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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ser chavista implica uma relação de amor com um líder político que não nos traiu

01/01/2013 - Elías Jaua Milano - VTV (Venezolana de Televisión)
Extraído de Midiacrucis Blog
Tradução Christina Iuppen

O ex-vice-presidente executivo, Elias Jaua Milano, escreveu que o chavismo se converteu em uma das maiores forças políticas e sociais de esquerda no mundo.

Dirigente do Partido Socialista Unido de Venezuela, Elías Jaua Milano, com o
Presidente da República Bolivariana de Venezuela, Hugo Chávez(Foto Archivo)


A corrente militar-popular bolivariana, que começou a se constituir como força política sob a liderança do Comandante Hugo Chávez, teve sua origem mais imediata nas rebeliões populares de 1989 e 1992, respectivamente.

Contudo, a arquitetura do Movimento Bolivariano 200 (MBR 200) nas ruas começou a ser executada a partir de 1994, quando Hugo Chávez sai da prisão e inicia uma peregrinação social e política por todo o país.

Entre 1994 e 1998, o Comandante Chávez consegue unir estudantes, profissionais liberais, pequenos e médios empresários, camponeses, agricultores, pescadores, mineiros, indígenas, operários, mulheres, jovens, militares, dirigentes locais e a quase totalidade das direções da esquerda venezuelana, sob as bandeiras do resgate do pensamento bolivariano e das convocatória de uma Assembleia Constituinte para refundar o Estado, recuperar a soberania popular e nacional, assim como transformar a estrutura de exclusão social das grandes maiorias.

De modo oportunista, inclusive, setores da burguesia apoiam a insurgente força política bolivariana.

É assim que, em 6 de dezembro de 1998, o Comandante Chávez é eleito Presidente, ativando-se o processo constituinte que viria a permitir a eleição da Assembleia Nacional Constituinte e a posterior aprovação popular da Constituição da República Bolivariana da Venezuela, fato inédito em nossa História.

No bojo do processo constituinte, o Presidente da República, Hugo Chávez, começa a dar passos audaciosos tais como o emprego massivo das Forças Armadas em tarefas de proteção social e desenvolvimento nacional; vai às ruas para entrar em contato com os setores  mais humildes e excluídos; interpela os donos dos grandes meios de comunicação privados e dá uma utilização revolucionária aos meios de comunicação públicos; desenvolve uma corajosa política internacional ao estabelecer pontes com Cuba, China, Iraque, Irã, e impulsiona um processo de recuperação do peso político da OPEP, entre outros desafios aos poderes políticos estabelecidos.

Todas essas medidas vão configurando uma nova prática política sustentada, no exercício pleno da soberania nacional e da independência do Governo da República de qualquer fator de poder interno ou externo; a reivindicação do protagonismo político do povo; a inclusão social como direito humano, assim como a desmistificação dos poderes fáticos.

Em 2000, depois do processo de refundação dos poderes públicos ordenados pela nova Constituição, aprovada em 1999, o Presidente Chávez solicita à nova Assembleia Nacional que o habilite, mecanismo constitucional, para legislar em matéria social e econômica.

Este processo de elaboração e aprovação de leis por parte do Executivo, que buscava cumprir o mandato constitucional de transformar a institucionalidade, o regime econômico e o papel do Estado na economia, somado a uma crescente tensão internacional com os Estados Unidos, Colômbia e Espanha, na defesa da nossa soberania e da paz mundial, levariam a uma confrontação com as elites dominantes que desembocaria nos acontecimentos de 2002.

Este breve relato histórico pretende apenas contextualizar o momento em que aparece o termo ‘chavista’, para identificar a corrente popular bolivariana que se havia insurgido em fins dos anos 80 e princípios dos 90 do século XX.

Até o ano 2000, as forças políticas lideradas pelo Presidente Chávez nos identificávamos como ‘os bolivarianos e as bolivarianas’; poucos compatriotas se definiam como ‘chavistas’.

No momento em que as elites dominantes decidiram pôr fim ao ensaio revolucionário, usaram toda a artilharia de ódio contra o povo pobre que seguia o Comandante Chávez. É assim que, à ampla e histórica lista de adjetivos para criminalizar o povo (chusma, hordas, bandoleiros, ‘niches’, ‘tierruos’, malandros etc.), somaram-se novos epítetos: ‘chavista’ no individual e, coletivamente, ‘hordas chavistas’ ou ‘círculos do terror’.

