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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A mídia ignorando a História

Carlos Eduardo Campanha, no Luis Nassif On Line
A mídia que muda a História?

A Revista Brasileira de Geografia Física publicou, em julho do ano passado, a lista das maiores catástrofes por deslizamento de terras ocorridos no país. O episódio da Serra das Araras, com seus 1700 mortos estimados, supera de longe qualquer outro acidente do gênero no país.

Mas o episódio da Serra das Araras parece ter sido apagado da memória do país e, especialmente, da imprensa. O noticiário dos veículos de comunicação enfatiza que a tragédia da Região Serrana do Rio superou o desastre de Caraguatatuba em março de 1967. O caso da Serra das Araras, ocorrido em janeiro daquele mesmo ano, sequer é citado.

www.brazilia.jor.br/content/deslizamento-maior-tragedia-brasil-foi-serra-araras

Deslizamento: Maior tragédia do Brasil foi na Serra das Araras

Uma cruz de 10 metros na subida da Serra das Araras (Piraí-RJ), no local conhecido por Ponte Coberta, marca o início de um enorme cemitério construído pela natureza. Lá estão cerca de 1.400 mortos (fora os mais de 300 corpos resgatados) vítimas de soterramento pelo temporal que atingiu a serra em janeiro de 1967. Foi a maior tragédia da história do país, superando o número de mortos da atual tragédia na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, hoje acima de 500.

No episódio da Serra das Araras, suas encostas praticamente se dissolveram em um diâmetro de 30 quilômetros. Rios de lama desceram a serra levando abaixo ônibus, caminhões e carros. A maioria dos veículos jamais foi encontrada. Uma ponte foi carregada pela avalanche. A Via Dutra ficou interditada por mais de três meses, nos dois sentidos.

A Revista Brasileira de Geografia Física publicou, em julho do ano passado, a lista das maiores catástrofes por deslizamento de terras ocorridos no país. O episódio da Serra das Araras, com seus 1700 mortos estimados, supera de longe qualquer outro acidente do gênero no país.

Para se ter uma idéia do que ocorreu na Serra das Araras basta comparar os índices pluviométricos. A atual tragédia de Teresópolis ocorreu após um volume de chuvas de 140mm em 24 horas. Na Serra das Araras, em 1967, o volume de chuvas chegou a 275 mm em apenas três horas. Quase o dobro de água em um oitavo do tempo.

Mas o episódio da Serra das Araras parece ter sido apagado da memória do país e, especialmente, da imprensa. O noticiário dos veículos de comunicação enfatiza que a tragédia da Região Serrana do Rio superou o desastre de Caraguatatuba em março de 1967 (ver abaixo). O caso da Serra das Araras, ocorrido em janeiro daquele mesmo ano, sequer é citado.

Até a ONU embarcou na história e colocou a tragédia atual entre os dez maiores deslizamentos de terras do mundo nos últimos 111 anos. Mais

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A gramática social da tragédia

Diante dessa tragédia esperamos que nossos legisladores não cedam às pressões para alterar o Código Florestal. Os ruralistas querem tirar o topo dos morros, terra de encostas e áreas em altitude superior a 1.800 metros das APP - Áreas de Preservação Permanentes. A especulação imobiliária também pressiona por mudanças no Código Florestal, dentro da Reforma Urbana. E o relator do projeto na Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), já acenou em atendê-los em parte, além de outras demandas. Como a mídia não abordou esse assunto decidimos postar este artigo, de um acadêmico de fora da região mais atingida, que faz uma análise da catástrofe pontuando esse problema (Zilda Ferreira, da Equipe do EDUCOM). Adendo: amigos, atenção a mais este oportuno artigo de Laerte Braga, no pé do post.

Por Edmilson Lopes Júnior*
Câmeras de TV capturaram os diversos ângulos da tragédia que se abateu sobre a região serrana do Rio de Janeiro. As imagens do alto e de baixo mostravam cenas de destruição e pessoas desesperadas. Casas, vidas e projetos de futuro arrastados montanha abaixo pelas chuvas de janeiro. Chuvas que desde o final de semana passado traziam dor e sofrimento aos moradores mais pobres de municípios da Grande São Paulo.

As esperadas tragédias de janeiro, neste ano, ganharam uma dimensão diferente. Não ficaram circunscritas aos lugares distantes, lá nas periferias onde pobres constroem suas precárias habitações em várzeas e margens de rios. As águas derrubaram casas luxuosas em cenários nos quais se desenvolve uma indústria turística requintada, destinada ao consumo conspícuo da burguesia e da classe média alta. A lama que varreu do mapa as casas mais vulneráveis, mas também adentrou as pousadas e hotéis de luxo da região serrana fluminense. Às mortes dos que, destituídos de identidade, tornam-se números nas estatísticas oficiais, somaram-se àquelas de pessoas com nome, sobrenome e vinculação com empresas e instituições que formatam o poder no país.

Por um momento, na inenarrável dor da perda, parecemos mais próximos. O bolo amargo que teima em não descer pela garganta de cada um de nós, cada vez que revemos as cenas de destruição, pareceu germinar uma solidariedade para além das classes sociais. E isso não seria pouco em um país no qual, normalmente, como aponta-nos o sociólogo Jessé Sousa, o valor da vida humana é maior ou menor dependendo do estrato social a que o indivíduo pertence.

Mas foi só um momento. Quinta, de manhã, bem cedo, as rádios já reproduziam os discursos de especialistas ou de atores e artistas metamorfoseados em doutos geólogos a reclamar da "falta de educação" da patuléia. Essa "gente sem educação que joga garrafa pet no leito dos rios". Comparações com o Japão foram feitas. E cobranças aos governos. Estes, sempre tomados por corruptos, não fariam o dever de casa: remover o povo das encostas e retirar os habitantes das várzeas. Nas TVs, a mesma cantilena, ao vivo e a cores.

Nenhuma palavra sobre a voracidade da indústria da especulação imobiliária, que "incorpora" áreas ambientalmente frágeis e monopoliza os terrenos mais próximos das áreas onde os mais pobres têm que trabalhar. Ou da criativa destruição ambiental desenvolvida pelo turismo, merecedor costumeiro de elegias por ser o exemplo da "indústria sem chaminés". Por certo não se esperaria alguma elaboração mais profunda desses meios de comunicação sobre como a suposta "falta de educação ambiental" dos mais pobres é produzida, mas a ausência de qualquer referência aos determinantes sociais de sua vulnerabilidade ambiental é quase um escândalo.

Na manhã de ontem, um programa de TV ocupou quase todo o seu tempo com a cobertura da tragédia. Cenas da destruição da região serrana e das enchentes em São Paulo durante toda a manhã. As imagens alternavam dos locais da tragédia para o estúdio, onde uma mesa farta, com pães, sucos e frutas, era o contraponto das cenas nas quais pessoas desesperadas tentavam se salvar ou salvar algo. Em uma dessas cenas, duas senhoras idosas, cabelos brancos, com água até a altura de suas cinturas, banhavam os seus rostos. No estúdio, um médico que, em um primeiro momento pensei tratar-se de um dos BBBs, fazia perorações sobre os riscos de doenças relacionadas ao contato com a água da enchente. Como se, para aquelas senhoras, o contato com a água suja fosse uma opção...

Uma das traduções que a solidariedade provocada pela tragédia poderia expressar seria uma alteração na gramática profunda subjacente à visão que temos de nós mesmos. Dessa forma, talvez, culpássemos menos as vítimas pelas tragédias que tragam a si e aos seus. Nos principais veículos de comunicação do país, ao menos desde ontem, não é isso o que está sendo vocalizado.

Mary Douglas, a antropóloga inglesa que escreveu um exemplar ensaio intitulado "Como as instituições pensam", apontava que os eventos emergenciais não revogam os princípios que baseiam as instituições. Não tomou o Brasil como referente. Poderia tê-lo feito.
*professor de sociologia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Mais informações sobre a tragédia das enchentes no Blog da Raquel Rolnik:
www.raquelrolnik.wordpress.com

Laerte Braga: 'ADEQUAR O JUDICIÁRIO AO MERCADO E À GARANTIA DA PROPRIEDADE PRIVADA'

Por Laerte Braga, no blog "redecastorphoto"
O processo de ocupação e incorporação do Brasil à chamada Nova Ordem, o neoliberalismo, começa com a eleição de Fernando Henrique Cardoso. Lei de Patentes, privatizações, controle da Amazônia pelos EUA (em parceria com os “patrióticos” comandantes militares brasileiros), todo um projeto montado no que se conhece como CONSENSO DE WASHINGTON que, pelo próprio nome, explica quem é o acionista majoritário desse conglomerado.

Foi nos primeiros anos do governo FHC

Segundo o estudo do Banco Mundial, “mais especificamente a reforma do judiciário tem como alvo o aumento da eficiência e equidade na resolução de conflitos, ampliando o acesso a justiça e promovendo o desenvolvimento do setor privado”.

O deus mercado transformando as cortes de justiça (?) em sacristias dos seus interesses. Os magistrados em sacerdotes dos resorts onde bancos promovem “seminários” - boca livre - visando assegurar sua primazia em decisões judiciais das quais sejam parte, como papas dessa igreja hedionda e totalitária.

São os novos títeres.

Há todo um conjunto, por isso um processo, de adequação aos estatutos dos donos do mundo. Os grandes conglomerados. São de tal ordem gigantescos que transformaram a maior potência do mundo, os EUA, num deles. O conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Terrorismo não é necessariamente arremeter aviões contra as torres gêmeas. Nem sempre se materializa em ações de violência explícita, tal como a conhecemos nos noticiários da GLOBO (a Fundação Roberto Marinho levou 24 milhões das verbas destinadas a obras de contenção de encostas e saneamento no Estado do Rio de Janeiro, ano passado, doação caridosa do governador Sérgio Cabral. Deve ter sido para ajudar o BBB-11).

O terror vem embutido no próprio deus mercado. Na transformação do ser humano em objeto, em mercadoria tanto no fetiche do espetáculo, como no da tragédia.

O estudo do Banco Mundial, diga-se de passagem, despertou indignação em magistrados sérios e associações do setor comprometidas com a liberdade e a Justiça. Propõe-se que o “Judiciário” seja um instrumento a mais na caminhada predadora da Nova Ordem.

A companhia mineradora de Eike Batista, por exemplo, vai causar prejuízos ambientais de tal ordem que a recuperação se torna impossível no futuro, vai gerar doenças como os transgênicos da MONSANTO. E daí? Cabe ao “Judiciário” assegurar que o progresso se construa na proteção ao “desenvolvimento do setor privado”.

