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domingo, 6 de maio de 2012

Vem aí o II Fórum Mundial de Mídia Livre

Durante a Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20, fazedores, especialistas e ativistas das mídias livres de vários países se reúnem na Escola de Comunicação da UFRJ para o II Fórum Mundial de Mídia Livre, encontro internacional do setor que estreou no Fórum Social Mundial Amazônico, em Belém. Para nós do EDUCOM o FMML tem significado especial, como fazedores de mídia livre e por termos colaborado na organização do primeiro Fórum nacional, em 2008. Confira a seguir uma apresentação - e uma convocação - para o encontro.

Centenas de representantes das mídias livres estão se preparando para ir ao Rio de Janeiro, em junho de 2012, para ajudar a fazer a Cúpula dos Povos da Rio+20, evento paralelo à Conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável. Trabalharão para difundir a voz dos povos reunidos na Cúpula, que em vez de falar em manejo do meio ambiente pelo poder econômico, falarão em caminhos para a justiça ambiental e social. Essas mídias terão uma agenda própria dentro da Cúpula, onde se encontrarão para realizar o II Fórum Mundial de Mídia Livre, além de cobrir as atividades e os temas da Rio+20.
O que são as mídias livres?
Comprometidas com a luta pelo conhecimento livre e por alternativas aos modelos de comunicação monopolizados ou controlados pelo poder econômico, as mídias livres são aquelas que servem às comunidades, às lutas sociais, à cultura e à diversidade. Praticam licenças favoráveis ao uso coletivo e não são negócios de corporações. Compartilham e defendem o bem comum e a liberdade de expressão para todo mundo e não apenas para as empresas que dominam o setor. Entendem a comunicação como um direito humano e, por isso, querem mudar a comunicação no mundo.
Quem é a mídia livre?
São sites ativistas e publicações populares, rádios e tvs comunitárias, pontos de cultura (no Brasil) e muitos coletivos atuantes nas redes sociais. Também são as agências, revistas e emissoras alternativas, sem finalidade de lucro, especializadas ou voltadas a trabalhar com as pautas propostas pelos movimentos sociais, sindicais, acadêmicos ou culturais. Dentro ou fora desses espaços, também são mídia livre as pessoas – jornalistas, comunicadoras(es) e educomunicadoras(es), blogueiras(os), fazedoras(es) de vídeo, oficineiras(os) e desenvolvedores(as) de tecnologias livres que hoje constituem um movimento crescente pelo direito à comunicação.
O II Fórum Mundial de Mídia Livre
Depois de três fóruns no Brasil (Rio de Janeiro 2008, Vitória 2009 e Porto Alegre 2012), dois encontros preparatórios no Norte da África (Marrakesh 2011 e Tunis 2012), uma edição mundial (Belém 2009) e uma Assembléia de Convergência no Fórum Social Mundial (Dacar,2011), a mídia livre vai aos poucos construindo suas agendas, regionais e globais, que terão um avanço importante no Rio de Janeiro, com a segunda edição mundial.
O II Fórum Mundial de Mídia Livre se organizará através de painéis, desconferências (debates livres), oficinas e plenárias previstos para o Rio de Janeiro. Os formatos estão abertos. Participe! As atividades serão inscritas e organizadas pelos próprios coletivos e organizações interessadas em promovê-las, dentro de um programa construído coletivamente e orientado por eixos que apontam para a relação entres as mídias livres e o direito à comunicação, as políticas públicas, a apropriação tecnológica e os movimentos sociais. A agenda global está em processo de construção.
1. O direito à comunicação
O direito à comunicação precisa ser garantido e respeitado como um direito humano, mas é constantemente ameaçado ou mesmo negado em muitos lugares do mundo, com emprego de extrema violência. Um dos aspectos desse direito é a liberdade de expressão, hoje assegurada somente para as empresas que controlam grandes cadeias de comunicação e entretenimento, que não querem a sociedade participando da gestão do sistema, e para governos que ainda temem a comunicação livre como ameaça à segurança do país ou à sustentação do poder. O direito a comunicação deve ser conquistado em um sentido integral, para além do acesso à informação manipulada pelo mercado ou grandes poderes, englobando acesso e uso dos meios, democratização da infra-estrutura e produção de conteúdos, e expressão da diversidade artística e cultural e pleno acesso ao conhecimento.
O Fórum Mundial de Mídia Livre terá pautas e debates sobre o direito à comunicação em diferentes contextos, como a África e o México, por exemplo, onde a violência contra jornalistas e comunicadores(as) tem sido pauta prioritária dos movimentos de comunicação.
2. Políticas públicas
A Ley de Medios da Argentina repercutiu com força em processos regionais e preparatórios do FMML, como em Porto Alegre e em Marrakesh, com testemunhos de ativistas e pesquisadores de comunicação daquele país, e deve novamente ser um dos assuntos do II FMML, seja por ter oferecido um modelo de legislação mais democrática que pode inspirar outros países, seja pela forte reação contrária que provocou nas grandes corporaçães do setor da comunicação. Mas não será o único caso de regulação e políticas públicas de interesse das mídias livres.
Ao ser realizado no Brasil, o II FMML deve jogar peso das agendas das mídias livres para a comunicação no país, o que significa que o governo precisa encaminhar as propostas da sociedade civil brasileira para um novo marco regulatório das comunicações, democratizando o setor; que as rádios comunitárias devem ter atendidas sua pauta de reivindicações, com anistia aos radialistas presos e condenados, e que o Congresso precisa votar e aprovar o Marco Civil da Internet, que pode ser modelo para assegurar a neutralidade da rede.
A mídia livre deve jogar peso também na retomada das políticas da área cultural que tinham os pontos de cultura, as tecnologias livres e as filosofias “commons” como carros chefes, em contraste com o claro retrocesso que hoje se verifica no setor.
Leis, regulações e o papel do Estado na promoção do direito à comunicação já são parte dos debates das mídias livres em diferentes países e devem movimentar a agenda do II FMML.
3. Apropriação tecnológica
Se antes eram os meios alternativos que buscavam formas colaborativas e compartilhadas de produzir comunicação, hoje são as grandes corporações que dominam o setor e atraem milhões de pessoas para as suas redes sociais. No entanto, o ciclo de expansão dessas redes também tem sido uma fase de coleta, armazenamento e transformação de dados pessoais em subsídios para estratégias de mercado e comportamento, além da padronização do uso da rede em formatos pré-ordenados e possibilidade de supressão de páginas ou ferramentas de acordo com os interesses corporativos. Soma-se a este controle a movimentação da indústria do direito autoral e das empresas de telecomunicação para aprovar leis que permitam associar vigilância à punição arbitrária de usuários, em favor dos negócios baseados na exploração e uso da rede.
As liberdades e a diversidade da internet dependem da liberdade de acesso, proteção de dados pessoais, abertura de códigos, apropriação de conhecimentos e construção de conexões alternativas, de autogestão das próprias redes. Estes serão debates marcantes do II FMML, mobilizando desenvolvedores e ativistas do software livre, defensores da neutralidade da rede, educomunicadores e oficineiros e movimentos interessados em democratizar o acesso à tecnologia, universalizar a banda larga, e assegurar a apropriação dos recursos de comunicação, sejam ferramentas de edição de vídeos, transmissão de dados pela rede, seja a própria radiodifusão comunitária.
Desenvolvedores, coletivos e comunidades adeptas das redes livres, abertas e geridas fora dos interesses do mercado, se encontrarão neste eixo para debater um PROTOCOLO para as redes livres, capaz de facilitar sua interconexão sem destruir sua diversidade.
4. Movimentos sociais
As mídias livres e o exercício da comunicação em rede tem sido fundamentais para facilitar a articulação e dar a devida visibilidade às mobilizações de rua desde a primavera árabe, enfrentando regimes ao Norte da Africa, a ditadura das finanças na Europa, e o próprio sistema capitalista nos Estados e nas ocupações que também ocorrem no Brasil e países da América Latina.
Além dos chamados ativismos globais, os movimentos sociais tem assumido que a comunicação é estratégica para fortalecer suas lutas, impondo a crítica cotidiana da grande mídia e o uso de meios alternativos para falar à sociedade e defender-se da criminalização. Cada vez mais fica claro que o direito de expressar essas vozes contestadoras da população exige o engajamento dos movimentos sociais no movimento por uma outra comunicação. Este debate, no II FMML, concretiza o fato de que as mídias livres são, de um lado, a comunicação que se ocupa das lutas sociais e, de outro, os movimentos sociais que lutam também pela comunicação.
O II FMML, o FSM e a Cúpula dos Povos
O Fórum de Mídia Livre, em seus processos regionais ou internacionais, se insere no processo do Fórum Social Mundial, adotando sua Carta de Princípios e contribuindo com subsídios e práticas para a construção de suas políticas de comunicação.
Na Cúpula dos Povos, as mídias livres utilizarão o conceito de Comunicação Compartilhada, construído no percurso histórico do Fórum Social Mundial, e fundado na idéia de que recursos, espaços e atividades podem ser compartilhados para ações midiáticas comuns de interesse das lutas sociais. As mídias livres contribuirão ainda com propostas e debates para fortalecer a agenda dos Bens Comuns, onde comunicação e cultura são grandes bens da humanidade, indissociáveis da Justiça Ambiental e Social, e para inserir o direito e a defesa da comunicação nos documentos, agendas e propostas dos povos representados por seus movimentos sociais no Rio de Janeiro.
***
II Fórum de Mídia Livre
Quando: 16 e 17 de junho de 2012
Onde: Rio de Janeiro, RJ – Brasil, no contexto da Cúpula dos Povos na Rio+20
Locais das atividades: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, campus da Praia Vermelha), com a programação central, debates, oficinas e plenária
Cúpula dos Povos: 15 a 23 de junho
Aterro do Flamengo: coberturas compartilhadas, Laboratório de Comunicação Compartilhada, Fóruns de Rádio e TV, oficinas, Assembleia de Convergência sobre Mercantilização da Vida e Bens Comuns.
Sites
www.forumdemidialivre.org
www.freemediaforum.org
www.cupuladospovos.org.br
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sexta-feira, 17 de junho de 2011

O CONTROLE DA INFORMAÇÃO



Laerte Braga


As diversas manifestações estudantis em vários pontos do Brasil, basicamente em protesto contra aumento de tarifas de transportes coletivos urbanos, começam a ganhar um vulto maior e atrair lideranças sindicais e os cidadãos comuns.

