domingo, 31 de outubro de 2010

Por mais alto que um tucano voe...

... não consegue alcançar uma estrela

Dilma Rousseff 55.741.865 votos (56,05% dos votos válidos)
José Serra 43.705.319 (43,95%)

Obrigado e parabéns, Brasil.

sábado, 30 de outubro de 2010

A Dilma Rousseff

Sou ELZITA SANTA CRUZ, mãe do desaparecido político Fernando Santa Cruz. Tenho 97 anos, ostento com muito orgulho a identificação de ser a mais antiga filiada do Partido dos Trabalhadores – PT. Minha militância política vem desde quando em 1945 me inscrevi no Rio de Janeiro, na Junta Eleitoral, obtendo o meu primeiro Título de Eleitor para votar em Luís Carlos Prestes, á época combatido por amplos setores conservadores da sociedade e da Igreja Católica.

As circunstâncias da vida fizeram com que participasse ativamente da resistência à ditadura e pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita. Esta talvez tenha sido e continua sendo minha principal bandeira. Desta forma, gostaria de manifestar publicamente meu irrestrito apoio e declarar meu voto em DILMA ROUSSEFF PRESIDENTE. O fiz solenemente no primeiro turno, o farei outra vez no dia 31 de outubro, na certeza de que estou escolhendo a Primeira Mulher Presidente da República, única e exemplar candidata, capaz de substituir e dar continuidade ao governo LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, exercido pelo Primeiro Operário Presidente, cujo desempenho tem ampla aprovação do povo brasileiro e o reconhecimento internacional.

Finalmente, sou mãe de 10 filhos, entre eles Fernando Santa Cruz, jovem que aos 25 anos foi seqüestrado, assassinado às escondidas pela repressão política, cujo cadáver foi ocultado pela ditadura. Essa minha história de vida fez de minha pessoa representante de todas as mães, esposas, irmãs e filhas dos desaparecidos políticos.

Agora, eu declaro que o Governo LULA deveria ter avançado muito mais na abertura dos arquivos da repressão política e na responsabilização e esclarecimentos dos mortos e desaparecidos políticos. No entanto, devo reconhecer que houve considerável resgate da memória histórica, trabalho efetuado pela Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, sob a direção do Ministro Paulo Vannuchi, Ministro Tarso Genro, Paulo Abrão, Presidente da Comissão da Anistia e contou com o apoio decisivo da Ex-Ministra da Casa Civil Dilma Rousseff.

Assim sendo, voto e recomendo DILMA Presidente, na certeza de que a mesma empreenderá esforços no sentido de que seu governo assumirá o compromisso do esclarecimento da questão dos Desaparecidos Políticos da Cidade e da Guerrilha do Araguaia, condição essencial na consolidação da democracia que desejamos construir e repassar para gerações futuras.

Meu voto é DILMA, homenagem ao meu filho Fernando Santa Cruz, digitando 13, direi para mim mesma – FERNANDO PRESENTE AGORA E SEMPRE.

Adianto ainda que essa carta, pelo assunto nela abordado, não é um documento de natureza privada, motivo pelo qual autorizo sua divulgação.

Alerta geral: Jornal Nacional de logo mais promete atacar passado de Dilma

Sabemos que a Folha de S. Paulo tentou - e não conseguiu pelas vias legais - ter acesso aos autos do processo da ditadura contra Dilma Rousseff na década de 1970. Claro, eles queriam retirar fragmentos dos arquivos para manipular a história e demonizar a candidata do PT. Mas minutos atrás chegou ao programa "48 Horas de Democracia" a informação de que a TV Globo, na tradicional reportagem especial que o JN exibe sobre os candidatos nas vésperas de eleições, deve apresentar alguns desses dados para criminalizar a luta de Dilma contra o regime militar. Espalhe e já se prepare para, caso isto se concretize, atuar no pós-JN para desmentir e neutralizar.

O último ridículo de Veja na campanha eleitoral de 2010

Nos últimos dois meses, foram nada menos que sete capas atacando Dilma Rousseff ou o PT - a única "exceção" foi a capa estilo HQ mostrando Aécio Neves como o super-herói capaz de drenar votos de Dilma para José Serra em Minas Gerais. Desta vez, talvez por limitações da lei eleitoral, o alvo da revista semanal de Roberto Civita é Lula, ao invés de sua sucessora. Leia e segure o riso... ou a revolta.

Luis Nassif Online: 'Sobre o último ridículo de Veja'

Em tempo: passando diariamente por bancas de jornal do Rio de Janeiro, na última semana, constatei que "O Globo" saiu com primeira página atacando Dilma ou o Governo Lula de alguma forma TODOS os dias. A primeira página deste sábado diz que a Petrobras "intensificou nas últimas semanas sua campanha para eleger Dilma presidente". Pois é, realmente a Petrobras, uma das maiores empresas do mundo, disputando liderança no mercado internacional de petróleo e derivados, não deve andar com muito do que se ocupar...
(R.B, Equipe do Blog EDUCOM)

48 Horas de Democracia volta amanhã, dia 31, dia de teclar 13 e confirmar, às 10h

48hdemocracia.com.br

Destaques do 48h neste sábado, 30
Alfredo Manevy, secretário executivo do Ministério da Cultura, destaca os projetos do MinC sob o Governo Lula, como Pontos de Cultura e Mídia Livre, Vale Cultura e Cultura Digital. Manevy compara as políticas culturais dos governos do PT e PSDB, lembrando que FHC não tinha um programa sequer e a verba do MinC até 2002, além de pequena, era toda para custeio.

Está nas bancas de todo o país a derradeira pancada de "Veja" sobre o PT nesta campanha eleitoral. Confira no post acima.

Feministas presentes no Estúdio Blimp atacam José Serra por ter pedido num comício em Minas Gerais que "meninas bonitas" consigam votos de seus paqueradores.

Acaba de ser exibido o clip do samba mais famoso deste segundo turno...



Debate da Globo - considerações finais de Dilma



Na Isto É desta semana: 'Duas eras em confronto'

PT e PSDB comandaram o País nos últimos 16 anos. Conheça quais são as diferenças entre as gestões e tenha mais elementos para definir o seu voto

A eleição do domingo 31 não vai apontar apenas o nome do vencedor da corrida presidencial. Ela também simboliza um inédito confronto entre os partidos que dominaram a cena política nos últimos anos – o PT e o PSDB. Pela primeira vez, os brasileiros terão como base de comparação dois períodos precisos, que duraram exatamente oito anos, e que ficaram marcados por diretrizes econômicas e ações políticas divergentes na maioria das vezes. O PSDB deteve o poder de 1995 a 2002, com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Desde 2003, é o PT quem dá as cartas por intermédio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A despeito de convicções ideológicas, tão exacerbadas nestes tempos de eleição, os dois inegavelmente estão na lista dos líderes mais importantes da história do Brasil. Ambos tiveram méritos e defeitos, erros e acertos, e é impossível não creditar à dupla o excepcional momento vivido pelo País. Mas, afinal, como comparar os dois governos? Por mais que um lado ou outro possa reclamar, não há forma mais justa de avaliar as duas eras do que colocar na mesa de discussões os indicadores de cada gestão. Foi isso o que ISTOÉ fez, no levantamento mais completo já realizado a respeito dos dois governos.

Principalmente nas áreas econômica e social, a análise dos números indica que a gestão petista tem resultados melhores para apresentar. Nesse aspecto, o primeiro dado que chama a atenção é a evolução do Produto Interno Bruto (PIB), que traduz o aumento da riqueza de um país. Nos dois mandatos de FHC, a taxa média anual de crescimento foi de 2,3%. Nos governos Lula, o índice será de 4% (considerando uma alta do PIB de 7,5% em 2010, embora analistas independentes acreditem que a taxa possa chegar a 8%). Lula também conseguiu uma proeza notável: elevou a renda per capita brasileira a US$ 10 mil, um marco que aproxima o índice brasileiro do indicador observado em países desenvolvidos. Nesse ponto, FHC não brilhou. Entre 1995, primeiro ano do governo Fernando Henrique, e 2002, quando ele deixou o poder, a renda per capita brasileira caiu de US$ 4,85 mil para US$ 2,86 mil. Em defesa de FHC, é importante lembrar que ele enfrentou duas sérias crises (da Ásia e da Rússia), que causaram estragos mundo afora.

Para muitos especialistas, o principal acerto econômico do governo Lula foi a política de crédito. “A expansão brutal do crédito dinamizou a economia”, diz Aldo Fornazieri, diretor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo. “Ela gerou empregos, estimulou investimentos das empresas e blindou o Brasil diante das crises financeiras internacionais.” Com empréstimos mais acessíveis, as pessoas passaram a comprar mais bens, o que contribuiu para o aumento da produção industrial, mobilizada para atender à crescente demanda. Nesse ciclo, mais empregos foram gerados e, como consequência, veio o aumento da renda da população. Um dos efeitos colaterais dessa lógica capitalista é a alta inflacionária, em geral associada ao consumo desenfreado. Com metas de inflação rigorosamente cumpridas, o governo Lula não foi vencido por esse mal. No quesito controle de preços, motivo de orgulho para os tucanos, Lula também obteve um desempenho destacado. Na era Fernando Henrique, a inflação média foi de 9,1%. Nos oito anos de governo Lula, o índice deverá fechar abaixo de 6% – número surpreendente diante dos recorrentes argumentos utilizados pelos defensores de FHC, de que Lula supostamente levaria o País ao abismo inflacionário. “Lula demonstrou uma responsabilidade econômica que foi fundamental para o desenvolvimento do País”, diz o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília.

Justiça seja feita, Fernando Henrique herdou um quadro econômico muito mais complicado do que Lula. Inflação desenfreada, desconfiança internacional, empregos em declínio, investimentos minguados, tudo isso elevou de forma significativa os desafios colocados diante de seu governo. Ao PSDB deve ser atribuído o feito histórico de, enfim, consolidar no País uma moeda forte – o real –, que permitiu que os brasileiros controlassem suas despesas e planejassem melhor o futuro. A estabilidade econômica representou uma virada brutal, que fixou os alicerces necessários para sustentar o crescimento que viria mais adiante. Por sua vez, o PT pegou a casa relativamente arrumada, pronta para avançar num ritmo mais intenso. Lula, porém, foi suficientemente inteligente para prosseguir apostando no que funcionava. “Um dos méritos de Lula foi ter dado continuidade às políticas fiscal e monetária do governo Fernando Henrique”, diz Fleischer.

