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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Yoani e a diplomacia da desintegração

23/02/2013 - Por Beto Almeida - extraído do Blog do Miro

A gira da blogueira cubana Yoani Sánchez pelo Brasil tem se revelado, até o momento, uma exitosa campanha de ‘over’ exposição midiática dela, numa tentativa de distorcer a gigantesca função histórica libertadora da revolução cubana e, também, numa fracassada operação da diplomacia da desintegração.

Trata-se de uma ação geopolítica da direita para tentar impedir a crescente presença política de Cuba na América Latina e Caribe por meio de vários projetos de cooperação, mas, sobretudo, pela criação da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), da qual Cuba é hoje presidente e onde foram derrotados pelos povos da região todos os esforços da agressiva política dos EUA para isolar a ilha caribenha.

Começo por reivindicar 1% do espaço midiático dado a ela, para discutir este outro ponto de vista.

Era previsível que a blogueira tivesse ampla cobertura da mídia. Esta cobertura é marcada pela repetição de uma única tese e, na proporção inversa, pela negativa em informar sobre o que é exatamente a realidade Cuba, a começar pela informação de que Cuba exerce a presidência da Celac, o que, para um país que foi bloqueado, expulso da OEA, atacado militarmente pelos EUA, impedido de ter acesso pleno ao sistema financeiro internacional, representa exatamente uma vitória de Cuba e da causa da integração latino-americana e caribenha.

Obviamente, representa um fracasso de todos os países imperiais, de seus meios de comunicação e de personagens como Yoani Sánchez, que, observa que seu discurso é de absoluta sintonia com os polos mais conservadores da sociedade brasileira, discurso que tem sido derrotado. O discurso dela e da mídia brasileira que o exalta, é o discurso que quer o fracasso da política externa brasileira de prioridade à integração com a América Latina.

Biotecnologia: avanço técnico-científico
Seria muito informativo e educativo para o povo brasileiro se, na mesma proporção do oferecido à blogueira, também fosse dado espaço midiático aos cientistas cubanos para falar como um país pobre, em pouco mais de 50 anos, e sob bloqueio, conseguiu desenvolver uma indústria de biotecnologia das mais avançadas do mundo, com medicamentos de eficácia comprovada e sucesso internacional como o Óleo de Schostakovsky (para a gastrite), o complexo para combater diabetes, a vacina contra o câncer de intestino (um laboratório dos EUA tentou comprar, mas foi proibido pelo governo Bush), as vacinas contra a meningite, etc.

Antes da Revolução, Cuba sequer possuía indústria farmacêutica, hoje exporta medicamentos, ciência, e médicos.

Países imperiais exportam soldados, armas, intervenções militares. Esta mesma mídia brasileira que é sócia da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa, apoiadora de todas as ditaduras da região), também fez um grande estardalhaço para tentar impedir que o Brasil reatasse relações com Cuba em 1986, sob o Governo Sarney.

Na época, o Brasil teve um surto de meningite e esta mesma mídia, que fez uma acirrada campanha para que o Brasil não comprasse as vacinas cubanas contra a meningite. Uma operação econômica e ideológica.

No primeiro caso, o Brasil tinha e ainda tem o seu setor de medicamentos quase totalmente controlado e ocupado por umas poucas multinacionais farmacêuticas, grandes anunciantes desta mídia, ambos lutando para não perder o controle do mercado para as vacinas cubanas, que o governo Sarney acabou importando em grande quantidade, apesar da pressão dos oligopólios.

E era também uma operação ideológica, com a intenção de dizer que era impossível que uma ilha pequenina, cercada de hostilidades imperiais por todos os lados, pudesse, com poucos anos de socialização de sua economia, ter alcançado tal êxito técnico-científico, a ponto de transformar-se em exportadora de sofisticados medicamentos, enquanto o Brasil, uma economia muitas vezes superior, era ainda dependente de sua importação.

Sarney e as vacinas cubanas
A ruidosa campanha contra as vacinas cubanas na época – questionando até sua eficácia apesar dos reconhecimentos da Organização Mundial da Saúde - era uma desumana tentativa de intimidar o governo Sarney que, não apenas reatou com Cuba, mas começou a realizar um processo de intercâmbio comercial, científico e cultural com a Ilha. Vale lembrar, o ministro da Cultura de Sarney era o inesquecível Celso Furtado...

O discurso da mídia então, submisso aos ditames imperiais, queria também impedir a criação do Mercosul, cujo fortalecimento posterior e sua consolidação hoje, é algo que desagrada enormemente aos inimigos da integração, pois é evidente que um Mercosul cada vez mais forte e amplo, com a entrada da Venezuela e, proximamente, da Bolívia e do Equador, representa uma alternativa histórica real aos “Cem Anos de Solidão” de uma América Latina antes submissa e desunida e, agora, em processo de transformação , com governos populares e com uma cooperação cada vez maior com Cuba.

Estamos abrindo as páginas dos Cem Anos de Cooperação...

Desintegração e fracasso histórico
A este processo de integração crescente se dirige a passagem da blogueira por aqui e deste ponto de vista, revela-se um enorme fracasso. Ela se auto classificou como diplomata popular, mas é fácil perceber tratar-se de uma diplomata da desintegração.

