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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

PESSOAS E FATOS DIFÍCEIS DE ENTENDER

Laerte Braga, jornalista e analista político
A mídia privada e dita grande sumiu com o noticiário sobre os documentos liberados pelo site WIKILEAKS. Não interessa contrariar os interesses norte-americanos quando essa mídia é parte do que Julian Assange chama de “tentáculos da elite norte-americana”.

É a elite que sustenta essa mídia.

A prisão de Assange é um escândalo, uma flagrante violação da liberdade de expressão. Mas, muito mais que a prisão, o conteúdo dos documentos mostra a verdadeira face dos EUA. Um conglomerado terrorista. Chantagem, extorsão, assassinatos, torturas, estupros, a barbárie com todos os requintes da tecnologia mais avançada possível.

Os documentos vazados e que revelam uma descarada intervenção nos negócios internos do Brasil, por si só, são motivo de interpelação ao governo dos Estados Unidos sobre esse tipo de atividade.

Lobby para se apossar do pré-sal a partir de braços disfarçados em institutos, coisas do gênero, compromisso assumido pelo candidato José Serra de mudar as regras que garantem à PETROBRAS os direitos sobre o pré-sal (18 trilhões de dólares), negociações para a privatização da Previdência e outros setores do Estado, enfim, aberta e traiçoeira interferência no Brasil em função de interesses colonizadores.

Domar e dominar o País para saquear, regra geral do comportamento dos norte-americanos.

Os documentos mostram que o ministro da Defesa Nelson Jobim negociou com norte-americanos situações de privilégios na sua área, criticou ministros do governo Lula (Samuel Pinheiro Guimarães e Celso Amorim) e em várias situações telegramas de embaixadores, funcionários outros, os EUA ironizaram e criticaram posições brasileiras em organismos internacionais, a última delas na Conferência de Copenhague sobre meio-ambiente.

Motivos mais que suficientes para cobrar uma explicação sobre todas essas atividades de um país que se diz amigo.

Ao contrário, a presidente eleita substitui os ministros apontados como “anti-norte-americanos”, caso de Samuel Pinheiro Guimarães e Celso Amorim e confirma o agente dos EUA Nelson Jobim no Ministério da Defesa. Ato contínuo ao vazamento de documentos ligando Jobim aos norte-americanos a presidente eleita deixou a poeira passar e agora confirma Jobim ministro da Defesa.

De quebra critica o voto do Brasil sobre as sanções propostas contra o Irã na ONU (voto do governo ao qual ela pertenceu e do qual se beneficiou sendo eleita presidente do Brasil).

E para a Secretaria Nacional de Assuntos Estratégicos exuma o cadáver político de Moreira Franco, um político envolvido em escândalos vários, corrupção a torto e direito, para dar e vender.

É difícil entender um trem desses.

Os EUA tem sido pródigos em ações terroristas pelo mundo afora (controlam a maior parte da Europa Ocidental – transformada em bases militares –), sustentam uma guerra perdida e suja no Afeganistão, governos corruptos e ligados ao narcotráfico como foi o de Álvaro Uribe na Colômbia e ressuscitam campos de concentração onde colocam “suspeitos de terrorismo”, sem qualquer respeito aos princípios internacionais de direitos humanos que usam como escudo para jornadas de barbárie e boçalidade.

O grande feito do WIKILEAKS está sendo o de mostrar ao mundo a face real dos Estados Unidos. Seus interesses, seus objetivos, principalmente a forma como agem em função desses interesses e objetivos, sem respeito a nada e a ninguém.

Têm presença no Executivo, no Legislativo e no Judiciário, permeiam o Estado brasileiro através de figuras como Nelson Jobim, deputado Henrique Alves, senador Romero Jucá, senador Eduardo Azeredo e outros invisíveis.

Controlam o comandante da Força Aérea Brasileira, brigadeiro Juniti Saito e boa parte dos militares brasileiros (um dos documentos revelados pelo WIKILEAKS mostra que “os militares latino-americanos são de fácil cooptação).

Nada acontece, ou ao contrário, Jobim é mantido ministro da Defesa.

Nelson Jobim, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e envolvido em escândalos no processo de privatizações do governo FHC, do qual foi ministro da Justiça e notório agente de interesses dos EUA no Brasil.

O que Dilma Roussef talvez não tenha entendido é algo bem simples. Imagine que ao invés de ter sido ungida por Lula como candidata a presidente em torno de um programa e objetivos, tivesse sido candidata a deputada federal no Rio Grande do Sul, onde tem domicílio eleitoral. Teria que brigar voto a voto para ser eleita e não seria uma eleição fácil.

Ao aceitar ser candidata a presidente, sabendo que Lula elegeria um poste (afirmação de Delfim Neto) e sabendo-se um dos postes mais pesados que o presidente poderia ter escolhido, aceitou e, implicitamente, a continuidade das políticas do atual governo.

É mais fácil, no entanto, acomodar-se aos interesses das elites conservadoras e imaginar-se capaz de vôo próprio. Não percebe que está sendo engolida antes de tomar posse.

Num plano menor, mas de grande importância, difícil entender a posição do deputado Aldo Rebelo, do Partido Comunista do Brasil (PC do B), defensor intransigente da posição da bancada ruralista (latifundiários) na questão do Código Florestal. Quer alargar as fronteiras – às custas de nossas florestas – para o agronegócio e o latifúndio, em detrimento da reforma agrária.

A importância da reforma agrária não está só na divisão justa e equitativa da terra. Funde-se a aspectos maiores, à medida que anula o avanço de grandes empresas multinacionais sobre o Brasil não só na agricultura, como na tomada do subsolo rico em minerais estratégicos e fundamentais ao Brasil se é que o País tem desejo de ter futuro como nação soberana e independente.

Ou o PC do B mudou e transformou-se em sub-braço das elites que Assange fala, ou Aldo Rebelo está no lugar errado.

Fatos como esse, provocados por atitudes de pessoas que, aparentemente, estão de um lado, ou falam numa direção e agem noutra, são difíceis de compreender, sob qualquer argumento, inclusive o de comer o mingau pelas beiradas para depois alcançar os reais objetivos.

Parece aquela história surrada de meia virgindade. Não existe isso.

Há sim um processo de dolorosas concessões e submissão.

Os EUA devem explicações ao mundo inteiro sobre as práticas terroristas reveladas nos documentos vazados pelo WIKILEAKS. E ao que me consta o Brasil faz parte desse “mundo inteiro”.

Neste momento, a crise é aguda, apenas disfarçada pela mídia venal e privada, a tarefa de lutar é dos movimentos sociais (o movimento sindical está falido com raras exceções), dos partidos não comprometidos com esse processo vergonhoso que mantém uma figura repulsiva como Nelson Jobim no Ministério da Defesa (o erro começou com Lula nomeando-o).

A sobrevivência do Brasil e das conquistas alcançadas no governo Lula que permitem entrever uma nova etapa no processo político de avanços em todos os setores não passa pelo institucional, uma espécie de clube de amigos e inimigos cordiais.

Passa pela organização, formação e pressões populares, do contrário vamos mergulhar num retrocesso sem tamanho, pois os primeiros passos de Dilma começam a mostrar um grande equívoco. Ou a esperteza é tanto que escapa ao entendimento de mortais comuns.

Não se pode nem falar em PT, um partido plantado na máquina estatal e com profundas semelhanças com o PSDB (agora refundado por Aécio Neves – é verdade não é piada não).

É visível isso, Dilma não é Lula. O presidente atual é capaz de malabarismos prodigiosos em cima de seu carisma, seu prestígio, mas a presidente eleita não.

Esperar para ver? Tudo bem, vá lá um crédito de confiança. Mas com Jobim e Moreira Franco? É pouco provável.

Breve nos céus os F-18 fabricados pela BOEING e o Brasil na contramão da história. FHC vai arrancar os poucos cabelos que lhe restam ao perceber que foi eleito presidente num corpo de mulher.

Pode ser que eu esteja enganado, tomara. Mas cada dia parece mais difícil de entender.

domingo, 12 de dezembro de 2010

AS MENTIRAS SOBRE AS VERDADES

Laerte Braga, jornalista e analista político
Imagino que seja constrangedor para um “jornalista” padrão William Waack ter sua análise sobre as eleições presidenciais no Brasil, no período de pré campanha, elogiada pela secretária de Estado Hilary Clinton, afinal é uma das chefes, para depois ir tudo para a lata do lixo, pois tudo deu errado.

A análise era apenas tentativa de agradar o chefe, nada além disso.

É o que está acontecendo com os documentos do WIIKILEAKS e a forma como a mídia privada vem fazendo sua divulgação. Ao sabor do chefe, ou seja, interpreta e distorce para evitar que o distinto público conheça as verdades mostradas pelo site.

São mentiras sobre verdades, um jeito de atenuar os estragos causados pelo site àqueles que pagam e controlam a mídia privada no Brasil.

Eu penso que embaixador norte-americano em países como o Brasil não dorme sem olhar embaixo da cama se lá não está um “terrorista” da Al Qaeda. Trancar a embaixada inteira, ligar arames e cercas elétricas. Um pernilongo, por exemplo, por conta do zumbido, corre o risco de vir a ser confundido com um míssil “terrorista”.

A mídia privada e podre alerta que Brasília, segundo documentos divulgados pelo WIKILEAKS, é alvo fácil para bombardeios “terroristas” e um telegrama de um embaixador dos EUA que andou por aqui azeitando as coisas junto a gente tipo Eduardo Azeredo, o brigadeiro Saito, etc, etc, dá o sinal para esse risco. O roubo de um avião em Luziânia, nas imediações de Brasília, assim à luz do dia, foi o ponto de partida da conclusão do embaixador.

Ato contínuo sua excelência envia um memorando a Washington e despacha para a mídia (GLOBO, VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, RBS, ESTADO DE SÃO PAULO, VEJA, ESTADO DE MINAS, etc) a seguinte instrução – “dar ênfase ao fato, alertar a população, gerar medo e criar condições para que possamos “ajudar”.

“Boi, boi, boi da cara preta, pega essa criança que tem medo de careta”.

A mídia, amestrada, muito bem paga, começa então a despertar os brasileiros para o risco que a capital seja atacada. Que nem as tais bombas químicas e biológicas que inventaram para poder atacar, ocupar e saquear o Iraque.

Bom, para que haja um ataque “terrorista” a Brasília é preciso motivo. O Brasil nesses últimos oito anos tem pautado sua política externa por absoluta independência em relação aos EUA. O ministro Celso Amorim quando chega em New York não tira os sapatos para submeter-se a uma revista, como o fez Celso Láfer, ministro de FHC.

O País está próximo de países do Oriente Médio, inclusive o Irã, reconheceu o Estado Palestino nas fronteiras anteriores à guerra de 1967 (ou seja, apóia a decisão que foi tomada pela ONU), aproximou-se de nações africanas, principalmente as de língua portuguesa e busca a integração latino americana.

Atacar Brasília para que?

A guerra global, como a chamam, é dos Estados Unidos contra aqueles que se opõem ao controle do império sobre o mundo.

No caso específico viramos alvo, Brasília vira alvo, não de “terroristas”, mas de resistentes contra a barbárie norte-americana (revelada pelo WIKILEAKS e não noticiada pela mídia podre e privada brasileira), no momento que por aqui pisar o primeiro soldado norte-americano, os tais mariners, em missão de “ajuda”.

