segunda-feira, 4 de abril de 2011

Brasil -Israel -Forças Armadas - II



Laerte Braga


O Brasil é o quinto maior importador de armas israelenses, um negócio que já beira um bilhão de dólares, tudo por conta do acordo militar assinado entre os dois países. Desde a assinatura desse acordo, em novembro de 2010, o Brasil recebe regularmente delegações de Israel para estreitar os laços políticos, empresariais e militares e vice versa. Envia a Israel militares supostamente brasileiros com os mesmos objetivos.

Há dias um cidadão foi preso no Rio de Janeiro acusado de tentar dar uma carteirada num guarda de trânsito que tentava multá-lo por uma infração cometida. O dito cidadão alegou, mas não provou ser coronel do exército. Não faz muita diferença em relação à boa parte dos nossos coronéis em se tratando de seriedade. De lealdade ao Brasil nem é bom falar, não existe.

A sorte do cidadão infrator é que ele é apenas um simulacro de coronel. Assim que nem José Sarney, ou o barão de Aracaju, Itamar Franco. O azar do Brasil é que simulacros de patriotas servem a interesses estrangeiros sem o menor pudor e mantêm como um grande manto sobre o País, as trevas e sombras da ditadura militar, numa permanente ameaça de abrir as jaulas e deixar jorrar os choques elétricos, os estupros, os paus de arara, os assassinatos de inimigos da barbárie, afinal, os caminhões da FOLHA DE SÃO PAULO vão estar sempre à disposição para desovar vítimas de “atropelamento” e a GLOBO pronta para dizer que tudo está bem e vivemos às mil maravilhas, basta pegar o celular e ligar para o número tal, o custo e mais os impostos e dizer quem deve ser eliminado.   .

São impunes e peitam claramente a ordem democrática, como historicamente sempre o fizeram – a despeito de momentos de coragem e determinação de uns poucos –.

A exposição brasileira de Defesa LAAD hospeda as mais importantes empresas israelenses de armas (a próxima será neste mês de abril no Rio de Janeiro) e autoridades militares brasileiras declararam publicamente ter ajudado empresas israelenses de armas a entrar em contato com as forças armadas de outros países latino-americanos.

Viramos intermediários dos negócios sujos da indústria de armas e, pior, do estado terrorista de Israel. 

O relatório divulgado por STOP THE WALL CAMPAING e traduzido por Entra K. Ajax cita alguns exemplos dos “interesses” israelenses na indústria bélica brasileira e nos “negócios” com os nossos patriotas, “defensores” da soberania nacional e da integridade do território brasileiro.

O “patriotismo” da nossa elite militar por meio do ELBIT SYSTEMS fornece armas que o exército de Israel usa para o assassinato de civis e execuções extrajudiciais, além de equipamentos para o muro da Apartheid e para os assentamentos sionistas em terras palestinas (roubo de terra em linguagem mais precisa políticas expansionistas).

Três empresas brasileiras de armas foram compradas por Israel, a AEL, a ARES AEROESPECIAL E DEFESA S/A e PERISCÓPIO EQUIPAMENTOS OPTRÔNICOS S/A. São inúmeros contratos com as forças armadas brasileiras, envolvendo o projeto GUARANI e espera – Israel – conquistar contratos para os Jogos Olímpicos e Copa do Mundo – segurança, o que no caso de Israel significa barbárie –.

Israel Aircraft Industries (IAI) formou uma joint venture (espécie de parceria, associação) denominada EAE com o grupo Synergy. Uma subsidiária da IAI, a Bedek, usa os centros de manutenção e de produção da TAP M & BRAZIL (notem que já está com “Z”), nos aeroportos do Rio de Janeiro e Porto Alegre.

É só copiar e colar para achar cada detalhe

 


As delegações israelenses que chegam ao Brasil buscam com militares “acessíveis”, digamos assim, a abrir a porta dos fundos e guardar as malas brancas ou pretas não importa, com o objetivo de ganhar contratos – outros – com a EMBRAER (privatizada ao tempo de FHC e já com esses objetivos, pois o ex-presidente serve a esses interesses desde os tempos que fingia ser exilado).

A Israel Military Industries – IMI – como muitas empresas israelenses de armas estão envolvidas em casos de corrupção e suborno de funcionários públicos. No Brasil subornam e compram militares venais (todos democráticos) e funcionários civis.

A empresa deu licença a Taurus para produzir seus rifles Tavor no Brasil e o exército brasileiro (brasileiro?) compra os rifles Tavor. Muitas outras companhias israelenses de armas e segurança têm obtido contratos no Brasil com o Ministério da Defesa e apontam seus canhões agora para os bilhões de dólares na preparação da segurança da Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016.

Um parênteses. A expressão EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A não é uma forma de crítica ao terrorismo imposto ao mundo pelos dois grupos (não são nações, seus povos vivem sob o tacão nazi/fascista aprendido com Hitler, aprimorado e posto em prática nos dias atuais).

É uma realidade.

O relatório que aponta toda essa “aventura patriótica” de nossos militares, de funcionários do governo, mostra que o Brasil como signatário do instrumento “mais relevante do Direito Internacional” tem a obrigação de não reconhecer e não assistir às violações desse direito. As relações promíscuas entre militares brasileiros, setores civis do governo – melhor seria dizer governos – implicam em violar essas obrigações “de Estados terceiros” em relação ao Direito Internacional.

Somos um entreposto da barbárie terrorista de norte-americanos e Israel. Um armazém da boçalidade.

O Brasil facilita benefícios econômicos para empresas que violam diretamente a IV Convenção de Genebra e contribui dessa maneira para uma situação ilegal. Hospeda representantes que violam sistematicamente a IV Convenção, transformando-se em cúmplice direto e indireto dessa ordem terrorista.

Uma organização terrorista como Israel se sustenta na exportação da boçalidade e de armas. Perto de 70% das armas produzidas em Israel são exportadas. O resto é usado para matar palestinos e roubar suas terras e suas riquezas e tudo isso em nome de “deus”, ou como disse um general israelense, “está escrito na Bíblia o nosso direito sagrado”.