Era na realidade uma tentativa de despojar-nos de nossa identidade como bolivarianos, um último esforço para preservar o termo ‘bolivariano’ nos arquivos mofados das academias de História. Mas não apenas não nos puderam arrebatar o nome sentido de ‘filhos de Bolívar’, como assumimos o de ‘chavistas’ e o ressignificamos com dignidade.

Lembro de uma marcha onde vi, pela primeira vez, a expressão ‘sou chavista, e daí?’ em um pedaço de cartolina levantada por uma mulher do povo. Foi então que nos fizemos chavistas, que a princípio significava somente ser seguidores e defensores de Hugo Chávez. E como bolivarianos e chavistas conquistamos as vitórias contra o golpe, as paralisações fascistas de 2002, as guarimbas (*) de 2003 e ratificamos nosso Presidente em 2004.

Após consolidar as vitórias populares de 2002, 2003 e 2004, reivindicamos nossa identidade chavista. Lembro de que, nessa época, o Comandante começou a questionar o termo, porque considerava que dava margem a uma corrente personalista contrária aos princípios revolucionários; mais adiante, porém, deu-se conta de que ser chavista transcendia a seu sobrenome.



Ser chavista implica uma conexão de amor com um líder político que não nos traiu; significa a reivindicação como povo herdeiro de um passado heroico que nos pertence e se tem feito presente e futuro; é assumir que ninguém é mais do que ninguém, que todos temos direitos a todos os direitos; é sentir na alma um amor profundo por nossa Pátria e nos sentirmos profundamente orgulhosos de ser venezuelanos, venezuelanas, latino-americanos e latino-americanas.







Ser chavista é saber que o poder nos pertence como povo, e não aos ricaços; é nos sentirmos respeitados em nossa diversidade cultural e social. 


Ser chavista é ser consciente de que a renda nacional é para todos e todas; é ter a solidariedade humana como valor supremo.
Ser chavista é nos sentirmos parte de uma força ética para a vida, para a emancipação dos povos, para a união sul-americana, para o que é grande e para o belo, como nos ensinou nosso Pai Simón Bolívar.
Ser chavista é ser irreverente ante o poder da dominação. Ser chavista é pensar e fazer a partir da esquerda.

É assim que do bolivarianismo nasce o chavismo, que é profundamente cristão e logo se fez socialista, porque não há outra maneira de professar, genuinamente, os mais altos valores humanos.

Hoje, o chavismo é uma das forças políticas e sociais de esquerda maiores e de mais impacto no mundo e se converteu numa referência para ‘os pobres desta terra’.

Hoje, o chavismo é Hugo Chávez e Hugo Chávez é o chavismo.

Tão grande é o impacto desta nova cultura política que a direita venezuelana e de outros países tem tentado apropriar-se, sem êxito, dos códigos e valores do chavismo. Eles não compreendem que não há chavismo sem o pensamento e a paixão de Chávez pelo povo, que não há chavismo sem povo livre, que não há chavismo sem opção preferencial pelos pobres, que não há chavismo sem socialismo de verdade.

Por isto e por muito mais, somos orgulhosamente chavistas, socialistas e bolivarianos.

SOMOS O CHAVISMO, UMA FORÇA ALEGRE E REVOLUCIONÁRIA PARA A LIBERTAÇÃO.

Feliz Ano Novo de 2013, ano de grandes desafios para a Venezuela, ano do bicentenário da proclamação como Libertador da Venezuela de nosso Pai Simón Bolívar!

Viveremos e venceremos!!!

(*) Guarimbas foi como se chamaram os protestos de estudantes oposicionistas, que denunciavam supostas fraudes, após as eleições. (N. da T.)

Fonte:
VTV (Venezolana de Televisión)
http://www.vtv.gob.ve/articulos/2012/12/30/elias-jaua-milano-ser-chavista-implica-una-conexion-amorosa-con-un-lider-politico-que-no-nos-ha-traicionado-351.html

Nota:
A inserção de algumas imagens adicionais, capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, elas inexistem no texto original.

Leia também: Por que Chávez é tão odiado, artigo de Owen Jones
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/?p=20437