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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Al-Qaeda - a hora e a vez da Rússia

17/10/2012 - “Blitzkrieg da Al-Qaeda”: Terrorismo ocidental contra a Rússia 
- em 01/09/2012, no Global Research, por Tony Cartalucci
- Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu para a redecastorphoto
“O truque jornalístico-propagandístico é entregue a profissionais (...). E a imprensa-empresa – Reuters, CNN, BBC e outras – põe-se a “noticiar” que “jovens éticos” opõem-se à corrupção.
A corrupção é apresentada como se fosse criação exclusiva do governo a ser derrubado; como se não houvesse jamais havido corrupção em outros governos.
Na verdade, é corrupção que só muito seletivamente atrai a atenção das agências de notícias, da mídia-empresa em todo o mundo e do Departamento de Estado dos EUA...”
O título e a matéria aí vão, para que todos vejam, porque é preciso ver para acreditar

Trata-se de artigo publicado na revista Foreign Policy, sob título de, literalmente, “Dois vivas aos islamistas sírios”[1]. O autor, Gary Gambill, vem do Fórum do Oriente Médio [orig. Middle East Forum] que reúne os mais dedicados neoconservadores fabricadores de guerras, como Daniel Pipes, e propagandistas também dedicados do mais ensandecido e furioso islamofobismo, como Robert Spencer. Agora que o ocidente está aliado a “islamistas” (aliou-se à Al-Qaeda), todos esses especialistas e jornalistas propagandistas já começaram a propagandear diretamente o terror, defendendo a causa dos terroristas na região do Cáucaso, na Rússia.

Embora tenha havido época em que os EUA fingiam solidariedade ao governo russo, que combatia grupos afiliados à Al-Qaeda que promoviam ataques terroristas nas montanhas do Cáucaso, no sul da Rússia – além de ataques por todo o país, inclusive em Moscou –, informações recentes [2] mostram que os EUA estão hoje apoiando clandestinamente aqueles mesmos terroristas, nas mesmas áreas.


Assim como os EUA criaram, financiaram, armaram e dirigiram a Al-Qaeda pelas montanhas do Afeganistão nos anos 1980s, os EUA hoje estão financiando, armando e dirigindo a Al-Qaeda, da Líbia para a Síria, e na Rússia.

Os EUA tentam hoje minar e desestabilizar a ordem política na Rússia. 

Recentemente houve provas de que o Departamento de Estado dos EUA está interferindo pesadamente na política russa [3]. Desde financiar a empresa GOLOS [4], de monitoramento de eleições e dita empresa “independente”, e que tentou apresentar as eleições na Rússia como “fraudadas”, até protestos de rua coordenados por membros da oposição que são pagos pelos EUA (muitos desses “membros da oposição” foram apanhados literalmente “com a mão na massa”, dentro da embaixada dos EUA em Moscou [5]), os EUA estão muito visivelmente empenhados em minar e desestabilizar a ordem política na Rússia.



O recente golpe de propaganda operado pelo grupo Pussy Riot” [Agito das Bucetas[6] também foi instrumentalizado pela oposição financiada pelos EUA, além de “repercutido” pelos mesmos agentes, patrocinadores ocidentais e toda a imprensa-empresa ocidental.

Enquanto essas ações apresentadas como o "o poder suave” [orig. soft-power] seguem seu curso e vão operando os efeitos para os quais foram concebidas, por outra via, essa nada soft, os EUA vão promovendo o ressurgimento do terrorismo no Cáucaso russo [7] – e terrorismo que, com certeza, será encaminhado para respingar por todo o país. O que os fatos começam a mostrar é que muitos dos centros de reunião e organizações de militantes chechenos foram fronts de propaganda subsidiadas, de fato, pelos EUA.

A imprensa-empresa global dá os primeiros passos na direção de “reciclar” o terrorismo.

Como foi feito na Síria, onde terroristas vindos de vários pontos foram e ainda são apresentados mentirosamente pela imprensa-empresa do ocidente como “o povo sírio”, “combatentes da liberdade” e “lutadores democráticos”, a mesma imprensa-empresa já começa a operar para “limpar” os vários grupos terroristas que já estão em ação nas montanhas do Cáucaso russo.