O pano de fundo, o que ela e seus patrocinadores visam, é obstaculizar a causa maior de nossas mais importantes lideranças históricas, a começar por Simon Bolívar, José Marti, Tiradentes, Abreu e Lima, Perón, Getúlio Vargas, Che Guevara, hoje continuados, concretamente, pelas políticas de integração implementadas pelos governos de Lula-Dilma, Fidel-Raul, Hugo Chávez, Evo Morales, Pepe Mujica, Nestor e Cristina Kirchner, Daniel Ortega e o recém reeleito Rafael Correa.

Dalai Lama
Personagens como Yoani Sánchez são criados em determinados momentos, recebem as condições materiais e financeiras de circulação, publicidade e exaltação, mas produzem, concretamente, poucos resultados práticos.

Citemos outro personagem fabricado para uma operação similar contra a Revolução Chinesa: Dalai Lama. Sustentado por anos e anos pelo Departamento de Estado dos EUA, que além do salário, do apartamento onde vive perto do Central Park de Nova York, e de uma jorrante publicação de seus livros, Dalai Lama revela-se um retumbante fracasso.

Antes da Revolução Chinesa, o Tibet era um regime feudal e escravocrata. O Brasil não foi o último país a abolir a escravidão, foi o Tibet, e por meio de uma revolução dirigida por Mao-Tse Tung e o Partido Comunista. Antes da vitória socialista, em 1949, a China era conhecida pela espantosa fome que levava milhões à morte a cada ano.

Além disso, havia todo tipo de doenças evitáveis, o povo sequer conhecia médicos. E era possível, nas feiras, comprar animais e mulheres como servas, já que não existiam direitos trabalhistas. Hoje, apesar das inúmeras giras de Dalai Lama pelo mundo, a China é conhecida por lançar uma nave tripulada ao espaço sideral, por ser a economia que mais cresce no mundo, que mais fabrica computadores e turbinas de energia solar, que lança satélites em parcerias com a Venezuela e o Brasil, que legalizou e socializou a acupuntura (antes de Mao era proibida) e que, em parceria com a Rússia e o Iran, está travando os planos da Otan de invadir e esquartejar a Síria. O que se houve falar de Dalai? A notícia mais recente é que ele estaria disposto a dialogar com as autoridades chinesas, contrariando seus patrocinadores. Vai ter que mudar-se do Central Park...

Cuba inclusiva?
A blogueira falou em Brasília que quer uma Cuba mais inclusiva e plural. Se examinarmos a realidade cubana, especialmente as estatísticas elaboradas ou reconhecidas por instituições internacionais como a Organização Mundial da Saúde, a Unesco, a Unicef, a Organização Panamericana de Saúde e se a mídia comercial, que tanta exalta a Yoani, desse ao povo brasileiro o direito de conhecê-las, ficaria claro que é difícil apontar uma sociedade tão inclusiva como a cubana.

Há começar porque não existem crianças vagando pelas ruas, crianças fora da escola, crianças pedindo esmolas, nem crianças trabalhando.

A taxa de mortalidade infantil é INFERIOR àquela registrada nos EUA, onde, aliás, o trabalho infantil está em elevação, o que se agravou enormemente com o desemprego e a crise capitalista por lá, onde só os banqueiros e a indústria bélica foram salvos, como revela o Occupy Wall Street.

Não há um único hospital privado em Cuba, todo o atendimento é gratuito. Isto não é inclusão? Inclusive para os bombeiros e sobreviventes dos EUA que trabalharam nas operações de resgate de corpos dos escombros das Torres Gêmeas, demolidas providencialmente pelos autoatentados de 11 de setembro de 2001.

Estes bombeiros e sobreviventes, cidadãos norte-americanos, foram levados a Cuba pelo cineasta Michel Moore, pois não tinham planos de saúde nem tratamento médico nos EUA, onde haviam sido condecorados como heróis. Em Cuba, foram atendidos gratuitamente nos hospitais mais avançados, os mesmos que já trataram, depois da eleição de Chávez, 43 mil cidadãos venezuelanos. Se a blogueira tivesse visitado hospitais no entorno de Brasília, teria uma ideia concreta do que é realmente a falta de inclusão.

Aliás, se o povo brasileiro pudesse ser informado, massivamente - digamos que 10 % do que a TV Globo mostra de baixarias do Big Brother, onde há até edificantes concursos de "pum" - sobre um único relatório da UNICEF em que se afirma que “Existem 200 milhões de crianças desnutridas no mundo hoje. Nenhuma delas é cubana!”, entenderia mais claramente os absurdos ditos por esta personagem.

Bloqueio
Houve um tempo em que os opositores de Cuba, inclusive a blogueira, diziam que o bloqueio dos EUA era apenas uma desculpa de Fidel para desviar a atenção dos problemas internos.

Agora, quando o bloqueio recebe múltiplas condenações na ONU, sendo defendido apenas pelos EUA, e por razões óbvias de subordinação pelo Canadá, Israel e um ilha desconhecida do Pacífico, sendo criticado até mesmo pelo New York Times e pela Revista Forbes, a blogueira foi orientada a mudar o discurso e admite ser contrária a esta escandalosa violação dos direitos humanos do povo Cuba por parte da Casa Branca, proibindo à ilha uma simples operação comercial para a compra de aspirinas no mercado norte-americano.

Aliás, ela disse também ser a favor da libertação dos 5 heróis cubanos prisioneiros políticos nos EUA, por trabalharem na prevenção dos atentados terroristas organizados em território da pátria de Jack London. Alertado por Fidel Castro, em carta entregue pelo genial Gabriel Garcia Marquez, o presidente Bill Clinton, ao invés de fazer uso das informações para evitar atentados terroristas que estavam em organização, como os de Oklahoma e os de 11 de setembro de 2001, preferiu prender os cinco cidadãos cubanos.