Num dado momento dessa reta houve e está acontecendo a intercessão do perceber a necessidade de acordar, levantar, sacudir a poeira da verdade única e ir às ruas mostrar o desejo de uma sociedade diferente da que temos, calcada na verdade única e absoluta do capitalismo.

A mídia exerce papel preponderante nesse processo. No Brasil, como de resto em muitos países, a chamada mídia privada (redes nacionais de rádio e tevê, jornais e revistas) é propriedade de algumas famílias, pouco mais de oito, literalmente a palavra família nesse caso tem o sentido mafioso.

A importância do controle da informação antiga. À época da guerra fria os dois lados faziam uso de potentes emissoras de rádio para veicular suas verdades, ou os fatos segundo seus interesses.

O mundo como é hoje, sob a tutela de uma única potência assentada em milhares de ogivas nucleares e com caráter terrorista, faz com que a informação seja decisiva noutra ponta do processo. O de desinformar e alienar o que levou um apresentador do principal telejornal brasileiro (o de maior audiência) a rotular o telespectador de idiota, comparando-o ao personagem Homer Simpson de uma famosa série de tevê nos EUA.

A rede mundial de computadores é uma realidade que neste momento coloca os donos do mundo (e da informação) em alerta. Acendeu a luz laranja, em alguns momentos a luz vermelha.

A necessidade de domar esse instrumento de liberdade está manifesta na farsa montada contra Julian Assange, fundador do site WIKIELEAKS, que trouxe a público documentos secretos do governo de Washington e revelou toda a barbárie, todo o cinismo que se esconde por trás da tal democracia exportada pelo complexo terroristas EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A para o resto do mundo.

Toda a teia intrincada de manobras, assassinatos seletivos, mentiras para justificar guerras, tortura, enfim, o que se possa imaginar em termos de boçalidade e principalmente objetivo final de controle absoluto de todo o mundo. O governo mundial submetido a verdade única (criada por eles, vendida por eles), bem mais cruel que o que se leu e se viu em O ADMIRÁVEL MUNDO NOVO de Aldous Huxley, ou em 1984, de George Orwell.

O grande irmão é uma realidade.

Na prática, regredimos à Idade Média e já é possível encontrar filmes produzidos em Hollywood (meca do capitalismo/sionista), uma perspectiva de mundo destroçado, mas repleto de tecnologias de destruição (MAD MAX, lançado em 1979 na Austrália, dirigido por George Miller e que acabou conferindo a Mel Gibson o status de estrela do mundo do cinema).

Num futuro não tão distante do que temos hoje, num quadro apocalíptico, num deserto, gangues de motociclistas lutam pelo poder e aterrorizam as populações por um pouco de gasolina.

Qualquer semelhança com a ação dos EUA no Oriente Médio não é mera coincidência. O país sumiu, dissolveu-se, hoje é um complexo antevisto pelo general e ex-presidente Dwight Eisenhower (complexo industrial e militar), controlado por empresas petrolíferas, indústria de armas e setor financeiro. O próprio cidadão norte-americano perdeu sentido nesse processo, à medida que o ATO PATRIOTICO, base do terrorismo de Estado, permite o assassinato sem julgamento daqueles suspeitos de atos anti-EUA.

Esse terror se espalha pelo mundo inteiro e neste momento dissolve a Grécia, a Irlanda, a Espanha, como o fez com a antiga Grã Bretanha (hoje Micro-Bretanha), começa a chegar a Portugal e certamente vai chegar ao Brasil. Os últimos dados da política externa dos EUA mostram a secretária de Estado Hilary Clinton, uma das operadoras do terror, jantando com ex-presidente sul-americanos, dentre eles FHC, discípulos dessa seita doentia e insana, acima de tudo amoral.

Julian Assange está em prisão domiciliar na Inglaterra acusado de crimes sexuais, farsa montada pelo governo norte-americano através da colônia européia chamada Suécia, à espera de ser extraditado ou não e em seguida entregue a Washington, onde, é óbvio, vai sumir num campo de concentração Guantánamo ou qualquer outro.

A OTAN – ORGANIZAÇÃO DO TRATADO ATLÂNTICO NORTE –, principal braço terrorista do complexo na Europa, está alarmada com a presença de hackers identificados como ANONIMOUS, que invadiram seus computadores, seus sistemas de defesa e mostraram ao mundo que o ataque cruel e covarde à Líbia tem objetivos bem diversos daqueles veiculados pela GLOBO no Brasil, ou qualquer outra similar, o enorme braço midiático do terrorismo.

Jovens em todas as partes começam a se levantar à revelia de partidos carcomidos pelo poder de suas cúpulas podres (vale para o PT no Brasil) e a ir às ruas a partir de intensas mobilizações em redes sociais na Internet, sem uma definição precisa do que querem, muitas questões pontuais, mas acima de tudo um grito sobre o que não querem.

O modelo capitalista vigente, escravagista e que transforma o ser humano em robô, em peça de uma engrenagem perversa e montada em colunas imensas de hipocrisia.

Uma pesquisa recente revela que a maioria dos jovens não enxerga nos partidos a opção por mudanças e têm a Internet como “ferramenta política”.   

A pesquisa foi realizada pela AGÊNCIA BOX 1824 e o Instituto Data Folha (ligado à FOLHA DE SÃO PAULO, um dos principais instrumentos da ditadura militar no Brasil, inclusive cúmplice de assassinato de presos políticos e hoje, porta-voz do braço partidário dos EUA, o PSDB).

Não há isenção no dado em si, ou boa informação na sua divulgação. Os resultados servem para orientar a necessidade – que é mundial do terrorismo de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A – de buscar caminhos para cercear a liberdade absoluta da rede mundial de computadores e ao mesmo tempo retomar o controle sobre a juventude.

Mais ou menos como em LARANJA MECÂNICA, livro do escritor inglês Anthony Burgess, que o notável diretor Stanley Kubrick transformou em um filme extraordinário e revelador do caráter opressor e doentio das elites políticas e econômicas inspiradas pelo poder divino do qual se revestem em sua hipocrisia santa.

Os dados revelados pela pesquisa são expressivos para uma análise simples.

Vamos voltar ao Espírito Santo e as manifestações estudantis. No estado não existe propriamente um governador, mas um capataz de empresas. O dinheiro público sustenta – estamos falando de informação – uma das muitas redes regionais de comunicação onde a venalidade é a regra geral, o item principal da razão de ser, falo da REDE GAZETA. Tevê (retransmite a GLOBO), rádio e jornal.

Noticiar as manifestações tudo bem, é um fato jornalístico. Definir as manifestações é outra história. É justificar o dinheiro público que sustenta a empresa (se sair esse dinheiro quebra). Dentro dessa lógica os protestos são noticiados, os manifestantes transformados em “baderneiros” e a Polícia Militar (organização terrorista escorada no tal mundo institucional) é sempre “obrigada” a intervir com “vigor”, para evitar “danos ao “patrimônio público” (esse patrimônio é usado por eles donos, para eles, serve a eles, mas é pago pelo cidadão comum).

À época da ditadura militar um dos instrumentos usados na resistência era repassar a barbárie do regime de terror à imprensa estrangeira para que repercutisse no País e poucos brasileiros pudessem tomar conhecimento do que de fato acontecia, tendo em vista a censura e a submissão de jornais, rádios e tevês como a GLOBO, a FOLHA DE SÃO PAULO, etc. Mas era e foi essencial para desmascarar a farsa democrática decidida em Washington.

Quando acontece, por exemplo, um crime como o que vitimou o ambientalista Chico Mendes, líder dos seringueiros na Amazônia e personagem mundial por sua luta, é como se um pouco de água tivesse feito transbordar o copo e aí não tem jeito. A notícia é dada, o fato é revelado e os responsáveis pelo crime demonizados, mas permanecem impunes, como garantidos permanecem os seus negócios, na exata medida que o assunto fica logo esquecido, ao contrário do caso Nardoni, onde a exacerbação do crime – que não tem motivos políticos e nem causa danos ao modelo, o que é fundamental para eles – se torna fator de alienação. De comoção nacional.

Qualquer mulher melancia, ou mulher laje mostrando seus atributos ao mercado será sempre bem vinda, ao contrário de protestos contra governos e empresas que controlam a mídia e fazem da mídia braço do controle que exercem sobre o País, no caso o Brasil.

