terça-feira, 1 de março de 2011

Austrália mostra como sistemas de alerta eficientes podem evitar mortes durante enchentes

* Agência Notisa.
Austrália mostra como sistemas de alerta eficientes podem evitar mortes durante enchentes
Segundo especialista, revisões das áreas de risco também devem ser feitas.
 
AGÊNCIA NOTISA – Tragédias como a ocorrida na região serrana do Rio de Janeiro no começo deste ano, que deixou mais de 900 mortos, estão acontecendo com intensidade cada vez maior no mundo todo. Por exemplo, também em janeiro deste ano, o estado de Queensland, no nordeste da Austrália, vivenciou as piores enchentes dos últimos 50 anos – o que afetou cerca de 200 mil pessoas e trouxe prejuízos de mais de um bilhão de dólares australianos. Porém, uma das grandes diferenças dessas tragédias é que, enquanto aqui houve tantas mortes, na Austrália, foram pouquíssimas. Quem explica o porquê disso é Melanie Thomas, pesquisadora do Centro de Estudos de Desastres da Escola da Terra e Ciências Ambientais, da Universidade James Cook, na Austrália.
 
Durante o evento “A Vulnerabilidade das Cidades Frente às Mudanças Climáticas - Uma Experiência Australiana”, ocorrido hoje na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), vinculada à Fundação Oswaldo Cruz, a especialista mostrou que não foi um nível de chuva menor que impediu as mortes – só na cidade de Mackay, localizada em Queensland, por exemplo, choveu em menos de 24 horas entre 600 e 900 milímetros , o esperado para o ano inteiro. O que naquele país teve e aqui não, foi precaução.
 
Segundo Melanie, quando a meteorologia prevê que existe o risco de enchentes, alertas por e-mail e celulares são disparados em até 24 horas antes para os municípios e membros das comunidades, previamente cadastrados, para que possam se preparar.
 
Além disso, ela contou que nas épocas das chuvas já é uma rotina as pessoas estarem constantemente em alerta. “As pessoas já devem estar prontas para evacuar suas casas a qualquer momento. É uma questão cultural”, disse.
 
Melanie também explicou que saber como os sobreviventes desses desastres reagem a tudo isso, é um importante passo para o estabelecimento de políticas públicas. Políticas, que também diferentemente do Brasil, são feitas a nível estadual na Austrália.
 
O estado de Queensland, por exemplo, adotou, segundo Melanie, como medidas de mitigação contra as enchentes as seguintes atitudes: construção de diques, construção de prédios antienchentes, melhora dos canais, elevação das casas e, entre outras tantas, investimento em informação para as comunidades.
 
“As redes sociais têm um papel muito importante. Elas dão coesão e apoio à prevenção de tragédias maiores. Mas para isso, os planos de emergências devem ser pensados para serem implantados por qualquer pessoa, caso as autoridades não estejam presentes”, disse a pesquisadora.
 
Melanie encerrou lembrando que, frente às mudanças climáticas, é muito importante fazer uma revisão das áreas de riscos. Em Nova Friburgo (uma das cidades serranas no RJ), por exemplo, algumas áreas que sofreram deslizamentos não eram consideradas de risco. Segundo a professora, na Austrália, essa revisão já está sendo feita.

Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

Leia também a matéria da Folha do Meio Ambiente sobre a tragédia
na região serrana: http://www.folhadomeio.com.br/publix/fma/folha/2011/02/tragedia216.html

A Folha e o neocolonialismo petroleiro

 
Beto Almeida *

Com o título de “TV Companheira”, o jornal Folha de São Paulo – que tem o nome marcado por ter defendido e colaborado com operações da ditadura em torturas e mortes de prisioneiros políticos  - publicou artigo de Eliane Cantanhede tentando atingir, sem o lograr, a credibilidade jornalística da Telesur, La nueva televisión del sur, em seu esforço de cobrir a crise na Líbia.

Há muitas lições a partir da precária nota da jornalista. Primeiramente, está escancarado que a grande mídia comercial brasileira, seguindo orientações dos conglomerados internacionais midiáticos, editorialmente controlados pelas indústrias bélicas, petroleiras e a ditadura financeira, sempre protegeram os ditadores do Oriente Médio que serviram e ainda servem a estes interesses. A Folha de São Paulo está dentro deste leque de proteção aos “ditadores amigos”.  Assim é que durante mais de 30 anos protegeu Mubaraki, tratando-o como o árabe moderado, porque transformou o Egito em cúmplice do massacre do povo palestino por Israel, com o apoio de Washington. Durante 30 anos a Folha de São Paulo  jamais cobrou eleições diretas ou democracia no Egito, mas, revelando a imensa hipocrisia da sua linha editorial de dois pesos, duas medidas, engajou-se na campanha dos oligopólios midiáticos mundiais contra o governo da Venezuela que, em 12 anos, eleito pelo voto, realizou mais de 15 eleições, plebiscitos e referendos livres, vencendo 14 deles e respeitando democraticamente o único resultado eleitoral adverso  registrado.

“Ditaduras amigas” foram protegidas

A reportagem de Telesur está sim na Líbia, como esteve no Egito e na Tunísia, para oferecer uma cobertura com linha editorial diferenciada, sem qualquer influência do poder petroleiro comandado pelos países imperialistas. Telesur não descobriu somente agora que Mubaraki era um ditador e que saqueou recursos do povo egípcio, bem como seu comparsa Ben Ali, tunisino, sempre protegidos pelos grandes países imperiais como EUA, França, Inglaterra etc., por se transformarem em peões da política que facilita a intervenção militar imperialista no mundo árabe, com o óbvio objetivo de rapina sobre suas imensas riquezas energéticas, da qual são tão dependentes.

