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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

As derrotas da mídia na América Latina

01/01/2014 - Por Altamiro Borges em seu blog do Miro

Em 2013, a América Latina se manteve na vanguarda da luta pela regulação da mídia.

A região conhece bem os estragos causados por uma mídia concentrada e manipuladora.

Os golpes e ditaduras que infelicitaram o continente foram bancados pelos veículos da imprensa.

O neoliberalismo que dizimou a região também foi apoiado por este setor.

Já os governos progressistas nascidos da luta contra as chagas neoliberais tiveram como principal opositor o “Partido da Imprensa Golpista (PIG)”.

Nada mais natural, portanto, que a regulação se tornasse uma exigência democrática.

Ley de Medios da Argentina
A derrota mais sentida pelos barões da mídia no ano passado se deu na Argentina.

Em outubro, finalmente a Suprema Corte do país declarou a constitucionalidade de quatro artigos da “Ley de Medios” que eram contestados pelo Grupo Clarín, principal império midiático da nação vizinha.

Esta decisão histórica permitiu que o governo de Cristina Kirchner [foto] prosseguisse com a aplicação integral da nova legislação, considerada uma das mais avançadas do mundo no processo de desconcentração e democratização dos meios de comunicação.

Pelas regras agora em vigor, os grupos monopolistas tem um prazo definido para vender parte de seus ativos com o objetivo expresso de “evitar a concentração da mídia”.

O Grupo Clarín, maior holding multimídia do país, terá de ceder, transferir ou vender de 150 a 200 outorgas de rádio e televisão, além dos edifícios e equipamentos onde estão as suas emissoras.

A batalha pela constitucionalidade dos quatro artigos durou quatro anos e agitou a sociedade argentina.

O Clarín – que fez fortuna durante a ditadura militar – agora não tem mais como apelar.

Aprovada por ampla maioria no Congresso Nacional e sancionada por Cristina Kirchner em outubro de 2009, a nova lei substitui o decreto-lei da ditadura militar. Seu processo de elaboração envolveu vários setores da sociedade – academia, sindicatos, movimentos sociais e empresários.

Após a primeira versão, ela recebeu mais de duzentas emendas parlamentares.

No processo de debate que agitou a Argentina, milhares de pessoas saíram às ruas para exigir a sua aprovação.

A passeata final em Buenos Aires contou com mais de 50 mil participantes.

Mesmo assim, os barões da mídia tentaram sabotá-la, apostando suas fichas na Suprema Corte da Argentina.

Isto explica porque a sentença de outubro abalou tanto os impérios midiáticos da região, reunidos na Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).

Num discurso terrorista, eles afirmaram que a nova lei é autoritária.

Mas até o Relator Especial sobre Liberdade de Expressão da Organização das Nações Unidas (ONU), Frank La Rue [foto], reconheceu que a Ley de Medios da Argentina – com seus 166 artigos – é uma das mais avançadas do planeta e visa garantir exatamente a verdadeira liberdade de expressão, que não se confunde com a liberdade dos monopólios midiáticos.

Equador e Uruguai dão exemplo
A Argentina não foi a única a avançar neste debate estratégico na região. Outros dois países deram passos significativos neste sentido em 2013.

Em junho, o parlamento do Equador aprovou o projeto do governo de Rafael Correa [foto] que cria um órgão de regulação da mídia com poderes para sancionar econômica e administrativamente os veículos da imprensa e que definirá os critérios para as futuras concessões de rádio e televisão no país.

O projeto tramitou por quatro anos na Assembleia Nacional e foi aprovado por folgada maioria – 108 a favor e 26 contra.

Além de criar a Superintendência de Informação e Comunicação, que terá o papel de “vigilância, auditoria, intervenção e controle”, a lei reserva 33% das futuras frequências de rádio e TV para a mídia estatal, 33% para emissoras privadas e 34% para os grupos indígenas e comunitários.

Ela também garante amplo direito de resposta, contrapondo-se ao chamado “linchamento midiático”.

Caso julgue que pessoa física ou jurídica foi “caluniada e desacreditada” pela mídia, a Superintendência pode obrigar o veículo responsável a divulgar um ou mais pedidos de desculpas.

Para o deputado Mauro Andino, relator do projeto, a nova lei com seus 119 artigos representa significativo avanço na democracia no Equador e na garantia da verdadeira liberdade de expressão.

Como cidadãos, queremos a liberdade de expressão com os limites dados pela Constituição e pelos instrumentos internacionais, além de uma liberdade de informação com responsabilidade...

Propusemos uma lei que se constrói a partir de um enfoque de direitos para todos, não para um grupo de privilegiados”.

Vale lembrar que a mídia equatoriana é controlada por banqueiros!

Para irritar ainda mais os barões da mídia do continente, em dezembro último a Câmara dos Deputados do Uruguai aprovou a Lei dos Serviços de Comunicação Audiovisual, proposta pelo governo de José Pepe Mujica [foto].

Com 183 artigos, a nova “Ley de Meios” encara os meios de comunicação como um direito humano e define que “é dever do Estado assegurar o acesso universal aos mesmos, contribuindo desta forma com liberdade de informação, inclusão social, não-discriminação, promoção da diversidade cultural, educação e entretenimento”.

Em seu enunciado, a nova lei enfatiza que os monopólios dos meios de comunicação “conspiram contra a democracia ao restringir a pluralidade e a diversidade que asseguram o pleno exercício do direito à informação”.

Visando corrigir esta distorção, o texto propõe “plena transparência no processo de concessão de autorizações e licenças para exercer a titularidade” nas emissoras de rádio e televisão.

Ela também prevê a criação de um Conselho de Comunicação Audiovisual, com o intento de “implementar, monitorar e fiscalizar o cumprimento das políticas”.

A nova lei uruguaia ainda estabelece cotas mínimas de produção audiovisual nacional, institui o horário eleitoral gratuito nos canais e determina que as empresas telefônicas não poderão explorar concessões de rádio ou tevê.

Ela também contempla a proteção à criança e ao adolescente, já que regula a veiculação de imagens com “violência excessiva”.

Das 6h às 22h, esse tipo de conteúdo é proibido, com a exceção para “programas informativos, quando se tratar de situação de notório interesse público” e somente com aviso prévio explícito sobre a exposição dos menores.

A reação da máfia midiática da SIP
As recentes mudanças legais na Argentina, Equador e Uruguai se somam as que já estavam em vigor na Venezuela – o primeiro país da região a encarar este tema estratégico –, Bolívia e Nicarágua.

Não é para menos que o rebelde continente latino-americano é hoje o maior entrave ao poder dos monopólios da mídia.

Em outubro passado, durante a 69ª Assembleia-Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), os poderosos empresários do setor confessaram que estão perdendo a batalha de ideias na América Latina e decidiram reforçar sua postura oposicionista.

Na maior caradura, o [ex] presidente da SIP, Jaime Mantilla [foto], disse que "os governos latino-americanos têm se dedicado a semear o ódio e o medo" contra os meios de comunicação.

