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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Brasil combate a fome fora das fronteiras



por Fabiana Frayssinet, da IPS
35 Brasil combate a fome fora das fronteirasSalvador, Brasil, 9/11/2011 – O governo do Brasil avançou na luta contra a fome, desta vez no plano mundial, ao inaugurar um Centro de Excelência alimentar para estender suas experiências positivas a outros países em desenvolvimento, com ajuda de agências da Organização das Nações Unidas (ONU).
O centro, com sede em Brasília, foi apresentado no dia 7 pela diretora-executiva do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Josette Sheeran, e pelo diretor da Agência Brasileira de Cooperação, Marco Farani, com a presença de José Graziano da Silva, diretor-geral eleito da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O centro já começou associações entre PMA, Brasil, Moçambique, Timor Leste e Haiti.
“Trabalhamos de maneira conjunta para desenvolver capacidades de cooperação técnica em países da África, América Latina e também da Ásia, para que possam conhecer algo da experiência brasileira de combate à fome e, a partir dela, desenvolver seus próprios programas de alimentação escolar e combate à pobreza”, disse à IPS o diretor do Centro, Daniel Balabán.
O “Centro de Excelência contra a fome para o desenvolvimento de capacidades em alimentação escolar, nutrição e segurança alimentar”, seu nome completo, contará com recursos financeiros, tecnológicos e operacionais dessas entidades brasileiras e da ONU. O objetivo, segundo Farani, é “disseminar boas práticas no campo da alimentação escolar”, lançando mão das experiências do PMA e do Brasil para o desenvolvimento, a execução ou expansão de programas escolares sustentáveis, além de apoiar outras iniciativas existentes.
“O Brasil tem uma rica experiência a ser compartilhada com os governos interessados em aprender como os brasileiros conseguiram esse êxito, e adaptar esse conhecimento aos seus países”, disse Sheeran na cerimônia de lançamento, em Salvador, Estado da Bahia. Será uma “ponte Sul-Sul única para a segurança alimentar”.
Diante de uma realidade na qual uma em cada sete pessoas no mundo não tem o que comer diariamente, as únicas reações possíveis são “se revoltar, migrar ou morrer”, disse Sheeran por ocasião da IV Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que acontece até amanhã na capital baiana. “O Brasil criou uma quarta opção, que é combater a fome dando esperanças à infância, que é o futuro”, acrescentou.
O Brasil promove no plano internacional seus êxitos neste campo, com a aplicação desde 2003 do programa Fome Zero, que combina medidas de emergência com políticas de criação de empregos e ampliação da renda familiar. Implantado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011) e continuado por Dilma Rousseff, o programa conseguiu reduzir a desnutrição infantil em 61%, multiplicar por oito o crédito para a pequena agricultura e reduzir a pobreza rural em 15%, segundo Graziano, um dos arquitetos destas iniciativas.
No contexto de um programa mais amplo contra a pobreza, o Bolsa Família, que entrega subsídios às famílias mais pobres, desde que vacinem seus filhos e os mantenham na escola, o Fome Zero contribuiu para tirar cerca de 28 milhões de pessoas da pobreza neste país de 192 milhões de habitantes.
A prioridade do Centro será uma iniciativa do Fome Zero: o programa de merenda escolar que no Brasil serve três refeições diárias para 47 milhões de crianças e adolescentes, considerado um modelo mundial. O programa também está vinculado à agricultura familiar e às compras locais de alimentos “combinados de maneira a dar de comer às crianças e estimular a produção local”, destacou Farani. “A ideia do Centro surgiu porque havia muita demanda por cooperação brasileira nessa área”, disse à IPS o coordenador de ações internacionais de combate à fome do Ministério das Relações Exteriores, Milton Rondó Filho.
“O que fizemos com a alimentação escolar foi buscar uma espécie de círculo virtuoso” de desenvolvimento. Em primeiro lugar, a preocupação com a nutrição da criança. Com melhor nutrição se tem maior capacidade de aprendizagem, e com isso, e comprando localmente alimentos, se promove o desenvolvimento local”, afirmou Rondó. Por lei, 30% dos alimentos para a merenda escolar devem ser comprados da agricultura familiar da mesma região onde fica a escola.
Além disso, a iniciativa intervirá também na desigualdade de gênero. Rondó mencionou o caso do oeste do Paquistão, onde o analfabetismo das meninas chega a 97%. “A ONU nos diz que se entrarmos com alimentação escolar ninguém reterá essas meninas em casa e também as enviarão para a escola”, afirmou. Segundo Rondó, “não é o caso de as escolas se transformarem em pequenos restaurantes, mas é um estímulo importante que, além da nutrição, melhora a assistência à aula e a capacidade de aprender. E se compramos produtos do mesmo lugar, é um motor enorme do desenvolvimento local”.
O anfitrião do encontro, o governador da Bahia, Jaques Wagner, destacou que, em seu Estado, a alimentação escolar dinamiza a economia local, “a quitanda, a feira, o mercado, porque é um programa de geração de renda de baixo para cima”.
O Centro não pretende repetir a fórmula brasileira, mas adaptá-la às circunstâncias geográficas, culturais e étnicas de cada país, explicou o vice-ministro de Educação de Moçambique, Augusto Jone Luís. Neste país, de 20 milhões de habitantes, onde o programa de merenda chega a seis milhões de alunos e se expandirá com ajuda do Centro, o sucesso se baseia em abordar a “alimentação escolar com um cunho pedagógico”, disse Luís.
Mais de dois mil participantes do Brasil e cem internacionais assistem a IV Conferência, na qual autoridades e organizações civis avaliam os avanços para garantir o direito à alimentação, que no ano passado alcançou status constitucional no Brasil. Contudo, o país ainda tem matérias pendentes: 16 milhões de pessoas – incluídas no programa Brasil Sem Miséria, lançado por Dilma – vivem com menos do equivalente a US$ 41 por mês. E não foram alcançadas metas de nutrição adequada.
A IV Conferência, organizada pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, aborda essas lacunas bem como outros temas preocupantes: aumento da obesidade, degradação do solo, mudança climática e agrotóxicos.

