Da Agência Brasil
Brasília - O Brasil subiu 13 posições e ocupa o 58º lugar no ranking mundial de liberdade de imprensa, divulgado nesta quarta, 20, pela organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras. Segundo um comunicado da organização, a melhora na lista ocorreu graças a uma “evolução favorável na legislação” do país.
No topo do ranking de liberdade de imprensa estão, empatados em primeiro lugar, a Finlândia, Islândia, Holanda, Noruega, Suécia e Suíça. Na outra ponta da lista, estão o Turcomenistão (176º), a Coreia do Norte (177º) e a Eritreia (178º).
As informações são da BBC Brasil. “Um passo positivo foi dado às vésperas das eleições, com a revogação da lei que proibia caricaturar políticos”, disse o responsável pelas Américas da RSF, Benoît Hervieu.
Apesar da melhora do Brasil, Hervieu garante que é preciso prudência. “Ainda há problemas de violência” ligados à realização do trabalho da imprensa. Outro ponto negativo é a “censura prévia”, disse ele.
“A posição da mídia ao dizer que as palavras de Lula são uma ameaça à imprensa é exagerada.”
(Benoît Hervieu, da RSF - Repórteres Sem Fronteiras)
A ausência de violência grave contra a imprensa e uma maior sensibilização do Poder Público em relação ao acesso à informação também motivaram o salto do país. “Por último, o Brasil tem uma das comunidades mais ativas na internet”, diz o comunicado.
O relatório também destaca, em um capítulo intitulado Crescimento Econômico não Quer Dizer Liberdade de Imprensa, que o Brasil foi o único a evoluir no ranking entre o grupo do Bric (que inclui ainda Rússia, Índia e China). A Índia ocupa a 122ª posição na lista; a Rússia, a 140ª; e a China, a 171ª.
“Ainda existe uma forte censura prévia no Brasil. Nos últimos anos vimos uma multiplicação de ataques nesse sentido”, diz Hervieu. Para ele, a Justiça brasileira sofre influência de políticos e toma decisões “ridículas, como proibir a citação de nomes e sobrenomes” em reportagens.
Hervieu minimizou a troca de acusações entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e parte da imprensa nacional durante a campanha eleitoral. “A posição da mídia ao dizer que as palavras de Lula são uma ameaça à imprensa é exagerada.”