Aliás, agora que até a blogueira já fala no fim do bloqueio, dando razão ao governo de Cuba, e também a Lula e Dilma que sempre se pronunciam em defesa da posição do governo cubano, vale comparar a situação vivida por Yoani Sánchez - que não está presa, comunica-se com o mundo inteiro a partir de Cuba ou fora dela, viajando por mais de 12 países para criticar a Revolução Cubana - com a situação do soldado norte-americano Bradley Manning, preso e torturado em prisão militar dos EUA, por ter revelado ao mundo, corajosa e generosamente, com a ajuda do Wikileaks, os documentos sigilosos contendo os planos mais sinistros do imperialismo para atacar e desestabilizar vários países e governos ao redor do mundo.

Ou comparar com a situação de Mumia Abu Jamal, jornalista e militante negro, preso no Corredor da Morte, condenado injustamente por um juiz racista que coleciona sentenças de pena de morte especialmente para negros, asiáticos, hispânicos e pobres que vivem por lá.

O “delito” de Abu Jamal é escrever com coragem e talento sobre o regime discricionário vigente nos EUA, onde, há pouco, foi proibida a sintonia por satélite de canais de TV do Irã, desmascarando-se, assim, o falso discurso da liberdade de expressão reivindicado pela Casa Branca. Bom, eles já haviam proibido o ingresso de Charles Chaplin por lá...

Medicina e humanismo
Tive a oportunidade de visitar a Escola Latino Americana de Medicina (ELAM), instalada numa antiga base naval desativada próximo a Havana e lá conversei com representantes dos mais de 500 estudantes negros estadunidenses, oriundos dos bairros pobres do Harlem ou do Brooklin.

Eles me contaram que jamais teriam a oportunidade de se formarem em medicina nos EUA, sendo muito mais provável, pelas condições precárias de vida que tinham lá, que fossem recrutados pelo narcotráfico e terminassem presos. Aliás, os EUA possuem a maior população carcerária do mundo... Em Cuba, estes jovens estão estudando, gratuitamente, para serem médicos.

Compartilhar o que tem, não o que sobra
Ante os agressivos ataques do Pentágono e da CIA contra a Revolução Cubana, esta se defende, legitimamente, mas também reage com humanismo, oferecendo aos filhos pobres da pátria de Lincoln a possibilidade de escapar da criminalidade e servirem socialmente ao povo norte-americano, a quem se respeita em Cuba, a ponto que jamais se queimou uma bandeira dos EUA em território cubano.

Enquanto a Casa Branca envia terroristas e guerra bacteriológica contra Cuba - como denunciou um ex-ministro da saúde dos EUA - Cuba envia médicos formados para o povo norte-americano! É a este país, que reparte seus modestos recursos orçamentários com outros povos, que a blogueira afirma não ser inclusivo?

Vale lembrar o desastre do furacão Katrina: enquanto a população negra e pobre estava abandonada em Nova Orleans pelo governo de Bush, Cuba ofereceu o envio imediato de 1200 médicos para salvar vidas ali. Eles ficaram toda uma manhã posicionados no aeroporto de Havana esperando autorização da Casa Branca para embarcarem para os EUA. A autorização nunca veio. E a blogueira, que reivindica uma Cuba inclusiva, não toca no tema.

Cuba plural?
Houve um ano, 1984, em que a Unesco reconheceu ter Cuba batido um recorde na publicação de livros, que lá são vendidos a preços de um picolé ou menos.

Foram 480 milhões de exemplares publicados naquele ano. Entre estas obras há Guimarães Rosa, com tiragem superior a 150 mil exemplares, quando no Brasil, com um indústria gráfica 50% ociosa, a tiragem padrão é de apenas 3 mil exemplares.

Em Cuba há mais pleno acesso à literatura universal, ao cinema internacional, o cinema é uma atividade popular, com ingressos baratos e salas cheias. Já foi produzida em Cuba uma rádio-novela sobre a Coluna Prestes, quando aqui ainda não há sequer projetos para uma grande produção cinematográfica sobre o tema.

Como seria educativo se a presidenta do Instituto do Livro Cubano, Zuleika Romay, uma mulher negra e jovem, pudesse ter 5% do espaço televisivo que foi dado à blogueira para desprestigiar Cuba, inclusive quando afirmou que concordaria com hospitais e escolas privadas na Ilha, o que revela seu pensamento nada inclusivo, já que serviços privados só são acessíveis a quem paga, e na Cuba atacada pela mídia conservadora, a educação e a saúde são públicas e gratuitas.

Milton Nascimento, numa turnê pela Ilha, sentiu-se mal e foi atendido por médicos em seu hotel. Ao final, quis pagar, recebendo como resposta que em Cuba saúde é um direito de todos e que isto não se vende.

Cuba, Brasil e Haiti
Quando a tragédia do terremoto assolou o Haiti - um geólogo cubano havia alertado anos antes que eram altíssimas as probabilidades de um terremoto com epicentro cerca de Porto Príncipe - os médicos cubanos já eram responsáveis há anos, praticamente, pelo o que havia restado de serviço de saúde ali ante tanta miséria construída pelos países imperiais que dão sustentação à blogueira.

O Brasil também estava lá, com o maior número de soldados, que também realizam obras de infraestrutura.