Fonte: Envolverde/IPS

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Deem sementes e as camponesas alimentarão o mundo



por Melanie Haider, da IPS
1266 Deem sementes e as camponesas alimentarão o mundoNova York, Estados Unidos, 27/9/2011 – Se as camponesas tivessem mais ferramentas e recursos, entre cem milhões e 150 milhões de pessoas poderiam deixar de passar fome no mundo. Esta mensagem foi difundida por Josette Sheeran, diretora-executiva do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da Organização das Nações Unidas (ONU), em um encontro dedicado ao poder das mulheres rurais em matéria de segurança alimentar e nutrição, realizado no contexto da sua Assembleia Geral.
Na reunião da semana passada, que contou com o patrocínio da ONU Mulheres e do PMA, entre outros vários organismos, reuniram-se organizações comunitárias e representantes do setor privado e de governos com vistas a uma “nova coalizão que marque a diferença”, disse Sheeran. Em outubro acontecerá a reunião do Comitê de Segurança Alimentar Mundial na sede do Programa Mundial de Alimentos (PMA) em Roma, à qual se seguirá a 56ª sessão da Comissão sobre o Status das Mulheres, no próximo ano. São duas oportunidades para fortalecer o papel das camponesas no alívio à pobreza e erradicação da fome.
O diretor-executivo da companhia Unilever, Paul Polman, destacou a nova iniciativa Project Laser Beam, na qual o PMA e seus sócios corporativos, DSM, Aliança Global para a Nutrição Melhorada (Gain), Kraft Foods, se reuniram para combater a desnutrição infantil em Bangladesh e na Índia. “O programa se concentra em mulheres, agricultura, consolidação de produtores de pequena escala, saúde, higiene e escolaridade feminina. Não me surpreende porque descobrimos, como empresários, que seguramente obteremos mais benefícios com estes investimentos do que com outros que fazemos”, disse Polman.
A ONU Mulheres e a Coca-Cola também anunciaram um acordo para eliminar as barreiras que encontram as empresárias no terreno mediante programas de capacitação e serviços financeiros. O informe sobre o estado mundial da alimentação e da agricultura 2010-2011, realizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), concluiu que quando as mulheres têm renda adicional investem mais do que os homens em alimento, assistência médica, vestimenta e ensino para os filhos. Isto tem consequências no crescimento econômico ao melhorar a saúde, a nutrição e a educação do país.
Elas costumam ter menos recursos produtivos, como educação, terra, gado, tecnologia, trabalho, serviços financeiros, entre outros, do que os homens, segundo a FAO. “Se as mulheres contassem com os mesmos recursos produtivos que os homens, a produção agrícola nos países em desenvolvimento cresceria entre 2,5%% e 4% e se reduziria a quantidade de pessoas com fome entre 12% e 17%”, diz o informe. “Há pessoas que não têm alimento suficiente e precisam de ajuda imediata”, disse a agricultora Anne Itto, ex-ministra interina da Agricultura e Silvicultura do Sudão do Sul. A ajuda deve estar bem dirigida para que os “alimentos não acabem no mercado local”, o que reduz os preços, destacou.
“Para quem tem capacidade e quer trabalhar no longo prazo, a primeira coisa é capacitação, fornecer conhecimento necessário e habilidades para as mulheres a fim de incentivar o acesso a insumos agrícolas como sementes otimizadas e melhores tecnologia e equipamento”, afirmou Itto. “Mas, não podem obtê-lo a menos que tenham acesso a serviços financeiros”, acrescentou. É importante relacionar as mulheres com o mercado, pois a “maioria dos grãos não pode ser armazenada mais do que dois ou três meses”, insistiu a ex-ministra.
Permitir que as mulheres solicitem empréstimos terá um impacto positivo na segurança alimentar porque poderão pagar por melhores sementes e ferramentas e produzir mais, prosseguiu Itto. “Creio que as mulheres fizeram seu trabalho. Agora é a vez do governo, de atores humanitários e do setor privado se associarem com elas para que possam continuar alimentando suas famílias e contribuindo para a construção do país”, concluiu.