Embora a condução da política econômica tenha convergido em alguns pontos, as eras PSDB e PT possuem características muito distintas. Qual é a marca principal de cada governo? No caso FHC, seu maior legado foi a estabilidade da moeda, façanha reconhecida por economistas de qualquer inclinação ideológica. No campo das realizações, Fernando Henrique se notabilizou pelas privatizações. Apesar das críticas, o processo de venda das estatais trouxe a melhoria dos serviços e foi fundamental para a multiplicação dos resultados financeiros das empresas. Algumas delas – como as de telefonia – estiveram envoltas em suspeitas de favorecimento a grandes grupos econômicos, denúncia que culminou na demissão do então ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, e do presidente do BNDES à época, André Lara Resende. Mais

Clique sobre as imagens para ampliá-las


O debate da Globo

Dilma fechou bem a série de debates do segundo turno. Média de audiência ficou em torno dos 29 pontos

A avaliação da Equipe do EDUCOM é que Dilma Rousseff, candidata do PT, acertou na estratégia de evitar ataques frontais - embora tenha cutucado Serra ao falar do "engavetador geral da república" de FHC e do tratamento à base de cassetete dispensado aos professores da rede estadual de São Paulo. Fez um debate propositivo, de ideias, se apresentando ao eleitor como alguém capaz de tocar o país e uma líder pronta a vencer os desafios da próxima década, a década do pré-sal, que promete ciclos de crescimento econômico.

O candidato José Serra voltou a insistir com seu ministério da segurança, mas Dilma mostrou que quem rompeu com a lógica de que a União não interfere em política de segurança pública foi o Governo Lula, responsável pela criação da Secretaria Nacional de Segurança Pública e pelo Pronasci - Programa Nacional de Segurança e Cidadania, na prática responsável pela cooperação entre os entes federativos nesse campo. Instigada pelos "indecisos" da Globo, defendeu os programas sociais de renda mínima e os incentivos à agricultura familiar do atual governo, como forma de oferecer oportunidades ao homem do campo. Depois, relacionou incentivo à pequena empresa com regimes tributários especiais, que já existem com Lula e que ela promete ampliar.

Dilma se mostrou uma escolha acertada do PT, já que, como chefe da Casa Civil, conhece todos os programas do governo federal. Quando o tema ia para economia e geração de emprego, bastava comparar os números dos oito anos de Lula com os oito anos de FHC para mostrar que ela, não o adversário ex-ministro de Cardoso, está preparada para fazer o Brasil continuar crescendo com distribuição de renda.

Por fim, Dilma tocou em dois pontos fundamentais:

1.Vai governar para as pessoas, para todos os brasileiros, com estes tendo sempre prioridade sobre números ou obras
2.Apesar de ter sido vítima de uma campanha desleal para manchar sua biografia, não guarda mágoas, quer ser presidente de todos

Vá votar domingo. É seu direito. É seu dever de cidadão. Deixe a viagem para depois e aproveite o feriado na terça. Seu voto é muito importante, para que não deixemos o rumo dos avanços sociais e da conquista de direitos. Saudações educomunicativistas e até a vitória.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Às vezes é impossível esconder a verdade



Theotonio dos Santos desmascara o Plano Real: 'Carta aberta a Fernando Henrique Cardoso'

Boff e Frei Betto criticam orientações de Bento 16 a bispos brasileiros sobre eleição do dia 31

Amigos, recebemos via rede do 3º setor esta mensagem do teólogo e socioambientalista Leonardo Boff.

Estou enviando este pequeno texto sobre a intervenção do Papa acerca do aborto nas eleições.
Lboff


É importante que na intervenção do Papa na política interna do Brasil
acerca do tema do aborto, tenhamos presente este fato para não sermos
vítimas de hipocrisia: nos catolicíssimos países como Portugal,
Espanha, Bélgica, e na Itália dos Papas já se fez a descriminalização
do aborto (Cada um pode entrar no Google e constatar isso). Todos os
apelos dos Papas em contra, não modificou a opinião da população
quando se fez um plebiscito. Ela viu bem: não se trata apenas do
aspecto moral, a ser sempre considerado (somos contra o aborto), mas
deve-se atender também a seu aspecto de saúde pública. No Brasil a
cada dois dias morre uma mulher por abortos mal feitos, como foi
publicado recentemente em O Globo na primeira página. Diante de tal
fato devemos chamar a polícia ou chamar médico? O espírito humanitário
e a compaixão nos obriga a chamar o médico até para não sermos
acusados de crime de omissão de socorro.

Curiosamente, a descriminalização do aborto nestes países fez com que
o número de abortos diminuísse consideravelmente.

O organismo da ONU que cuida das Populações demonstrou há anos que
quando as mulheres são educadas e conscientizadas, elas regulam a
maternidade e o número de abortos cai enormente. Portanto, o dever do
Estado e da sociedade é educar e conscientizar e não simplesmente
condenar as mulheres que, sob pressões de toda ordem, praticam o
aborto. É impiedade impor sofrimento a quem já sofre.

Vale lembrar que o cânon 1398 condena com a excomunhão automática quem pratica o aborto e cria as condições para que seja feito. Ora, foi sob FHC e sendo ministro da saúde José Serra que foi introduzido o aborto na legislação, nas duas condições previstas em lei: em caso de estupro
ou de risco de morte da mãe. Se alguém é fundamentalista e aplica este cânon, tanto Serra quanto Fernando Henrique estariam excomungados. E Serra nem poderia ter comungado em Aparecida como ostensivamente o fez. Mas pessoalmene não o faria por achar esse cânon excessivamente
rigoroso.

Mas Dom José Sobrinho, arcebispo do Recife o fez. Canonista e
extremamente conservador, há dois anos atrás, quando se tratou de
praticar aborto numa menina de 9 anos, engravidada pelo pai e que de
forma nenhuma poderia dar a luz ao feto, por não ter os orgãos todos
preparados, apelou para este cânon 1398 e excomungou os médicos e
todos os que participaram do ato. O Brasil ficou escandalizado por
tanta insensibilidade e desumanidade. O Vaticano num artigo do
Osservatore Romano criticou a atitude nada pastoral deste Arcebispo.

É bom que mantenhamos o espírito crítico face a esta inoportuna
intervenção do Papa na politica brasileira. Mas o povo mais consciente
tem, neste momento, dificuldade em aceitar a autoridade moral de um
Papa que durante anos ocultou o crime de pedofilia entre padres e
bispos.

Como cristãos escutaremos a voz do Papa, mas neste caso, em que uma
eleição está em jogo, devemos recordar que o Estado brasileiro é laico
e pluralista. Tanto o Vaticano e o Governo devem respeitar os termos
do tratado que foi firmado recentemente onde se respeitam as
autonomias e se enfatiza a não intervenção na política interna do
pais, seja na do Vaticano seja na do Brasil.

Um abraço bem fraterno

Leonardo Boff

Frei Betto lamenta que papa seja 'usado como cabo eleitoral'

Da Rede Brasil Atual
SÃO PAULO - Frei Betto lamenta a postura do papa Bento 16, que voltou a trazer o aborto ao debate político brasileiro às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais. Na manhã de ontem, dia 28, o papa esteve com 15 bispos brasileiros do Nordeste, a quem convocou a condenar o aborto e orientar fieis a "usar o próprio voto para a promoção do bem comum". Em entrevista à Rede Brasil Atual, o frei brasileiro sustenta que há temas mais relevantes para o momento.

"Lamento que Bento 16 esteja sendo usado como cabo eleitoral, seja para qual partido for. Há temas muito mais importantes do que aborto e religião para se discutir em uma campanha eleitoral", afirmou Frei Betto. "Aborto se evita com políticas sociais. Num país em que se sabe que os futuros filhos terão saúde, escolaridade e oportunidades de trabalho, o número de aborto é reduzido. Lula fez o governo que mais fez para evitar o aborto no Brasil", analisa.

No discurso proferido durante reunião em Roma, o papa afirmou que se "os direitos fundamentais da pessoa ou da salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas". O discurso do papa reconheceu a possibilidade de eventuais efeitos negativos: "Ao defender a vida, não devemos temer a oposição ou a impopularidade".

Frei Betto relembrou que tal postura se parece com as de dom Nelson Westrupp, dom Benedito Beni dos Santos e dom Airton José dos Santos, bispos que subscreveram um panfleto produzido pela Regional Sul 1 da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O material trazia um pedido aos cristãos que não votassem no PT e em partidos que defendessem o aborto. Para o frei, o objetivo era clararamente fazer um manifesto anti-Dilma.

"Lamento também que três bispos tenham desviado a atenção da opinião pública para introduzir oportunisticamente o tema no debate", critica. Atuante em movimentos sociais, Frei Betto afirma que muitas mulheres acabam optando pelo aborto por se sentirem inseguras com o futuro que darão aos filhos. Mais

Atualizando:
O papa e a política: uma visão progressista

Por Dom Luiz Carlos Eccel
Já havia lido o discurso do Papa Bento XVI, aos Bispos do Maranhão, em visita ad limina apostolorum. Muito interessante o discurso do Papa. Ele não pode deixar de cumprir sua missão de Pastor Universal, exortando o Povo de Deus, especialmente no que diz respeito à defesa da VIDA. Mais

Eleições 2010: ministra Cármem Lúcia nega acesso da Folha de S. Paulo a arquivos de Dilma na ditadura

Pedido de abertura dos arquivos do processo contra Dilma Rousseff durante a ditadura é barrado no STF

Do website de Carta Capital
A ministra Cármem Lúcia Rocha, do Supremo Tribunal Federal, não aceitou a Ação Cautelar da Folha de S. Paulo que pedia a abertura dos arquivos do processo de Dilma Rousseff durante a ditadura militar.

