Mostrando postagens com marcador JB. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador JB. Mostrar todas as postagens

domingo, 28 de abril de 2013

Judeus: o que teria se passado entre Varsóvia e Israel?

23/04/2013 - Os judeus, entre Varsóvia e Israel
- Mauro Santayana - JB

Embora, pelos cânones hebraicos, não fosse judeu, porque nascido de mãe não judia, Marcos Magalhães Rubinger era orgulhoso de sua circunstância, e se identificava como judeu.

Antropólogo conceituado, e homem de esquerda, ele foi compelido ao exílio pelo regime militar brasileiro.

Ao encontrá-lo na Suíça, em 1967, logo depois da Guerra dos Seis Dias, que consolidou a posição do Estado de Israel no território palestino, ele estava desolado: os judeus haviam dado mais um passo atrás de sua plena integração à Humanidade.

Continuamos no gueto” – me disse. “No grande gueto que nós mesmos instalamos e, tal como ocorreu com o Gueto de Varsóvia, iremos murá-lo e selá-lo por dentro”.

A grande muralha de Israel ainda não fora levantada.

Talvez não haja tema histórico mais discutido do que o do povo de Israel.

Só isso basta para atestar a sua importância na formação da ideia do Ocidente nestes dois últimos milênios.

A sua presença na Europa e no mundo conquistado pelos romanos e seus sucessores, mais do que documentada, é cercada de mitos.

Não há dúvida de que foi povo perseguido, obrigado a isolar-se em sua fé, e a defender-se, como lhe era possível, a fim de impedir o genocídio.

Essa defesa os levou a buscar o conhecimento e a riqueza, que não lhes bastou para impedir a perseguição, nem foi suficiente para conjurar sua divisão entre judeus ricos e judeus sem dinheiro, para lembrar a obra prima de Michael Gold, (foto) pseudônimo do jovem escritor americano Itzok Isaac Granich.

Nestes dias de abril e maio, os judeus – e os humanistas mais atentos – lembram dois episódios fortes na história contemporânea: o Levante do Gueto de Varsóvia, em 1943, e a criação do Estado de Israel, em 1948.

Há quem associe os dois fatos, como se tratasse de uma coisa só; há quem assegure que, sem o Levante, não teria havido o segundo êxodo e sua conseqüência política, e há os que separam os dois episódios, dando a cada um deles sua própria razão.

Como é costume ocorrer na História, todas as três versões são corretas, – o que difere é a contribuição de cada uma delas no desenvolvimento posterior da questão judaica.

Recente artigo da historiadora norte-americana Marci Shore, (retrato ao lado) publicado pelo New York Times, ao reconstruir a crônica da resistência dos judeus de Varsóvia, abre o caminho para nova interpretação dos fatos.

Ela mostra como os judeus de Varsóvia se encontravam inermes diante do ocupante nazista.

E revela que a resistência, naqueles dias de abril e maio de há 70 anos, foi  ato de dignidade, assumido por jovens dispostos a morrer lutando, e não conformados a ver a resignação de seus pais e avós, ao embarcar rumo aos campos de extermínio a poucos quilômetros de Varsóvia.

Os nazistas, depois da ocupação da Polônia, empurraram, pouco a pouco, todos os judeus da cidade ao imenso gueto e os obrigaram a erguer espesso muro em volta: as únicas entradas e saídas eram vigiadas por soldados das SS.

De acordo com a sua política perversa, criaram, em 1942, um Conselho Judaico, encarregado de indicar a lista diária dos que deviam ser encaminhados às câmaras de gás e aos trabalhos forçados, presidido por Adam Czerniakov.

No dia 22 de julho daquele ano, os nazistas decidiram iniciar a deportação em massa dos judeus do Gueto rumo a Treblinka e a Auschwitz.

Como conhecesse o destino que os esperava, no dia seguinte Czerniakow engoliu uma cápsula de cianureto.

Não houve unidade na luta de resistência. Os sionistas de extrema direita formaram seu próprio corpo de combate.

Os mais duros guerreiros foram jovens, alguns deles religiosos, mas a maioria de agnósticos e marxistas, ligados aos movimentos socialistas de esquerda, como a Bund (Liga) e com forte presença de comunistas.

Quando os nazistas atearam fogo ao Gueto, o núcleo duro da resistência refugiou-se em um bunker, sob o comando do jovem Marek Elderman (foto jovem).

Ele e seus companheiros fugiram pelos esgotos fétidos, nos quais a maioria morreu asfixiada pelos gases.

Quarenta deles sobreviveram, alguns se aliaram aos guerrilheiros poloneses e russos, e muitos sobreviveram à Guerra.