Fonte: Envolverde/IPS

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Brasil trabalha para acelerar a cooperação Sul-Sul

O Brasil tem usado sua força crescente para forjar laços com outros países no sul global. O país apoia, por exemplo, o desenvolvimento de uma estação experimental de algodão no Mali, uma estação de arroz no Senegal, um centro de ensino profissionalizante e um programa de segurança alimentar no Timor Leste e a produção de soja em Cuba. Apoiador da iniciativa, secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon diz que a Cooperação Sul-Sul é um componente vital para a resposta do mundo à luta contra a pobreza e a fome em todo o mundo.

Thalif Deen - AlJazeera

         Como uma das potências nacionais economicamente emergentes do mundo, o Brasil está perseguindo vigorosamente os objetivos do milênio da agenda para o desenvolvimento da ONU: a cooperação Sul-Sul.
         A Agência de Cooperação Brasileira está participando atualmente de uma série de projetos econômicos, a maior parte no setor agrícola, em mais de 80 países em desenvolvimento na África, na Ásia, na América Latina e no Caribe.
         Os projetos envolvem empreendimentos nas áreas de pecuária e pescaria, horticultura e produção de alimentos.
         O Brasil está apoiando o desenvolvimento de uma estação experimental de algodão no Mali, uma estação de arroz no Senegal, um centro de ensino profissionalizante e um programa de segurança alimentar no Timor Leste e a produção de soja em Cuba.
         Além disso, está fornecendo expertise tecnológica e assistência no desenvolvimento da tecnologia agrícola no Haiti, um centro vocacional no Paraguai e a criação e consolidação do Instituto de Agricultura e a Pecuária na Bolívia.
         Só em 2010 o Brasil assinou 21 acordos internacionais com uma única organização regional, a Comunidade Caribenha (CARICOM), juntamente a acordos bilaterais com a Jamaica, a Guiana, o Suriname e o Haiti.
         Os seis ministros brasileiros envolvidos nas iniciativas Sul-Sul de cooperação são os ministros do Desenvolvimento Agrário, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; da Pesca; do Meio Ambiente; da Agricultura, Pecuária e Fornecimento e das Relações Exteriores.
         O papel do Brasil, no entanto, tem adquirido importância suplementar como um dos três parceiros, junto a Índia e a África do Sul, numa das coalizões mais vibrantes das nações em desenvolvimento: IBAS.
         O embaixador Gilberto Moura, diretor do Departamento de Mecanismos Inter Regionais disse que a identidade do IBAS é fortemente comprometida com a promoção do desenvolvimento não apenas dentre os seus membros, mas também no mundo em desenvolvimento como um todo.
         O Fórum IBAS, ele disse, apoia as nações em desenvolvimento por meio do Fundo IBSA de Facilitação para redução da pobreza e da fome. O fundo foi criado pelos três chefes de Estado do IBAS durante a sessão da Assembleia Geral da ONU em setembro de 2003.
         Moura disse que cada um dos países do IBAS doa 1 milhão de dólares por ano e esses recursos são usados para implementar projetos de cooperação para os países em desenvolvimento, especialmente os menos desenvolvimentos e aqueles em recuperação de conflitos.
         Essas iniciativas, ele anotou, conformam-se a alguns dos princípios da cooperação Sul-Sul, inclusive no que concerne ao fortalecimento das capacidades nacionais, na participação de acionistas nacionais bem como na promoção da aquisição nacional de empresas e na sua sustentabilidade.
         O secretário geral da ONU Ban Ki-moon, um forte apoiador da Cooperação Sul-Sul, disse que os países em desenvolvimento que reúnam know-how, troquem ideias e coordenem planos que possam gerar ganhos maiores do que se atuarem por conta própria.