A linha editorial que protegia Mubaraki, era a mesma que sempre condenou Kadafi. Não supreende. Kadafi nacionalizou a riqueza petroleira da Líbia e usou esta extraordinária receita para transformar o país , hoje possuidor do mais elevado IDH da África e dos mais elevados no mundo árabe. Este exemplo se chocava com os interesses imperialistas. Preferiam que Kadafi fosse como a oligarquia que reina sobre a Arábia Saudita, a mais maquiavélica das ditaduras da região, sob a proteção da mídia comercial internacional, inclusive a Folha de São Paulo. E sem uma linha sequer da articulista que esboce qualquer reivindicação democrática para este país, cujo petróleo é rigorosamente controlado por empresas dos EUA. Portanto, rigorosamente diferente da Líbia, onde o petróleo foi estatizado permitindo uma elevação do padrão de vida do povo, com progressos reconhecidos internacionalmente nos serviços públicos e gratuitos de educação e saúde, com uma renda per capta e um salário mínimo que superam em muito os registrados no Brasil e na Argentina. Estas informações nunca circularam nem no fluxo internacional da mídia comandada pelos poderes do petróleo, das armas ou do dinheiro, muito menos aqui na submissa Folha de São Paulo.
Ao contrário desta linha editorial complacente com os crimes que se comentem contra os povos árabes, em particular contra o povo palestino, Telesur , em sua curta existência, pouco mais de 5 anos de vida, procura revelar, com critérios jornalísticos,  a falsidade e hipocrisia dos discursos “democráticos” que servem sempre de parâmetros para as coberturas que tentam esconder sob o palavreado democrático, o objetivo fundamental que esta mídia cumpre: dar suporte e favorecer o controle total das riquezas energéticas do Oriente Médio pelos trustes imperialistas. É por esta razão que a Folha de São Paulo tenta, inutilmente, atacar a Telesur, porque questiona e se diferencia do jornalismo obediente ao poder bélico-petroleiro que tantas vidas ceifa na região, inclusive na própria Líbia, tantas vezes bombardeada, agredida e boicotada pelos países membros da Otan. É a subserviência a esta política imperial que leva a Folha e sua articulista a afrontarem as políticas externas soberanas que os países do eixo sul-sul estão desenhando, com o objetivo de libertarem-se das algemas da OTAN, inclusive postulando a criação de uma Organização do Tratado do Atlântico Sul, proposta defendida por vários países sistematicamente enfrentados pela linha editorial da Folha, inclusive por Kadafi, certamente, uma das tantas razões que o leva a ter sido sempre condenado pelos imperialistas, pela ONU, pela OTAN.  Vale lembrar que Kadafi teve sua residência destruída por um bombardeio ordenado por Bill Clinton, no qual morreu sua filha recém-nascida. A articulista escreveu algum protesto na época? Ou lamentou que a pontaria poderia ter sido mais certeira?

Hipocrisia editorial

Mubaraki  foi protegido e elogiado por este jornalismo tipo Folha de São Paulo  -  que, aliás, não chamava Pinochet de ditador, mas de presidente  -  porque comandou o retrocesso das conquistas socioeconômicas que o Egito havia alcançado durante a Era Nasser. Tal como aqui a Folha serve aos interesses estrangeiros e de seus prepostos internos que operaram para demolir as conquistas da Era Vargas; o elogio e a tolerância para com a ditadura de Mubaraki deve-se ao fato dele desconstruir  o nacionalismo revolucionário de Nasser, aliado da Líbia e da Síria, colocando o Egito na posição de ser um vergonhoso coadjuvante da macabra política israelense na região,  a serviço da indústria petroleira imperial. Mas, os milhões de egípcios nas praças estão escrevendo outra história para aquele país!
Telesur conta esta história. Faz jornalismo para revelar o direito histórico da luta dos povos árabes por sua independência, por sua soberania. É por isso que incomoda tanto. É por isso que agressão da Folha não surpreende, faz parte da blitz midiática internacional que sustenta o intervencionismo militar dos grandes países imperialistas. Esta mídia atua como os clarins que anunciam e clamam pela guerra!
Independente do desfecho que esta crise na Líbia produzirá, a esta altura imprevisível,  não há como não perceber  a imensa hipocrisia jornalística dos que  se calam diante dos sanguinários bombardeios que estão caindo agora mesmo sobre a população civil no Afeganistão, ilegalmente ocupado pelos EUA, ou no Iraque, onde mais de um milhão de vidas foram dizimadas a partir de uma guerra iniciada por meio de  grosseiras falsificações de notícias sobre a existência de armas químicas naquele país, fraude jornalística que a Folha de São Paulo  endossou, o que lhe retira qualquer moral, juntamente à assessoria que prestou à ditadura militar no Brasil, para reivindicar democracia ou clamar por direitos humanos.

Colônia petroleira
Provavelmente, a crise atual na Líbia tenha também explicação pelos erros cometidos pelo seu governo, entre eles, provavelmente o mais grave,  o de ter realizado inesperados e improdutivos acordos com os EUA, com a Inglaterra, com o FMI, inclusive dando início a medidas de privatização injustificáveis e abrindo mão, unilateralmente, do programa de energia nuclear, bobagem que o Irã e o Brasil, mesmo sob pressão, indicam não estarem dispostos a cometer. As concessões de Kadafi aos patrocinadores da morte e de opressão contra os povos iraquiano, afegão, palestino, entre eles Bush e Blair, aprofundou, certamente, os conflitos internos, agravando as disputas tribais, facilitando a infiltração dos que nunca aceitaram a nacionalização do petróleo líbio. Agora, a Folha de São Paulo, que se crê tão moderna, apresenta-se aliada aos que levantam novamente a bandeira da Líbia do Rei Idris, demonstrando preferir   operar para o retrocesso histórico da república à monarquia, o que faria da Líbia uma colônia petroleira controlada pelos conglomerados anglo-saxões.