O objetivo da entidade, sediada em Miami, com famosos vínculos com a CIA e que sempre apoiou os golpes e as ditaduras, é evitar que as novas legislações sejam aplicadas em sua plenitude e que contagiem outros países da região.

O Brasil inclusive foi citado como preocupação maior dos mafiosos da mídia do continente.

Se depender da presidente Dilma Rousseff, porém, eles podem dormir tranquilamente.

(*) No próximo e último artigo da série, uma análise sobre o debate acerca da mídia no Brasil.

Leia também:
- Derrota dos barões da mídia em 2013 - Altamiro Borges
- China vs. Brasil: alguma diferença? - Venício Lima

Fonte:
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/01/as-derrotas-da-midia-na-america-latina.html#more

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O que explica a sinceridade desconcertante da Folha?

Por Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo
O jornalismo chapa branca, hoje, se pratica no interior das grandes empresas de jornalismo. Já escrevi sobre isso. Os jornalistas, lá, estão numa gaiola: só podem escrever o que os patrões querem que eles escrevam.

Isso quer dizer o seguinte: eles defendem os interesses particulares das empresas para as quais trabalham. Eles são, portanto, a voz do 1%.

Nunca foi tão claro isso. Compete aos jornalistas produzir, mecanicamente, textos, fotos, legendas, primeiras páginas e demais itens que compõem uma publicação.  Mas não pensar. Não ter ideias.

As ideias são exclusividade dos donos. Os jornalistas não podem pensar diferente deles. Ou melhor: podem. Mas não podem transformar isso em reportagens, artigos, entrevistas etc.

Não é um trabalho exatamente excitante. É mais parecido com propaganda do que com jornalismo propriamente: você vende ao seu público, como se fosse sabonete, os interesses de um pequeno grupo que fez o Brasil ser o que é, a terra da desigualdade.

Quanto isso pode durar?

É verdade que a internet abre aos jornalistas uma nova possibilidade – defender coisas que vão além dos interesses do 1%.

Mas para quem está engaiolado nas corporações o prolongamento de uma situação em que pensar é proibido pode tornar a situação mais e mais exasperante.

Entendo que isso possa explicar, ao menos em parte, o desabafo franco – e talvez suicida – da ombudsman da Folha, Suzana Singer.

Ao comentar a cobertura de uma pesquisa sobre a situação dos brasileiros, ela se referiu ao tradicional “catastrofismo” da Folha.

Os destaques dados pela Folha foram, todos eles, negativos. As más notícias estavam longe de representar o conjunto. Isso significou que foi oferecido ao leitor um quadro distorcido.

O desafio de um editor é ajudar o leitor a entender o mundo. Uma das armas, para isso, é buscar uma visão de floresta sobre as coisas, e não se limitar a uma árvore ou outra.

A Folha fez o oposto. Se conheço a vida numa redação, os editores da reportagem sobre a pesquisa acharam que, pinçando as estatísticas ruins, estavam agradando a seus patrões.

O acúmulo deste tipo de expediente pode ter esgotado a paciência da ombudsman. Catastrofismo é uma acusação séria. É desvio de caráter numa publicação. Não é um problema ocasional. É um drama no dia a dia do jornal e, sobretudo, dos seus leitores.

Outro episódio que tinha me chamado a atenção, na mesma linha, foi uma surpreendente crítica de Ricardo Noblat no site do Globo a Joaquim Barbosa. Sempre tão obediente à linha de pensamento dos Marinhos, ali Noblat foi para o lado oposto.

Cansaço? Exaustão? Frustração? Alguma preocupação com a posteridade? Problemas de consciência?

Situações extremas não podem perdurar por muito tempo. O jornalismo chapa branca que se faz hoje nas redações brasileiras – um ofício em que você faz pouco mais que beijar as mãos dos donos – é a negação do real jornalismo.

A beleza do jornalismo é dar voz a quem não tem. O jornalismo brasileiro dá voz a quem tem o monopólio da voz.

Uma hora a gaiola fica incômoda demais, por maiores que sejam os salários.

A seguir a coluna da ombudsman da Folha de S. Paulo publicada no domingo, 6/10.

Arauto das más notícias

Folha destaca apenas dados negativos da Pnad, apesar de a pesquisa ter apontado aumento de renda em 2012
A edição que a Folha fez da pesquisa Pnad, que traça anualmente um quadro social do país, é um prato cheio para quem acha que o jornal só publica más notícias. Todos os destaques pinçados no levantamento eram negativos.
O título na capa informava que "Analfabetismo e desigualdade ficam estagnados no país" (28/9). Em "Cotidiano", havia o aumento da diferença de renda entre homem e mulher, os salários inchados pela falta de mão de obra especializada e o celular como o único tipo de telefone em mais da metade dos lares. A análise dizia que o resultado da pesquisa pode significar "o fim da década inclusiva".
Outros jornais optaram por manchetes do tipo uma no cravo outra na ferradura: "Renda média sobe, mas desigualdade para de cair" ("O Globo"), "Analfabetismo para de cair no país; emprego e renda sobem" ("Estado"), "Em todas as regiões houve aumento de renda, mas a desigualdade ficou estagnada" (Jornal Nacional).
Com seu característico catastrofismo, a Folha fez uma leitura míope da pesquisa, que é muito importante pela sua abrangência -são 363 mil entrevistados respondendo sobre escolaridade, trabalho, moradia e acesso a bens de consumo.
O dado mais surpreendente era que a renda do brasileiro cresceu em 2012, ano em que o PIB subiu apenas 0,9%. Na Folha, esse fenômeno só foi citado no meio de uma reportagem sobre a desigualdade.
Coube ao colunista Vinicius Torres Freire, no dia seguinte, chamar a atenção para o fato de que o Brasil estava mais rico "e não sabíamos". "É possível dizer que a taxa de pobreza deve ter caído bem no ano passado", escreveu Freire.
Pelos cálculos de Marcelo Neri, 50, presidente do Ipea, 3,5 milhões de brasileiros saltaram a linha de pobreza em 2012. "No conjunto das transformações, foi a melhor Pnad dos últimos 20 anos", diz Neri.
A desigualdade parou mesmo de cair, mas foi porque os muito ricos (1% da população) ficaram ainda mais ricos (a renda subiu 10,8%), num ritmo mais rápido do que os muitos pobres (10% na base da pirâmide) ficaram menos pobres (ganho de renda de 6,4%). É claro que não se deve desprezar o abismo social, mas não dá para ignorar que houve uma melhora geral no ano passado, o que é um mistério a ser explicado pelos economistas.
Se o jornal subestimou o dado da renda, deu espaço demais para o fato de o analfabetismo ter parado de cair. Teve nesse ponto a companhia dos outros jornais e da TV.
Depois de 15 anos de queda contínua, a taxa de analfabetismo variou de 8,6% para 8,7%. A diferença, irrisória, pode ser apenas uma flutuação estatística. Nem o fato de a taxa ter parado de cair é importante, segundo os especialistas.
Os analfabetos brasileiros concentram-se, principalmente, na faixa etária mais alta (60 anos ou mais). Os mais velhos, que não tiveram acesso à escola na infância, são mais difíceis de serem alfabetizados. "Entre os jovens, a proporção de analfabetos continua caindo. A conclusão é que, embora nossa educação tenha muitos problemas, este não é um deles", explica Simon Schwartzman, 74, presidente do Iets.
O destaque dado à diferença entre a remuneração de homens e mulheres também foi descabido. Em 2011, a brasileira recebia 73,7% do salário de um homem. No ano passado, era 72,9%.
Além de não ser uma variação muito significativa, pode ser um problema amostral. "As mulheres não estão necessariamente ganhando menos do que os homens. Se elas já têm uma renda média menor, basta crescer a participação feminina no mercado de trabalho para aumentar a diferença entre os sexos", afirma Marcio Salvato, 44, professor de economia do Ibmec.
Entre os bens de consumo, o jornal destacou o celular e as motos. Wasmália Bivar, 53, presidente do IBGE, ressalta a máquina de lavar roupa, presente em 55% das casas. "Para a vida das famílias mais pobres, é um bem de grande significado, porque dá mais tempo livre para as mulheres."
Não é fácil escolher o que há de mais relevante em uma pesquisa extensa como a Pnad, mas não dá para adotar o critério dos piores números. O jornalismo deve ter como primeira preocupação o que vai mal, apontar os problemas, só que o necessário viés crítico não pode impedir que se destaque o que é de fato o mais importante.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Lula, o Papa e o PIG