É o que se pode deduzir de seu despacho publicado no site do STF, sob o número AC2727. No item “andamento” está escrito como despacho da ministra: “negado seguimento” e no item “observação” ela escreveu: “prejudicada a liminar”.

No site não estão escritas as justificativas da ministra para esta decisão. CartaCapital tentou falar com sua assessoria, mas até aqui não conseguiu.

É possível interpretar que em sua avaliação o processo deva continuar em andamento aonde estava, ou seja, no Superior Tribunal Militar (STM).

Antes de negar o pedido, a ministra havia pedido, dia 25, a manifestação do presidente do STM. Agora, ela teria também como alternativas decidir pelo acatamento da liminar ou solicitar posicionamento prévio da Procuradoria Geral da União. Podia também colocar o tema em pauta na próxima sessão do Supremo para deliberação com seus pares.

Ao negar seguimento da ação do pedido do jornal – que solicitava o resultado antes do dia 31 – a ministra Cármem Lúcia chamou para si a responsabilidade e encerrou o assunto na esfera do STF e que era tema a alimentar grande expectativa entre as coordenações da duas campanhas eleitorais.

Se é correta nossa interpretação, saudamos a decisão da ministra. A abertura do processo para utilização como peça eleitoral embasada nos arquivos dos ditadores seria completamente desqualificada e incompatível com a democracia.

A imprensa democrática exige o uso de fontes com credibilidade.

Os arquivos da ditadura devem ser completamente abertos sim, mas para que a população tenha acesso aos processos e fichas de todos aqueles que foram perseguidos pelos terroristas de Estado.

Serra pede a 'meninas bonitas' que tragam cada uma 15 votos de paqueradores na internet

E, indignadas, mulheres de todo o país reagem, espalhando no Twitter a tag #Serracafetao

Do Correio do Brasil
O candidato tucano, José Serra, gerou uma nova onda de protestos na internet, no início da noite de ontem, 28, por parte das mulheres que se sentiram ofendidas com o pedido do candidato, feito no encerramento do discurso em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, para uma plateia de cabos eleitorais e convidados. Ele apelou para que as “meninas bonitas” busquem convencer os seus pretendentes masculinos a votar nele, principalmente na internet.

– Quero me concentrar agora no que vamos fazer até domingo. Temos que não apenas votar, temos que ganhar voto de quem está indeciso, voto de quem não está ainda muito decidido do outro lado – argumentou o candidato.

Segundo o candidato tucano, mulheres bonitas têm mais condições de cabalar votos para a aliança da direita.

– Se é menina bonita, tem que ganhar 15 (votos). É muito simples: faz a lista de pretendentes e manda e-mail dizendo que vai ter mais chance quem votar no 45 – completou.

A proposta caiu mal para as mulheres brasileiras que, no Twitter, alçaram o primeiro lugar nos trends (assuntos mais debatidos nas redes sociais) nacionais e terceiro lugar, em nível mundial, com as mensagens de protesto contra o candidato.

“Sou mineira e bonita, mas não tenho tenho vocação pra trabalho de bordel”, escreveu @fiz_mesmo, seguida de @velvetinha: “Credo, o Serra é antigo, que ideia mais triste, gente. Ele imagina as meninas coqueteando para ganhar votos. Perai, vou ali vomitar”.

Os protestos foram rastreados pela tag #serracafetao, que chegou ao terceiro lugar em nível mundial, no início da noite. O internauta @emrsn ponderou que “por muito menos o Ciro foi mega desacreditado pela imprensa”, e @purafor pergunta se esta seria uma proposta do candidato para se criar “um bordel a nível nacional”. Enquanto isso, @rodrigonc, que não deve passar dos 14 anos, aproveita para entrar na discussão, “só avisando às meninas bonitas do Twitter: podem me mandar DM (mensagem direta, na tradução do inglês) que a gente já pode negociar esse voto”.

O internauta @luisfelipesilva acirra o debate ao constatar que “não tem profissão mais ingrata do que ser marketeiro do Serra, haja gafe…”, mas coube à internauta @alessandra_st colocar o tom do protesto: “Serra desvaloriza a mulher e subestima eleitorado feminino em MG”, concluiu.

Dilma reafirma compromisso com universalização da banda larga



TSE manda suspender telemarketing de Serra com ataques a Dilma

A ministra Nancy Andrighi, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), concedeu liminar que suspende imediatamente o serviço de telefonia, realizado pela empresa Transit do Brasil S/A, em favor da candidatura do tucano José Serra. O serviço de telemarketing, denunciado nos últimos dias por vários eleitores, divulgava informações caluniosas contra a candidata Dilma Rousseff.

Eleitores de vários estados vem recebendo diariamente ligações telefônicas com propaganda negativa contra a candidata Dilma Rousseff. O "telemarketing da calúnia" foi denunciado no começo do mês por meio de uma reportagem dos jornais Correio Braziliense e Estado de Minas. Trata-se de um novo procedimento dos adversários de Dilma Rousseff, que espalharam uma série de boatos por e-mails e panfletos contra a candidata nos últimos meses.

Segundo o parecer, "a medida cautelar é necessária e premente, haja vista que tal propaganda irregular poderá causar estragos sem precedentes sobre a candidatura de Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores". Os principais temas tratados na ligação dizem respeito ao aborto e ao caso Erenice Guerra.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Nesta sexta, dia 29, a volta das '48 Horas de Democracia'

Foi um sucesso no primeiro turno e está de volta para o segundo. Acompanhe diariamente, ao vivo, notícias e mesas de debate comandadas pelo jornalista Renato Rovai. Nesta sexta a transmissão, direto do Estúdio Blimp, em São Paulo, começa às 14 horas.

48hdemocracia.com.br

Quando o Democracia 48h estiver ao vivo, colocaremos aqui no blog a tela. Participe do chat ou pelo skype. Adote no Twitter a hashtag #48hvotobr e divulgue para seus amigos.

Em São Paulo, ativistas defendem diversidade e liberdade de expressão

Da Rede Brasil Atual
SÃO PAULO - Em ato de solidariedade à "Revista do Brasil", blogues, jornais e revistas independentes que têm sido vítimas de censura sobraram críticas à mídia e à falta de liberdade de expressão, na noite desta quarta-feira (27), na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.

Para o presidente da CUT, Artur Henrique, o pedido de suspensão da Revista do Brasil e do Jornal da CUT, pela coligação que reúne PSDB e DEM, encarna a tentativa de calar os movimentos sociais. Artur relembrou que o pedido de tucanos e democratas tinha mais ações que não foram atendidas, como o pedido de segredo de Justiça e a suspensão do blogue do Artur.

O dirigente sindical criticou a censura aos meios de comunicação que expressam a opinião dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que publicações como Veja têm liberdade para estampar em sua capa e no conteúdo Aécio Neves. Artur fez referência à edição nº 2187, de 20 de outubro, da publicação, em que se aposta no poder do político mineiro. "Eles também tentaram a suspensão da edição número 1 da revista do Brasil, mas a Veja com Aécio pode, mostrar Dilma Rousseff com duas caras também pode", dispara.

Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, destacou a seriedade e os motivos que levaram ao lançamento da Revista do Brasil. "Quando criamos a revista não foi para contrapor a grande mídia. Foi para dar informação de qualidade para os trabalhadores", afirma. "Quando li a revista que depois foi suspensa, com um conteúdo que nenhuma outra revista tem, como a matéria sobre suicídio e assédio moral, eu tive certeza da decisão acertada de criar a Revista do Brasil para informar de verdade", afirmou Nobre. Para ele, a grande imprensa já caiu em descrédito.

No mesmo sentido, Juvândia Leite, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, avalia que há interesse de "calar o projeto" da revista, que chega a 360 mil pessoas, e que partidos e grandes empresas de comunicação "não podem controlar". "Os meios de comunicação têm dono. O problema não é o fato de terem interesses. O problema é que não dizem isso", criticou Juvandia.

O diretor da Gráfica e Editora Atitude, empresa responsável pela Revista do Brasil e pelo site Rede Brasil Atual, Paulo Salvador, elencou os veículos de comunicação e profissionais que nos últimos dez dias "sofreram atentados à liberdade de expressão". Na lista estão, além da Revista do Brasil, do repórter João Peres da Rede Brasil Atual, que sofreu xingamentos por parte do senador eleito pelo PSDB-SP Aloysio Nunes, a TV Record, os blogues dos jornalistas Paulo Henrique Amorim, Luiz Carlos Azenha e Renato Rovai. Também lembrou da tentativa de suspensão do Blogue do Artur e do processo contra os profissionais do blogue "Falha de S. Paulo". O diretor citou ainda as demissões arbitrárias de jornalistas e articulistas pelo grupo Abril, por O Estado de S.Paulo, pelo Diário do Nordeste e o caso do apresentador de TV de Goiás que se demitiu ao vivo em consequência de censura.

"É um absurdo a censura que os veículos alternativos vem sofrendo. Por que nós, do mundo do trabalho, não podemos apresentar nossa opinião?", indagou em tom de crítica Paulo Salvador. Mais

O golpismo valerá a pena?

Leia com atenção e divulgue, inclusive o link da Carta Capital, o máximo que puder. Denuncie à campanha Dilma13, porque a disponibilização dos arquivos de Dilma Rousseff pela Unicamp é inoportuna e ilegal, uma vez que a Justiça Militar embargou os documentos e, não tenha dúvida, servirá de munição à corrente do mal de Serra para redes sociais, sites de vídeos, "telemarketing" e disparo de e-mails apócrifos. Pensemos:

1.O material que a esta altura está em poder da Folha de S. Paulo será certamente editado e publicado fora de contexto.
2.Os documentos serão divulgados de forma fragmentada, chocando-se com a decisão do STM, que indeferiu anterior petição da Folha para ter acesso aos arquivos de Dilma.
3.A fonte é de confiabilidade discutível, uma vez que, sabe-se, esses documentos foram redigidos pelos agentes da repressão e, pior, produzidos após tortura.
4.Por mais que o responsável pelos arquivos da Unicamp diga à imprensa ser contrário ao uso político desses documentos e que nada no material mancha a biografia da Dilma, não deveria tê-los liberado para cópia.
5.Se hoje é possível que uma universidade pública da esfera do governo de São Paulo aja dessa forma, imagine se Serra e o PSDB chegarem novamente ao Palácio do Planato.
6.A sociedade brasileira luta há décadas para que os arquivos das prisões de militantes sejam integralmente liberados, para que se conheça os torturadores e assassinos e seja possível aos familiares das vítimas localizar e homenagear devidamente seus mortos. Por que uma instituição pública entrega fragmentos de um desses arquivos a um jornal na véspera das eleições?