Enquanto as grandes redes oligopólicas de tvs comerciais operam para justificar, auxiliar e assessorar a pilhagem dos recursos energéticos dos povos,  -   por isso assumiram editorialmente as mentiras que justificaram a guerra de rapina contra o Iraque  -    Telesur coloca seu jornalismo a serviço do direito dos povos de conhecerem na íntegra a versão objetiva dos fatos, inclusive dando voz aos povos que lutam, que buscam construir modelos de sociedade em que a soberania sobre seus recursos e o seu uso em benefício da população sejam sagrados. Telesur tem consciência de quão árdua é a meta de fazer um jornalismo não controlado pelos oligopólios da guerra, do dinheiro e do petróleo. Mas, desta meta não se afastará, pois foi como expressão dos povos que se rebelam na América Latina contra a dominação imperial que nasceu e que assumiu como bandeira o princípio “ O nosso Norte, é o Sul”

*Beto Almeida, Membro da Junta Diretiva da Telesur

A Identidade Obama


 
Laerte Braga


O filme IDENTIDADE BOURNE, do diretor Doug Liman, lançado em 2002 e que acabou virando uma trilogia (SUPREMACIA BOURNE e ULTIMATO BOURNE), conta a história de um projeto terrorista montado pelos serviços de inteligência dos EUA para eliminar governantes e figuras hostis aos interesses do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Jason Bourne, interpretado pelo ator Matt Dammon é considerado uma “arma” fluente em vários idiomas, conhecedor de técnicas de combate e que cumpre “missões” mundo afora. Recrutado nas forças armadas do conglomerado é treinado e transformado em Jason ao custo de 39 milhões de dólares para os acionistas. Seu nome real e seu passado desaparecem, vira apenas a arma de 39 milhões de dólares.

Num dado momento foge do controle – quando aborta uma das missões, assassinar um líder africano – e passa a ser perseguido por seus criadores. Vira um perigo em potencial. 

O embaixador do Brasil em Trípoli, Líbia, disse a jornalistas que “não houve bombardeio sobre Trípoli. Isso foi um bombardeio noticioso da Al-Jazeera. O conflito existe, a tensão é grande, mas está havendo uma série de notícias terrivelmente alarmantes e falsas. Quando começaram a falar, ontem (as declarações foram feitas na quinta-feira) que Gaddafi tinha fugido para a Venezuela, ou para o Brasil fiquei muito preocupado”. George Ney de Sousa Fernandes, afirmou-se “aliviado quando felizmente Gaddafi apareceu em praça pública para desmentir”.

E mais – “mas, sinceramente, o quadro está muito amplificado pela falta de informações precisas”.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou medidas determinando uma série de sanções contra a Líbia – com o voto do Brasil – e Barack Hussein Obama, dublê de espertalhão e branco disfarçado de negro exigiu, por conta própria, a saída de Muammar Gaddafi, “imediatamente” do poder. Foi seguido pelos governadores das colônias do conglomerado na Europa, o que chamam de Comunidade Européia.

O povo líbio não tem a menor importância para a organização EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. Importa o petróleo e o risco de expansão a ponto incontrolável dos protestos populares em países árabes governados por ditadores amigos de Washington, freqüentadores dos regabofes da Casa Branca. Mubarak era um deles.

É impensável para o conglomerado terrorista que os protestos possam levar de roldão o governo da Arábia Saudita, principal aliado dos EUA na região e na esteira de uma eventual mudança, o petróleo, além, lógico de colocar em risco as ações terroristas do parceiro Israel.

Sobre líbios terem ou não importância para os norte-americanos/israelenses não custa lembrar a observação de Madeleine Albright a um jornalista sobre 200 mil crianças iraquianas mortas por conta de um bloqueio econômico contra o país, à época do governo Clilnton – “é o preço que se paga pela democracia”.

Que democracia?

O Conselho de Segurança da ONU estuda uma proposta para levar Gaddafi ao Tribunal Criminal Internacional por crimes contra a humanidade (os EUA sonham com
Isso, mas são contra, não aceitam o Tribunal com medo de o feitiço virar contra o feiticeiro, já se fala em alguns países em julgar Bush)

George Bush mentiu ao mundo (ele e Tony Blair) sobre a existência de armas químicas e biológicas no Iraque, invadiu o país, mais de dois milhões de iraquianos morreram, destruiu toda a infra-estrutura da antiga Babilônia (roubou peças do museu babilônico, hoje exibidas em New York) e decretou o ATO PATRIÓTICO, que permitia que presos por suspeita, note bem, por suspeita, de terrorismo ou atividades hostis aos EUA fossem interrogados com técnicas de tortura como falso afogamento, choques elétricos, confinamento, tentativa de destruir sua fé e outras coisas mais típicas do conglomerado terrorista. Há dias se falou sobre levá-lo a julgamento por crimes contra a humanidade no Iraque e no Afeganistão.

Obama mantém o campo de concentração de Guantánamo, versão século XXI do campo de Dachau, onde milhões de pessoas perderam suas vidas, foram escravizadas ou transformadas em cobaias. Dali iam para os campos de extermínio.

As ditaduras militares da Argentina e do Chile adotaram a mesma prática e os norte-americanos confinaram japoneses, descendentes, alemães, descendentes, italianos, descendentes em campos semelhantes durante a IIª Grande Guerra Mundial.

David Cameron, primeiro-ministro da colônia norte-americana outrora conhecida como Grã Bretanha, disse numa reunião de outras colônias (países da chamada Comunidade Européia), que “o multiculturalismo fracasssou”. Ou seja, a existência, coexistência e convivência entre diferentes.

Todos os pontos convergem para um mundo em que a verdade seja única, a deles.

Não são fatos isolados e o filme a que me referi – A IDENTIDADE BOURNE – é uma mostra do que se pratica e se vive no centro do terror mundial, a Casa Branca.

A notícia sobre a fuga de Gaddafi para a Venezuela – mentirosa como se viu – não é gratuita e nem foi arroubo de um ou outro jornalista.

É a percepção clara que nos planos do conglomerado terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A a América Latina é o Oriente Médio de amanhã.