É com esse tipo de “negócio” que o estado terrorista de Israel consegue recursos para ocupar e manter ocupada a faixa de Gaza, para liderar guerras com a contra o Líbano em 2006, ambas, curiosamente, fortemente condenadas pelo Brasil.

São os dois brasis. Um o do governo eleito pelo povo e outro, o poderoso poder das sombras e trevas de forças armadas sem o menor compromisso com o Brasil e com os brasileiros.

Ao final do governo Lula o presidente reconheceu o Estado Palestino – como a ONU, inclusive os EUA em 1948 – nas fronteiras de 1967. As forças terroristas de Israel mantêm a ocupação de territórios palestinos, ampliam essa ocupação e lucram com essa ocupação, pois roubam riquezas palestinas sem o menor pudor. Vai ver está na Bíblia.

A forma como os palestinos são tratados, como se fossem animais (assim como os judeus no Holocausto, aprenderam a como fazer) se presta a experiências (assim como fazia o doutor Mengele em judeus na área médica) que permite o desenvolvimento de armas específicas e capazes de garantir o terror e o saque aos palestinos.

O Brasil condena de um lado e nos porões das forças armadas (ou quadrilha?) é parte desse odioso processo.   

O mais revoltante de tudo isso é que países árabes alinhados com os Estados Unidos, acionistas majoritários de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A são compradores dessas armas via o entreposto/armazém Brasil, montado por militares inescrupulosos e que nada têm a ver com o Brasil, mas tão somente com os negócios, escorados na falácia da democracia, da liberdade, que todos conhecemos, ou quase todos (escondem essa parte da História) nas masmorras da ditadura militar de 1964, montada, dirigida e comandada pelos EUA.

É, como afirma o relatório “um péssimo precedente” em termos de “accountability” – dever, obrigação – levando em conta exatamente o apoio de Israel a regimes opressivos.

Nunca é demais lembrar que o governo terrorista de Israel ofereceu duas bombas atômicas ao governo branco da África do Sul, para eliminar a resistência dos negros (a maioria da população), durante o Apartheid. São especialistas nisso.

“No fomento à instabilidade nas décadas de 60, 70 e 80, os laços militares com Israel – hoje e sempre – implementam elementos que podem justificar ou formar atividades opressivas anti-governamentais mais extremas em determinados países (foi o caso de Honduras, quando a policia golpista e o exército golpista usaram tecnologia israelense para cercar e intimidar os que estavam na embaixada do Brasil, inclusive o presidente constitucional do país, Manuel Zelaya.

Nada disso sai na GLOBO, em outras redes, na mídia privada. Empresas e jornalistas recebem soldo e grossas propinas, pois são parte desse processo no item alienar a população. Esconder a verdade, nem que seja preciso montar um bordel televisivo como o Big Brother Brasil que, como o próprio nome indica, não existe só no Brasil. O processo de transformação do ser humano em objeto é universal.

Militares continuam a representar uma grande ameaça à democracia brasileira e pior, à soberania e a integridade do território nacionais, pois seus compromissos – na esmagadora maioria – não são com o Brasil, como não foram em 1964, mas com os que pagam e pagam muito bem a tal vocação pelo “patriotismo”.

Esse tipo de situação coloca em duvida os compromissos do Brasil com os direitos humanos, nos torna um mero entreposto/armazém de interesses de terroristas sem escrúpulos e nos colocam à mercê dessa horda de corruptos.

Estamos como um povo indefeso, já que nossos militares em sua grande maioria servem a outros países, a outras nações e são muito bem remunerados por isso.

A propósito das “forças armadas brasileiras” é preciso dizer que o grupo dominante, generais, desde que conseguiu equiparar seus vencimentos aos mais altos permitidos pela constituição, o resto da tropa que se dane. É um comprimido de patriotismo/alienação pela manhã, outro à tarde e um terceiro à noite.

Em casos graves, recomenda-se dormir envolto na bandeira nacional, doses de xarope verde e amarelo  e se não tiver jeito, cai fora.

Imagine se tivéssemos um Congresso? Nos EUA, pátria do terrorismo, generais se explicam ao Congresso, mesmo que seja farsa, mas se explicam. Aqui? Se bobearmos, fecham tudo.

(continua)    

domingo, 3 de abril de 2011

Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão eo Direito à Comunicação com Participação Popular


 
por Luiz Carlos Azenha

Fui ao evento de sexta-feira à noite que marcou o pré-lançamento da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular.
O lançamento mesmo acontece no próximo dia 19 de abril, em Brasília, às 14 horas, no auditório Nereu Ramos do Congresso.
O objetivo inicial é lotar o auditório naquela data, o que nos leva desde já a estender o convite a todos os brasilienses que se interessam pelo assunto, especialmente aos blogueiros progressistas da Capital federal e seus leitores.
Os últimos dados, de ontem à noite, indicavam que havia 171 assinaturas de adesão à frente, mas por motivos óbvios a gente prefere falar em 170.
Do debate, na sede do Sindicato dos Bancários, participaram os deputados federais (atenção, anotem os nomes deles para as próximas eleições) Brizola Neto (PDT-RJ), Ivan Valente (PSOL-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Emiliano José (PT-BA). A deputada Luisa Erundina (PSB-SP) não pôde comparecer por motivos pessoais.
De qualquer forma, ficou claro que pelo menos na esquerda existe um consenso de que é preciso fazer avançar o debate sobre a questão da comunicação no Brasil.
O evento serviu também para lançar “Jornalismo de Campanha e a Constituição de 1988″, de Emiliano José, autor também de “Imprensa e Poder, Ligações Perigosas”,  ambos editados pela Editora da Universidade Federal da Bahia.
Houve durante o debate apelos urgentes para que se impeça a aprovação do projeto que modifica a lei do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), conforme denúncia feita pelo coletivo Intervozes publicada, entre outros, pelo Viomundo (aqui).
Houve apelos para que o governo Dilma, que financia com milhões e milhões de reais o que se convencionou chamar de PIG, aprofunde a pulverização das verbas publicitárias oficiais e que faça isso não apenas por critérios de mercado, mas que visem a incentivar o pluralismo na produção de conteúdo.
Houve apelos — corretos, em minha modesta opinião — para que a Frente Parlamentar receba o reforço dos movimentos sociais. Ou seja, que a questão da comunicação esteja presente em todas as demais conferências nacionais setoriais promovidas no país.
O próprio deputado Emiliano José disse que, se a esquerda parece unida no Congresso em relação ao tema, é preciso agregar outras forças políticas, especialmente do centro, ao debate.
Movimentos sociais + centro político + Frente Parlamentar + blogueiros progressistas me parece uma combinação mínima para fazer avançar o debate, além da escolha de uma agenda mínima que seja consensual (Plano Nacional de Banda Larga, regulamentação da mídia eletrônica, propriedade cruzada e por aí vai).
Levantou-se a dúvida sobre o destino que seria dado ao projeto deixado pelo ministro Franklin Martins: será descartado por personagens que estão “costeando o alambrado”, como dizia Leonel Brizola?
O deputado Emiliano José voltou a dizer, conforme já havia escrito em artigo publicado pela CartaCapital e reproduzido aqui, que o namoro do PIG com o governo Dilma tem data para terminar: depois que forem concluídas as tentativas de desconstruir a imagem de Lula.
No particular, houve discordâncias em relação ao atual governo.
Por exemplo, no lamento “em off” de um dos participantes a respeito do poder de primeiro-ministro que Antonio Palocci tem no governo Dilma (que se estende até mesmo à Biblioteca Nacional).
Porém, se está claro que há divergências na avaliação que se faz do governo Dilma até aqui, não há dúvida de que a dura tarefa de modificar o panorama do setor midiático no Brasil exigirá uma ampla coalizão de forças em torno de uma agenda mínima.
Não nos resta outra alternativa, a não ser começar lotando o Nereu Ramos.