A Agência Reuters, por exemplo, dizia em matéria recente: “Brutalidade e fúria do governo Putin alimentam a jihad no Cáucaso russo” [8]. Era a senha, para o início de fogo cerrado de propaganda para implantar na opinião pública um específico conjunto de “causas” da violência na região.

Em tom que muito se assemelha ao dos press-releases distribuídos pelo Departamento de Estado, a matéria diz que os chechenos estão “fartos da corrupção governamental” e querem mudanças “semelhantes às que se viram ano passado na revolução egípcia”.

O que a Reuters não informa é que a “revolução egípcia do ano passado” já está convertida, esse ano, em nova ditadura, dessa vez da Fraternidade Muçulmana, que já começou a atacar liberdades civis e que apóia as aventuras de intervenção de Wall Street e Londres [9].

Como no caso da Síria, quando somos repetidamente “informados” de que a revolução rejeita “principalmente” o extremismo sectário, a agência Reuters tenta agora implantar na opinião pública também a ideia de que a violência na Rússia exibiria traços “religiosos”.

Na mesma operação de propaganda, somos também apresentados a Doku Umarov, o qual, diz a Reuters, seria “líder de movimento clandestino para criar um Emirado na região do Cáucaso”.

Outra vez, o que a Reuters não informa é que, segundo relatórios da própria ONU, Umarov é associado à Al-Qaeda (o que se lê na página da ONU, “QI.U.290.11. DOKU KHAMATOVICH UMAROV”):

"Doku Umarov esteve diretamente envolvido na organização de vários grandes atos terroristas: a captura de áreas residenciais dos distritos de Vedenski e Urus-Martanovski da República Chechena da Federação Russa (agosto 2002); sequestro de funcionários do Gabinete do Procurador
Geral da República Chechena (dezembro de 2002); e explosão do prédio onde operava o Departamento do Serviço de Segurança Federal Russa
para a República da Ingushetia, na cidade de Magas, e de dois trens em Kislovodsk (setembro de 2003). 

Foi dos principais organizadores do ataque contra a Ingushetia, por militantes, dia 22/6/2004, um ataque em Grozny, dia 21/8/2004, sequestro com reféns em Beslan, dias 1-3/9/2004 e ataques terroristas contra estações de metrô em Moscou dia 29/3/2010."
Umarov e os terroristas do grupo sob seu comando, que estariam – como a Reuters insiste em repetir – em luta santa, numa Jihad, não passam, na verdade, de terroristas associados à Al-Qaeda. Não são, de modo algum, "combatentes da liberdade”. São terroristas, cuja causa e cujos métodos 
são absolutamente injustificáveis.



O principal centro de organização e propaganda de Umarov, esse “Bin Laden russo”, o conhecido Kavkaz Center, foi criado e mantido pelo Departamento de Estado dos EUA; e outros programas norte-americanos, como a Sociedade de Amizade Russo-chechena, são financiados pelo programa National Endowment for Democracy (NED), do governo dos EUA.

Hoje, esse programa NED trabalha para derrubar o governo sírio. E ajudou a divulgar também, em todo o mundo, a “Operação Pussy Riot” [Operação Agito das Bucetas], na qual a manifestação de um grupo de performers russas foi cooptada e usada como ação de propaganda anti-Putin, em todo o planeta. (...)

A Agência Reuters trabalha também para implantar a ideia de que haveria militantes armados em levante contra o governo russo; tudo é feito para implantar na opinião pública mundial a ideia de que os russos estariam começando a recorrer ao terrorismo, por falta de melhor via de luta. Mas, paradoxalmente, a Reuters escreve, na mesma matéria, que os terroristas têm atacado também grupos de muçulmanos locais na Rússia, os quais, diz a Reuters, seriam “apoiados pelo governo russo”.

A verdade é que essa militância liderada pela Al-Qaeda está tentando implantar-se em toda a região do Cáucaso, por doutrinação religiosa ou por ataques contra e assassinato de moradores da região. E esse é, precisamente, o modo como opera o imperialismo nessa região do mundo, apoiado, aqui, por EUA e Arábia Saudita. Em todos os tipos de noticiário que a Reuters distribui, o “culpado” de todos os crimes sempre é o governo Putin... 