Mas, a partir do terremoto Brasil e Cuba passaram a colaborar mais centradamente na área da saúde, e, com um financiamento de 80 milhões de dólares do governo brasileiro, foram construídas instalações de saúde para o povo haitiano, no qual trabalham as centenas de cubanos que já estavam lá há anos, juntamente com médicos militares brasileiros.

Como parte desta cooperação, além da saúde, o Batalhão de Engenharia do Exército está construindo a única hidrelétrica por lá, além de rodovias e pontes.

Impublicável: cooperação sul-sul-sul
Em 2006, a Organização Mundial da Saúde, lançou um SOS Internacional: precisava de produção massiva, a preços baixos, de vacina contra meningite A e C para entregar a 23 países da África, onde vivem 430 milhões de seres humanos. Só uma empresa transnacional fabricava estas vacinas, mas devido à baixa lucratividade, reduziu sua fabricação colocando a África sob o risco de emergência sanitária.

Só dois laboratórios públicos atenderam ao chamado da OMS: Instituto Finlay de Cuba e o Instituto Bio-Manguinhos do Brasil. Os dois se associaram para a criação da vacina Vax-MEN-AC, específica para os tipos de meningite que afetam a África. A cooperação Brasil-Cuba permitiu um preço 20 vezes menor do praticado pela transnacional e já foram produzidas e entregues 19 milhões de doses.

Esta é uma notícia impublicável nos grandes meios que abrem todo espaço à blogueira e que hiper divulgam as ações financiadas pela Fundação do Multibilionário Bill Gates, de impacto mínimo, conduzidas por operações de marketing de empresas privadas, aquelas que não se interessaram em atender ao apelo da OMS.

Brasil e Cuba, com governos de orientação de esquerda, por meio de laboratórios públicos, fazem mais contra a meningite na África que as transnacionais e a fortuna de Bill Gates. A blogueira não fala nada disso no seu blog, nem nas suas entrevistas, mas pede uma Cuba mais inclusiva e plural.

Cuba, Brasil e Timor Leste
Em visita de trabalho ao Timor Leste, onde a TV Cidade Livre de Brasília e o Comitê de Brasiliense de Solidariedade ao Timor doaram os equipamentos de uma rádio comunitária às organizações educacionais locais, pude visitar, também, o alojamento de 400 médicos cubanos que lá trabalham em solidariedade ao povo maubere.

Comentei a visita com o Presidente da República, Ramos-Horta, Prêmio Nobel da Paz, que recebia o Presidente Lula. Ele me contou ter sido pressionado pelo Embaixador dos EUA lá a não receber os médicos de Cuba, oportunidade em que perguntou ao gringo: “Quantos médicos norte-americanos temos aqui?”.
- “Só um, o da embaixada!”, respondeu.
- “Pois então o povo do Timor é muito grato a Cuba e vai sim receber os médicos cubanos”, disse-lhe Horta.

O pensamento da blogueira é bastante sintonizado com o do embaixador gringo e certamente não considera inclusivo que na cooperação Brasil e Cuba, os 600 estudantes timorenses que serão formados em medicina na Ilha brevemente, antes de voltar ao Timor, façam estágio na Fundação Oswaldo Cruz, no Brasil, na área de medicina tropical.

Como se sabe, a cooperação não fica por aí. O Brasil está estudando a contratação de um numeroso contingente de médicos cubanos para, finalmente, levar serviços médicos a todos os municípios brasileiros, o que ainda não ocorre.

Isso sem falar dos cerca 800 brasileiros, em sua maioria pobre, inclusive, uma centena de jovens do MST, que lá estão estudando medicina. Gratuitamente, pois Cuba, desde o início de sua Revolução, compartilha não apenas o que lhe sobra, mas o que tem com outros povos.

Complexo de Mariel: integração para todos crescerem. Não é casual que a blogueira tenha iniciado sua gira pelo Brasil, país que tem participação decisiva no mais importante projeto de infraestrutura em construção em Cuba hoje, o Complexo de Mariel. Será o maior porto de todo o Caribe, dinamizando a economia de toda a região, além contar com uma ferrovia, uma rodovia e uma mineradora. Os empréstimos do BNDES são da ordem de 1,2 bilhão de dólares.

Desnecessário afirmar que, na prática significa, também, furar o bloqueio dos EUA contra Cuba, indicando apurada visão estratégica de Lula, e, além disso, uma ideia clara do que significa uma integração para que todos os países possam crescer juntos, reduzindo as assimetrias e comprovando a política de que só por meio da integração da América Latina e Caribe é possível constituir uma área alternativa de crescimento com distribuição de renda.

A blogueira está na contramão deste projeto e é por isso que foi tratada como um troféu pela mídia oposicionista - e por seus seguidores - que tem visto este projeto ser derrotado nas urnas repetidas vezes, como recentemente no Equador, na Venezuela e na Bolívia, que recém nacionalizou os serviços portuários ante a negativa de investimentos de transnacionais espanholas.

Mandela: devemos o fim do apartheid a Cuba
Foram ouvidos muitos disparates durante a gira da blogueira no Brasil. Algumas manifestações normais e democráticas de jovens e estudantes contra sua presença foram tratadas como se fossem violentas.

Nenhum país é mais criticado no fluxo informativo internacional do que Cuba. Mas, o problema não são as críticas, elas são permitidas até à própria blogueira. A questão é a violência com que foi tratada a Revolução Cubana desde o início, sendo obrigada a pagar um preço amargo, com muitas vidas ceifadas em atentados terroristas como o que derrubou o Avião da Cubana de Aviación, sendo seus autores confessos protegidos pelos governos dos EUA.