Elderman (foto abaixo), depois da derrota alemã, tornou-se cardiologista – e jamais quis viver em Israel.

Ele, e muitos outros, defendiam a cultura ashkenazi, fundada no uso do ídiche como o idioma de seu povo, e um “modus vivendi” com os povos conhecidos, o que seria facilitado pelo resultado do conflito;

não a ocupação de um território no meio do deserto, ao lado de grupos étnicos estranhos, nem a ressurreição de uma língua morta, só usada nos ritos religiosos, como idioma oficial.

Em razão disso, o Estado de Israel não o considera herói nacional.

Ele era um dos que, como Rubinger, defendiam o convívio dos judeus com os outros povos, e achava um erro estratégico a criação de Israel, que vinha sendo planejada desde o fim do século 19.

Os sionistas se apropriaram da gesta heroica dos combatentes do Gueto de Varsóvia, como se tratasse de uma vitória sua.

Na realidade foi uma vitória do melhor do povo judeu, dos filhos de trabalhadores, de intelectuais engajados nos movimentos políticos clandestinos, dos que não aceitavam o triste e resignado cortejo de seus pais e seus irmãos menores rumo às câmaras de gás.

O Levante foi a resposta viril ao Holocausto, e redimiu, na bravura de seus jovens, o grande povo judeu.

Se a Humanidade tiver algum futuro, a resistência do Gueto de Varsóvia será vista, nos séculos a vir  – como muitos a vêem hoje – como ato muito mais importante do que a criação do Estado de Israel.

Ela se equivale à dura resistência do povo de Stalingrado, com uma virtude a mais. Em Stalingrado os combatentes contavam com a nação. Em Varsóvia, em uma Polônia marcada pelo racismo, os jovens judeus estavam sós.

O general Jurgen Stroop, comandante das tropas de Varsóvia que massacraram os habitantes do Gueto, foi condenado à morte em 1951 e executado pelo governo polonês.

Mas cumprira a sua missão, conforme relatório a Berlim: em maio de 1943 já não havia um só bairro judeu em Varsóvia.

Mais de 300.000 judeus haviam sido enviados para as câmaras de gás, e se calcula que mais de 10.000 morreram calcinados pelas chamas em que ardeu o Gueto (foto acima), naqueles dias de maio.

No dia 7 de dezembro de 1970, como correspondente deste Jornal do Brasil, assisti ao Chanceler Willy Brandt (foto) em gesto grandioso, ajoelhar-se diante do marco evocativo do Gueto de Varsóvia.

O líder socialista, com a autoridade de quem resistira, ainda adolescente, ao nazismo, ajoelhou-se, em atordoante silêncio, em homenagem aos combatentes de 1943 – ou, seja, de 27 anos antes.

Esses registros históricos e a situação atual de Israel – com tantos e eminentes judeus que se opõem ao genocídio dos palestinos e buscam construir a paz – tornam proféticas as palavras de Marcos Rubinger: trata-se de imenso gueto, erigido em terras estranhas, murado por dentro.

Os jovens de Varsóvia lutaram e morreram para que não houvesse                                   muros.

Alguns, como Marek Elderman, sonhavam com uma única Humanidade.

Talvez ainda haja tempo.

Fonte:
http://www.maurosantayana.com/2013/04/os-judeus-entre-varsovia-e-israel.html

Leia também:
- Adolescente brasileiro, preso por israelenses - Guila Flint
- Se os EUA não fizerem o que Israel diz que Deus disse... estamos fritos - Paul Craig Roberts

Nota:
A inserção de imagens adicionais, capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, elas inexistem no texto original.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Época odeia o Lula, jornalista trapaceia Gaviões da Fiel e Dilma não regulamenta o setor midiático

 O jornalista Davis Sena Filho, titular do Blog "Palavra Livre" do "Jornal do Brasil", foi retirado da capa do site do jornal no dia 24 de janeiro sem ser, contudo, notificado ou avisado de que não mais participaria do elenco de blogueiros de tal jornal. Simplesmente, após sete meses de trabalho e 60 artigos publicados, o jornalista foi retirado do ar. Crítico constante da imprensa comercial, corporativa e privada, Davis Sena Filho era um dos blogueiros mais lidos (disparado) do JB, sendo que somente os blogueiros que escrevem sobre futebol tinham tantos acessos de leitores como o jornalista censurado desrespeitosamente pela diretoria do jornal e, evidentemente, por colegas de profissão com cargo de chefia.