Não os EUA ou os sauditas.

Rússia: Como a oposição financiada pelo Departamento de Estado dos EUA uniu-se aos terroristas armados pelos sauditas



Tudo começa na obcecada oposição que o ocidente faz à volta do presidente Putin ao poder na Rússia.
Sobre isso ver:
- 8/3/2012, redecastorphoto em: “Entra Vlad, para ENLOUQUECER Washington”, Pepe Escobar, Asia Times Online, em português;
 
- 9/5/2012, redecastorphoto “O poder do PUTINATOR”, idem, ibidem, em português
O ocidente não admite a ideia de que Putin encontre espaços para promover mudanças que levem a ampliar ou a gerar estabilidade, social, econômica e geopolítica na Rússia – e que não sejam mudanças absolutamente alinhadas e subordinadas ao que estabelece o “consenso” Wall Street-Londres. Então, o ocidente decidiu que, em vez de expor-se ao mundo na ação de oposição a um governo russo não completamente alinhado, inventaria e construiria (na mídia e no mundo real) uma militância mercenária armada...



As ações dessa militância armada, “noticiada” pela imprensa-empresa alinhada e subordinada ao eixo” Wall Street-Londres, implantariam na opinião pública a ideia de que Putin governa nação em crise, em surto grave de instabilidade social.

A ferramenta que volta a ser usada agora é a mesma que os EUA usaram nos anos 1980s no Afeganistão: terroristas pagos por EUA-sauditas, doutrinados no sectarismo mais extremista, armados até os dentes e “liberados” para espalhar atraso e destruição contra todos os que se oponham às políticas ocidentais para o Oriente Médio. (...)

De fato, os movimentos no Afeganistão nos anos 1980s e na Rússia em 2012, nada têm em comum... além dos apoiadores (EUA-Sauditas) e dos terroristas que aqueles apoiadores apoiam: a Al-Qaeda.

E, como também já foi feito no Afeganistão, o truque “propagandístico” é entregue ao trabalho de profissionais. Os representantes e agentes clandestinos abrigados na embaixada dos EUA aproximam-se e misturam-se com os militantes chechenos. E a imprensa-empresa – Reuters, CNN, BBC e outras – põe-se a “noticiar” que “jovens” opõem-se à corrupção, à opressão, apresentadas como se fossem criação exclusiva do governo de Putin e não houvessem jamais acontecido em outros pontos do mundo, sem que, por existirem, tivessem algum dia atraído qualquer simpatia do Departamento de Estado dos EUA ou dos sauditas ou da agências ocidentais de “notícias”.

Abrindo caminho para as hordas de terroristas: da Líbia às montanhas do Cáucaso
A criação de uma frente unida contra o Irã foi o objetivo imediato da Primavera Árabe. Agitou e desestabilizou o Mundo Árabe, depôs governos nacionalistas, substituindo-os por clientes obedientes do Ocidente. A Tunísia, a Líbia e o Egito são hoje governados por representantes procuradores diretos da política exterior dos EUA; enquanto Síria, Líbano e Irã são deixados sós para enfrentar terroristas estrangeiros alimentados por governos sectários extremistas que emergem em toda a região.

Al-Qaeda-no-Magheb (AQUIM) do norte do Mali; LIFG da Líbia; Fraternidade  Muçulmana do Egito; e com apoio de Arábia Saudita, Israel, Qatar, Turquia e outros – convergem todos contra a Síria e, depois, contra o Irã. Caso Síria ou Irã caia, no confronto contra brigadas terroristas financiadas

pelo ocidente, e se o ocidente conseguir usar os curdos na Turquia e norte do Iraque para criar uma ‘linha de condução’, estará aberto caminho
diretamente até as Montanhas do Cáucaso russo e, de fato, estará aberto caminho para atacar diretamente Moscou. Nações que apareçam no
caminho dessa horda, inclusive a Turquia e a Georgia, arriscam-se a acabar empurradas para um conflito difícil e caríssimo para elas. Outras nações que, hoje, estão expostas ao grave risco de serem atacadas pelo terrorismo apoiado pelo ocidente são Argélia, Paquistão e China.



