

Lembrando que na Venezuela os mais pobres, a classe trabalhadora mais consciente, os setores progressistas da intelectualidade e uma parte do empresariado votam fielmente com o chavismo, sendo que a classe média, a burguesia tradicional e, talvez, um proletariado mais atrasado vota com oposição.

Mas tem aqueles que estão à margem desse corte e eles que podem ter feito a diferença nesta última eleição.

Voto em Chávez não significa voto em Maduro
Dentre os dois fatores que pesaram para que este eleitorado não continuasse a votar no chavismo, um deles está relacionado ao desaparecimento físico, não político, de Hugo Chávez.

Por mais que Maduro fosse o escolhido do líder que venceu um número recorde de eleições, ele não era Chávez.

Logo também não teria (e não tem) o carisma, a habilidade, enfim todas as características individuais que fazia Chávez ser tão popular e eficiente nas urnas.

Aqui parto da ideia que o eleitorado venezuelano "independente", ou seja, aquele que dificilmente fecha com um dos lados, escolhe seu representante tendo como base o indivíduo.

Ou seja, não importa muito o projeto, conjuntura ou outros fatores mais amplos do representante. Se o indivíduo não passar confiança, não ganha o seu voto.

É isso que pode ter determinado os "votos chavistas" em Capriles [foto] e não em Maduro.

Por mais que a figura de Capriles seja contraditória, ele é o político da atualidade venezuelana mais conhecido depois de Chávez.

Nas eleições para os estados, derrotou o ex-vice-presidente e atual ministro de relações exteriores da Venezuela, Elías Jaua, com apoio de Chávez.

E se jogarmos na balança Capriles contra Maduro - embora este seja o mais conhecido do chavismo, ainda é muito desconhecido do processo revolucionário, já que a revolução bolivariana era concentrada em Chávez -, a oposição vence a disputa, neste quesito, de forma fácil.

Chavismo força guinada à esquerda da direita

O segundo fator que destaco como decisivo nesse aumento de votos do candidato Capriles sobre os chavistas é justamente o seu próprio mérito.

Desde 2002 as táticas políticas da direita e da oposição a Chávez foram variadas.

Elas se radicalizaram ao extremo em 2002 no golpe de estado.

Em 2005, normalizaram quando a oposição voltou ao jogo democrático burguês.

No entanto, ao longo do tempo não havia uma proposta de unidade única para derrotar o inimigo principal, Hugo Chávez.

Nos últimos anos, até pelas circunstâncias do processo, ora pela dificuldade que o processo bolivariano enfrentava, ora pelos passos à frente que a revolução dava, a oposição pareceu que se uniu para o processo eleitoral.

Soma isso a acumulação de força que ela conseguiu desde 2005. Mas ainda assim esbarrava na figura de Chávez.

Com a morte do presidente, novos cenários "pós-Chávez" se abriram.

Por mais que o fator de comoção nacional seria (e foi) um elemento que ajudaria o adversário, Capriles não teria o "grande líder" pela frente nas urnas.

Nesse sentido que sua campanha trabalhou bem.

O que houve é que o candidato da direita, que participou do golpe de estado em 2002, deu uma guinada à esquerda - não às propostas socialistas -, ou pelos menos tentou passar a imagem que também era de esquerda.

Seja pelo programa, como colocou Maringoni um dia antes da eleição, seja por sua atuação na campanha atual.

Caprilles foi abandonando aos poucos o discurso de direita, por exemplo, a oposição às "missões", e foi aproximando um pouco das propostas históricas de Chávez e do chavismo.

Até mesmo o símbolo máximo que Chávez resgatou para unir o país em um projeto anti-imperialista e anticolonialista Capriles usou.

Falo do libertador Simon Bolívar, que deu nome a campanha do candidato oposicionista.

Nesse sentido, vendo que o Chávez de carne e osso não existia mais, esse eleitorado meio pragmático acabou optando por Capriles.

Além do fator personalista do líder em si, aqui destaco o mérito da oposição de aproximar o seu programa e o discurso de Capriles da eficiência do projeto chavista, "vendendo-os" como alternativa positiva, que conserva o velho e traz o novo.

Não poderia também deixar de citar que o comportamento de Maduro, durante a campanha, focada em homenagens a Chávez - que por sua vez tinha como objetivo a busca de votos e manutenção da unidade -, em vez de priorizar propostas próprias relacionadas ao líder, como fez Capriles, pode ter contribuído para o sucesso dessa "perda de votos".

