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sexta-feira, 1 de março de 2013

Uma filosofia para transformar o mundo

25/02/2013 - Jean Salem (*), uma filosofia para transformar o mundo
- Milton Pinheiro (**), de Paris (França) para a revista Brasil de Fato
- Tradução: Ernesto Pichler

Jean Salem é um daqueles intelectuais humanistas, cada vez mais raros, que são homens de cultura integrada”.

O elogio desferido por Miguel Urbano Rodrigues aconteceu em outubro de 2012, ao comentar o lançamento da edição portuguesa do livro "A Felicidade ou a Arte de Ser Feliz Quando os Tempos São Difíceis", do escritor francês.

Lutar pela felicidade, de acordo com Salem, também autor de "Lênin e a Revolução", é um dever em meio à escalada da barbárie capitalista.

Filho do revolucionário e escritor Henri Alleg, o filósofo escreve artigos para diversos jornais franceses e estrangeiros.

Quanto às lutas concretas em que se envolve, elas visam essencialmente, segundo ele, à reconstrução de um movimento autenticamente revolucionário na França e no mundo.

Ao Brasil de Fato, Salem lança luz sobre o que foi a França de Nicolas Sarkozy e o que é a de François Hollande (ao lado com Dilma).

Tece considerações acerca das lutas sociais na Europa que pecam por falta de coordenação política.

Fala da imagem midiática do Brasil na Europa, mas enfatiza a visão segundo a qual ele, de fato, nos compreende.

Brasil de Fato – Você é um filósofo que estuda os materialistas na filosofia grega e romana; marxista ligado às lutas dos trabalhadores em seu país e no mundo, a exemplo de seu apoio ao MST no Brasil, foi sempre vinculado às ideias comunistas. Quem é o intelectual orgânico Jean Salem, sua história e suas lutas?

Jean Salem – Tenho, de fato, dedicado uma dúzia de anos e mais de uma dúzia de livros a estudar de maneira intensa o materialismo antigo: aquele de Demócrito, de Epicuro e de Lucrécio.

No meio dos anos de 1980, enquanto tudo parecia colapsar ao lado dos Partidos Comunistas da Europa, e do “socialismo real”, eu decidi enfrentar os trabalhos acadêmicos sobre esse assunto.

Mais que compor uma milésima tese sobre Marx, eu tentei (como o próprio Marx em sua tese de doutorado) conhecer mais de perto esses autores que ousaram enfrentar os preconceitos religiosos e que já estavam decididos a levantar um canto do véu, ou seja, a propor uma visão racional de tudo o que nos cerca. Uma visão que permanece compatível com a ciência moderna.

Tenho também dedicado leituras a Maupassant, à Renascença italiana, à felicidade e tenho organizado diversos livros de filosofia e de lógica matemática.

Agora, você me pergunta sobre minhas lutas. Elas são muitas: eu me encontro na Coréia, em Portugal, na América Latina,  em congressos ou reuniões animadas pelos progressistas. Tomando o cuidado, sempre, de não cair no que eu chamaria de “jet-altermundismo”: muitos se perdem nele, outros aí se corrompem.

O projeto de Sarkozy, completamente enquadrado na ação imperialista pelo mundo, em especial no norte da África, foi derrotado eleitoralmente. Mas como fica a França com François Hollande?

É evidente que Sarkozy (ao lado com Angela Merkel) encarnou um estilo de chefe de Estado de cultura medíocre, vulgar até, rompendo com a tradição de uma França onde, durante longo tempo, se quis crer que os notáveis deveriam aparecer como mais que simples representantes do meio de negócios.

Sarkozy, que se vangloria de o denominarem “Sarkozy, o americano” [entenda-se, dos EUA], tudo fez para alinhar a política francesa com a da Casa Branca.

Antes mesmo de assumir a presidência da república, em maio de 2007, [ainda que já ocupasse o cargo de Ministro do Interior] frequentava assiduamente a embaixada americana em Paris.

E ele não hesitava em criticar a posição oficial da França – da França que em fevereiro de 2002 vetou, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a tentativa dos EUA aprovar a invasão do Iraque. Teve papel auxiliar nas guerras empreendidas pelo império no norte da África.

Quanto à política interna, Sarkozy tentou limitar o direito de greve, “reformou” as aposentadorias, inflou os sentimentos xenófobos e exacerbou a psicose da delinquência, assim como os temores mais primitivos. Promoveu uma redução das despesas públicas que desmantelou a saúde pública, desorganizou a Universidade, oprimindo-a cada dia mais.

O governo François Hollande, o que mudou? Muito pouco.

Mas a única medida, a única, que parecia fazer pender um pouco à esquerda o seu governo foi a tentativa de taxar em 75% os ganhos suplementares de uma pessoa rica, o que geraria pelo menos 100 milhões de euros de receita.

