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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Marxismo, ideologia e religião

 10/08/2013 - Por Antonio Ozaí da Silva - em seu Blog do Ozaí

Jean-Pierre Vernant (1914-2007), [foto abaixo, quando jovem] intelectual de formação marxista, jovem comunista da Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial e membro do Partido Comunista Francês no pós-guerra, diferencia o “marxismo de Marx”, uma “metodologia crítica indispensável para colocar corretamente questões de história”, do marxismo como “catecismo revisto e corrigido, às vezes censurado, ao qual foi reduzido, primeiro para justificar determinada prática política, em seguida para justificar um sistema de Estado burocratizado e de governo autoritário”.[*]

Este marxismo de catequese, a palavra transformada em dogma, verdade sagrada e absoluta, “aparece como um substituto da religião trazendo a seus 
fiéis certezas e respostas prontas, o que evita que eles pensem em perguntas embaraçosas. Entre os dois, a diferença talvez seja da mesma ordem que entre mito e razão” (p. 56).[1]

O marxismo religioso pressupõe mais do que adesão, exige a conversão, ou seja, a introjeção acrítica da ideologia à maneira religiosa.

Neófitos e prosélitos da fé profana amparam-se em livros elevados à categoria de sagrados, em autores e líderes cujas palavras são inquestionáveis; autoridades que, a exemplo dos profetas, denunciam os males do presente e anunciam a mensagem escatológica do paraíso na terra. 

Eles falam pelos livros, e, em seu nome, estabelece-se cultos e rituais.

Se a religião representa o que há de mais simbólico no homem, o tratamento religioso da ideologia secular implica em desenvolver uma concepção  transcendente da realidade.

A religião consiste em afirmar que, por trás de tudo o que se vê, de tudo o que se faz, de tudo o que se diz, existe outro plano, um além. É o símbolo em ação” (p. 64).

A ideologia, na medida em que assume um caráter escatológico, também se coloca, no plano do simbólico, para uma ação que visa o “além”, um objetivo final que está para além da realidade social vivenciada pelos homens e mulheres concretos do presente.

É o futuro incerto, mas inscrito no pensamento dos que agem como demiurgos do novo mundo.

A ideologia como religião é maniqueísta e messiânica. Estabelece-se diante da idéia de que existe o bem e o mal, e que o mal é encarnado pelo Outro (classe social, grupos, indivíduos, adversários, inocentes úteis que fazem o jogo do inimigo, solapam o bem e alimentam o mal etc.).

complemento deste maniqueísmo é a idéia de que cumprimos uma missão salvadora e libertadora.

Vernant, ao rememorar a sua militância comunista à época da juventude, afirma que, para alguém da sua geração, “ser comunista era pensar que estávamos entrando num período de confrontos decisivos contra as forças do mal. Não era apenas o destino individual que estava em jogo, mas o de toda a humanidade” (p. 468-469).[2]

Esse caráter redentor – “estar aqui pela humanidade” ou por uma classe social cuja missão é redimir a humanidade – revela uma certa fé ingênua. 

Havia de minha parte muita ingenuidade, uma ingenuidade humana e intelectual. Eu vivia nos livros, e acreditava também que as teorias marxistas, as teorias revolucionárias deveriam inscrever-se necessariamente na ação daqueles que as adotavam” (p. 469).

A teoria transforma-se em doutrina justificadora da ação. Se a realidade é incompatível com a doutrina, azar dela.

O fanatismo é outro traço religioso da ideologia. Ele se traduz no “culto ao líder”, na fidelidade cega à liderança e à ideologia encarnada por ela.

É sintomático que, a despeito dos fatos históricos, personagens como Stalin [foto] ainda encontrem defensores e seguidores.

É mais uma das características da ideologia enquanto religiosidade. A fé religiosa não admite a dúvida e, ainda que confrontada com a realidade, mantém-se firme e convicta. O marxismo religioso adota procedimento semelhante.

Como atesta Vernant: “O que foi chamado na época de Kruchev, de 'culto da personalidade’ fazia da pessoa de Stalin no topo do Estado, na URSS, uma entidade com valor propriamente religioso, sacramental, e foi transposto até mesmo para a França – com algumas nuanças” (p. 480).

O culto ao líder foi um dos alicerces do stalinismo, mas a idolatria transcende a figura de Stalin. A ideologia não prescinde do culto aos ídolos, sejam eles quem forem. Não é por acaso que os diversos ismos em que se dividem os 
marxismos originam-se de nomes próprios!

Um dos aspectos vinculados às religiões é o medo. Não é apenas o temor da condenação e tudo o que representa não ser salvo. Paradoxalmente, o crente ama e teme a divindade; aceita e voluntariamente submete-se.