07/09/2013 - Lula (*), o Papa e o PIG (**)
- Data da Viagem: segunda-feira, setembro 09, 2013
- blog do Ênio Barroso Filho, da Estação do PTrem das Treze

Francisco, o Papa argentino, em sua recente visita ao Brasil onde foi calorosamente bem recebido pela Presidenta Dilma e pelo nosso povo, admitiu que Deus é brasileiro.
Consta até que teria nascido no Nordeste num lugarejo próximo a Garanhuns - PE.

Por conta disso é que a sua única frustração foi não poder (apesar dos esforços) ter se encontrado com o nosso eterno Presidente do Povo, Lula (agenda lotada) em território brasileiro e longe de La Bombonera [famoso estádio de futebol em Buenos Aires]. Mas não se fez de rogado.

Francisco é argentino e não desiste nunca (a inveja é uma merda)

- Por falar em inveja, há rumores de que Francisco cogita revogar a inveja da lista dos pecados capitais só pra atender a uma antiga reivindicação de Maradona. "La mano de Dios" [alusão a um gol de Maradona feito com a mão] não chega aos pés de Pelé. E a sua amizade com Fidel não dá um mindinho perdido de Lula !!!

- Sigamos... 
De volta ao Vaticano Sua (tua) Santidade tratou logo de telefonar ao Instituto [Lula] para agendar tal encontro o mais breve possível nem que fosse em sigilo.

Conseguiu na semana passada !!! Lula retornou e concordou encontrar-se com o Papa aqui no Brasil e graças ao trabalho de Barack Obama, a generosidade de Edward Snowden e a colaboração gratuita do jornalista americano Glenn Greenwald que reside no Brasil, este pequeno blog teve acesso com exclusividade à transcrição do telefonema ocorrido entre essas duas celebridades e Pop Stars mundiais. Lula e Francisco, Francisco e Lula.

Segue então a transcrição do telefonema na íntegra:

Lula: Papa??? Aqui é Lulinha Paz e Amor. A menina anotou o recado e podemos nos encontrar sim nesta semana que o Corinthians joga as duas fora. 

Menos Quarta-feira que o jogo é contra o Inter e eu quero ver na Band. "Sacumé"... Todos os comentaristas esportivos no Brasil são corinthianos e 
eu já falei pro Casagrande que ele é da senzala, petista e trabalhar na Globo é paradoxal ( Gostou do "paradoxal" ???)

Já os comentaristas políticos daqui são "coxinhas" sãopaulinos e eu não os leio nem assisto porque me dá asco. Mas é isso. Vou de Neto !!!. Podia ser no fim de semana já que o jogo é contra o lanterna (o Náutico) e eu só quero mesmo é ver no "teipe" a enxurrada de gols.

Francisco: Gracias por recibirme Presidente Lula !!! Fútbol, religión y política no se discute como se enseñaran los milicos.

La ventaja de jugar en casa es suya, pero no me gustaria hablar de política en este momento. Yo quiero hablar de ecología, que es un tema más global y da más audiencia ahí fuera.

Lula: Ecologia ??? Amazônia !!! Vamos nos encontrar na Amazônia então !!! Mas sem a Marina.

Francisco: Perfecto !!! Amazônia !!! Pero Marina ??? ¿Quién es ???

Lula: Uma ex-companheira que depois que virou evangélica cismou de falar difícil, criou uma Rede bancária e cosmética e danou-se a interromper grandes obras pra salvar desova de bagres.

A doida endoidou pra ser Presidenta do Brasil mas quero ver é ela convencer esse povo a mudar a dieta e passar a comer bioma sem Pré-Sal !!! E tudo isso na verdade é só para atender aos interesses dos ongueiros estrangeiros.

Francisco: Milongueros !!! Yo sé cómo é !!! No, no Marina no !!! Iglesia competidor ... Partido competidor... Con perdón de mi Dios, el diablo que la carga !!!

Lula: Fazer o seguinte Chicão (Putz, o Chicão foi pro Flamengo!!! [foto]), 7 de setembro é um feriado que cai no sábado e não vai dar pra esticar. 

Como a Santidade prefere que o encontro seja sigiloso vamos aproveitar que a mídia golpista brasileira marcou "o maior protesto da histórianesse dia e vai estar todinha concentrada em transmitir ao vivo o show da banda da direita "Black Blocs" para mais de 150 cidades brasileiras... Pelo menos é o que foi confirmado no Facebook.

Francisco: Perdón, "Black Blocs" ???

Lula: Uma molecada "cara tapada" que quebra tudo no palco é a nova grande esperança dos "bate-cabeça" da oposição para divulgar o seu "Projeto de país".

A mídia tá encantada !!! E o "inteligente" Caetano Veloso que já chamou a mim de ignorante analfabeto caiu de boca !!! Pegou carona nos meninos pra tentar de novo aparecer.

Francisco: ¿Qué país es éste ???

Lula: É a porra do Brasil !!! Mas é uma minoria. Meu povão mesmo tá vacinado e guardado e ano que vem vai pras urnas !!! Fechado então??? 7 de 
setembro???

Francisco: Cerrado!!! 07 de septiembre en Amazon!!! Tengo que vacunar contra la fiebre amarilla ???

Lula: Não, não !!! O Padilha [Ministro da Saúde] já mandou os médicos cubanos pra lá e em três dias já acabaram com a febre amarela pra desgosto de uma colunista escravagista daqui !!!