Por Rodrigo Vianna, jornalista
São cada vez mais fortes os indícios de que a Folha de S.Paulo prepara para sexta-feira uma edição destinada a disparar a “última bala” contra a candidatura Dilma Rousseff.

A insistência em obter os autos do processo contra ela, dos tempos de ditadura, no Superior Tribunal Militar e, depois, no STF, visa, essencialmente, dar cobertura a uma matéria que já está escrita.

Até porque grande parte deste processo está copiada nos arquivos da Universidade de Campinas e são de acesso público. Fazem parte da coleção “Brasil, nunca mais”, do Arquivo Edgard Leuenroth, daquela Universidade.

Neles, segundo o próprio diretor do Arquivo, Alvaro Bianchi, “não há nada que vincule diretamente Dilma Rousseff a ações armadas, como sequestros, expropriações ou atentados contra alvos civis e militares, nem mesmo a greves ou manifestações estudantis. Ao contrário. Mesmo seus inquisidores não conseguiram estabelecer esse vínculo, não restando - senão - acusá-la  vagamente de ‘subversão’ ”.

O professor Bianchi é insuspeito, pois é a favor da liberação indiscriminada dos arquivos do STM. Mas também é contra sua manipulação:

- Suprimir a memória para não perder votos não é boa coisa. Falsificá-la para ganhá-los também não, escreveu ele, num artigo publicado no website de Carta Capital, onde descreve o conteúdo da documentação relativa a Dilma.

O professor pode ter suas razões. Nem mesmo concordo com elas, pois a revelação daquilo que foi dito – ou que se alegou terem dito em sessões de torturas abomináveis viola de tal forma o direito das pessoas que só elas, individualmente, podem julgar se querem tornar público, como protesto, ou se aquilo fere a si ou a terceiros,

Afinal, se esta mesma imprensa acha abominável a quebra de sigilo fiscal, revelando aquilo que pessoas disseram à Receita Federal, como pode achar normal ter o direito de revelar detalhes do que foi obtido usando de violências bárbaras? Ou o crime cometido da delegacia fiscal de Mauá é mais grave do que aquele que se cometeu nas câmaras de tortura do regime ditatorial?

A discussão, porém, não se dá nem neste plano das ideias. Não há um pingo de “direito à informação” ou liberdade jornalística neste episódio.

O material - tentando envolvê-la em casos de sangue, não posso afirmar se direta ou indiretamente - está pronto para ser publicado de forma a não ser respondido. Sexta-feira, calam-se os horários eleitorais. No final de semana das eleições, não há possibilidade razoável de contestação. Impera o silêncio, e falarão sozinhos o Jornal Nacional, a Veja, O Globo…

Não será a ética ou o amor pela verdade que os impelirá.

A única dúvida que lhes resta é se isso adiantará para derrotar Dilma e eleger Serra.

As intenções da Folha
Por Mair Pena Neto, do "Direto da Redação"


O que está por trás da insistência da Folha de S.Paulo em obter os autos do processo que levou Dilma Rousseff à prisão durante a ditadura militar no Brasil? O nobre propósito da informação como direito da sociedade ou a intenção espúria de interferir no processo eleitoral com algum dado suspeito que pudesse assustar a população?

Tomar conhecimento dos fatos que envolvem candidatos ao cargo máximo da República é um direito dos eleitores, e torná-los públicos, um dever da imprensa. Mas a ficha pregressa da Folha sinaliza que o segundo objetivo levantado na abertura deste artigo estaria mais próximo da verdade.

Desde a pré-campanha, a Folha se empenha em apresentar Dilma como uma temível guerrilheira. Para tanto, não hesitou publicar em abril desse ano uma ficha falsa do Dops, que a envolvia no planejamento de um suposto seqüestro do então ministro da Fazenda, Delfim Neto, em 1969, quando ela militava em um dos movimentos da luta armada contra a ditadura.

Contrariando as normas mais elementares de verificação dos fatos, a Folha publicou com destaque, incluindo chamada na primeira página, uma ficha recebida por e-mail e que já circulava há cinco meses na internet, em um site de ultradireita. Vinte dias depois da publicação, a Folha foi obrigada a reconhecer seu erro, mas o fez de forma envergonhada, sem destinar à correção o destaque que dera à notícia equivocada.

Outro elemento que reforça a possível intenção de incriminar de alguma forma a candidata petista é a proximidade que o Grupo Folha sempre teve com a ditadura. Seja promovendo a repressão política através das páginas da Folha da Tarde, um dos títulos que detinha à época do regime de exceção, ou emprestando seus carros de reportagem para perseguição e captura de adversários do regime, que muitas vezes foram torturados e mortos antes de desaparecerem por completo.

Em editorial de fevereiro desse ano, a Folha também considerou a ditadura brasileira uma “ditabranda” por não ter torturado e matado tanto quanto a argentina ou a chilena. A classificação, ofensiva sobretudo às famílias dos mortos e desaparecidos durante o regime militar, não surpreende diante da maneira como o jornal se comportou até em relação a profissionais seus que se envolveram na luta contra o regime. Em 1969, a Folha demitiu, por “abandono de emprego”, a jornalista Rose Nogueira, que estava presa em São Paulo, depois de apartada do filho recém-nascido, sob a guarda do terrível delegado Fleury.

A obstinação da Folha em obter o processo contra Dilma, que levou o jornal a impetrar mandado de segurança no Superior Tribunal Militar e a entrar com liminar no Supremo Tribunal Federal, jamais foi vista em relação a qualquer outro político que tenha participado da luta armada contra o regime militar. Parece estar em curso, por parte do jornal, uma tentativa de transformar essas pessoas em criminosos perigosos, ignorando que lutavam contra um regime que se impôs à força sobre o país, rompendo a ordem constitucional.

Os “crimes” cometidos pelos brasileiros que se envolveram na luta armada não podem ser retirados do seu contexto como se tivessem sido praticados por marginais e terroristas, expressão criada pela própria ditadura. Será que a Folha acusaria Fernando Gabeira, por exemplo, de crime hediondo pela participação no seqüestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, em 1969, posteriormente trocado por presos políticos?

Os “terroristas” naquela época eram, em grande número, jovens idealistas, saídos das universidades, que lutaram contra um regime ilegítimo, que, este sim, praticava o terror como política de Estado. E o fizeram com coragem e generosidade, entregando suas vidas a uma causa. Pode-se questionar a opção tomada sob uma perspectiva histórica, mas jamais incriminar os que a seguiram.

Qualquer meio sério de imprensa também precisa considerar que os processos criminais militares à época da ditadura eram construídos a bel prazer dos acusadores, valendo-se muitas vezes de confissões obtidas sob tortura, e, portanto, sem valor jurídico. Reproduzir o que consta dos autos desses processos sem uma investigação rigorosa seria uma irresponsabilidade jornalística.

27.10: mulheres caminham por Dilma em São Paulo e brasilienses dão parabéns a Lula no Alvorada


Da "Rede Brasil Atual"
S. PAULO - Ativistas de diversos partidos e sindicatos encontraram-se ontem, dia 27, na Praça do Patriarca, centro de São Paulo, para manifestar apoio à candidatura de Dilma Rousseff (PT) a presidente. Com uma imensa maioria de mulheres, a passeata partiu de ruas próximas à praça e percorreu vias da região.

Segundo os organizadores, 2 mil pessoas participaram do ato, que terminou na Praça da República. Organizado pelo comitê "Somos todas Dilma", o ato destacou a liderança de mulheres de diferentes partidos que compõem a coligação de apoio à candidata governista. Marta Suplicy (PT), ex-prefeita de São Paulo e senadora eleita pelo estado, Maria Elvira e Jandira Feghali, ambas deputadas federais eleitas por PMDB e PCdoB, respectivamente, marcaram presença.

Marta Suplicy destacou a importância das manifestações em favor da Dilma e das mulheres. A senadora eleita considera o momento é muito importante por considerar que as mulheres sempre tiveram de lutar para chegar ao poder. "Simbolicamente, a passeata mostra que nós, mulheres, estamos contentes, orgulhosas e esperançosas pela diferença que uma mulher vai fazer comandando o país", aposta.

Diversos jingles da campanha da candidata do PT foram executados em um carro de som durante a caminhada. "Dilma Lá", uma paródia de "Lula Lá", forte marca da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 1989, foi um dos mais repetidos. Os manifestantes entoaram palavras de ordem, como "Dilma sim, Dilma sim, porque eu não penso só em mim".

Do alto do carro de som, representantes do movimento discursaram em favor de Dilma Rousseff. Entre estes, Lídia Correa da Silva, do Partido Pátria Livre, e Juvândia Moreira, presidente do Sindicato dos Banários de São Paulo, Osaco e região.

Ambas defenderam a importância da continuidade do governo com a eleição da candidata petista, destacando como o regresso a mais um governo tucano prejudicaria o atual crescimento do país. "Nós mulheres não queremos o retrocesso, não queremos mais o tempo da terrível privatização, da quebradeira da indústria", disse Lídia Correia.

Juvândia lembrou o papel fundamental das políticas de Lula para impedir que o Brasil fosse afetado pela crise econômica mundial, desencadeada nos Estados Unidos em 2008. Ela destacou o papel das empresas públicas, principalmente dos bancos, que garantiram a estabilidade financeira. "Precisamos de continuidade deste governo, das políticas de inclusão social e desenvolvimento econômico que o Governo Lula iniciou. Já como candidata Dilma vem rompendo com o paradigmas. Nós, mulheres trabalhadoras, estamos com Dilma", declarou.