Hoje é alvo de Washington. Os caras estão loucos para instalar bases militares e “ajudar”.

É ridícula essa preocupação do embaixador (ridícula, mas dentro da lógica imperialista, capitalista) e vergonhosa quando repercutida pela mídia privada e podre, golpista.

Por que não publicar documentos que mostram a tortura contra prisioneiros no Iraque, no Afeganistão? Por que não defender a liberdade de expressão de Julian Assange e do WIKILEAKS?

Ou têm eles o monopólio dessa “liberdade de expressão”?

Por que não exibir entre as preocupações com liberdade, democracia, etc, os tais “assassinatos seletivos” que agentes norte-americanos e do MOSSAD cometem mundo afora?

Está tudo divulgado pelo WIKILEAKS.

O sistemático estupro de mulheres palestinas por soldados de Israel?

A cobiça manifesta dos EUA pelo nióbio brasileiro? A cumplicidade com empresas como a VALE?

É simples, estão na folha de pagamento. Fazem parte do que Julian Assange chama de “tentáculos da elite”. São criados dessa elite.

Bombardear Brasília? É o fim da picada.

Que o embaixador dos EUA pense isso e tente transformar essa paranóia em medo instalado entre os brasileiros, apenas cumpre o seu papel, mas que a mídia privada e podre tente fazer exatamente esse jogo só comprova a absoluta ausência de compromisso com a verdade dessas organizações. Terroristas midiáticos.

Que nem a bolinha de papel atirada em José Serra que se transformou num rolo de fita, que gerou uma tomografia e por pouco não vira atentado com participação da Al Qaeda, sob supervisão direta de Osama bin Laden.

Que eu me lembre, quando do ataque às torres gêmeas do World Trade Center, alguns brasileiros brincaram sobre pedir ajuda a Al Qaeda para atingir algumas figuras do Congresso, padrão Eduardo Azeredo, agora Roberto Freire, Kátia Abreu, etc. Fora isso repercutir um telegrama desses, o do embaixador, só mesmo para passar no caixa depois e pegar o extra. Não tem outra explicação, ou então, subserviência pura e simples, fim de semana na Disneylândia, coisas assim, retrato autografado de George Bush, só pode.

Sem contar, claro, o pulo do gato, por que não, por trás de tudo isso os tais F-18 que “encantaram” o brigadeiro Juniti Saito, comandante da Força Aérea Brasileira?

Será mesmo, brasileira? Falo da do brigadeiro.

Um negócio de quatro bilhões de dólares, no barato, oitocentos milhões de comissões para serem distribuídos à larga.

São as costumeiras mentiras sobre as verdades que a mídia privada e podre vive usando para iludir, alienar, e dominar os brasileiros.

Vem aí Hebe Camargo na GLOBO, dizem, dando beijinho em todos os que passarem por perto. A beijoqueira.

Wikileaks: multinacional farmacêutica conspirou para evitar julgamento na Nigéria

Marina Terra, do Opera Mundi
A multinacional farmacêutica Pfizer negociou em abril de 2009 com o governo da Nigéria um acordo para evitar ser processada pela morte de 11 crianças e pelas sequelas provocadas em dezenas de outras, após testar um medicamento chamado Trovan, usado no tratamento da meningite. O fato foi revelado por um documento vazado pelo Wikileaks nesta quinta-feira (09/12).

Em 1996, cerca de 200 famílias de Kano, estado no norte da Nigéria, garantiram que seus filhos receberam o medicamento de forma experimental e, após a morte de 11 crianças, a companhia norte-americana pagou indenizações aos pais das vítimas para evitar um julgamento.

Despachos da Embaixada dos Estados Unidos em Abuja revelaram como a Pfizer conquistou esse acordo, usando detetives para coletar provas contra membro do judiciário nigeriano e publicá-las na imprensa. De acordo com os documentos, o plano deu certo e o procurador-geral do país, Michael Aondoakaa, acusado de corrupção, abandonou o caso.

Um dos documentos mostra uma conversa entre um diplomata norte-americano e o responsável pela Pfizer na Nigéria, Enrico Liggeri. "Ele disse que os detetives da Pfizer passaram as informações aos jornais locais (...) Uma série de reportagens detalhando os supostos laços de Aondoakaa com casos de corrupção foram publicados em fevereiro e março", afirmam diplomatas norte-americanos. "Liggeri garantiu que a Pfizer tinha mais informações contra Aondoakaa e que seus colegas o pressionaram para que deixasse o assunto".

Os diplomatas relatam no mesmo despacho um encontro entre a embaixadora norte-americana Robin Renee Sanders e os advogados da farmacêutica, Joe Petrosinelli e Atiba Adams. Quase dois meses antes de o acordo se tornar público, os advogados contam à embaixadora que a negociação está praticamente concluída e que pagarão ao todo 75 milhões de dólares: "10 em custos legais, 30 para o governo do estado de Kano e 35 para os que participaram [dos testes] e suas famílias".

Petrosinelli e Adams afirmam que o ex-presidente nigeriano Yakubu Gowon estava envolvido na negociação, pois conseguiu convencer o governador de Kano Mallam Ibrahim Shekaru, para que intercedesse e abaixasse o pedidos de indenização de 150 milhões para 75.

Clique para ler o texto completo (e, como é sempre recomendável em se tratando do Opera Mundi, fique atento aos links)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O cerco ao WikiLeaks

Antonio Luiz M. C. Costa, editor de internacional de CartaCapital. Do website
Entre as muitas ironias que produziu, uma das mais saborosas do caso WikiLeaks é ter dado oportunidade ao jornal russo “Pravda” de zombar do sistema legal e da censura nos EUA.

Depois de comentar mensagens do WikiLeaks que mostram o governo Obama pressionando Alemanha e Espanha para encobrir torturas praticadas pela CIA no governo anterior, o colunista e editor legal David Hoffman tripudia: “agora, dado que o fundador do WikiLeaks Julian Assange enfrenta acusações criminais na Suécia, fica também evidente que os EUA têm o governo sueco e a Interpol no bolso. Claro que não sei se Assange cometeu o crime do qual é acusado. Sei é que para o ‘sistema’ legal dos EUA a verdade é irrelevante. No minuto em que Assange revelou a extensão dos crimes dos EUA e seu encobrimento para o mundo, tornou-se um homem marcado”. Aproveita também para apontar a hipocrisia de conservadores e seus porta-vozes na imprensa, que querem as penas mais rigorosas possíveis para o WikiLeaks mas não tiveram dúvidas em expor a agente dos EUA Valerie Plame quando o governo Bush júnior quis punir seu marido, o ex-embaixador Joseph Wilson, por denunciar provas forjadas para justificar a invasão do Iraque.

A coluna tem data de 3 de dezembro. O cerco começara com a ordem de captura internacional do governo sueco que colocou o australiano Assange na lista de “alerta vermelho”, os mais procurados da Interpol, a serem monitorados a cada passo. Com um pretexto inusitado para uma operação desse porte, se não surreal: o fundador do WikiLeaks teria continuado a fazer sexo com uma sueca depois da ruptura de seu preservativo e se recusado a usá-lo com outra. Não há sequer um indiciamento formal e as duas acusadoras, Sofía Wilén e Anna Ardin enviaram mensagens por SMS e Twitter alardeando seus encontros com Assange logo após o fato, falando deles em tom elogioso e festivo. A segunda é nascida em Cuba e escreveu artigos para uma publicação anticastrista, sugerindo que pode haver o dedo da CIA no caso.

Na véspera, a Amazon expulsara o site wikileaks.org de seus servidores. No mesmo dia 3, o próprio endereço foi deletado pelo provedor estadunidense everydns.com. Foi rapidamente transferido para um domínio registrado na Suíça, wikileaks.ch, mas com parte dos arquivos hospedados no provedor francês OVH que, ameaçado com “consequências” pelo ministro francês da Indústria Eric Besson, entrou na justiça com uma consulta sobre a legalidade da ação.

No dia 4, a Switch, provedor suíço do novo endereço, disse que não atenderia às pressões estadunidenses e francesas para deletá-lo, mas o sistema PayPal de pagamentos via internet, uma subsidiária do eBay, cancelou a transferência de doações ao WikiLeaks. No dia seguinte, a OVH saiu da rede e os arquivos passaram a ser hospedados pelo Partido Pirata Sueco e passou a sofrer ataques de hackers, mas centenas de “espelhos” do site se multiplicaram pelo mundo. O WikiLeaks também distribuiu a todos os interessados uma cópia encriptada do arquivo completo, cuja chave será distribuída caso algo aconteça com o site ou seu fundador.

Nos dias 6 e 7, as redes Mastercard e Visa também cancelaram as doações ao WikiLeaks – embora, como tenha notado o editor de tecnologia do Guardian, nenhuma delas tenha problemas com encaminhar doações ao Ku-Klux-Klan. Além disso, o banco suíço PostFinance encerrou a conta de Assange com o pretexto de que ele “mentiu” ao fornecer endereço no país – também ridículo, pois ele seguiu a praxe e deu o endereço de um advogado em Genebra. Com essas operações, o WikiLeaks perdeu cerca de 133 mil dólares. Ainda no dia 7, Assange apresentou-se à Scotland Yard e foi preso sem direito a fiança.

Toda essa farsa foi levada ao palco porque as atividades de Julian Assange e do WikiLeaks não são realmente ilegais. Várias decisões jurídicas dos EUA, notadamente a decisão de 1971 que deu ao New York Times o direito de publicar os “Papéis do Pentágono”, concordaram em que a liberdade de imprensa garantida pela Constituição se sobrepõe à reivindicação de segredo do Executivo. O funcionário que vazou os arquivos oficiais pode, em princípio, ser processado, não a organização que aceitou o material e a publicou.

O fato é que Julian Assange é hoje um preso político, detido sob o mesmo tipo de falso pretexto que é devidamente ridicularizado quando usado para se deter um dissidente russo, chinês ou iraniano. Fosse os segredos de algum desses países que tivesse revelado, o fundador do WikiLeaks seria candidato automático a um Nobel da Paz.

Ao serem os segredos dos EUA os que o australiano se dispõe a divulgar – e o que pode vir a ser ainda pior, de seus grandes bancos e empresas (a começar, provavelmente, pelo Bank of America), como anunciou em entrevista à Forbes –, políticos e jornalistas de Washington e de seus aliados do Ocidente passam a considerar justo e aceitável que seja perseguido e preso pela Interpol sob acusações que matariam de rir os responsáveis pelos Processos de Moscou da era stalinista.

O Ocidente tem dificuldade cada vez maior em conviver com os direitos e garantias em nome dos quais julga ter o dever de impor sua vontade ao resto do mundo. Sente cada vez mais a necessidade de leis de exceção e estados de exceção, que pouco a pouco viram regra. O mundo vai descobrindo que é ilusório confiar na Internet como garantia de liberdade de informação.

WikiLula: presidente brasileiro protesta contra prisão de Julian Assange
Redação CartaCapital

Durante evento em que foi apresentado um balanço de quatro anos do PAC, nesta quinta-feira 9, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou solidariedade ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange. O presidente protestou contra o “cerceamento à liberdade de expressão na internet” e questionou a mídia brasileira por não defender Assange, recentemente preso por uma acusação de crimes sexuais na Suécia. O WikiLeaks divulgou milhares de documentos sigilosos sobre a guerra do Afeganistão e Iraque e, na última semana, começou a vazar uma série de telegramas secretos trocados pela diplomacia dos Estados Unidos.