Nota da Equipe do Blog.
Nos dias 16 e 17 de , no Rio de Janeiro, na Sede do SINDIPETRO, O Forum "O poder da comunicação: A mídia contra o povo" com a participação de lideranças e educadores populares, vários palestrantes  vão discutir e analisar a manipulação da mídia e o direito à comunicação. Brevemente publicaremos a programação.

Brasil -Israel -Forças Armadas -I




Laerte Braga


Pimenta da Veiga é filho de João Pimenta da Veiga, um ex-deputado estadual por várias legislaturas em Minas Gerais. É produto, como se costuma dizer em Minas, da cama feita pelo pai. Vive hoje o ostracismo que cedo ou tarde acomete políticos vazios e inconseqüentes como ele. O que não significa que tenha sido mero figurante no processo político brasileiro nos anos FHC. Num dado momento chegou a dar a impressão que decolaria em vôo próprio, mas foi só impressão.

Em 1987, no processo de discussão e elaboração da Carta Constitucional do Brasil (promulgada em 1988), Pimenta da Veiga estava recolhendo assinaturas para propor emenda que tornasse obrigatória a divulgação dos documentos considerados secretos de todos os governos, em todas as instâncias, com a justificativa que os cidadãos tinham o direito de ter o conhecimento dos fatos de governo, mesmo aqueles que, em determinado momento, por várias razões, exigissem sigilo, ou o caráter de confidencial. O prazo que a emenda estabelecia para a divulgação era de vinte e cinco anos.

No documento que elaborou o deputado Pimenta da Veiga usou como exemplo a legislação dos Estados Unidos que classifica os documentos secretos de governo por um critério de maior ou menor risco para o país. Um exemplo clássico disso foi a reportagem de Marcos Corrêa no extinto JORNAL DO BRASIL, revelando a partir de documentos secretos liberados por força de lei nos EUA e que mostraram o controle que os norte-americanos exerciam sobre os militares brasileiros – falo dos militares golpistas – que derrubaram o governo de João Goulart.

Foi o trabalho de Marcos Corrêa (foi editor do JORNAL DO BRASIL, de VEJA e trabalhou em importantes publicações da mídia brasileira) que revelou a presença da IV FROTA dos EUA em águas territoriais brasileiras para intervir no Pais caso os militares locais – comandados pelo general norte-americano Vernon Walthers – não conseguissem cumprir a missão – derrubar Goulart.

Ou a resistência fosse de tal ordem que mergulhasse o País numa guerra civil.

O deputado Pimenta da Veiga, num dos corredores do Congresso, abordou o deputado Amaral Neto, de extrema-direita e um dos principais agentes do golpe de 1964, solicitando sua assinatura na proposta de emenda.

Amaral Neto leu o documento, devolveu-o a Pimenta da Veiga e disse que não assinaria, que aquilo era coisa de louco, “certos fatos o povo não pode e nem deve saber”.

Pimenta, sem graça com a resposta, disse a Amaral Neto o seguinte – “pode assinar sem susto, não vai passar, é só para fazer média”.

Quando se fala em presidente agente de governo estrangeiro, o que pode parecer exagero na critica, ou crítica descabeçada, é a mais pura verdade.

O que é o general que governa o Paquistão, onde os EUA mantêm importantes bases para a guerra do Afeganistão? Um general supostamente paquistanês, nasceu no país, recebe o soldo de sua patente e a gratificação dos norte-americanos para reprimir os que são contrários à política imperial de Washington, manter abertos os canais de serviços de inteligência ao “aliado” e conta com os olhos fechados dos “amigos” para meter a mão nas verbas de “construção e reconstrução do país”. É um cidadão paquistanês que trabalha para os EUA e torna seu país na prática uma colônia.

O que é Pepe Lobo, presidente eleito de Honduras depois de um golpe de estado, uma farsa montada em Washington e todo o aparelho repressivo no país prendendo, torturando e assassinando hondurenhos que desejam uma Assembléia Nacional Constituinte, eleições livres com participação de todos os partidos políticos?

Uma infinidade de governantes assim. Ou a ação na Líbia a pretexto de ajudar rebeldes e controlar o petróleo, como foi no Iraque?

Os ditadores brasileiros não fugiram à regra, nem mesmo o general Ernesto Geisel cuja história militar sempre mostrou um acendrado antiamericanismo que terminou nas intermináveis conversas que tinha com seu ministro Mário Henrique Simonsen, o homem de Washington em seu governo (Golbery também).