Se milhares de latino-americanos tiverem que morrer como moscas, isso é o de menos, já acontece no Haiti, onde as patas e coturnos nazi/sionistas (com a cumplicidade do Brasil) escravizam e impõem sua ordem àquele país.

O ex-ditador Jean Claude Duvalier voltou  com o consentimento de Washington depois de um acordo financeiro sobre bens depositados em bancos da colônia chamada Suíça.

São negócios, apenas negócios. Por isso líbios, egípcios, palestinos, sauditas, iraquianos, afegãos, colombianos, brasileiros, paquistaneses, turcos, os povos do mundo não entram na contabilidade do neoliberalismo e do terrorismo da chamada nova ordem mundial. Exceto como bucha de canhão.

É a IDENTADE OBAMA, como a foi a IDENTIDADE BUSH, ou CLINTON, ou REAGAN, qualquer um deles. São executivos de uma empresa sanguinária e bárbara escorada em hordas de soldados transformados em zumbis, movidos à doença denominada “patriotismo” e que imaginam libertar o mundo do pecado.

Por onde passam a destruição é plena. Como o cavalo de Átila.

O governo do Irã fechou quatro igrejas evangélicas na capital. Foram plantadas ali com dinheiro norte-americano/sionista para tentar começar a erradicar o islamismo. A fé é só o pretexto para ação política em cima de incautos. Como no caso do Irã são os Baha’i.

Quando da ocupação do Iraque uma das primeiras preocupações dos zumbis/soldados dos EUA foi a de distribuir filmes pornográficos entre iraquianos para quebrar a resistência do povo à nova ordem. A denúncia foi feita pelo THE NEW YORK TIMES. “Os rapazes estavam espargindo o modo de vida do Tio Sam através de suas “sisters”. A sedução cristã, democrática e ocidental sobre os “impuros”.

A prisão de Abu Ghraib, no Iraque, foi usada pelas forças invasoras a partir de 2003 até 2006 e palco de cenas degradantes e abjetas de tortura praticadas por norte-americanos contra iraquianos. Nem a mídia ocidental, dócil e comprada, teve como esconder tamanho o nível da barbárie.

A Cruz Vermelha Internacional denunciou à época que mais de 90% dos presos e torturados em Abu Ghraib foram vítimas da violência dos norte-americanos, pois comprovadamente eram inocentes. Patrulhas norte-americanos prendiam ao seu bel prazer.

A sugestão de demolir o campo de terror foi negada pelo governo do Iraque atendendo a apelos de “oficiais” norte-americanos.

A IDENTADE OBAMA é diferente da de Jason Bourne. Ao contrário da “arma de guerra humana de 39 milhões de dólares” que busca sua identidade, Obama é um terrorista sem nenhum escrúpulo. Sem nenhum princípio. Achou a sua, assassino, genocida, executivo de um conglomerado de empresas e bancos terroristas.  

Fingiu-se negro para eleger-se presidente dos EUA, nada mais que presidente do conglomerado terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. Jornalistas norte-americanos de colunas de fofocas revelam que o “presidente” tive crises de “presidentite” (doença que acomete juízes – juizite –, fiscais de um modo geral, etc), quando Angelina Jolie recusou-se a aceitar suas cantadas.

É só um pilantra que se deu bem na vida, nada além disso. Tanto serve cerveja como garçom, como manda matar como assassino que é.

A Líbia deve ter o seu destino decidido pelos líbios. Sem as patas e coturnos nazi/sionistas dos EUA, de Israel e suas colônias (a Comunidade Européia).

Um mês antes de Bush determinar a invasão do Iraque, no FÓRUM SOCIAL MUNDIAL de Porto Alegre, num evento promovido pelo MST, a freira iraquiana Irmã Sherine, diante de uma platéia de mais ou menos 15 mil pessoas no ginásio do Internacional, disse mais ou menos o seguinte – “a nossa riqueza, o petróleo, que poderia promover o bem de nosso povo, acaba sendo a grande dor de todos os iraquianos” –

A propósito, o governo Dilma deveria dar uma sincronizada entre o chanceler Anthony Patriot (descalço nos EUA) e os embaixadores do Brasil nos países onde ocorrem conflitos ou manifestações populares.

É que esses embaixadores ainda pensam que estão representando interesses nacionais brasileiros. Precisam adequar-se aos interesses nacionais dos EUA. Não somos mais protagonistas, somos coadjuvantes do processo. Gente para Dilma é número, só isso.

E seria bom a mídia mostrar as explosões populares nos EUA contra as políticas dos dois últimos governos, milhões de desempregados, de sem teto, verbas para a saúde cortadas, para a educação eliminadas, mas um orçamento que contempla a guerra e a propaganda (comprar mídia tipo GLOBO, VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, etc), tudo no orçamento de Obama.

Obama lembra aquele cara que chega, carrega sua pasta, corre para buscar água para você beber, ajeita sua cadeira, limpa tudo à sua volta, serve a cerveja e num dado momento, dá-lhe a rasteira e vira o dono do “negócio”.

A identidade Obama é essa, com a diferença que a dimensão é maior. Deveria responder por crimes contra a humanidade.

Ao contrário do que vende a mídia ocidental, os muçulmanos não servem gente picadinha em programas tipo BBB. Não se alimentam de ódio e nem se sustentam na pornografia que  transcende a filmes e atinge em cheio o modelo neoliberal.

Quer maior pornografia que Obama discursando?

O Corão fala em solidariedade, em amor, em misericórdia, fala em paz, fala em convivência fraterna, mas não fala em submissão e medo.

É essa a realidade que não mostram.

E nem o que a cerveja que Obama está servindo a Anthony Patriota – a garçonete é Hilary Cinton – e pessoalmente o tirano vai servir a Dilma quando de sua visita ao Brasil. E da marca PRÉ-SAL.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Os Jovens Norte-americanos – Madison, Wisonsin

 Laerte Braga

O diretor Michael Moore decidiu abrir um JORNAL ESCOLAR com o intuito de publicar tudo o que os jovens norte-americanos escrevem para os jornais e blogs de suas escolas e a censura não permite que seja publicado. Michael Moore é uma versão norte-americana do brasileiro Sílvio Tendler, um dos nossos maiores diretores de cinema.

