sábado, 5 de março de 2011

Saúde é responsabilidade do Estado e não de organizações humanitárias

Para especialista, mesmo que algumas ONGs tenham contribuição importante na implantação de políticas públicas, é impossível que assumam essa função.
 
AGÊNCIA NOTISA – A Cruz Vermelha foi a primeira organização fundada no Brasil considerada propriamente humanitária. Isso ocorreu em 1908 em São Paulo. De lá para cá, diferentes contextos políticos e sociais mudaram o cenário nacional e contribuíram para que novas organizações da sociedade civil surgissem. Segundo Jaqueline Ferreira, médica, mestre e doutora em antropologia e professora adjunta do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Iesc/UFRJ), a campanha “Contra a Fome” – criada por Betinho com diferentes colaboradores – foi “a primeira grande mobilização em relação a um problema social e o principal movimento do país que separa o voluntariado do assistencialismo”, como escreve Jaqueline em texto autoral.  Isto porque, para investigar como atualmente uma organização humanitária intervém em uma localidade brasileira, incluindo a especificidade da política local e os aspectos culturais, a médica fez um estudo antropológico na favela Marcílio Dias, pertencente ao “Complexo da Maré”, no Rio de Janeiro. O trabalho deu origem ao capítulo “O Humanitário no Brasil: entre o ideal universal e a cultura local”, que foi publicado no livro “Direitos e ajuda humanitária: perspectivas sobre família, gênero e saúde”. A obra, organizada por Jaqueline e por Patrice Schuch, foi lançada em 2010 pela Editora FIOCRUZ e conta com textos de diferentes pesquisadores.
 
No capítulo em questão, Jaqueline descreve os resultados da investigação sobre a atuação da Organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) na região. Essa entidade em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) participou da implantação do Programa de Saúde da Família (PSF) no Rio de Janeiro em 1998. A região de Marcílio Dias, por se considerada como “uma das mais vulneráveis em termos de saneamento, habitação, acesso à saúde e intervenção institucional”, recebeu um posto de saúde do MSF que segue os princípios do PSF.
 
Segundo a autora, atualmente Marcílio Dias “possui 12 mil habitantes e 2.300 domicílios e é servida de pequenas lojas e comércios. Também fazem parte da paisagem vários pequenos bares, pequenas oficinas mecânicas, igrejas pentecostais e uma igreja católica”. A maioria dos moradores, diz Jaqueline na publicação, é de origem rural, proveniente da Região Nordeste, trabalha na construção civil, na pesca e no mercado informal e possui uma renda de um salário mínimo.
 
Os baixos indicadores socioeconômicos aliados aos obstáculos geográficos e culturais fazem da localidade: “uma região de risco em termos de saúde”, afirma a professora no capítulo. Ela lembra ainda que, assim como em outras favelas brasileiras, a violência gerada pelo tráfico de drogas e pelo confronto entre polícia e os traficantes agrava a situação, causando medo nos demais moradores e nos profissionais de saúde.
 
Especialmente sobre a atuação do PSF, Jaqueline lembra que os agentes comunitários de saúde (ACS) desempenham papel importante, uma vez que funcionam como “mediadores culturais” entre equipe de saúde e a população. Porém, durante a pesquisa em Marcílio Dias , a médica identificou que “a inserção na organização é considerada pela população como a possibilidade de se ter um trabalho. Não é observado na equipe um ‘espírito humanitário’ e voluntário que busca o estabelecimento de relações sociais, a ocupação do tempo livre ou o desejo de valorização social, como acontece frequentemente nas organizações humanitárias em outros países”.

Ela observou ainda que esses agentes vêem o trabalho no PSF como temporário. Muitos, por exemplo, buscam uma formação de técnico de enfermagem, profissão que possui maior legitimidade entre a população e a equipe de saúde. Jaqueline considera que “a falta de reconhecimento dos habitantes, os conflitos com a equipe de saúde e suas exigências constantes” contribuem para essa situação.
Além disso, ao acompanhar o trabalho desses profissionais, a pesquisadora identificou que os agentes não atuam na “promoção à saúde”, preconizada pelo Ministério da Saúde, mas, ao contrário, desempenham uma atividade repetitiva e sem muita efetividade. Segundo ela, “verificou-se aqui que seu papel limitava-se à entrega de medicamentos e à marcação de consultas médicas”.
 
Além disso, segundo a pesquisadora, os ACS profissionais praticavam também uma espécie de ‘seleção’, visitando famílias de seu círculo de relações ou aquelas que apresentassem problemas sociais ou de saúde considerados pelos agentes como importantes. Portanto, outras famílias não eram visitadas.
 
Analisando as informações obtidas, a professora considera que, no Brasil, a história de escravidão e de Ditadura Militar – representativa de longos períodos de eliminação dos direitos civis e políticos no país – contribuem para que até hoje haja “uma tradição cultural de relações sociais ancoradas em uma política de assistência e clientelismo pelo viés de ações tutelares do Estado ou da filantropia”.
 
Além disso, a política neoliberal assumida pelo país nos anos 80 legitimou as desigualdades sociais. “Assim, o discurso sobre ‘direitos’, ‘direitos humanos’ e ‘cidadania’, defendido no Brasil pelas ONGs como os MSF, não tem um espaço significativo na sociedade brasileira”, ressalta a autora no texto.
 