Bombeiros que se virem para apagar o fogo depois.

Os estudos do Banco Mundial levam em conta a formação de blocos econômicos entre nações, caso do NAFTA (MÉXICO, EUA e CANADÁ) e propõem formas de homogeneização das leis para o setor, assegurando, por exemplo, o direito dos EUA construir um muro para impedir que mexicanos tenham os mesmos direitos que norte-americanos e impondo toda a sujeira industrial ao primo pobre (com governos corruptos e comprados), mas decisão final em cortes norte-americanas, como aconteceu no caso do lixo nuclear depositado numa cidade do México. O protesto dos cidadãos mexicanos foi julgado em New York e a empresa poluidora teve assegurado o seu direito.

Por isso a necessidade de magistrados como Gilmar Mendes, Cezar Peluso e outros mais. A necessidade de esmagar juízes independentes como o de Rodrigo de Sanctis do caso de Daniel Dantas – parte do “setor privado”, tudo em parceria com a mídia privada que em si e por si é podre, venal, é braço do modelo.

Uma das discussões preferidas dos bancos é sobre juros. O direito de extorquir. Uma das garantias que a reforma pretendida pelo Banco Mundial assegura é esse “direito”.

A extorsão vira lei, desde que, lógico, praticada pelo “setor privado” em função do “desenvolvimento econômico”.

O cidadão?

Bom, se um edifício cai em Teresópolis e mata trinta ou quarenta pessoas, óbvio, a Fundação Roberto Marinho, baluarte da iniciativa privada, não vai se sentir incomodada, afinal o grande dilema é saber o momento que um integrante transexual do BBB-11 vai se revelar aos seus brothers e sisters.

Mas os veículos de comunicação do grupo GLOBO vão acusar governos adversários e apontá-los como responsáveis.

Torna-se necessário que o cidadão comum, aquele que está no edifício, ou na casa que vai cair e matá-lo e a toda a família, entenda que está se sacrificando pelo “setor privado” (até porque a reconstrução vai ser feita por empreiteiras), pelo “desenvolvimento econômico”, no altar do deus mercado e com certeza ao acordar vai se vir no céu com Pedro Bial anunciando os “nossos heróis”.

É só assentar onde der (deve ter lugar nesse céu/inferno) é olhar para a telinha.

A Justiça garante esse direito e é até possível, dependendo do nível de submissão ou de mercadoria em que se transformou, que seja aquinhoado com algum tipo de graduação de anjo desse modelo político, econômico e social.

Quando FHC determinou ao seu ministro da Justiça que criasse a comissão para estudar a reforma do Judiciário, em seguida, colocou seu ministro no STF (Supremo Tribunal Federal), para evitar transtornos e obstáculos no caminho.

Quem? Quem?

Nelson Jobim, nosso impávido “general” ocupando, hoje, o Ministério da Defesa. Só não há uma explicação de “defesa de quem e do que” para não criar constrangimentos diplomáticos desnecessários.

No projeto de recolonização da América Latina através da ALCA – Aliança de Livre Comércio das Américas – se os norte-americanos tivessem a tecnologia do chicletes de bola, azar dos brasileiros, não poderiam produzir aqui o chicletes de bola, mas vender a matéria prima necessária, aí sim.

Repete hoje, anos depois, a canção do SUBDESENVOLVIDO – “vender borracha comprar pneu”.

“Adequar” o Poder Judiciário a esse modelo, ao mercado e garantir a “propriedade privada” é o objetivo do estudo do Banco Mundial, ainda que a ALCA não tenha conseguido se materializar nos termos pretendidos pelos norte-americanos. Hoje comem o mingau pelas beiradas, como no caso da compra de aviões para reequipar a FAB – Força Aérea Brasileirra.

A Nova Ordem tinha objetivos (e os mantém) tais como: a fusão das forças armadas em todas as Américas (do Norte, do Sul e Central) e o assunto chegou a ser discutido entre FHC e Bill Clinton. Só não prosperou porque segundo FHC era preciso fazer uma coisa de cada vez e naquele momento, tudo ao mesmo tempo poderia resultar em alguns “protestos incômodos”.

Esse nível de “adequação” seria alcançado algumas etapas à frente.

Por que o Judiciário? Óbvio; é um poder por natureza antidemocrático, frio, moldado por critérios técnicos nas instâncias inferiores (nem sempre competentes), no caso do Brasil e outros países, paquidérmico (os servidores são tratados como sub-gente), o que escancara as portas à corrupção e nas instâncias superiores é formado a partir de interesses políticos específicos (Jobim, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, etc., etc.).

Aquela conversa escrita na Constituição de “notável saber jurídico e reputação ilibada” foi para o espaço faz tempo. É só imaginar que Gilmar Mendes é ministro da mais alta corte de Justiça (o cúmulo) do Brasil...

E de quebra emprega jornalistas da GLOBO (compra o silêncio, cumpre acordos no esquema de corrupção que permeia o modelo, é intrínseco ao modelo). Mais

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O debate do Movimento de Internautas Progressistas do Rio

Blogueiros e internautas reunidos no Rio de Janeiro. Foto: Rede Liberdade 

No último fim de semana estivemos reunidos no Sindicato dos Bancários com os companheiros do #RioBlogProg e da Rede Liberdade - responsável por trazer internautas de vários estados ao que foi seu primeiro encontro fora da Web, para um debate sobre o papel da blogosfera no atual cenário político brasileiro. Éramos mais de 70 comunicadores e, mesmo sem uma cara oficial ou "formal", o evento foi proveitoso como espaço de confraternização, contato pessoal - ciberativistas acabam por interagir muito mais no virtual que no presencial - e reflexão sobre estado e país. Participaram da mesa, coordenada pelo Miguel do Rozário, autor do blog Gonzum, o cartunista Latuff, o cientista político Fabiano Santos e o ator Bemvindo Siqueira. Os próximos passos são organizar o I Encontro Regional dos Blogueiros Progressistas do Rio de Janeiro, em abril de 2011, e iniciar a preparação para o II Encontro Nacional, previsto para maio e que o #RioBlogProg luta para organizar na Cidade Maravilhosa. (Rodrigo Brandão - Equipe do EDUCOM)

domingo, 19 de dezembro de 2010

'RIO DE PAES': Na Restinga, Prefeitura vara a madrugada com seu projeto macabro

Jorge Borges, via CMI Brasil
Em nome dos Jogos Olímpicos 2016 e da Copa do Mundo 2014, nesta sexta-feira, 17/12/2010, a comunidade da Restinga foi, de novo, alvo da Prefeitura do Rio. Ao longo de todo o dia e da noite repetiram-se cenas que se tornaram comuns nas últimas semanas: prepostos da subprefeitura da Barra, irresponsáveis e truculentos como sempre, continuaram a demolir casas sem o menor respeito à dignidade humana.

Logo de manhã, deram ordens para uma retroescavadeira da Odebrecht atacar uma loja cujo andar superior servia de residência a uma família inteira. Desesperados, pais, filhos e avós trancaram-se em casa e gritavam por socorro. Moradores da própria comunidade e de áreas vizinhas vieram prestar solidariedade.

A Guarda Municipal garantiu a força da covardia e arrombou portas, quebrou portões, distribuiu ofensas e agressões a moradores e apoiadores. Ao chegar ao local, uma Defensora Pública foi impedida de adentrar à casa e avaliar as condições da família. Agentes da 42ª DP, num primeiro momento, ameaçava-os com prisão e faziam todo tipo de intimidação. Ao longo da tarde, a pressão da Comissão da Alerj e da Secretaria Estadual de Direitos Humanos diminuiu o ímpeto dos inspetores. Policiais do 31º BPM assistiam tudo ao longe, sem esboçar qualquer reação a tanta ilegalidade e abuso de autoridade.

O impasse adentrou a noite. Às 23h, os vândalos da Prefeitura bradavam para quem quisesse ouvir que não arredariam pé da comunidade enquanto não executassem sua missão maldita. É preciso saber o que este senhor Leandro Marques anda consumindo para conseguir permanecer por tantas horas desperto e com tanta gana de destruir famílias e lares.

Uma segunda equipe de Defensores Públicos correu para o Fórum do Rio, no Centro da Cidade, visando restabelecer a legalidade na região. Só conseguiram uma decisão favorável próximo da meia-noite de sexta para sábado, enquanto a primeira Defensora Pública ficava sitiada na comunidade em apoio às famílias vítimas dos pitboys oficiais.

Já no meio da madrugada, ao longo da Avenida das Américas, se via o saldo de mais uma batalha. Móveis, pacotes de roupas e esperanças espalhadas pelo chão, próximo ao corredor viário, com carros, ônibus e carretas passando a poucos centímetros de distância. Para algumas famílias, a subprefeitura disponibilizou caminhões de mudança particulares (com que recursos? Com que procedimentos de contratação?). Para outras, restou dormir ao relento e na poeira da estrada e do desalento, ao lado de suas casas completamente destruídas e de seu futuro incerto e sombrio.

Num momento como esse, é preciso se questionar por onde andam os valorosos companheiros de luta pela Reforma Urbana. Boas intenções que se renderam ao inferno da política de "consenso" do Partido dos Trabalhadores? Vão mesmo se deixar transformar, o PT, no paladino da destruição de nossas culturas populares, dos territórios dos pobres e das perspectivas de um desenvolvimento justo, alternativo e includente? Transferindo uma parte dessa porção mais iludida de nossa população para uma condição de "classe média" ignorante, anti-cidadã, sem perspectiva de futuro, o eixo do mal PT-PMDB, na condução política da Cidade do Rio de Janeiro, mais parece uma nova República de Weimar nos trópicos e periferias do Século XXI.

Há grande preocupação também, com a postura da mídia porcorativa, particularmente com as organizações Globo, que insistem em sustentar a dimensão retórica e ideológica dessa prática funesta, espalhando mentiras para toda a Sociedade, sustentando um senso comum de ódio e de desprezo às famílias mais pobres das comunidades atingidas e, agora, também, contra o Núcleo de Terras da Defensoria Pública.

As notícias d'O Globo, publicadas nesta sexta-feira são um verdadeiro atentado contra a liberdade de expressão e colocam em cheque-mate a idoneidade e a responsabilidade dos meios de comunicação de massa dominados por meia dúzia de famílias da classe dominante. É público e notório o interesse das organizações Globo não apenas no "sucesso" de empreendimentos como as Olimpíadas e a Copa do Mundo, mas também em inúmeros projetos de incorporação imobiliária em curso na região da Área de Planejamento 4 (Barra da Tijuca, Recreio, Vargens, Jacarepaguá etc.).