Mas, entre todos os disparates, o mais surpreendente foi o contorcionismo analítico de um editorialista do Estadão que chegou a fazer uma comparação, meio envergonhada é bem verdade, de Yoani Sánchez com Nelson Mandela.

Diante do nível desta tentativa absurda de analogia, uma resposta grande com uma página da História.

Cuba enviou cerca de 350 mil homens e mulheres para lutar em Angola em defesa da independência do país, invadido pelo exército racista da África do Sul, contando com o apoio dos EUA e com a oferta de Israel para que fosse atirada uma bomba nuclear sobre as tropas cubano-angolanas.

A solidariedade cubana escreveu uma página inapagável na história moderna: Cuba foi o único povo a pegar em armas para lutar contra o apartheid, o mais brutal e criminoso regime político-social dos tempos modernos!

Quando ocorre a vitória sobre as tropas racistas na Batalha de Cuito Cuanavale, Mandela, ao livrar-se dos 27 anos de prisão, cunhou uma frase que define com a energia de um raio, a função histórica de Cuba: “A Batalha de Cuito Cuanavale foi o começo do fim do Apartheid. Devemos isto a Cuba”.

Diante dos ataques da mídia contra Cuba, Dilma, em Havana, reagiu apontando os telhados de vidro dos que querem ser campeões em direitos humanos mas mantém um centro de torturas em Guantánamo e multiplica o assassinato de civis, inclusive crianças, por meio de seus drones macabros.

E o Brasil segue aprofundando sua cooperação com Cuba e consolidando a integração solidária e democrática por meio do Mercosul, da Unasul e da Celac, presidida por Cuba, com sua generosidade e humanismo, e sem a presença arrogante e imperial dos EUA.

A diplomata da desintegração, aqui no Brasil, está fadada ao fracasso.

Fonte:
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2013/02/yoani-e-diplomacia-da-desintegracao.html

Leia também:
- A ilha, seu povo, seu sonho - Mauro Santayana
- Cínica e inteligente - Antonio Fernando Araujo
- O bate-papo que desmascarou a blogueira Yoani Sánchez - Salim Lamrani
- A chegada de Yoani em Coité e o papel do Juiz de Direito - Gerivaldo Neiva

Nota:
A inserção de algumas imagens adicionais, capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, elas inexistem no texto original.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Datas memoráveis

22/02/2013 - Síndromes, papas e datas memoráveis
- Izaías Almada (*) - Carta Maior

21 de fevereiro de 1848. Nessa data se publicou o Manifesto do Partido Comunista. Há 165 anos.

Nele, Marx e Engels (acima) dão o diagnóstico fúnebre da monarquia e da religião, estas suplantadas por uma nova ordem econômica, o capitalismo, e identificando a burguesia como a nova classe social opressora.

Curioso o movimento pendular da História.

Um século e meio depois o mundo vive, ao que parece, em nova crise de identidade, de transformação econômica onde, com esforço, impaciência e alguma incredulidade e ignorância por parte de uns e o esforço analítico e sério por parte de outros tantos, o mundo continua a dar cabeçadas em nome de alguma coisa que minimamente possa representar a solidariedade, a melhor distribuição da riqueza acumulada, a paz entre os povos.

Nesse contexto reina a confusão entre homens e nações.

Aqui no Brasil, por exemplo, ao declarar a uma emissora de rádio gaúcha, semanas atrás, que o deputado José Genoíno deveria renunciar ao seu mandato, o ex-governador do Rio Grande Sul, Olívio Dutra (foto), do mesmo PT de Genoíno, ofereceu de bandeja à oposição, em especial aos seus pitibuls na mídia, o pretexto para ampliar a execração da esquerda brasileira.

Outra coisa não fizeram alguns desqualificados jornalistas e comentaristas políticos que, além de ironizarem o fato, ainda relembraram um caso antigo que envolveu o próprio governo Dutra no sul, citando o encontro de um seu funcionário com bicheiros naquele estado que, supostamente, ajudavam a financiar campanhas eleitorais.

Em outras palavras: Olívio Dutra, além de demonstrar inabilidade na análise da conjuntura atual da política brasileira deu munição àqueles que já não sabem muito bem o que fazer com os dez anos de governo do Partido dos Trabalhadores.

Ou não sabem como conviver com o julgamento da AP 470, o maior e mais ridículo julgamento político feito por um tribunal brasileiro em tempos de democracia.

O tempo vai passando e, sobre isso, o jornalismo investigativo, o sério, vai aos poucos desmontando a farsa do “mensalão”, deixando a oposição de direita, de meia-direita, de centro ou mesmo de esquerda de calças na mão.

Além do livro “A Privataria Tucana”, que mostra com provas irrefutáveis o verdadeiro ninho da corrupção no Brasil contemporâneo, temos o trabalho do jornalista Raimundo Pereira na revista Retrato do Brasil e agora o livro do jornalista Paulo Moreira Leite, “A Outra História do Mensalão” (também da Geração Editorial), matérias da revista Carta Capital e do jornal Brasil de Fato, além de inúmeros blogues, vão dando contornos à farsa político/jurídico/midiática organizada pelos setores mais comprometidos com o atraso em nosso país.

Do julgamento à renúncia do papa. O que deixa Deus sem seu representante na terra por algumas semanas.

Fui surpreendido, como milhões e milhões de cidadãos com a notícia da renúncia do papa Bento XVI (foto abaixo) e dei-me conta (não é a primeira vez, claro) de que é tudo muito efêmero à nossa volta.