A Líbia já está convertida em paraíso seguro para a Al-Qaeda, hoje um campo de treinamento gigante para grupos terroristas, abastecido incansavelmente pelas armas da OTAN, além de dinheiro e combatentes treinados, que se vão concentrando nas fronteiras dos estados inimigos do Ocidente. A Síria já enfrenta o que já é, na essência, invasão militar comandada por terroristas líbios, facilitada pela OTAN, especificamente pela Turquia e por países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), especificamente Arábia Saudita e Qatar.

No caso de a Síria, o Irã ou ambos caírem, e de o ocidente conseguir implantar uma região controlada por militantes armados e servidores do ocidente, militantes de todo o Mundo Árabe poderão ser treinados do Mali à Líbia, Síria e Curdistão, com armas e suprimentos que lhes chegarão de todos os pontos aí compreendidos e canalizados todos para a mesma direção, através das Montanhas do Cáucaso e contra a Rússia.



A Turquia, é claro, será a principal perdedora, escolhida, como parte do Curdistão, para integrar a linha de transmissão do “projeto” – um gambito que o atual primeiro-ministro da Turquia Recep Tayyip Erdoğan [foto ao lado] ao mesmo tempo conhece e ao qual se mostra ardilosamente indiferente – na direção que mais interessa à elite de Wall Street-Londres, e em detrimento da Turquia e de seu futuro de curto prazo.

Embora esse gambito pareça difícil de conceber e mais ainda de executar, não se pode esquecer que a Primavera Árabe e a subsequente violenta subversão da Síria estavam já planejadas desde 2007-2008, para, como consequência indireta, minar o Irã – sempre o Irã, o eterno inimigo. Não é difícil compreender que esse gambito é parte de uma estratégia maior que está sendo maquinada desde 1991, orquestrada por estrategistas norte-americanos que comparam a geopolítica e o mapa do mundo a um “Grande Tabuleiro de Xadrez”.



Não há melhor modo para controlar os vastos recursos, a geografia e as populações da Eurásia e além, do que entregar tudo – norte da África, Oriente Médio e Eurásia a governos medievais, comandados por conspiradores que agirão como um só corpo com os financistas ocidentais, ao mesmo tempo em que manterão as populações paralisadas pelo medo e pela ignorância.

Perpetuar a Al Qaeda em todo o mundo em desenvolvimento habilita o ocidente a impor medidas cada vez mais repressivas draconianas também em casa, minando assim qualquer tentativa também das populações ocidentais para construir autonomia e independência econômica.


O resultado é hegemonia global não contestada e controle autoritário nos respectivos países, com as populações submetidas às maquinações e planos de ditadura científica, que tem raízes no eugenismo hitlerista e na ideologia malthusiana – e que é pautada para a sociedade, incansavelmente, pela imprensa-empresa.

Notas de rodapé
[1] 23/8/2012, Foreign Policy, Gary Gambill em: “Two Cheers for Syrian Islamists

[2] 22/8/2012, Land Destroyer Report, Eric Dreitser em: “BOMBSHELL: US Neo-Cons, State Department Behind Terror Wave in Russia

[3] 6/5/2012, Land Destroyer Report, Tony Cartalucci em: “West Undermines Putin's Return to Power in Russia”.

[4] 4/12/2011, Land Destroyer Report, Tony Cartalucci em: “BOMBSHELL: US Caught Meddling in Russian Elections!”.

[5] 6/5/2012, Land Destroyer Report, Tony Cartalucci em:  “Unbelievable: Russian Opposition's Confab At US Embassy”.

[6] 5/8/2012, Land Destroyer Report, Tony Cartalucci em: “Who or What is Russia's ‘Pussy Riot’?

[7] Idem Nota [2]

[8] 31/8/2012, Reuters, Alissa de Carbonnel em: “Insight: Brutality, anger fuel jihad in Russia's Caucasus

[9] 13/8/2012, Land Destroyer Report, Tony Cartalucci em:  “West Celebrates as Dark Age Descends over Egypt”.

Fonte:
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/10/blitzkrieg-da-al-qaeda-terrorismo.html