O resultado está ai: um Maduro vitorioso, um Capriles derrotado e um chavismo "enfraquecido", mas muito mais forte que a oposição.

(*) Sturt Silva é blogueiro e historiador. Escreve direto do Brasil para o Diário Liberdade da Galiza.

Fonte:
http://www.diarioliberdade.org/artigos-em-destaque/414-batalha-de-ideias/37537-explicando-o-triunfo-apertado-de-maduro-voto-personalista-e-guinada-%C3%A0-esquerda-de-capriles.html

Nota:
A inserção de imagens adicionais, capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, elas inexistem no texto original.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ser chavista implica uma relação de amor com um líder político que não nos traiu

01/01/2013 - Elías Jaua Milano - VTV (Venezolana de Televisión)
Extraído de Midiacrucis Blog
Tradução Christina Iuppen

O ex-vice-presidente executivo, Elias Jaua Milano, escreveu que o chavismo se converteu em uma das maiores forças políticas e sociais de esquerda no mundo.

Dirigente do Partido Socialista Unido de Venezuela, Elías Jaua Milano, com o
Presidente da República Bolivariana de Venezuela, Hugo Chávez(Foto Archivo)


A corrente militar-popular bolivariana, que começou a se constituir como força política sob a liderança do Comandante Hugo Chávez, teve sua origem mais imediata nas rebeliões populares de 1989 e 1992, respectivamente.

Contudo, a arquitetura do Movimento Bolivariano 200 (MBR 200) nas ruas começou a ser executada a partir de 1994, quando Hugo Chávez sai da prisão e inicia uma peregrinação social e política por todo o país.

Entre 1994 e 1998, o Comandante Chávez consegue unir estudantes, profissionais liberais, pequenos e médios empresários, camponeses, agricultores, pescadores, mineiros, indígenas, operários, mulheres, jovens, militares, dirigentes locais e a quase totalidade das direções da esquerda venezuelana, sob as bandeiras do resgate do pensamento bolivariano e das convocatória de uma Assembleia Constituinte para refundar o Estado, recuperar a soberania popular e nacional, assim como transformar a estrutura de exclusão social das grandes maiorias.

De modo oportunista, inclusive, setores da burguesia apoiam a insurgente força política bolivariana.

É assim que, em 6 de dezembro de 1998, o Comandante Chávez é eleito Presidente, ativando-se o processo constituinte que viria a permitir a eleição da Assembleia Nacional Constituinte e a posterior aprovação popular da Constituição da República Bolivariana da Venezuela, fato inédito em nossa História.

No bojo do processo constituinte, o Presidente da República, Hugo Chávez, começa a dar passos audaciosos tais como o emprego massivo das Forças Armadas em tarefas de proteção social e desenvolvimento nacional; vai às ruas para entrar em contato com os setores  mais humildes e excluídos; interpela os donos dos grandes meios de comunicação privados e dá uma utilização revolucionária aos meios de comunicação públicos; desenvolve uma corajosa política internacional ao estabelecer pontes com Cuba, China, Iraque, Irã, e impulsiona um processo de recuperação do peso político da OPEP, entre outros desafios aos poderes políticos estabelecidos.

Todas essas medidas vão configurando uma nova prática política sustentada, no exercício pleno da soberania nacional e da independência do Governo da República de qualquer fator de poder interno ou externo; a reivindicação do protagonismo político do povo; a inclusão social como direito humano, assim como a desmistificação dos poderes fáticos.

Em 2000, depois do processo de refundação dos poderes públicos ordenados pela nova Constituição, aprovada em 1999, o Presidente Chávez solicita à nova Assembleia Nacional que o habilite, mecanismo constitucional, para legislar em matéria social e econômica.

Este processo de elaboração e aprovação de leis por parte do Executivo, que buscava cumprir o mandato constitucional de transformar a institucionalidade, o regime econômico e o papel do Estado na economia, somado a uma crescente tensão internacional com os Estados Unidos, Colômbia e Espanha, na defesa da nossa soberania e da paz mundial, levariam a uma confrontação com as elites dominantes que desembocaria nos acontecimentos de 2002.

Este breve relato histórico pretende apenas contextualizar o momento em que aparece o termo ‘chavista’, para identificar a corrente popular bolivariana que se havia insurgido em fins dos anos 80 e princípios dos 90 do século XX.

Até o ano 2000, as forças políticas lideradas pelo Presidente Chávez nos identificávamos como ‘os bolivarianos e as bolivarianas’; poucos compatriotas se definiam como ‘chavistas’.