Leia o trecho do discurso do presidente Lula:

"Pode colocar no Blog do Planalto o primeiro protesto, então, contra [o cerceamento à] a liberdade de expressão na internet, para a gente poder protestar, porque o rapaz (Julian Assange) estava apenas colocando aquilo que ele leu. E se ele leu porque alguém escreveu, o culpado não é quem divulgou, o culpado é quem escreveu. Portanto, em vez de culpar quem divulgou, culpe quem escreveu a bobagem, porque senão não teria o escândalo que tem. Então, Wikileaks, minha solidariedade pela divulgação das coisas e meu protesto contra [o cerceamento à] da liberdade de expressão." Mais

Wikileaks: O 1º preso político global da internet e a Intifada eletrônica

Geek - pessoa excêntrica ou performática obcecada com tecnologia, eletrônica, jogos eletrônicos ou de tabuleiro e outros; nerd pró-ativo (fontes: Dicionário "American Webster" e Wikipédia)

Idelber Avelar, de O Biscoito Fino e a Massa
Julian Assange é o primeiro geek caçado globalmente: pela superpotência militar, por seus estados satélite e pelas principais polícias do mundo. É um australiano cuja atividade na internet catupultou-o de volta à vida real com outra cidadania, a de uma espécie de palestino sem passaporte ou entrada em nenhum lugar. Ele não é o primeiro a ser caçado pelo poder por suas atividades na rede, mas é o primeiro a sofrê-lo de um jeito tentacular, planetário e inescapável. Enquanto que os blogueiros censurados do Irã seriam recebidos como heróis nos EUA para o inevitável espetáculo de propaganda, Assange teve todos os seus direitos mais elementares suspensos globalmente, de tal forma que tornou-se o sujeito mundialmente inospedável, o primeiro, salvo engano, a experimentar essa condição só por ter feito algo na internet. Acrescenta mais ironia, note-se, o fato de que ele fez o mais simples que se pode fazer na rede: publicar arquivos ".txt", palavras, puro texto, telegramas que ele não obteve, lembremos, de forma ilegal.

Assange é o criminoso sem crime. Ao longo dos dias que antecederam sua entrega à polícia britânica, os aparatos estatal-político-militar-jurídico dos EUA e estados satélite batiam cabeças, procurando algo de que Assange pudesse ser acusado. Se os telegramas foram vazados por outrem, se tudo o que faz o Wikileaks é publicar, se está garantido o sigilo da fonte e se os documentos são de evidente interesse público, a única punição passível, por traição, espionagem ou coisa mais leve que fosse, caberia exclusivamente a quem vazou. O Wikileaks só publica. Ele se apropria do que a digitalização torna possível, a reprodutibilidade infinita dos arquivos, e do que a internet torna possível, a circulação global da hospedagem dessas reproduções. Atuando de forma estritamente legal, ele testa o limite da liberdade de expressão da democracia moderna com a publicação de segredos desconfortáveis para o poder. Nesse teste, os EUA (Departamento de Estado, Justiça, Democratas, Republicanos, grande mídia, senso comum) deixaram claro: não se aplica a Primeira Emenda, liberdade de expressão ou coisa que o valha. Uniram-se todos, como em 2003 contra as “armas de destruição em massa” do Iraque. Foi cerco e caça geral a Assange, implacável.

Wikileaks é um relato de inédita hibridez, para o qual ainda não há gênero. Leva algo de todos: épica, ficção científica, policial, novela bizantina, tragédia, farsa e comédia, pelo menos. Quem vem acompanhando a história saberá da pitada de cada uma dessas formas literárias na sua composição. O que me chama a atenção no relato é que lhe falta a característica essencial de um desses gêneros: é um policial sem crime, uma ficção científica sem tecnologia futura, uma novela bizantina sem peregrinação, comédia sem final feliz, tragédia sem herói de estatura trágica, épica sem batalha, farsa sem a mínima graça. Kafka e Orwell, tão diferentes entre si, talvez sejam os dois melhores modelos literários para entender o Wikileaks.

Como em Kafka, o crime de Assange não é uma entidade com existência positiva, para a qual você possa apontar. Assange é um personagem que vem direto d'O Processo, romance no qual K. será sempre culpado por uma razão das mais simples: seu crime é não lembrar-se de qual foi seu crime. Essa é a fórmula genial que encontra Kafka para instalar a culpa de K. como inescapável: o processo se instala contra a memória.

O Advogado-Geral da União do governo Obama, que aceitou não levar à Justiça um núcleo que planejou ilegalmente bombardeios a populações de milhões, levou à morte centenas de milhares, torturou milhares, esse mesmo Advogado-Geral que topou esquecer-se desses singelos crimes e não processá-los, peregrinava pateticamente nos últimos dias em busca de uma lei, um farrapo de artigo em algum lugar que lhe permitisse processar Julian Assange. O melhor que conseguiram foi um apelo ao Ato de Espionagem de 1917, feito em época de guerra global declarada (coisa em que os EUA, evidentemente, não estão) e já detonado várias vezes - mais ilustremente no caso Watergate - pela Suprema Corte. Mais

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A VELHA HISTÓRIA DE SEMPRE – JULIAN ASSANGE

Laerte Braga, jornalista e analista político
Julian Assange, fundador do site WIKILEAKS apresentou-se à Polícia britânica diante de um mandado de prisão expedido pela Suécia e validado pela INTERPOL, onde é acusado de crime sexual. O secretário de Defesa dos EUA Robert Gates disse a jornalistas ao tomar conhecimento do fato que “enfim uma boa notícia”.

Hitler e todos os tiranos regozijavam-se/regozijam-se quando seus asseclas lhes comunicam que a “missão” foi cumprida, ou está sendo cumprida.

Os novos documentos secretos dos EUA liberados pelo site WIKILEAKS mostram a “preocupação” dos norte-americanos com itens estratégicos para o país, mas que estão no Brasil. Esse interesse pelo Brasil está em telegramas de diplomatas/espiões enviados ao Departamento de Estado.

Referem-se a reservas minerais em Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Segundo os diplomatas/espiões em seus telegramas, essas áreas passaram a ser consideradas “locais vitais”, já que qualquer problema no suprimento de matérias primas afetaria a indústria dos EUA.

O Brasil tem 98% das reservas mundiais de nióbio e os EUA é o seu maior consumidor. O metal é usado na fabricação de peças de automóveis, aviões, obras de infraestrutura e pasmem-se, até lâminas de barbear.

Duas minas brasileiras de nióbio são consideradas prioritárias para os EUA. A CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração), em Araxá, MG, que supre 80% do mercado mundial. A outra é explorada pela companhia Anglo Americana, num complexo mineral de Ouvidor e Catalão em Goiás.

De todo o nióbio exportado pelo Brasil apenas 40% o é de forma legal, 60% são contrabandeados pelas mineradoras.

A companhia VALE tem duas jazidas na lista (foi entregue de bandeja por FHC com a cumplicidade de Nelson Jobim, que Dilma Roussef quer manter no Ministério da Defesa).

Outra “preocupação” dos EUA com o Brasil diz respeito ás redes de comunicação (telefonia, internet e dados). A eventualidade de danos nos cabos submarinos da GLOBENET ou da AMERICAS II pode dificultar o contato com empresas norte-americanas aqui e em Washington (vice versa lógico), com sérios prejuízos para o “comércio eletrônico” entre os dois países.

Há uma lista imensa de pessoas condenadas por crimes que não cometeram, pelo simples fato de denunciarem os donos do mundo, em várias épocas.

Os EUA já não são mais uma nação, mas um conglomerado terrorista através de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

A prisão de Assange é uma farsa montada por Washington em cumplicidade com o governo da colônia sueca, uma clara tentativa de intimidação e limites à liberdade de expressão.

A concepção da GLOBO (parte do complexo terrorista encarregada da mentira de cada dia aos brasileiros) de liberdade de expressão, ou seja, a deles.

A Grã Bretanha, principal colônia norte-americana na Europa, entra aí para dar foros de espetáculo ao processo brutal e vergonhoso de tentar calar o WIKILEAKS que, entre outras coisas, exibiu documentos e filmes onde soldados norte-americanos se comprazem matando civis no Iraque. Ou estuprando mulheres na Palestina –soldados de Israel –, ou comprando com dinheiro vivo governantes do Afeganistão.

“O espetáculo, que e o apagamento dos limites do eu (moi) e do mundo pelo esmagamento do eu (moi) que a presença ausência do mundo assedia , é também a supressão dos limites do verdadeiro e do falso, pelo recalcamento de toda verdade vivida, diante da presença real da falsidade, garantida pela organização da aparência”. Guy Debord em “A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO”.

Breve, no Brasil, enquanto o nióbio vai embora, nova edição do BBB e o direito de eliminar quem se lhe desagrade sob o patrocínio de um monte de empresas empenhadas em transformar o País em colônia de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Nessa medida e por aí, a entrevista concedida pela presidente eleita Dilma Roussef ao jornal THE WASHINGTON POST, o que ela disse, somada decisões de manter Nelson Jobim no Ministério da Defesa e substituir Celso Amorim no Ministério das Relações Exteriores, assustam.

Dilma não foi eleita por ser Dilma Roussef, mas por encarnar o que pode ser conquistado no governo Lula e avançar na direção de outros objetivos. As eleições no Brasil tinham uma lógica simples, qualquer poste apoiado por Lula ganharia em função de Lula.

Se for para começar a cair de quatro antes de tomar posse é hora de ir às ruas antes que o Brasil volte a era FHC.

Um tribunal de Westminster, Londres, vai julgar o mandado de prisão e pedido de extradição que o governo sueco (a Suécia é colônia dos EUA) expediu contra Julian Assange. O tal “crime sexual” teria ocorrido em agosto deste ano, em meio às revelações do WIKILEAKS sobre as práticas terroristas norte-americanas em todo o mundo.

O primeiro mandado contra Assange foi expedido em 18 de novembro, mas a pressa em intimidar e ameaçar o fundador do WIKILEAKS resultou num “erro processual”. Foi “corrigido” e outro mandado expedido em dois de dezembro.

A prisão de Assange não vai impedir o WIKILEAKS de continuar a vazar documentos secretos do terrorismo dos EUA. O site hoje é protegido por voluntários em todo o mundo e hoje, hackers derrubaram o site de um banco suíço envolvido em trapaças (que banco não está?), o que pode significar uma declaração de guerra em toda a rede mundial de computadores.

Os prejuízos norte-americanos serão maiores que se possa imaginar. Não há como esconder mais a característica de organização terrorista da que foi a maior nação do mundo (em termos econômicos e militares) e hoje é só um grande arsenal de destruição.

Uma das revelações mais importantes do site foi que na crise do apartheid na África do Sul, Israel ofereceu armas nucleares ao governo branco para reprimir movimentos negros (Mandela estava preso) e outra, o oferecimento pelos EUA de bombas nucleares aos franceses para serem usadas no Vietnã, quando esse se chamava ainda Indochina e era uma colônia francesa.

Com a palavra a ANISTIA INTERNACIONAL, HUMAN WRIGHTS, a nossa ABERT (ASSOCIAÇÃO BRASLEIRA DE EMISSORAS DE RÁDIO E TELEVISÃO), ligadas e controladas pelo terrorismo internacional, mas pressurosos na defesa da “liberdade de expressão” e dos “direitos humanos”.