Nada é muito novo nas relações humanas.

O mundo caminha a passos largos para tornar tudo relativo e de pouca importância. Ou melhor, essa caminhada – ao que tudo indica - tem a ver diretamente com o sistema econômico de cada época em que se vive e, portanto, a que estamos submetidos.

O laicismo, desde sua definição e adoção em França, não tem passado de um conceito apenas teórico, cuja prática deixou e deixa de existir com as diversas interferências da religião na vida dos cidadãos e do estado.

A fé continua a ser um “produto” vendido nos grandes mercados mundiais da ingenuidade humana. O que, apesar de não ser nenhuma novidade, contribui para confirmar uma zona nebulosa da humanidade.

Por outro lado, o moderno sistema de comunicação social, tendo a seu serviço emissoras de televisão privadas e estatais, jornais e revistas para os mais variados gostos e ideologias, emissoras de rádio, internets, tuíteres, feicibuquis, celulares, tabletes e mais algumas bugigangas da posmodernidade, afunda o ser humano numa cisterna de informações contraditórias, espalhando no mais das vezes a confusão para dividir e reinar, para alongar a vida de um capitalismo que já dá inúmeras mostras de esgotamento de seus principais postulados.

Nesse vendaval de informações e teorias, as várias religiões espalhadas pelo mundo ainda tentam “vender” uma fé que já não consegue se explicar. E, no meu modesto ponto de vista, que nunca se explicou.

A história das religiões é, antes de qualquer coisa, a história do próprio homem, de suas virtudes e de seus defeitos. O homem é quem cria os deuses à sua imagem e semelhança.

Termino por dizer que 21 de fevereiro de 1912 é também uma data importante, pelo menos no meu calendário. Nesse dia, mês e ano nasceu Martha, minha saudosa mãe, que morreu ainda jovem e não conheceu o computador, o celular, o Genoíno (foto), o Partido dos Trabalhadores, o papa Bento XVI e, com toda certeza, nunca ouviu falar em Marx e Engels. E muito menos em Julien Assange e seu Wikileaks.


 Aproveito, então, a data para sugerir à nossa ilustre visitante Yoani Sánchez (foto E), brava defensora do direito de expressão dos grandes monopólios mediáticos, que interceda junto ao governo norte-americano pela vida e pelo direito de expressão do soldado Bradley Manning (foto D).

(*) Isaias Almada é escritor e dramaturgo. Autor da peça “Uma Questão de Imagem” (Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos) e do livro “Teatro de Arena: Uma Estética de Resistência”, Editora Boitempo.

Fonte:
http://www.cartamaior.com.br/templates/analiseMostrar.cfm?coluna_id=5982

Nota:
A inserção das imagens, quase todas capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade e, excetuando uma ou outra, inexistem no texto original.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Cínica e inteligente

19/02/2013 - Antonio Fernando Araujo

À rigor, em se tratando dessa personagem, não há razões objetivas que justifiquem os protestos públicos contrários a presença da blogueira cubana Yoani Sánchez (foto) no Brasil

Entretanto, a forma prazenteira com que os jovens da União da Juventude Rebelião, da União da Juventude Socialista (UJS) e da Associação José Marti, da Bahia têm recepcionado a mercenária não nos permite deixar de apostar na indignação que essa mocidade ora exibe, revelada como um patrimônio de honradez dos mais legítimos, diante desse escárnio que é trazer ao nosso país esse exemplar traiçoeiro do que de pior podem os interesses do capital globalizado produzir contra um determinado povo e seu governo.

Ainda assim, quem sabe, tais mobilizações pudessem também ser direcionadas para o Instituto Millenium, um dos possíveis patrocinadores de sua vinda em um conluio - como de hábito - com a grande mídia empresarial cristalizada na Família GAFE da Imprensa, maquinação por demais espúria para que tal visita seja considerada como algo relevante, revestido de um mínimo de dignidade.

Como escreveu Daniella Cambaúva, do OperaLeaks e transcrito no blog Esquerdopata, não faltam documentos que revelam os encontros sigilosos entre blogueiros cubanos dissidentes e a diplomacia norte-americana.

Se Yoani Sánchez e colegas fossem americanos e fizessem, nos EUA, exatamente a mesma coisa, pondo-se à serviço de outro país, seriam imediatamente presos e provavelmente fuzilados.

Em Cuba não. Continuam livres e, ainda por cima, posando de vítimas para a mídia internacional, mas com os bolsos recheados de dólares. Não há um país no mundo onde tal comportamento - espionagem e quinta-coluna - não renda prisão perpétua ou execução.

O que fazemos aqui é repudiar essa visita.

Ela em nada contribui para ajudar a consolidar a democracia que, desde 1988, tentamos construir e, assim sendo, podemos assegurar, de golpistas tupiniquins, tão cínicos e inteligentes quanto Yoani Sánchez, já estamos razoavelmente bem supridos.

Não fossem as mensagens secretas enviadas pelo chefe do Escritório de Interesses dos Estados Unidos em Havana, Jonathan Farrar, ao Departamento de Estado, desde 2009, e reveladas pelo Wikileaks e que descreveram o encontro entre a subsecretária de Estado adjunta para a América Latina, Bisa Williams e dissidentes cubanos, Yoani Sánchez, inclusive, não teríamos como afirmar isto aqui.