Do #Dilmanarede, de Brasília: 'Lula, seu presente é Dilma Presidente!'

Gracias, Néstor

“Gracias, Néstor. Pusiste una Argentina de pie, sos un verdadero patriota. Te vamos a extrañar mucho”
(um dos muitos cartazes levados por populares que desde o início da tarde de ontem já se aglomeravam na Praça de Maio e imediações da Casa Rosada, levando flores e lágrimas pelo falecimento do ex-presidente argentino Néstor Kirchner)

O governo de Néstor Kirchner (2003-07) tirou a Argentina do cemitério econômico onde fora enterrada pelo neoliberalismo de seus antecessores Carlos Menem e Fernando De La Rúa. A exemplo dos tucanos no Brasil, Menem privatizou amplamente o patrimônio público argentino e terceirizou a própria moeda numa dolarização branca desastrosa. Ao deixar a Casa Rosada, em 1999, incluía em seu legado uma taxa de desemprego de 20%, a classe média empobrecida, uma dívida externa explosiva e um parque fabril esfarelado pelo aventureirismo da moeda forte (1 peso = 1 dólar) que tornou impossível competir com as importações. Empossado em 2003, Kirchner não hesitou: suspendeu os pagamentos e renegociou a dívida externa em posição de força. Vitorioso nesse braço de ferro, recompôs o poder aquisitivo da população e devolveu a auto-estima aos argentinos ao colocar ditadores no banco dos réus. Hoje, a Argentina desfruta novamente de crédito internacional e a economia projeta um crescimento de 9% em 2010. Sucedido pela esposa, a valente Cristina Kirchner, Néstor era tido como favorito para as eleições presidenciais de 2011. Sua morte deixa à viúva e mulher de fibra a incontornável missão de buscar um novo mandato para ocupar esse vazio, impedindo a volta da direita ao poder.
(Saul Leblon, para "Carta Maior")

Nota do EDUCOM: acrescentamos que Néstor Kirchner, como presidente que inicia em 2003 um ciclo progressista na Argentina, desembocando na eleição em 2007 da primeira mulher à presidência, sua companheira Cristina, e como conselheiro influente do atual governo, é um dos pais da revolucionária Ley De Los Medios. Este projeto de lei ainda tramita no parlamento, mas já promete democratizar sensivelmente a mídia e o acesso à informação no país vizinho. Que a presidente Kirchner se recupere da terrível perda para tocar adiante esse que é o carro-chefe de seu governo mas também, em parte, um legado de seu marido.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

'Não usem meu nome para o vale-tudo eleitoral', repreende Marina Silva

Do website oficial da senadora Marina Silva
A senadora Marina Silva (PV-AC) criticou, hoje, duramente os setores do PSDB que promoveram iniciativas fraudulentas de envolvê-la em ações de apoio à candidatura de José Serra.

“Não usem meu nome para o vale-tudo eleitoral”, advertiu Marina ao tomar conhecimento de um endereço de e-mail falso (marina@pv.gov.br) e de um post do blog Eu Vou de Serra 45 que manipula declarações dadas por ela durante a campanha do primeiro turno.

“Infelizmente, muitos não aprenderam nada com os resultados das urnas e continuam a promover a política de mais baixo nível ao usar estratagemas banais para buscar votos”, declarou a ex-presidenciável do PV.

O e-mail com o remetente marina@pv.gov.br é direcionado aos simpatizantes de Marina e contém mensagem em nome da senadora e do PV com pedido para que se unam em torno da candidatura de Serra.

Por sua vez, o blog da militância tucana lança mão de declaração da então candidata verde à Presidência de forma descontextualizada para fazer seu proselitismo eleitoral. “Marina se posiciona: Brasil não pode ser entregue a quem conhece”, afirma inadvertidamente a divulgação dos defensores do ex-governador de São Paulo.

“Estamos no final do segundo turno, e os brasileiros já tiveram acesso a muitas informações sobre os candidatos à Presidência. Não há mais desconhecidos. O eleitor vai às urnas consciente da sua escolha e não sujeitará a formação de sua opinião àqueles que usam artifícios ingênuos para distorcer a realidade”, afirmou Marina.

A senadora voltou a manifestar o posicionamento que ela e o Partido Verde tornaram público desde o último dia 17 de outubro sobre a fase final da disputa presidencial: independência em relação a Dilma e Serra.

“Os quase 20 milhões de brasileiros que endossaram meu projeto e o de Guilherme Leal no primeiro turno sabem que o respeito ao eleitor é um princípio inquestionável na nossa prática política, o que nos diferencia daqueles que querem o poder pelo poder”, concluiu Marina Silva.

78 marineiros lançam manifesto pró-Dilma e Marina Silva diz: 'PT acolheu mais propostas do PV'

#Luladay no Rio: estivemos na festa de aniversário do presidente mais popular da história

E conferimos de perto o Dia Nacional de Mobilizações por Dilma13 presidente

Daqui a pouco postamos mais textos e imagens sobre como os brasileiros viveram em vários pontos do país os 65 anos de Lula e o Dia de Mobilizações por Dilma13, para o Brasil seguir mudando.

No Largo da Carioca foi servido um bolo gigante. Líderes da campanha Dilma13 e ativistas de movimentos sociais resgataram a trajetória do presidente, enumerando os compromissos de Dilma Rousseff, sua legítima sucessora, para continuar e aprofundar o projeto que há oito anos faz o país crescer e diminuir as desigualdades. Hoje foi dia de o Brasil lembrar que desde janeiro de 2003 se reencontra e se reconcilia com os brasileiros.


Feliz #Luladay, feliz aniversário ao estadista mais querido do planeta.

No Dia Nacional de Mobilização, Dilma lança 13 compromissos com o desenvolvimento social do Brasil



Veja como foi o lançamento do Manifesto Pró-Dilma e pela Igualdade Racial, ontem, no Rio



'Folha' de hoje deve trazer dados sobre a passagem de Dilma pelas prisões da ditadura

Eles não desistem. Temos que aproveitar o Dia Nacional de Mobilizações, tanto nas ruas como na internet (entre no site #Dilmanarede para saber mais) e desarmar durante o dia de hoje mais essa bomba preparada pela mídia, empenhada em desconstruir a biografia de Dilma Rousseff para eleger a qualquer custo José Serra presidente dia 31. Lembre-se: quaisquer que sejam os dados que a Folha de S. Paulo tenha obtido de arquivos sobre Dilma entre 1970 e 72 (período de sua prisão pela ditadura) foram conseguidos ilegalmente, já que a Justiça Militar rejeitou a petição do jornal de Otávio Frias Filho para liberar o arquivo. É preciso salientar ainda que estes documentos que a Folha tanto quer escancarar não podem ser considerados fonte confiável, uma vez que foram integralmente redigidos por funcionários do aparelho repressor do regime militar. Por fim, não deixemos que aqueles que hoje adotam o discurso da extrema-direita rancorosa e saudosa de 1964 criminalizem brasileiros que arriscaram suas vidas para resistir ao arbítrio. Por uma questão de justiça, segue o post do Renato Rovai publicado na noite de ontem em seu blog, veículo jornalístico que antecipou o "furo" da Folha.

Folha vem com histórias da ditadura contra Dilma

Do Blog do Rovai
Para compensar a publicação da reportagem de hoje (ontem) sobre o esquema no Metrô de São Paulo, que atinge diretamente o candidato Serra, a Folha de amanhã deve trazer uma reportagem sobre as ações de Dilma na época da ditadura militar.

O jornal dos Frias não esperava que o resultado das licitações do metrô saísse neste momento. Por isso titubeou em publicar a reportagem.

Tinha o resultado desde quinta-feira e só deu a matéria hoje. Sem que fosse a manchete do dia. Ou seja, publicou para que a história não vazasse. E se isso viesse a ocorrer o jornal ficaria completamente desmoralizado.

Amanhã, a Folha vai pra cima de Dilma. E ainda vai poder dizer que é independente. Afinal, publicou o esquema do metrô.

Até onde apurei, a reportagem de amanhã será sobre ações de Dilma na época da ditadura e o jornal vai fazer, inclusive, aqueles típicos esquemas com “cronologia dos fatos”.

Como o jornal não conseguiu obter a ficha de Dilma da época da ditadura por meios oficiais, a reportagem se basearia em documentos de arquivos públicos que estão em posse de uma universidade.

Quem conhece documentos escritos por serviços secretos da época do regime militar, sabe como eles são “confiáveis”. A descrição dos personagens é algo estapafúrdio. Qualquer pessoa se transformava em perigoso terrorista.

Os delatores para valorizar o relatório que produziam, sempre superestimavam as ações dos personagens que investigavam.

A ficha de Dilma, se vier a ser revelada, vai estar eivada de adjetivos comprometedores. E por isso a Folha quer tanto ter acesso a ela.

Para a campanha de José Serra nada melhor do que um documento como este para usar no seu programa eleitoral.

Para Ali Kamel, nada mais impactante do que lembrar das ações de conflito na época da ditadura e buscar relacionar alguns daqueles fatos à mente terrorista de Dilma.

A Folha de amanhã quer jogar mais álcool na fogueira das eleições nesta reta final da campanha.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Amanhã, dia 27, é aniversário de Lula e dia de sair às ruas por Dilma

Confira a programação do Dia Nacional de Mobilização em quatro das seis maiores cidades brasileiras. Não esqueça de tuitar a tag #luladay a partir de meia-noite.