Por trás de todas essas pequenas, mas ilustrativas historinhas existe uma gama de interesses sem tamanho do ponto de vista político, econômico e militar que se fundem, se completam, no mundo conturbado, brutal e violento de hoje, onde a globalização chamada de “nova ordem econômica” não é outra coisa senão “globalitarização” (definição do geógrafo brasileiro Milton Santos), ou seja, o grande império terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A imposto pelas armas, pela barbárie.

Não é assunto para chapas brancas entenderem, transcende a isso, exige pelo menos massa cefálica.

Mas o que o Brasil tem a ver com isso?

Nossas forças armadas em sua esmagadora maioria a partir do ministro da Defesa Nelson Jobim são inteiramente subordinadas a esses interesses e não são necessariamente forças armadas brasileiras. Qualquer outra coisa, mas forças armadas brasileiras certamente não são.

Vamos ver isso tim por tim e muito bem documentado nessa série de artigos.    

Há uma coisa simples que se costuma dizer. A violência choca a todos, mas você a esquece um ou dois minutos depois, exceto se ela acontece contra você, ou alguém próximo.

Sem que você perceba ou sinta, a violência atinge diretamente cada brasileiro no processo político, econômico e militar que vivemos.

As relações militares entre o Brasil e Israel, por exemplo.

Quantos brasileiros têm conhecimento do aumento constante, consentido e deliberado da presença de Israel em situações chaves e de extrema importância para a real segurança nacional (soberania e integridade do território nacional) junto a “nossas” forças armadas?

Que se estende para além do campo militar, pois é parte de um projeto de dominação, de controle e que chega ao Judiciário, outro exemplo.

O presidente do STJ – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – o que deu um chilique num caixa eletrônico em Brasília às vésperas das festas de fim de ano, e demitiu um estagiário que apenas aguardava a sua vez de chegar ao referido caixa e realizar a operação que pretendia.

“Sou Ari Pargendler, presidente do STJ. Você está demitido.” Isso, num acesso de fúria, semelhante aos que soldados terroristas de Israel têm em relação a palestinos, quando prendem, estupram, torturam, matam e ocupam terras palestinas.

Pargendler é judeu sionista (diferente de ser judeu) e há dias foi homenageado pela colônia judia em Porto Alegre. Uma ponta festiva do papel que cumpre em sua área. Um reconhecimento dos “serviços prestados à causa”.  

O acordo entre o Judiciário brasileiro e o Banco Mundial (o que uma coisa tem a ver com a outra?) sacramenta o compromisso de submissão a interesses de empresas estrangeiras e suas propriedades no Brasil e foi assinado por essa figura.

É a invasão lenta, mas constante com a cumplicidade dos comandantes militares brasileiros e que faz de nosso País, mesmo que o governo não queira (considerando que as forças armadas continuam à margem da lei, impunes pelos crimes cometidos durante e na vigência do golpe de 1964), como se fossem um estamento, ou seja, uma parte separada do Brasil a decidir sobre o Brasil em nome do “patriotismo”.

É para acordar e ler todos os dias – “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas” – Samuel Johnson, pensador e parlamentar inglês. E apenas para eliminar “suspeitas”, anticomunista.

Em 2003 as forças armadas brasileiras abriram um escritório em Tel Aviv – capital de Israel – As finalidades ou objetivos dessa decisão nunca foram explicadas, mas pode-se deduzir que para cooperação econômica, treinamento e intercâmbio de informações.

Um acordo de cooperação na área de segurança com Israel foi assinado recentemente, fato revelado pelo jornal israelense (nossa mídia é comprada não toca nisso, nossos principais jornalistas, o das grandes redes são informantes do Departamento de Estado) MAARIV. O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak e o chefe de Segurança do Ministério da Defesa Amir Kain assinaram o acordo de cooperação de segurança entre os dois países no final de novembro de 2010. Pelo lado brasileiro o acordo foi assinado pelo ministro da Agência Brasileira de Inteligência.

No artigo sobre o assunto o jornal destaca – “um mercado avaliado em bilhões de dólares se abriu para as indústrias de defesa, após um primeiro acordo desse tipo ser assinado para cooperação entre Brasil e Israel.

O mesmo artigo no mesmo jornal israelense acrescenta que: "Um mercado avaliado em bilhões de dólares se abriu para as indústrias de defesa, após um primeiro acordo desse tipo ser assinado para a cooperação entre Brasil e Israel. Já existem várias ofertas gigantes entre Israel- Aerospace Industries (IAI), Elbit e Rafael com o Brasil. [...] Sem esse acordo, que é semelhante aos acordos que Israel assinou com vários outros países, não seria possível realizar os negócios, que estão em um alto nível de classificação de segurança."

Uma série de aquisições de empresas brasileiras por empresas israelenses e contratos com Israel foram e continuam a ser a conseqüência desse acordo nesse início de 2011.

Um acordo estratégico de extrema importância para a integridade territorial do Brasil, sua soberania e a capacidade das forças armadas “brasileiras” de cumprir o seu papel, para além de golpes de estado e jogos de proteger torturadores e assassinos foi assinado sem qualquer discussão, ou conhecimento dos brasileiros.


No final de seu governo o ex-presidente Lula reconheceu o estado palestino a partir das fronteiras definidas em 1967, a rigor antes até.

Temos dois brasis? Um o definido pelo presidente da República e outro pelos comandantes militares?

O Congresso? A exceção de uns cinco por cento de deputados e senadores, o resto está preocupado com lista fechada e outras discussões que possam garantir a eternização de oligarquias como a de Sarney, figuras patéticas como Itamar Franco (quase prefeito de Aracaju) e trazer de voltas outras figuras sinistras montadas em consultoria e enriquecendo com as portas abertas para a corrupção. É lógico que esse tipo de acordo favorece a essa prática.