Por isso, é preciso registrar e fazer circular o repúdio de todos os defensores do Estado Democrático de Direito contra a postura desses órgãos de comunicação ao atacar o Núcleo de Terras e rotulá-los como "fábrica de liminares" nos plantões noturnos. Se estes editores se negam a reconhecer a realidade, e os contornos nazi-fascistas dessa política, é porque são cúmplices diretos do projeto de destruição do senhor Eduardo de Souza Paes e de toda sua caterva.

Há espaço, há recursos, há instrumentos jurídicos e financeiros; sobretudo, há força política suficiente para desenvolver um amplo processo de regularização fundiária e de construção de novas habitações populares para todas as famílias atingidas pelo corredor Transoeste. Entretanto, é sabido que a quadrilha instalada na Prefeitura do Rio é refém dos interesses mais globalizados do novo mercado imobiliário que se instala dia a dia na nossa Cidade. Por isso, a única coisa que falta é o principal ingrediente para que tudo isso se transformasse em realidade: vontade política e vergonha na cara dos atuais dirigentes do eixo PT-PMDB. Essa vergonhosa postura ainda vai custar muito caro a alguns deles, num futuro muito próximo.

Todos à luta! Contra o Estado de Exceção da Prefeitura do Rio! Contra a cumplicidade e a cobertura falaciosa dos jornalões! Contra a omissão dos ditos militantes da Reforma Urbana encastelados na estrutura dos Governos e que se tem feito cegos, surdos e mudos diante de tanta infâmia e desgraça oficializada!

Veja o vídeo onde o delinquente Alex, da subprefeitura da Barra, ataca um adolescente que simplesmente filmava mais uma ação covarde na Vila Recreio II. A 42ª DP se recusou a registrar a ocorrência. Reparem na data da gravação. Essa é a homenagem da Prefeitura do Sr Eduardo Paes e da SMH do PT ao Dia Internacional de Defesa dos Direitos Humanos!

Monstruosidade sem limites da Prefeitura do Rio: atacam à noite e passam a máquina com mobília e gente dentro e começam as ameaças de morte

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Nota de repúdio à agressão policial contra uma Defensora Pública no Rio de Janeiro

Do website da ANADEP
A Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP) vem a público manifestar seu repúdio à operação policial para desocupação do prédio do INSS, na cidade do Rio de Janeiro, que vitimou a Defensora Pública do Estado Adriana Britto, conforme noticiado na primeira página do Jornal O Globo de 14 de dezembro de 2010.

O direito à moradia é um direito social e deve ser respeitado pelos agentes do estado, principalmente quando conjugado com a função social da propriedade, conforme estabelece a Constituição da República.

A Defensora Pública Adriana Britto estava no local para tentar uma solução pacífica para o problema quando foi injustamente agredida com spray de pimenta, em uma ação policial totalmente desproporcional e violadora de direitos e prerrogativas.

A agressão por parte dos agentes policiais atinge diretamente a função institucional da Defensoria Pública, que deve promover os direitos humanos e defender judicial e extrajudicialmente os necessitados, como expressão e instrumento do regime democrático.

O problema habitacional existente no Rio de Janeiro certamente não será solucionado com ações desta natureza, com total desrespeito pelos agentes policiais aos direitos humanos e sociais.

Assim, a Associação Nacional dos Defensores Públicos expediu ofícios para os órgãos competentes dos governos Federal e Estadual, requerendo a imediata apuração dos fatos, especialmente a injusta agressão sofrida pela Defensora Pública.


André Luiz Machado de Castro
Presidente da ANADEP

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Bombas, disparos, gás lacrimogêneo, sprays de pimenta... 42 anos depois um novo AI-5, contra os pobres do Rio

Covardia da PM deixou 23 famílias sem casa. Fotos: Vladimir Santafé
Rodrigo Brandão, da Equipe do EDUCOM
Em pleno aniversário de 42 anos do Ato Institucional Nº 5, que a direita baixou em 13 de dezembro de 1968 para radicalizar de vez sua ditadura empresarial-militar (1964-85), o Rio de Janeiro do governador Sergio Cabral, aquele que virou "herói" do oligopólio da mídia por mandar a polícia e até o Exército massacrarem as favelas, teve mais uma prova de que nestas fronteiras foi instituído um outro AI-5. Cerca de uma centena de sem teto, entre homens, mulheres - algumas grávidas - e crianças, além de um grupo de militantes pelo direito a trabalho e moradia e um vereador presentes como apoios foram ontem escorraçados pelo Choque da PM de um prédio do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) no centro do Rio abandonado há 20 anos, a base de pancadas de cassetetes, bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e sprays de pimenta. Tudo isso sem que os "proprietários", o Ministério da Previdência, ou seja, a União, em última análise o povo brasileiro, em resumo sem que destes entes que nos representam tenha saído sequer um pedido de reintegração de posse.

O saldo da truculência liderada pelo capitão Thiago Machado, do Batalhão de Choque - quem com prepotência desembarcou na Praça da Cruz Vermelha aos berros de "vou liberar o prédio agora" e "tirem as mãos da minha viatura" - registra uma dezena de feridos, um estudante com perfurações na perna e no queixo depois de ser atingido por estilhaços de uma bala de borracha e sete ativistas detidos até as 4 horas desta madrugada na sede estadual da Polícia Federal, na Praça Mauá - todos irão responder a "processos" por "lesão corporal" e alguns, acredite, por "sequestro" e desacato a autoridade. Os acusados de "crimes" mais graves foram liberados sob fiança e ainda podem ser obrigados a indenizar policiais. Sergio Cabral e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, já não fazem questão de esconder que seu projeto de "revitalização do Centro" tem o principal foco na expulsão de cariocas sem teto que vivem em diversas ocupações espalhadas pela região.

Mas qual seria o objetivo de toda essa operação de "limpeza" étnica e criminalização da pobreza? Respondemos. Preparar o que Sergio Cabral e seu assessor Eduardo Paes (o mesmo que anos antes de se candidatar disse não ver grandes problemas no controle de favelas por milícias de policiais) chamam de Corredor Olímpico, o entorno das sedes dos Jogos Rio 2016 e do principal palco da Copa do Mundo de 2014, o Maracanã, para a chegada de autoridades e atletas que estarão na cidade durante os megaeventos. Para Cabral e Paes, o Rio nunca foi, não é e sobretudo agora jamais o será de sua população, mas na verdade um cartão postal a ser maquiado e "revitalizado" através de "choques de ordem" e do Estado policial estruturado pelo secretário de Segurança, Mariano Beltrame e o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Não pode haver "obstáculos" a que a cidade - na verdade os empresários da cidade - aproveite essa grande oportunidade para faturar milhões de dólares. Os prédios abandonados do INSS no centro do Rio, em consequência do desmonte da estrutura do antigo Inamps - a assistência médica da Previdência vem sendo transferida ao SUS - tornaram-se autênticos latifúndios urbanos e, portanto, instrumentos táticos do movimento pela Reforma Urbana. Mas nem o governo federal, muito menos as instâncias executivas locais demonstram sensibilidade para aproveitar a oportunidade e desenvolver políticas sociais.

Protesto foi pacífico
A antiga agência do INSS localizada na Rua Mem de Sá, 234, já havia sido ocupada por sem teto ativistas no MTD (Movimento dos Trabalhadores Desempregados) Pela Base, FIST (Frente Internacionalista dos Sem Teto) e Movimento Pela Moradia, sempre apoiados por Rede de Movimentos Pela Moradia, CMP (Central de Movimentos Populares) e Núcleo Estudantil de Apoio à Reforma Agrária em outras duas ocasiões nos últimos três anos. O resultado foi o mesmo em ambas as vezes. A Polícia Militar despejou brutalmente em questão de dias – ontem foi questão de horas - os sem teto, assim como na segunda-feira, com apoio da PF. Depois da remoção de 2009, bastante noticiada por causa da já ali demonstrada crueldade do capitão Thiago e seu Batalhão de Choque, o "proprietário" do latifúndio urbano - apuramos que o prédio está perto de ser recuperado pela União como execução de dívidas - mandou reforçar o trancamento dos acessos. Os ativistas lutam para construir ali o que será a Ocupação Guerreiros Urbanos e realizavam protesto pacífico em defesa do legítimo direito de morar, sob o lema "Ocupar, resistir, construir e produzir". Aí o Choque entrou em ação.

Estávamos nas primeiras horas do dia 13, que seria marcado por manifestações da esquerda em memória das vítimas do regime de 1964, quando dezenas de famílias de sem teto, juntamente com militantes na Guerreiros Urbanos, ocuparam o nº 234 da Rua Mem de Sá, nas cercanias da Praça da Cruz Vermelha, até 1990 agência do INSS. Com megafone e um carro de som cedido pelo Sindipetro-RJ, o apoio político cercou a entrada do prédio durante toda a manhã, enquanto divulgava para os transeuntes os objetivos da ação política. Acionada pelo vigia da noite, a polícia não demorou a chegar. Uma viatura foi estacionada junto à porta e deixada com o motor ligado todo o tempo, obrigando os ativistas que ali estavam, entre a P2 e o edifício, a suportarem forte calor e respirarem o monóxido de carbono da descarga. Um mutirão garantia o envio de alimentos e água - cortada após a ocupação - às famílias de sem teto. Enquanto a PM aguardava "ordens" e reforço, lideranças dos movimentos Pela Moradia e MTD Pela Base, defensores públicos do Núcleo de Terras e Habitação, bases de mandatos parlamentares do PSOL, o vereador Reimont Santa Bárbara (PT) e sindicalistas tentavam fazer contato com o Ministério da Previdência. Foi constatado que não haveria pedido de reintegração de posse, já que o imóvel está em litígio.

Violência e, mais cedo, tranquilidade. Foto abaixo: Lucas Duarte de Souza


"Estamos vivendo no Brasil uma situação fantasiosa, com projetos cosméticos para dizer que o governo faz política de habitação, como o 'Minha Casa, minha vida'. Mas no centro do Rio, onde sobram prédios públicos, sobretudo federais, ociosos há décadas, não se vê nenhuma iniciativa, nem para alojar moradores de rua nem para garantir sustentabilidade a quem já ocupou imóveis", protesta Hertz Leal, do Pela Moradia. "Tudo o que eles (as autoridades) querem no Rio é entregar esses prédios vazios, sem função social, à especulação imobiliária. Megaprojetos de habitação popular são custosos, mas até por isso abrem espaço a grandes obras e gastos com propaganda, trazendo dividendos políticos e ganhos para alguns", analisa. Apuramos que, segundo o Código Civil, todo imóvel tem que ter função social. Do contrário, torna-se passível de Reforma Urbana ou Agrária.

