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terça-feira, 13 de março de 2012

Unesco questiona métodos da Repórteres Sem Fronteiras

12.03.2012 - Gianni Carta - Carta Capital

Não causa nenhuma surpresa a notícia de que a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) retirou de sua lista de ONGs associadas a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) na quinta 8.

A Unesco julgou os métodos utilizados pela RSF incompatíveis com os valores éticos do jornalismo.


Também não vale a pena ficar chocado com o fato de a mídia canarinho ter preferido não abordar o tema que recebeu ampla cobertura na Europa.

O motivo?
A RSF, desde a sua fundação pelo “jornalista” francês Robert Ménard, em 1985, é financiada por, entre outros, o Departamento de Estado dos Estados Unidos.

E o trabalho da RSF, com sede em Paris, é fazer propaganda contra principalmente os países progressistas da América Latina. A CIA, óbvio, é uma das agências a infiltrar na RSF, como reportado escassos anos atrás por CartaCapital, num texto de autoria do acima assinado intitulado “O Caixa-2 das ONGs”.

Como sabemos, a vasta maioria dos jornalões, revistas e redes de tevê do Brasil não perdem oportunidades para criticar governos como os da Bolívia, Equador, etc. Por aqueles bandas nunca ocorre nada de positivo. Muitas vezes a pauta a difamar cubanos é oriunda da inconfiável RSF.

De fato, devido às suas “tentativas que visam desqualificar certo número de países”, a Unesco já havia retirado o estatuto da RSF de co-patrocinadora do Dia pela liberdade da Internet, em 12 de março de 2008.

De jornalismo, aliás, a RSF não entende patavinas. Entende, isso sim, de espionagem. “Alimentada, em grande parte, por dólares de Washington, a RSF realiza atividades secretas em numerosos países”, lê-se no artigo “O Caixa-2 das ONGs”.

Hernando Calvo, o jornalista colombiano, lembra que o ex-secretário-geral da RSF, Robert Ménard, reconheceu ter recebido financiamento do Centro por uma Cuba Livre, fundação dirigida por Frank Calzón, agente da CIA. Ménard, de 58 anos, é, diga-se, um homem com posições políticas no mínimo nebulosas. O que talvez explique a opacidade da RSF.

Ex-integrante do Partido Socialista Francês, após cultivar elos com a CIA, Ménard deixou a RSF em setembro de 2008. Em seguida, assinou um contrato milionário para dirigir um centro de defesa pelos direitos da mídia em… Qatar.

Ménard descobriu que os direitos de livre expressão inexistem em Qatar (o “jornalista” precisou ir até lá para descobrir isso), e, assim, pediu demissão.

De volta à França, ele se associou à legenda de extrema-direita, a Frente Nacional do clã Le Pen. Ano passado celebrou o sucesso de Marine Le Pen em eleições locais, e publicou o livro Vive Le Pen! (Mordicus, 2011).

Talvez fosse o caso de Ménard usar seu talento para escrever Vive Les Reporters Sans Frontières!


Original publicado em CartaCapital

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Unesco apoia Arca das Letras no incentivo a leitura no campo

A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) está doando ao Programa de Bibliotecas Rurais Arca das Letras, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), mil exemplares das publicações "Pequeno Livro das Grandes Emoções" e 700 do título "Alfabeto da Esperança", livros considerados importantes instrumentos para incentivar a leitura.

O "Pequeno Livro das Grandes Emoções" é uma antologia de contos, crônicas, letras de músicas e poemas clássicos da literatura brasileira e traz dicas para ajudar as pessoas a gostarem da leitura. Reúne textos de Carlos Drummond de Andrade, Chico Buarque, Clarice Lispector, Cora Coralina, Cora Rónai, Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira, Marina Colassanti, Mario Quintana, Paulo Mendes Campos, Victor Giudice e Vinicius de Moraes. Além dos textos, o livro apresenta também uma pequena biografia de cada autor. O Pequeno Livro das Grandes Emoções foi elaborado sob a coordenação de Timothy Ireland, Rosa Amanda Stausz e Valéria Rezende e tem sido utilizado para despertar o interesse e o gosto pela leitura no público de penitenciárias federais e escolas.

O "Alfabeto da Esperança" é uma coleção de textos curtos de vários autores internacionais e brasileiros contemporâneos como Paul Auster, Marc Levy, Alberto Manguel, Paulo Coelho, Cristovam Buarque e João Ubaldo Ribeiro, que apresentam práticas de alfabetização que permitem várias habilidades de leitura e escrita.

O programa
As bibliotecas rurais Arca das Letras mantêm em seus acervos algumas obras desses autores e a ideia é disponibilizar aos agentes de leitura novas possibilidades para encorajar seus leitores, moradores de comunidades rurais, a descobrir e aprofundar outros textos.

O Programa Arca das Letras, desde o seu lançamento em 2003, já implantou mais de 8 mil bibliotecas e capacitou mais de 17 mil agentes de leitura de comunidades rurais de 3 mil municípios. Estão em fase de implantação outras 1 mil novas bibliotecas rurais e os livros doados pela Unesco vão integrar os acervos como obras referenciais de literatura e de alfabetização, passando a ser destaque na capacitação dos agentes de leitura. Estes receberão instruções de como trabalhar os textos dos autores no meio rural e avançar para outras obras disponíveis nas bibliotecas. Arca das Letras implanta três bibliotecas por dia no campo e já atende quase 1 milhão de famílias de agricultores.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

MST ganha medalha Paulo Freire do Ministério da Educação

Da página do MST
O MST ganhou do Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, a medalha Paulo Freire, durante a abertura da 2ª Semana EJA.

A homenagem é um reconhecimento pelas experiências em educação básica de jovens e adultos (EJA) em acampamentos e assentamentos, além da participação na formulação de políticas públicas para o setor, através da Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de jovens e adultos (CNAEJA).

De acordo com Tiago Manggini, do setor de educação do MST, a participação dentro da Comissão Nacional foi fundamental para que a realidade camponesa fosse incluída na pauta. “Há uma dívida histórica com o campo, no que diz respeito à educação. As políticas nacionais para o setor costumam ter dificuldades de focar as ações em realidades específicas, como o caso dos acampamentos e assentamentos”, disse.

As experiências do MST com a EJA tiveram início com a Campanha de Educação de Jovens, Adultos e Idosos, realizada em 1991, no assentamento Conquista da Fronteira em Bagé, no Rio Grande do Sul. Na ocasião, esteve presente Paulo Freire, que empresta seu nome à medalha recebida.

Em 1996, uma parceria com o MEC e a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) levou o projeto para 18 estados. Foram formadas 550 turmas e 8.000 educandos. Depois o projeto continuou por meio de parcerias entre secretarias de educação e universidades nos estados. Em cada ano, o MST alfabetiza cerca de 30 mil educandos, envolvendo 2 mil educadores.

A 2ª Semana EJA acontece até a sexta-feira, na Academia de Tênis, em Brasília.