(continua)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

1º DE ABRIL – O GOLPE NORTE-AMERICANO NO BRASIL




Laerte Braga


A grande preocupação do governo do presidente Lyndon Johnson e do secretário de Estado Dean Rusk com o Brasil é que, antes de Nixon, haviam percebido a importância do País em toda a América Latina – isso em tempos de guerra fria – e os tempos de euforia entre setores populares dessa parte do mundo com a revolução cubana de 1959.

As chamadas reformas de base que vinham sendo implementadas pelo governo do presidente João Goulart eram entendidas pelo governo dos EUA como o fermento para uma vitória eleitoral em 1965. Acreditavam que no curso dos acontecimentos as diferenças que separavam Leonel Brizola (ex-governador do Rio Grande do Sul e então deputado federal da antiga Guanabara com 25% dos votos do eleitorado) do governador Miguel Arraes (Pernambuco) acabariam por sumir resultando numa aliança que provavelmente faria de Brizola o candidato do antigo PTB a presidente e Arraes seu companheiro de chapa, como vice-presidente.

A constituição de 1946 não estabelecia a necessidade de maioria absoluta dos votos, sendo assim, de um segundo turno entre os mais votados e esse fato já havia sido levantado por Carlos Lacerda na tentativa frustrada de impedir a posse de JK, eleito em 1965 com pouco mais de 30% dos votos.

Como o quadro se completava com uma divisão entre as forças à direita, o golpe de 1964 começou a se delinear de forma concreta bem antes de sua materialização, na posse do próprio Goulart.

Os norte-americanos tinham consciência da aversão de boa parte das forças armadas brasileiras por Goulart (desde o manifesto dos coronéis em 1954 contra o aumento do salário mínimo em 100% e Jango era o ministro do Trabalho).

Carlos Lacerda e Magalhães Pinto já estavam com suas campanhas nas ruas, desde 1963, ambos da UDN, mas certo era que Magalhães deixaria o partido se percebesse que seria derrotado na convenção. Teria, à sua disposição um leque de partidos para apresentar sua candidatura, a fidelidade partidária era um termo até então desconhecido. E o PSD lançara o JK-65 no dia seguinte ao da posse de Jânio Quadros.

A aliança Brizola-Arraes de saída traria três importantes estados da Federação. A antiga Guanabara, o Rio Grande do Sul e Pernambuco. A direita sairia dividida em Minas com a disputa JK e Magalhães Pinto e Lacerda dependeria de sua retórica golpista, seus dramalhões fascistas para tentar empolgar o eleitorado de outros estados, mas ainda assim com o risco de dividir São Paulo (o maior colégio eleitoral do País e tradicionalmente votando à direita) entre ele Lacerda, Magalhães e JK, que dos três era o mais fraco naquele estado.

A presença de Ademar de Barros no governo paulista e o fracasso de Jânio com sua renúncia poderiam vir a acrescentar fôlego à candidatura de Juscelino, abrigo natural para o governador paulista, isso se não cismasse de tentar a presidência pela terceira vez (fora derrotado em 1955 e em 1960.

O grande feito do governo Goulart, fato que assustou mais ainda os norte-americanos, foi o despertar dos trabalhadores de um modo geral e incluir entre esses, os até então silenciosos camponeses, em franco processo de organização a partir das Ligas Camponesas criadas pelo deputado Francisco Julião (para se ter uma idéia da força de Julião, em 1962 foi eleito deputado federal e arrastou consigo candidatos com menos de cem votos, isso em Pernambuco).

A percepção que as reformas de base poderiam fortalecer uma eventual candidatura de Leonel Brizola e eram muito mais amplas que a reforma agrária e a tributária, tocavam em setores considerados vitais pela direita, o das comunicações, levou os EUA a indicar Lincoln Gordon para embaixador no Brasil e Vernon Walthers, um general, para adido militar.

A missão da dupla era derrubar Goulart. Gordon era especialista em missões desse gênero e Walthers um dos mais importantes militares norte-americanos à época (chegou a ser diretor da CIA), além do que amigo íntimo e Castello Branco, primeiro ditador. Falava português fluentemente.

Coube a Gordon aliciar o empresariado paulista (o mais expressivo do Brasil), o seu entorno em outros estados da Federação, ligá-los aos setores golpistas da UDN (Lacerda e Magalhães Pinto) e a Walthers formar os batalhões norte-americanos dentro das forças armadas brasileiras.

Um registro é importante. A derrubada de Vargas em 1945, significava muito mais que colocar um ponto final num governo errático do ponto de vista ideológico, mas ao mesmo tempo, com fortes bases populares e começando a dar sinais de inclinações para a esquerda. Sonhavam com o início de um Brasil aliado incondicional dos EUA elegendo o brigadeiro Eduardo Gomes presidente da República. Não elegeram, mas não perderam. Eurico Gaspar Dutra, ex-ministro de Vargas, marechal do exército, figura preponderante no golpe de 1937 virou presidente e os EUA ganharam. Em parte, mas ganharam.

Militares brasileiros de extrema-direita torciam o nariz para Dutra, desejavam a capitulação total.

Magalhães Pinto, fiel ao seu estilo de cobra peçonhenta, traiçoeiro e ardiloso, ao mesmo tempo que se uniu ao esquema traçado pelo embaixador dos EUA, de olho na sua disputa com Lacerda pela indicação presidencial, fingia-se aliado de Jango e articulava com dois generais de expressão menor dentro do Exército, Carlos Luís Guedes e Mourão Filho (com comandos em Minas) um golpe particular em que pudesse despontar como o grande líder civil do Brasil.

Mourão não saiu com as tropas da IV Região Militar sediada em Juiz de Fora de maneira aleatória. Tinha um compromisso com Magalhães Pinto e era amigo pessoal de JK, a quem visitou aliás, quando chegou ao Rio e alojou seus soldados no estádio do Maracanã.

O 31 de março não foi o início do golpe de estado. Foi a aventura de Magalhães Pinto (esteve na cidade de Juiz de Fora horas antes das tropas começarem a descida para o Rio).

