Marta Arruda*
Árvores sofridas com o rigor do inverno do Sul, abrem pequenos brotos verdes, ardentes de vida, enquanto inúmeros pássaros transformam-se em entoados cantores que fazem serenatas nas madrugadas do Jurerê Tradicional e Internacional. Quanto brilho e quanta nitidez de luzes, como se de repente as casas escuras acendessem todas as lâmpadas de uma única vez.
Contemplar a natureza, sem pagar ingresso, e ter a sensação do aquecimento proporcionado pelos raios do Sol das manhãs é sensacional. Amenas temperaturas nos aliviam os corpos e alma.
Bela primavera, estação alegre, bonita e confortável do ano que nos embevece! O cinza pouco a pouco se escoa e as folhas enverdecem. Alegramo-nos, como se iniciasse a mais bela festa primaveril!
A esfera celeste divide-se em dois hemisférios: Norte e Sul, a começar em 23 de setembro, anualmente, numa freqüência incomparável. É o equinócio que registra cada fase do ano. De 20 de março em diante inicia-se o outono e caem as folhas já embotadas pelo cinza. Forram-se os chãos e é outra beleza de cor cinza.
Conforme me disse o sobrinho Eduardo, no Sul é onde as estações podem ser perceptíveis mais claramente em suas mudanças. Verão, quando o Sol permanece além do horizonte por mais dias. As noites ficam mais curtas. Invertem-te os horários no inverno: dias curtos e noites que se alongam.
A insolação evidencia-se no verão e temos que beber muita água. O sol quente percorre uma longa trajetória diurna. Em 20 de junho tudo se inverte e as árvores dão maiores sombras. O sol passa a freqüentar o solo do sul obliquamente. O solo fica menos aquecido. Põem-se o sol em lugares mais próximos do ponto cardeal leste e, a pouco e pouco noites e dias se igualam. Equilibram-se.
Desde o solstício de verão até o solstício de inverno, o sol torna-se cada vez mais oblíquo, e diminui o aquecimento da terra. Diminui a temperatura do ar. No outono, várias espécies vegetais preparam-se para sugar a pouca energia solar. Perdem-se folhas que se amontoam no chão, depois secam e somem com a poeira do ar.
Os ventos contam-nos segredos depois do solstício do inverno. O sol dá-nos energia, à medida que se aproxima a primavera. E as árvores e toda vegetação volta a se cobrir de folhas! Que beleza a pontualidade da natureza! Trinam os passarinhos, que saem de seus ninhos a buscar alimentos, escassos durante o inverno.
Antigamente contava-se a historia das cigarras (preguiçosas) e das formigas (trabalhadeiras) que, no inverno, as cigarras pediam arrego às trabalhadoras formigas. Hoje, dizem que no inverno as cigarras se vestem de ricas roupas e vão cantar em palcos para animada platéia. E trazem lembranças para as formigas!
Depende das estações a vida na Terra, no entanto, hoje, a moderna tecnologia vem ajudando os empreendimentos agrícolas em quase em todas as estações.
Mas há regiões onde as chuvas caem exageradamente ou em outras onde o frio é tamanho que mata as plantações.
O que provar com tais idiossincrasias?!... Pergunte a Deus!*Marta Arruda é jornalista e escritora. Mora em Florianópolis, mas cuiabana que adora Copacabana.