Só cuidado com a "febre azul" transmitida pelas cagadas dos tucanos em um processo semelhante à transmissão da raiva através das mordidas dos cachorros.

Mas pode ficar sossegado que os poucos tucanos que restam estão todos enfiados na prefeitura de Manaus e não "trabalham" no fim de semana nem nos outros dias também. Até lá Papa !!! Um abraço !!!

Francisco: Gracias Presidente Lula !!! Hasta nuestra reunión!!! Hasta la victória, siempre !!! (ops!!! esta frase es de otro argentino [Che Guevara]).

E assim foi...
Sábado, 7 de setembro, barca no rio Amazonas e uma multidão de beatas, padres e sacristãos acompanhando da margem o Grande Encontro (Eita povinho fofoqueiro, não guardam nem segredo de confissão!!! É um boca a boca da porra!!!)

Havia também uma ruma de jornalistas, avisados que foram por sua amiguinha Helena Chagas, responsável pela Secretaria de Comunicações (SECOM) do Gabinete da Presidência em Brasília (Até quando meu Deus???)

Após os cumprimentos protocolares de praxe, Lula iniciou sua fala descrevendo para o Papa as conquistas ecológicas de suas duas gestões:

"Companheiro Papa, companheira Marisa, Camerlengo... (uma sutil risadinha) 

Desculpe não te chamar de companheiro também mas é que o pessoal da 
CUT depois vai querer pegar no meu pé.

Mas pega as fotos aérea da região amazônica batidas no governo anterior e compare com as tirada no meu Governo!!! Tapamos de verde todas aquelas mancha marrom que tinha nas foto daqui!!! Deu trabalho porque se você tapa uma, o agronegócio já caga em outro lugar.

Fizemos um grande esforço pra convencer no diálogo que não adianta só comer a carne de boi se não tiver também a salada já que esse povo quanto mais come, mais fica exigente e nós achamos que é isso mesmo o que tem que ser feito.

Foram mais de 500 anos de fome passada nesse país e agora chegou a vez do mais pobre participar do banquete que antes era só para ELES, uma elite insaciável !!! (Gostou do insaciável???) (APLAUSOS !!!)

E a fumaça???

Papa, o "Sr." que é um homem de turíbulo, sabe o que é o fumacê de uma queimada !!! Acabamos com o preconceito de acharem que aqui é o pulmão do planeta e depois que eu parei de fumar, dei o exemplo para que o pulmão da Amazônia também largasse desse vício horroroso e agora pode tirar a chapa desse pulmão!!! Não vão encontrar mais um sinal de fumaça sequer nesse imenso pulmão verde!!! Falta ainda muito pra se fazer. 

Vira e mexe esse verde cai numa segundona e é preciso ficarmos atentos e vigilantes. E isso não é uma "trolage" já que eu tenho muitos amigos 
palmeirenses também como o nosso querido Ênio do Blog "O PTrem das Treze"!!! (depois eu cobro o jabá).

Mas companheiras e companheiros vamos falar dos animais em extinção. No meu Governo nós extinguimos com a extinção!!! Só não foi possível ainda 
com os tucanos e com as ararinhas azuis por culpa deles mesmos e porque no Brasil as aves dessa cor não se bicam, não conseguem fazer amor, estão 
sempre brigando entre si e não tem quem evite que acabem se matando uns aos outros!!!

É um barraco atrás de barraco de fazer inveja ao casal Willian Bonner e Fátima Bernardes cujo "Boa noite" no Jornal Nacional era só de fachada. 

Foi preciso separa-los em um no programa da noite e a outra no da manhã antes que houvesse uma desgraça no ar!!! Quando assumi o Governo muitas 
espécies de veados, como o veado campeiro, estavam condenados a não mais existirem.

Papa, dava dó de ver o que faziam com os bichinhos antes de mim. Com o Programa "Mais veados" foi possível resgatar a imagem deles perante a 
população e além de passarem a ser respeitados, hoje até já procriam em suas marchas coloridas e anuais (eu falei anuais !!!) e já podem até casar!!! 
Temos leis para isso, ouvisse Seu Papa??? PORQUE AQUI É CORÍNTHIANS, O ESTADO É LAICO E PRONTO E ACABOU!!!

Podia aceitar esse exemplo e liberar os padres dessa desgraça do celibato e acabar com a sanha pedófila desses coitados !!! (APLAUSOS DOS PADRES !!!)

Mas eu não queria terminar sem antes falar das antas, que é um animal típica e tapiricamente brasileiro, que além de preservarmos também a sua espécie, botamos a raça pra estudar!!!

Essas antas tiveram a oportunidade de se inscrever no PROUNI, estudaram, se formaram na maioria JORNALISTAS e hoje não lhes falta emprego nos grandes jornais, rádios, televisões e revistas brasileiras onde escrevem matérias em decomposição, colunas, reportagens, etc. e tem liberdade total para acusar Deus e o mundo por aqui.

Uma delas já foi inclusive eleita para a Academia Brasileira de Letras deste país!!! É tão influente no Brasil que dá ordens a ministros do STF! 

Que também são outras antas mas de uma categoria abaixo da dos jornalistas que lhes supervisionam. Nós os escolhemos para decompor a nossa Corte Suprema por possuírem além de outros dotes (como a facilidade para comprar apartamento em Miami sem pagar impostos) o "notório saber jurídico", vide o "julgamento do século" que fizeram e que foi transmitido ao vivo em rede nacional pela Globo de forma pacífica, imparcial e exemplar pelo seu ineditismo no mundo no que se refere de jurisprudência !!!

Um orgulho para o resto das antas brasileiras que apesar de estudadas, bem formadas, bem nutridas e ganhando bem, ainda caminham solitárias nos 
campos, cidades e nas áreas de comentários de sites e blogues dessa nossa inacreditável internet !!!

Pra acabar tem a "Mica" e o Mico Leão Dourado..."   

Nesse momento o discurso de Lula foi interrompido por uma ventania repentina que fez com que aquela toquinha tôsca do Papa (É SOLIDÉU!) lhe voasse da cabeça indo parar no meio do rio Amazonas bem em cima de uma vitória-régia longe do barco.

As beatas se desesperaram, os padres não sabiam o que fazer, o Camerlengo enrubeceu e os sacristãos sem ter o que badalar por falta de sino, badalaram-se uns aos outros.

O jornalistas nem aí. Só um pipocar de "flashes" na busca de uma boa imagem.

No vuco-vuco do quem pega e quem cata o solidéo de Francisco, aquela voz grave, rouca e conhecida de Lula pôs ordem na zoada:

- "Deixa que eu busco !!!

"Francisco, eu sei que Vossa eminência branca e santificada depois que falou com o Duda Mendonça anda pregando aos olhos do mundo a tua humildade. Eu já rodei e desrodei esse mundo e humildade de argentino eu ainda tô pra ver. Não é coisa desse mundo.

Mas pode deixar que o Lulinha aqui vai lá buscar tua boina (Boina é do Che !!! SOLIDÉU !!!) pra te dar uma aula de graça, de como é que se faz !!!"