Guardadas as devidas proporções, Daniel Dantas foi absolvido depois de solto por Gilmar Mendes e o delegado Protógenes Queiroz condenado por abuso de poder.

É a velha história de sempre, “terrorista é o exército mais fraco”.

E liberdade de expressão é o BBB, aqui ou lá. Ou o JORNAL NACIONAL, versão cabocla dos canais FOX e CNN.

O crime de Julian Assange foi junto com seus companheiros mostrar ao mundo que a mais poderosa força militar de todos os tempos, os EUA, não têm escrúpulos e nem respeito por nada que não seus interesses de conglomerado de empresas e bancos terroristas, aliados a grupos nacionais em todo o mundo, facilmente compráveis (empresários, latifundiários, banqueiros e militares).

Perto dessa gente Osama bin Laden pode dar aula em jardim da infância, não vai fazer mal algum.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Alba critica os poderosos

O encontro foi sombrio por causa do risco de que o Protocolo de Kioto não seja renovado em 2012, de que vários países se retirem e de que um segundo fracasso quebre a possibilidade de retroceder na questão do aquecimento global.
Do argentino "Página/12",com tradução de Moisés Sbardelotto

Os membros da Alba denunciaram, na Conferência sobre Mudanças Climáticas de Cancún, o risco de que os países desenvolvidos se neguem a renovar o Protocolo de Kioto, firmado em 1997 e que expira em 2012. A advertência ilustra o tom sombrio em que se desenvolve a Conferência, na qual não só é difícil vislumbrar avanços, mas também em que se propõe o risco de retroceder em acordos que possam fazer frente ao aquecimento global.

O Japão anunciou seu propósito de se retirar do Protocolo, postura a qual a Rússia e o Canadá poderiam se somar. Os Estados Unidos nunca o ratificaram. O representante brasileiro advertiu que, "se ocorrerem duas Conferências seguidas sem resultados (aludindo à que fracassou no ano passado em Copenhague), se colocará em risco a própria possibilidade de negociação multilateral nesse tema".

Subsiste, em troca, a possibilidade de acordos em aspectos específicos, como a criação de um "Fundo Verde" e o maior acesso a tecnologias não contaminantes para os países pobres. Neste sábado, começaram a chegar os ministros de Meio Ambiente de diversos países para a fase decisiva da Conferência, que finaliza na próxima sexta-feira.

Os países ricos "estão voltando às posições extremas que tiveram na noite horrorífica de Copenhague", defendeu a representante da Venezuela, Claudia Salerno, flanqueada pelos representantes da Bolívia, do Equador, da Nicarágua e da caribenha Comunidade de Dominica. A Conferência de Copenhague, em dezembro de 2009, se propunha a definir um acordo mundial a partir de 2012, fim do primeiro período do Protocolo de Kioto, mas não foi além de um texto não vinculante, que propõe reduzir a elevação da temperatura global em dois graus, mas sem especificar como. O acordo – impulsionado no último momento por Barack Obama, presidente dos Estados Unidos – foi firmado só por 140 nações, das 193 reunidas. Em Cancún, o debate consiste em como transformar essa expressão de desejos em compromissos mensuráveis e monitoráveis.

O representante boliviano em Cancún, Pablo Solón, advertiu que "vários países propuseram que não vai haver um segundo período do Protocolo de Kioto". O Japão anunciou explicitamente seu propósito nesse sentido, e menciona-se também pelo menos a Rússia e Canadá. O Protocolo de Kioto foi firmado nessa cidade japonesa em 1997 e estabelece compromissos de redução de emissões para os países desenvolvidos. Esse acordo não inclui os dois maiores emissores do planeta, Estados Unidos – que nunca o ratificou – e a China, que, por ser país em desenvolvimento, não é obrigada por ele. Esse é o principal argumento do Japão para não seguir aceitando-o. Em contrapartida, muitos países em desenvolvimento defendem o Protocolo como o único instrumento que impõe aos países industrializados objetivos de redução de gases de efeito estufa.

Sérgio Serra, representante do Brasil, afirmou que, "se tivermos duas Conferências seguidas sem nenhum resultado no mesmo debate, estamos pondo em risco a totalidade do exercício de negociação acerca das mudanças climáticas, e isso é muito ruim, porque não se vislumbram alternativas".

Os negociadores mantêm expectativas de conseguir acordos em assuntos menos comprometedores. Um deles é a criação de um "fundo verde" destinado a ajudar os países mais pobres a reduzir emissões e a se adaptar às mudanças climáticas. Na Conferência de Copenhague, os países ricos prometeram contribuir com 100 bilhões de dólares anuais em 2020. Outro acordo possível é facilitar o acesso dos países em desenvolvimento a tecnologias menos contaminantes, incluindo a criação de órgãos para a transferência tecnológica. Também se poderia agilizar um plano para que os países em desenvolvimento recebam compensação monetária por preservar suas florestas e selvas tropicais.

Os países em desenvolvimento requerem também que seja criado um "comitê de adaptação" para impulsionar medidas que reduzam os efeitos de deteriorações já ocorridas ou inevitáveis. Até agora, as negociações priorizaram a mitigação, isto é, procurar impedir ou mitigar as mudanças prejudiciais. Neste sábado, começaram a chegar os ministros de Meio Ambiente de diversos países para a fase final da Conferência, que finaliza na próxima sexta-feira.

domingo, 5 de dezembro de 2010

JOBIM GO HOME – A TAL “LIBERDADE DE EXPRESSÃO”

Por Laerte Braga, jornalista e analista político
Segundo os “sérios” e “responsáveis” veículos de comunicação do grupo GLOBO o traficante Fernandinho Beira-mar teria sugerido aos seus comandados no Rio que seja feito um acordo com as milícias para dificultar a ação policial contra o crime.

Beira-mar tem o controle da maioria das ações da Polícia Militar do Rio de Janeiro, igualmente da Polícia Civil, chefia o grupo aparentemente mais poderoso do varejo do tráfico e Anthony Garotinho é um dos inspiradores – e comandante – das milícias.

Beira-mar mexe com drogas e as milícias cobram proteção de comerciantes e moradores nas respectivas áreas onde atuam, para evitar assaltos, estupros, etc, quem não paga está fora do leque de “benefícios” do grupo.

Há anos atrás, quando Beira-mar foi preso no Colômbia, o JORNAL NACIONAL viveu um período de histeria absoluta (estudada e transmitida) para carimbar a opinião pública que o traficante estava aliado às FARCs (exército rebelde) contra o governo “democrático” de Álvaro Uribe.

No sábado, 4 de dezembro, vários veículos do grupo GLOBO divulgaram a suposta proposta de Beira-mar para um acordo com as milícias e lá está que Beira-mar foi preso na Colômbia, onde vivia, em “2001, Beira-mar foi preso em Vichada na Colômbia, onde contava com a proteção dos paramilitares”.

Mentira tem pernas curtas, no caso, nove anos, mas Beira-mar não tinha e nunca teve nada com as FARCs. A criminalização do movimento rebelde foi ordem de Washington seguida fielmente pelas empresas laranjas dos interesses norte-americanos no Brasil, a GLOBO à frente, falo do setor de comunicação.

A suposta “ajuda militar para combater o tráfico de drogas” é um cavalo de Tróia para a pura e simples ocupação de diversos países alvos, o Brasil é um dos principais e sua conseqüente submissão aos EUA.

No caso do Brasil o cavalinho de Tróia é Nélson Jobim, agente norte-americano disfarçado de brasileiro e ministro da Defesa confirmado por Dilma Roussef.

Mas vai daí, que como dizia Sérgio Porto, “vida que segue”, um programa da GLOBONEWS (canal fechado da GLOBO voltado para iludir a classe média e adjacências), no mesmo sábado, quatro de dezembro, 23 horas, junta “especialistas para afirmar que os documentos secretos e não desmentidos pelo governo dos EUA revelados pelo site WIKILEAKS prejudicam a “privacidade” das pessoas e coloca em risco “a vida das pessoas”, afirmações que serviram de base para que no desenrolar a tal “liberdade de expressão” vire privilégio de empresas como a GLOBO, “sérias”, que só falam a “verdade”, etc, etc.

No resto, a velha censura, como o grupo GLOBO apoiou à época da ditadura militar. O programa foi apresentado pelo “jornalista” William Haack, que, na verdade, nem procura dissimular o caráter de agente estrangeiro, o nome já diz tudo.

Um dos “especialistas” fez parte do governo de FHC.

Os “danos” causados pelos documentos divulgados pelo WIKILEAKS revelam que norte-americanos (não é uma nação mais, mas um conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A) são responsáveis por prisões ilegais, tortura, estupros, seqüestros, saques, golpes de estado (há um documento do embaixador dos EUA em Honduras falando explicitamente em golpe contra Zelaya) e é esse tipo de “liberdade de expressão” que a GLOBO, como um todo defende e Jobim é um dos principais porta-vozes.

Mais fácil que negar os fatos que são inegáveis é forjar uma acusação de “crime sexual” contra o fundador do site e calar a boca da mídia privada venal e corrupta, caso explícito do grupo GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, etc. Os documentos, mais de 200 mil, afinal, são todos chancelados por timbres, carimbos, assinaturas, essas baboseiras burocráticas.

A propósito, todos esses fatos nos levam a uma pergunta simples, mas antes vejamos. Num dos filmes do agente James Bond, aquele que suporta tudo e vence tudo, há uma transformação de um norte-coreano num branco ocidental, europeu, a partir de uma clínica especializada em Havana. Bond consegue identificar tudo, enquanto o filme vai mostrando as “mazelas” dos “inimigos”.

E a pergunta é simples. Será que Obama é o mesmo da campanha eleitoral em que derrotou McCain ou não terão forjado um branco com pele negra e colocado em seu lugar na Casa Branca? Forjado numa dessas clínicas mundo afora?

Nem Hilary agüenta mais, já disse que terminado esse mandato cai fora, sai da vida pública. Sentiu o drama de um difícil segundo mandato.

Um outro tipo de especialista afirma que, vários aliás, esses a partir de dados reais, que o tráfico de drogas movimenta cerca de 400 bilhões de dólares por ano em bancos internacionais e que no momento agudo da crise econômica esse dinheiro foi fundamental para evitar algumas falências. Com certeza muitos dos grandes do tráfico, Beira-mar é segundo escalão, viraram comendador com direito a medalhas e diplomas na parede.

Um dos bancos que tem que explicar algumas coisas é o ITAÚ, dito brasileiro, que pegou 10 bilhões de dólares “emprestados” no FED (BANCO CENTRAL DOS EUA). Para uma operação desse vulto é preciso muito “prestígio” junto aos norte-americanos, o Banco Central deles é privatizado, um dos principais acionistas do conglomerado terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A e uma quantia dessas, negócio desse porte, no mínimo, é para evitar que o império “ITAÚ e você” desmorone.

O cavalinho de Tróia Nélson Jobim quer o MOSSAD (organização terrorista que chamam de serviço secreto de Israel) “ajudando” o Brasil na segurança da Copa do Mundo de 2014.

Num momento de contenção de gastos, perspectivas de negócios mais difíceis, seria melhor votar uma lei no Congresso acabando com as forças armadas, aa polícias (civil e militar) e entregar tudo ao MOSSAD, ficaria mais barato, com certeza.

Terceirizar, moda tucana nascida em Wall Street.