A tevê RECORDE iniciou no último domingo uma série de reportagens sobre irregularidades cometidas por Ricardo Teixeira, presidente da CBF – CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL –. Ano passado a justiça decidiu contra a GLOBO sobre o direito de transmissão dos jogos do campeonato brasileiro e a RECORDE, como outras, entrou na briga junto aos clubes e a CBF para ficar com esse filé mignon do futebol – milhões de reais e índices elevados de audiência –,

Na briga das máfias da comunicação a GLOBO levou vantagem. Fez ofertas melhores que a RECORDE, que a REDE TEVÊ, manteve a exclusividade de transmissão de jogos do campeonato brasileiro. Briga de máfias.

Neste momento Ricardo Teixeira passa a não prestar para a RECORDE. Fosse o contrário, não prestaria para a GLOBO. No duro mesmo não presta para nada. Não há coragem alguma e nem compromisso com a informação séria nas denúncias contra o presidente da CBF. Há interesses e pseudo-jornalismo livre, independente.

A RECORDE pertence a um grupo de mafiosos liderados por Edir Macedo, com projetos políticos para o Brasil e ligado a estranhas operações da CIA e da MOSSAD em países do Oriente Médio. Tenta implantar seus templos/lojas de dízimo para ludibriar incautos cidadãos, na mesma forma que, neste momento, tenta mostrar jornalismo independente, tudo com objetivo político e ganhos, evidente.

Num dos programas da RECORDE, dentro de um planejamento estratégico, tático, uma cidade mineira foi alvo de reportagem sobre o terror dos bailes funks (droga, brigas de gangues, sexo em via pública, toda essa “cultura” vendida pela comunicação, vendida e combatida, uma ponta e outra).

Na semana seguinte o jornal O GLOBO circulou com um caderno especial sobre a dita cidade, acordo entre a Prefeitura – que é tucana, mas poderia ser petista, ou DEMocrata, é um clube de amigos e inimigos cordiais- e a empresa, publicidade arrecadada entre empresários muitos deles distantes dos objetivos do tal caderno e verba pública para custear o grosso do negócio.

A denúncia feita pela RECORDE é correta, até porque o jornalista que a fez é sério, ao contrário do caso Ricardo Teixeira. Mas o jogo dos grandes grupos não, e está presente em cada momento da comunicação no Brasil.

A expressão progressista encobre uma artimanha da falta de coragem de assumir o viés de luta popular. Falo agora de Internet. Antônio Ermírio de Moraes que devasta florestas Brasil afora e planta milhões de pés de eucaliptos para manter seus negócios, poderia se auto rotular progressista. Por que não? Na cabeça dele ele leva progresso onde chega. Como o cavalo de Átila. A grama não medra, mas é progresso, no entendimento deles e nas loas tecidas pela mídia.

Há um outdoor célebre quando da implantação da ARACRUZ no Espírito Santo, em que a agência de publicidade colocou o seguinte – “A ARACRUZ TRAZ O PROGRESSO, A FUNAI TRAZ OS ÍNDIOS”.

Ora a empresa e Ermírio de Moraes tomou, saqueou, roubou propriedade dos índios que estão lá desde a descoberta do Brasil. No afã de enganar o cidadão comum com essa conversa de progresso (dele e dos seus evidente), cunhou essa “preciosidade” preconceituosa e criminosa.

O ministro das Comunicações Paulo Bernardo vai dizer a “progressistas” que entregar a banda larga às grandes empresas de comunicação é um excelente negócio, vai levar Internet a todos os brasileiros e propiciar “democracia” nas comunicações. Progressistas vão bater palmas e achar que é assim.

Mas é o contrário. O custo da banda larga “democrática” que o ministro das empresas vai vender é pelo menos três vezes maior que a banda larga administrada pelo Governo ou pela comunidade.

Mas progressistas vão bater palmas.

O governo Dilma Roussef até agora é uma sucessão de equívocos, de biruta desgovernada, de direção contrária aos compromissos assumidos em campanha, mas chapas brancas vão estremecer de emoção à vista do ex-ministro José Dirceu, uma espécie de Cauby Peixoto da política (as fãs tentam agarrar, arrancar pedaços da roupa, etc, etc).

Mas e daí? É o que temos, o que escolhemos no segundo turno (votei em Ivan Pinheiro e depois em Dilma por exclusão).

Só que a presidente está prestes a transformar a PETROBRAS em única empresa petrolífera do mundo a não dispor de uma frota de petroleiros própria. Vai privatizar o esquema.

Os progressistas vão dizer que a decisão é fundamental para avançar mais à frente noutros pontos. Que pontos? Ajoelhar quando os colonizadores instalarem suas bases/negócios?
O tal Programa de Modernização e Expansão da Frota da Petrobras (PROMEF) está repassando a uma empresa chamada SETE BRASIL, a responsabilidade pela construção de 49 navios contratados pelo programa.

A PETROBRAS tem dez por cento da empresa SETE BRASIL, junto com a PREVI, PETROS, FUNCEF E VALIA e os bancos BRADESCO E SANTANDER os restantes noventa por cento. São os donos da frota petrolífera da empresa estatal. Está privatizada no acordo.

O governo é de Dilma, eleita por Lula, prometeu o contrário, não tem nada de progressista.

Essa empresa vai ser responsável pela construção futura de sondas para exploração do pré-sal. O dinheiro sai do cidadão via BNDES, os bancos lucram e o Brasil fica a ver os navios da privatização.

Progressismo?

O governo pagou a revitalização dos estaleiros existentes, a construção do estaleiro Atlântico Sul, mas os juros e os prazos para a SETE BRASIL são menores e subsidiados com prazos maiores, além das tarifas pagas a PETROBRAS menores que as de mercado, digamos assim, o custo dos afretamentos maiores (para a PETROBRAS que vai pagar por seus próprio navios), para “remunerar o capital desta nova empresa formada por banqueiros”. 

Quem pode dizer que isso não é ser progressista?

É outra tentativa de controle da informação principalmente na Internet. Mas por trás disso estão inocentes e ingênuos lutadores, ludibriados por espertalhões dos grandes negócios da comunicação.

A luta que os estudantes do Espírito Santo, de São Paulo e várias partes do País nos mostra é que a comunicação não pode ter dono é nem sempre o que parece ser o é de fato.

Caso de Dilma (até agora pelo menos) e dos tais “progressistas”.

Entreguistas cairia melhor.

O artigo está grande, extenso? Certas coisas precisam ser bem explicadas para que não haja dúvidas e esse tipo de argumento é falta do que falar sobre o que está sendo dito. Antes o risco de ser prolixo, ou a realidade de ser hipócrita ou cúmplice

quinta-feira, 7 de abril de 2011

" O poder da comunicação: a mídia contra o povo"

Dias 16 e 17 de abril, sábado e domingo, no Rio de Janeiro, os meios de comunicação serão a pauta do encontro O poder da comunicação: a mídia contra o povo. A proposta é estimular o debate sobre crítica à mídia e analisar impactos e formas de manipulação no jornalismo, na arte e na publicidade. O público-alvo são as vítimas dos meios de comunicação e o evento pretende ser um estímulo à reflexão sobre o papel opressivo da mídia. Será no auditório do Sindipetro-RJ, na av. passos, 34.  Será distribuído certificado aos participantes que se inscreverem com antecedência pelo endereço midiacontraopovo@gmail.com.

Programação

Dia 16, sábado:

9h – 12h - Linguagem e construção da informação:  Paula Máiran, Lívia Duarte  e Rodrigo Gueron  13h30 - 16h30 – Arte e publicidade: Eudemar de Souza e Claudia de Abreu

Dia 17, Domingo:

9h - 12h -Casos de Discriminação: Negros e Mulheres; Gas-Pa e Denise Viola

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Blog do Rovai: Nova ministra sinaliza com retrocesso nas políticas de democratização da cultura

Em dois posts oportunos, o jornalista-blogueiro Renato Rovai mostra por que devemos nos preocupar com o Ministério da Cultura sob gestão de Ana de Hollanda.

Ministra da Cultura dá sinais de guerra ao livre conhecimento

A ministra da Cultura Ana de Holanda lançou uma ofensiva contra a liberdade do conhecimento. Na quarta-feira pediu a retirada da licença Creative Commons do site do Ministério da Cultura, que na gestão de Gilberto Gil foi pioneiro em sua adoção no Brasil.

O exemplo do MinC foi àquela época fundamental para que outros sites governamentais seguissem a mesma diretriz e também publicassem seus conteúdos sob essa licença, como o da Agência Brasil e o Blog do Planalto.

A decisão da ministra é pavorosa porque, entre outras coisas, rasga um compromisso de campanha da candidata Dilma Roussef. O site de sua campanha foi publicado em Creative Commons o que denotava compromisso com esse formato.

Além desse ato simbólico, que demonstra falta de compromisso com o livre conhecimento, a ministra pediu o retorno ao Ministério da Cultura do Projeto de Lei de Revisão dos Direitos Autorais, que depois de passar por um debate de sete anos e uma consulta pública democrática no governo Lula, estava na Casa Civil para apreciação final e encaminhamento ao Congresso Nacional.

O que se comenta é que a intenção da ministra é revisar o projeto a partir das observações do ECAD, um órgão cartorial e que cumpre um papel danoso para a difusão da cultura no Brasil.