"Humildade vem de berço e embora meu berço tenha sido um caixote eu tive mãe pra me ensinar"

Lula desceu a escadinha do barco, ANDOU SOBRE AS ÁGUAS até o sudário (ops !!! SOLIDÉU !!!) pegou o bonézinho (SOLIDÉU !!!) na planta, voltou ANDANDO SOBRE AS ÁGUAS, subiu a escadinha e entregou ao Papa Francisco o chapéu (É SOLIDÉU, PORRA !!!)

O silêncio era sepulcro e caiadamente profundo. O Papa de queixo caído feito um argentino num gol de Pelé, as beatas em transe, os padres ajoelhados e contritos. os sacristãos engasgados com não sei o que, e os jornalistas...

Ah!!! Os jornalistas !!!

Deselegantes, desparidos de educação e xenófobos como sempre... Nem esperaram o discurso, a palavra do Papa e picaram a mula voando para as redações.

No dia seguinte uma histórica e retumbante manchete na Folha de São Paulo:
LULA NÃO SABE NADAR !!!    


(*) Luiz Inácio Lula da Silva é um ex-sindicalista que governou o Brasil por duas vezes seguidas tendo ao final a aprovação e a aclamação do povo brasileiro em mais de 80%.

Seus primeiros milagres foram sobreviver à fome e a seca nordestina e mais tarde fundar um partido debaixo pra cima sem o consentimento das elites do seu país. Porém dentre tantos, o milagre mais famoso, mundialmente  reverenciado e reconhecido até pelo Vaticano foi o da multiplicação das bolsas-famílias que acabou com a fome e a miséria absoluta que envergonhava o seu país durante mais de cinco séculos. 

Em meados de 2005 foi crucificado, morto e sepultado pela imprensa brasileira tendo ressuscitado no ano seguinte derrotando os capetas pela segunda vez.Elegeu a sua sucessora Mulher em terras machistas e hoje está sentado à direita do inferno extremo-esquerdista e à esquerda do seu próprio partido, o PT.

Passa os seus dias em sermões pelo mundo, tirando mel das primeiras pedras que lhe atiram e transformando postes de luz em Presidentas, Governadores e Prefeitos de grandes cidades.

É comum observar-se em quase todas as mentes populares e em quase todos os muros, paredes e árvores Brasil adentro e Brasil afora a expressão ELE VAI  VOLTAR !!! Para julgar os vivos e os mortos e o seu reino não terá fim !!!

(**) Partido da Imprensa Golpista

Fonte:
http://optremdastreze.blogspot.co.at/2013/09/lula-o-papa-e-o-pig.html

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Um presidente da Câmara para entrar para a História


Fosse Henrique Eduardo Alves um time de futebol, ele hoje estaria na zona de rebaixamento. A comparação foi feita por um deputado no dia seguinte à fatídica sessão de 28 de agosto, quando a cassação de Natan Donadon, tida como líquida e certa, simplesmente não aconteceu. Segundo o próprio presidente da Câmara, em seus 40 anos de parlamento, jamais viu algo parecido. Muitos parlamentares pensam da mesma forma. Não se lembram de uma presidência tão sofrível. 

Por Antonio Lassance* - Carta Maior
   
Brasília - Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) é certamente um presidente da Câmara para entrar para a história. Ele próprio deve concordar com isso. Após ter protagonizado o feito de presidir a sessão que manteve o mandato do deputado Natan Donadon, seu ex-correligionário, hoje sem partido, Alves externou que, em seus 40 anos de parlamento, jamais viu algo parecido.

O episódio não apenas deixou perplexo o velho político. Também mostrou que a Câmara está à deriva.

Entre seus pares, a surpresa está em como um presidente com tantas décadas de experiência conseguiu colecionar mais problemas do que o folclórico Severino Cavalcanti, que presidiu a Casa em 2005 e foi forçado a renunciar após uma sucessão de denúncias.

Um parlamentar do próprio PMDB ironizou em seu gabinete, com assessores, que, se disputasse o campeonato brasileiro, Alves certamente estaria na zona de rebaixamento. A imagem da Câmara e desse partido nunca estiveram tão em baixa, e Henrique Alves tem dado a isso uma inestimável contribuição.

O Partido dos Insatisfeitos com o Governo (PIG) sequestra o presidente da Câmara


Escalado pelo vice-presidente, Michel Temer, para se tornar presidente da Câmara, Alves tinha também a incumbência de isolar seu aliado de véspera, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apoiado pela ala contrária a Temer (dos neófitos Sérgio Cabral e Eduardo Paes). Alves trazia as credenciais de um macaco velho da política.

Cunha, que teve seus interesses contrariados por Dilma (ela afastou seus indicados em Furnas Centrais Elétricas), resolveu agir no Congresso como o fio desencapado de todos os descontentamentos. Cunha usou como trunfo, para derrotar Temer e Alves, a insatisfação generalizada do PMDB contra o torniquete aplicado por Dilma. Deu certo. Tornou-se líder do partido - ou, mais exatamente, líder da oposição do PMDB ao governo Dilma.

Derrotado em sua primeira batalha, Alves, ao invés de contribuir para superar o problema e enfraquecer Cunha, fez exatamente o contrário. Deu asas à imaginação oposicionista daquele que se tornou o partido majoritário no Congresso, o Partido dos Insatisfeitos com o Governo (PIG).

O resultado prático foi que o PMDB na Câmara, que em 2010 e até 2011 parecia finalmente unificado sob a liderança de Temer, hoje está mais balcanizado que nunca. Tem mais alas que uma escola de samba, mas sem qualquer sincronismo. Suas dissensões foram conformando facções cada vez mais famintas e mais irritadas com a crise de abstinência a que foram submetidas durante a presidência Dilma.

Ao ser confrontado com a rebelião entre seus quadros, o presidente da Câmara rendeu-se aos amotinados e se somou ao time dos insatisfeitos. Tornado refém, passou a também empunhar uma faca posta no pescoço do governo.

A estratégia era fustigar o Executivo com o discurso de independência do Legislativo; como se, para ser independente, o Congresso devesse necessariamente ser de oposição. Assim, o presidente da Câmara encobria sua própria fragilidade e isolamento. Sua direção era a da biruta, mirando para onde batesse o vento. Sem se importar muito com a direção, os ventos lhe seriam sempre favoráveis.

Governo dividido


Desde 1988, poucas vezes se viu um presidente da Câmara dos Deputados em franca oposição ao governo. Por vários momentos, a presidência Dilma passou muito próximo da experiência do que os cientistas políticos chamam de governo dividido – ou seja, quando o Executivo é governado por um determinado partido, mas o Legislativo está sob o comando de um partido em oposição.

Nesses tempos nebulosos, tratou-se de uma experiência esdrúxula de governo dividido, pois o principal partido que levou a Câmara a se comportar como oposição conta com o vice-presidente da República, além de muitos ministérios e cargos dirigentes em empresas estatais e autarquias. O PMDB, assim como tem ocorrido ultimamente com o PSB, tem feito oposição eventual a um governo com o qual está comprometido até o último fio de cabelo. Comprometido, mas não compromissado.