Se por aqui, um País desse tamanho, com generais sempre a se ufanarem de defensores da liberdade, ordem, democracia, etc, precisa do MOSSAD para a segurança da Copa do Mundo, olha, o negócio está pior que pensávamos.

O jornal israelense MAARIV, editado em Jerusalém, afirma que “Israel deve assinar com o Brasil, em breve, vários acordos para fornecer tecnologia de segurança e produtos militares com vistas aos jogos de 2016 e a Copa de 2014”. O acordo segundo o jornal seria assinado pelo ministro da Defesa deles, Ehud Barak, “incluiria aviões e aeronaves de vigilância não tripulados, cercas eletrônicas e muito mais”. O ministro da Defesa daqui, o norte-americano Nélson Jobim, assinaria pelo Brasil.

Se IMBEL e ENGESA não tivessem sido sucateadas e a EMBRAER privatizada seríamos hoje detentores de tecnologia de ponta no setor.

Em breve muros por todos os cantos à semelhança do que separa o México dos EUA, palestinos de suas terras roubadas por Israel e William Haakc tentando desqualificar os documentos secretos do WIKILEAKS e notícias divulgadas na rede mundial de computadores, onde existem setores livres da influência dos EUA e não compráveis como a mídia privada brasileira.

Como afirma um professor mineiro de nascimento, ora ensinando em Pernambuco, amigo meu de longa data,

“Sempre que se fala em terrorismo, me lembro de um gibi que lia quando criança: a série 'Secret Wars' da Marvel, em que todos os heróis da marca foram colocados num planeta para guerrearem entre si etc.

Eis que em certa altura da batalha, o Capitão América (o Tio Sam vomitou num cara, daí a fantasia deste herói), comentando um ataque 'terrorista' de Magneto (este havia explodido um submarino nuclear), disse: 'propósitos nobres não são desculpa para terrorismo'.

Ao que Wolverine rebateu: 'Terrorismo é apenas do que o exército maior chama o exército menor!'

Está num gibi esta definição de terrorismo. Nunca conheci uma melhor”.


JOBIM GO HOME!

sábado, 4 de dezembro de 2010

O Blog EDUCOM pergunta: será mais uma de Nelson Jobim?

Deu na coluna do Ancelmo Gois, em O Globo...
"TECNOLOGIA DE SEGURANÇA
Armas de Israel
Deu ontem no jornal 'Maariv', de Jerusalém: 'Israel deve assinar com o Brasil, em breve, vários contratos para fornecer tecnologia de segurança e produtos militares com vistas aos Jogos de 2016 e a Copa de 2014.'

Segundo o diário israelense, o acordo, que seria assinado pelo ministro da Defesa deles, Ehud Barak, incluiria 'aviões e aeronaves de vigilância não tripulados, cercas eletrônicas e muito mais'.

O 'Maariv', um dos maiores jornais de Israel, diz ainda que 'o Brasil enfrenta criminosos no Rio e quer evitar qualquer ameaça à realização dos Jogos de 2016 e da Copa.'

O jornalão, parecendo irônico, afirma que Israel só 'não pode intervir nas relações do Brasil com países como o Irã de Ahmadinejad e a Venezuela de Chávez'."


... mas veja o que diz sobre o tema Jacob Blinder, judeu e companheiro do campo da mídia alternativa, em debate no fórum de internet 3setor:
"Violência atrai violência, pois os truculentos serviços secretos de Israel com essa 'ajuda' (sic) farão com que o Brasil se insira de fato no mundo do terrorismo. Quem tiver dúvida que avalie o que fizeram os israelenses na Colômbia, 'ajudando' (sic) o governo desse país combater a FARC e ELN e em Honduras 'ajudando' (sic) a ditadura militar lá instalada a derrotar o Presidente Constitucional do país. Se o Brasil aceitar de fato essa ajuda, estará dando um tiro no pé. Fora com os terroristas de Israel! (...) o Mossad ou o Instituto para Inteligência e Operações Especiais de Israel irá ajudar o Brasil nos processos de segurança em relação a Copa do Mundo de Futebol e Olimpíadas. Eu insisto dizer que se fizer isso o Brasil estará criando desnecessariamente graves problemas para sí e para outros, pois o Mossad, como organização terrorista de Estado, causa sempre confusão, prejuízos e conflitos onde atua, entre os quais cito o passado golpe de Estado na Venezuela e em Honduras onde essa organização se ligou respectivamente ao ditador Pedro Carmona e ao usurpador Goriletti (Roberto Micheletti) e também ao Governo da Colômbia do carrasco e fora da lei internacional Álvaro Uribe. (observe que todos eles são 'tutti buena gente')."

FORÇAS ARMADAS BRASILEIRAS – BRASILEIRAS? SERÁ?
(OS DOCUMENTOS DO WIKILEAKS)

por Laerte Braga, jornalista e analista político
É possível que existam oficiais comprometidos com os princípios que devem nortear as forças armadas de uma Nação. Mas Forças Armadas Brasileiras? Onde? Desde o expurgo de militares comprometidos com o Brasil promovido pelo golpe de 1964 a imensa maioria dos comandantes militares brasileiros bate continência para Washington e presta contas ao embaixador dos EUA das atividades contra supostos terroristas.

Chefes mafiosos quando presos costumam mandar matar as testemunhas. Com isso evitam suas condenações. O furioso ataque do governo dos EUA contra o site WIKILEAKS e a tentativa de prender seu fundador é exatamente isso, matar a testemunha das barbáries cometidas pelos norte-americanos mundo afora (reveladas nos documentos secretos trazidos a público pelo site) e buscar formas de continuar vendendo a mentira da democracia e da liberdade e toneladas de bombas que vão despejando pelo mundo em ações terroristas contra governos e líderes que se opõem ao império.

O general brasileiro (brasileiro?) Jorge Armando Felix, ministro da Segurança Institucional tem o dever de explicar porque foi prestar contas ao embaixador dos EUA sobre ações do governo contra o suposto “terrorismo” na região de Foz do Iguaçu. Tivesse a maioria de nosso Congresso compromissos com o País e o general seria convocado a explicar se é general do Exército brasileiro, ou agente norte-americano? E receber um voto de censura.

Há um claro preconceito norte-americano e europeu (que procuram difundir pelo mundo) contra o povo árabe, contra muçulmanos e isso esconde interesses econômicos e políticos, no caso do Brasil o controle de uma das regiões mais ricas de nosso País e onde se localiza um aqüífero, o quinto maior do mundo, o Guarani. Água hoje vale tanto quanto petróleo.

O futuro governo de Dilma Roussef começa andando para trás, como caranguejo, ao confirmar um trêfego Nelson Jobim, agente estrangeiro, no Ministério da Defesa e ao substituir um dos chanceleres de maior importância na História do Brasil e no mundo contemporâneo, Celso Amorim, por exigência e imposição dos EUA.

O nível de intervenção do embaixador dos EUA no Brasil é inaceitável e Amorim sempre foi um obstáculo a isso (Jobim não está acostumado a cair de quatro).

Ou somos uma Nação soberana, independente, ou somos um protetorado ao sabor de interesses de elites fétidas que tentam controlar o mundo pelo terrorismo sem aspas dos EUA e de Israel, revelados na totalidade de sua estupidez pelo site WIKILEAKS.

A ofensiva sionista no Brasil é outra realidade que preocupa. Vereadores comprometidos ou comprados por grupos nazi/sionistas querem o Holocausto ensinado nas escolas públicas (Rio e Porto Alegre).

E o massacre de Palestinos? Os estupros de mulheres palestinas? A violência sionista contra um povo altivo e que luta diuturnamente por suas terras e riquezas tomadas e saqueadas por Israel?

Ou a “contribuição” policial no caso do Morro do Alemão aos criminosos, os traficantes?

Querem criminalizar o MST para favorecer grupos como a MONSANTO no chamado agronegócio (a agricultura da morte pelo envenenamento lento das multinacionais), beneficiar latifundiários que até hoje se valem de trabalho escravo.

Querem impedir a integração latino americana para que possam controlar o que em tempos passados chamavam de AMÉRICA LATRINA.

Precisamos refundar as nossas Forças Armadas, ensinar-lhes brasilidade, compromissos reais e efetivos com a nação brasileira ao invés da baboseira de um patriotismo que disfarça submissão e isso é canalhice.

Buscar inspiração em figuras do porte do marechal TEIXEIRA LOTT e outros tantos, deixarmos de lado torturadores e assassinos que se escondem atrás de uma anistia que nada mais é que a garantia da covardia impune. Revelá-la, trazê-la a público como aconteceu na Argentina, no Chile, mostrar o verdadeiro caráter desses “patriotas”.

Os da submissão e boçalidade.

Se Dilma Roussef começa não entendendo isso e quer apagar os documentos do WIKI LEAKS que mostram o apetite norte-americano sobre o Brasil, seus cúmplices, no duro mesmo, o retrocesso vai ser sem tamanho e o equívoco terá sido imenso.

Se o PT vai mergulhar em brigas por cargos e vaidades pessoais em detrimento da competência, do brilho, da brasilidade (Celso Amorim, Samuel Pinheiro Guimarães), está mais uma vez jogando por terra todo e qualquer compromisso com o Brasil e os brasileiros e ao invés de avanços, caímos sim num conto do vigário.

A simples menção de Nelson Jobim e suas ações nos documentos revelados pelo site, documentos oficiais do governo dos EUA, é o suficiente para que o ministro da Defesa seja afastado e na forma da lei enquadrado como agente de potência estrangeira.

Quanto ao general Félix, lembra outro general, o comandante da VALE, diziam que da Amazônia, general Heleno.

Vestem a farda errada.

Quando os muçulmanos deixaram a Espanha onde permaneceram por mais de dois séculos, nenhuma igreja católica havia sido destruída, nenhuma obra de arte havia sido queimada, nenhum livro jogado no lixo da censura.

Quando os cristãos deixaram os países árabes ocupados os saques e a destruição foram de tal ordem que fica difícil descrever tanto fanatismo e boçalidade. Talvez por isso Gandhi tenha dito que “aceito o Cristo de vocês, mas não aceito o cristianismo de vocês”.

Vivemos um momento de suma importância neste início de século. Um site, o WIKILEAKS revela toda a podridão, todo o caráter perverso e criminoso da maior potência do mundo.

Seus propósitos, seus objetivos, o preconceito em cada ação terrorista (seqüestro, tortura, estupro, assassinato).

E o que fazem?

Matam a testemunha para evitar danos maiores no julgamento, querem a prisão do fundador do site, não respondem a uma única afirmação contida nos documentos oficiais, pois terroristas são eles. EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

E com profunda ramificações no Brasil, inclusive o ministro da tal Segurança Institucional, o ministro da Defesa e sabe-se lá mais quem.

Os documentos secretos no que diz respeito ao Brasil podem ser vistos em

cablegate.wikileaks.org/cable/2009/01/09BRASILIA34.html

E antes que façam o que fizeram com o WIKILEAKS, matem a testemunha para evitar que deponha no julgamento.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Wikileaks expõe diplomacia dos EUA e chamusca Jobim. Um resumo do que saiu na mídia sobre os novos 'cabos' vazados

Da Carta Maior
Novos documentos divulgados pelo site Wikileaks mostram críticas feitas pelo ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, ao Plano Nacional de Defesa anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro de 2008. Em telegrama enviado a Washington, Sobel critica a ênfase dada pelo governo brasileiro à "independência no controle de armamentos" e à busca de alianças e acordos militares com nações dispostas a transferir tecnologia. Em outro documento, embaixada dos EUA em Paris alerta para aproximação entre Brasil e França. Comentários do ministro da Defesa, Nelson Jobim, irritam diplomacia brasileira.