No final da manhã, chegou a tropa do Batalhão de Choque, com soldados usando coletes à prova de balas e fortemente armados. O comandante da tropa já desceu da viatura gritando que "ia liberar (o prédio) e pronto". Militantes, sem teto e até políticos e defensores públicos que isolavam a porta foram agredidos com cassetetes e sprays de pimenta contra os rostos. Quem se aproximava do local era rechaçado à base de gás lacrimogêneo e tiros com balas de borracha. O estudante de História Arthur Henrique tentou ajudar companheiros e recebeu estilhaços de uma bala de borracha atirada contra o solo. Após dar entrada no Instituto Nacional do Câncer com perfurações no queixo e na perna esquerda, foi liberado após sutura e aplicação de curativos. Isolado o acesso ao prédio, a PM passou a intimidar os trabalhadores sem teto e chegou a atirar bombas de gás lacrimogêneo, obrigando-os a deixarem as dependências. Mesmo após negociações, os desabrigados foram agredidos e atingidos por novas balas de borracha, antes de finalmente se dispersarem, voltando infelizmente a sua dura rotina cotidiana: sem casa, sem trabalho, sem comida. A desempregada Ana Cláudia, 35 anos, resumiu o horizonte do grupo: "Estou grávida de oito meses e tive que respirar esse gás (lacrimogêneo). Há vários idosos e crianças aqui. E agora, para onde a gente vai?"

Os movimentos fluminenses pela moradia anunciam que a luta, como bem definiram, através da qual sempre amadurecemos, continua. As famílias que os ativistas puderam reunir após as agressões policiais fizeram protesto em frente à sede regional do INSS, na Rua México. Ainda esta semana, sem teto, ativistas e outros apoios políticos devem preparar uma moção em desagravo aos detidos e processados e em protesto contra a truculência policial, o descaso com a problemática da moradia e a criminalização da pobreza que marcam a administração Sergio Cabral.

Mais de quatro décadas após a fatídica noite em que, num requintado salão do Palácio Laranjeiras, por triste coincidência no mesmo Rio de Janeiro, os generais ditadores e seus asseclas civis desferiram um golpe quase fatal em nossa República, cariocas e fluminenses vivem um novo AI-5. Agora as armas estão apontadas aos pobres e a quem mais ousar desafiar o Estado semifascista que Cabral, Paes e Beltrame orgulhosamente alardeiam nas mídias do mundo inteiro.

Vídeo: o despejo da Ocupação Guerreiros Urbanos



segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Tragédia do ônibus 174 não trouxe questionamentos transformadores para a sociedade

É o que mostra psicólogo que analisou as leituras sociais do sequestro que mobilizou o Rio de Janeiro no ano 2000

Mais uma análise a ser lida, como desdobramento dos fatos ocorridos semanas atrás em favelas do Rio de Janeiro. (Zilda Ferreira - Equipe do EDUCOM)
AGÊNCIA NOTISA - Em 12 de julho de 2000, aconteceu o sequestro do ônibus 174, no Rio de Janeiro. O autor daquilo que inicialmente seria um assalto e foi gradualmente tomando dimensões além do que se poderia controlar, até chegar a ser “documentado” ao vivo pela mídia de todas as plataformas, foi Sandro Barbosa do Nascimento. Sua história foi recontada dois anos depois, no documentário Ônibus 174, do diretor José Padilha.

É a partir da leitura do documentário de Padilha, que apresenta depoimentos dos sequestrados, de policiais, de familiares e amigos de Sandro, que o psicólogo graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Gabriel Inticher Binkowski, faz uma análise de como acontecimentos como este são interpretados pela sociedade e, em grande medida, fazem parte de construções midiáticas. Suas percepções podem ser lidas no ensaio “Ônibus 174: Leituras Sobre Uma Certa ‘Mancha’”, publicado na revista Psicologia & amp; Sociedade este ano.

Gabriel percebe que a demanda da sociedade por imagens violentas é cada vez maior, e os grandes meios de comunicação atendem prontamente a esse pedido. Dessa forma, cria-se uma banalização do violento. “Com os sons e as cores da televisão, nossos mais assustadores pesadelos noturnos e cenários imaginados por romancistas e cineastas parecem até se abrandar, tamanha envergadura da violência apresentada a nós diariamente”, afirma no artigo.

O caso específico de Sandro, que personificava tantas chagas, tantas “manchas” de nossa sociedade – o menino de rua, o órfão, o pobre, o presidiário -, acabou evoluindo para um tipo de transmissão de violência que ultrapassa a banalidade das imagens diárias. O caso do 174 passou a ser visto, segundo o psicólogo, como “uma violência praticada não exatamente por aqueles atores envolvidos, e sim por todos aqueles que assistiam imagens de uma violência que parecia até algo já banalizado (um assalto a um ônibus), na espera de uma grande implosão da cena em atos de violência que poderiam ser justificados como a justiça contra uma personagem confluente de inúmeras chagas da sociedade brasileira” .

Dessa forma, Gabriel afirma que logo depois do desfecho do trágico acontecimento – terminado com o assassinato de uma refém e do próprio Sandro -, a maioria foi levada a se questionar sobre o que levou o jovem àquele ato extremo. Foi revelado, então, seu passado como sobrevivente da famosa Chacina da Candelária (quando um grupo de policiais atirou contra menores e adolescentes que costumavam dormir ao lado da catedral, no Centro do Rio de Janeiro, em 1993) e sua passagem por presídios. Mas esses questionamentos, afirma ele, não levam a uma transformação da sociedade: pelo contrário, são usados como reforçadores de padrões aos quais já estamos acostumados.

Assim como, cita no artigo, a invasão de um colégio americano por estudantes armados levou ao reforço do apreço da sociedade dos Estados Unidos por armas – uma vez que seria lógico andar armado se há jovens dispostos a matar lá fora -, a violência do caso do 174 acabou por gerar apenas respostas fabricadas que continuam deixando pessoas na condição de Sandro na mesma posição que sempre estiveram. Cria-se, assim, “um certo fechamento ilusório para algo que não pode ser fechado, pois tange relações muito mais complexas de nossa sociedade e, especialmente, da forma como temos lido nossos fenômenos e sintomas ao longo de nossa história”, afirma o psicólogo.

Clique aqui para ler o artigo na íntegra.

sábado, 11 de dezembro de 2010

#RIO BLOG PROG realiza dia 18 debate na sede dos Bancários

Informamos com prazer que os Blogueiros Progressistas do Rio de Janeiro realizam dia 18 de dezembro, próximo sábado, debate no Sindicato dos Bancários, centro da cidade, com participação de:

- Fabiano Santos, cientista político do Iuperj
- Bemvindo Siqueira, ator, humorista e diretor de teatro
- Carlos Latuff, cartunista
- Emir Sader, cientista político
Mediação: Miguel do Rosário

Tema: A função política da blogosfera no Brasil de hoje e de amanhã.

Local: Auditório do Sindicato dos Bancários - Av. Presidente Vargas, 502 - 21° andar. Centro. Sábado, 18 de dezembro de 2010. 14h. 

Após o debate, os blogueiros conversam sobre o Encontro Regional, a ser realizado em abril.

Mais informações: rioblogprog@gmail.com

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

MST: ato pela Reforma Agrária nesta sexta, no centro do Rio de Janeiro

Ato Público pelo Direito Humano a Alimentação e pela Reforma Agrária, contra as Mudanças Climáticas

Passarela entre Petrobras e BNDES, 10 de dezembro, 14h

Participe! Venha Prestigiar nossos produtos!

Apoie esta luta!

Organização: Movimento Sem Terra (MST)

É dia 13. Movimentos sociais convocam para ato no Rio de Janeiro contra despejos

Quando o assunto é direito à moradia o cenário no Rio de Janeiro não é promissor. As remoções tem aumentado. E mega-eventos como a Copa de 2014 prometem fazer o número de pessoas expulsas de suas casas aumentar proporcionalmente à especulação imobiliária. Por isso, militantes de diversas ocupações convocam para o Ato Contra os Despejos, Remoções e Latifundiários Urbanos na próxima segunda, dia 13.

Todas as organizações políticas, coletivos, instituições, sindicatos e indivíduos que tem críticas ao modelo de cidade da exclusão que está sendo implantado no Rio de Janeiro estão convidados a participar do ato. A concentração será às 8 horas da manhã, em frente ao Prédio Abandonado do INSS localizado na Rua Riachuelo, 48, Lapa.


Fontes: Movimento Pela Moradia e Agência Petroleira de Notícias

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Assembleia Legislativa do RJ terá comissão para discutir projeto que cria Conselho de Comunicação

Audiência pública é avanço rumo à regulação da mídia. Foto: site Alerj
Do website da Alerj*
RIO - A criação de uma Comissão Especial para discutir a criação do Conselho Estadual de Comunicação foi a proposta levantada na audiência pública realizada ontem pela Comissão de Trabalho, Legislação e Seguridade Social da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A criação do Conselho é objeto do projeto de lei 3323/10, de autoria do presidente da comissão, o deputado estadual Paulo Ramos (PDT). Durante a reunião, foram debatidas a necessidade da regulação do setor e da participação de toda a sociedade no debate, para garantir a pluralidade do Conselho. “Um projeto que tem esta natureza não pode tramitar sem ter transparência e uma publicidade muito grande”, destacou Ramos.

Durante a reunião, o parlamentar apresentou um levantamento feito acerca da legislação de países como Estados Unidos, França, Itália, Inglaterra, Portugal e Espanha, que têm agências reguladoras e conselhos destinados a regulamentar a comunicação. “Todos os países democráticos têm regulação, têm espaços definidos para a proteção da cultura local, por exemplo”, pontuou. “O que existe hoje não é liberdade, é o monopólio, a censura por parte do poder econômico”, acrescentou. Ramos citou ainda os exemplos de outros conselhos em funcionamento, como o Conselho Estadual de Educação, e o estado do Ceará, que aprovou recentemente um projeto semelhante ao que está em tramitação na Alerj.