Os sacerdotes, e outros que falam em seu Nome, nos lançarão diante do horror que ameaça consumir o corpo e alma. Em nome Dele, e para evitar o terror das trevas, muitos estão dispostos a fazer cruzadas e combater as 
heresias, nem que seja preciso consumir no fogo corpos e almas.

Ideologias também sacrificam os seus hereges no altar da ortodoxia secular, condenam as ideias exterminando os corpos que as abrigam e, assim,
reproduzem a inquisição em suas formas de tortura e morte.

Se o herege religioso é condenado ao inferno, a heresia política expressa o pecadoideológico imperdoável. Num caso, o terror religioso; no outro, o terror político.

Ambos exigem fidelidade absoluta. Mas é um terror incorporado e legitimado ideologicamente. É ingenuidade, ou desconhecimento, acreditar que regimes políticos se sustentam apenas pela repressão.

A própria massa é usada pelo e para o terror. “Terror das massas significa que as massas são ao mesmo tempo sujeito e objeto desse terror”.

Muitos foram vítimas e o medo se impôs a todos.

Contudo, Vernant [foto] observa que as massas “também foram sujeito desse terror pois, junto com a passividade, era acompanhado por uma espécie de participação, pois os discursos oficiais davam a entender que o inimigo estava em todo lugar, que era preciso proteger-se dele com os procedimentos da 'democracia de massa', ou seja, notadamente, com a denúncia, o que permitia que as massas colaborassem com o terror pendurado sobre suas cabeças.

Esse fenômeno extraordinário do terror interiorizado faz com que os homens da minha geração, na União Soviética, permaneçam marcados por esse medo, medo que fazia com que não pudessem falar, nem mesmo consigo mesmos” (p. 480).

Nestas condições, há espaço para uma relação de cunho religioso entre governante e governados, pensamento e ação. A URSS aparecia aos militantes como uma espécie de Jerusalém sagrada, Meca ou a utopia milenar realizada.

Ela “representava para nós o socialismo realizado e, apesar da contradição nos termos, a utopia encarnada, a utopia que se tornou Estado.

Éramos uma espécie de grupo religioso de tipo milenarista, com tudo o que isso implica em termos de fé, com a diferença de que os novos tempos já haviam chegado” (p. 482). Isto também era encarnado na relação fideísta com o partido.

Via-se este como uma espécie de “contra-sociedade, e eu diria até como família, ou, como seria mais exato, como fraternidade. Era de fato o que sentíamos” (Id.).

Neste contexto, a ideologia marxista assume caráter religioso e irracional: “Não só porque era incrivelmente simplificadora, mas também e principalmente porque excluía todo esforço de reflexão pessoal, toda atitude crítica, toda mobilização da inteligência."

"Era ensinada como uma espécie de credo, uma bíblia à qual era preciso aderir, e essa bíblia tinha poucas relações com a vida concreta dos jovens aos quais se impunha esse castigo. Logo, para eles, a verdade 'científica' e o ensino eram ao mesmo tempo algo muito rasteiro, sem relação com sua realidade, em que deviam acreditar ainda assim como um dogma sem questioná-lo” (p. 498).

O homem é anulado. Só lhe resta submeter-se ou desempenhar um papel religioso em relação ao partido, ao líder.

Fora disso, é o inferno: “Costumo dizer que o sistema totalitário é aquele que faz com um homem sentado no banheiro, na solidão oferecida pela porta fechada e trancada, é tomado pela angústia, pelo terror e por um intenso sentimento de culpa se de repente ocorre-lhe uma idéia subversiva ou insólita.

Em um sistema totalitário, com efeito, aderimos a nosso medo, tornamo-nos lisos, sem nenhum lugar em que possamos nos agarrar e de onde possamos recusar” (p. 508).

Há numerosas formas de expressar e vivenciar a crença ideológica e autoridades a definir qual a leitura ortodoxa sacramentada: “Mas como as formas de ler estabelecidas por essa autoridade eram mutáveis segundo as circunstâncias políticas, os modos de crença podiam variar segundo os indivíduos."

"Conheci bons comunistas, para começar eu mesmo, totalmente incrédulos no campo da ideologia, depois da guerra assim como o foram antes da guerra, mas que, entretanto, permaneciam completamente fiéis no plano político” (p. 510).

Havia os irremediavelmente crentes, os que se recusaram, a despeito de todas as evidências, a abandonar a “igreja”, aqueles cuja crença “ia além do último suspiro” e que desejavam o enterro oficial no seio da “Igreja” (Id.).

A experiência de Jean-Pierre Vernant mostra o quanto, sob determinadas circunstâncias históricas, a ideologia transubstancia-se em religião, ainda que afirme-se ateísta e vincule-se ao mundo profano. O mesmo pode ser observado no relato de Eric J. Hobsbawm. [3]

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[*] Para a reflexão sobre o tema sugiro também a leitura de "O marxismo é religião?", publicado em 19/05/2012; e, "O marxismo é utopia?!", de 06/07/2013.