Marco Aurélio Weissheimer
O site Wikileaks divulgou novos documentos nesta quarta-feira (1°), expondo críticas feitas pelo ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, ao Plano Nacional de Defesa anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro de 2008. Em telegrama enviado a Washington, em janeiro de 2009, Sobel critica a ênfase dada pelo governo brasileiro “à independência no controle de armamentos” e à busca de alianças e acordos militares com nações dispostas a transferir tecnologia. A correspondência manifesta desagrado com essas orientações da política de Defesa anunciada pelo presidente Lula. O ex-embaixador chega a atribuir tais problemas à “formação socialista” de Lula:

"A formação socialista do PT do presidente Lula é evidente nos esforços de engenharia social através de serviço militar obrigatório, em prejuízo de uma defesa mais eficaz."

A defesa mais eficaz, no caso, é aquela que atenda aos interesses dos EUA, conforme manifesta explicitamente o diplomata ao falar sobre a necessidade de modernização das forças armadas brasileiras. Sobel chama o projeto de construção de um submarino nuclear de “elefante branco” e resume assim a vontade dos EUA para o Brasil:

“Uma força militar mais capaz e com maior empregabilidade pode apoiar os interesses dos EUA ao exportar estabilidade à América Latina e estar disponível para operações de manutenção de paz em outros lugares."

O jornal “El País”, da Espanha, destacou outro documento publicado pelo WikiLeaks que reforça a preocupação dos EUA com os rumos da política externa brasileira. Segundo o El País, no final de 2009, a embaixada dos EUA em Paris “alertou” Washington para a frequência dos encontros entre os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, e Lula, do Brasil (nove vezes em dois anos). O incremento das relações diplomáticas, políticas, econômicas e militares entre Brasil e França é motivo de “preocupação” para a diplomacia norte-americana. Essas preocupações são expostas em uma mensagem intitulada “França e Brasil: o começo de uma história de amor”.

França e Estados Unidos disputam, cabe lembrar, a venda de aviões caças ao Brasil. A tendência brasileira no momento aponta para o francês Rafale, em um negócio estimado em aproximadamente R$ 10 bilhões para a compra de 36 aviões. Uma das vantagens da proposta francesa, segundo a avaliação do governo brasileiro, é a possibilidade de transferência de tecnologia sem restrições, o que não ocorre no caso dos aviões dos EUA, os F/A 18 Super Nornet, fabricados pela Boeing.

Nelson Jobim, “um dos mais confiáveis líderes no Brasil”?
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, saiu chamuscado com a revelação do Wikileaks sobre os comentários as informações que teria repassado ao governo norte-americano. Os comentários negativos a respeito do Itamaraty e do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães que, segundo Jobim, odiaria os EUA, foram contornados com declarações diplomáticas das partes envolvidas dizendo que não é bem assim, veja bem, etc... Mas a transmissão de informações sigilosas irritou a diplomacia brasileira, afirma matéria do jornal Valor Econômico nesta quarta-feira. Uma informação em especial: Jobim teria confirmado a Washington o diagnóstico de câncer no presidente da Bolívia, Evo Morales. O embaixador Clifford Sobel teria enviado um telegrama a Washington em 2009, repassando a informação que teria sido dada por Jobim, após um encontro entre Lula e Evo Morales, na Bolívia. “A transmissão, a outro governo, de um suposto segredo de Estado de um aliado do Brasil é uma falta grave", disse um graduado diplomata brasileiro ao Valor.

O governo, oficialmente, pôs panos quentes no episódio dizendo que não vai abrir um conflito por conta de “telegramas de embaixador”. Mas os telegramas arranharam a imagem do ministro, ao mostrarem uma proximidade incomum com o embaixador dos EUA, considerando que ele é o ministro da Defesa do país que lidera um processo de integração em um continente historicamente subjugado aos interesses políticos e econômicos norte-americanos. Para o jornalista Leandro Fortes, “não por outra razão, Nelson Jobim é classificado pelo embaixador Clifford Sobel como talvez um dos mais confiáveis líderes no Brasil”. Não é difícil compreender tamanha admiração, ironiza. “Resta saber se, depois da divulgação desses telegramas, a presidente eleita Dilma Rousseff ainda terá argumentos para manter Jobim na pasta da Defesa, mesmo que por indicação de Lula”, escreve Leandro Fortes.

Celso Amorim e Lula minimizam valor dos documentos
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, minimizou o valor das informações e dos documentos divulgados pelo WikiLeaks. "Devo dizer que não estou tão emocionado como a maioria de vocês" sobre os milhares de documentos diplomáticos dos EUA revelados pelo site, disse Amorim à Agência France Press durante um evento em Washington. “A maior parte do que li eu já conhecia ou é pouco relevante", acrescentou Amorim, que foi reconhecido nesta quarta-feira pela revista Foreign Policy como um dos 100 "pensadores globais" de 2010.

Na avaliação do chanceler brasileiro, as percepções privadas de diplomatas não devem ser confundidas com posições de Estado: "Não vou discutir percepções de agentes diplomáticos americanos. Sinceramente, o tom que um agente diplomático americano utiliza para fazer suas avaliações é algo que não me interessa. Você acredita em tudo o que dizem nos telegramas"? – indagou.

O presidente Lula também considerou “insignificante” o conteúdo dos documentos. "De vez em quando aparecem essas coisas. Eu acho que as coisas que vi são tão insignificantes que não merecem ser levadas a sério", disse Lula a jornalistas após visitar, terça-feira as obras de uma hidrelétrica no Maranhão. "Se fossem importantes (os documentos) não teriam sido vazados", acrescentou.

Declarações diplomáticas a parte, o fato é que a ação do Wikileaks está incomodando muita gente, em especial o governo dos EUA, que teve expostas as entranhas de sua diplomacia. A Interpol emitiu, dia 30 de novembro, um mandado de busca para a prisão de Julian Assange, o jornalista australiano criador do site. O alerta vermelho publicado no site da agência internacional de polícia atende a um pedido da Justiça da Suécia, que processa Assange por “crimes sexuais”. O jornalista e cyberativista nega as acusações, diz que são uma tentativa de acabar com o seu trabalho e vem lutando para não ser preso. O cerco contra ele está apertando.

EUA anunciam comissão para investigar vazamento de documentos confidenciais
do Opera Mundi

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (1º/12) que vai criar uma comissão para investigar vazamentos de documentos confidenciais e propor reformas na distribuição de informações por causa da divulgação de segredos de Estado realizada pelo site WikiLeaks desde o último domingo.

Segundo a imprensa local, o próprio presidente Barack Obama determinou a criação de um "grupo de trabalho" especial para impedir o vazamento de novos documentos sigilosos. O grupo seria chamado de Comitê de Políticas Interagências para Wikileaks (no original, "Interagency Policy Committee for Wikileaks") e terá a missão de coordenar as agências de inteligência e órgãos do governo para fiscalizar o sigilo sobre informações trocadas entre eles. Mais

Pré-sal: EUA não querem submarino nuclear
por Paulo Henrique Amorim, do Conversa Afiada

Este ordinário blogueiro acredita no WikiLeaks, ao contrário do Ministro serrista Nelson Johnbim.

O documento divulgado hoje, de autoria do “cretino” embaixador americano, toca no nervo da questão estratégica brasileira.

O rearmamento da Marinha para proteger o pré-sal.

É por isso que o “cretino” do embaixador americano acha que o submarino nuclear brasileiro não presta: porque vai impedir que os EUA cheguem na beira das 200 milhas e chupem o pré-sal com um canudinho.

O “cretino” não é cretino.

Só o Johnbim acredita nisso.

Saiu na Folha (*):


EUA criticam submarino e estratégia de brasileiros


FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
Wikileaks Dois telegramas produzidos pela Embaixada dos EUA em Brasília no início de 2009 fazem duras críticas à Estratégia Nacional de Defesa lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro de 2008.


Em um desses dois despachos aos quais a Folha teve acesso, ambos assinados pelo então embaixador norte-americano no Brasil, Clifford Sobel, há uma contestação sobre como as Forças Armadas brasileiras serão empregadas no futuro, sobretudo na proteção do mar territorial do país por causa da descoberta das reservas de petróleo da camada do pré-sal.


(…)

Clique aqui para ler a íntegra da matéria na Folha (*).

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores. (PHA)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Por dentro do WikiLeaks: a democracia passa pela transparência radical

Por Natália Viana, do Opera Mundi
Fui convidada por Julian Assange e sua equipe para trazer ao público brasileiro os documentos que interessam ao nosso país. Para esse fim, o Wikileaks decidiu elaborar conteúdo próprio também em português. Todos os dias haverá no site matérias fresquinhas sobre os documentos da embaixada e consulados norte-americanos no Brasil.

Leia também:
Stédile: EUA são os maiores terroristas do planeta
Wikileaks: documento diz que MST e movimentos sociais são obstáculos a lei antiterrorismo no Brasil

Por trás dessa nova experiência está a vontade de democratizar ainda mais o acesso à informação. O Wikileaks quer ter um canal direto de comunicação com os internautas brasileiros, um dos maiores grupos do mundo, e com os ativistas no Brasil que lutam pela liberdade de imprensa e de informação. Nada mais apropriado para um ano em que a liberdade de informação dominou boa parte da pauta da campanha eleitoral.

Buscando jornalistas independentes, Assange busca furar o cerco de imprensa internacional e da maneira como ela acabada dominando a interpretação que o público vai dar aos documentos. Por isso, além dos cinco grandes jornais estrangeiros, somou-se ao projeto um grupo de jornalistas independentes. Numa próxima etapa, o Wikileaks vai começar a distribuir os documentos para veículos de imprensa e mídia nas mais diversas partes do mundo.

Assange e seu grupo perceberam que a maneira concentrada como as notícias são geradas – no nosso caso, a maior parte das vezes, apenas traduzindo o que as grandes agências escrevem – leva um determinado ângulo a ser reproduzido ao infinito. Não é assim que esses documentos merecem ser tratados: “São a coisa mais importante que eu já vi”, disse ele.

Não foi fácil. O Wikileaks já é conhecido por misturar técnicas de hackers para manter o anonimato das fontes, preservar a segurança das informações e se defender dos inevitáveis ataques virtuais de agências de segurança do mundo todo.

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Assange e sua equipe precisam usar mensagens criptografadas e fazer ligações redirecionados para diferentes países que evitam o rastreamento. Os documentos são tão preciosos que qualquer um que tem acesso a eles tem de passar por um rígido controle de segurança. Além disso, Assange está sendo investigado por dois governos e tem um mandado de segurança internacional contra si por crimes sexuais na Suécia. Isso significou que Assange e sua equipe precisam ficar isolados enquanto lidam com o material. Uma verdadeira operação secreta.

Documentos sobre Brasil
No caso brasileiro, os documentos são riquíssimos. São 2.855 no total, sendo 1.947 da embaixada em Brasília, 12 do Consulado em Recife, 119 no Rio de Janeiro e 777 em São Paulo.