Há cerca de uma semana atrás, na série CRIMINAL MINDS, um dos agentes especiais do FBI referindo-se ao modus operandi de um criminoso disse o seguinte – “ele age como os iranianos agem” –.

Em setembro de 2010 os norte-americanos executaram com uma injeção letal Teresa Lewis, acusada de ser a mandante do assassinato de seu marido. A execução aconteceu em meio a protestos de organizações nacionais e internacionais de direitos humanos. De declarações de juristas e médicos em todo o mundo. Teresa Lewis era incapaz mentalmente. O fato estava documentado no processo.

Mas... Enfim, democracia cristã e ocidental é assim, a lei acima de tudo...


A mídia pródiga em acusar o Irã, enfiou a viola no saco (o dinheiro na conta de caixa dois) no caso de Teresa Lewis.

Milhares de estudantes, professores, servidores públicos e trabalhadores ocuparam o prédio do CAPITOL STATE, o parlamento estadual do estado de Wisconsin, para protestar contra as decisões do governador republicano Scott Walker que propôs cortes orçamentários na saúde, na educação, nos serviços públicos de um modo geral para cobrir um déficit de 137 milhões de dólares do período fiscal que se encerra em junho deste ano.

A revolta a princípio contra a proposta do governador está se estendendo a jovens dos estados de Ohio e Indiana e grandes manifestações são vistas – mas não noticiadas por organizações venais como a GLOBO por exemplo, ou a FOLHA, amiga de Dilma) em cidades dos EUA.


Explode o descontentamento geral contra um conjunto de forças que forma hoje o maior conglomerado terrorista do mundo, EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Jovens norte-americanos começam a perceber que nem tudo se resume a sanduíches da rede Mcdonald’s, ou tênis de marcas famosas, confeccionados por trabalhadores/escravos em países africanos, asiáticos, com o tradicional e cada vez mais intenso “made in China”.

E que a “verdade” revelada pela mídia norte-americana, pelo governo, nada mais é que o conjunto de interesses dessa tétrica organização terrorista. A mentira repetida a exaustão.

Mentiras que levaram o país a guerras contra o Iraque e o Afeganistão, bilhões de dólares para garantir interesses de grupos econômicos, serviços de inteligência e segurança nacional privatizados, todo um filme de horror que ameaça algo muito maior que os EUA. O mundo inteiro.

Muammar Gaddafi é um ditador. Líder de uma revolução nacionalista acabou encurralado pelos EUA e juntou-se ao círculo de ditadores que dançam segundo a música tocada em Washington. Nem sempre o que parecer ser é de fato, caso de Gaddafi.

Os terroristas norte-americanos sabem que é fácil e barato comprar generais em países do mundo inteiro. Adoram brinquedinhos de guerra (aquelas lanchas que crianças usam para brincar em banheiras, por exemplo). E nem todos se chamam Henrique Duffles Baptista Teixeira Lott, ou Moreira Lima e outros. Há os que se chamam Castello Branco, Garrastazu Médici, Pinochet, Vidella. Mubarak e vendem seus países a preço de banana, com garantia de manter o povo distante de qualquer decisão.

Quando tenta, o povo, se aproximar, existe sempre um Brilhante Ulstra para prender, torturar, estuprar e matar. Ou um governo nazi/sionista como o de Israel.

O que acontece na Líbia é uma intervenção descarada dos Estados Unidos e de Israel através da CIA – uma das empresas do conglomerado – na tentativa de derrubar a ditadura de Gaddafi, enrolar o povo líbio e garantir o petróleo de cada dia às empresas partícipes do conglomerado.

Líbios? Vão olhar com os olhos e lamber com a testa como está acontecendo com os egípcios.

Dispõe, o conglomerado terrorista, de arsenal suficiente para destruir todo o mundo e da mídia privada sempre pronta a mentir, distorcer e com isso alienar.


Controla a maior parte dos governos/colônias da chamada Comunidade Européia – uma das grandes empresas do conglomerado – onde o principal debate é o fato de Barack Obama não ter sido convidado para o casamento do príncipe filho de Charles, neto de Elizabeth II, bibelô que mantêm conservado em formol para situações de emergência. Aquela volta de carruagem do palácio ao parlamento, por exemplo, para fingir que o império existe, enquanto milhões de Homer Simpsons, embasbacados, assistem e se extasiam com a pompa de sua majestade (alguns afirmam que estão tentando contornar o problema Obama, nem que o branco disfarçado de negro entre pela porta dos fundos na condição de penetra. Afinal ele é só engraxado e detentor nominalmente, da maioria das ações do conglomerado).

Isso entre os intervalos do BBB, quando se trata do Brasil, pelo menos nessa época.

O futuro do povo líbio cabe ao povo líbio decidir sem qualquer tipo de pressão internacional. A revolta popular no Egito alertou os EUA e Israel para a necessidade de aumentar os recursos disponíveis a generais de países do Oriente Médio, no afã de garantir a democracia cristã e ocidental.


Um jabaculê a mais para policiais (do tipo desses padrão tropa de elite e que arrancam roupa de suspeitos/as) e políticos com placa de vende-se à porta de seus gabinetes. No caso do Rio por exemplo, o governador sacramentou uma irregularidade para beneficiar Luciano Hulk, mas o prefeito, seu aliado, não tem os remédios obrigatórios e gratuitos para doentes de sua cidade.

A verba que estava aqui, sumiu.

 Barack Hussein Obama foi eleito pelos jovens, depois de derrotar Hilary Clinton, sua adversária no partido Democrata com a força desses jovens. Presidente, rendeu-se à evidência que não existia mais a nação norte-americana, mas um conglomerado terrorista associado a Israel e aceitou representar parecer negro, assinando todos os papéis que lhe são postos à frente, inclusive aqueles que autorizam a CIA a contratar mercenários para garantir os poços de petróleo da Líbia.