O golpe decidido em Washington, planejado pelo embaixador e pelo adido militar dos EUA no Brasil começou de fato no dia 1º de abril, quando Castello Branco, alertado pelos norte-americanos conseguiu a adesão de militares supostamente leais a Jango, caso de Justino Alves Bastos, comandante do IV Exército (Nordeste) e Amaury Kruel (II Exército, São Paulo). Beneficiou-se da presença das tropas de Mourão já no Rio e o apoio de figuras como o general Muricy, o general Antônio Bandeira, todos em comandos secundários, mesmo tendo perdido o comando do III Exército, Rio Grande do Sul para o general Ladário Telles, leal a Goulart e sem o apoio de Âncora de Moraes, comandante do I Exército que preferiu deixar as coisas correrem à sua revelia sem tomar partido. A maior parte dos seus comandados tomou partido pelo golpe.

Aeronáutica e Marinha, no espectro político do País sempre foram forças à extrema-direita, aliaram quase que incondicionalmente ao golpe, a despeito da ação do brigadeiro Moreira Lima, ministro da Aeronáutica, que resistiu com bravura e dignidade na defesa da ordem constitucional.

Todos os líderes políticos envolvidos no processo, Lacerda, Magalhães e Ademar de Barros e quando da consumação do golpe JK, contavam com um breve período de intervenção militar e a realização de eleições presidenciais em 1965.

Castello assumiu esse compromisso com todos eles. Terminou peitado pelo seu ministro Costa e Silva e acabou morrendo em condições misteriosas assim que deixou o poder.

A exceção de Magalhães Pinto que se manteve no entorno do golpe (ministro das Relações Exteriores de Costa e Silva e presidente do Senado), todos os demais, Lacerda. JK e Ademar de Barros se viram privados dos seus direitos políticos.

Obcecado, Magalhães acreditou que num determinado momento os civis voltariam a governar o País e era preciso estar ali perto dos militares, nem que isso custasse toda a sorte de concessões possíveis, além dos negócios, evidente, o Banco Nacional.

Para qualquer eventualidade a IV Frota norte-americana estava em águas territoriais brasileiras. A hipótese de uma reação de Goulart e uma guerra civil garantiria aos golpistas o apoio necessário para a luta.

Perto de dois mil e quinhentos oficiais, sub-oficiais e sargentos das forças armadas foram expurgados num processo de alinhamento absoluto com os norte-americanos e de 1º de abril de 1964 até o último dia do governo do general João Figueiredo, o Brasil foi parte integrante de uma sinistra operação tramada em Washington, que varreu toda a América Latina e se transformou numa longa noite de trevas e sombras, onde o ódio, a tortura, a barbárie foram a regra geral.

O rosnar do governo Geisel na ruptura do tratado militar entre os EUA e o Brasil terminou na concessão a pesquisas petrolíferas e empresas de fora dentro do território nacional, o inicio do fim do monopólio estatal, mais tarde liquidado pelo governo FHC e recuperado em alguns pontos pelo governo do presidente Lula, justiça seja feita. Mas só em alguns pontos.

Essa parte da História do Brasil ainda está oculta. Os militares resistem a que seja contada, exposta.

Hoje, sexta-feira, 1º de abril, fala-se em desmoralização e desrespeito aos militares brasileiros. O terão de volta quando forem capazes de abrir os baús desse período trágico e nocivo ao Brasil e aos brasileiros e se constituírem em forças armadas brasileiras, nunca em “policiais” do continente latino-americano, sob comando dos EUA.

Quando se inspirarem em militares do porte de Teixeira Lott. Rui Moreira Lima, Ladário Pereira Telles, major Cerveira, Carlos Lamarca e muitos outros.

Há um detalhe histórico de importância capital e que precisa ser visto com outros olhos. Quando Luís Carlos Prestes, ele próprio militar, líder da Coluna Prestes, defendeu o que chamaram de “queremismo”, ou seja, eleições em 1945, mas com Getúlio no governo, uma transição de Getúlio para um presidente eleito, Prestes não estava fazendo concessões ao algoz de Olga, ao seu algoz. Estava percebendo e entendendo a História e isso o torna maior ainda no panteão dos grandes brasileiros, dos grandes militares brasileiros, compreendendo que o sacrifício por um ideal é maior que o soldo de Washington, que qualquer soldo que Washington possa pagar. Washington ou qualquer outro.

Os militares querem respeito? Que se façam respeitar cessando as reações e intimidações à barbárie que os homens de 1964 promoveram no Brasil em todos os sentidos.

E um detalhe, o governo de Johnson apavorou-se quando o governo Goulart começou a ceder concessões de rádios e tevês a sindicatos e a organizações populares, ameaçando quebrar o poder da mídia padrão GLOBO (desde aquela época).

Esse artigo, longe de ser História, mas fatos que somam a ela, me trouxe à lembrança o encontro de Goulart com Lacerda, em 1968, presentes o ex-presidente Juscelino e o ex-deputado José Talarico Gomes.

Lacerda, no vôo para Montevidéu, estavam formando a Frente Ampla para enfrentar a ditadura, confessou a JK sua dificuldade em como cumprimentar Goulart, tendo sido ele o responsável, um dos principais, pela derrubada do governo. JK respondeu-lhe que não se preocupasse.

No encontro, na casa de Goulart, com os olhos cheios de lágrimas Lacerda disse a Jango – “presidente eu entendo que o senhor me tenha ódio, mas estou aqui de braços abertos pelo Brasil” –

Em sua extraordinária grandeza Jango abriu os braços e disse o seguinte – “não lhe tenho ódio governador, o senhor foi sempre meu adversário e me combateu pela frente. Não guardo ódios e nem rancores, mas desprezo pelo governador Magalhães Pinto que até a última hora se fingiu meu aliado. Esses são os covardes”. 

Nota da equipe do Blog.
Vejam também "Ö dia que durou 21 anos" série que será exibida nos dia 4,5 e 6 de abril às 22hs,
na TV Brasil. Roteiro e entrevistas de Flavio e Camilo Tavares. Direção Camilo Tavares .
Leiam "Cães de Guarda", de Betriz Kushnir e conheçam o papel da mídia na ditadura

terça-feira, 29 de março de 2011

Uranio empobrecido, uma estranha forma de proteger os civis líbios

Será que os povos franceses, americanos e ingleses gostariam de ser
protegidos com uranio empobrecido, como seus governantes estão
protegendo os líbios? (indagação da editora do Blog).