Nada deve nos surpreender. Yoani Sánchez, absolutamente vazia em termos ideológicos, nunca irá defender as conquistas da revolução cubana.

Nem as sociais do século XX e, muito menos, as científicas do XXI. Sua nulidade intelectual não lhe permite entendê-las. E mais, como exímia mercenária, não ganha um centavo pra isso.

Muito menos pra denunciar os cinco compatriotas seus (foto abaixo) que há anos encontram-se ilegalmente presos, sem julgamento, em cadeias norte-americanas.

E como já se observou que ela é bastante esperta e manipuladora para dedicar seu servilismo apenas ao império americano, nesse aspecto, não é difícil constatarmos que em tudo se assemelha ao papel desempenhado por nossa Imprensa GAFE.

Tanto uma quanto a outra são regiamente remuneradas pelo capital internacional para espernear o quanto puderem para que não se concretize "a determinação do governo de Cuba, manifestada nas palavras de Raul Castro, que assumiu sua última tarefa com a firme convicção e compromisso de honra de que o Primeiro Secretário do Comitê Central tem como missão principal e sentido de sua vida defender, preservar e prosseguir aperfeiçoando o socialismo e não permitir jamais o regresso do regime capitalista", como escreveu Max Altman, em abril de 2011.

Portanto, "como dijera el escritor y periodista uruguayo Eduardo Galeano, cuando se trata de Cuba, los grandes medios de comunicación, 'aplican una lupa inmensa que magnifica todo lo que allí ocurre cada vez que conviene a los intereses enemigos, llamando la atención sobre lo que pasa en la Revolución, mientras la lupa se distrae y no alcanza ver otras cosas importantes”, citado por Omar Pérez Salomón, em janeiro de 2012, quando relacionou "30 datos que muestran la fortaleza de la Revolución cubana en vísperas de su 53 aniversario."


Esta sim, talvez seja a forma mais adequada de mostrar à cínica, inteligente e bem nutrida Yoani Sánchez e a seus comparsas o quanto é complicado pretender sabotar as conquistas revolucionárias de uma nação, ainda que valendo-se de milhares de dólares, de um blog cujas mensagens são de traição ao seu povo e de cúmplices do calibre desses do Instituto carioca e da Família GAFE da Imprensa.
Não deixe de ler:

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

EUA formam internautas na Síria e Líbia

domingo, 5 de fevereiro de 2012 - Por Iroel Sánchez, no blog cubano La Pupila Insomne - blog do Miro - Tradução de Sandra Luiz Alves


Em 29 de novembro de 2011, o blog postou uma matéria intitulada “O que Alec Ross fazia a caminho de Damasco? Escrevemos:

"Há exatamente um ano, Alec Ross, principal assessor de Hillary Clinton para a internet, disse, sem querer, que havia estado na Síria treinando diversas pessoas para as redes sociais. Ele também ministrou conferência para autoridades estadunidenses em Santiago, Chile. O motivo de tal experiência evangelizadora era, segundo contou Ross, ensinar os sírios a denunciar o suposto castigo corporal nas escolas.

Perguntamos por que Ross não se preocupa com as vítimas de torturas em Guantánamo, que há muito tempo precisam de ajuda. Mas os acontecimentos precipitados na Síria, onde os alvos da administração Obama estão sendo cumpridos, como indica o “novo método” de intervenção na Líbia, revelam o verdadeiro motivo da presença do experiente jovem em Damasco.

O pesquisador canadense Mahdi Darius Nazenroaya afirma que tanto na Síria como na Líbia “foram utilizados o facebook, twitter, celulares e youtube para divulgar notícias dos dois governos. CNN, BB, Al Jazeera, Fox News, Sky News, France 24, TF1, entre outras, recorreram a estas fontes sem, ao menos, checar as informações”.

Segundo Nazenroaya, “desde o início dos acontecimentos na Síria e na Líbia estes meios de comunicação foram mobilizados e manipulados a partir do exterior. Preenchiam páginas do facebook e twitter sobre o que estava ocorrendo com milhares de inscritos desconhecidos. Os autores destas páginas são, portanto, discutíveis: todos escritos em inglês e outros idiomas e muito bem argumentados. Não tem aparência de espontaneidade e as contas não eram no idioma sírio ou líbio, isto é, em árabe”.

Um exemplo foi a escandalosa fraude em torno do blog ‘A gay girl in Damascus’ (uma lésbica em Damasco), cujas informações eram replicadas por diversos órgãos de imprensa e que se provou que o blog era de um estadunidense que estudava na Escócia. Assim como o ‘gay girls’, vários sítios foram criados sobre a Síria a partir de fevereiro de 2011 – eles previam os protestos, divulgando informações falsas.

Mahdi Darius Nazenroaya cita o caso de ‘The Syrian Revolution 2011’, que incentivava um ‘dia de ira’, em 4 de fevereiro de 2011, sexta-feira. O pesquisador salientava que ‘o nome desta página no facebook estava em inglês e o número de inscritos não foi traduzido igualmente na mobilização física.'

Por outro lado, “as contas registradas pertenciam a pequenas áreas onde há um número reduzido de pessoas com acesso à internet”. O autor acrescenta que, “além disso, o treinamento de pessoas da oposição é realizado pelo Departamento de Estado com o pretexto de promover a democracia. Esta situação fica mais evidente quando conhecemos como o Pentágono e a Otan têm procurado enfatizar a estratégia militar para o ciberespaço”.