Segundo Jaqueline, é unânime entre as organizações humanitárias que a resolução dos problemas de saúde é dever do Estado. Entretanto, ao mesmo tempo essas organizações “implantam cada vez mais serviços de saúde com o objetivo de resolver os problemas de saúde da população”, lembra. De qualquer forma, segundo ela, projetos específicos e com o aporte de competência técnica fazem com que essas instituições contribuam com o Estado na implantação de políticas públicas. Porém, para Jaqueline, mesmo que ações como a do MSF tenham representado efetivamente um “importante recurso de saúde para essa população” é impossível que essas entidades assumam a responsabilidade do Estado quanto à saúde da população.  

Agência =Notisa (science journalism – jornalismo científico)


Comer é verbo e não substantivo: mercado ou soberania?

Por Vicent Boix, do Belianís*


Em meados de fevereiro, o Banco Mundial comunicou que devido ao incremento nos preços da comida, o número de famintos estava se aproximando do 1 bilhão, quando os últimos dados da FAO falavam em 925 milhões. Outras 44 milhões de pessoas estão atravessando a fronteira da extrema pobreza porque suas débeis economias familiares foram desestabilizadas pelos preços elevados da comida. A situação é gravíssima, mas os preços seguem aumentando e, em uma economia globalizada, fenômenos climáticos locais – tempestades na África, geadas no México, secas na China, etc. – se convertem em um quebra-cabeças mundial.

“Entre 2010 e 2011, os preços dos alimentos bateram recordes por sete meses consecutivos (...) Os aumentos nos preços dos produtos básicos se converteram em um fator desestabilizador da economia mundial, provocando tensões e distúrbios em vários países em desenvolvimento e, mais recentemente, na Argélia, Tunísia e Egito”. As afirmações são do Parlamento Europeu em uma resolução aprovada no dia 17 de fevereiro, que acrescentou: “...os altos preços dos alimentos lançam milhões de pessoas na insegurança alimentar e ameaçam a segurança alimentar mundial no longo prazo” (1).

Diante desta nova e trágica crise alimentar, repete-se uma e outra vez que a causa principal da alta dos preços é um desequilíbrio entre uma menor oferta e uma maior demanda em nível mundial, ou seja, cada vez se exigem mais cultivos e este ano os rendimentos foram piores. Mas, em um artigo anterior (2) indiquei que durante os anos 2003-2004 a situação em nível mundial quanto à quantidade de alimentos básicos como os cereais tinha sido pior que a de 2007 até agora. Contrariamente e tomando como referência o “Índice para os Preços dos Alimentos”, utilizado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), os preços em 2003-2004 foram cerca de 50% inferiores em comparação com os da crise de 2008 e 100% inferiores em relação a janeiro de 2011.

Portanto, algo está manipulando e alterando os mercados e esse algo é a especulação que, segundo o Parlamento Europeu, é a culpada por 50% dos aumentos recentes. A própria FAO reconhece que só 2% dos contratos de futuros termina com a entrega da mercadoria e a maioria é negociada novamente, por isso “...esse tipo de contratos atraem um número cada vez maior de especuladores financeiros e investidores, já que seus lucros podem ser mais atrativos em relação a como se comportam os de ações e bônus” (3).

O problema não é de escassez ou de uma menor oferta de alimentos, como se diz sem parar, mas sim de alguns preços inflados por especuladores como constata a Eurocâmara em uma resolução anterior: “...na atualidade, o fornecimento total mundial de alimentos não é insuficiente (...) é mais a inacessibilidade dos mesmos e seus elevados preços os fatores que privam muitas pessoas da segurança alimentar” (4).

No entanto, a especulação, causadora das altas de preços, não é propriamente a raiz do problema. Ela deveria ser freada, mas os preços dos alimentos seguiriam sujeitos aos movimentos da oferta e da demanda, em uma época na qual cresce o interesse por agrocombustíveis e as grandes transnacionais controlam os diferentes níveis da cadeia alimentar.

Ou seja, enquanto as nações marginalizarem sua autossuficiência e a panaceia for comprar alimentos básicos no grande supermercado global, ao mesmo tempo em que se exporta para esse mercado matérias primas e cultivos exóticos (soja para pastagem, algodão, plátanos, flores, pinus, café, milho para etanol, etc.), a alimentação seguirá sujeita à dinâmica de um mercado manejado por certos polvos que pouco entendem de fome.

Não se diz com isso que podemos prescindir do mercado internacional, mas é vital sus regularização e, sobretudo, que as nações priorizem sua soberania alimentar entendida como a faculdade dos povos e dos agricultores de decidir suas políticas agrárias para garantir a segurança alimentar. Nos tempos que correm talvez seja uma heresia, mas curiosamente, no mesmo comunicado de imprensa em que a FAO há pouco anunciava que os preços dos alimentos tinham alcançado um recorde histórico, um economista desta instituição indicava que “o único fator alentador até o momento provém de um certo número de países nos quais – devido a boas colheitas – os preços domésticos de alguns alimentos básicos permanecem baixos comparando-se com os preços mundiais (5).