Em sua política de independência, Alves tomou duas iniciativas emblemáticas. Reservou um jatinho da FAB para um almoço no Rio de Janeiro com o candidato da oposição, Aécio Neves. Aproveitou o ensejo para levar seus familiares para assistir ao jogo da seleção brasileira no Maracanã. A imprensa brindou o acontecimento com manchetes garrafais. A segunda iniciativa foi a de empunhar a bandeira do orçamento impositivo, proposta tão enfaticamente defendida que fica a dúvida de por que nenhum governo estadual ou prefeitura de seu partido a adota com o mesmo entusiasmo.

Com Câmara à deriva, Donadon escapa da cassação


A Câmara, sob o comando de Alves, não ficou mais independente. Ficou à deriva. A tenebrosa sessão que manteve o mandato de Natan Donadon foi o fato consumado cristalino da absoluta falta de comando político sobre a Casa, papel essencial de um presidente. Entre parlamentares, o diagnóstico é claro. Faltou liderança de seu presidente. Faltou empenho. Faltou coordenação. Faltou autoridade política e moral. Resultado: faltaram votos para garantir a cassação.

O macaco velho, depois de pisar em todas as cascas de banana possíveis e imagináveis, escorregou mais uma vez. Sua presidência estatelou-se no fatídico 28 de agosto, quando a cassação de Donadon, tida como líquida e certa, simplesmente não aconteceu.

Para remendar o estrago, Alves, prostrado diante do vexame, saiu pela tangente. Declarou que não mais admitiria votações de cassação de mandato com voto secreto. Todos os partidos se viram envolvidos direta ou indiretamente pelo escândalo Donadon e, finalmente, se articularam para evitar um mal maior. Votaram e aprovaram em segundo turno a PEC 349, que dormia nas prateleiras. Ele agora segue para o Senado, que fará de tudo para sepultá-la.

Uma nau sem timoneiro


A proeza da aprovação parcial da PEC 349 está longe de salvar a reputação de Alves, que figura, na opinião de muitos parlamentares, como possivelmente o mais sofrível de todos os presidentes que a Câmara já viu. Ele hoje não representa a maioria da Casa - apenas aderiu a ela. Ele não representa o bloco governista, aquele que o elegeu presidente. Ele não representa a coalizão PT-PMDB, que está em crise. Ele sequer representa seu próprio partido, que se sente mais à vontade para seguir as ordens de Eduardo Cunha.

A maior dúvida que acompanha Alves, como uma sombra, a cada vez que ele se senta na cadeira de presidente, é como um deputado que não representa nada nem ninguém irá presidir a Casa até 2014.

Embora esteja presidente, Henrique Eduardo Alves não parece e não age como um presidente. À frente de um barco à deriva, sua gestão crava como epitáfio a música de Paulinho da Viola:

“Não sou eu quem me navega,
quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
como nem fosse levar”.


*Antonio Lassance é cientista político e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). As opiniões expressas neste artigo não refletem necessariamente opiniões do instituto

Fonte:.http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=22644


Leia também:http://brasileducom.blogspot.com.br/2013/01/dilma-refem-do-pmdb.html

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Dublê da Globo é dublê de líder da Veja

Por Fernando Britto, do Tijolaço


O Blog ContextoLivre (leia O herói da Veja diz que bandido bom é bandido morto) publica e a gente foi conferir. E achou muito mais.

Maycon Freitas, o entrevistado das Páginas Amarelas da Veja desta semana, como “representante” dos manifestantes da onda de protestos que tomou as ruas, presta serviços como dublê a Rede Globo de Televisão.



A Veja, é claro, nem se importou que Maycon tenha quase o dobro da idade da maioria dos manifestantes, mas o transformou num grande ativista cibernético.

Apresentado como “a voz que emergiu das ruas”, Maycon é apresentado como líder de uma comunidade no Facebook , a União Contra a Corrupção, onde se publica ou republica coisas como essa imagem aí do lado, dizendo que os médicos cubanos (cadê?) são guerrilheiros disfarçados e que um golpe comunista está em marcha. É mentira, a página é mantida por Marcello Cristiano Reis, um advogado paulista.

Se tivesse ido olhar o perfil de Maycon no Facebook veria que, antes de virar “celebridade”, suas últimas postagens foram em janeiro, com pérolas do tipo:
“Mulher que diz que homem é tudo igual. É porque nunca soube fazer a diferença na vida de um.”, ou
“No carnaval as mina pira , em novembro as mina 'pari'". “No carnaval os mano come, em novembro os mano some.”

Antes, em 2012, a vida estava boa para Maycon, como você pode ver nas fotos do líder de massas em Cancún, no México, num turismo “padrão FIFA” de deixar a gente com inveja. 

Como está sofrendo o revoltado Maycon!



Ah, essa internet…

Ah, essa Veja…


PS. Até de um mistificador como o Maycon a gente respeita a privacidade. Todas as fotos são públicas no seu Facebook, não necessitam de compartilhamento.

sábado, 15 de junho de 2013

O PT e o papel da militância

26/05/2013 - O papel da militância
- Maurício Caleiro em seu blog Cinema & Outras Artes

Dois artigos publicados recentemente procuram debater, a partir de ângulos diferenciados, uma contradição essencial da política brasileira na última década: a ascensão do conservadorismo e a persistência de uma pauta neoliberal durante um período em que, graças a vitória em três eleições presidenciais sucessivas, verifica-se a hegemonia de uma aliança dita progressista, capitaneada pelo PT.

Ambos os textos analisam, em maior ou menor grau, a postura e o papel da militância nesse processo e fornecem subsídios para uma reflexão mais aprofundada do tema, objetivo deste post.

O aumento de um sentimento de frustração entre a esquerda e da impressão de que os governos petistas estariam cada vez mais conservadores tornou-se ainda mais evidente nas últimas semanas, como se pode facilmente observar nos fóruns públicos e nas redes sociais.

Segundo essas fontes, tal conservadorismo se manifestaria na promoção de um novo ciclo de privatizações - desta feita com o agravante de utilizar o marco regulatório do governo FHC, ao invés do de Lula -, na recusa em regularizar a mídia, nos baixíssimos níveis de assentamento de terras contrapostos às regalias concedidas ao agronegócio, no desmonte da Funai e no genocídio indígena, na primazia dos pactos com o poder religioso em relação à pauta comportamental, entre outros itens.

Em São Paulo, principal vitrine do petismo no âmbito municipal, a reação truculenta de Haddad à greve dos professores estaria ajudando a disseminar a impressão de que não só o conservadorismo se impõe, mas, pior, que o petismo, que deveria combatê-lo, o reforça.

Genealogia do pragmatismo
"… E quando finalmente a esquerda chegou ao governo havia perdido a batalha das ideias."