RIO DE JANEIRO

12h Aniversário do Lula. Vamos cantar Parabéns para o presidente, com direito a bolo. Todos reunidos no Largo da Carioca

15h Convocar todos os militantes para realizar os mais diversos atos, caminhadas, passeatas, bandeiraços e panfletagens nas barcas, pontos de ônibus e nas estações de metrô para levar Dilma e o PT à vitória. Grande concentração no Largo do Machado

18h Concentração na Cinelândia

SÃO PAULO

10h Passeata das Mulheres “Somos Todas Dilma”, com presença da ministra de Políticas para as Mulheres, Nilcéia Freire e da senadora eleita Marta Suplicy. Concentração: Praça do Patriarca. Caminhada até a Praça da República

BELO HORIZONTE

10h às 16h Bandeiraço, adesivação de carros, panfletagem e entrega de cartas em igrejas. Concentração em centros comerciais e pontos estratégicos

11h Dia Lilás. Local: Praça 7, centro de BH

12h às 13h Aniversário do Lula na Praça 7. Ocupação com bandeiraço

17h Culturata. Concentração: Praça Afonso Arinos. Cortejo cultural até a Praça 7. Apresentações de artistas

17h às 22h Aniversário do Lula. Local: Alto dos Piolhos, Santa Tereza

BRASÍLIA

12h Aniversário do Lula. Abraço à bandeira do Brasil, na Praça dos Três Poderes. Em seguida, Ato com Dilma pelo Desenvolvimento Social do Brasil. Local: Teatro dos Bancários

18h Grande Ato do Setor Público do DF por Dilma e Agnelo. Local: Teatro dos Bancários

Fontes: diretórios regionais do PT e campanha #Dilmanarede

Ato por democracia e liberdade de expressão em São Paulo nesta quarta, 27, às 19h

A mídia monopolista e a oposição conservadora ao Governo Lula tem se manifestado frequentemente em protesto contra um suposto "cerceamento da liberdade de imprensa" no país. Mas, quem diria, os mesmos atores políticos tem sido responsáveis por repetidas agressões à blogosfera progressista, à mídia livre e até a quem escreve nos próprios veículos da grande imprensa, como aconteceu no caso da demissão arbitrária de Maria Rita Kehl, após a psicanalista criticar o discurso de José Serra nas páginas de O Estado de S. Paulo. Da Rede Brasil Atual

SÃO PAULO – Personalidades e organizações sociais atuantes na defesa da liberdade de expressão, de imprensa e da democratização do acesso à informação fazem um protesto na próxima quarta (27). O ato acontece após uma sucessão de episódios que configuram tentativas de cerceamento de liberdades e do exercício da livre prática da opinião e do jornalismo.

Várias entidades organizam o protesto, entre as quais o Centro de Mídia Alternativa Barão de Itararé de Imprensa, Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, CUT, Editora Atitude e Frente Paulista pelo Direito à Comunicação e a Liberdade de Expressão. O ato será às 19h, no Auditório Azul do Sindicato dos Bancários de São Paulo, na rua São Bento, 413, Centro.

Entres os acontecimentos incompatíveis com o ambiente democrático, as entidades citam a retirada do ar do blog Falha de S.Paulo, após ação judicial movida pela Folha; a tentativa da vice-procuradora-geral do Ministério Público Eleitoral, Sandra Cureau, de intimidar a revista Carta Capital; a demissão da psicanalista Maria Rita Kehl pelo jornal O Estado de S. Paulo após escrever artigo contundente sobre o preconceito de determinada fatia da sociedade contra as pessoas beneficiadas pelo Bolsa Família. O site do jornalista Paulo Henrique Amorim e uma reportagem da TV Record, a respeito da votação maior de Dilma em regiões pobres de São Paulo, também foram alvos de sansões.

O caso mais recente de prática de censura originadas por integrantes e apoiadores da campanha de José Serra foram as liminares concedidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à coligação do tucano, determinando a interrupção da distribuição de duas publicações com informações que incomodam o candidato, o Jornal da CUT, publicado pela central, e a Revista do Brasil, da Editora Atitude.

"Será uma importante manifestação pública pela construção de mídias comprometidas com um Brasil melhor", diz Paulo Salvador, da Editora Atitude. "Um desagravo aos atingidos pela postura do candidato José Serra, que faz uma coisa, diz outra e ainda se passa por vítima."

O debate da Record

Conversa da equipe do EDUCOM minutos atrás concluiu que Dilma se saiu melhor que no debate da Rede TV e teve o mérito de pautar a discussão, sempre perguntando a José Serra sobre os temas que mais preocupam o eleitorado: educação, pré-sal, emprego. Dilma continua dando banho quando o assunto é economia, já que os números do Governo Lula são muito superiores aos resultados obtidos na gestão FHC. Precisa explorar mais esse campo onde trafega tão bem. A candidata petista melhorou na administração do tempo, nenhuma vez deixando de concluir respostas e réplicas. Pressionada por Serra a assumir uma posição sobre o MST, embora tenha sido prudente Dilma pontuou que os sem terra tem diálogo com o Governo Lula, seguirão tendo canal aberto com as autoridades em seu governo e que "o MST não é caso de polícia, mas de política social." A seguir, leia a análise do jornalista Renato Rovai, coincidente com a maioria das observações deste blog.

Do Blog do Rovai
O debate de ontem na Record teve três blocos distintos. No primeiro, ambos os candidatos estavam muito nervosos e se saíram mal. No segundo, Serra foi melhor, mas de tão pretensioso pode ter passado má impressão para uma parte do público. No terceiro, Dilma acertou o discurso e ainda jogou uma bolinha de papel em Serra, dizendo que ele estava se comportando de forma desrespeitosa e arrogante.

Dificilmente alguém mudou o voto por conta deste debate. Aliás, isso tem se tornado algo recorrente. Debates não têm mudado votos, mas podem mudar o ânimo da campanha.

E por isso o único que teve algum significado nesta eleição foi o primeiro do segundo turno, realizado pela TV Bandeirantes.

Naquele evento, como registrei logo ao fim do encontro, Dilma falou para a militância e botou o time na rua.

Além de enfiar um Paulo Preto goela abaixo de Serra, também deixou claro que as privatizações teriam espaço privilegiado no segundo turno.

Mas se o debate de ontem serviu para algo além da disputa, deve-se registrar as seguintes frases de Dilma.

1) Não vamos tratar o movimento social com cacetetes e repressão.

2) Somos a favor da reforma agrária.

3) O MST não é caso de polícia, mas de política social.

Isso é a emissão de sinais para o seu futuro governo e confirma a importância deste segundo turno pra ampliar o sentido da sua vitória.

Se a eleição de Dilma vier a se confirmar no domingo, Lula terá sido fundamental para este resultado. Mas isso não quer dizer que ele tenha elegido-a sozinho.

A vitória de Dilma teve de ser construída por muitos milhares de brasileiros, em especial aqueles que acreditam na transformação social do Brasil. Por isso a importância dessas três frases.

No primeiro turno, Dilma não disse nada parecido com isso. Ao contrário, ela dançava de um lado para o outro tentando escapulir dessas questões. Para se mostrar mais palatável.

Não é a primeira eleição que o segundo turno acaba sendo positivo para os movimentos sociais. Nesse momento, candidaturas de centro esquerda, como a de Dilma, tendem a perceber que não dá pra ficar pasteurizando o discurso. E assumem posições mais claras.

Isso é muito bom para o processo democrático.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Os 13 principais compromissos de Dilma com o Brasil


Do site oficial Dilma13
A candidata à presidência pela coligação Para o Brasil Seguir Mudando, Dilma Rousseff, se reuniu hoje com representantes dos 11 partidos que compõem a coalizão de governo e apresentou seus 13 principais compromissos para governar o país.

“Esses 13 compromissos são a construção da nossa governabilidade. Eles refletem uma força política desses 11 partidos que se expressa em mais de 50 senadores e mais de 350 deputados. Eles é que fundam e sustentam a nossa governabilidade e, obviamente, eles são gerais e tem o sentido de diretriz”, explicou Dilma.

Veja os 13 compromissos sintetizados:

  • Expandir e fortalecer a democracia política, econômica e socialmente
  • Crescer mais, com expansão do emprego e da renda, equilíbrio macroeconômico, sem vulnerabilidade externa e desigualdades regionais
  • Dar seguimento a um projeto nacional de desenvolvimento que assegure grande e sustentável transformação produtiva do Brasil
  • Defender o meio ambiente e garantir um desenvolvimento sustentável
  • Erradicar a pobreza absoluta e prosseguir reduzindo as desigualdades. Promover a igualdade, com garantia de futuro para os setores discriminados na sociedade
  • O governo Dilma será de todos os brasileiros e brasileiras e dará atenção especial aos trabalhadores
  • Garantir educação para a igualdade social, cidadania e o desenvolvimento
  • Transformar o Brasil em potência científica e tecnológica
  • Universalizar a saúde e garantir a qualidade do atendimento do SUS
  • Prover as cidades de habitação, saneamento, transporte e vida digna e segura para os brasileiros
  • Valorizar a cultura nacional, dialogar com outras culturas, democratizar os bens culturais
  • Garantir a segurança dos cidadãos e combater o crime
  • Defender a soberania nacional. Por uma presença ativa e altiva do Brasil no mundo

José Serra: Os santinhos de uma guerra suja

A poucos dias da eleição, a campanha de José Serra se aproxima de grupos ultraconservadores e reforça a tática do ódio religioso. O oportunismo político divide a Igreja e vira caso de polícia

Atenção: a reportagem não vem de nenhum blog sujo. É a capa desta semana da revista "Isto É", publicada pela Editora Três, do empresário Domingo Azulgaray. Texto de Alan Rodrigues e Bruna Cavalcanti.

"Eu gostaria de chamar a atenção para este papel que estão distribuindo na igreja. Acusam a candidata do PT, em nome da Igreja. Não é verdade. Isso não é jeito de fazer política. A Igreja não está autorizando essas coisas. Isso não é postura de cristão." Cara a cara com José Serra e sua equipe de campanha, frei Francisco Gonçalves de Souza passou-lhes um pito. O religioso comandava a missa em homenagem a São Francisco, no sábado 16, em Canindé, no sertão cearense.