Os negócios acima de tudo.

Em Madison as milhares de pessoas que protestam contra as propostas do governador republicano já perceberam que mesmo com a ausência dos senadores democratas (oposição), e mesmo com o STATE CAPITOL ocupado, republicanos vão votar e aprovar os cortes.

Constatação de um senador democrata – “é o fim do processo democrático”.

Fim onde? Na tela? The end depois do beijo apaixonado de Elizabeth Taylor e Richard Burton?

Onde existe esse trem nos EUA? Esse troço? Essa tal de democracia?

Nos restos mortais de Tereza Lewis?

Nas vítimas de Hiroshima e Nagazaki?


Nos presos e torturados no Iraque, assassinados pela “democracia”?


Nos civis mortos no Afeganistão?


Nos presos do campo de concentração de Guantánamo?


Na extradição de Julian Assange?


Pode estar começando a querer existir em Madison, Wisconsin. Vai ter que chegar ao Texas antes que George Bush monte seu alazão e saia mundo afora despejando bombas e atos patrióticos.


É Hitler e seus delírios em estado de perfeição absoluta. O poder de destruir o mundo cem vezes se necessário for. 


O tacão nazi/sionista está sufocando a Líbia e o povo líbio.


Aqui a GLOBO vende isso com a recomendação de dentistas “íntegros” que colgate torna o sorriso mais branco e permite beber água gelada. No caso de azia tem um farmacêutico de aluguel pronto a indicar o medicamento necessário.


Comprado né, porque direito à saúde, logo a medicamentos, Eduardo Paes não tem a menor noção disso. Só de quero o meu.


É um exército mercenário que vai desde generais egípcios a “recos” governando o Rio. 

PS - dizem que FHC invocando sua condição de "príncipe" está tentando descolar um convite para o casamento do herdeiro do trono inglês. Chegou a prometer um pedaço do bolo a José Arruda Serra. E se mostra disposto a submeter-se a um exame de sangue para provar que o seu é azul. 

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

País do conhecimento, potência ambiental



 Blog do Planalto
 Posted: 20 Feb 2011 04:45 AM PST
 Dilma Rousseff

Hoje, já não parece uma meta tão distante o Brasil se tornar país economicamente rico e socialmente justo, mas há grandes desafios pela frente, como educação de qualidade
Há 90 anos, o Brasil era um país oligárquico, em que a questão social não tinha qualquer relevância aos olhos do poder público, que a tratava como questão de polícia.

O país vivia à sombra da herança histórica da escravidão, do preconceito contra a mulher e da exclusão social, o que limitou, por muitas décadas, seu pleno desenvolvimento.

Mesmo quando os grandes planos de desenvolvimento foram desenhados, a questão social continuou como apêndice e a educação não conquistou lugar estratégico. Avançamos apenas nas décadas recentes, quando a sociedade decidiu firmar o social como prioridade.

Contudo, o Brasil ainda é um país contraditório. Persistem graves disparidades regionais e de renda. Setores pouco desenvolvidos coexistem com atividades econômicas caracterizadas por enorme sofisticação tecnológica. Mas os ganhos econômicos e sociais dos últimos anos estão permitindo uma renovada confiança no futuro.

Enorme janela de oportunidade se abre para o Brasil. Já não parece uma meta tão distante tornar-se um país economicamente rico e socialmente justo. Mas existem ainda gigantescos desafios pela frente. E o principal, na sociedade moderna, é o desafio da educação de qualidade, da democratização do conhecimento e do desenvolvimento com respeito ao meio ambiente.
Ao longo do século 21, todas as formas de distribuição do conhecimento serão ainda mais complexas e rápidas do que hoje.
Como a tecnologia irá modificar o espaço físico das escolas? Quais serão as ferramentas à disposição dos estudantes? Como será a relação professor-aluno? São questões sem respostas claras.

Tenho certeza, no entanto, de que a figura-chave será a do educador, o formador do cidadão da era do conhecimento.
Priorizar a educação implica consolidar valores universais de democracia, de liberdade e de tolerância, garantindo oportunidade para todos. Trata-se de uma construção social, de um pacto pelo futuro, em que o conhecimento é e será o fator decisivo.

Existe uma relação direta entre a capacidade de uma sociedade processar informações complexas e sua capacidade de produzir inovação e gerar riqueza, qualificando sua relação com as demais nações.

No presente e no futuro, a geração de riqueza não poderá ser pautada pela visão de curto prazo e pelo consumo desenfreado dos recursos naturais. O uso inteligente da água e das terras agriculturáveis, o respeito ao meio ambiente e o investimento em fontes de energia renováveis devem ser condições intrínsecas do nosso crescimento econômico. O desenvolvimento sustentável será um diferencial na relação do Brasil com o mundo.

Noventa anos atrás, erramos como governantes e falhamos como nação.

Estamos fazendo as escolhas certas: o Brasil combina a redução efetiva das desigualdades sociais com sua inserção como uma potência ambiental, econômica e cultural. Um país capaz de escolher seu rumo e de construir seu futuro com o esforço e o talento de todos os seus cidadãos.

DILMA ROUSSEFF é a presidente da República.

Mulheres conduzem luta pelo meio ambiente


Por Dahr Jamail, da IPS


Ciudad Romero, El Salvador, 23/2/2011 – Um poderoso movimento social, destinado a proteger os recursos naturais e adaptar-se à mudança climática, apoia-se em mulheres que assumiram papeis de liderança nesta região costeira de El Salvador.

Cristina Reyes cumpre seu segundo período como presidente da junta diretora da comunidade Ciudad Romero, no departamento de Usulután, no Pacífico. O trabalho feito, motivo de sua reeleição, vai desde conseguir eletricidade, água potável e estradas até instalar serviços de combate à violência contra as mulheres. Antes desta fase de construção, sua vida e a de muitos na região pode ser contada como uma história épica de aventuras, sobrevivência e resistência.

