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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Impacto da agricultura sobre o meio ambiente

10/01/2014 - Políticas públicas de sucesso reduzem o impacto da agricultura sobre o meio ambiente
- Cooperação Brasil-FAO

Novo estudo da FAO no Brasil, Colômbia, Chile, México e Nicarágua destaca as diversas políticas agroambientais que permitem avançar em direção a erradicação da fome e da pobreza rural.

Santiago do Chile – Sistemas agroflorestais, programas de uso eficiente da água e agricultura agroecológica são algumas das políticas agroambientais de sucesso que estão implementando os países da América Latina e Caribe para a redução dos impactos negativos da agricultura sobre o meio ambiente, diz o novo estudo da FAO.

O estudo, realizado pela FAO no Brasil, Colômbia, Chile, México e Nicarágua analisou os principais desafios a serem enfrentados no campo das políticas agroambientais para conciliar a produção de alimentos com o cuidado ao meio ambiente e favorecer, assim, a erradicação da fome e da pobreza.

“A dimensão ambiental necessita estar integrada a políticas de fomento ao crédito e ao aumento da produção”, disse o Secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, Paulo Guilherme Cabral.

A pobreza e a insegurança alimentar estão frequentemente associadas a ecossistemas frágeis e a degradação ambiental, o que faz com que estes tipos de medidas contribuam diretamente para melhorar a qualidade de vida dos mais vulneráveis”, explicou Hivy Ortiz, Oficial Florestal da FAO.

As mudanças climáticas, a erosão dos solos, a perda da biodiversidade, a desertificação e a instabilidade econômica apresentam graves desafios para a redução da fome e da pobreza rural.

Reverter estas situações é um dos desafios mais urgentes e complexos do paradigma do desenvolvimento sustentável: a conciliação necessária entre a produção de alimentos, a segurança alimentar e nutricional, a redução da pobreza e a conservação do meio ambiente”, explicou Ortiz.


Políticas agroambientais
Segundo o novo estudo, tem se desenvolvido um número crescente de inciativas para incorporar critérios ambientais em políticas agrícolas e de uso 
da terra nos cinco países estudados, reduzindo os impactos da atividade agrícola sobre o meio ambiente e favorecendo a inclusão social das comunidades mais vulneráveis.

Entre elas, se destacam

- os sistemas agroflorestais intensivos, que têm permitido recuperar zonas degradadas e aumentar a renda total do produtor por unidade de área;

- a diversificação produtiva e as inciativas de articulação com o mercado; a agricultura agroecológica;

- e os programas de uso sustentável das florestas tropicais, os quais apresentam importantes avanços na redução dos impactos ambientais comparados ao modelo convencional.

Alguns destes programas também têm permitido reduzir as emissões de gases de efeito estufa, promovendo a adaptação às mudanças climáticas, aumentando a renda dos agricultores e promovendo a segurança alimentar”, disse Ortiz.


Políticas apoiadas por um marco jurídico 

O estudo regional destacou a necessidade de que as políticas agroambientais estejam baseadas em um marco jurídico legal adequado.

Além disso, ressalta que a descentralização é de extrema importância para a implementação destas políticas, uma vez que muitas destas experiências de sucesso podem ser replicadas em outros países, adaptando as diferentes realidades locais.
Para isso, é de relevante a participação e a fiscalização da sociedade civil local e a necessidade de um maior planejamento estratégico, ordenamento territorial e articulação intra e intersetorial.

O estudo disse ainda que deve ser fortalecida a integração entre os diversos atores, para que as políticas tenham um maior impacto na conservação dos recursos naturais e na pobreza no campo.

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