Por David Wilson, do Stop the War Coalition



Nas primeiras 24 horas de bombardeios a Libia, os aliados gastaram 100 milhões de libras esterlinas em munição dotada de ponta de urânio empobrecido. Trata-se de um resíduo do processo de enriquecimento de urânio que é utilizado nas armas e reatores nucleares, sendo uma substância muito valorizada no exército por sua capacidade para atravessar veículos blindados e edifícios. Esse urânio empobrecido pode causar danos renais, câncer de pulmão, câncer ósseo, problemas de pele, transtornos neurocognitivos, danos genéticos em bebês e síndromes de imunodeficiência, entre outras doenças.

“Os mísseis que levam pontas dotadas de urânio empobrecido se ajustam à perfeição à descrição de uma bomba suja...Eu diria que é a arma perfeita para assassinar um monte de gente”, explicou Marion Falk, especialista em física e química (aposentada), Laboratório Lawrence Livermore, Califórnia (EUA).

Nas primeiras vinte e quatro horas do ataque contra a Líbia, os B-2 dos EUA lançaram 45 bombas de 2 mil libras de peso cada uma (um pouco menos de uma tonelada). Estas enormes bombas, junto com os mísseis de cruzeiro lançados desde aviões e navios britânicos e franceses, continham ogivas de urânio empobrecido.

O DU (urânio empobrecido, na sigla em inglês) é um resíduo do processo de enriquecimento de urânio que é utilizado nas armas e reatores nucleares. Trata-se de uma substância muito pesada, 1,7 vezes mais densa que o chumbo, muito valorizada no exército por sua capacidade para atravessar veículos blindados e edifícios. Quando uma arma que leva uma ponta de urânio empobrecido golpeia um objeto sólido, como uma parte de um tanque, penetra através dele e depois explode formando uma nuvem quente de vapor. Esse vapor se transforma em um pó que desce ao solo e que é não só venenoso, mas também radioativo.

Um míssil com urânio empobrecido quando impacta algo sólido queima a 10.000°C. Quando alcança um objetivo, 30% dele fragmentam-se em pequenos projéteis. Os 70% restantes se evaporam em três óxidos altamente tóxicos, incluído o óxido de urânio. Este pó negro permanece suspenso no ar, e dependendo do vento e das condições atmosféricas pode viajar a grandes distâncias. Se vocês pensam que Iraque e Líbia estão muito distantes, lembrem-se que a radiação de Chernobyl chegou até Gales.

É muito fácil inalar partículas de menos de 5 micra de diâmetro, que podem permanecer nos pulmões ou em outros órgãos durante anos. Esse urânio empobrecido inalado pode causar danos renais, câncer de pulmão, câncer ósseo, problemas de pele, transtornos neurocognitivos, danos genéticos, síndromes de imunodeficiência e estranhas enfermidades renais e intestinais. As mulheres grávidas expostas ao urânio empobrecido podem dar à luz a bebês com deformações genéticas. Uma vez que o pó se vaporiza, não cabe esperar que o problema desapareça. Como emissor de partículas alfa, o DU tem uma vida média de 4,5 milhões de anos.

No ataque da operação “choque e pavor” contra o Iraque foram lançadas, somente sobre Bagdá, 1.500 bombas e mísseis. Seymour Hersh afirmou que só o terceiro comando de aviação dos Marines dos EUA lançou mais de “quinhentas mil toneladas de munição”. E tudo isso carregava pontas de urânio empobrecido.

A Al Jazeera informou que as forças invasoras estadunidenses dispararam 200 toneladas de material radioativo contra edifícios, casas, ruas e jardins de Bagdá. Um jornalista do Christian Science Monitor levou um contador Geiger até zonas da cidade que sofreram uma dura chuva de artilharia das tropas dos EUA. Encontrou níveis de radiação entre 1.000 e 1.900 vezes acima do normal em zonas residenciais. Com uma população de 26 milhões de habitantes, isso significa que os EUA lançaram uma bomba de uma tonelada para cada 52 cidadãos iraquianos, ou seja, uns 20 quilos de explosivos por pessoa.

William Hague, Secretário de Estado de Assuntos Exteriores britânico, disse que estávamos indo a Líbia “para proteger os civis e as zonas habitadas por civis”. Vocês não têm que olhar muito longe para ver a quem e o que está se “protegendo”.

Nas primeiras 24 horas, os aliados gastaram 100 milhões de libras esterlinas em munição dotada de ponta de urânio empobrecido. Um informe sobre controle de armamento realizado na União Europeia afirmava que seus estados membros concederam, em 2009, licenças para a venda de armas e sistemas de armamento a Líbia no valor de 333.357 milhões de euros. A Inglaterra concedeu licenças às indústrias bélicas para a venda de armas a Líbia no valor de 24,7 milhões de euros e o coronel Kadafi pagou também para que a SAS (sigla em inglês do Serviço Especial Aéreo) para treinar sua 32ª Brigada.

Eu aposto que nos próximos 4,5 milhões de euros, William Hague não irá de férias ao Norte da África.

Tradução: Katarina Peixoto


(Envolverde/Carta Maior )

segunda-feira, 28 de março de 2011

Tem muita coisa debaixo da moita - Bush

Laerte Braga


O ministro das Ciências e Tecnologia Aluísio Mercadante precisa vir a público confirmar ou desmentir as notícias que correm soltas as negociações para que o governo dos EUA alcancem, finalmente, a Base de Alcântara.

O assunto não é pacifico na sociedade brasileira, pelo contrário e muito menos nas forças armadas.

Houvesse o mínimo de empenho dos três últimos presidentes FHC. Lula e Dilma (em menor proporção evidente, três meses) e a Marinha do Brasil já teria colocado em águas brasileiras submarinos movidos a energia nuclear com tecnologia inteiramente nacional e indispensáveis à proteção da costa e do mar territorial do País.

Não tivessem sido sucateadas IMBEL e ENGESA e seríamos hoje um dos grandes produtores de armas com tecnologia de ponta possibilitando ao Exército nacional condições de garantir a integridade do território brasileiro, a assegurar a nossa soberania.