Dito de outra maneira, estes países poderão abastecer-se de comida barata porque eles mesmos a cultivam e não tem que adquiri-la nos “reinos” das multinacionais e dos fundos de investimento. Mas apesar deste dado, a tendência é mais a contrária. A liberalização anima o investimento e o deslocamento da produção para os países do Sul, cujas terras deixam de produzir alimentos para transformarem-se em propriedades onde brotam os agrocombustíveis, as pastagens e as sobremesas das nações abastadas. Essas terras se concentram nas mãos de ricos latifundiários e de investidores enquanto o camponês é expulso do campo. O resto de níveis da cadeia alimentar (sementes, intermediação, manufatura, etc) concentra-se em poucas mãos que ditam as condições, monopolizam os mercados, encarecem os alimentos do consumidor e arrastam o agricultor para a falência. A agricultura e a alimentação como sustentos básicos desaparecem em favor da visão mercantilista: o fim último não é garantir comida nem trabalho, mas sim fazer um bom negócio, não importando quem sucumba por isso.

Esse modelo baseado na exportação ao mercado internacional onde tudo é suscetível de ser cotizado, comprado ou vendido, não só é incoerente porque cria dependência alimentar do mercado exterior e seus preços, mas porque, além disso, cria dependência do petróleo para o transporte e porque a agricultura industrial necessita de abundantes agrotóxicos. Com as revoltas atuais em países como Líbia, novamente o petróleo se encarece o que aprofundará a crise dos alimentos como em 2008. Se consideramos que “mudança climática” e o “zênite do petróleo” são questões da atualidade, resulta ainda mais surrealista encomendar nossas calorias ao ouro negro.

O analgésico milagroso

Em meados de fevereiro, o Banco Mundial comunicava que devido ao incremento nos preços da comida, o número de famintos estava se aproximando do 1 bilhão, quando os últimos dados da FAO falavam em 925 (milhões). Outras 44 milhões de pessoas estão atravessando a fronteira da extrema pobreza porque suas débeis economias familiares foram desestabilizadas pelos preços elevados da comida (6)

A situação é gravíssima, mas os preços seguem aumentando e, em uma economia globalizada, os últimos fenômenos climáticos locais – tempestades na África, geadas no México, secas na China, etc. – se convertem em um quebra-cabeças mundial. Mas atenção, não se trata de um problema de escassez e os rugidos de 1 bilhão de estômagos vazios não são suficientes para que se dê o soco na mesa definitivo que ponha em seu devido lugar o mercado e os especuladores. Foram disparados muitos fogos de artifícios a título de boas intenções. Na recente reunião do G-20, por exemplo, falava-se de uma maior transparência nos mercados, limitação da especulação, melhor informação sobre os cultivos...Em resumo, nada que não tenha se ouvido antes e nada que não tenha resultado em nada, apesar de, no dia 17 de fevereiro, o Parlamento Europeus ter pedido ao G-20 “que se combata em escala internacional os abusos e manipulações dos preços agrícolas, dado que representam um perigo potencial para a segurança alimentar mundial”, além de reclamar “...a adoção de medidas dirigidas a abordar a excessiva volatilidade de preços...” (7).

As propostas de curto prazo implementadas para conter essa situação estão sendo tão injustas como ineficazes, porque se pretende solucionar o erro jogando no campo do mercado e acatando as suas regras em lugar de enfrentá-lo e frear seus desvarios. Nesta direção, por exemplo, a FAO reconheceu que desde julho de 2010 seu objetivo tem sido “acalmar os mercados” (8). Para isso o analgésico empregado por este organismo consistiu em bajular certos países que tinham restringido suas exportações – de cereais, sobretudo – para que as retomassem rapidamente e assim recuperassem o fluxo da oferta que amansaria os preços no mercado internacional.

Cabe registrar que estes países exportadores fecharam suas fronteiras, supostamente para garantir comida a seus cidadãos, primeiro porque as colheitas não foram boas, segundo porque a melhor maneira de não cair na crise de preços internacionais é com produções nacionais. Pois bem, algo que é minimamente normal e mesmo legítimo, foi considerado por muitos como a principal causa da crise de preços dos alimentos, porque sob a lógica do livre mercado estava se manipulando a oferta mundial dessa mercadoria chamada comida.

Mas enquanto estas nações são pressionadas a retomar as exportações e a não armazenar comida para suas populações, ninguém se atreve a denunciar a barbaridade de milhões de toneladas de milho estadunidense destinados à produção de etanol (14% do milho mundial) (9). Isso é assim porque sob o intocável prisma neoliberal dominante, os alimentos não têm porque alimentar estômagos, mas sim são mercadorias que inexoravelmente devem ser cotizadas no mercado, onde terão os preços condicionados, pois o fim último é aumentar os lucros e se estes crescem com os automóveis, que sigam roncando os estômagos.