No primeiro dos dois textos acima citados, "As esquerdas e a pauta conservadora", Roberto Amaral parte desta citação do historiador Perry Anderson - referente à França atual mas apropriadíssima para o caso brasileiro - para questionar porque, segundo o colunista, mesmo após mais de uma década de governo petista, "e apesar do agravante constituído pela tragédia europeia, é a visão neoliberal, reiteradamente desmentida pela realidade, que domina o debate, o noticiário e até mesmo ações de governo".

O articulista perfaz uma meticulosa revisão histórica das causas do fenômeno, culpando os militares e a forma como foi feita a transição à democracia, os partidos de esquerda que "fogem do debate ideológico, ensarilham suas teses, saem de campo, tudo em nome da conciliação" e, marcadamente, a mídia oligarquizada e dominada pelo ideário neoliberal.

Talvez por escrúpulos decorrentes do fato de ter sido ministro da Ciência e Tecnologia entre 2003 e 2004, deixa de examinar de forma apropriada o lulismo, item prioritário em um estudo sobre a supremacia do pragmatismo ante o ideológico na política brasileira, em relação a qual oferece um diagnóstico sombrio:

"Silentes, acovardadas nossas esquerdas permitem que a direita, sucessivamente derrotada nas urnas, estabeleça a pauta nacional, e nela nos enredamos: ‘mensalão’, redução da menoridade penal, violência, fracasso da política, fracasso dos políticos... o eufemismo de ‘fracasso da democracia’."

Militantes em disputa
Matheus Machado, em um texto tão polêmico quanto pertinente, (publicado ontem neste site) resume com propriedade o atual dilema entre conservadorismo e necessidade de avanços progressistas, e o papel da militância em tal quadro:

"Desde que o PT chegou à presidência escuto de meus amigos governistas que é 'um governo em disputa'. A tese era que a política de coalizão abrigaria forças muito diversas e que cabia disputar internamente e tomar cuidado com as críticas para não enfraquecê-lo. O resultado prático foi que a crítica e aguerrida militância petista acabou se abstendo das manifestações de rua e se dedicando cada vez mais a simplesmente justificar o governo."

"Mesmo agora, depois de dez anos no poder e com aprovação popular em torno de 70%, ainda vejo petistas mais preocupados em justificar publicamente os descalabros do que em criticar o abandono de causas históricas do Partido dos Trabalhadores, como a Previdência, os Direitos Humanos ou as bandeiras dos povos da floresta. Enquanto isso os militantes das outras forças da esfera federal, como a bancada fundamentalista, fincavam os pés, iam para as ruas e lançavam grandes campanhas para empurrar para a direita o centro do governo. A impressão que dá é que se o governo federal estava realmente em disputa, os antigos militantes petistas perderam por W.O."

Lógica binária
Há fatores que potencialmente agravaram o conformismo do petismo e de seus apoiadores, a começar da própria conjuntura político-partidária do país nas últimas duas décadas, fortemente polarizada entre PT e PSDB, o que reforça uma mentalidade do tipo "nós contra eles", binária e maniqueísta.

Assim, a necessária luta interna por uma agenda mais progressista para a administração federal tendeu a ser negligenciada, substituída, como menciona Matheus, por um discurso que apregoa a defesa das plataformas da aliança capitaneada por PT e PMDB, sob o alegado risco de municiar o adversário tucano.

Tal distorção está no centro de um processo no qual, em nome de uma discutível hegemonia partidária – desmentida, na prática, a cada votação no parlamento, verdadeiras operações de guerra -, boa parte da base petista omite-se ante a cessão não só às demandas dos demais membros da aliança, mas ao exercício público da militância na defesa de suas posições no interior da coligação.

O resultado prático de tal dinâmica tem sido o abandono de bandeiras históricas do PT e o conservadorismo crescente que tem caracterizado o governo Dilma Rousseff.

Ainda no bojo dessa dicotomia PT-PSDB, um dos expedientes recorrentes dos analistas simpáticos ao atual governo tem sido compará-lo, de forma reiterada, ao de FHC, mas não ao de Lula, seu antecessor direto e que lhe entregou um país em muito melhores condições do que ele recebera do cacique tucano.

O fato de tal comparação fazer todo o sentido no âmbito da disputa presidencial que ora se delineia não anula o fato de que, contraposto ao de Lula, o governo Dilma apresenta, em diversas áreas, indiscutíveis retrocessos.

O fator internet
Como mencionado em post recente, há tempos pesquisas vêm demonstrando que a web 2.0, com suas possibilidades interativas que têm nas redes sociais sua expressão mais visível, estimula a formação de grupos virtuais com forte identificação ideológica.

Em decorrência de tal dinâmica, nas "igrejinhas" que de tal processo decorrem, a discordância e o dissenso, quando não negligenciados ou sequer levados em conta, tendem a ser punidos com a restrição ou bloqueio do contato de quem se coloca contra o senso comum dominante no grupo virtual.

Transplantado para a seara política, esse fenômeno estaria a estimular a formação de comunidades virtuais em que prevaleceria, para cada participante, uma tendência a constituir grupos interativos marcados pela identificação com determinadas linhas, programas, ideologias, partido ou políticos, em detrimentos de outros.

Desnecessário apontar que tal modelo tende a reforçar a já citada dicotomia "nós x eles", com o agravante de desestimular o conhecimento das argumentações, táticas e planos de um e de outro bloco contendor.

O alerta de Lênin sobre a necessidade prioritária de se conhecer o que pensa e trama o adversário como forma de adivinhar lhe os passos têm sido irresponsavelmente negligenciado.

Revendo o conceito de "PIG"
O embate político, naturalmente, não se dá exclusivamente através das redes digitais, embora venha sendo de forma crescente por estas influenciado.

Para além da dinâmica acima referida e do binarismo PT-PSDB, outro fator a agravar o imobilismo da militância petista advém do hábito, ora disseminado, de desdenhar a priori as críticas às gestões petistas, descartando-as como maquinações de uma mídia corporativa cuja ação a qualificaria como "PIG" (Partido da Imprensa Golpista).

Qualquer observador criterioso da cena midiática brasileira sabe que esta é, em larga medida, a expressão de uma plutocracia associada ao grande capital e ao mercado financeiro - e, assim, infesa ao que seja reivindicação social e contrária ao programa dos partido ditos progressistas - e que as críticas a ela dirigidas, em larga medida, se justificam.

Nos últimos quatro anos, boa parte do material publicado por este blog dedica-se justamente a examinar seus descalabros e denunciá-los.

Ocorre, porém, que a crítica à mídia feita com rigor e caso a caso não pode ser substituída pelo hábito genérico e automático de utilizar as graves deficiências da mídia brasileira como salvo-conduto para blindar toda e qualquer medida governamental, sob o risco de substituir o frequente tendenciosismo midiático – que, repito, é condenável – pela recusa a submeter as decisões governamentais a qualquer forma de criticismo – o que é inaceitável numa democracia.