Após dois dias a enviar e-mails para os chefes de redação, Davis Sena Filho recebeu a seguinte resposta: "Caro Davis, Devido a uma reestruturação editorial no jornal, estamos reavaliando os blogs e o seu, infelizmente, está fora do novo perfil definido. Em breve, estaremos encaminhando um documento com mais informações. abs". Obviamente que não houve reestruturação e sim censura e um casuístico "cala a boca". Até porque os blogueiros, outros, continuam no JB.

Essa mesma imprensa que cala um jornalista de política como Davis Sena Filho é a mesma que ataca o governo ou quem quer que seja quando se propõe o marco regulatório para as mídias, previsto, inclusive, na Constituição do Brasil. Os barões da imprensa e seus sabujos mentem, dissimulam, manipulam e tergiversam em seus órgãos de imprensa a fim de enganar a sociedade brasileira ao afirmarem que a regulamentação das mídias é um atentado contra as liberdades de expressão e de imprensa, quando na verdade não o é.

A regulamentação significa a democratização da informação no Brasil, que é cartorial e cartelizada. Davis Sena Filho foi censurado com o fim de seu blog no JB, o "Palavra Livre", que incomodou muita gente do segmento midiático e político, ao ponto de não ser sequer notificado pelos jornalistas chefes do Jornal do Brasil. O fim do "Palavra Livre" no JB significa e demonstra, sem sombra de dúvida, que a imprensa burguesa e corporativa e privada (privada nos dois sentidos, tá?) não tem compromisso com as liberdades de pensamento, de expressão, de imprensa e muito menos com a democracia e com a sociedade brasileira. Essa gente tem compromisso com seus interesses comerciais e políticos, ainda mais que há nove anos governos trabalhistas assumiram o poder no Brasil. Davis Sena Filho provou que seus textos jamais enganaram seus leitores, porque sua saída do JB da forma insensata e desrespeitosa que foi demonstra, sem margem de erro, que a imprensa empresarial é golpista, ditatorial e quer falar sozinha. É isso aí.

Obs: O artigo abaixo foi último escrito por mim. Deve ter incomodado demais certas gentes. (Davis Sena Filho)


Jornal do Brasil - Palavra Livre - 22 jan 2012 - Por Davis Sena Filho

Os burgueses da imprensa não entendem que o povo é Lula
Realmente, a imprensa comercial e privada odeia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por causa desse ódio latente e incontrolável, a imprensa corporativa, mercantilista e porta-voz da burguesia e dos trustes nacionais e internacionais não o esquece jamais. Não importa nem mesmo se o político estadista passe por uma situação grave em sua vida, que é ficar enfermo por causa do câncer que aflige sua laringe.

A revista Época, nº 714, de 21/01, cujo título é Cadê a Ala dos Mensaleiros, pertencente às Organizações(?) Globo, tal qual a Veja, a revista porcaria, pegou pesado mais uma vez em sua “prodigiosa” existência e escalou a repórter Mariana Sanches para fazer o jogo sujo e sem ética contra Lula, que será homenageado pela escola de samba paulistana Gaviões da Fiel, que escolheu o líder trabalhista como seu enredo para o carnaval de 2012.

Para a elite branca, racista e escravocrata brasileira, homenagear um político trabalhista, de origem operária e que colocou o Brasil em um patamar de importância jamais visto em sua história em termos mundiais é o fim da picada. E por esse motivo, os barões da imprensa privada e seus jornalistas “mauricinhos” e “patricinhas” e completamente divorciados dos interesses dos brasileiros ficam com ódio, porque o preconceito e o rancor são, indubitavelmente, do tamanho da senzala em que eles gostariam de ver, eternamente, o povo brasileiro.

A reporcagem (com ‘C’ mesmo), de Mariana Sanches, é uma ode ao mau jornalismo, à trapaça e à má intenção, porque, segundo protesto divulgado pela Gaviões da Fiel, tal profissional de imprensa, a mando de seus tenebrosos editores, traiu a confiança da diretoria da escola, que abriu as portas para ela, que lhes assegurou que pretendia fazer uma matéria a respeito do Carnaval 2012, o que na verdade era um subterfúgio para agredir e desqualificar o presidente Lula.

A escola de samba permitiu, em novembro passado, que a jornalista entrasse no barracão e na quadra para que fossem feitas imagens para a pretensa reportagem, que já foi, por conveniência, retirada do site da revista Época, de forma a impossibilitar que seus assinantes tenham acesso à matéria jornalística, se pode tal texto ser chamado assim. Até por volta das 17h30 de domingo (22/01), a matéria continuava indisponível no site, além de acusar o seguinte erro: 404 Not Found.