[1] VERNANT, Jean-Pierre, "Entre Mito e Política", São Paulo: Edusp, 2002. Todas as citações são desta obra.

[2] Sugiro a leitura de HOBSBAWM, Eric J. "Tempos interessantes: uma vida no século XX". São Paulo: Companhia das Letras, 2002, em especial, o significado de “ser comunista” relatado por ele.
Ver "O marxismo é religião?", publicado em 19/05/2012.

[3] Idem.

Fonte:
http://antoniozai.wordpress.com/2013/08/10/marxismo-ideologia-e-religiao/

domingo, 14 de abril de 2013

Homossexuais na Idade Média

30/03/2013 - Por Antonio Ozaí da Silva em seu blog

Qual a postura da Igreja Católica e da cristandade sobre a homossexualidade na Idade Média?

Visto que o sexo, segundo os ensinamentos cristãos, foi dado ao homem unicamente para os propósitos da reprodução e por nenhuma outra razão, qualquer outra forma de atividade que não levasse ou não pudesse levar à procriação era um pecado contra a natureza.

Os pecados contra a natureza incluíam especificamente a bestialidade, a homossexualidade e a masturbação”, escreve Jeffrey Richards. [1]

Já no século IV, Santo Agostinho, uma das mais importantes autoridades da Igreja, foi taxativo:

Pecados contra a natureza, por conseguinte, assim como o pecado de Sodoma, são abomináveis e merecem punição sempre que forem cometidos, em qualquer lugar que sejam cometidos.

Se todas as nações os cometessem, todas igualmente seriam culpadas da mesma acusação na lei de Deus, pois nosso Criador não prescreveu que pudéssemos utilizar uns aos outros dessa maneira.

Na realidade, a relação que devemos ter com Deus é ela mesma violada quando nossa natureza, da qual ele é o Autor, é profanada pela lascívia perversa”. [2]

Estas palavras, retiradas das Confissões de Santo Agostinho, são inspiradas por uma determinada leitura e interpretação bíblica, ainda presente [3], de Levítico:

Não te deitarás com um homem como se deita com uma mulher. É uma abominação” (Lv., 18, 22).

O homem que se deitar com outro homem como se fosse uma mulher, ambos cometeram uma abominação: deverão morrer, e o seu sangue cairá sobre eles” (Lv., 20, 13).[4]

Vemos o quanto é perigoso a leitura literal e fundamentalista da Bíblia.

Se devem morrer, alguém deve ser o instrumento de Deus que cumpre a sentença condenatória.

Afinal, homofóbicos e fanáticos religiosos imaginam-se imbuídos de uma missão purificadora.

Mas, retornemos à Idade Média – muito embora persistam pensamentos e posturas medievais em pleno século XXI.

Na medida em que o cristianismo medieval concebia o sexo apenas para procriar e considerava antinatural e pecaminoso tudo o que não se enquadrasse nesta perspectiva, qual é a sua posição diante dos pecadores?

O Antigo Testamento não deixa dúvidas.

Cristo, porém, teve uma atitude tolerante, compassiva e amorosa.

Como assinala Richards:

Cristo não havia delineado um conjunto abrangente de ética sexual, e não há registro de que tenha encontrado algum homossexual.

Mas, quando se deparou com uma adúltera sendo apedrejada – e o adultério era, como a homossexualidade, uma ofensa capital na lei do Antigo Testamento – disse:

Aquele dentre vós que não tiver pecado, atire a primeira pedra”, e, para a mulher, “Vai, e não peques mais”.

Perdão e compreensão, então, em vez de punição, era a mensagem de Cristo”. [5]

Outra foi a mensagem da cristandade medieval.

Os primeiros padres da Igreja adotaram a linha condenatória.

Suas opiniões foram sacramentadas em lei quando o império romano assumiu o catolicismo enquanto religião oficial.

O imperador Justiniano (527-65), que se considerava o representante de Deus, impôs um rígido código moral e a homossexualidade passou a ser passível da pena de morte:

Justiniano tinha uma visão dos atos homossexuais como sendo literalmente uma violação da natureza que provocava a retaliação da mesma: “por causa destes crimes ocorrem fomes coletivas, terremotos e pestes”, declarou.