Pão para hoje e fome para amanhã


Desde julho vem se tentando “acalmar os mercados” e o fracasso tem sido estrondoso. A restauração das exportações de alimentos não apagou o fogo que seguiu expandindo-se diante das notícias de colheitas menores e de fenômenos meteorológicos que só aumentaram a preocupação. Pediram-se concessões aos países exportadores que não aplacaram a crise e, no dia 26 de janeiro, de um modo um tanto desesperado, a FAO lançava um informe (10) com recomendações para que se apertasse o cinto, neste caso das nações importadoras, entre as quais se encontram majoritariamente os pobres. O pacote de medidas se centrava fundamentalmente em um único ponto: que os estados apliquem medidas econômicas e comerciais para reduzir o preço dos alimentos, como, por exemplo, subsídios diretos, empréstimos para o financiamento das exportações, incentivos fiscais, redução de impostos, redução de barreiras alfandegárias e de impostos para importações de comida, insumos, máquinas agrícolas, etc. Algumas destas recomendações – mais próximas à filosofia do FMI e do Banco Mundial – foram adotadas durante a crise de 2008 e alguns países já estão aplicando-as. A Guatemala, por exemplo, no início de fevereiro, anunciou a importação de milho com tarifa alfandegária zero para fazer frente à alta de preços (11).

Logicamente estas medidas debilitarão os cofres das nações que deixarão de arrecadar impostos ou subsidiarão diretamente alimentos com fundos dos orçamentos públicos, o que afetará no médio e largo prazo o financiamento de outros programas e serviços públicos. Para as nações que podem ter problemas com os orçamentos e a balança de pagamentos, a FAO recomenda, leia bem, que recorram aos programas do Banco Mundial e do FMI, o que dá na mesma, que se endividem mais para garantir os lucros brutais que o mercado e seus especuladores estão acumulando com a alta de preços.

Como pode se observar, e como foi repetido à saciedade neste artigo, ninguém fala nada sobre o agente causador da distorção, situado justamente entre os países que produzem e compram comida, que recebem pedidos de sacrifício e de adaptação aos caprichos do mercado, comprometendo inclusive suas próprias contas. As classes políticas destes países, vendo as imagens do Egito ou da Líbia, não se arriscam a sofrer problemas de falta de alimentos e bailam conforme a música.

Enquanto se esperam novos dados sobre os preços da comida, a situação começa a ser sumamente asfixiante e pode derivar em uma crise pior que a de 2008. Por isso, a verborreia grandiloquente tornou-se dispensável e urgem soluções reais e efetivas, porque para a humanidade comer é um verbo e não um substantivo pomposo e demagógico.

*Vicent Boix é escritor, autor do livro “El parque de las hamacas”, e editor de Ecologia Social da revista Belianís (Espanha).

(Envolverde/Carta Maior )

terça-feira, 1 de março de 2011

Austrália mostra como sistemas de alerta eficientes podem evitar mortes durante enchentes

* Agência Notisa.
Austrália mostra como sistemas de alerta eficientes podem evitar mortes durante enchentes
Segundo especialista, revisões das áreas de risco também devem ser feitas.
 
AGÊNCIA NOTISA – Tragédias como a ocorrida na região serrana do Rio de Janeiro no começo deste ano, que deixou mais de 900 mortos, estão acontecendo com intensidade cada vez maior no mundo todo. Por exemplo, também em janeiro deste ano, o estado de Queensland, no nordeste da Austrália, vivenciou as piores enchentes dos últimos 50 anos – o que afetou cerca de 200 mil pessoas e trouxe prejuízos de mais de um bilhão de dólares australianos. Porém, uma das grandes diferenças dessas tragédias é que, enquanto aqui houve tantas mortes, na Austrália, foram pouquíssimas. Quem explica o porquê disso é Melanie Thomas, pesquisadora do Centro de Estudos de Desastres da Escola da Terra e Ciências Ambientais, da Universidade James Cook, na Austrália.
 
Durante o evento “A Vulnerabilidade das Cidades Frente às Mudanças Climáticas - Uma Experiência Australiana”, ocorrido hoje na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), vinculada à Fundação Oswaldo Cruz, a especialista mostrou que não foi um nível de chuva menor que impediu as mortes – só na cidade de Mackay, localizada em Queensland, por exemplo, choveu em menos de 24 horas entre 600 e 900 milímetros , o esperado para o ano inteiro. O que naquele país teve e aqui não, foi precaução.
 
Segundo Melanie, quando a meteorologia prevê que existe o risco de enchentes, alertas por e-mail e celulares são disparados em até 24 horas antes para os municípios e membros das comunidades, previamente cadastrados, para que possam se preparar.
 
Além disso, ela contou que nas épocas das chuvas já é uma rotina as pessoas estarem constantemente em alerta. “As pessoas já devem estar prontas para evacuar suas casas a qualquer momento. É uma questão cultural”, disse.
 
Melanie também explicou que saber como os sobreviventes desses desastres reagem a tudo isso, é um importante passo para o estabelecimento de políticas públicas. Políticas, que também diferentemente do Brasil, são feitas a nível estadual na Austrália.
 
O estado de Queensland, por exemplo, adotou, segundo Melanie, como medidas de mitigação contra as enchentes as seguintes atitudes: construção de diques, construção de prédios antienchentes, melhora dos canais, elevação das casas e, entre outras tantas, investimento em informação para as comunidades.
 
“As redes sociais têm um papel muito importante. Elas dão coesão e apoio à prevenção de tragédias maiores. Mas para isso, os planos de emergências devem ser pensados para serem implantados por qualquer pessoa, caso as autoridades não estejam presentes”, disse a pesquisadora.
 