Para quem não conhece, o ECAD é aquele órgão que entre outras coisas contrata gente para fiscalizar bares e impedir, por exemplo, que um músico toque a música do outro. É uma excrescência da nossa sociedade cartorial.

Este blog também apurou que Ana de Holanda pretende nomear para a Diretoria de Direitos Intelectuais da Secretaria de Políticas Culturais o advogado Hildebrando Pontes, que mantém um escritório de Propriedade Intelectual em Belo Horizonte e que é aliado das entidades arrecadadoras.

Como símbolo de todo esse movimento foi publicado ontem no site do Ministério da Cultura, na página de Direitos Autorais, um texto intitulado “Direitos Autorais e Direitos Intelectuais”, que esclarece a “nova visão” do ministério sobre o tema. Vale a leitura do texto na íntegra , mas segue um trecho que já esclarece o novo ponto de vista:

“Os Direitos Autorais estão sempre presentes no cotidiano de cada um de nós, pois eles regem as relações de criação, produção, distribuição, consumo e fruição dos bens culturais. Entramos em contato com obras protegidas pelos Direitos Autorais quando lemos jornais, revistas ou um livro, quando assistimos a filmes, ou simplesmente quando acessamos a internet.”

Essa ofensiva de Ana de Holanda tem várias inconsistências e enseja algumas perguntas:

A principal, o governo como um todo está a par desse movimento e concorda com ele?

Afinal a presidenta Dilma Roussef se comprometeu, como Ministra da Casa Civil e candidata à presidente da República, a manter o processo de revisão dos direitos autorais e promover a liberdade do conhecimento. E um desses compromissos foi firmado na Campus Party do ano passado, em encontro com o criador das licenças Creative Commons, Lawrence Lessig.

O atual ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, quando candidato ao governo de São Paulo, também se comprometeu com esta luta, inclusive numa reunião que contou com a presença deste blogueiro, na Vila Madalena, em São Paulo.

O que a atual presidenta e o ministro Mercadante pensam desta inflexão?

E o pessoal do PT ligado à Cultura, o que pensa disso?

Muitos dos militantes petistas da área comemoraram a indicação de Ana de Holanda.

Alguns entraram em contato com este blog para dizer que os compromissos anteriores não seriam rasgados.

E agora, o que eles pensam dessas decisões da ministra?

Dilma Roussef foi eleita também para dar continuidade ao governo Lula. Se havia interesse em revisar certas diretrizes na área da Cultura e que vinham sendo implementadas com enorme sucesso e repercussão nacional e internacional, isso deveria ter ficado claro. Isso deveria ter sido dito nos diversos encontros que a candidata e gente do seu partido tiveram com esses setores.

Essas primeiras ações do MinC não são nada alentadoras. Demonstram um sinal trocado na política do ministério exatamente no que de melhor ele construiu nos anos de governo Lula.

Não há como definir de outra forma essa mudança rota: é traição com o movimento pela democratização da cultura e da comunicação.

A ministra precisa refletir antes de declarar guerra a esse movimento social.

E o PT precisa assumir uma posição antes que seja tarde.

Porque na hora H, não é com o povo do ECAD e com o da indústria cultural que ele conta.

PS: Conversei com um amigo que entende de conteúdos licenciados em Creative Commons e ele me disse que a decisão da ministra de mudar o licenciamento do site vale exatamente nada no que diz respeito ao que foi produzido na gestão anterior.

Aquele conteúdo foi ofertado em Creative Commons e o Ministério não pode simplesmente revogar a licença de uso.

Se isso for feito, o Ministério infringe a licença Creative Commons e se torna um infrator de direitos.

MinC: O debate é entre o comum e o privado

O texto (acima) sobre a decisão do MinC de retirar do seu site a licença Creative Commons e ao mesmo tempo solicitar à Casa Civil o projeto de Direitos Autorais causou polêmica tanto neste blog quanto em outros espaços que o republicaram.

A maior parte dos internautas manifestou preocupação com as medidas. Um setor menor, mas não inexpressivo, preferiu acusar o autor do texto tanto de estar a serviço de interesses imperialistas como de fazer parte de uma “frente” anti Ana de Hollanda.

A acusação de imperialista cultural por defender o licenciamento em Creative Commons é tão tacanha que me permito não respondê-la.

Em relação ao fato de fazer jogo deste ou daquele grupo, registro que participo de debates culturais há algum tempo e por isso conhecia alguns dos principais colaboradores da gestão anterior no ministério.

Mas também conheço e admiro alguns dos que ganharam espaço com Ana de Holanda.

Ou seja, não é essa a questão. Ela é outra, bem outra…

O fato de o Minc deixar de licenciar o seu site em Creative Commons foi um ato político. Uma declaração de que há uma nova postura no ministério em relação ao debate dos direitos autorais.

A nota que o ministério emitiu alegando que só trocou a licença por uma frase em português liberando o conteúdo não dá conta do problema. Em relação a isso, vale a pena ler a matéria da revista Rede em que o professor Ronaldo Lemos , da Fundação Getúlio Vargas, explica as diferenças.

Há outras tantas que poderiam ser listadas. Quem sabe num outro post…

O ponto central que quero discutir nesse novo texto é que a retirada do CC do site do ministério parece indicar que a política nesta área de direitos autorais vai ser modificada. O que muda muita coisa.

Ao que muda então.

No governo Lula, o MinC foi aliado da luta para garantir que os bens culturais pudessem ser acessados por toda a população e trabalhou no sentido de construir pontes para debater novas formas de financiamento para o produtor cultural.

Isso equivale dizer que o Estado fez seu papel republicano e democratizante e não atuou como um despachante de interesses privados ou de corporações.

Quando se fala em mudar o sinal e reforçar a velha lógica dos direitos autorais o que se está sinalizando? Entre outras coisas que o ministério vai trabalhar entendendo o “direito” do artista (de poucos, diga-se de passagem) como mais relevante do que o da difusão da cultura.

Dá pra dizer também, em outras palavras, que a manutenção da indústria cultural importa mais do que a possibilidade do livre conhecimento para todos.

Quando se fala em livre conhecimento, entre outras coisas se quer dizer que se é contra criminalizar alguém por baixar música da internet ou por fazer uma cópia de um livro na faculdade.

Que se é contra impedir uma banda do interior de executar Tom Jobim porque não recolheu a grana do ECAD.

Que se é contra impedir um grupo de jovens de apresentar um espetáculo de teatro de um autor nacional importante só porque sua família não autorizou.

Ser a favor do livre conhecimento é lutar para que a maior parte dos produtos culturais esteja disponível na rede e que o maior número de brasileiros tenham acesso a eles a partir de um acesso, se possível, público e gratuito à rede.

Isso quer dizer que o livre acesso ao conhecimento não pode se submeter ao interesse comercial e privado de alguns, mas não significa que os artistas não devam ser remunerados pelo seu trabalho.

Mas significa sim que nem eles (artistas) e nem ninguém podem ser censores da difusão da obra cultural.

O que se espera de um MinC de um governo como o de Dilma é que se ele não vier a se associar a esta luta de forma clara, ao menos seja um instrumento de mediação do confronto entre os que defendem a produção cultural como algo privado. E os que a entendem como bem coletivo.

Para os que a entedem como bem coletivo é preciso libertar a produção cultural do todo poderoso mercado e impedir que seja tratada tão somente como mercadoria.

Na opinião desses, esse é o um dos papéis fundamentais do MinC e tem, sim, relação com a posição o ministério vai adotar na questão dos direitos autorais.

Este blog espera que a ministra Ana de Hollanda e os novos gestores do ministério estejam abertos para travar de forma republicana e democrática esse debate.

Ele é um debate central e guarda relação com a sociedade que desejamos construir, a do comum ou a do privado.

Não é perfumaria e nem coisa de imperialista. E quem é intelectualmente honesto sabe disso.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Carta de despedida de Juca Ferreira do Ministério da Cultura

Nota do EDUCOM: uma das grandes perdas do governo após a troca de Lula por Dilma, ao lado de Franklin Martins, Marcio Pochmann e Samuel Pinheiro Guimarães (as duas últimas ainda a serem confirmadas).

Sorte e muito axé para o melhor ministro da Cultura da história. E que o Brasil conquiste a política pública de comunicação social que todos reivindicamos e merecemos.


Postada no blog do ex-ministro
Despeço-me do Ministério da Cultura com a certeza do dever cumprido. Aliás, fomos além do dever e das obrigações. Nos dedicamos de corpo e alma. Mas não me iludo, sei que muito ainda se poderia fazer e que muito precisa ser feito pela cultura de nosso país. Por isto não me considero plenamente satisfeito, mas me considero realizado.

Posso dizer, com tranquilidade, que estivemos à altura da grandeza histórica do governo Lula: tratando as coisas públicas com o máximo respeito, preparando o Ministério da Cultura para atender as necessidades e demandas culturais da sociedade, democratizando as políticas culturais, republicanizando nossas ações e responsabilizando o Estado com a diversidade cultural do país e com os direitos culturais dos brasileiros.

Buscamos nos relacionar com todo o corpo simbólico da nação, sem privilégios nem discriminações. Nos relacionamos positivamente com todos os governos municipais e estaduais, independente da coloração política do dirigente e tratamos a todos os artistas, criadores e produtores culturais de maneira igualmente respeitosa.