E não tivesse sido privatizada a EMBRAER – americanos têm o poder de veto em qualquer iniciativa da empresa – os projetos de desenvolvimento de um caça brasileiro estariam em fase final.

Não haveria essa chantagem feita ao governo Dilma (foi feita a FHC e Lula e nenhum dos dois decidiu coisa alguma, empurraram com a barriga) para a compra de aviões caças fabricados pela BOEING, sem transferência de tecnologia chave, o que, na hipótese da compra, vai nos colocar à reboque dos norte-americanos. Força aérea no chão.

Fossem os governos anteriores comprometidos com a importância do processo democrático em seu todo e teriam aberto os baús da ditadura militar no Brasil, revelando as sombras e trevas das operações de prisões, tortura, estupros, assassinatos e ligações com outras ditaduras (Operação Condor) e por esse motivo teríamos tido oportunidade de reconstruir a força armada e termos de brasileira, sem esse viés golpista que permanece (enfraquecido, mas permanece) e submissa, em sua esmagadora maioria, aos EUA.

O fato do coronel Brilhante Ulstra ter prendido, torturado, estuprado, assassinado presos políticos indefesos, companheiros de farda (caso do major Cerveira), não o transforma num patriota e muitos menos obriga a força armada a proteger um criminoso.

E como ele muitos outros.

Somos um País incompleto, um ornitorrinco como afirma o notável Chico Oliveira, em tudo e por tudo.

Uma criatura estranha, exótica, que não evoluiu e quando algum espaço é conseguido logo vem uma presidente disfarçada de progressista comer o mingau pelas beiradas para negociar um tratado limitado (mas nocivo) de livre comércio com a maior potência terrorista do mundo, os Estados Unidos.

Não há conluio e nem se presta aos propósitos da mídia privada, golpista e mentira, criticar Dilma Roussef. Ou Lula.

É aquele negócio de marchar. Você marcha para não pensar, disciplinadamente. Se parar e olhar para o céu, ai dana tudo, começa a pensar e dá um nó danado até encontrar o caminho e ver que não é nada disso, ou daquilo.

É lógico que Lula não iria criticar a presidente num seminário em Montevidéu, Uruguai, pois, entre outras coisas, não é louco e conhece as regras mínimas de ética política.

Se tiver alguma pretensão para o futuro sabe que vai ter que disputar com o PT chapa branca, ávido de cargos, setoriais, etc, do contrário vira de fato reserva moral do partido e do País.

Cada vez mais o PT é o PSDB preferido dos grandes empresários, do latifúndio e dos banqueiros. Perguntem ao Aécio se estou errado?

Sobra o Bracarense para a revolução (aliás, o Bracarense não tem nada com isso).

Vem aí o novo Código Florestal patrocinado pelo deputado Aldo Rebelo, um dos executivos de PC do B S/A

Tem muita coisa debaixo dessa moita e chapa branca pode ter muitos significados. O do soldado que não enxerga patavina da realidade ou daquele agregado ao poder e dono de mesa, carimbo, clips, e um telefone com a presunção que conduz um processo revolucionário sem perceber que a sede é, agora, em Washington.

Ou como disse a embaixadora do Brasil na Comissão de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, “as pessoas precisam perceber que a política externa mudou”. Claro, a ordem no Itamaraty de Anthony Patriot é andar descalços para prevenir e evitar demora naquele negócio de encosta na parece com os braços para cima e abra as pernas.

Mercadante, Pimentel, Lobão (esse está acostumado a isso, faz qualquer negócio pelo poder) e Manteca, além do presidente do Banco Central comem uma omelete diariamente e telefonam para a titular da receita para dizer que estão plenos de saúde.

O problema todo é que como disse Celso Amorim, os “americanos têm mania de querer resolver os problemas do mundo como se fossem cowboys”.

Aí, o dia que John Wayne chegar aqui e montar xerifado nas imediações do Planalto acabou.

Passa que nem trator em cima da moita.

E olha que o presidente do conglomerado terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A não é Bush. Mas já chegaram ao sionista que presidente o STJ – Superior Tribunal de Justiça – através de um acordo pronto e acabado para preservar a propriedade privada.

O Congresso nada. Está de olho naquele negócio de lista fechada, de preferência sem participação popular, a partir de iluminados e sábios, uma tal lista que mantém intocados os privilégios até de múmias milenares como José Sarney.

E traz de volta alguns desesperados que no momento estão fora do palco, mas loucos para protagonizarem outras tragédias.

Aí é aquele história. O cavalo de John Wayne esta acostumado a disparar e pular o abismo caindo do outro lado sem problemas, num ufa da platéia. Pára, dá dois passos para trás, se é que cavalo dá passos e salta.

Os nativos não. Estamos voltando ao estágio de produtores e exportadores de matéria prima, sob a batuta e o chicote da MONSANTO. E o PAC é gerido por empresas que acreditam piamente que escravidão é progresso.

Não vai sobrar moita nem para esconder.

Estouro da boiada em plena extinta – nos próximos capítulos – selva amazônica.

A palavra guy com que Obama saudou Lula à época que era ele o presidente, pode se aplicar a Dilma também. É afago do cacique Aurora Radiante que, neste momento, se dedica ao esporte de eliminar – matar – líbios e em breve toma posse da nova Colômbia latino-americana.

Patriot vai abrir a porta do porto e esperar nas pedras pisadas por polacas e francesas.

Só que agora, com coturnos e numa babel de mercenários usados pelo conglomerado terrorista para assombrar nativos em qualquer parte do mundo.

As pedras terão sido “pedradas” pelos escravos. Uma hora para almoço com direito a tevê GLOBO no final de semana. Como dizia Sérgio Porto, “máquina de fazer doido”.

Você é linda menina, mas...

“Plus d’ question de phrases sobres/Ni dau Revolution d’Ocotobre/On n’en etait plus là/Finis le tombeau de Lénine/Le chocolat de chez Pouchkine/C’est c’etait loin déjá/.

É tudo da Nestlé e de gendarmes.

É moita demais.