Melanie encerrou lembrando que, frente às mudanças climáticas, é muito importante fazer uma revisão das áreas de riscos. Em Nova Friburgo (uma das cidades serranas no RJ), por exemplo, algumas áreas que sofreram deslizamentos não eram consideradas de risco. Segundo a professora, na Austrália, essa revisão já está sendo feita.

Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

Leia também a matéria da Folha do Meio Ambiente sobre a tragédia
na região serrana: http://www.folhadomeio.com.br/publix/fma/folha/2011/02/tragedia216.html

A Folha e o neocolonialismo petroleiro

 
Beto Almeida *

Com o título de “TV Companheira”, o jornal Folha de São Paulo – que tem o nome marcado por ter defendido e colaborado com operações da ditadura em torturas e mortes de prisioneiros políticos  - publicou artigo de Eliane Cantanhede tentando atingir, sem o lograr, a credibilidade jornalística da Telesur, La nueva televisión del sur, em seu esforço de cobrir a crise na Líbia.

Há muitas lições a partir da precária nota da jornalista. Primeiramente, está escancarado que a grande mídia comercial brasileira, seguindo orientações dos conglomerados internacionais midiáticos, editorialmente controlados pelas indústrias bélicas, petroleiras e a ditadura financeira, sempre protegeram os ditadores do Oriente Médio que serviram e ainda servem a estes interesses. A Folha de São Paulo está dentro deste leque de proteção aos “ditadores amigos”.  Assim é que durante mais de 30 anos protegeu Mubaraki, tratando-o como o árabe moderado, porque transformou o Egito em cúmplice do massacre do povo palestino por Israel, com o apoio de Washington. Durante 30 anos a Folha de São Paulo  jamais cobrou eleições diretas ou democracia no Egito, mas, revelando a imensa hipocrisia da sua linha editorial de dois pesos, duas medidas, engajou-se na campanha dos oligopólios midiáticos mundiais contra o governo da Venezuela que, em 12 anos, eleito pelo voto, realizou mais de 15 eleições, plebiscitos e referendos livres, vencendo 14 deles e respeitando democraticamente o único resultado eleitoral adverso  registrado.

“Ditaduras amigas” foram protegidas

A reportagem de Telesur está sim na Líbia, como esteve no Egito e na Tunísia, para oferecer uma cobertura com linha editorial diferenciada, sem qualquer influência do poder petroleiro comandado pelos países imperialistas. Telesur não descobriu somente agora que Mubaraki era um ditador e que saqueou recursos do povo egípcio, bem como seu comparsa Ben Ali, tunisino, sempre protegidos pelos grandes países imperiais como EUA, França, Inglaterra etc., por se transformarem em peões da política que facilita a intervenção militar imperialista no mundo árabe, com o óbvio objetivo de rapina sobre suas imensas riquezas energéticas, da qual são tão dependentes.

A linha editorial que protegia Mubaraki, era a mesma que sempre condenou Kadafi. Não supreende. Kadafi nacionalizou a riqueza petroleira da Líbia e usou esta extraordinária receita para transformar o país , hoje possuidor do mais elevado IDH da África e dos mais elevados no mundo árabe. Este exemplo se chocava com os interesses imperialistas. Preferiam que Kadafi fosse como a oligarquia que reina sobre a Arábia Saudita, a mais maquiavélica das ditaduras da região, sob a proteção da mídia comercial internacional, inclusive a Folha de São Paulo. E sem uma linha sequer da articulista que esboce qualquer reivindicação democrática para este país, cujo petróleo é rigorosamente controlado por empresas dos EUA. Portanto, rigorosamente diferente da Líbia, onde o petróleo foi estatizado permitindo uma elevação do padrão de vida do povo, com progressos reconhecidos internacionalmente nos serviços públicos e gratuitos de educação e saúde, com uma renda per capta e um salário mínimo que superam em muito os registrados no Brasil e na Argentina. Estas informações nunca circularam nem no fluxo internacional da mídia comandada pelos poderes do petróleo, das armas ou do dinheiro, muito menos aqui na submissa Folha de São Paulo.
Ao contrário desta linha editorial complacente com os crimes que se comentem contra os povos árabes, em particular contra o povo palestino, Telesur , em sua curta existência, pouco mais de 5 anos de vida, procura revelar, com critérios jornalísticos,  a falsidade e hipocrisia dos discursos “democráticos” que servem sempre de parâmetros para as coberturas que tentam esconder sob o palavreado democrático, o objetivo fundamental que esta mídia cumpre: dar suporte e favorecer o controle total das riquezas energéticas do Oriente Médio pelos trustes imperialistas. É por esta razão que a Folha de São Paulo tenta, inutilmente, atacar a Telesur, porque questiona e se diferencia do jornalismo obediente ao poder bélico-petroleiro que tantas vidas ceifa na região, inclusive na própria Líbia, tantas vezes bombardeada, agredida e boicotada pelos países membros da Otan. É a subserviência a esta política imperial que leva a Folha e sua articulista a afrontarem as políticas externas soberanas que os países do eixo sul-sul estão desenhando, com o objetivo de libertarem-se das algemas da OTAN, inclusive postulando a criação de uma Organização do Tratado do Atlântico Sul, proposta defendida por vários países sistematicamente enfrentados pela linha editorial da Folha, inclusive por Kadafi, certamente, uma das tantas razões que o leva a ter sido sempre condenado pelos imperialistas, pela ONU, pela OTAN.  Vale lembrar que Kadafi teve sua residência destruída por um bombardeio ordenado por Bill Clinton, no qual morreu sua filha recém-nascida. A articulista escreveu algum protesto na época? Ou lamentou que a pontaria poderia ter sido mais certeira?