Nas próximas semanas, eles vão mostrar ao público brasileiro histórias pouco conhecidas de negociações do governo por debaixo do pano, informantes que costumam visitar a embaixada norte-americana, propostas de acordo contra vizinhos, o trabalho de lobby na venda dos caças para a Força Aérea Brasileira e de empresas de segurança e petróleo.

O Wikileaks vai publicar muitas dessas histórias a partir do seu próprio julgamento editorial. Também vai se aliar a veículos nacionais para conseguir seu objetivo – espalhar ao máximo essa informação. Assim, o público brasileiro vai ter uma oportunidade única: vai poder ver ao mesmo tempo como a mesma história exclusiva é relatada por um grande jornal e pelo Wikileaks. Além disso, todos os dias os documentos serão liberados no site do Wikileaks. Isso significa que todos os outros veículos e os próprios internautas, bloggers, jornalistas independentes vão poder fazer suas próprias reportagens. Democracia radical – também no jornalismo.

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Impressões
A reação desesperada da Casa Branca ao vazamento mostra que os Estados Unidos erraram na sua política mundial – e sabem disso. Hillary Clinton ligou pessoalmente para diversos governos, inclusive o chinês, para pedir desculpas antecipadamente pelo que viria. Para muitos, não explicou direto do que se tratava, para outros narrou as histórias mais cabeludas que podiam constar nos 251 mil telegramas de embaixadas.

Ainda assim, não conseguiu frear o impacto do vazamento. O conteúdo dos telegramas é tão importante que nem o gerenciamento de crise de Washington nem a condenação do lançamento por regimes em todo o mundo – da Austrália ao Irã – vai conseguir reduzir o choque.

Como disse um internauta, Wikileaks é o que acontece quando a superpotência mundial é obrigada a passar por uma revista completa dessas de aeroporto. O que mais surpreende é que se trata de material de rotina, corriqueiro, do leva-e-traz da diplomacia dos EUA. Como diz Assange, eles mostram “como o mundo funciona”.

O Wikileaks tem causado tanto furor porque defende uma ideia simples: toda informação relevante deve ser distribuída. Talvez por isso os governos e poderes atuais não saibam direito como lidar com ele. Assange já foi taxado de espião, terrorista, criminoso. Outro dia, foi chamado até de pedófilo.

Wikileaks e o grupo e colaboradores que se reuniu para essa empreitada acreditam que injustiça em qualquer lugar é injustiça em todo lugar. E que, com a ajuda da internet, é possível levar a democracia a um patamar nunca imaginado, em que todo e qualquer poder tem de estar preparado para prestar contas sobre seus atos.

O que Assange traz de novo é a defesa radical da transparência. O raciocínio do grupo de jornalistas investigativos que se reúne em torno do projeto é que, se algum governo ou poder fez algo de que deveria se envergonhar, então o público deve saber. Não cabe aos governos, às assessorias de imprensa ou aos jornalistas esconder essa ou aquela informação por considerar que ela “pode gerar insegurança” ou “atrapalhar o andamento das coisas”. A imprensa simplesmente não tem esse direito.

É por isso que, enquanto o Wikileaks é chamado de “irresponsável”, “ativista”, “antiamericano” e Assange é perseguido, os cinco principais jornais do mundo que se associaram ao lançamento do Cablegate continuam sendo vistos como exemplos de bom jornalismo – objetivo, equilibrado, responsável e imparcial.

Uma ironia e tanto.

O “GENERAL” NÉLSON JOBIM BATE CONTINÊNCIA PARA WASHINGTON

Por Laerte Braga, jornalista e analista político
Nelson Jobim é um trêfego. No dicionário está a definição – astuto, dissimulado –. As revelações feitas pelo site WIKILEAKS sobre suas ligações com o embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel e os comentários desfechados sobre os ministros Samuel Pinheiro Guimarães (Secretaria Nacional de Assuntos Estratégicos) e Celso Amorim (Relações Exteriores) são suficientes para que, num assomo de dignidade, se ainda restar alguma a ele, pedir demissão e recusar o convite da presidente eleita Dilma Roussef para continuar à frente do Ministério da Defesa.

Se não o fizer, cabe ao presidente Lula demiti-lo por ato de, no mínimo, deslealdade com o governo a que serve e a presidente eleita comunicar que o convite está anulado.

Nelson Jobim foi ministro da Justiça de FHC e um dos principais responsáveis pelo plano nacional de privatizações, não tem nada a ver com as propostas defendidas por Dilma Roussef em sua campanha eleitoral.

Nos primeiros entraves ao processo de privatização da CIA VALE DO RIO DOCE – hoje VALE –, FHC decidiu indicá-lo para o STF (Supremo Tribunal Federal) com a tarefa de remover obstáculos à entrega da empresa. Ao tomar posse Nelson Jobim pronunciou um dos mais lamentáveis discursos da história da chamada Corte Suprema. Afirmou-se “líder do governo” junto a seus pares. Foi um momento de pequenez do Poder Judiciário.

À época o fato causou estranheza a alguns juristas e indignação a outros. Uma das primeiras providências que Jobim tomou foi retirar das mãos da juíza Salete Macalóes as decisões (estavam afetas a ela pelo instituto jurídico do Prevento) sobre a privatização da VALE.

Salete Macalóes havia concedido liminares contra a decisão do governo apontando inúmeras irregularidades na privatização da VALE, na forma como estava sendo conduzida e levantado a ponta de um iceberg de corrupção. Jobim transferiu o processo para um juiz maleável, digamos assim, capaz de engolir sapos e engordar conta bancária.

Cumprida a missão saiu do STF, voltou à Câmara dos Deputados e numa dessas derrapadas de Lula virou ministro da Defesa.

Vestiu a farda de “general de carreirinha” e desceu assim no aeroporto de Porto Príncipe, Haiti, logo após o terremoto que varreu o país. Como norte-americanos estavam ignorando a presença de tropas brasileiras (que tinham o comando nominal das operações por ali) e chamaram a si o comando de fato, Jobim foi comunicar aos generais brasileiros que iam ter que engolir o sapo ianque e dizer à imprensa que nada mudou, o comando era “nosso”. Contou com o apoio decisivo de uma das agências norte-americanas no Brasil, a GLOBO.

Balela. Jogo de cena. Ridículo no uniforme de campanha. Patético.

Os documentos revelados na última semana pelo site WIKILEAKS mostram que Jobim mantinha estreitos contatos com o embaixador dos EUA no Brasil e identificava nos ministros Samuel Pinheiro Guimarães e Celso Amorim os “inimigos” dos patrões, no caso os EUA.

No último dia de seu governo o presidente Lula deve dirigir-se aos dois ministros, Samuel e Celso Amorim e agradecer o fardo carregado ao longo desses oito anos construindo o respeito que o Brasil nunca teve mundo afora.

É Jobim, “general de carreirinha” que bate continência para Washington, quem tenta impedir a continuidade de Celso Amorim no Ministério das Relações Exteriores. Quer um ministro padrão Celso Láfer, aquele que quando chegou ao aeroporto de New York tirou os sapatos para submeter-se a uma vergonhosa e ultrajante revista pela polícia antiterrorista.

E de preferência, se for o caso, tire os sapatos, a roupa, tudo e na ONU caia de quatro.

A responsabilidade de Dilma Roussef diante desses fatos é grande e qualquer concessão pode custar caro à presidente eleita.

Não há sentido, mas um profundo desrespeito ao Brasil e aos brasileiros manter uma figura repulsiva como Nelson Jobim num Ministério estratégico como o da Defesa.

Será, se acontecer, um retrocesso sem tamanho, até no conceito de “capitalismo a brasileira”, modelo criado pelo presidente Lula para driblar as bombas de efeito retardado deixadas por FHC.

Um País como o Brasil, num momento como esse, não pode submeter-se ao terrorismo norte-americano, claro e explícito nos documentos tornados públicos pelo WIKILEAKS, que envolvem desde ingerência em governos outros, a prática sistemática de violações de direitos humanos, incluindo estupros de prisioneiros e eventuais “inimigos”.

O pânico mostrado pela secretária de Estado Hilary Clinton com a divulgação dos documentos, que coloca a nu toda a “preocupação com a paz e a democracia” dos norte-americanos atesta a gravidade dos fatos. A acusação feita pelo governo do protetorado norte-americano na Europa, a Suécia, de “crime sexual” contra o fundador do site WIKILEAKS é prática corriqueira entre esse tipo de gente.

Acuados, transferem as responsabilidades para outros inventando histórias e buscando desacreditar já que não podem desmentir ou negar toda a barbárie praticada nos últimos anos, toda a sorte de trapaças contra governos legítimos em várias partes do mundo.

E Nelson Jobim é um dos homens dos EUA nesse emaranhado todo.

Um “general” de fancaria, um trêfego travestido de patriota, que aliás, é sempre bom lembrar, “é o último refúgio dos canalhas”.

Ao contrário, o ministro Celso Amorim foi eleito pela revista norte-americana FOREIGN POLICY como o 6º “pensador global mais importante do ano”, com o mérito de “transformar o Brasil em ator global”. Segundo a revista, “nem se opondo reflexivamente aos EUA no estilo da velha esquerda latino-americana nem servilmente seguindo sua liderança, Amorim marcou um curso independente”.

Amorim está, no ranking da revista, à frente de Hilary Clinton secretária de Estado dos EUA. O presidente (pensa que é presidente) Barack Obama é o terceiro na lista. O brasileiro está à frente também da chanceler do protetorado norte-americano Alemanha, Angela Merkel.

Por trás de tudo isso existe um outro e importante aspecto a ser considerado. Foi com Nelson Jobim ministro da Justiça de FHC que foi intensificada a participação do FBI e da CIA junto a órgãos do governo brasileiro no pretexto do combate ao tráfico de drogas e na prática, no controle do próprio governo de Fernando Henrique.

Um dos objetivos primeiros dos norte-americanos é encher o Brasil de bases militares para controle total do País e suas riquezas, criar a chamada OTAN do Atlântico Sul, transformar o Brasil em base de operações contra países latino-americanos que se oponham às políticas imperialistas de Washington.

Jobim está de volta e com ele as mesmas práticas golpistas e colonialistas.

O futuro governo Dilma tem esse desafio. Ou mantém a diplomacia montada na competência e na conseqüência de ministros como Celso Amorim, ou cai de quatro também.

Se os episódios da guerra contra o tráfico no Rio de Janeiro mostraram um governo presente no combate ao crime organizado, por baixo dos panos, negociações para maior participação de agentes dos EUA nessa luta ocorreram tranquilamente com Nelson Jobim à frente.

Lula está dormindo de touca nessa história e Dilma pode herdar essa touca.

Jobim é agente de potência estrangeira, como nocivo ao Brasil, em todos os sentidos, é o acordo militar com os EUA. E vale até registrar que foi rompido no governo do general Geisel. O que significa que até na ditadura se percebeu em dado momento os propósitos colonialistas dos EUA.

Com Jobim corremos o risco de no cesto do Ministério estar uma cobra cujo veneno não tem soro antiofídico. É preciso levar em conta que a tênue democracia brasileira implica num processo maior de reconstrução democrática que, por sua vez, significa também a reconstrução das forças armadas como segmento de toda essa caminhada. O golpe de 1964 gerou um corpo militar comprometido com interesses não nacionais, os norte-americanos e as mudanças e percepções dos reais interesses dos EUA aqui são lentas. Boa parte dos militares brasileiros também bate continência para Washington, como bateu para Vernon Walthers em 1964.