A criação do conselho foi defendida pelo procurador Cristiano Taveira, que é doutor em Direito Constitucional pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e fez um estudo, em sua tese de doutorado, sobre a necessidade da regulamentação da comunicação no Brasil. “O projeto é constitucional e necessário, pois a liberdade de expressão deve ser ampla”, ponderou Taveira. Segundo o procurador, a Constituição prevê uma série de obrigações, por parte dos meios de radiodifusão, que não são cumpridas. “Há princípios constitucionais como o pluralismo, o princípio democrático, o acesso à informação e a proibição do monopólio, entre outros. O que estamos defendendo é o pluralismo na mídia, e não a censura” destacou Taveira, que comparou a atual polêmica à que precedeu a criação do Conselho Nacional de Justiça, tido hoje como um grande sucesso no Judiciário.

Para a representante da campanha “Ética na TV”, Claudia de Abreu, é preciso que haja uma política pública para os meios de comunicação, com o objetivo de assegurar a liberdade de expressão. “O fim da censura foi uma conquista muito importante, mas ela não pode ser um cheque em branco para os radiodifusores”, defendeu. Este aspecto também foi destacado por Paulo Ramos. “Eu vejo com muita preocupação a inexistência de uma regulação para o setor, o que faz com que alguns poucos poderosos se apropriem de uma liberdade que é de toda a sociedade”, destacou. O parlamentar garantiu que outras reuniões como essa vão acontecer com todas as partes interessadas, para acolher sugestões de modificações no texto do projeto.

A audiência contou com a presença de representantes da Associação Brasileira de Imprensa (ABI); de emissoras de TV comunitárias do estado; do Coletivo Brasil de Comunicação (Intervozes); do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria do Petróleo no Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço) e do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Rio de Janeiro, que declararam apoio ao projeto. Também manifestaram apoio à proposta durante a audiência o diretor do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) e da Federação Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ), Leonel Aguiar; a Associação de Diretores de Jornais do interior do estado; Álvaro Britto, do Sinjor-RJ e representantes dos Diretórios Centrais dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal Fluminense (UFF) e das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha).
*com R.B., da Equipe do EDUCOM

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Perguntas que ainda ficam: 'A Operação Alemão já é um fiasco ou falta mais?'

Juracy Ventura, ativista, a partir do fórum 3setor
"Essas perguntas são antigas.

Alguém pode respondê-las?

Nem toda a força da Globo para transformar a operação num sucesso dos militares e dos governos de plantão, bem como as entrevistas de militares fardados e com 'caras e bocas' do filme 'Tropa de Elite' conseguiram fazer eu entender:

1) Para que seis mil militares para 'prender para averiguações' 20 pessoas, e 'capturar 2 bandidos'?

2) Onde estava o crime organizado? Na zona sul? Era uma tática de dissimulação?

3) Morreram só bandidos (55)? O critério é 'tomou tiro e morreu é bandido?' Tinham carteira de bandido? Confessaram antes de morrer?

4) A 'fuga' estava combinada? Não há serviço de inteligência nas forças militares? O PAC foi para preparar as rotas de fuga?

5) Os helicópteros (do estado principal e da mídia oficial do governo - concessões de TV) só tem vidro e câmaras para o Complexo do Alemão? Quase um milhar de bandidos brotando das galerias pluviais nos bairros em volta não foram registrados? Por que os poucos que correram a pé antes foram filmados, inclusive um atingido por um disparo? Ou eram atores? Ou foi combinando? Ou era tática dispersivo dos 'bandidos'?

6) Por que a Globo (emissora oficial do governo, haja visto as inúmeras entrevistas exclusivas da equipe do novo governo do Brasil que está em formação) e os militares, e os políticos insistem em tentar traçar o que os bandidos deveriam ter feito? Por exemplo: queriam que os líderes tivessem resistido heroicamente até a morte; ou que os 'soldados do tráfico' tivessem lutado até a morte em trincheiras; ou que fugir pelas galerias (se isto tiver acontecido) é coisa de 'desesperados' e derrotados etc. Só falta o Pedro Bial narrar tudo como no BBB.

7) Afinal, se os bandidos estavam lá desde o começo (será?), a Globo e os militares 'exigiam/esperavam' que eles fossem e se comportassem como burros e não questionassem o roteiro, como acontece nas eleições? Ao que me conste eles são bandidos, não burros ou idiotas.

8) Um capitão da força militar, comandado pela repórter da Globo, dá alguns passos toda hora na TV, como se fosse entrar numa tubulação de esgoto. A cena corta e aparecem drogas, armas, munições etc. Não é tudo muito 'pastiche'? Muito teatral e burlesco?

9) Não vemos mais nada sobre montagem de governo, política econômica, acertos financeiros e de poder, inflação, planos de governo, os financiadores do tráfico (usuários e políticos).

10) Qual política e tática será usada para conter a demanda? Para inflação e crédito deve ter. Para drogas não?

11) Estamos redirecionando as forças armadas para a guerra urbana e, mais grave, para cercar e dominar áreas urbanas? Vamos ter guetos?

12) Se existe tal quantidade de armamentos pesados de guerra nas mãos dos bandidos, ninguém sabe usar? São plantados? Se os bandidos disparam de longe fuzis e pistolas, por que não usam as metralhadoras pesadas, granadas e morteiros? Ninguém adquire tais artefatos para 'investimento' ou jogar dinheiro fora. Tem alguma coisa no ar. Não?

Alguém pode me ajudar?"


Guerra do bem contra o mal?

Um violento jogo de poder envolve facções, milícias e agentes públicos, no qual se confundem mocinhos e bandidos
Leandro Uchoas, do Brasil de Fato

Mais de 100 veículos incendiados, granadas e tiros contra delegacias, pelo menos 52 mortos, assaltos em profusão, pequenos arrastões, tiroteios em comunidades pobres. Na penúltima semana de novembro, o Rio de Janeiro esteve entregue à barbárie. Em pânico, parte da população deixou de ir ao trabalho, de frequentar bares, de transitar livremente pelas ruas. E comunidades inteiras, especialmente na Zona Norte, ficaram reféns dos “soldados” do narcotráfico e da insanidade de setores da polícia. Como tem sido comum nesses períodos, a opinião pública assumiu posições conservadoras. Exigia-se punição dura, resultados imediatos. Para os setores sociais de espírito crítico mais desenvolvido, porém, ficou a sensação de que assistia pela TV, ou lia pelos jornais, a uma farsa.

A onda de violência começou no dia 21 de novembro. Carros e ônibus foram queimados pela cidade por jovens ligados ao Comando Vermelho (CV), aliados a setores da Amigo dos Amigos (ADA). Os narcotraficantes teriam se unido contra a instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nos territórios anteriormente controlados por eles, segundo o discurso oficial. Estudiosos de Segurança Pública consideram essa uma explicação incompleta – além de oportuna ao governo estadual, por supor que a ação criminosa seria a resistência a um bom trabalho. Verdade é que a outra facção expressiva, o Terceiro Comando Puro (TCP), tem se aliado informalmente às milícias, em regiões da cidade, contra as outras duas. Até o aluguel de duas favelas aos grupos paramilitares teria ocorrido. De fato, TCP e milícias têm sido menos afetadas pelas UPPs. A pergunta não respondida, e sequer midiatizada, permanece: por que o Estado evita instalar UPPs nessas áreas?

Correu boato pela cidade, em fase de investigação, de que as ações seriam decorrentes da insatisfação com o aumento no valor da propina a policiais. Por enquanto, a explicação mais lúcida para a onda de violência é a perda de espaço do CV na geopolítica do crime. As milícias, ameaça maior, avançam território, e o setor nobre da cidade, altamente militarizado, segue protegido pelas UPPs. “Aqui no Rio há uma reconfiguração geopolítica do crime”, interpreta José Cláudio Alves, vice-reitor da UFRRJ. Ele explica que existe uma redefinição das relações de hegemonia, envolvendo disputa de território. O mapa de instalação das UPPs, somado à expansão das milícias, estaria levando à periferização do CV. A facção tende a se deslocar para as regiões da Leopoldina, da Central do Brasil e da Baixada Fluminense. “Isso leva, inclusive, à introdução veloz do crack no Rio de Janeiro. Ele é baratíssimo. A reconfiguração do crime também leva à reconfiguração do consumo da droga”, explica. Até 2009, o crack praticamente não entrava na cidade.

Tráfico em decadência
Há ainda a interpretação de que o modelo de negócios que se forjou no Brasil, do narcotráfico, estaria em declínio. A milícia, por modernizar o crime, apropriando-se de serviços públicos e disputando a política institucional, teria tornado a economia da droga obsoleta. O ex-secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Eduardo Soares, que se negou a atender jornalistas, divulgou artigo defendendo a tese. “O tráfico tende a se eclipsar, derrotado por sua irracionalidade econômica e sua incompatibilidade com as dinâmicas políticas e sociais predominantes, em nosso horizonte histórico. O modelo do tráfico armado, sustentado em domínio territorial, é atrasado, pesado, antieconômico: custa muito caro manter um exército, recrutar neófitos, armá-los, mantê-los unidos e disciplinados”, diz.

As ações das facções na cidade, em geral, objetivaram sobretudo gerar pânico. Em meio aos veículos queimados, houve poucos feridos. A reação policial foi de potência inédita. Foram mobilizadas todas as polícias, oficiais de outros estados, todo o efetivo em férias e reforços da Marinha, Exército e Aeronáutica. Os blindados, emprestados pela Marinha, eram de forte poderio bélico. Um deles, o M-113, é usado pelos Estados Unidos no Iraque. Cerca de 60% dos oficiais em operação estiveram com a Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti (Minustah). O general Fernando Sardenberg declarou ao O Globo que há similaridade nas ações do Rio e do Haiti. Sandra Quintela, da Rede Jubileu Sul, que acompanha a ocupação do Haiti, considerou o dado grave. “Há muito tempo estamos avisando que isso iria acontecer. Eles treinam lá para praticar aqui”, disse.

As autoridades não explicaram por que o TCP e as milícias não perdem território com as UPPs. Desconfia-se que haja pactos tácitos. “Há o controle eleitoral dessas áreas de milícias por grupos políticos. O Estado não vai jamais debelar isso, porque ele já faz parte, e disso depende sua reprodução em termos políticos, eleitorais. Ele está mergulhado até a medula”, diz José Cláudio. As UPPs têm sido instaladas num corredor nobre do Rio de Janeiro – bairros ricos da zona sul, região do entorno do Maracanã e arredores da Barra da Tijuca. Os narcotraficantes já vinham se refugiando, há tempos, na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão. “Era um tanto quanto previsível que essa barbárie pudesse acontecer”, acusa o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj.