Hipocrisia editorial

Mubaraki  foi protegido e elogiado por este jornalismo tipo Folha de São Paulo  -  que, aliás, não chamava Pinochet de ditador, mas de presidente  -  porque comandou o retrocesso das conquistas socioeconômicas que o Egito havia alcançado durante a Era Nasser. Tal como aqui a Folha serve aos interesses estrangeiros e de seus prepostos internos que operaram para demolir as conquistas da Era Vargas; o elogio e a tolerância para com a ditadura de Mubaraki deve-se ao fato dele desconstruir  o nacionalismo revolucionário de Nasser, aliado da Líbia e da Síria, colocando o Egito na posição de ser um vergonhoso coadjuvante da macabra política israelense na região,  a serviço da indústria petroleira imperial. Mas, os milhões de egípcios nas praças estão escrevendo outra história para aquele país!
Telesur conta esta história. Faz jornalismo para revelar o direito histórico da luta dos povos árabes por sua independência, por sua soberania. É por isso que incomoda tanto. É por isso que agressão da Folha não surpreende, faz parte da blitz midiática internacional que sustenta o intervencionismo militar dos grandes países imperialistas. Esta mídia atua como os clarins que anunciam e clamam pela guerra!
Independente do desfecho que esta crise na Líbia produzirá, a esta altura imprevisível,  não há como não perceber  a imensa hipocrisia jornalística dos que  se calam diante dos sanguinários bombardeios que estão caindo agora mesmo sobre a população civil no Afeganistão, ilegalmente ocupado pelos EUA, ou no Iraque, onde mais de um milhão de vidas foram dizimadas a partir de uma guerra iniciada por meio de  grosseiras falsificações de notícias sobre a existência de armas químicas naquele país, fraude jornalística que a Folha de São Paulo  endossou, o que lhe retira qualquer moral, juntamente à assessoria que prestou à ditadura militar no Brasil, para reivindicar democracia ou clamar por direitos humanos.

Colônia petroleira
Provavelmente, a crise atual na Líbia tenha também explicação pelos erros cometidos pelo seu governo, entre eles, provavelmente o mais grave,  o de ter realizado inesperados e improdutivos acordos com os EUA, com a Inglaterra, com o FMI, inclusive dando início a medidas de privatização injustificáveis e abrindo mão, unilateralmente, do programa de energia nuclear, bobagem que o Irã e o Brasil, mesmo sob pressão, indicam não estarem dispostos a cometer. As concessões de Kadafi aos patrocinadores da morte e de opressão contra os povos iraquiano, afegão, palestino, entre eles Bush e Blair, aprofundou, certamente, os conflitos internos, agravando as disputas tribais, facilitando a infiltração dos que nunca aceitaram a nacionalização do petróleo líbio. Agora, a Folha de São Paulo, que se crê tão moderna, apresenta-se aliada aos que levantam novamente a bandeira da Líbia do Rei Idris, demonstrando preferir   operar para o retrocesso histórico da república à monarquia, o que faria da Líbia uma colônia petroleira controlada pelos conglomerados anglo-saxões.

Enquanto as grandes redes oligopólicas de tvs comerciais operam para justificar, auxiliar e assessorar a pilhagem dos recursos energéticos dos povos,  -   por isso assumiram editorialmente as mentiras que justificaram a guerra de rapina contra o Iraque  -    Telesur coloca seu jornalismo a serviço do direito dos povos de conhecerem na íntegra a versão objetiva dos fatos, inclusive dando voz aos povos que lutam, que buscam construir modelos de sociedade em que a soberania sobre seus recursos e o seu uso em benefício da população sejam sagrados. Telesur tem consciência de quão árdua é a meta de fazer um jornalismo não controlado pelos oligopólios da guerra, do dinheiro e do petróleo. Mas, desta meta não se afastará, pois foi como expressão dos povos que se rebelam na América Latina contra a dominação imperial que nasceu e que assumiu como bandeira o princípio “ O nosso Norte, é o Sul”

*Beto Almeida, Membro da Junta Diretiva da Telesur

A Identidade Obama


 
Laerte Braga


O filme IDENTIDADE BOURNE, do diretor Doug Liman, lançado em 2002 e que acabou virando uma trilogia (SUPREMACIA BOURNE e ULTIMATO BOURNE), conta a história de um projeto terrorista montado pelos serviços de inteligência dos EUA para eliminar governantes e figuras hostis aos interesses do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Jason Bourne, interpretado pelo ator Matt Dammon é considerado uma “arma” fluente em vários idiomas, conhecedor de técnicas de combate e que cumpre “missões” mundo afora. Recrutado nas forças armadas do conglomerado é treinado e transformado em Jason ao custo de 39 milhões de dólares para os acionistas. Seu nome real e seu passado desaparecem, vira apenas a arma de 39 milhões de dólares.