Os mandões da Época devem ter mandado retirar a reporcagem porque a diretoria da Gaviões falou alto e divulgou nota oficial em que repudia a conduta da jornalista e questiona, veementemente, a matéria que agride o ex-presidente Lula, que está doente e que há mais de um ano deixou o poder. Tamanha perseguição ao ex-mandatário acontece em plena democracia, que está a enfrentar a ditadura da imprensa, que quer pautar o governo e dessa forma governar o Brasil no lugar dos poderes constituídos e dos homens e mulheres eleitos pelo povo brasileiro.

Época e outros jornalões e revistas há muito tempo elaboram o autêntico jornalismo de esgoto; o verdadeiro detrito de maré baixa.

Contudo, nunca é salutar para os negócios e suas imagens entrar em conflito com uma escola de samba popular como o é a Gaviões da Fiel. Por esse motivo, os sequazes que comandam a revista da família Marinho retiraram a reporcagem, que tem ou tinha a finalidade apenas de agredir mais uma vez o presidente mais popular da história do Brasil, que ensinou como se governa um país de forma republicana a incompetentes metidos a intelectuais como os neoliberais Fernando Henrique Cardoso e José Serra — aqueles traidores da Pátria que venderam o Brasil e ainda tiveram a desfaçatez de pedir dinheiro por três vezes ao FMI de joelhos e com o pires na mão. E eles estão soltos.

Esta é a verdade. E ela é inalienável.

Eu fico a imaginar a reunião de pauta de alguns editores de Época a maquinar o jogo baixo e sujo contra um presidente responsável pelo Brasil crescer exponencialmente em todos os setores de atividades econômicas e sociais, o que levou o poderoso país sul-americano de língua portuguesa a ser a sexta maior economia do mundo, a superar potências européias como a Inglaterra e a Itália, a ressaltar ainda que o País, segundo algumas agências, deverá ser a quinta economia em pouco tempo se continuar a crescer, o que tem ocorrido nos últimos nove anos, a partir das eleições de líderes trabalhistas como Lula e Dilma, que, seguindo a tradição do trabalhismo brasileiro com origem em Getúlio Vargas, sempre se preocuparam em distribuir renda e riqueza, além de valorizar o trabalho e o trabalhador, palavras que os tucanos, os demos e a elite branca racista brasileira detestam.

Gaviões protestou e a Época, aparentemente, recuou. Mas não se deve confiar em cobra venenosa ou achar que ela desistiu de ferir a quem considera inimigo de seus interesses econômicos, de classe social e também ideológicos. A velha imprensa corporativa é ideológica e de direita, apesar de pregar, de forma cínica, que as ideologias acabaram e quem manda agora é o “deus” mercado. Grande parte da população brasileira sabe disso. Tanto sabe e compreende que, mesmo quando a imprensa e seus asseclas atacam os governos trabalhistas de Lula e de Dilma, continua a votar neles, pois percebe que os jornalistas compromissados com os empresários de mídias cartelizadas não põem comida na mesa e muito menos compreendem as dores e as necessidades dos brasileiros das classes pobres e por causa disso desprivilegiadas, que tiveram, de geração a geração, seus direitos negados e o acesso ao consumo e à educação barrados pelas elites brancas e racistas deste País, que escravizaram seres humanos por quase quatrocentos anos — um recorde histórico.

Quando os jornalistas, empregados da família Marinho souberam que Lula seria homenageado pelas Gaviões, pronto, começaram imediatamente a orquestrar uma pauta cretina onde a má fé seria a tônica. E foi. Eles sempre se perguntam: “Como pode um homem de origem humilde ser mais respeitado e admirado no exterior e no Brasil do que o nosso FHC?” O sociólogo carioca adotado pela elite branca paulista, chamada de quatrocentona e racista. Quando Getúlio chegou ao poder por meio de uma verdadeira revolução, a de 1930, quem caiu foi outro FHC, conhecido como Washington Luís, também do Rio de Janeiro e adotado pelas elites paulistas. A história, às vezes, repete-se.

A repórter da Época enganou os diretores da Gaviões da Fiel para assim poder agredir, gratuitamente, um ex-presidente que saiu do poder com cerca de 90 por cento de aprovação. A que ponto pode chegar uma profissional de imprensa. Não é fácil conviver com a ditadura da imprensa em plena democracia. É por isso que os patrões, os barões das mídias não querem a regulamentação do setor, bem como combatem a democratização das mídias que começa com a proibição de um mesmo grupo econômico controlar diversos tipos de mídias, o que é também chamado de mídias cruzadas, além de, para impedir a democratização do setor, confundir as pessoas por meio de editoriais e de opiniões de “especialistas de prateleiras” dos empresários midiáticos que afirmam, de forma mentirosa, que regulamentar o setor midiático é ação que visa à censura e o controle dos meios de comunicação por parte do estado, além de ser um “atentado” à liberdade de expressão e de imprensa. Pura mentira.

