quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

As estranhezas de Gilmar Mendes

05/02/2014 - Cadu Amaral em seu blogue

Que figura estranha...!

Gilmar Mendes [foto], ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), disse achar “estranho” as doações feitas para pagar as multas dos réus da Ação Penal 470.

Sugeriu que o Ministério Público investigasse a origem dos recursos arrecadados.

É bem provável que Gilmar faça coro com Joaquim Barbosa sobre o “ostracismo” dos condenados.

Não só Gilmar, mas boa parte da imprensa grande e seus “analistas” de plantão estão meio atônitos com a mobilização em torno da quitação das multas impostas pelo Supremo Tribunal. 

Logo, como não sabem o que significa militância, não entendem como pessoas, filiadas ou não ao PT, possam doar dinheiro para os condenados.

Filiadas ou não por que o PT tem mais “torcida” que o Flamengo no Brasil.

Esses apesar de não terem uma ficha de cadastro no partido, apoiam, defendem, participam das campanhas e votam no PT, como se fossem filiados de longa data.

Esse é um fenômeno a ser estudado pela ciência política, mas não pelos pondés da vida.

Portanto, por não terem a consciência do que seja militância, partem para o descrédito.

Típico de um país onde a mentalidade das elites estagnou no século XVII e a direita nem sequer é 
liberal.

Por isso temos a imprensa grande que temos, juízes do tipo de Gilmar Mendes e por aí vai.

Se por acaso houver de fato algum indício de irregularidade que se investigue, mas daí a fazer ilações pela “estranheza” é no mínimo irresponsável.

Aliás, estranhezas são os Habeas Corpus concedidos pelo STF, especialmente Gilmar Mendes. 

Somente para o banqueiro Daniel Dantas [foto] foram dois em 48 horas e durante a madrugada. 

Dantas foi preso pela Polícia Federal por “comer” um BILHÃO de dólares de 12 fundos de pensão estatais na aquisição da Brasil Telecom para o Citibank.

Os fundos de pensão foram obrigados por Fernando Henrique Cardoso (FHC), então presidente do país à época a fechar negócio com o banqueiro.

O sócio de Dantas era (ou ainda é) Pérsio Arida. 

Arida foi presidente do Banco Central em 1995 no governo do “hoje todo mundo come frango”.

Mas isso o Gilmar Dantas [ao lado com FHC], quer dizer, Mendes (o erro dos nomes também foi cometido pela Globo!não achou seu ato estranho.

Além de Daniel Dantas, Gilmar Mendes mandou soltar através de um Habeas Corpus o médico Roger Abdelmassih [foto], condenado a 278 anos de prisão por violentar sexualmente 37 mulheres. 

No dia seguinte ao HC de Mendes, Abdelmassih fugiu para o Líbano.

Outra agraciada com os Habeas Corpus de Gilmar Mendes é Cristina Maris Meinick Ribeiro [foto].

Ela foi condenada pela Justiça Federal do Rio de Janeiro por dar “sumiço” em processos da Receita Federal contra a Globopar, controladora das Organizações Globo.

Se atualizarmos os valores, o débito da Globo com a União chega a R$ 2 bilhões.

As notificações recebidas pela “poderosa” chegam perto de 300.

Mas a Globo, o maior grupo de mídia do país, dever tanto dinheiro assim aos cofres públicos não é estranho para Gilmar Mendes.

Muito menos para a imprensa grande, diga-se de passagem.


Folha da Lista de FURNAS onde consta o nome de Gilmar Mendes

Tampouco Gilmar Mendes achou estranho receber R$ 185 mil reais do esquema montado pelo PSDB conhecido como Lista de FURNAS [acima] quando ainda era da Advocacia-Geral da União.

Nessa lista, até FHC, recebeu seu “dim dim”.

Além é claro de Serra, Aécio, Alckmin, Eduardo Azeredo, os coleguinhas do DEM (à época PFL).

Essa lista é parte do esquema do “mensalão” do PSDB que logo, logo prescreve.

E isso Gilmar Mendes [ao lado com José Serra] também não acha estranho.

E o que dizer dos grampos sem áudio ou de uma conversa a três onde dois dizem que seu teor foi um e apenas um diz que foi outro e o que vale para a imprensa grande é a versão da minoria. 

Coisas da cachola estranha de Gilmar...

Fonte:
http://caduamaral.blogspot.com.br/2014/02/as-estranhezas-de-gilmar-mendes.html

Nota:
A inserção de algumas imagens adicionais, capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, elas inexistem no texto original.