Num dado momento foge do controle – quando aborta uma das missões, assassinar um líder africano – e passa a ser perseguido por seus criadores. Vira um perigo em potencial. 

O embaixador do Brasil em Trípoli, Líbia, disse a jornalistas que “não houve bombardeio sobre Trípoli. Isso foi um bombardeio noticioso da Al-Jazeera. O conflito existe, a tensão é grande, mas está havendo uma série de notícias terrivelmente alarmantes e falsas. Quando começaram a falar, ontem (as declarações foram feitas na quinta-feira) que Gaddafi tinha fugido para a Venezuela, ou para o Brasil fiquei muito preocupado”. George Ney de Sousa Fernandes, afirmou-se “aliviado quando felizmente Gaddafi apareceu em praça pública para desmentir”.

E mais – “mas, sinceramente, o quadro está muito amplificado pela falta de informações precisas”.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou medidas determinando uma série de sanções contra a Líbia – com o voto do Brasil – e Barack Hussein Obama, dublê de espertalhão e branco disfarçado de negro exigiu, por conta própria, a saída de Muammar Gaddafi, “imediatamente” do poder. Foi seguido pelos governadores das colônias do conglomerado na Europa, o que chamam de Comunidade Européia.

O povo líbio não tem a menor importância para a organização EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. Importa o petróleo e o risco de expansão a ponto incontrolável dos protestos populares em países árabes governados por ditadores amigos de Washington, freqüentadores dos regabofes da Casa Branca. Mubarak era um deles.

É impensável para o conglomerado terrorista que os protestos possam levar de roldão o governo da Arábia Saudita, principal aliado dos EUA na região e na esteira de uma eventual mudança, o petróleo, além, lógico de colocar em risco as ações terroristas do parceiro Israel.

Sobre líbios terem ou não importância para os norte-americanos/israelenses não custa lembrar a observação de Madeleine Albright a um jornalista sobre 200 mil crianças iraquianas mortas por conta de um bloqueio econômico contra o país, à época do governo Clilnton – “é o preço que se paga pela democracia”.

Que democracia?

O Conselho de Segurança da ONU estuda uma proposta para levar Gaddafi ao Tribunal Criminal Internacional por crimes contra a humanidade (os EUA sonham com
Isso, mas são contra, não aceitam o Tribunal com medo de o feitiço virar contra o feiticeiro, já se fala em alguns países em julgar Bush)

George Bush mentiu ao mundo (ele e Tony Blair) sobre a existência de armas químicas e biológicas no Iraque, invadiu o país, mais de dois milhões de iraquianos morreram, destruiu toda a infra-estrutura da antiga Babilônia (roubou peças do museu babilônico, hoje exibidas em New York) e decretou o ATO PATRIÓTICO, que permitia que presos por suspeita, note bem, por suspeita, de terrorismo ou atividades hostis aos EUA fossem interrogados com técnicas de tortura como falso afogamento, choques elétricos, confinamento, tentativa de destruir sua fé e outras coisas mais típicas do conglomerado terrorista. Há dias se falou sobre levá-lo a julgamento por crimes contra a humanidade no Iraque e no Afeganistão.

Obama mantém o campo de concentração de Guantánamo, versão século XXI do campo de Dachau, onde milhões de pessoas perderam suas vidas, foram escravizadas ou transformadas em cobaias. Dali iam para os campos de extermínio.

As ditaduras militares da Argentina e do Chile adotaram a mesma prática e os norte-americanos confinaram japoneses, descendentes, alemães, descendentes, italianos, descendentes em campos semelhantes durante a IIª Grande Guerra Mundial.

David Cameron, primeiro-ministro da colônia norte-americana outrora conhecida como Grã Bretanha, disse numa reunião de outras colônias (países da chamada Comunidade Européia), que “o multiculturalismo fracasssou”. Ou seja, a existência, coexistência e convivência entre diferentes.

Todos os pontos convergem para um mundo em que a verdade seja única, a deles.

Não são fatos isolados e o filme a que me referi – A IDENTIDADE BOURNE – é uma mostra do que se pratica e se vive no centro do terror mundial, a Casa Branca.

A notícia sobre a fuga de Gaddafi para a Venezuela – mentirosa como se viu – não é gratuita e nem foi arroubo de um ou outro jornalista.

É a percepção clara que nos planos do conglomerado terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A a América Latina é o Oriente Médio de amanhã.

Se milhares de latino-americanos tiverem que morrer como moscas, isso é o de menos, já acontece no Haiti, onde as patas e coturnos nazi/sionistas (com a cumplicidade do Brasil) escravizam e impõem sua ordem àquele país.

O ex-ditador Jean Claude Duvalier voltou  com o consentimento de Washington depois de um acordo financeiro sobre bens depositados em bancos da colônia chamada Suíça.

São negócios, apenas negócios. Por isso líbios, egípcios, palestinos, sauditas, iraquianos, afegãos, colombianos, brasileiros, paquistaneses, turcos, os povos do mundo não entram na contabilidade do neoliberalismo e do terrorismo da chamada nova ordem mundial. Exceto como bucha de canhão.