Mas essa medida foi declarada inconstitucional por um dos bastiões do conservadorismo: o Conselho Constitucional.

Quanto à atitude francesa face à situação na Síria, ela foi mais extrema e unilateral do que Obama!

Eis que a pequena guerra levada pelo senhor Hollande ao Mali vem completar o quadro de comportamento dessa esquerda de direita, essa “esquerda” que parece cada vez mais à direita.

Quais são as lutas que têm pautado os trabalhadores franceses e europeus?

As lutas existem, é claro. Ainda que elas se “beneficiem” de um impressionante silêncio midiático. Elas se dão “com as costas na parede”, como dizemos em francês.

Os trabalhadores da PSA Peugeot Citroën, em Aulnay, na periferia de Paris, fizeram greve para protestar contra o plano de licenciamento que os ameaça. E a direção da fábrica recorreu ao lock out, ou seja, ela fechou provisoriamente as portas!

Mas as lutas seguem, bem e belas, eu repito!

Em maio de 2012 os portugueses pararam massivamente; a Itália conheceu uma greve geral acompanhada de manifestações impressionantes;

os gregos foram às ruas contra os planos da União Europeia e do FMI;

os jovens na Espanha e os “indignados” em geral conseguiram que falassem deles, tanto pela ação surpresa, quanto por surpreender os sindicatos, que estavam muito ocupados em negociar uma redução da idade de aposentadoria a fim de assegurar a “paz social” visando tranquilizar “os mercados”.

A questão não é tanto de ausência e lutas, mas de falta de coordenação, de perspectiva: nós estamos morrendo, literalmente, por falta de organização, por ausência de um partido digno de seu nome!

Como professor da Sorbonne, você tem sido responsável por um ciclo de cursos sobre o marxismo. Quais são as presenças mais importantes de teóricos desse campo de pensamento?

Nós lançamos em 2005 um seminário intitulado “Marx no século XXI”, na Sorbonne. Para afirmar ali a presença do marxismo, que diziam morto há tempos.

A ideia que preside a apresentação desse seminário era um pouco análoga àquela que conduziu Lênin a fundar seu jornal Iskra, um jornal destinado a reunir, a agrupar mil energias até então dispersas na Rússia dos czares.

Para nós, se trata de convidar todos aqueles que trabalharam, ou pensavam trabalhar, “no seu canto”, isoladamente, nas condições atuais de pesquisa na França e no exterior: pois, aqui, particularmente, as pesquisas marxistas foram durante longo tempo marginalizadas, senão censuradas.

Claro que a vinda de Domenico Losurdo, Enrique Dussel, David Harvey, ou a de Georges Labica, André Tosel, Daniel Bensaid, Michel Löwy, Slavoj Zizek, etc., constituíram grandes momentos do seminário!

Você é um intelectual acadêmico vinculado ao pensamento marxista e comunista com uma importante história de vida: é filho do legendário comunista Henri Alleg (foto). O que você nos diz sobre a vida deste revolucionário internacionalista?

Meu pai nos deu a imagem de um homem que triunfou sobre seus torturadores, redigindo um livro, A Questão.

Ele os denunciou e fez saber, a todo mundo, qual era o método ao qual se costumava recorrer na Argélia durante a guerra colonial; e que a história e as lutas dos povos demonstraram que o sistema colonialista, inelutavelmente, deveria colapsar.

Henri Alleg é filho de uma inglesa e de um polonês, judeus, que se encontraram em Londres e vieram para Paris. Mas ele se apaixona pela Argélia, onde se fixa.

Depois de ser militante e membro do Partido Comunista argelino, ele se torna, em 1950, diretor do jornal Argélia Republicana, onde militou em favor da independência.

E é como jornalista comunista que sofreu as perseguições e as torturas durante anos de prisão, e depois [após sua fuga] enfrentou o exílio nos países socialistas.

Meu pai seguiu seu combate internacionalista trabalhando como redator, e depois como secretário geral do jornal L’Humanité. De suas grandes reportagens na China, nos EUA, na União Soviética, em Cuba, ele extraiu numerosos livros. O último é seu livro de memórias, "Memória argelina", publicado em 2005, pela editora Stock.

Como intelectual e militante comunista você deve viajar por várias partes do mundo. O que nos diz sobre as lutas dos trabalhadores? Há algo de novo no front?

Sim, tenho tido a felicidade de ser convidado por universidades em todo o mundo. E tenho participado de muitas reuniões, algumas vezes acadêmicas, porém mais frequentemente políticas. Isso abre horizontes à reflexão.

Na China pude constatar que o problema da poluição nas cidades não se reduz, nem um pouco, a um tema de propaganda inventada pelas redações ocidentais.

Vi também o extraordinário progresso desse país, que o Império cerca de maneira já ameaçadora.