         Ele diz que a Cooperação Sul-Sul é um componente vital para a resposta do mundo à luta contra a pobreza e a fome em todo o mundo.
         Helen Clark, a administradora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que assinou um acordo no ano passo reforçando as atividades de sua agência no Brasil assinala que o PNUD está “comprometido com a facilitação da cooperação Sul-Sul, e pretende trabalhar mais proximamente do Brasil em programas ao redor do mundo”.
         Os projetos do IBAS financiados por três países incluem um complexo de esportes em Ramallah, nos territórios palestinos ocupados; um projeto sólido e amplo de arrecadação para o Haiti e a reconstrução de duas unidades de saúde em locais geograficamente isolados, no Cabo Verde.
         Moura disse que o fundo concluiu quatro projetos (no Cabo Verde, na Guiné-Bissau, no Haiti e na Palestina); está gerindo quatro (Burundi, Cabo Verde, Camboja e Guiné-Bissau) e tem sete para iniciar (dois na Guiné-Bissau, um no Laos, dois na Palestina ocupada, um em Serra Leoa e um no Vietnã).
         Outros projetos estão sendo analisados para aprovação no momento apropriado, inclusive para o Sudão, o Sul do Sudão e o Timor Leste, acrescentou.
         Questionado a respeito de áreas específicas sob o âmbito do IBAS, Moura disse que todas as atividades dentro do IBAS exigem engajamento ativo dois três países membros.
         Atualmente, o secretariado informal e rotativo, que coordena os encontros, está sob a responsabilidade da África do Sul, que sediará a próxima cúpula presidencial em Outubro, próxima a Durban.
         Antes dessa cúpula o Brasil sediará um seminário sobre Sociedade da Informação no Rio de Janeiro, nos dias 1° e 2 de setembro próximo. A sociedade civil foi convidada a participar num encontro paralelo à cúpula.
         Até agora sete encontros da sociedade civil foram anunciados: o Fórum das Mulheres, o Fórum dos Editores, o Fórum Acadêmico, o Fórum Parlamentar, o Fórum dos Pequenos Negócios, o Fórum dos Presidentes Executivos de Grandes Empresas e o Fórum de Autoridades Locais.
         Perguntado a respeito das áreas específicas de cooperação, Moura disse que esses campos estão sendo desenvolvidos por meio de 16 grupos de trabalho existentes.
         Eles cobrem diferentes áreas: administração de receita, administração pública, agricultura, turismo, assentamentos humanos, ciência e tecnologia, comércio, cultura, defesa, desenvolvimento social, educação, energia, meio ambiente, saúde, sociedade da informação e transporte.
         As ações desses grupos de trabalho fortalecem a troca de experiências e o desenvolvimento de iniciativas comuns, disse Moura.
         No campo da ciência e tecnologia, o IBAS tem desenvolvido um programa, intitulado IBASOCEAN, envolvendo cientistas de todos os três países. “Eles também estão trabalhando na construção de um satélite do IBAS”, acrescentou.
         No comércio tem havido forte colaboração com os Serviços da Receita Federal para facilitar trocas comerciais através da instituição de uma rede segura e protegida linha de comércio para operadores econômicos autorizados.
         Os esforços para normalizar as regras de comércio estão a cargo do grupo de trabalho para o comércio. No campo da saúde, ele disse, as delegações do IBAS na Organização Mundial da Saúde tem sido o de trabalhar conjuntamente num vasto espectro de resoluções.
         Tradução: Katarina Peixoto



quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

MST: ato pela Reforma Agrária nesta sexta, no centro do Rio de Janeiro

Ato Público pelo Direito Humano a Alimentação e pela Reforma Agrária, contra as Mudanças Climáticas

Passarela entre Petrobras e BNDES, 10 de dezembro, 14h

Participe! Venha Prestigiar nossos produtos!

Apoie esta luta!

Organização: Movimento Sem Terra (MST)