Combate seletivo
O professor Ignácio Cano, do Laboratório de Análise de Violência da Uerj, também desconfia do privilégio da atuação do Estado contra o CV. “Há um tratamento seletivo da polícia, aparentemente. A milícia tende a não entrar em confronto armado com o Estado, e vice-versa”, diz. Embora veja avanços, o sociólogo se diz preocupado com a ação policial, que pode representar um recuo do Estado a posições mais recuadas do passado. O Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou em entrevista coletiva que a ADA é uma facção mais “pacífica”, mais preocupada com o comércio de drogas. O CV seria mais “ideológico”, estaria mais disposto à guerra.

Para Antônio Pedro Soares, do Projeto Legal, o modelo de Segurança Pública do governo teria ajudado a gerar esse conflito. As áreas “pacificadas” seriam planejadas de acordo com os interesses da especulação imobiliária. “O que está acontecendo tem a ver com a política de Segurança, que precisa ser melhor discutida. Continua a lógica de uma polícia controlando uma população considerada perigosa”, afirma. Em sua maioria, os ativistas de direitos humanos não negam a necessidade de se prender os narcotraficantes. Entretanto, combatem a execução sumária, e acusam o Estado de perseguir apenas os bandidos da base da pirâmide do crime. “É uma guerra em que só morre um lado, uma cor, uma classe social. É simbólico que tenha acontecido na Semana da Consciência Negra, e dos 100 anos da Revolta da Chibata”, afirma Marcelo Edmundo, da Central de Movimentos Populares (CMP). Desconfia-se que o número de mortos seja muito maior do que o divulgado.
(Leia mais na edição 405 do Brasil de Fato, que está nas bancas)

domingo, 5 de dezembro de 2010

JOBIM GO HOME – A TAL “LIBERDADE DE EXPRESSÃO”

Por Laerte Braga, jornalista e analista político
Segundo os “sérios” e “responsáveis” veículos de comunicação do grupo GLOBO o traficante Fernandinho Beira-mar teria sugerido aos seus comandados no Rio que seja feito um acordo com as milícias para dificultar a ação policial contra o crime.

Beira-mar tem o controle da maioria das ações da Polícia Militar do Rio de Janeiro, igualmente da Polícia Civil, chefia o grupo aparentemente mais poderoso do varejo do tráfico e Anthony Garotinho é um dos inspiradores – e comandante – das milícias.

Beira-mar mexe com drogas e as milícias cobram proteção de comerciantes e moradores nas respectivas áreas onde atuam, para evitar assaltos, estupros, etc, quem não paga está fora do leque de “benefícios” do grupo.

Há anos atrás, quando Beira-mar foi preso no Colômbia, o JORNAL NACIONAL viveu um período de histeria absoluta (estudada e transmitida) para carimbar a opinião pública que o traficante estava aliado às FARCs (exército rebelde) contra o governo “democrático” de Álvaro Uribe.

No sábado, 4 de dezembro, vários veículos do grupo GLOBO divulgaram a suposta proposta de Beira-mar para um acordo com as milícias e lá está que Beira-mar foi preso na Colômbia, onde vivia, em “2001, Beira-mar foi preso em Vichada na Colômbia, onde contava com a proteção dos paramilitares”.

Mentira tem pernas curtas, no caso, nove anos, mas Beira-mar não tinha e nunca teve nada com as FARCs. A criminalização do movimento rebelde foi ordem de Washington seguida fielmente pelas empresas laranjas dos interesses norte-americanos no Brasil, a GLOBO à frente, falo do setor de comunicação.

A suposta “ajuda militar para combater o tráfico de drogas” é um cavalo de Tróia para a pura e simples ocupação de diversos países alvos, o Brasil é um dos principais e sua conseqüente submissão aos EUA.

No caso do Brasil o cavalinho de Tróia é Nélson Jobim, agente norte-americano disfarçado de brasileiro e ministro da Defesa confirmado por Dilma Roussef.

Mas vai daí, que como dizia Sérgio Porto, “vida que segue”, um programa da GLOBONEWS (canal fechado da GLOBO voltado para iludir a classe média e adjacências), no mesmo sábado, quatro de dezembro, 23 horas, junta “especialistas para afirmar que os documentos secretos e não desmentidos pelo governo dos EUA revelados pelo site WIKILEAKS prejudicam a “privacidade” das pessoas e coloca em risco “a vida das pessoas”, afirmações que serviram de base para que no desenrolar a tal “liberdade de expressão” vire privilégio de empresas como a GLOBO, “sérias”, que só falam a “verdade”, etc, etc.

No resto, a velha censura, como o grupo GLOBO apoiou à época da ditadura militar. O programa foi apresentado pelo “jornalista” William Haack, que, na verdade, nem procura dissimular o caráter de agente estrangeiro, o nome já diz tudo.

Um dos “especialistas” fez parte do governo de FHC.

Os “danos” causados pelos documentos divulgados pelo WIKILEAKS revelam que norte-americanos (não é uma nação mais, mas um conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A) são responsáveis por prisões ilegais, tortura, estupros, seqüestros, saques, golpes de estado (há um documento do embaixador dos EUA em Honduras falando explicitamente em golpe contra Zelaya) e é esse tipo de “liberdade de expressão” que a GLOBO, como um todo defende e Jobim é um dos principais porta-vozes.

Mais fácil que negar os fatos que são inegáveis é forjar uma acusação de “crime sexual” contra o fundador do site e calar a boca da mídia privada venal e corrupta, caso explícito do grupo GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, etc. Os documentos, mais de 200 mil, afinal, são todos chancelados por timbres, carimbos, assinaturas, essas baboseiras burocráticas.

A propósito, todos esses fatos nos levam a uma pergunta simples, mas antes vejamos. Num dos filmes do agente James Bond, aquele que suporta tudo e vence tudo, há uma transformação de um norte-coreano num branco ocidental, europeu, a partir de uma clínica especializada em Havana. Bond consegue identificar tudo, enquanto o filme vai mostrando as “mazelas” dos “inimigos”.

E a pergunta é simples. Será que Obama é o mesmo da campanha eleitoral em que derrotou McCain ou não terão forjado um branco com pele negra e colocado em seu lugar na Casa Branca? Forjado numa dessas clínicas mundo afora?

Nem Hilary agüenta mais, já disse que terminado esse mandato cai fora, sai da vida pública. Sentiu o drama de um difícil segundo mandato.

Um outro tipo de especialista afirma que, vários aliás, esses a partir de dados reais, que o tráfico de drogas movimenta cerca de 400 bilhões de dólares por ano em bancos internacionais e que no momento agudo da crise econômica esse dinheiro foi fundamental para evitar algumas falências. Com certeza muitos dos grandes do tráfico, Beira-mar é segundo escalão, viraram comendador com direito a medalhas e diplomas na parede.

Um dos bancos que tem que explicar algumas coisas é o ITAÚ, dito brasileiro, que pegou 10 bilhões de dólares “emprestados” no FED (BANCO CENTRAL DOS EUA). Para uma operação desse vulto é preciso muito “prestígio” junto aos norte-americanos, o Banco Central deles é privatizado, um dos principais acionistas do conglomerado terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A e uma quantia dessas, negócio desse porte, no mínimo, é para evitar que o império “ITAÚ e você” desmorone.

O cavalinho de Tróia Nélson Jobim quer o MOSSAD (organização terrorista que chamam de serviço secreto de Israel) “ajudando” o Brasil na segurança da Copa do Mundo de 2014.

Num momento de contenção de gastos, perspectivas de negócios mais difíceis, seria melhor votar uma lei no Congresso acabando com as forças armadas, aa polícias (civil e militar) e entregar tudo ao MOSSAD, ficaria mais barato, com certeza.

Terceirizar, moda tucana nascida em Wall Street.

Se por aqui, um País desse tamanho, com generais sempre a se ufanarem de defensores da liberdade, ordem, democracia, etc, precisa do MOSSAD para a segurança da Copa do Mundo, olha, o negócio está pior que pensávamos.

O jornal israelense MAARIV, editado em Jerusalém, afirma que “Israel deve assinar com o Brasil, em breve, vários acordos para fornecer tecnologia de segurança e produtos militares com vistas aos jogos de 2016 e a Copa de 2014”. O acordo segundo o jornal seria assinado pelo ministro da Defesa deles, Ehud Barak, “incluiria aviões e aeronaves de vigilância não tripulados, cercas eletrônicas e muito mais”. O ministro da Defesa daqui, o norte-americano Nélson Jobim, assinaria pelo Brasil.

Se IMBEL e ENGESA não tivessem sido sucateadas e a EMBRAER privatizada seríamos hoje detentores de tecnologia de ponta no setor.

Em breve muros por todos os cantos à semelhança do que separa o México dos EUA, palestinos de suas terras roubadas por Israel e William Haakc tentando desqualificar os documentos secretos do WIKILEAKS e notícias divulgadas na rede mundial de computadores, onde existem setores livres da influência dos EUA e não compráveis como a mídia privada brasileira.

Como afirma um professor mineiro de nascimento, ora ensinando em Pernambuco, amigo meu de longa data,

“Sempre que se fala em terrorismo, me lembro de um gibi que lia quando criança: a série 'Secret Wars' da Marvel, em que todos os heróis da marca foram colocados num planeta para guerrearem entre si etc.

Eis que em certa altura da batalha, o Capitão América (o Tio Sam vomitou num cara, daí a fantasia deste herói), comentando um ataque 'terrorista' de Magneto (este havia explodido um submarino nuclear), disse: 'propósitos nobres não são desculpa para terrorismo'.

Ao que Wolverine rebateu: 'Terrorismo é apenas do que o exército maior chama o exército menor!'

Está num gibi esta definição de terrorismo. Nunca conheci uma melhor”.


JOBIM GO HOME!

sábado, 4 de dezembro de 2010

12º Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social, de 6 a 10 de dezembro na UERJ

Do website da ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social)
A Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social/ABEPSS tem a satisfação de convidar a comunidade acadêmica e profissional do Serviço Social e de áreas afins para o XII Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social (XII ENPESS), que será realizado no período de 6 a 10 de dezembro de 2010, no Rio de Janeiro.

O XII ENPESS vai ter uma característica diferente. Representando o debate acumulado e a experiência adquirida nos últimos eventos máximos da pesquisa em serviço social, o Encontro vai inaugurar um novo contexto da pesquisa na área, com a consolidação da estratégia dos Grupos Temáticos de Pesquisa (GTPs).