É a IDENTADE OBAMA, como a foi a IDENTIDADE BUSH, ou CLINTON, ou REAGAN, qualquer um deles. São executivos de uma empresa sanguinária e bárbara escorada em hordas de soldados transformados em zumbis, movidos à doença denominada “patriotismo” e que imaginam libertar o mundo do pecado.

Por onde passam a destruição é plena. Como o cavalo de Átila.

O governo do Irã fechou quatro igrejas evangélicas na capital. Foram plantadas ali com dinheiro norte-americano/sionista para tentar começar a erradicar o islamismo. A fé é só o pretexto para ação política em cima de incautos. Como no caso do Irã são os Baha’i.

Quando da ocupação do Iraque uma das primeiras preocupações dos zumbis/soldados dos EUA foi a de distribuir filmes pornográficos entre iraquianos para quebrar a resistência do povo à nova ordem. A denúncia foi feita pelo THE NEW YORK TIMES. “Os rapazes estavam espargindo o modo de vida do Tio Sam através de suas “sisters”. A sedução cristã, democrática e ocidental sobre os “impuros”.

A prisão de Abu Ghraib, no Iraque, foi usada pelas forças invasoras a partir de 2003 até 2006 e palco de cenas degradantes e abjetas de tortura praticadas por norte-americanos contra iraquianos. Nem a mídia ocidental, dócil e comprada, teve como esconder tamanho o nível da barbárie.

A Cruz Vermelha Internacional denunciou à época que mais de 90% dos presos e torturados em Abu Ghraib foram vítimas da violência dos norte-americanos, pois comprovadamente eram inocentes. Patrulhas norte-americanos prendiam ao seu bel prazer.

A sugestão de demolir o campo de terror foi negada pelo governo do Iraque atendendo a apelos de “oficiais” norte-americanos.

A IDENTADE OBAMA é diferente da de Jason Bourne. Ao contrário da “arma de guerra humana de 39 milhões de dólares” que busca sua identidade, Obama é um terrorista sem nenhum escrúpulo. Sem nenhum princípio. Achou a sua, assassino, genocida, executivo de um conglomerado de empresas e bancos terroristas.  

Fingiu-se negro para eleger-se presidente dos EUA, nada mais que presidente do conglomerado terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. Jornalistas norte-americanos de colunas de fofocas revelam que o “presidente” tive crises de “presidentite” (doença que acomete juízes – juizite –, fiscais de um modo geral, etc), quando Angelina Jolie recusou-se a aceitar suas cantadas.

É só um pilantra que se deu bem na vida, nada além disso. Tanto serve cerveja como garçom, como manda matar como assassino que é.

A Líbia deve ter o seu destino decidido pelos líbios. Sem as patas e coturnos nazi/sionistas dos EUA, de Israel e suas colônias (a Comunidade Européia).

Um mês antes de Bush determinar a invasão do Iraque, no FÓRUM SOCIAL MUNDIAL de Porto Alegre, num evento promovido pelo MST, a freira iraquiana Irmã Sherine, diante de uma platéia de mais ou menos 15 mil pessoas no ginásio do Internacional, disse mais ou menos o seguinte – “a nossa riqueza, o petróleo, que poderia promover o bem de nosso povo, acaba sendo a grande dor de todos os iraquianos” –

A propósito, o governo Dilma deveria dar uma sincronizada entre o chanceler Anthony Patriot (descalço nos EUA) e os embaixadores do Brasil nos países onde ocorrem conflitos ou manifestações populares.

É que esses embaixadores ainda pensam que estão representando interesses nacionais brasileiros. Precisam adequar-se aos interesses nacionais dos EUA. Não somos mais protagonistas, somos coadjuvantes do processo. Gente para Dilma é número, só isso.

E seria bom a mídia mostrar as explosões populares nos EUA contra as políticas dos dois últimos governos, milhões de desempregados, de sem teto, verbas para a saúde cortadas, para a educação eliminadas, mas um orçamento que contempla a guerra e a propaganda (comprar mídia tipo GLOBO, VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, etc), tudo no orçamento de Obama.

Obama lembra aquele cara que chega, carrega sua pasta, corre para buscar água para você beber, ajeita sua cadeira, limpa tudo à sua volta, serve a cerveja e num dado momento, dá-lhe a rasteira e vira o dono do “negócio”.

A identidade Obama é essa, com a diferença que a dimensão é maior. Deveria responder por crimes contra a humanidade.

Ao contrário do que vende a mídia ocidental, os muçulmanos não servem gente picadinha em programas tipo BBB. Não se alimentam de ódio e nem se sustentam na pornografia que  transcende a filmes e atinge em cheio o modelo neoliberal.

Quer maior pornografia que Obama discursando?

O Corão fala em solidariedade, em amor, em misericórdia, fala em paz, fala em convivência fraterna, mas não fala em submissão e medo.

É essa a realidade que não mostram.

E nem o que a cerveja que Obama está servindo a Anthony Patriota – a garçonete é Hilary Cinton – e pessoalmente o tirano vai servir a Dilma quando de sua visita ao Brasil. E da marca PRÉ-SAL.