Ademais, como mencionado em um post anterior, mostra-se cada vez mais questionável a premissa segundo a qual o tal de "PIG" tenderia a se colocar invariavelmente contra os governos petistas.

O silêncio quanto à truculência dos governos Dima e Haddad ante greves e o apoio entusiasmado às privatizações são sinais claros de que, quando a ideologia neoliberal que orienta a mídia corporativa e as medidas tomadas pelo governo petista se harmonizam, não há relação de oposição entre eles – pelo contrário.

Alguns analistas, como o jornalista e blogueiro Luis Carlos Azenha, vão mais longe e apontam uma identidade de interesses entre a mídia corporativa e o modelo orientador da estratégia desenvolvimentista ora priorizada por Dilma.

O fato de boa parte da militância se recusar a enxergar tais nuances, substituindo o seu papel de força reivindicatória interna pela defesa incondicional do governo e pela adoção do maniqueísmo segundo o qual o "PIG" é sempre a encarnação do mal, a leva, na atual situação, a situações contraditórias, que põem a própria sustentabilidade de sua posição em xeque: no leilão do petróleo, por exemplo, sua tentativa de justificar o retorno à privatização em moldes fernandistas encontrou eco na opinião de jornalistas os quais despreza e odeia, pela negatividade e marcação cerrada que alegadamente fazem ao governo – casos de Miriam Leitão, Carlos Sardenberg e William Waack, exultantes com a medida.

Ora, o fato de tal medida ser saudada por tais arautos do mercado e do neoliberalismo não deveria levar a militância a uma reavaliação reflexiva, que superasse o mero automatismo com que defende o governo Dilma?

Críticas contraproducentes
Além disso, a esta altura da peleja, parecem questionáveis os efeitos do imenso investimento da militância em desqualificar a mídia, não sendo despropositado apontar que ele resulta contraproducente em ao menos três aspectos, além dos já apontados:

Mantém a esquerda e seus canais comunicacionais em uma posição meramente reativa e a reboque da mídia corporativa, que acaba por pautar-lhes;

Agrava a sensação de saturação da crítica de mídia como instrumento político, saturação esta que o mencionado Azenha já diagnosticara por ocasião do primeiro encontro entre blogueiros progressistas, em 2010;

Demonstrar, através da crítica de mídia e sobretudo para a própria militância, que grupos comunicacionais reconhecidamente conservadores e antipetistas são conservadores e antipetistas toma, dia após dia, um tempo e um investimento em trabalho enormes, os quais poderiam ser melhor gastos na organização de formas de pressão pública para que o governo que a militância apoia aprovasse um marco regulatório para as comunicações, bandeira histórica da esquerda e do partido e item de primeira necessidade para o aprimoramento da democracia no Brasil.

A Justiça como inimiga
Um terceiro fator a desviar a militância petista de sua prioritária missão de lutar contra o conservadorismo e pelas bandeiras históricas do partido advém dos ódios decorrentes da relações entre o partido e a Justiça – particularmente o STF -, no bojo do julgamento da AP 470, vulgo "mensalão".

Não se questiona, aqui, o mérito da revolta petista contra as decisões do tribunal – cujos métodos questionáveis foram repetidas vezes por este blog criticados. E sim a constatação de que muita energia está sendo dispersada num combate diário, feito de denúncias - fundadas ou não -, tentativas de desqualificação, e acompanhamento à lupa dos mínimos gestos dos ministros do Supremo e do Procurador-Geral, sendo que é pouquíssimo provável que tal mobilização resulte em algo efetivamente proveitoso, que não o exorcismo de eventualmente justificáveis ódios e ressentimentos pessoais.

O momento é grave e apresenta desafios concretos: o tamanho e a importância da luta política contra o conservadorismo no Brasil, neste momento, pedem ações mais articuladas e objetivamente efetivas.

Se a militância petista investisse na luta política interna metade da energia que diariamente gasta para desqualificar Joaquim Barbosa certamente o governo Dilma não seria reiteradas vezes tachado de conservador.

Estratégia de vitimação
A todos esses fatores, acrescenta-se um temor adicional: o de que tanto o hábito de culpar o "PIG" quanto o de acusar o Judiciário – em ambos os casos antevendo intenções golpistas - esteja levando parte considerável do petismo não só à intransigência ante críticas, mas ao hábito de se vitimar, considerando, ante críticas e ponderações, que o partido é uma vítima frequente de injustiças.

"Incrível como tudo é culpa do PT" é uma resposta ouvida com frequência entre a militância e nas redes sociais, à mínima ponderação ou crítica que se faça; resposta esta que evidencia, a um tempo, o processo de vitimação acima referido e a recusa em reconhecer que um partido no poder - e há mais de 10 anos - está naturalmente sujeito a muitas críticas e inquirições, ainda mais se ora promove um retrocesso conservador em franca contradição com sua plataforma eleitoral, tão crítica às privatizações e ao capitalismo predatório.

Da necessidade de mobilização
A reação de muitos petistas ao conservadorismo atroz do governo Dilma e a atitudes francamente contrárias ao espírito democrático petista tomadas por alguns de seus governadores e prefeitos mostra que caráter retrógrado que acometeu a atual administração federal não é um fenômeno isolado. Ele (se) reflete, cada vez mais, (n)o comportamento de uma militância que se mostra disposta a avalizar a renúncia a princípios éticos e programáticos em troca da manutenção do poder – ainda que este poder, em larga medida, esteja servindo para repor uma pauta conservadora e privatista, a qual difere tanto das bandeiras históricas do PT quanto dos compromissos eleitorais da candidata Dilma.

A militância do PT é uma força social representativa, que teria muito a contribuir para o aprimoramento da democracia brasileira caso saísse de sua posição majoritariamente conformista de hoje, em que, malgrado as raras e louváveis exceções que confirmam a regra, prevalece a defesa acéfala de toda e qualquer medida governamental.

Com a ajuda dos simpatizantes e dos demais setores de esquerda que ainda se dispõem a dar um voto de confiança ao PT, a militância poderia, vindo a público, colaborar de forma decisiva no sentido de corrigir a rota excessivamente conservadora que o governo Dilma assumiu desde seu início e radicalizou ainda mais nas últimas semanas.

Mas trata-se de uma missão cuja urgência é máxima, determinada por novas privatizações no horizonte - altamente ameaçadoras à autodeterminação nacional que Dilma jurou defender - e pela necessidade de impor uma marca esquerdista efetiva à aliança liderada pelo PT, resgatando os valores históricos do petismo e evitando, assim, a fuga de um eleitorado mais à esquerda que não suporta mais o retrocesso e o descompromisso com a agenda de campanha do atual governo federal.

Tal mobilização vai acontecer?

Muito provavelmente não, pois o pragmatismo eleitoral tende a atropelar escrúpulos e consciências, mas o recado está dado.

Fonte:
http://cinemaeoutrasartes.blogspot.com.br/2013/05/o-papel-da-militancia.html

Nota:
A inserção das imagens, quase todas capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, pois inexistem no texto original.