Meia hora após o início do culto, Serra tinha chegado à basílica, onde se espremiam cerca de 30 mil devotos, atraídos à cidade para uma tradicional romaria. O candidato tucano, acompanhado do senador Tasso Jereissati e de outros correligionários, estava em campanha. Em tese, aquele seria um palanque perfeito para alguém que, como Serra, tem peregrinado por templos religiosos se anunciando como um cristão fervoroso. Enquanto ele assistia à missa, barulhentos cabos eleitorais distribuíam panfletos. Os papéis acusavam Dilma Rousseff de defender "terroristas", o "aborto" e a "corrupção". Frei Francisco resolveu reagir ao circo e, então, o que era para ser uma peça publicitária do PSDB transformou-se num enorme vexame. Sob aplausos dos fiéis, o franciscano pediu que Serra e Jereissatti não atrapalhassem a cerimônia e que se retirassem, se não estavam ali para rezar. Jereissatti, descontrolado, passou a gritar que o padre era um petista e tentou subir no altar. As cenas gravadas pelas equipes de tevê de Serra jamais seriam usadas na campanha.

Clique sobre a imagem para ampliá-la

A saia-justa em Canindé foi apenas o primeiro sinal de que a estratégia tucana de apelar a preconceitos religiosos e difamação estava começando a dar errado. Um dia depois, no domingo 17, no bairro do Cambuci, região central de São Paulo, a Polícia Federal apreendia dois milhões de panfletos anti-Dilma numa gráfica pertencente à irmã e ao sobrinho de Sérgio Kobayashi, um dos mais influentes coordenadores da campanha do PSDB. A partir daí, pouco a pouco, vinha a público a armação de uma guerra suja comandada pela central de boatos instalada no comitê central de Serra. É a maior campanha de mentiras já montada em uma eleição. Os panfletos apreendidos evidenciavam que os tucanos montaram um bureau especializado em divulgar difamações, reunindo profissionais da mentira com a tarefa de espalharem boatos envolvendo principalmente sexo e aborto. Com tentáculos no submundo da campanha eleitoral, este aparelho utiliza-se de setores radicais geralmente afeitos à sombra da atividade política institucional: integralistas, monarquistas da direita extremada e setores ultraconservadores da Igreja (leia quadros acima e ao lado). Ao contrário do que pressupõe a biografia oficial de Serra, esses fatos demonstram que para tentar vencer a eleição o ex-governador paulista fez parceria até com grupos que sempre estiveram ao lado do autoritarismo. Mais

Laerte: 'Violência tucana se alastra pelo Brasil'

Por Laerte Braga
A Polícia Militar da Bahia, em Ilhéus, atacou um assentamento de pequenos produtores de cacau aos gritos de “chame Lula”, “chame Wagner”, numa típica ação de banditismo e dentro do cronograma de violência imposta pelos tucanos nessa reta final de campanha.

A estupidez teve todas as características de barbárie de bandidos fardados a exemplo do que acontecia na ditadura militar.

O fato já chegou ao conhecimento do governador da Bahia Jacques Wagner, que determinou providências imediatas para apuração dos fatos e punição dos culpados, além de garantia de vida aos pequenos produtores de cacau em Ilhéus.

Há dias o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto declarou a jornalistas que “é impossível ganhar as eleições na Bahia, apesar de todos os nossos esforços”. As declarações do deputado foram reproduzidas por quase todos os grandes jornais e refletiam o desespero de tucanos e DEMocratas diante da perspectiva de derrota contundente naquele estado.

O ataque da PM baiana ao assentamento em Ilhéus tenta criar um fato político passível de ser imputado às forças que apóiam a candidatura Dilma Roussef e assim diminuir a vantagem da candidata na Bahia.

Faz parte de uma onda generalizada de violência projetada e programada pela campanha do candidato José FHC Serra, que espera com isso gerar um clima de medo e pânico em setores da opinião pública, neutralizando a vantagem nacional de Dilma Roussef, registrada em todas as pesquisas de opinião pública, inclusive a de institutos vinculados aos grupos que apoiam José FHC Serra, o IBOPE e o DATA FOLHA.

Essa onda de violência se estende desde atos de boçalidade policial como o acontecido na Bahia a noticiário de fatos falsos (VEJA, GLOBO, FOLHA DE SÃO, REDE GLOBO, etc), no visível descontrole do candidato e seus partidários demonstrado no episódio da bolinha de papel no Rio de Janeiro.

Tentaram transformar um incidente de campanha num “ataque terrorista”, de proporções absurdas, levando a maior rede de tevê do País, a GLOBO, a editar e montar uma farsa, desmentida por suas principais concorrentes. E a bater o recorde negativo em todo o mundo no Twiter de “a GLOBO mente”.

Polícias militares são resquícios da antiga Guarda Nacional, desde tempos do Império e conservadas por governadores das antigas províncias, hoje estados. Com a estrutura que dispõem servem aos latifundiários, grandes empresários, sem falar na corrupção em níveis assombrosos que permeia esses corpos militares absolutamente anormais em qualquer democracia.

Polícia é uma instituição civil. Na Bahia mostra os anos de domínio do “carlismo”, grupo político do senador Antônio Carlos Magalhães, falecido no ano passado. Foram décadas de domínio político pelo medo, a demagogia e pela fraude.

A iminência da perda desse poder com a reeleição do governador Jacques Wagner e da contundente derrota de José FHC Serra leva grupos carlistas a incentivar esse tipo de barbárie.

Desde a reunião de FHC com investidores estrangeiros em Foz do Iguaçu, domingo, dia 17, onde além de uma palestra o ex-presidente definiu com mais de 150 desses investidores (captadores de recursos) a privatização de setores estratégicos da economia brasileira (PETROBRAS, BANCO DO BRASIL, ITAIPU e PREVIDÊNCIA), a campanha política tomou um rumo de violência física, verbal buscando criar medo e intimidar o eleitorado, no desespero de salvar os “negócios” que geraram bilhões a tucanos e DEM nos oito anos de FHC.

Nessa última semana, por exemplo, o jornal O GLOBO e todos os veículos do grupo da família Marinho, atribuíram a setores da campanha de Dilma Roussef a montagem de um dossiê contra o candidato tucano. A liberação do depoimento do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, autor do dossiê (que pretende transformar em livro) e que mostra a corrupção dentro do ninho tucano e da família Serra, prova exatamente o contrário.

O dossiê foi montado a pedido de Andréa Neves, irmã de Aécio Neves, ex-governador de Minas, para ser usado diante dos ataques de José FHC Serra, através de seu grupo (no caso o jornalista Juca Kfhoury em nota em sua coluna), onde Aécio era acusado de ser usuário de drogas.

Na sem vergonhice que permeia a política de José FHC Serra, FHC, tucanos e DEM, Aécio e Serra hoje trocam beijos e abraços com Itamar Franco doido para entrar em cena. Um e outro como que imaginam poder vender Minas e os mineiros.

José FHC Serra acredita que pode comprar. Minas e os mineiros.

Há todo um conjunto de ações nesse sentido. Criar o medo, divulgar notícias falsas, tentar nessa última semana gerar pesquisas com números que possam favorecer José FHC Serra e é nesse contexto que o ataque de PMs baianos ao assentamento de pequenos produtores de cacau em Ilhéus acontece.

O controle tucano/DEM se estende para além de episódios como o da bolinha de papel, ou agora o ataque em Ilhéus, mas na procura de confrontos que possam favorecer o candidato.

Os “negócios” acordados entre FHC e investidores estrangeiros representam bilhões de dólares para os grupos envolvidos, além, evidente, da “comissão” a ser paga a tucanos e DEM, bem como na preservação de privilégios no contexto político, econômico e social do País.

Outra forma de terrorismo usada pelos tucanos é o ataque a sites e blogs independentes na rede mundial de computadores, evitando que as denúncias ocultadas pela mídia privada corrupta cheguem ao conhecimento dos eleitores. Como espaços como GOOGLE, YAHOO e outros mais são controlados por grupos norte-americanos (os jornais dos EUA anunciaram ano passado que a CIA comprou o GOOGLE), fica fácil impor formas de censura na internet.

A simples idéia de um País soberano, livre, dono do seu nariz, capaz de construir o seu futuro a partir de seu povo, gera pânico nesses setores, ávidos de transformar o Brasil em colônia de grupos econômicos que hoje controlam os EUA e fizeram daquele país um grande conglomerado terrorista.

A José FHC Serra e seu grupo interessa que o ministro das Relações Exteriores do Brasil caia de quatro no aeroporto de New York, tire os sapatos e submeta-se a uma revista vergonhosa. Como isso não acontece hoje usam de todos os métodos para chegar ao poder.

O que aconteceu em Ilhéus é mostra do que José FHC Serra pretende fazer ao Brasil e aos brasileiros. Impor a realidade de um Brasil com “Z”.

Sem escrúpulos, sem limites na ambição e na ganância que envolvem traição a interesses dos brasileiros, jogam o jogo mais sujo de toda a história de eleições presidenciais no Brasil.

O ataque a pequenos produtores rurais de cacau em Ilhéus na Bahia é uma pequena amostra do que vão fazer nessa última semana. As primeira informações sobre o ataque ao assentamento foram divulgados no twiter de Sérgio Bertoni que se encontra em Ilhéus.

Denúncia de fraude planejada pelo PSDB em São Paulo chega aos blogs

Por Avelina Gallego, do blog Brasil Mobilizado*
"Sou morador de São Paulo do bairro Santa Cecília, que fica próximo a avenida São João, e hoje ouvi duas pessoas em um bar que fui nesta avenida, falando baixinho sobre a armação que tá sendo criada para o dia 29 de outubro.

Segundo estas pessoas um número x de camisas foi mandada ser feita com a insígnia do PT, a estrelinha, e muitas pessoas vão estar na passeata que FHC promove neste dia, criando um badernaço sem igual e que terá grande mídia, com estas camisas sempre aparecendo.

Falavam as duas pessoas que toda a grande mídia já sabe deste fato, e que isso quer fazer as pessoas pelo JN dar cobertura, e outras mídias também, de isso fazer o voto mudar, por sentimentalismo das imagens demonstradas, como eles falavam, de total vandalismo no centro de São Paulo, por parte de petistas.Serão apresentadas muitas pessoas ensanguentadas.