Contribuímos para que a cultura fosse incorporada ao projeto de desenvolvimento. A importância que a cultura adquiriu no governo Lula significa que não basta aumentar o poder aquisitivo dos brasileiros. É preciso muitas outras coisas, tais como meio ambiente saudável, educação de qualidade e acesso pleno à cultura.

A cultura em nosso país, na gestão do governo Lula, passou definitivamente a ser tratada como primeira necessidade de todos, tão importante quanto comida, habitação, saúde etc… Esta foi uma grande vitória. Talvez a maior de todas. Colocamos a cultura no patamar superior das políticas públicas no Brasil. E fomos além. Federalizamos, democratizamos e descentralizamos as ações do Ministério da Cultura. Procuramos seguir rigorosamente a orientação do presidente Lula, de atuar dentro dos padrões de um Estado democrático, republicano e responsável com o desenvolvimento cultural do país. Os projetos de lei que ainda tramitam no Congresso, tais como o Procultura e o Vale Cultura, entre outros, complementam essa nova institucionalidade favorável ao desenvolvimento cultural do país.

Estou convencido de que nada disto teria sido possível se não representássemos a vontade de uma grande maioria. Esta grande maioria que deu legitimidade ao convite feito pelo presidente Lula para que Gilberto Gil ocupasse a pasta da Cultura. A quem agradeço o convite para a seu lado caminhar boa parte desta jornada que me levou a ser ministro.

Agradeço, muito especialmente, ao presidente Lula a confiança que em mim foi depositada. A todo seu apoio à nossa gestão. Sem a sua compreensão quanto ao papel estratégico que a cultura ocupa para um projeto de nação, dificilmente teríamos chegado onde chegamos.

Despeço-me agradecendo também ao apoio recebido de tantos artistas, produtores culturais, investidores, profissionais e cidadãos. Consolidamos um novo patamar de participação e inclusão da sociedade na formulação e construção de políticas públicas para a cultura.

Quero também agradecer ao apoio recebido de todos os servidores do Ministério da Cultura, porque sem eles o MinC não teria sido bem sucedido.

Por fim, despeço-me desejando muito sucesso à presidente eleita e a nova ministra, me dispondo a colaborar em tudo o que estiver ao meu alcance para que conquistemos o Brasil que queremos, um Brasil de todos. Até logo.

Brasília, 31 de dezembro de 2010

Juca Ferreira, ministro de Estado da Cultura

“Na Cultura, o século XXI é o século do Brasil”

sábado, 11 de dezembro de 2010

#RIO BLOG PROG realiza dia 18 debate na sede dos Bancários

Informamos com prazer que os Blogueiros Progressistas do Rio de Janeiro realizam dia 18 de dezembro, próximo sábado, debate no Sindicato dos Bancários, centro da cidade, com participação de:

- Fabiano Santos, cientista político do Iuperj
- Bemvindo Siqueira, ator, humorista e diretor de teatro
- Carlos Latuff, cartunista
- Emir Sader, cientista político
Mediação: Miguel do Rosário

Tema: A função política da blogosfera no Brasil de hoje e de amanhã.

Local: Auditório do Sindicato dos Bancários - Av. Presidente Vargas, 502 - 21° andar. Centro. Sábado, 18 de dezembro de 2010. 14h. 

Após o debate, os blogueiros conversam sobre o Encontro Regional, a ser realizado em abril.

Mais informações: rioblogprog@gmail.com

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O cerco ao WikiLeaks

Antonio Luiz M. C. Costa, editor de internacional de CartaCapital. Do website
Entre as muitas ironias que produziu, uma das mais saborosas do caso WikiLeaks é ter dado oportunidade ao jornal russo “Pravda” de zombar do sistema legal e da censura nos EUA.

Depois de comentar mensagens do WikiLeaks que mostram o governo Obama pressionando Alemanha e Espanha para encobrir torturas praticadas pela CIA no governo anterior, o colunista e editor legal David Hoffman tripudia: “agora, dado que o fundador do WikiLeaks Julian Assange enfrenta acusações criminais na Suécia, fica também evidente que os EUA têm o governo sueco e a Interpol no bolso. Claro que não sei se Assange cometeu o crime do qual é acusado. Sei é que para o ‘sistema’ legal dos EUA a verdade é irrelevante. No minuto em que Assange revelou a extensão dos crimes dos EUA e seu encobrimento para o mundo, tornou-se um homem marcado”. Aproveita também para apontar a hipocrisia de conservadores e seus porta-vozes na imprensa, que querem as penas mais rigorosas possíveis para o WikiLeaks mas não tiveram dúvidas em expor a agente dos EUA Valerie Plame quando o governo Bush júnior quis punir seu marido, o ex-embaixador Joseph Wilson, por denunciar provas forjadas para justificar a invasão do Iraque.

A coluna tem data de 3 de dezembro. O cerco começara com a ordem de captura internacional do governo sueco que colocou o australiano Assange na lista de “alerta vermelho”, os mais procurados da Interpol, a serem monitorados a cada passo. Com um pretexto inusitado para uma operação desse porte, se não surreal: o fundador do WikiLeaks teria continuado a fazer sexo com uma sueca depois da ruptura de seu preservativo e se recusado a usá-lo com outra. Não há sequer um indiciamento formal e as duas acusadoras, Sofía Wilén e Anna Ardin enviaram mensagens por SMS e Twitter alardeando seus encontros com Assange logo após o fato, falando deles em tom elogioso e festivo. A segunda é nascida em Cuba e escreveu artigos para uma publicação anticastrista, sugerindo que pode haver o dedo da CIA no caso.

Na véspera, a Amazon expulsara o site wikileaks.org de seus servidores. No mesmo dia 3, o próprio endereço foi deletado pelo provedor estadunidense everydns.com. Foi rapidamente transferido para um domínio registrado na Suíça, wikileaks.ch, mas com parte dos arquivos hospedados no provedor francês OVH que, ameaçado com “consequências” pelo ministro francês da Indústria Eric Besson, entrou na justiça com uma consulta sobre a legalidade da ação.

No dia 4, a Switch, provedor suíço do novo endereço, disse que não atenderia às pressões estadunidenses e francesas para deletá-lo, mas o sistema PayPal de pagamentos via internet, uma subsidiária do eBay, cancelou a transferência de doações ao WikiLeaks. No dia seguinte, a OVH saiu da rede e os arquivos passaram a ser hospedados pelo Partido Pirata Sueco e passou a sofrer ataques de hackers, mas centenas de “espelhos” do site se multiplicaram pelo mundo. O WikiLeaks também distribuiu a todos os interessados uma cópia encriptada do arquivo completo, cuja chave será distribuída caso algo aconteça com o site ou seu fundador.

Nos dias 6 e 7, as redes Mastercard e Visa também cancelaram as doações ao WikiLeaks – embora, como tenha notado o editor de tecnologia do Guardian, nenhuma delas tenha problemas com encaminhar doações ao Ku-Klux-Klan. Além disso, o banco suíço PostFinance encerrou a conta de Assange com o pretexto de que ele “mentiu” ao fornecer endereço no país – também ridículo, pois ele seguiu a praxe e deu o endereço de um advogado em Genebra. Com essas operações, o WikiLeaks perdeu cerca de 133 mil dólares. Ainda no dia 7, Assange apresentou-se à Scotland Yard e foi preso sem direito a fiança.

Toda essa farsa foi levada ao palco porque as atividades de Julian Assange e do WikiLeaks não são realmente ilegais. Várias decisões jurídicas dos EUA, notadamente a decisão de 1971 que deu ao New York Times o direito de publicar os “Papéis do Pentágono”, concordaram em que a liberdade de imprensa garantida pela Constituição se sobrepõe à reivindicação de segredo do Executivo. O funcionário que vazou os arquivos oficiais pode, em princípio, ser processado, não a organização que aceitou o material e a publicou.

O fato é que Julian Assange é hoje um preso político, detido sob o mesmo tipo de falso pretexto que é devidamente ridicularizado quando usado para se deter um dissidente russo, chinês ou iraniano. Fosse os segredos de algum desses países que tivesse revelado, o fundador do WikiLeaks seria candidato automático a um Nobel da Paz.

Ao serem os segredos dos EUA os que o australiano se dispõe a divulgar – e o que pode vir a ser ainda pior, de seus grandes bancos e empresas (a começar, provavelmente, pelo Bank of America), como anunciou em entrevista à Forbes –, políticos e jornalistas de Washington e de seus aliados do Ocidente passam a considerar justo e aceitável que seja perseguido e preso pela Interpol sob acusações que matariam de rir os responsáveis pelos Processos de Moscou da era stalinista.

O Ocidente tem dificuldade cada vez maior em conviver com os direitos e garantias em nome dos quais julga ter o dever de impor sua vontade ao resto do mundo. Sente cada vez mais a necessidade de leis de exceção e estados de exceção, que pouco a pouco viram regra. O mundo vai descobrindo que é ilusório confiar na Internet como garantia de liberdade de informação.

WikiLula: presidente brasileiro protesta contra prisão de Julian Assange
Redação CartaCapital

Durante evento em que foi apresentado um balanço de quatro anos do PAC, nesta quinta-feira 9, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou solidariedade ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange. O presidente protestou contra o “cerceamento à liberdade de expressão na internet” e questionou a mídia brasileira por não defender Assange, recentemente preso por uma acusação de crimes sexuais na Suécia. O WikiLeaks divulgou milhares de documentos sigilosos sobre a guerra do Afeganistão e Iraque e, na última semana, começou a vazar uma série de telegramas secretos trocados pela diplomacia dos Estados Unidos.