"Este refrão deveria retornar no período posterior à Idade Média, quando uma sucessão de calamidades que surpreendeu a cristandade foi diretamente atribuída pelos pregadores populares e pelos teólogos à existência da sodomia." [6]

Outro santo, Tomás de Aquino, na Summa Theologiae, concordava que o ato inatural, ou seja, todo ato sexual que não cumprisse o preceito de servir à reprodução da espécie, ainda que praticado sob consentimento mútuo ou individualmente, ou mesmo sem acarretar prejuízo a outrem, era caracterizado como o pior dos pecados, uma injúria a Deus:

Eles violavam a ordem natural determinada por Deus. Por ordem crescente de gravidade, os pecados contra a natureza eram: masturbação, relação inatural com o sexo oposto [7], relação homossexual e bestialidade.

Estas concepções eram amplamente determinadas, e se, em alguma medida, a literatura foi um reflexo da opinião popular, elas predominaram na sociedade secular”. [8]

Nos séculos XII e XIII, a política eclesiástica e civil contra a homossexualidade tornou-se ainda mais rigorosa.

O Concílio de Nablus (1120), determinou que “o adulto sodomita persistente e do sexo masculino seria queimado pelas autoridades civis”. [9]

Esta medida colocava os homossexuais “no mesmo patamar que os assassinos, hereges e traidores”.

O passo seguinte foi a penalização cada vez mais crescente pela lei secular.

De um lado, o puritanismo moralista mobilizou-se para reprimir a homossexualidade.

Por outro, a “inquisição e as irmandades leigas associadas com as ordens mendicantes tornaram-se instrumentos de perseguição aos hereges e sodomitas”.

O Concílio de Siena (1234) passou a designar homens cuja função era caçar sodomitas.

O objetivo desses ancestrais medievos dos homofóbicos e fanáticos religiosos modernos era “honrar ao Senhor, assegurar a paz verdadeira e manter os bons costumes e uma vida louvável para o povo de Siena”. [10]

O vício que não pode ser nomeado[11] passou a ser cada vez mais perseguido.

A sodomia deveria ser extirpada da sociedade, os sodomitas deveriam ser excluídos social e fisicamente.

A homossexualidade foi equiparada a uma doença contagiosa, às impurezas que contaminavam a pureza cristã e social:

Assim como o lixo é retirado das casas, de modo a que não as infecte, os depravados devem ser afastados do comércio humano pela prisão ou pela morte.

O pecado tem que ser destruído pelo fogo e extirpado da sociedade. “Ao fogo!” esbravejava são Bernardino em sua assembléia. “Eles são todos sodomitas! E vós estareis em pecado mortal se tentardes ajudá-los.[12]

Em conclusão, nas palavras de Jeffrey Richards:

O cristianismo era fundamentalmente hostil à homossexualidade.

A mudança na Idade Média não foi um deslocamento da tolerância para a intolerância por razões não-intrínsecas às crenças cristãs, mas uma alteração nos meios de lidar com a questão.

No período inicial da Idade Média, a punição era a penitência; no período posterior, a fogueira. Mas nunca foi questão de permitir aos homossexuais prosseguir em sua atividade homossexual sem punição.

Eles eram obrigados a desistir dela ou arriscar a danação”. [13]

Era?

Deixou de sê-lo?

Qual o peso e influência do ideário teológico medieval sobre os homens e mulheres do nosso século?

É certo que não se acendem mais as fogueiras inquisitoriais, mas a inquisição, sob outras formas, incluindo as mais sutis, persiste.

Imagine o pai e a mãe de um filho homossexual diante dos são Bernardinos do nosso tempo!

É curioso como os inquisidores se candidatam a santos e como muitos terminaram por ser canonizados!

De qualquer forma, o preconceito contra a homossexualidade tem raízes profundas e milenares.

Os mortos dominam o cérebro dos vivos e, apesar do passar do tempo, são renitentes!

De certa maneira, a cada pensamento e gesto preconceituoso em relação à homossexualidade ressuscitamos os inquisidores medievais!

Talvez devêssemos nos espelhar mais em Cristo do que nos santos padres da Igreja ou no Antigo Testamento.


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[1] RICHARDS, Jeffrey. Sexo, desvio e danação: as minorias na Idade média. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1993, p. 136.
[2] Apud in idem.
[3] Sugiro que assista ao documentário Como diz a Bíblia (For The Bible Tells Me So. Direção: Daniel G. Karslake. EUA, 2007, 95 min.).
[4] Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2002.
[5] RICHARDS, 1993, p. 139.
[6] Idem.
[7] Ver Sexo, o mal dos males, disponível em http://antoniozai.wordpress.com/2013/03/23/sexo-o-mal-dos-males/.
[8] RICHARDS, 1993, p. 145-146.
[9] Idem, p. 146.
[10] Idem, p. 148.
[11] Idem, p. 149.
[12] Idem, p. 150.
[13] Idem, p. 152.

Fonte:
http://antoniozai.wordpress.com/2013/03/30/homossexuais-na-idade-media/

Nota:
A inserção de imagens adicionais, capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, elas inexistem no texto original.