Na Rússia se pode ver os efeitos do capitalismo selvagem imposto a partir do golpe de 1991: lojas abertas 24 horas por dia, sete dias por semana; reino do business e da corrupção generalizada; desigualdades ainda mais gritantes que na França, etc.

Mas eu fiquei impressionado, recentemente, pela seriedade e organização dos camaradas coreanos, que organizaram em setembro último, em Seul, um importante fórum internacional.

Eles estão lidando com um modelo quase acabado de “democracia” completamente formal: uma lei dita de “segurança nacional” (que durante muito tempo era chamada simplesmente de “lei anticomunista”) permite, de fato, que o governo jogue na cadeia qualquer um que diga uma palavra que seja a favor da reunificação com o norte, qualquer um que denuncie o sistema de forma um pouco mais radical.

Pude ver, nesse país longínquo (que a China e o Japão nos fazem quase esquecer), homens e mulheres dos quais a determinação, a coragem e a qualidade humana me lembraram as belas figuras de comunistas que, na minha juventude, eu admirava.

Como analista de profunda convicção internacionalista, qual a sua análise sobre o Brasil e qual a mensagem que você deixaria para aqueles que lutam pela emancipação humana, em nosso País?

Dei aulas, durante algumas semanas, na USP, e dei algumas conferências na Universidade São Judas Tadeu. Foi em 2007. Devorei sua literatura (Machado de Assis me agrada tanto quanto Sterne e certos romancistas franceses que, como Crébillon, por exemplo, eu aprecio particularmente).

Sem querer dar lições e menos ainda ser um intelectual que emite julgamentos sem conhecer grande coisa sobre o que fala, o que eu posso dizer é que a imagem “midiática” do Brasil mudou radicalmente nos últimos 20 anos.

Do Brasil dos trabalhadores superexplorados, que durante muito tempo nosso imaginário ocidental prontamente reduzia ao Nordeste, e a sua miséria apavorante, do Brasil que era descrito, por exemplo, em Cacau, de Jorge Amado, passamos a um Brasil que nossas mídias apresentam como um país em pleno progresso, como um gigante em formação, como um “concorrente” muito sério para as economias cambaleantes da velha Europa, e etc.

Essa evolução foi acompanhada por uma unanimidade alardeando sem qualquer nuance a política do governo Lula.

Quando o Tesouro estadunidense, os grandes bancos de negócios e as agências de classificação dirigem louvações a vocês, é normal que a mídia do sistema trate o Brasil com uma deferência entusiasta.

Já a questão da corrupção foi enfocada de passagem por nossa mídia oficial.

Em compensação, se fala muito pouco, na Europa, das desigualdades abissais que subsistem no Brasil.

(*) Jean Salem é filósofo, militante das lutas anticapitalistas e comunistas, estudioso da filosofia materialista greco-romana, professor da Universidade de Paris I (Sorbonne), onde coordena o seminário “Marx no Século XXI” e é diretor do Centro Para a História do Pensamento Moderno.

(**) Milton Pinheiro é Professor de Ciência Política da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e editor da revista Novos Temas.

Fonte:
http://www.brasildefato.com.br/node/12085

PS Educom:
"Isso abre horizontes à reflexão", garante o autor. Lido o artigo, que tal darmos uma espiada para o universo desses brasis afora? "A questão", prossegue ele, "não é tanto de ausência e lutas, mas de falta de coordenação, de perspectiva: nós estamos morrendo, literalmente, por falta de organização, por ausência de um partido digno de seu nome!"

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Nota:
A inserção de algumas imagens adicionais, capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, elas inexistem no texto original.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Datas memoráveis

22/02/2013 - Síndromes, papas e datas memoráveis
- Izaías Almada (*) - Carta Maior

21 de fevereiro de 1848. Nessa data se publicou o Manifesto do Partido Comunista. Há 165 anos.

Nele, Marx e Engels (acima) dão o diagnóstico fúnebre da monarquia e da religião, estas suplantadas por uma nova ordem econômica, o capitalismo, e identificando a burguesia como a nova classe social opressora.

Curioso o movimento pendular da História.

Um século e meio depois o mundo vive, ao que parece, em nova crise de identidade, de transformação econômica onde, com esforço, impaciência e alguma incredulidade e ignorância por parte de uns e o esforço analítico e sério por parte de outros tantos, o mundo continua a dar cabeçadas em nome de alguma coisa que minimamente possa representar a solidariedade, a melhor distribuição da riqueza acumulada, a paz entre os povos.

Nesse contexto reina a confusão entre homens e nações.

Aqui no Brasil, por exemplo, ao declarar a uma emissora de rádio gaúcha, semanas atrás, que o deputado José Genoíno deveria renunciar ao seu mandato, o ex-governador do Rio Grande Sul, Olívio Dutra (foto), do mesmo PT de Genoíno, ofereceu de bandeja à oposição, em especial aos seus pitibuls na mídia, o pretexto para ampliar a execração da esquerda brasileira.