O tema que elegemos para este o XII ENPESS - Crise do Capital e Produção do Conhecimento na Realidade Brasileira: pesquisa para quê, para quem e como? tem como objetivo discutir os impactos da profunda crise contemporânea do capital na produção do conhecimento, num país marcado pela constituição de uma universidade heterônoma, ou seja, que historicamente reforçou as relações de dependência, no contexto de desenvolvimento desigual e combinado da economia capitalista. Essas determinações mais gerais e suas complexas configurações no tecido social brasileiro hoje têm impactos fundamentais na produção do conhecimento e na formação profissional em todos os níveis, que passam, dentre outros aspectos: pela direção tecnocrática e produtivista impressa à pós-graduação e à pesquisa; pelo lugar de pouco investimento na pesquisa social, em comparação com as chamadas áreas duras; por modificações importantes no processo de trabalho docente e na inserção discente em pesquisa; pelo aligeiramento dos processos de formação de graduação e pós-graduação; por direcionamentos temáticos e perda da autonomia no processo de produção de conhecimento; pela desqualificação de perspectivas críticas.

Nosso XII ENPESS deverá ser um grande evento de resistência a essas incidências regressivas e perversas que penetram insidiosa ou explicitamente nas relações de trabalho, na eleição de temas de pesquisa, nas salas de aula de pós-graduação e graduação. Nesse espírito serão homenageados durante o evento os Cem Anos de Noel Rosa, já que a UERJ se localiza em Vila Isabel, berço do samba e de Noel, com suas calçadas de notas musicais, ao lado da Mangueira e do Maracanã. Noel Rosa expressa a resistência irreverente. Mas homenagearemos, sobretudo, a Professora Nobuco Kameyama, que expressa essa resistência nas suas escolhas teóricas, políticas, com grande contribuição para a formação de pesquisadores, para a história da ABEPSS e a organização da pesquisa no Serviço Social brasileiro.

Para que o debate flua e tenha repercussão em várias dimensões, construímos o XII ENPESS com conferências, Colóquios – dos GTPs, Graduação, Pós-Graduação, Residência em Saúde – mesas coordenadas, sessões de comunicação oral e de apresentação de pôster. Os eixos articuladores do XII ENPESS são os mesmos dos Grupos Temáticos de Pesquisa, ou seja:
1. Trabalho, Questão Social e Serviço Social
2. Política Social e Serviço Social
3. Serviço Social: Fundamentos, Formação e Trabalho Profissional
4. Movimentos Sociais e Serviço Social
5. Questões Agrária, Urbana, Ambiental e Serviço Social
6. Classe Social, Gênero, Raça/Etnia, Geração, Diversidade Sexual e Serviço
Social
7. Ética, Direitos e Serviço Social

Encerrado o XII ENPESS, a ABEPSS realizará sua Assembléia Geral bianual, para a definição de sua agenda acadêmico-política para o próximo período, e outros temas pertinentes a serem definidos em convocação própria, e para a eleição e posse da nova diretoria da entidade para o biênio 2011/2012. A programação final será divulgada em breve e contamos com a presença de todas e todos neste qualificado e importante evento do serviço social brasileiro.

Rio de Janeiro, 26 de abril de 2010
Elaine Rossetti Behring
Presidente da ABEPSS

Anita Prestes, em debate sobre experiências da ENFF: "revolução acontecerá com trabalho, luta e estudo"


RIO - A historiadora e professora universitária Anita Prestes (na foto, ao centro) participou na última quinta, dia 2, do debate "A Experiência de Formação da Escola Nacional Florestan Fernandes", no campus da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). O evento foi uma oportunidade para divulgar o projeto da escola localizada em Guararema (SP), uma conquista dos movimentos sociais, em especial o MST, que já se aproxima do 6º aniversário e refletir sobre a importância de formar quadros para promover a mudança do atual modelo político-econômico. "Para uma mudança profunda na sociedade é preciso um projeto revolucionário composto desta tríade: trabalho, luta e estudo."

Antes do debate, foi exibido o DVD "A Escola Nacional Florestan Fernandes - ENFF, uma escola em construção". Em seguida, a professora começou sua explanação comentando que sem uma mudança profunda na sociedade brasileira não será possível promover saúde pública e escola de qualidade. "As desigualdades sociais não serão resolvidas no modelo capitalista vigente. Podem dar uma melhorada, mas mudar só com o comunismo", afirmou Anita, enfatizando as ideias de Marx. A mesa do debate teve, além de Prestes, o engenheiro Victor Ferreira, da Associação dos Amigos da ENFF e Anita Handfas, professora da Faculdade de Educação da UFRJ, esta última como mediadora.

Para a historiadora, esse processo exige disciplina e formação de quadros. "E é justamente o que a Escola Florestan Fernandes já está oferecendo." A filha de Luís Carlos Prestes e Olga Benário explicou como o capitalismo usa a mídia para manter o modelo, primando pela combinação de violência, convencimento e aceitação dos valores das classes dominantes. E completou dizendo que a escola, de modo geral, tem reforçado esse modelo.

"A importância da Escola Florestan Fernandes é desconstruir esse modelo, além de formar quadros bem preparados para atender as camadas da população que não tem acesso a educacão de qualidade, principalmente no campo", reforçou Anita - a ENFF recebe todos os anos estudantes do campo e da cidade, principalmente latino-americanos e africanos. "Conheço bem as experiências de formação do MST. Tive a satisfação de conhecer em agosto o Centro de Formação e Pesquisa Olga Benário (na zona rural de Várzea Grande, Mato Grosso), convidada para o ato político do 15º aniversário do MST naquele estado".

Após a explanação, foi aberto o microfone à participação do auditório. Fizeram comentários e perguntas ativistas e intelectuais. Dentre os que pudemos registrar, estão Ademílson "Cigano", aluno da ENFF e o professor de matemática da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Márcio Rolo.



Não esqueça de fazer sua parte. Apóie a Escola Nacional Florestan Fernandes e entre para a Associação dos Amigos da ENFF.

AAENFF: Rua Abolição, 167, Bela Vista, São Paulo-SP, Cep 01319-030, Brasil. Telefones: (11)3105-0918/9454-9030

Pelo site: www.amigosenff.org.br

email: associacao@amigosenff.org.br


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

AGENDA DO SAMBA & CHORO NO TREM DO SAMBA

Do Blog do Flávio Loureiro
Tudo sobre o Trem do Samba sábado na Central do Brasil

A 15ª edição do Trem do Samba acontecerá em dois dias. Hoje, 2 de dezembro, Dia Nacional do Samba, às 19h, Marquinhos de Oswaldo Cruz, compositor e idealizador do evento, recebe a Velha Guarda da Portela, Velha Guarda do Império Serrano, Jongo da Serrinha, Mauro Diniz, Serginho Procópio e Renatinho Partideiro, no palco montado na Estação Central do Brasil. No sábado dia 4 de dezembro, a partir das 11h, acontecerá novo show na Central. Marquinhos receberá Wilson Moreira, Nelson Sargento, além das ilustres Velhas Guardas da Portela, Império Serrano, Mangueira, Salgueiro e Vila Isabel e a Bateria do Mestre Faísca. Lembre-se que é tudo grátis.

Três trens sairão da Central em direção a Oswaldo Cruz, um às 13h30, outro às 14h e por fim o de 14h30. Este último é o que terá um vagão da Agenda do Samba & Choro. Para embarcar, ou troque 1Kg de alimento não perecível pela passagem, ou compre-a pelo valor normal de R$2,50.

Em Oswaldo Cruz, três palcos estarão montados para a festa continuar. No palco ao lado da via férrea estão confirmadas as apresentações de Noca da Portela, Delcio Carvalho e o Pagode da Tia Doca. Outro palco da Rua Átila da Silveira será feita uma homenagem ao Cacique de Ramos com Partideiros do Cacique e Sombrinha, além das apresentações de Toninho Gerais, Tia Surica e Zé Luiz do Império. No palco da Praça Paulo da Portela, se apresentarão o grupo Descendo a Serra, Ari do Cavaco, as Velhas Guardas do Império Serrano, Salgueiro, Mangueira e Vila Isabel. Neste palco, Marquinhos de Oswaldo Cruz e a Velha Guarda da Portela darão o grande fecho ao evento.

Mas calma, não vai ter só show em palco. Durante todo o dia acontecerão rodas de samba pelo bairro. Eis a lista oficial das rodas:

Rua Frei Bento com Rua Pinto de Campos - Bloco dos Cachaças


Travessa Blandina / Rua Vicenza Grupo da Analimar


Rua Átila da Silveira - Grupo Autonomia


Adelaide Badajós


Varandão -Rua Carolina Machado – Clube do Samba


Portelinha – Grupo Galeria da Velha Guarda da Portela


Rua Carolina Machado com Rua Professor Josias Mazoti


Rua João Vicente com Rua Pereira de Figueiredo


Carvoaria- Praça Adelaide Bandeira


Associação dos Conjuntos ao lado da Estação de Oswaldo Cruz


Vera Caju – Rua Engenheiro José Carvalho – Parados na Ponte


Rua Fernandes Marinho


Rua Pirapora


Rua Beto Portela – Pagode do Gil

Mas não se esquente muito com a programação. O legal é ficar batendo perna, passeando, encontrando os amigos e parando para cantar samba onde estiver mais animado.

E tem mais! Às 15h acontece o Bloco do Partido Alto. Marquinhos de Oswaldo Cruz, Gabrielzinho do Irajá, Renatinho Partideiro e o Bloco Cacique de Ramos desfilarão da Rua Carolina Machado (esquina com Rua Fernandes Marinho) até a Praça Paulo da Portela.