Escrevi para o Blog do Altamiro Borges, escrevi também para o Azenha e Rodrigo Viana e quem mais eu estou podendo ver que pode fazer alguma coisa, no sentido de nos reunirmos e fazermos uma vigília pública em local também público de São Paulo, por que o PSDB vai querer colocar fogo nas eleições, desacreditando a Dilma.

E preciso que alguém me ajude nisso.

Temos que colocar um local no centro de São Paulo, permanentemente visível para todos, para que possamos fazer o que precisa ser feito, nesta reta final de eleições.Comunicação de tudo que tá acontecendo.

Não podemos dar bobeira alguma.

Eu ouvi estas pessoas conversando e fiquei bastante preocupado, por causa de como elas tratavam disso, e pareciam saber demais para não ser verdade o que falavam.

Precisamos cobrar da mídia que se encontra a nosso lado, e também da direção do PT, um movimento extra ser criado esta semana, envolvendo a escolha de um local público no centro de São Paulo, para podermos desmanchar a onda golpista presente no ar.

Meu nome é Fernando.

E estou querendo ajudar e fazer o que puder."
*transcrevendo comentário enviado ao blog

Atualizando: olha aí a história crescendo. Lembra do sequestro do Abílio Diniz em 1989? Estejamos atentos.

Chauí: 'tucanos articulam violência para culpar PT'
Da Rede Brasil Atual

São Paulo - A filósofa Marilena Chauí denunciou nesta segunda, 25, uma possível articulação para tentar relacionar o PT e a candidatura de Dilma Rousseff à violência. De acordo com ela, alguns partidários discutiram no final de semana uma tática para usar a força durante o comício que o candidato José Serra (PSDB) fará no dia 29.

Segundo Chauí, pessoas com camisetas do PT entrariam no comício e começariam uma confusão. As cenas seriam usadas sem que a campanha petista pudesse responder a tempo hábil. "Dia 29, nós vamos acertar tudo, está tudo programado", disse a filósofa sobre a conversa. Mais

Bolinha de papel pode acabar acertando, em lugar de José Serra, o diretor de jornalismo da Globo

MUDANÇA DE COMANDO NA GLOBO
Por Laerte Braga, jornalista e analista político

Os estragos causados pelo episódio da bolinha de papel atirada contra o candidato José FHC Serra são de grande monta na REDE GLOBO. A reação indignada de alguns jornalistas, em São Paulo principalmente, a preocupação com o bombardeio e desafios de outras redes em torno do noticiário do JORNAL NACIONAL sobre o episódio, tudo isso e muitos fatos outros, estão levando a direção geral do grupo a avaliar se promovem Ali Kamel (foto) para cima e afastam o todo poderoso do departamento de jornalismo, ou se simplesmente entram num acordo e Kamel vai cantar noutra freguesia.

A bolinha de papel não se desmanchou na água e acabou sendo a gota que faz transbordar.

A decisão será tomada após as eleições. Carlos Augusto Montenegro, diretor presidente do IBOPE, aumentou as preocupações do comando do grupo ao levar a informação que a bolinha de papel terá custado alguns pontos preciosos a José FHC Serra nas intenções de votos e Dilma teria hoje algo em torno de 16% de vantagem sobre o tucano.

O temor da GLOBO não está no fato do JORNAL NACIONAL ter apresentado um parecer forjado em torno do incidente envolvendo José FHC Serra. A mentira é intrínseca ao grupo. Mas no risco de crescimento das redes concorrentes. A RECORDE a mais próxima nos números de audiência e no que isso pode representar a curto, médio ou longo prazo para o “esquema”

O império de Roberto Marinho, pela primeira vez, parece estar sentindo o golpe, se vendo nas cordas e apostando fichas numa improvável eleição de José FHC Serra, mesmo assim, a um preço alto demais.

Para alguns setores do comando do grupo a empresa não é como VEJA. Tem preocupações com o parecer ser e não pode entrar numa zona de turbulência sem perspectiva de uma saída tranqüila. Ou pelo menos tenta fazer crer que é diferenciada. Banditismo de estilo mais nobre. Sangue azul.

A sorte de Ali Kamel está ligada à eleição de José FHC Serra e a própria GLOBO sabe que, a essa altura do campeonato, essa chance é mínima. Nem coelho da cartola, nem uma legião de coelhos.

E há quem entenda que o diretor de jornalismo comprometeu a credibilidade da rede e é preciso recuperá-la o mais rápido possível. O nível a que a grande mídia, GLOBO à frente, levou a campanha, o mais baixo da história das campanhas presidenciais no Brasil, pode afetar para além do JORNAL NACIONAL, do departamento de jornalismo, todo grupo.

Um episódio mais ou menos semelhante aconteceu em 1982 quando Armando Nogueira deixou o departamento de jornalismo da rede por conta do escândalo da PROCONSULT. Àquela época o fato revestiu-se de tal gravidade que algo inimaginável aconteceu. Brizola foi aos estúdios da GLOBO numa tentativa da empresa de atenuar os prejuízos causados com outra tentativa, a de fraude na totalização dos votos para o governo do estado do Rio.

Foi o primeiro momento na história de impunidade da GLOBO que a turma se viu acuada.

Kamel não age sozinho e nem monta todo esse sórdido esquema de mentira à revelia dos donos do império. Faz o que faz com aprovação dos senhores do “negócio”. A diferença é que os senhores do “negócio” se preservam nos castelos do baronato Marinho e têm, sempre, um bode expiatório à mão.

Sem falar nos interesses que acoplam a GLOBO a um todo que ultrapassa o setor de comunicações. Os braços são longos a toda a atividade econômica no País em se tratando de interesses escusos. Ou seja, há necessidade de prestar conta aos que pagam e ditam os caminhos do grupo.

Nesta campanha eleitoral os interesses bilionários em jogo e a aposta de todas as fichas na campanha de José FHC Serra parecem ter deixado cegos os moradores do castelo e do PROJAC, uma espécie de centro de mentiras, boatos e cositas más.

A turbulência chegou ao auge no laudo falso do perito Ricardo Molina, prontamente desmentido pelas redes concorrentes e por um fenômeno que a GLOBO ainda não absorveu inteiramente. A blogsfera. Ou seja, o conjunto de blogs independentes de grandes e anônimos jornalistas ou não, a derrubar em cima de cada mentira, a versão global.

Hoje o número de internautas no País é significativo, a repercussão dos comentários em blogs, sites, portais, redes de comunicação acaba por criar uma força quase tão poderosa quanto a GLOBO.

Quase tão poderosa? É a avaliação de alguns especialistas pelo simples fato que, nesta eleição a candidata do PT vence por larga margem entre os eleitores de renda mais baixa (políticas sociais de Lula) e o prejuízo à GLOBO acontece nas chamadas classes médias, divididas entre os dois candidatos e ponderável parcela escapando do fascínio do plim plim.

O poder aquisitivo dos brasileiros aumentou nesses últimos oito anos, há um orgulho nacional com o papel do Brasil no mundo e o que esse novo perfil provoca no mundo da comunicação não foi ainda tratado corretamente pela GLOBO, a mídia privada como um todo, não foi absorvido o que quer dizer que nessa nova realidade ainda tateiam apesar de todos os esforços para diminuir o impacto da transformação.

Foi visível na campanha de Obama, é visível na campanha de Dilma.

Tornou-se mais difícil mentir, enganar, características do grupo e da mídia privada.

O que não quer dizer que até domingo, 31 de outubro, dia da votação, todo o grupo não vá se empenhar na campanha de José FHC Serra e na onda de mentiras e boatos que possam prejudicar Dilma Roussef.

Nem tem como. Equivaleria a um pouso de barriga e os riscos de um incêndio são altos demais numa eventual mudança de posição (fora de propósito), ou correção de rota para uma área neutra.

A gênese da GLOBO é a mentira e o DNA preserva suas principais características até o último suspiro.

O que assusta os donos do “negócio” para além da derrota eleitoral? Um monte de fatores.

Surge uma discussão no Brasil impensável há meses atrás, falo de proporções. Até que ponto é possível a uma empresa/famílias manter o monopólio das comunicações e associada a empresas outras (menores), mas fechando o cerco em torno de quem ainda lê jornal impresso, revistas e que tais?

O que é de fato liberdade de expressão? A mentira? O engajamento em interesses de grupos econômicos nacionais e estrangeiros (associados)?

A tentativa de manipulação de fatos, dados, a sociedade do espetáculo, alienada e conduzida como gado a um matadouro que representa inércia, passividade, medo?

Como vai ficar a televisão e como vai ficar o rádio num futuro próximo diante da internet?

Kamel vai ser a bola da vez como outros.

É prática comum nas máfias. Num determinado momento de um determinado “negócio” que deu errado, a saída é aposentar alguém, garantir-lhe um futuro “risonho” e tentar a volta por cima.

Todo esse processo respinga em Wiliam Bonner (“nada que possa prejudicar nossos amigos americanos”). Sobrevive.

A decisão, consumada a derrota de José FHC Serra, é recuar, mas não tão devagar, nem tão depressa. Não pode parecer fuga, muito menos provocação.

Que seja só um reajuste de comando para tempos novos. Tempos de dividir a exclusividade das transmissões de jogos de futebol e no bye bye Olimpíadas.

E agora, recuperar a credibilidade mínima, abalada pela insensata e irresponsável, de qualquer ângulo que se veja, adesão ao jornalismo marrom que permeia essa campanha eleitoral. Registre-se que jornalismo marrom é característica da GLOBO, surgida nos primórdios do golpe de 1964, na preparação da ditadura militar.

Não sei se chega a ser um nocaute, mas a GLOBO está nas cordas e um tanto tonta.

Quem sabe as mesmas náuseas que “abalaram” José FHC Serra após a bolinha de papel?

Vão fazer uma tomografia e buscar os tratamentos e medicamentos adequados para sobreviver.

Errata enviada por L. Braga: Enganei-me quanto à data da saída do jornalista Armando Nogueira da direção de jornalismo da Globo. O ano correto foi o de 1990. A Globo atendeu a um pedido de Collor de Mello, então presidente da República. A lembrança dos fatos me foi trazida pelo excelente e íntegro Eliakim Araújo, do "Direto da Redação".