Outra coisa não fizeram alguns desqualificados jornalistas e comentaristas políticos que, além de ironizarem o fato, ainda relembraram um caso antigo que envolveu o próprio governo Dutra no sul, citando o encontro de um seu funcionário com bicheiros naquele estado que, supostamente, ajudavam a financiar campanhas eleitorais.

Em outras palavras: Olívio Dutra, além de demonstrar inabilidade na análise da conjuntura atual da política brasileira deu munição àqueles que já não sabem muito bem o que fazer com os dez anos de governo do Partido dos Trabalhadores.

Ou não sabem como conviver com o julgamento da AP 470, o maior e mais ridículo julgamento político feito por um tribunal brasileiro em tempos de democracia.

O tempo vai passando e, sobre isso, o jornalismo investigativo, o sério, vai aos poucos desmontando a farsa do “mensalão”, deixando a oposição de direita, de meia-direita, de centro ou mesmo de esquerda de calças na mão.

Além do livro “A Privataria Tucana”, que mostra com provas irrefutáveis o verdadeiro ninho da corrupção no Brasil contemporâneo, temos o trabalho do jornalista Raimundo Pereira na revista Retrato do Brasil e agora o livro do jornalista Paulo Moreira Leite, “A Outra História do Mensalão” (também da Geração Editorial), matérias da revista Carta Capital e do jornal Brasil de Fato, além de inúmeros blogues, vão dando contornos à farsa político/jurídico/midiática organizada pelos setores mais comprometidos com o atraso em nosso país.

Do julgamento à renúncia do papa. O que deixa Deus sem seu representante na terra por algumas semanas.

Fui surpreendido, como milhões e milhões de cidadãos com a notícia da renúncia do papa Bento XVI (foto abaixo) e dei-me conta (não é a primeira vez, claro) de que é tudo muito efêmero à nossa volta.

Nada é muito novo nas relações humanas.

O mundo caminha a passos largos para tornar tudo relativo e de pouca importância. Ou melhor, essa caminhada – ao que tudo indica - tem a ver diretamente com o sistema econômico de cada época em que se vive e, portanto, a que estamos submetidos.

O laicismo, desde sua definição e adoção em França, não tem passado de um conceito apenas teórico, cuja prática deixou e deixa de existir com as diversas interferências da religião na vida dos cidadãos e do estado.

A fé continua a ser um “produto” vendido nos grandes mercados mundiais da ingenuidade humana. O que, apesar de não ser nenhuma novidade, contribui para confirmar uma zona nebulosa da humanidade.

Por outro lado, o moderno sistema de comunicação social, tendo a seu serviço emissoras de televisão privadas e estatais, jornais e revistas para os mais variados gostos e ideologias, emissoras de rádio, internets, tuíteres, feicibuquis, celulares, tabletes e mais algumas bugigangas da posmodernidade, afunda o ser humano numa cisterna de informações contraditórias, espalhando no mais das vezes a confusão para dividir e reinar, para alongar a vida de um capitalismo que já dá inúmeras mostras de esgotamento de seus principais postulados.

Nesse vendaval de informações e teorias, as várias religiões espalhadas pelo mundo ainda tentam “vender” uma fé que já não consegue se explicar. E, no meu modesto ponto de vista, que nunca se explicou.

A história das religiões é, antes de qualquer coisa, a história do próprio homem, de suas virtudes e de seus defeitos. O homem é quem cria os deuses à sua imagem e semelhança.

Termino por dizer que 21 de fevereiro de 1912 é também uma data importante, pelo menos no meu calendário. Nesse dia, mês e ano nasceu Martha, minha saudosa mãe, que morreu ainda jovem e não conheceu o computador, o celular, o Genoíno (foto), o Partido dos Trabalhadores, o papa Bento XVI e, com toda certeza, nunca ouviu falar em Marx e Engels. E muito menos em Julien Assange e seu Wikileaks.


 Aproveito, então, a data para sugerir à nossa ilustre visitante Yoani Sánchez (foto E), brava defensora do direito de expressão dos grandes monopólios mediáticos, que interceda junto ao governo norte-americano pela vida e pelo direito de expressão do soldado Bradley Manning (foto D).

(*) Isaias Almada é escritor e dramaturgo. Autor da peça “Uma Questão de Imagem” (Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos) e do livro “Teatro de Arena: Uma Estética de Resistência”, Editora Boitempo.

Fonte:
http://www.cartamaior.com.br/templates/analiseMostrar.cfm?coluna_id=5982

Nota:
A inserção das imagens, quase todas capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade e, excetuando uma ou outra, inexistem no texto original.