Leia o trecho do discurso do presidente Lula:

"Pode colocar no Blog do Planalto o primeiro protesto, então, contra [o cerceamento à] a liberdade de expressão na internet, para a gente poder protestar, porque o rapaz (Julian Assange) estava apenas colocando aquilo que ele leu. E se ele leu porque alguém escreveu, o culpado não é quem divulgou, o culpado é quem escreveu. Portanto, em vez de culpar quem divulgou, culpe quem escreveu a bobagem, porque senão não teria o escândalo que tem. Então, Wikileaks, minha solidariedade pela divulgação das coisas e meu protesto contra [o cerceamento à] da liberdade de expressão." Mais

Wikileaks: O 1º preso político global da internet e a Intifada eletrônica

Geek - pessoa excêntrica ou performática obcecada com tecnologia, eletrônica, jogos eletrônicos ou de tabuleiro e outros; nerd pró-ativo (fontes: Dicionário "American Webster" e Wikipédia)

Idelber Avelar, de O Biscoito Fino e a Massa
Julian Assange é o primeiro geek caçado globalmente: pela superpotência militar, por seus estados satélite e pelas principais polícias do mundo. É um australiano cuja atividade na internet catupultou-o de volta à vida real com outra cidadania, a de uma espécie de palestino sem passaporte ou entrada em nenhum lugar. Ele não é o primeiro a ser caçado pelo poder por suas atividades na rede, mas é o primeiro a sofrê-lo de um jeito tentacular, planetário e inescapável. Enquanto que os blogueiros censurados do Irã seriam recebidos como heróis nos EUA para o inevitável espetáculo de propaganda, Assange teve todos os seus direitos mais elementares suspensos globalmente, de tal forma que tornou-se o sujeito mundialmente inospedável, o primeiro, salvo engano, a experimentar essa condição só por ter feito algo na internet. Acrescenta mais ironia, note-se, o fato de que ele fez o mais simples que se pode fazer na rede: publicar arquivos ".txt", palavras, puro texto, telegramas que ele não obteve, lembremos, de forma ilegal.

Assange é o criminoso sem crime. Ao longo dos dias que antecederam sua entrega à polícia britânica, os aparatos estatal-político-militar-jurídico dos EUA e estados satélite batiam cabeças, procurando algo de que Assange pudesse ser acusado. Se os telegramas foram vazados por outrem, se tudo o que faz o Wikileaks é publicar, se está garantido o sigilo da fonte e se os documentos são de evidente interesse público, a única punição passível, por traição, espionagem ou coisa mais leve que fosse, caberia exclusivamente a quem vazou. O Wikileaks só publica. Ele se apropria do que a digitalização torna possível, a reprodutibilidade infinita dos arquivos, e do que a internet torna possível, a circulação global da hospedagem dessas reproduções. Atuando de forma estritamente legal, ele testa o limite da liberdade de expressão da democracia moderna com a publicação de segredos desconfortáveis para o poder. Nesse teste, os EUA (Departamento de Estado, Justiça, Democratas, Republicanos, grande mídia, senso comum) deixaram claro: não se aplica a Primeira Emenda, liberdade de expressão ou coisa que o valha. Uniram-se todos, como em 2003 contra as “armas de destruição em massa” do Iraque. Foi cerco e caça geral a Assange, implacável.

Wikileaks é um relato de inédita hibridez, para o qual ainda não há gênero. Leva algo de todos: épica, ficção científica, policial, novela bizantina, tragédia, farsa e comédia, pelo menos. Quem vem acompanhando a história saberá da pitada de cada uma dessas formas literárias na sua composição. O que me chama a atenção no relato é que lhe falta a característica essencial de um desses gêneros: é um policial sem crime, uma ficção científica sem tecnologia futura, uma novela bizantina sem peregrinação, comédia sem final feliz, tragédia sem herói de estatura trágica, épica sem batalha, farsa sem a mínima graça. Kafka e Orwell, tão diferentes entre si, talvez sejam os dois melhores modelos literários para entender o Wikileaks.

Como em Kafka, o crime de Assange não é uma entidade com existência positiva, para a qual você possa apontar. Assange é um personagem que vem direto d'O Processo, romance no qual K. será sempre culpado por uma razão das mais simples: seu crime é não lembrar-se de qual foi seu crime. Essa é a fórmula genial que encontra Kafka para instalar a culpa de K. como inescapável: o processo se instala contra a memória.

O Advogado-Geral da União do governo Obama, que aceitou não levar à Justiça um núcleo que planejou ilegalmente bombardeios a populações de milhões, levou à morte centenas de milhares, torturou milhares, esse mesmo Advogado-Geral que topou esquecer-se desses singelos crimes e não processá-los, peregrinava pateticamente nos últimos dias em busca de uma lei, um farrapo de artigo em algum lugar que lhe permitisse processar Julian Assange. O melhor que conseguiram foi um apelo ao Ato de Espionagem de 1917, feito em época de guerra global declarada (coisa em que os EUA, evidentemente, não estão) e já detonado várias vezes - mais ilustremente no caso Watergate - pela Suprema Corte. Mais

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

EDUCOM nas ondas do rádio

Hoje é dia de falar de blogosfera, educomunicação e democratização da mídia... na Rádio Petroleira, projeto de webrádio do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria do Petróleo no Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ). A partir das 19 horas os editores do EDUCOM - Aprenda a Ler a Mídia, Zilda Ferreira e Rodrigo Brandão estarão ao vivo no programa "Democracia e Comunicação" . Clique aqui para acompanhar nossa entrevista com os companheiros Claudia de Abreu e Nato Kandhall, da Petroleira.

Comunicação e informação direitos de todos.

Saudações educomunicativistas.

Atualizando, às 21h: chegamos há pouco da Petroleira. O debate foi muito proveitoso e logo traremos post com cobertura, áudio e outros comentários. Uma vez mais agradecemos aos companheiros petroleiros do estado do Rio de Janeiro, representados na sua entidade sindical - Sindipetro/RJ, e aos jornalistas da Rádio Petroleira que tão bem conduziram o programa: os entrevistadores Claudia e Kandhall; o operador de rádio Jayme de Freitas.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Lula, na entrevista aos radialistas comunitários minutos atrás

"Não tenho conhecimento sobre tecnologia para dizer se rádio comunitária derruba avião. É evidente que preocupa se uma rádio, qualquer rádio, puder derrubar avião. Mas o que eu sei, companheiros, é que rádio comunitária derruba tubarão." 
(respondendo à pergunta "presidente, radicom derruba avião ou tubarão?")

Lula dá entrevista no Palácio do Planalto a 10 rádios comunitárias, a partir de 9h

Realização: Blog do Planalto.

Atualizando às 11h10 desta quinta: 5.000 pessoas de todo o Brasil, além de países como Argentina, Alemanha e EUA ouviram as mais de duas horas de entrevista. A coletiva com as radicom foi iniciada pouco depois das 9h - com sinal aberto a todas as rádios do país pelo canal da Voz do Brasil. Mais um momento histórico da luta pela democratização das comunicações. Parabéns a todos que participaram!

Saudações educomunicativistas.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Blogueiros de MG destacam revolução da Web, condenam 'AI-5 digital' e defendem integração da AL contra imperialismo

Por Rodrigo Brandão, da Equipe do EDUCOM*


JUIZ DE FORA - Internautas da mídia alternativa baseados na Zona da Mata mineira e região, além de convidados de outros pontos do Sudeste estiveram, durante a última semana, reunidos no campus da Universo de Juiz de Fora e espaços culturais da cidade para o 1º Encontro Regional de Blogueiros Progressistas - Blogs: A Revolução da Informação. A Carta aprovada pelos comunicadores você confere no final do post mas, a seguir, contaremos um pouco mais do que aconteceu por lá entre os dias 25 e 27. O Encontro da Zona da Mata, que teve debates e plenárias sábado, 27, é o primeiro desdobramento do Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, que aconteceu em agosto na cidade de São Paulo. Mostrou que os jornalistas da região vivem um momento de intensa mobilização para combater o discurso capitalista-neoliberal da mídia hegemônica, por uma articulada resistência aos avanços dos EUA e seus aliados contra a soberania da América Latina e na defesa de liberdade aos fazedores independentes das novas mídias.

Os blogueiros presentes ao Encontro, patrocinado pela Casa da América Latina, fizeram duras críticas à concentração econômica da mídia brasileira em apenas nove famílias, mas, confirmando o subtítulo do próprio evento, concordaram sobre o fato de que a internet abre possibilidades tempos atrás inimagináveis para disseminar conteúdos de pequenos comunicadores espalhados pelo país. Isto, segundo consenso entre os ativistas, tem impedido que os oligopólios da mídia falem sozinhos. Para realizarem de fato a revolução da informação, entendem que é hora de somar esforços, construindo veículos e ferramentas próprios para distribuir conteúdos, paralelamente abrindo canais de diálogo e articulação com movimentos de mídia ou não que resistem ao modelo neoliberal.