Tudo isso é uma falácia. A deturpação da realidade. E tem gente, principalmente de classe média, que crê nisso ou finge acreditar, porque no fundo é conservadora e compactua com esse estado de coisas nos meios de comunicação. A verdade é que a Constituição de 1988 em seu capítulo para as comunicações tem de ser regulamentada, e isto até hoje não foi feito. Um absurdo. O lobby dos empresários midiáticos no Congresso impede que esse processo se concretize.

Os empresários não querem a democratização dos meios de comunicação, como não querem governos trabalhistas no poder desde os tempos de Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola. E assim sempre vai ser. A presidenta Dilma Rousseff tem um projeto que democratiza as comunicações no Brasil. Desconfio que a própria mandatária está a segurar o projeto elaborado pelo ex-ministro Franklin Martins, que visitou países desenvolvidos e, juntamente com sua equipe, estudou as legislações que regulamentaram os setores midiáticos de cada país. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ao que parece, engavetou o projeto.

Sempre afirmo e reitero que governos trabalhistas não podem tergiversar com os barões da mídia, porque esses empresários são golpistas, conforme aponta a história. O Brasil é maior do que as Organizações(?) Globo. Presidentes são eleitos para melhorar a vida do povo e defender os interesses do Brasil, e, seguramente, defender tais interesses é o que a velha imprensa corporativa não o faz e nunca o fará. A imprensa burguesa é dos ricos e dos que pensam que um dia serão ricos, como algumas pessoas de classe média e conservadoras.

No Brasil, falar de regulamentação para as mídias é pecado. Os patrões e seus empregados de confiança ficam realmente irritados com tal assunto e para defender seus interesse privados utilizam suas televisões, rádios, jornais impressos e a internet para difundir confusão, por meio de manipulação da informação sem, no entanto, dar voz àqueles que lutam pela democratização dos meios de comunicação, das mídias, que não podem ser cruzadas, o que beneficia a constituição de cartéis, que, de tão poderosos, derrubam até governos legitimamente eleitos.

A população brasileira não pode ficar à mercê de interesses empresariais. A imprensa brasileira não tem compromisso com a Nação e sim com seus interesses de mercado, além de ser porta-voz histórica das elites econômicas nacionais e internacionais. A mocinha da Época deveria rever suas atitudes e conceitos e procurar saber como se faz jornalismo em prol da sociedade e não de seus chefes e patrões. Que o diga a Gaviões da Fiel. Leia abaixo parte da nota de repúdio à revista Época.


Nota Oficial da Gaviões da Fiel

(…) “No entanto, ao ter acesso ao conteúdo final da matéria, constatamos tratar-se, mais uma vez, de uma agressão gratuita e infundada ao nosso homenageado e, conseqüentemente, ao processo de construção do carnaval da nossa entidade, que escolheu o enredo sem levantar nenhuma bandeira política ou partidária. O maior objetivo da escolha do tema é a homenagem ao povo brasileiro e aos corintianos, através da figura emblemática do ex-presidente Lula, assim como consta na explicação do nosso enredo. Mas não no surpreende que tal veículo insista em tentar descontextualizar os fatos e criticar o Lula”.

“A nós, tal episódio só fortalece para que levemos à avenida em destaque estes e outros motivos que fazem com que nosso homenageado tenha sido escolhido como o retrato da nossa NAÇÃO e isso independe da vontade de qualquer veículo de comunicação que queira descontextualizar a homenagem que levaremos à avenida neste carnaval” (…)

Como se percebe, mais uma vez a imprensa burguesa tenta se intrometer no que não lhe é devido. Para agredir Lula, veículos de comunicação e jornalistas se travestem de delinqüentes e cometem atos indignos e que envergonham a profissão de jornalista e leva descrédito ao jornalismo. Há anos, as atividades jornalísticas levadas a cabo por editores sem escrúpulos e que rasgaram a Constituição e os Códigos Civil e Penal se tornou um processo de oposição partidária, ideológica e até mesmo de luta de classe. É difícil aturar um jornalismo sem princípio e que para ter seus interesses realizados se torna necessário desqualificar as instituições republicanas e boicotar programas de governo apresentados ao povo quando das eleições. A imprensa comercial e privada se recusa a se democratizar e, conseqüentemente, integrar-se à sociedade no que concerne a defender os interesses da Nação. É isso aí.