Cristina e sua família tiveram que fugir de sua aldeia natal nos anos de violência política que desembocaram na guerra civil (1980-1992), que deixou cerca de 75 mil mortos. Escondendo-se com uma irmã na selva, fugindo dos militares que combatiam toda a oposição apoiados pelos Estados Unidos, Cristina buscou refúgio na vizinha Honduras. Contudo, “em 1980 tivemos de regressar porque os militares hondurenhos realizavam uma campanha de repressão contra a sociedade exatamente como a de El Salvador”, recorda Cristina. De volta ao seu país, “o Exército continuava com a mesma política”.

Cristina descreve ações brutais como o incêndio de casas, as prisões e a repressão contra sacerdotes católicos que defendiam os direitos humanos. O nome da que agora é sua comunidade é homenagem a um deles, o arcebispo Óscar Arnulfo Romero, assassinado em 1980 quando rezava a missa. “Ao voltar para casa não restava nada, nem um cachorro. Nos juntamos à guerrilha por causa dos massacres que presenciamos”, recorda.

Na época, diferentes grupos armados haviam se unificado na Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN). Cristina e sua irmã trabalhavam em uma emissora de rádio da insurgência e ajudavam as mulheres que haviam perdido seus maridos e filhos na guerra. Essas tarefas a levaram a somar-se a organizações de mulheres na capital e finalmente mudar-se para a região do baixo Rio Lempa, em Usulután, onde Ciudad Romero e outras comunidades se formaram pelos ex-combatentes e refugiados que voltavam ao país.

Hoje olha para frente. “Ajudamos a criar programas de alimentos e agora trabalhamos para melhorar o serviço elétrico. E temos plano de construir um hospital” afirma. Cristina faz parte de um movimento social que se aglutina na Coordenadoria do Baixo Lempa e Baía de Jiquilisco, uma coalizão de grupos de base que atuam em mais de cem comunidades desta região que a Unesco declarou em 2007 Reserva da Biosfera Xiriualtique Jiquilisco. Trata-se de uma planície costeira, banhada pelo Rio Lempa e margeada por mangues.

As juntas diretoras de cada comunidade, constituídas legalmente, são as encarregadas de tomar as decisões políticas. A Associação Mangue, que faz parte da Coordenadoria, funciona como resposta às frequentes crises causadas pela mudança climática: inundações e transbordamento de rios. O movimento social tenta fortalecer a agricultura sustentável e diversificada, a alimentação orgânica, a segurança alimentar e a adaptação às alterações do clima.

“Neste movimento as comunidades cuidam de seus próprios recursos”, explica à IPS Estela Hernández, que integra a junta diretora da Associação Mangue. “E, ao mesmo tempo, trabalhamos para que as políticas do novo governo nacional incluam nossas ações para conseguir a soberania alimentar, o manejo ambiental e hídrico e a tomada de decisões no plano local”, afirma Estela, entrevistada em seu escritório.

O novo governo nacional do qual fala Estela está nas mãos do FMLN, que deixou as armas após os acordos de paz de 1992 e, convertido no principal partido opositor, ganhou as eleições de 2009, levando a esquerda ao poder pela primeira vez neste pequeno país de seis milhões de habitantes.

Maria Elena Vigil, também dirigente da Associação Mangue, dedica-se a organizar a população afetada pelas operações da estatal Comissão Executiva Hidrelétricas do Rio Lempa (CEL), que administra quatro empresas. Na estação chuvosa, as descargas de água de uma delas, a 15 de Setembro, às vezes sem aviso, destruíam as plantações rio abaixo. Assim foram perdidos muitos cultivos, e “inclusive algumas vidas”, assegura. “As comunidades estão sumindo pela inundação. Assim, as estamos organizando contra as hidrelétricas”, completou Maria Elena.

Maria Elena também tem tempo para combater as práticas da indústria açucareira local, que aplica nos canaviais produtos agrotóxicos aos quais se atribui o aumento de doenças como a insuficiência renal. “Há mais doenças. O veneno cai dos aviões usados para aplicá-los e entra em nossa comida e nossa água, e inclusive atinge os mangues da costa”, descreve.

Dolores Esperanza Maravilla coloca sua capacidade de organização a serviço da resistência contra a CEL, a qual responsabiliza por agravar as inundações. “As hidrelétricas são responsáveis por isto. E há outras falhas como esta”, disse Dolores, apontando uma terraplenagem rachada pelas inundações de alguns meses atrás.

Ela foi uma das primeiras a chegar ao lugar quando a barreira cedeu, e usou as fotos que fez do desastre com seu telefone celular para exigir do Ministério da Agricultura que se fizesse presente na área e tomasse medidas. Além destes esforços, muitas mulheres salvadorenhas assumiram a tarefa de estudar, aproveitando um programa nacional de alfabetização.

Em um círculo de leitura e escrita organizado na aldeia de El Carmen, três mulheres resolvem problemas matemáticos com a conversão de divisas. “Esperamos muito por isto”, disse uma delas, María Concepción Ortillo. “A guerra nos impediu de estudar, a maioria de nós estava na guerrilha ou no Exército. Hoje estou feliz de estar aqui e que as mulheres possam avançar na sociedade”.

Para Cristina, um dos êxitos maiores é “a confiança que damos umas às outras e, sobretudo, como combinamos isto com a criação dos filhos”. Ela ajudou a construir um abrigo administrado por sua comunidade, que proporciona assistência psicológica e um mecanismo para que as mulheres possam denunciar de forma confidencial se sofrem violência doméstica ou abuso sexual e consigam ajuda.