Venda do Google ameaça neutralidade da rede
Após comentários do professor universitário e dirigente comunista Edmilson Costa e do ex-prefeito de Juiz de Fora Tarcisio Delgado - blogueiro desde 2005 e respeitado na esquerda local como um dos líderes mais preocupados com a democratização das comunicações - sobre o difícil panorama da mídia no país, marcado pela concentração dos meios nas mãos de poucos e a serviço do capitalismo globalizante, o jornalista Laerte Braga, da comissão organizadora do 1º Encontro Regional, trouxe dados preocupantes para o campo da comunicação alternativa. Segundo Laerte, recentemente o Google foi comprado por um consórcio de corporações e investidores norte-americanos diretamente vinculados ao aparato político-militar do Império, tendo na linha de frente a CIA - Agência Central de Inteligência dos EUA.

Esses fatos, para Laerte, demonstram que "cada vez mais a mídia, mídia esta que é globalizada, já que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso abriu a possibilidade de estrangeiros participarem do capital das empresas brasileiras, se confunde com a própria hegemonia neoliberal". Segundo Braga, que escreve regularmente para blogs como o Café História, Rede Castor Photo, Brasil Mobilizado e este que você lê no presente momento, "num futuro bem próximo enfrentaremos não apenas a manipulação das corporações de imprensa locais, mas ainda os riscos de controle da informação pelo próprio Império, já que blogs como os nossos estão quase todos em servidores do sistema Google". "No Brasil, esses tentáculos das corporações tentando controlar o que se escreve na internet, ameaçando frontalmente a blogosfera, se materializam no PL 84/99, do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que chamamos de 'AI-5 digital' (referência ao Ato Institucional que a ditadura militar baixou em 1968, endurecendo de vez o regime). Laerte Braga explica que o projeto pretende "estabelecer todos os mecanismos de controle possíveis, a partir dos provedores, quebrando qualquer privacidade na internet".

Laerte Braga (esq.): grande mídia e controle da internet desafiam blogs

"No Brasil, até hoje, a única autoridade que se preocupou em quebrar o monopólio da Microsoft e fazer de fato política de software livre foi o (petista) Olívio Dutra, quando foi governador do Rio Grande do Sul (1999-2002)", lembra Laerte. Para o jornalista, a solução está em os blogueiros e demais internautas interessados em desafiar a hegemonia na informação apostarem numa comunicação engajada, militante, empenhada em desmoralizar os discursos dominantes e integrar suas lutas às pautas dos movimentos sociais do Brasil e do restante da América Latina. "Países como Venezuela, Argentina e Bolívia têm governos interessados em construir uma nova comunicação. É com eles que devemos estar. Precisamos construir frentes reunindo variados matizes da esquerda, com pluralidade e solidariedade", reivindica Laerte.

Braga critica interesses de "setores do próprio movimento blogueiro alienados das lutas populares", citando nomes conhecidos como Luis Nassif, Luiz Carlos Azenha e Paulo Henrique Amorim. "Não podemos aceitar que alguns jornalistas vinculados a redes de TV ou portais, que não são verdadeiramente militantes, mas, ao contrário, preocupam-se permanentemente com questões comerciais, tentem impor à blogosfera uma linguagem única, que em realidade não contradiz o modelo da mídia hegemônica. "Reconheço que Nassif, PHA e Azenha são jornalistas independentes, mas o que precisamos mesmo é de engajamento, pois queremos revolucionar a informação e o mundo."

Internet sem controle, um campo favorável à esquerda
O economista e professor universitário Edmilson Costa e o historiador Alex Lombello, ambos dirigentes do PCB e ligados à Rede Comunista de Blogs, defenderam ação conjunta das forças de esquerda para impedir a aprovação de qualquer instrumento legal, como por exemplo o "AI-5 digital" de Azeredo, que signifique controlar ou limitar a atuação dos comunicadores independentes na internet. "Temos hoje 60 milhões de computadores em uso no Brasil, com outros 8 milhões de brasileiros plugados à Web, sendo que 78% de nossos internautas tem entre 14 e 18 anos. Se todos os 68 milhões de 'navegantes' brasileiros estiverem ao mesmo tempo conectados, isso significa audiência superior a todas as redes de TV juntas. Ou seja, hoje temos reais condições de responder aos ataques maciços da mídia em tempo real, com eficiência", observou Costa, rechaçando a necessidade de regulação da internet. "Trata-se de uma mídia 'faca de dois gumes', mas também de um terreno que tem se mostrado favorável à esquerda".

Para Costa e o ex-prefeito Tarcisio Delgado, a hegemonia da juventude entre os internautas traz um alento e um desafio. "Temos possibilidades de colher ótimos frutos num curto prazo de tempo, se o capitalismo hegemônico, um 'gato de sete fôlegos', não encontrar formas de controlar a grande rede", disse Delgado. Emenda Edmilson Costa: "Não há dúvida que é uma ótima notícia a juventude brasileira estar maciçamente conectada, em números impressionantes até em nível mundial, mas diante disso precisamos ter em mente a necessidade estratégica de nos abrirmos às redes sociais, onde está a juventude. Não podemos cair na armadilha de falar a maior parte do tempo para nós mesmos. É preciso ir em busca do discenso e das contradições, ampliar cada vez mais o alcance do que escrevemos".

Já Lombello duvida que o Brasil altere sensivelmente o marco regulatório da chamada "velha mídia", mas entende que é necessário buscar novas formas de disseminação de conteúdos para rebater o discurso do pensamento único. "Concordo integralmente com os companheiros aqui presentes sobre a necessidade de buscarmos domínios, provedores ou outros mecanismos de acesso próprios como alternativa ao Google", finalizou. Rubens Ragone, teórico da comunicação, professor universitário e autor de blogs como o Almas Corsárias, dedicado ao cinema político, definiu assim, de forma lapidar e otimista, o fenômeno que hoje vivemos: "No meu entender, o ser humano vive a terceira onda de consolidação da sua capacidade cognitiva. A primeira foi a oralidade, o advento da fala. Depois veio a escrita. Agora estamos vivenciando a explosão da internet".

Ao lado do consenso sobre a necessidade de priorizar as pautas regionais nos blogs, desconstruir a mídia hegemônica e articular mobilizações contra o PL 84/99, os blogueiros da Zona da Mata incluíram na Carta do Encontro, entre outros pontos, a perspectiva de criação de ferramentas unificadoras para, incorporando redes de correspondentes pelo país, socializar informações e articular lutas em defesa da soberania nacional e da América Latina.

Silvio Tendler e show de música latino-americana
Juiz de Fora começou na quinta, 25, a viver o clima da revolução da informação que seria discutida pelos blogueiros progressitas no sábado. Convidado de honra do 1º Encontro Regional, o documentarista Silvio Tendler exibiu, seguido por debate, seu "Utopia e Barbárie" no Anfiteatro João Carriço. Rodado ao longo de 20 anos, o filme de Tendler trafega por alguns dos episódios que mais marcaram o século passado, como o Holocausto, a Revolução Russa, o ano 1968 no mundo e a queda do Muro de Berlim. Na sexta, 26, o Espaço Mezcla, já consagrado como centro de resistência cultural de Juiz de Fora, recebeu o show "Sertão da Palavra", com os cantores Aliciane Rodrigues, Marcos Marinho e banda em repertório marcado por muita música de povos da América Latina e sucessos da MPB dos anos 1960 e 70.

Aperitivos culturais para o Encontro de Blogueiros em Juiz de Fora: na quinta, 25, Silvio Tendler fala em debate após a exibição de 'Utopia e Barbárie', seu mais recente documentário. Na sexta, 26 (abaixo), show 'Sertão da Palavra', no Espaço Mezcla, resistência cultural juizforana, com os cantores Aliciane Rodrigues e Marcos Marinho


CARTA DO ENCONTRO REGIONAL
BLOGUEIROS PROGRESSISTAS DE JUIZ DE FORA E ZONA DA MATA

BLOGS - A REVOLUÇÃO DA INFORMAÇÃO

CASA DA AMÉRICA LATINA - JUIZ DE FORA


Reunidos em Juiz de Fora, MG, nos dias 25, 26 e 27 de Novembro de 2010, em decorrência do I Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, blogueiros de Juiz de Fora e Zona da Mata Mineira, em seu primeiro encontro regional, deliberam o seguinte:

- As transformações promovidas pela INTERNET em todo o processo de comunicação, perceptíveis em momentos decisivos da História de nossos dias e desde o final do século XX e esse início do século XXI, apontam para a importância dessa ferramenta como fator de transformações políticas, econômicas e sociais.

- Todas as contradições do capitalismo, em sua versão neoliberal, se mostram plenas na chamada rede mundial de computadores, numa forma de exposição de suas vísceras, permitindo que a luta popular por um mundo alternativo gere condições objetivas para a construção de um contraponto que possibilite a emergência de novas formas de comunicação social.

- Ao mesmo tempo a Internet abre perspectivas de romper barreiras da comunicação restringindo o alcance e a influência da chamada grande mídia, ou mídia privada, instrumento de dominação das elites políticas e econômicas em todos os sentidos, permitindo a construção de canais de comunicação capazes de integrar campos diferenciados das forças populares em torno de princípios e ideais comuns.

- Os blogueiros discutiram a INTERNET no plano geral, o seu caráter revolucionário e as perspectivas de criação de uma ferramenta unificadora plural, progressista e solidária, capaz de incorporar uma rede de correspondentes pelo Brasil afora, visando à socialização das informações por eles geradas, que se preste a construir um processo de informação que resulte em formação, consciência e ação, levando em conta o tempo e o espaço que vivemos no mundo, particularmente na América Latina.