Jobim não é só trêfego, é também um cancro no governo. Uma doença caracterizada por uma população de células que crescem e se dividem sem respeitar limites normais, invadem e destroem tecidos adjacentes, podem se espalhar para lugares distantes no corpo através de algo que se conhece como metástase.

Relatos de Jobim à diplomacia americana irritam Itamaraty

Do blog Consciência Política*
Alvo dos mais recentes vazamentos de documentos da diplomacia dos Estados Unidos, pelo site Wikileaks, o ministro da Defesa, Nélson Jobim, irritou a diplomacia brasileira devido à informação de que teria confirmado ao governo americano o diagnóstico de câncer no presidente da Bolívia, Evo Morales. Segundo telegrama de 2009 a Washington, do embaixador Clifford Sobel, Jobim, após um encontro em La Paz entre Morales e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria informado aos EUA que o governo brasileiro até ofereceu tratamento em São Paulo para o presidente boliviano.

A transmissão, a outro governo, de um suposto segredo de Estado de um aliado do Brasil é uma falta "grave", na avaliação de um graduado diplomata. No Palácio do Planalto, porém, o caso foi minimizado. Segundo um assessor de Lula com trânsito na equipe da presidente eleita Dilma Rousseff, o governo está decidido a não dar atenção a "telegramas de embaixador", e eventuais comentários de Jobim sobre Morales não teriam poder de afetar a relação com o governo da Bolívia. O governo boliviano negou ontem que Morales tenha tido câncer e informou que ele foi operado por médicos cubanos de um "desvio de septo".

Jobim também divulgou nota negando ter acusado o ex-secretário-geral do Itamaraty Samuel Pinheiro Guimarães de ter "ódio aos EUA", como consta em outro telegrama vazado no Wikileaks. Mas nada falou sobre Morales - que, recentemente, em uma cerimônia em La Paz, com Jobim, acusou os EUA de apoiarem conspirações contra o governo boliviano.

A rivalidade entre o Itamaraty e Jobim, cotado para permanecer ministro no governo Dilma Rousseff, é evidente na leitura dos telegramas confidenciais vazados na internet pelo Wikileaks. Os textos escritos em 2008 e 2009, pelo então embaixador Clifford Sobel, mostram que os americanos viam Jobim como seu maior aliado contra o Ministério de Relações Exteriores, no esforço para firmar acordos na área de Defesa com os EUA.

O acordo, alvo de repetidos contatos e viagens de autoridades dos dois governos, foi firmado apenas em abril de 2010, mas incluiu, discretamente, até permissão para missões de fiscalização em instalações militares e civis dos dois países.

O ministro Jobim é descrito, pelo embaixador, como "talvez um dos mais confiáveis líderes no Brasil". Sobel lembra que o ministro pertenceu ao Supremo Tribunal Federal e afirma que "ele mantém uma forte reputação de integridade que é rara entre os líderes brasileiros". Notando que o Itamaraty procurava encurtar e esvaziar a visita de Jobim aos EUA, onde o ministro queria tratar do acordo de Defesa, Sobel descreveu o ministro da Defesa como um homem decidido a "desafiar a supremacia histórica do Itamaraty em todas as áreas de política externa".

Numa avaliação do que significava ter Jobim no ministério, na época, Sobel prevê que Lula teria de dar a última palavra na disputa "entre um ministro da Defesa invulgarmente ativo e interessado em desenvolver laços mais firmes com os EUA e um Ministério de Relações Exteriores que está firmemente comprometido em manter controle sobre todos aspectos da política externa e manter uma distancia calculada entre o Brasil e os Estados Unidos".

Pelo relato de Sobel, Jobim se mostra um ministro afinado com algumas linhas gerais do governo Lula, como a reivindicação de transferência tecnológica no campo militar, a defesa de uma política de contenção, sem hostilidades, do governo de Hugo Chávez na Venezuela, a relutância em aceitar acusações de apoio às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia por parte de governos vizinhos e a crítica aos EUA pelos obstáculos colocados no passado à venda de aviões da Embraer aos venezuelanos.

Mas, enquanto os diplomatas são descritos como um "problema" no esforço por um acordo de Defesa, Jobim foi descrito como um aliado que permitiria uma aliança com o Brasil nesse campo passando por cima do Itamaraty. O acordo assinado somente em 2010, de fato, colocou o ministério da Defesa como único responsável pelas medidas necessárias para por em prática a cooperação entre Brasil e EUA.

O comportamento de Jobim descrito por Sobel nos telegramas confidenciais vazados ontem mostra que, na tentativa de assegurar a confiança dos americanos, o ministro chegou a entrar em detalhes sobre o delicado tema da doença de Evo Morales, tratado com Lula durante visita do brasileiro a La Paz, em janeiro de 2009. Jobim, diz Sobel, teria dito que Lula ofereceu a Morales exames e tratamento em um hospital de São Paulo.

Embora houvesse relatos públicos de que Morales sofria de "sinusite aguda", Jobim, segundo Sobel, teria dito que os problemas sentidos pelo boliviano eram "na verdade, causados por um sério tumor e a cirurgia seria uma tentativa de removê-lo". Jobim teria dito, inclusive, que o tumor poderia explicar por que Morales parecia extraordinariamente distraído nos encontros da época. O tratamento teria sido adiado, porém, segundo o ministro, até o referendo constitucional previsto para o fim daquele mês, na Bolívia.
*originalmente publicado no jornal "Valor Econômico"

WikiLeaks: a manipulação da mídia global e do PIG

Quem acompanha desde a madrugada desta terça as notícias sobre o vazamento de mais de 250 mil comunicações (cabos) da diplomacia norte-americana pelo site WikiLeaks (www.wikileaks.org, mas nem tente acessar porque já foi bloqueado pela maioria dos administradores da Web, alguns deles localizados nos EUA) não tem mais dúvidas: o Império estadunidense trabalhou para derrubar Manuel Zelaya em Honduras, tentou forçar o Brasil a adotar uma rigorosa lei "antiterrorismo" claramente destinada a atacar o MST e chegou a articular com Israel e governos aliados do Oriente Médio uma invasão ao Irã. Os diálogos também revelam um grande entrosamento entre o ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, e a embaixada dos EUA em Brasília, sempre no sentido de criticar a política externa de Lula e conspirar contra governos progressistas da América Latina.

Enquanto isso, a mesma mídia que hoje manipula os dados vazados pelo WikiLeaks, omitindo aquilo que aponta para a evidente sintonia entre um ministro de Estado brasileiro e os interesses dos EUA, mas, por outro lado, repetindo o discurso da imprensa estadunidense que criminaliza o autor do vazamento, defendeu e continua defendendo a permanência de Nelson Jobim - inclusive requentando o noticiário sobre a violência no Rio de Janeiro, fato que teria "garantido" Jobim no ministério de Dilma -, golpes contra governos democráticos do continente e política externa submissa a Washington. Tente buscar no Google informações sobre o vazamento, por exemplo com a palavra-chave "wikileaks". Os jornais-portais brasileiros praticamente omitem as impressões digitais de Washington no golpe de Honduras, limitam-se a pinçar fragmentos dos documentos para repreender o "anti-americanismo" do Itamaraty, reproduzem o frenesi da mídia dos EUA com a notícia da ordem de captura da Interpol contra o ciberativista Julian Assange e ainda exploram um assunto sempre ressucitado quando o WikiLeaks derruba a máscara de uma potência hegemônica - aconteceu no caso da Guerra do Afeganistão: o processo contra Assange por suposto estupro na Suécia.

A mídia hegemônica no Brasil, que chamamos PIG (Partido da Imprensa Golpista) se diz defensora da "liberdade de imprensa", mas bateu palmas para a destruição da democracia hondurenha, chegou a anunciar a queda de Hugo Chávez em 2002 (e dias depois ficou de cara no chão quando as forças populares venceram o golpe contra o presidente constitucional da Venezuela) e não para de mostrar sua verdadeira face. São antipatriotas, inimigos da América Latina e defensores dos interesses do Império de Washington em todo o planeta.
(Zilda Ferreira e Rodrigo Brandão, editores do Blog EDUCOM)

Vi o Mundo: 'Jobim, fofoqueiro, enfiou tumor na cabeça de Evo Morales'
por Luiz Carlos Azenha (atenção aos preciosos links)

O ministro Nelson Jobim, que segundo o WikiLeaks prestou serviços de informação ao embaixador dos Estados Unidos no Brasil, ajudou a espalhar o boato de que o presidente da Bolívia, Evo Morales, tinha um tumor enfiado no nariz.

Como se sabe, as relações entre os Estados Unidos e a Bolívia são frígidas — e pouco mudaram depois que Barack Obama sucedeu George W. Bush.

O despacho do agora ex-embaixador Clifford Sobel, de 22/01/2009, baseou-se em fofoca feita pelo ministro Nelson Jobim depois de encontro entre o presidente Lula e Morales.

Seria um “grave tumor”, de acordo com o que a Folha relatou, baseada no vazamento de telegramas confidenciais no WikiLeaks.

O governo boliviano negou o tumor, disse que Evo Morales sofria de um problema no septo nasal que foi corrigido em uma cirurgia feita por médicos cubanos. É o que diz o R7.

É curioso que Dilma Rousseff vá manter no governo um ministro que, em plena campanha eleitoral, deixou no ar a impressão de que poderia se tornar ministro em um (argh!) governo Serra. Coisas de Brasília.

Leandro Fortes diz que Jobim é um X-9 gringo plantado no coração do futuro governo Dilma.

Mais cedo, Nelson Jobim negou em nota que tenha se referido de forma desairosa a Samuel Pinheiro Guimarães, o cérebro por trás da política externa independente e soberana do Brasil.

Quem realmente se divertiu com os boatos sobre a saúde alheia foi o jornalista britânico Robert Fisk, com quem tive o prazer de tomar uns drinques num dos muitos lançamentos de livros que ele fez em Nova York.

Fisk escreveu uma frase sobre os vazamentos de “doenças” no WikiLeaks:

“Adorei o espantoso relato de alguém que visitou a embaixada dos EUA em Ancara e contou aos diplomatas que o Líder Supremo do Irã Ali Khamenei sofria de leucemia e estava à morte. Não porque o pobre velho sofra de câncer – é mentira –, mas porque é o mesmo tipo de descalabro sobre líderes do Oriente Médio recalcitrantes que se vê há muitos anos. Lembro de quando “fontes diplomáticas” norte-americanas ou britânicas inventaram que Gaddafi estaria morrendo de câncer, que Khomeini estaria morrendo de câncer (muito antes de ele morrer), que o matador de aluguel Abu Nidal estaria morrendo de câncer 20 anos antes de ser assassinado por Saddam. Até na Irlanda do Norte um miolo-mole britânico contou-nos que o líder protestante William Craig estaria morrendo de câncer. Claro que Craig sobreviveu, como o horrível Gaddafi, cuja enfermeira ucraniana é descrita nos documentos dos EUA como “voluptuosa”, o que ela é. Mas haverá alguma dama loura não “voluptuosa”, nesse tipo de novelão?”

Para ler todo o artigo, clique aqui.

Veja ainda:
No dia 30 de dezembro de 2009, o "Estadão" noticiava a tentativa golpista de Jobim, em aliança com os comandantes das três Forças Armadas e minava as relações entre Lula e o ministro Paulo Vannuchi, fatos estes subsequentes ao lançamento do PNDH-3. Clique aqui e leia o texto completo.