Sua própria vida é um exemplo do papel relevante que as mulheres estão desempenhando na organização social da região. “Estamos em um lugar onde tentamos fazer mais pelas mulheres. Esperamos o futuro e mais trabalho como este”, disse. Envolverde/IPS


(IPS/Envolverde)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Cientistas reagem à flexibilização do Código Florestal


Por Luana Lourenço , da Agência Brasil 

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) preparam uma reação aos argumentos ruralistas para a aprovação das mudanças no Código Florestal propostas pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

As entidades divulgaram na última semana um resumo executivo de um estudo que deve provar cientificamente que as flexibilizações previstas no relatório de Rebelo comprometem o futuro das florestas do país.  O texto foi reproduzido pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc).

Entre outros pontos, os cientistas discordam da redução da área de preservação permanente (APP) na margem de rios, da possibilidade de regularizar plantios em topos de morros e da recomposição de áreas de reserva legal com espécies exóticas.

No estudo, que deve ser divulgado na íntegra nas próximas semanas, os cientistas argumentarão que a área utilizada pela agropecuária no país pode ter a produtividade maximizada sem necessidade de novos desmatamentos, com investimentos em pesquisa e tecnologias.  E que é preciso compensar as perdas ambientais provocadas pelo histórico de produção insustentável.

“O contraponto do sucesso econômico da agricultura tropical se manifesta no aumento das pressões sobre o meio ambiente, com agravamento de processos erosivos, perda de biodiversidade, contaminação ambiental e desequilíbrios sociais.  Fica evidente que há necessidade de medidas urgentes dos tomadores de decisão para se reverter o atual estágio de degradação ambiental provocada pela agropecuária brasileira”, diz o sumário executivo.

Com o documento, a SBPC e a ABC pretendem ampliar a discussão sobre as mudanças no Código Florestal e protelar a votação do texto de Rebelo.  O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS) havia anunciado a votação para a primeira quinzena de março.  No entanto, decidiu criar um grupo com representantes das bancadas ruralista e ambientalista para discutir o tema, sinal de que a votação deve ser adiada.

Nos últimos dias, os ruralistas têm aumentado a pressão para tentar votar o relatório de Rebelo ainda em março.  O texto foi aprovado em uma comissão especial em julho do ano passado e está pronto para ir a plenário.

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), disse que há risco de inflação no preço dos alimentos se houver mudanças na lei florestal.  Segundo a CNA, se não houver flexibilização no Código Florestal, os agricultores com irregularidades ambientais não terão acesso a crédito e a produção vai diminuir.

Edição: Rivadavia Severo

(Envolverde/Agência Brasil)


Estudo do Ipea alerta para desconhecimento da biodiversidade brasileira com risco às espécies

Por Gilberto Costa, da Agência Brasil 

Técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) constataram, por meio da análise de estudos de variabilidade genética, que há, no Brasil, desconhecimento sobre as espécies e o meio ambiente em todas as regiões, o que afeta as possibilidades de preservação de animais e plantas, inclusive os mais ameaçados.

Os dados foram divulgados nesta (17) e fazem parte do Comunicado Ipea, Série Eixos do Desenvolvimento Brasileiro, intitulado Sustentabilidade Ambiental no Brasil: Biodiversidade, Economia e Bem-Estar Humano.

O Ipea reconhece que “o conhecimento e a conservação dos biomas brasileiros têm avançado bastante nos últimos anos”, conforme constatado no capítulo que traz o levantamento dos biomas brasileiros, onde há referência ao início recente do monitoramento por satélite do desmatamento no Cerrado e na Caatinga.

Em outro trecho da publicação, os técnicos, no entanto, constatam que há um profundo desconhecimento sobre genes e espécies, o que inviabiliza a proteção.  “O fato é que aproximadamente 75% das espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção não são objeto de quaisquer medidas de manejo”.

Na conclusão, os técnicos sugerem que “o potencial da perda de biodiversidade seja considerado, efetivamente, no âmbito decisório, quando da implementação de políticas e ações, nas esferas pública e privada, de forma a evitá-la ou mitigá-la.  Merecem destaque as obras de infraestrutura e o uso do solo para as chamadas atividades produtivas, por serem importantes vetores associados a essa perda”.

A pesquisa, no entanto, não calcula o valor do “capital natural” da biodiversidade sob ameaça em território brasileiro, porém compila a estimativa de estudos anteriores de que 30% dos fármacos disponíveis em todo o mundo derivam diretamente de fontes naturais.

A ignorância científica que afeta a atual produção de remédios, se associada ao problema de extinção de espécies, pode comprometer a cura de doenças, conforme registra a publicação.  “Entre essas perdas, podem estar as chaves para a cura de doenças, o aumento da produção de alimentos e a resolução de muitos outros problemas que a humanidade já enfrenta ou enfrentará”.

Segundo os dados apresentados pelo Ipea, os estudos genéticos sobre as espécies estão concentrados na Amazônia e na Mata Atlântica, mesmo assim em quantidade insuficiente.  Em todo o país, não há nenhum estudo genético sobre os genes de anfíbios ameaçados de extinção e apenas de 3% das aves.  Sobre répteis, esses estudos não passam de 15% e, sobre mamíferos, de 22%.

“Isso dificulta o mapeamento da erosão genética”, aponta Nilo Luiz Saccaro Júnior, fazendo referência à perda de variabilidade genética, mecanismo importante para a perpetuação das espécies.  A informação sobre a constituição genética das espécies é fundamental, por exemplo, em programas de defesa de espécies ameaçadas.

Os pesquisadores do Ipea ponderaram que os licenciamentos ambientais para obras de infraestrutura são concedidos sem que haja conhecimento total sobre animais, plantas e regiões afetadas.  “Os EIA-Rima [Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental, usados para a concessão de licenças ambientais] são estudos rápidos.  Apesar de ser o melhor disponível, não é [um tipo de estudo] completo”.  Segundo o pesquisador do Ipea Albino Rodrigues Alvarez, os licenciamentos ambientais são feitos com base “no estado da arte do que se conhece”.

Edição: Lana Cristina

(Envolverde/Agência Brasil)