- Os blogueiros deste primeiro encontro entendem que devem ser privilegiadas as informações e lutas de suas cidades, compreendendo-as como realidade imediata de cada um e parte decisiva da luta do povo brasileiro.

- A integração de forças populares dentro desse espectro e por meio dessa ferramenta, abarcando companheiros de diferentes tendências, mas unidos em torno de objetivos comuns - a defesa da revolução bolivariana, dos novos rumos de países como o Uruguai, o Paraguai, a Argentina e países da América Central, dos governos progressistas da Nicarágua e El Salvador, da importância e peso de todo o processo da revolução cubana, bem como a resistência ao golpe militar contra o governo Zelaya em Honduras e às ações contrárias ao governo Chávez - todo esse conjunto de fatores dentro do processo político mundial aponta para a busca da unidade e da solidariedade entre os povos latino-americanos, percebendo o Brasil sua importância dentro dessa realidade, privilegiando a informação em contraponto à mídia privada.

- Assumimos o compromisso de combater sem tréguas os erros, omissões e manipulações que vêm caracterizando a ação da mídia privada. Exemplo de omissão é o silêncio diante dos genocídios na Palestina, no Iraque, no Afeganistão etc. Ao mesmo tempo denunciamos o processo de criminalização dos movimentos sociais e a discriminação de governos populares, rotulados de ditatoriais, procedimento padrão dessa mídia monopolizada, que comete crimes de lesa humanidade ao estimular a violência e preconceitos diversos.

- Repudiamos de maneira veemente o projeto de lei do Senador Eduardo Azeredo, PL 84/99, considerando-o um verdadeiro "AI-5 digital", uma vez que cerceia o direito de informação e tolhe a liberdade de expressão, assegurando o monopólio da mídia privada.

O quadro de desmantelamento da potência imperialista e a gravidade do momento vivido em todo o mundo, os riscos de ações militares, a partir da instalação de bases militares norte-americanas em vários países da América Latina, nos levam, num país como o Brasil, a deliberar que a luta na INTERNET deve agregar e juntar forças populares, mesmo que diferenciadas, num enfrentamento organizado e sistematizado, mas generoso na abrangência, provocando debate e organizando a luta, dentro e fora da INTERNET.

Juiz de Fora, 27 de Novembro de 2010
*especial para a Agência Petroleira de Notícias e o EDUCOM - Aprenda a Ler a Mídia. Crédito das fotos: Luís Carlos "Kaizim" Ragone

sábado, 27 de novembro de 2010

Segurança pra quem?

Por Silvana Sá*
Os acontecimentos dos últimos dias no Rio de Janeiro têm me levado a refletir especialmente sobre o papel da mídia nas ações e políticas de segurança do governo estadual. A todo o momento são veiculadas cenas de guerra. Em alguns pontos da cidade o caos está instalado. A Marinha e a polícia estão nas ruas com seus blindados.

O primeiro pensamento gerado por intermédio da mídia é de que a violência está instalada em todo o estado. O que não é verdade. A vida acontece normalmente em diversas partes tanto da região metropolitana, como serrana, Baixada... enfim, são conflitos localizados em pontos da cidade.

O segundo pensamento – e esse destoante do discurso pasteurizado apontado e massificado pela mídia – é que a onda de violência foi produzida pelo próprio Estado, em suas diferentes esferas, por mais de 40 anos de omissão. O único braço que o Estado se dignou a estender às comunidades sempre esteve armado. Sempre foi a polícia de repressão e apenas ela a representar o Estado nas favelas cariocas. Então, é uma questão produzida por anos de omissão.

A onda de violência que já chega ao terceiro dia e prejudica milhares, ajuda especificamente a um: ao governo estadual que agora tem ao seu lado o clamor popular para que continue a fazer o que sempre fez. O que faltava a Sérgio Cabral era ser tratado como heroi, como redentor das populações tanto das favelas quanto do “asfalto”.

Na quarta-feira, na Avenida Brasil, altura da Maré (entre as comunidades da Nova Holanda e Parque União) a polícia interceptou uma tentativa de incendiarem um ônibus. Chegaram a tempo de salvarem o coletivo. Muito bom. Acho importante. Ocorre que a população dessas comunidades ficaram reféns de tiros disparados tanto pela polícia quanto por bandidos da facção que domina aquela região. Então, quem perdeu de fato?

No Facebook, uma jornalista amiga minha e moradora da Maré escreveu na manhã de quinta: “Depois de uma noite não dormida, tiros, bombas e gritos, amanheci em cárcere privado... policiais que tentavam invadir a casa do vizinho, usaram o meu portão de escudo... eu e minha família viramos o inimigo público...”.

Pergunto: alguma coisa justifica essa política de segurança pública? Respondo: a política que aí está é apenas de resposta a mídia (inclusive internacional) para dizer que por aqui as coisas são controladas na base do cacetete e que sim, os jogos mundiais estão garantidos.

É guerra?
Fala-se muito em guerra contra o narcotráfico. Será? E se sim, em que medida? Será mesmo que são os traficantes varejistas quem controlam os bilhões de reais anuais gerados na fabricação e venda de drogas? Esse montante vultuoso de dinheiro está na Rocinha, no Complexo do Alemão, na vila Cruzeiro?

Está claro que é preciso, sim, dar um basta a essa situação. Não sou a favor de bandidos. Acho que é preciso que o Estado ocupe as comunidades, mas as comunidades não podem ser tratadas como caso de polícia! Não podem!!! Lá existem milhares de pessoas que trabalham, estudam, se dedicam a diversas atividades e que nada têm a ver com esse caos instalado. São cidadãos que, infelizmente, sempre foram tratados como “os outros”, como os que não têm direitos, como os que não podem ter acesso a bens e serviços, como se não fossem sociedade.

O que precisa é que as pessoas sejam tratadas como pessoas e não como animais que devem ser domesticados, marcados e controlados dentro de um curral. Não somos gado!
*é jornalista e atuou no Núcleo de Comunicação da Maré. Especial para o Blog EDUCOM - Aprenda a ler a mídia

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O dia em que Lula e a blogosfera anunciaram novos tempos para a mídia brasileira

Lula na coletiva com os blogueiros. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Blog, Twitter e outras ferramentas modernas da comunicação vieram para ficar. Em contrapartida, exigem instantaneidade, velocidade e às vezes nas primeiras descrições que fazemos dos fatos detalhes, até aspectos importantes passam. Por isso a importância de lançarmos mão de uma das maiores vantagens das novas mídias: o jornalismo colaborativo. A seguir, como a blogosfera viveu e repercute a entrevista que o presidente Lula concedeu esta manhã a 11 blogueiros progressistas, um respeitável time, convenhamos.

Escrevinhador: Lula diz que será blogueiro e tuiteiro

Conversa Afiada: Lula promete aos blogueiros concluir investigação sobre Dantas

Blog do Rovai: Uma entrevista para a história política brasileira

Alguns bastidores da entrevista com Lula.

Ao final da entrevista o presidente, com as câmeras e microfones já desligados, disse que queria se comprometer a já agendar uma próxima entrevista com aquele grupo para logo depois que deixasse a presidência. “Porque eu quero tratar com vocês do mensalão, quero falar longamente dessa história e mostrar a quantidade de equívocos que ela tem. Porque o Zé Dirceu pode ter todos os defeitos do mundo, mas…”

Quando o presidente ia completar a frase um dos fotógrafos pediu para que ele se ajeitasse para a foto e o pensamento ficou sem conclusão. Ficou claro que o presidente considera esse caso mal resolvido e que vai entrar em campo assim que sua residência oficial passar a ser em São Bernardo do Campo.

Em muitos momentos da entrevista Lula demonstrou que considera que o comportamento da imprensa brasileira foi mais do que parcial, foi irresponsável. Isso ficou evidente quando disse que a cobertura do acidente da TAM foi o momento mais triste do seu período presidencial. Lembrou que à época alguns jornais e revistas escreveram editoriais falando que o governo carregava nas costas 200 cadáveres.

Ele também introduziu na entrevista, sem que a blogosfera perguntasse, a questão da política internacional. E falou dos bastidores de sua ação na negociação com o Irã. Ao trazer uma negociação desse porte para a pauta da entrevista, o presidente pode ter sinalizado que o palco internacional faz parte do seu projeto futuro.

Lula não fala nada sem pensar e gratuitamente. Quando se está frente a frente com ele isso se torna ainda mais evidente. Lula é hoje um político preparadíssimo. E falou, por exemplo, que o PT do Acre errou e que por isso Dilma perdeu feio lá para mandar um recado aos irmãos Viana, que controlam o partido no estado.

Aliás, depois da entrevista ele fez questão de chamar o blogueiro Altino Machado de lado e voltou a tocar no assunto. Disse que vai ao Acre ainda no primeiro semestre de 2011. E que quer conversar com Altino quando for lá.

Ele também falou que vai tratar do caso Paulo Lacerda quando sair da presidência. Tudo indica que a sua melhor entrevista ainda está por vir. Será aquela em que ele vai poder falar de tudo sem o ritual do cargo.

Esse encontro com Lula ainda merecerá outros posts deste blogueiro, mas aproveito para contar um pouco dos bastidores que o antecederam. Em agosto, solicitei em nome da comissão do 1º Encontro da Blogosfera Progressista essa coletiva com o presidente. A resposta veio rápida. O presidente aceitava, bastava construir uma agenda. Mais

Veja a íntegra da entrevista coletiva.



E a cobertura do Blog do Planalto.