Não se esqueça que no primeiro sábado do mês acontece a Feijoada da Portela. A feijoada acontece no Portelão a partir das 13h com vários shows. Às 17h sai a bateria da Portela com as Velhas Guardas da Portela, Mangueira, Salgueiro, Vila Isabel, Império Serrano rumo a Praça Paulo da Portela

Agora anotem a programação dos vagões do trem:

1º Trem – Saída: 13h30 (Plataforma 2B)
Carro 1 – Bloco dos Cachaças
Carro 2 – Pagode do Renascença
Carro 3 – Pagode do Nelsinho e da Wilma
Carro 4 – Clube do Samba
Carro 5 – Bloco Manga Preta
Carro 6 – Embaixadores da Folia
Carro 7 – Cacique de Ramos
Carro 8 – Democráticos de Guadalupe

2º Trem – Saída: 14h (Plataforma 2A)
Carro 1 – Grupo Autonomia
Carro 2 – Bateria do Mestre Faísca
Carro 3 – Pagode do Sambola
Carro 4 – Parados na Ponte
Carro 5 – Bip Bip
Carro 6 – Pago do João

3º Trem – Saída: 14h30 (Plataforma 2A)
Carro 1 – Grupo Nossa Arte
Carro 2 – Bip Bip
Carro 3 – Locomotivas do Samba
Carro 4 – Grupo Senzala
Carro 5 – Agenda Samba Choro (ó nós aí!)
Carro 6 – Criolice
Carro 7 – Galeria Velha Guarda da Portela
Carro 8 – Grupo Regente

E se você está preocupado sobre como voltar pra casa, minha sugestão é que você não se preocupe até ter bebido o bastante para não se preocupar com nada mais. De qualquer maneira, a SuperVia programou trens extras saindo da estação de Oswaldo Cruz, com destino à Central do Brasil, às 21h, 22h e 23h.
Fonte: www.samba-choro.com.br/noticias/pordata/24954

Juízes para a Democracia, sobre os acontecimentos do Rio de Janeiro

Rio de Janeiro
NOTA PÚBLICA - RJ - NOVEMBRO de 2010

30/11/2010 - 20h48


À MARGEM DA LEI TODOS SÃO MARGINAIS

A ASSOCIAÇÃO JUIZES PARA A DEMOCRACIA - AJD, entidade não governamental e sem fins corporativos, fundada em 1991, que tem por finalidade estatutária o respeito absoluto e incondicional aos valores próprios do Estado Democrático de Direito, em consideração às operações policiais e militares em curso no Rio de Janeiro, vem manifestar preocupação com a escalada da violência, tanto estatal quanto privada, em prejuízo da população que suporta intenso sofrimento.

Para além da constatação do fracasso da política criminal relativamente às drogas ilícitas no país, bem como da violência gerada em razão da opção estatal pelo paradigma bélico no trato de diversas questões sociais que acabam criminalizadas, o Estado ao violar a ordem constitucional, com a defesa pública de execuções sumárias por membros das forças de segurança, a invasão de domicílios e a prisão para averiguação de cidadãos pobres perde a superioridade ética que o distingue do criminoso.

A AJD repudia a naturalização da violência ilegítima como forma de contenção ou extermínio da população indesejada e também com a abordagem dada aos acontecimentos por parcela dos meios de comunicação de massa que, por vezes, desconsidera a complexidade do problema social, como também se mostra distanciada dos valores próprios de uma ordem legal-constitucional.

O monopólio da força do Estado, através de seu aparato policial, não pode se degenerar num Estado Policial que produz repressão sobre parcela da população, estimula a prestação de segurança privada, regular e irregularmente, e dá margem à constituição de grupos variados descomprometidos com a vida, que se denominam esquadrões da morte, mãos brancas, grupos de extermínio, matadores ou milícias.

Por fim, a AJD reafirma que só há atuação legítima do Estado, reserva da razão, quando fiel à Constituição da República.

www.ajd.org.br/noticias_ver.php?idConteudo=752

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A TOMADA DE MONTE CASTELO OU A BATALHA DE ITARARÉ

São cada vez mais fortes os indícios de que as manobras das Forças Armadas no Rio de Janeiro tem conexão com o lobby do PIG e dos setores mais conservadores de dentro e fora do governo para manter Nelson Jobim, o amigo e interlocutor dos interesses dos EUA na Esplanada dos Ministérios, à frente da pasta da Defesa após 1º de janeiro de 2011.

Por José Flávio Abelha*
Toda a mídia brasileira, com as exceções de praxe (pouquíssimas) levou o brasileiro às raias de um surto coletivo com o pânico que esparramou, via satélite, urbe et orbi. Espalhou o pânico no país em tal grau que o Brasil parou neste fim de semana, de sábado para domingo, para assistir à versão nova em cores da "Tomada de Monte Castelo". O pânico se espalhou de tal forma que, nos distritos mais longínquos, as pessoas não saíram de casa, algumas, nem as janelas abriram, com medo de bala perdida.

A invasão do chamado complexo do Alemão era uma espécie de versão com efeitos especiais do episódio italiano de Monte Castelo.

Na manhã de sábado recebi um telefonema da minha mulher que estava em Belo Horizonte, implorando para que eu não saísse da nossa casa aqui em Niterói. Perguntou-me sobre o tempo e eu informei que o céu era de brigadeiro, azul maravilhoso. Sol de rebentar mamona e o pessoal nas praias. Mas eu teria de ficar em casa ante o perigo do conflito iminente.

Disse-lhe não era possível atender ao seu pedido. Eu estava de carro, na Linha Amarela, rumo ao Rio Centro para visitar a Feira da Providência.

O telefone ficou mudo. Acho que minha mulher desmaiou.

À noitinha, fui busca-la do Santos Dummont, ambos tranqüilos, eu e o aeroporto. E tranqüi-los, eu e minha mulher, rumamos para Piratininga enfrentando o trânsito caótico com tanta gente voltando da região oceânica depois de um dia de praia.

Resumo da ópera que a mídia desejava, a anunciada Tomada de Monte Castelo, com a carnificina que os nossos comunicadores anunciavam, frustrou-se.

E o que se viu foi a repetição da famosa Batalha de Itararé. Em 1930 as tropas de Vargas não foram molestadas e, agora, as tropas das gloriosas Forças Armadas repetiram o ocorrido na naquela época.

O arsenal da bandidagem, tão decantado pela mídia, foi esquecido na retirada humilhante, afinal, o recado aos chefões do tráfico fora muito claro pelos comandantes das três armas: da aeronáutica, nossos helicópteros estão armados com foguetes mas não vamos dispara-los, da marinha, nossos tanques que rodam sobre lagartas e passam por cima de qualquer obstáculo servem para uma cobertura às forças policiais estaduais, e do exército surgiu o recado unificador e alertador: nossos homens estão portando armas de guerra mas somente serão disparadas se formos atacados.

E o conjunto de forças, de mãos dadas, sitiaram e depois entraram naquele território que era a casa do diabo: o complexo do Alemão. Enquanto isso o carioca estava curtindo um céu azul maravilhoso, um sol escaldante e um´mar calmo. Praias lotadas contrastando com o resto, a maior parte, do Brasil, apavorado, assustado, em pânico provocado pela nossa eficiente, competente e ética mídia.

Desta ameaça midiática de uma carnificina surgiram pontos que eu já andei indicando em um pequeno texto sobre os parafusos bambos da máquina chamada Brasil.
Seria bom que, passada a Batalha de Itararé, nossos homens públicos refletissem mais antes de se pronunciarem.

Uma alta autoridade judiciária mandou dizer ao Brasil que "ainda existem juízes em Berlim"...e no Rio de Janeiro também e, pela primeira vez, decretou a prisão de intocáveis advogados, os pombos-correios, os parafusos bambos.

A vaidade andou campeando ao ponto de um líder comunitário criticar as UPP's como se elas fossem a salvação da lavoura. Não são não. Elas são a abertura da estrada que vai levar a paz e a presença do Estado aos morros dominados por marginais de alta periculosidade.A finalidade é, tão somente, ganhar terreno. Elas são os pára-quedistas que primeiro saltaram no planalto central para fazer uma clareira onde avionetas, os teco-tecos, pudessem levar as primeiras ferramentas para a construção de uma pista de pouco maior. Nesta, desciam os Douglas transportando pequenos tratores e, quatro anos depois, nascia Brasília, o sonho de Dom Bosco e do Presidente Juscelino. Não fosse o cientista Sérgio Besserman Vianna explicar as verdadeiras funções das UPP's e o vaidoso líder, com uma pontinha de inveja por não ter dado palpites na engenharia dessa salvação da lavoura que o próprio Besserman havia ajudado a desenhar, teria azedado a entrevista global. De qualquer forma, saiu mal na foto.

O secretário Beltrame, com o seu ímpeto gauchesco declarou histórica a colaboração da Marinha e informou que o Exército não se pronunciara.(Nunca ouvi falar que cumprir o dever é um gesto histórico). A resposta veio no ato, dada pelo Comandante, dizendo que não lhe fora pedido nada. De imediato o governador pediu ajuda e o Presidente Lula determinou que o Ministro da Defesa fornecesse o necessário ao governador.

Corre, agora, o Secretário Bletrame o desprazer de ver um afoito vereador propor mais um feriado para marcar o "histórico" dia.

A OAB, diante da descoberta dos pombos-correios, apenas disse serem necessárias mais provas, ao contrário de dizer que está certo quem mandou prender seus associados pois são fora-da-lei, porém, o esprit de corps falou mais alto.

As ONG's caladinhas, nem tugindo nem mugindo.

Dizem, hoje, que associações na Rocinha estão com medo de uma futura invasão das forças do Bem visando colocar ordem naquela grande comunidade, como se a Rocinha fosse o melhor dos mundos e não precisasse de uma UPP

O resto é o resto e foi debitado na conta da excitação dos focas e repórteres que repetiam, à exaustão, as mesmas notícias e as TVs reprisavam as mesmas cenas. O Brasil em pânico e o carioca na praia, aproveitando o domingo de sol.

As favelas sentindo o gostinho da cláusula pétrea da Constituição que dá a todos o direito de ir e vir...sem pagar pedágio.

Muito político vendo seus currais eleitorais virarem fumaça...de pólvora.

E um Oscar para a Edith Head global que desenhou os elegantíssimos coletes a prova de balas com que os globais se apresentaram na frente da Batalha de Itararé!

E isso é só o começo. No Rio existem milhares de favelas pedindo PAZ!!!
*nascido em Minas Gerais, é autor de "A MINEIRICE" e vive na Restinga de Piratininga, em Niterói (RJ), onde é "Inspector of Ecology"

Veja ainda:
Instituto Humanitas Unisinos: Uma guerra pela regeografização do Rio de Janeiro. Entrevista especial com José Cláudio Alves
“O que está por trás desses conflitos urbanos é uma reconfiguração da geopolítica do crime na cidade”. Assim descreve o sociólogo José Cláudio Souza Alves a motivação principal dos conflitos que estão se dando entre traficantes e a polícia do Rio de Janeiro. Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por telefone, o professor analisa a composição geográfica do conflito e reflete as estratégias de reorganização das facções e milícias durante esses embates. “A mídia nos faz crer – sobretudo a Rede Globo está empenhada nisso – que há uma luta entre o bem e o mal. O bem é a segurança pública e a polícia do Rio de Janeiro e o mal são os traficantes que estão sendo combatidos. Na verdade, isso é uma falácia. Não existe essa realidade. O que existe é essa reorganização da estrutura do crime”, explica. Clique para ler a entrevista completa