No momento em que as elites dominantes decidiram pôr fim ao ensaio revolucionário, usaram toda a artilharia de ódio contra o povo pobre que seguia o Comandante Chávez. É assim que, à ampla e histórica lista de adjetivos para criminalizar o povo (chusma, hordas, bandoleiros, ‘niches’, ‘tierruos’, malandros etc.), somaram-se novos epítetos: ‘chavista’ no individual e, coletivamente, ‘hordas chavistas’ ou ‘círculos do terror’.

Era na realidade uma tentativa de despojar-nos de nossa identidade como bolivarianos, um último esforço para preservar o termo ‘bolivariano’ nos arquivos mofados das academias de História. Mas não apenas não nos puderam arrebatar o nome sentido de ‘filhos de Bolívar’, como assumimos o de ‘chavistas’ e o ressignificamos com dignidade.

Lembro de uma marcha onde vi, pela primeira vez, a expressão ‘sou chavista, e daí?’ em um pedaço de cartolina levantada por uma mulher do povo. Foi então que nos fizemos chavistas, que a princípio significava somente ser seguidores e defensores de Hugo Chávez. E como bolivarianos e chavistas conquistamos as vitórias contra o golpe, as paralisações fascistas de 2002, as guarimbas (*) de 2003 e ratificamos nosso Presidente em 2004.

Após consolidar as vitórias populares de 2002, 2003 e 2004, reivindicamos nossa identidade chavista. Lembro de que, nessa época, o Comandante começou a questionar o termo, porque considerava que dava margem a uma corrente personalista contrária aos princípios revolucionários; mais adiante, porém, deu-se conta de que ser chavista transcendia a seu sobrenome.



Ser chavista implica uma conexão de amor com um líder político que não nos traiu; significa a reivindicação como povo herdeiro de um passado heroico que nos pertence e se tem feito presente e futuro; é assumir que ninguém é mais do que ninguém, que todos temos direitos a todos os direitos; é sentir na alma um amor profundo por nossa Pátria e nos sentirmos profundamente orgulhosos de ser venezuelanos, venezuelanas, latino-americanos e latino-americanas.







Ser chavista é saber que o poder nos pertence como povo, e não aos ricaços; é nos sentirmos respeitados em nossa diversidade cultural e social. 


Ser chavista é ser consciente de que a renda nacional é para todos e todas; é ter a solidariedade humana como valor supremo.
Ser chavista é nos sentirmos parte de uma força ética para a vida, para a emancipação dos povos, para a união sul-americana, para o que é grande e para o belo, como nos ensinou nosso Pai Simón Bolívar.
Ser chavista é ser irreverente ante o poder da dominação. Ser chavista é pensar e fazer a partir da esquerda.

É assim que do bolivarianismo nasce o chavismo, que é profundamente cristão e logo se fez socialista, porque não há outra maneira de professar, genuinamente, os mais altos valores humanos.

Hoje, o chavismo é uma das forças políticas e sociais de esquerda maiores e de mais impacto no mundo e se converteu numa referência para ‘os pobres desta terra’.

Hoje, o chavismo é Hugo Chávez e Hugo Chávez é o chavismo.

Tão grande é o impacto desta nova cultura política que a direita venezuelana e de outros países tem tentado apropriar-se, sem êxito, dos códigos e valores do chavismo. Eles não compreendem que não há chavismo sem o pensamento e a paixão de Chávez pelo povo, que não há chavismo sem povo livre, que não há chavismo sem opção preferencial pelos pobres, que não há chavismo sem socialismo de verdade.

Por isto e por muito mais, somos orgulhosamente chavistas, socialistas e bolivarianos.

SOMOS O CHAVISMO, UMA FORÇA ALEGRE E REVOLUCIONÁRIA PARA A LIBERTAÇÃO.

Feliz Ano Novo de 2013, ano de grandes desafios para a Venezuela, ano do bicentenário da proclamação como Libertador da Venezuela de nosso Pai Simón Bolívar!

Viveremos e venceremos!!!

(*) Guarimbas foi como se chamaram os protestos de estudantes oposicionistas, que denunciavam supostas fraudes, após as eleições. (N. da T.)

Fonte:
VTV (Venezolana de Televisión)
http://www.vtv.gob.ve/articulos/2012/12/30/elias-jaua-milano-ser-chavista-implica-una-conexion-amorosa-con-un-lider-politico-que-no-nos-ha-traicionado-351.html

Nota:
A inserção de algumas imagens adicionais, capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, elas inexistem no texto original.

Leia também: Por que Chávez é tão odiado, artigo de Owen Jones
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/?p=20437