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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

As mídias mentem tentando apagar a legítima luta dos Tupinambá

13/08/2012 - Vilma Almendra - publicado no sítio Índios online

A semana passada alguns indígenas Tupinambá reuniram-se em Santana para analisar as mentiras que as mídias estão divulgando sobre as retomadas que eles reiniciaram no marco da Auto-Demarcaçao da terra Tupinambá.

Ação que se viram obrigados a executar, pela protelação de um governo que nega seus direitos.

Por isso, cansados de esperar uma demarcação incerta, há um mês estão retomando legitimamente seu território.

Alguns dos jovens participantes da Oca Digital procuraram as matérias na internet e as levaram para compartilhar em Santana.

“Nós queremos ler as informações que as mídias estão passando contra o povo Tupinambá, para que vocês conheçam e falem o que pensam disso”,

explicaram ao inicio da reunião. Além das matérias mentirosas, também apresentaram algumas matérias que sim foram respeitosas da palavra dos Tupinambá. Os participantes agradeceram os esforços de quem falou um pouco da sua realidade e rechaçaram as mentiras.

Os jovens leram algumas matérias, evidentemente feitas como o patrocínio dos fazendeiros, porque não é um trabalho de jornalismo sério, senão matérias que só descrevem mentiras, calúnias e absurdos contra o povo Tupinambá. As mídias dizem que as retomadas são feitas com violência e que eles roubam todo, mas se perguntassem apenas aos vigilantes das fazendas, como aconteceram as ocupações, poderiam conhecer a realidade. Se eles pesquisassem para falar a verdade, hoje a sociedade saberia que as retomadas foram baseadas nas conversações e na colaboração dos Tupinambá, para que os vigilantes levassem todas seus pertences.

É terrível a discriminação e a criminalização contra os irmãos Tupinambá, mas não é novo esse tratamento das mídias. Assim mesmo acontece em todo o continente, agora e em especial, na Colômbia e no Chile, onde os governos com seus homens armados atacam as lutas legítimas dos povos, as mídias, só falam mentiras para promover mais ódio e racismo contra os indígenas. Porém, o preconceito e a criminalização contra os Tupinambá é pior, porque até têm a desfaçatez de fechar um aeroporto para protestar pelas ocupações legítimas dos indígenas, em vez de pressionar o governo para que demarque o território Tupinambá, assente os trabalhadores rurais e indenize os supostos donos das fazendas.

Nós nao temos posibilidades de chegar às mídias para que falem nossa realidade. Quando falam de nós dizem que somos delinquentes. Quando nos escutam, cortam nossa fala e mudam tudo”,

diz uns dos Tupinambá participantes que como muitos outros, já sofreu o “trabalho” das mídias no Brasil. Outra coisa que eles não aceitam é que continuem referindo-se a eles como supostos índios, pois não aceitam que a ideia de índio que as midias promovem, seja só aquela do índio que fica nu e vive apenas da caça e da pesca.

Como viver agora só da caça e da pesca se os não índios que chegaram às nossas terras seguem matando nossa floresta?”,

expresa um Tupinambá, muito preocupado pela exploracao e morte da Mãe Terra na mãos dos monocultivos dos fazendeiros alinhados às transnacionais.

Eles tiram as madeiras, desmatam e secam a água. Como nós poderíamos viver da caça e da pesca?”,

segue-se perguntando o povo Tupinambá, cansado do preconceito e da criminalização.

 
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