'As mídias sociais estão sob controle do SMSC (Social Media in Strategic Comunication) do Pentágono, cujo objetivo é utilizar os meios de comunicação como um instrumento militar'. O acadêmico menciona também a utilização destas mídias contra o Irã, assim como na Bolívia, Cuba, Venezuela, Bielorússia, Rússia, Sérvia, Equador, Armênia, Ucrânia, Líbano e China.

Sem dúvida, Ross preparava o terreno para que sua chefe voltasse a dizer, entre risadas, no melhor estilo do império romano ‘We came, we saw, we died’ (original em latim Veni, vidi, vici - Eu vim, eu vi, eu conquistei), após a tortura e linchamento de Muamar Kadafi, por seus aliados do Conselho Nacional de Transição. Porque se Bush dizia que "falava com Deus, não há dúvidas de que Hillary e Obama falam com os césares mais sanguinários."

*****

Na conferência em Santiago, em que o Sr Ross explicou como treinou pessoas na Síria para difundir imagens na internet, estava Ernesto Hernández Busto, que é um dos principais “ativistas” da estratégia dos Estados Unidos contra Cuba na rede. Coincidentemente, Hernández Busto – que foi o responsável em conceder o prêmio Ortega e Gasset, do diário El País, a Yoani Sánchez – solicitou por escrito a intervenção militar dos EUA na Ilha.

Em Havana, Yoani Sánchez e um fotógrafo que têm os mesmos desejos de Hernández Busto anunciavam os premiados de um concurso de fotografia digital para “captar a futura imagem de nosso presente nacional”. E já sabemos a “futura imagem” que os aliados dos Estados Unidos captaram na Líbia e os dados fornecidos pela Otan, mas Cuba não é a Líbia, muito menos Afeganistão, por mais que os candidatos esperem fotografar os marines urinando em cadáveres e estátuas em Havana.

Quem é Yoani Sánchez?

2 Fev 2012 - Cubadebate do blog La Pupila Insomne


Com o título “Yoani Sánchez: Bloguera ou mercenária? “, o jornalista brasileiro Altamiro Borges publicou uma caracterização da multipremiada blogger que se soma à informação que nos últimos dias vários espaços alternativos do Brasil têm difundindo sobre este mediático personagem. Complementando o trabalho de Altamiro, que preside o Centro de Estudos de Meios Alternativos Barão de Itararé na cidade de São Paulo e é autor, entre outros títulos, do livro A ditadura da mídia, e de outros jornalistas brasileiros, La Pupila Insomne elaborou este dossiê.

1. Empregada da SINA:
-Yoani Sánchez (YS) se reúne frequentemente e recebe instruções da Repartição de Interesses dos EUA (SINA) em Havana. Além das fotografias e vídeos que documentou a imprensa cubana, Wikileaks publicou vários cabogramas que registram, desde 2008, reuniões de YS com funcionários da SINA em Havana. Em pelo menos 11 cabogramas não censurados e emitidos desde o Escritório de Washington em Cuba, há referências a reuniões com a blogger e intercâmbio de informação dela com diplomatas dessa embaixada. [1]

-A SINA conspirou com YS e executou a fraude da falsa entrevista a Barack Obama.
Segundo cabograma emitido desde a SINA no dia 28 de agosto de 2009, as respostas da publicitária “entrevista” foram redigidas por funcionários da Repartição de Interesses dos Estados Unidos. Quatro meses depois, o texto retornou para a sede diplomática enviado pela Casa Branca, com um alto por cento de coincidência entre a resposta e a versão original, incluindo quase exatamente a mesma introdução na qual Obama felicitaria a Sánchez pelo prêmio María Moors Cabot, da Universidade de Columbia. O cabograma de 28 de agosto também incluía as perguntas que a “jornalista” enviaria ao presidente cubano Raúl Castro – coisa que nessa data ainda não tinha feito. [2]

-A diplomacia estadunidense promove e dirige a blogger Yoani Sánchez como uma alternativa crível para dissidência tradicional.
O Chefe da SINA em Havana, Jonathan Farrar, escreveu ao Departamento de Estado em 9 de abril de 2009 e revelou Wikileaks: ”Pensamos que a jovem geração de dissidentes não tradicionais, como Yoani Sánchez, pode desempenhar um papel em longo prazo em uma Cuba pós-Castro”. Nesse cabograma, Farrar aconselha ao Departamento de Estado que concentre seus esforços nesta dissidente e lhe ofereça mais apoio. [3]

-O discurso de YS está ligado à política de Washington para Cuba, e ela tem admitido abertamente esta subordinação:
Os Estados Unidos deseja uma mudança de governo em Cuba, mas é também o que eu desejo.” (Declarações a Salim Lamrani, publicadas em Rebelión a partir de 15 de abril de 2010, em duas partes http://www.rebelion.org/noticia.php?id=104205. (Se pode acessar também a fragmentos do áudio da entrevista)

-Sua figura é sobredimensionada continuamente pelo Departamento de Estado, instituição que destina 20 milhões de dólares anuais à subversão em Cuba e privilegia neste fundo o uso das novas tecnologias e a criação de líderes nas redes sociais. A Secretária de Estado tem feito referência diretamente a YS ao menos em um discurso todos os anos, desde 2009 até 2011. Em 9 de novembro de 2009, seu escritório fez uma declaração por ocasião de um falso “assalto” contra bloggers cubanos; em 3 de maio de 2010, Clinton a elogiou durante a homenagem pelo Dia da Liberdade de Imprensa, e em março de 2011, lhe fez homenagem no 2011 International Women of Courage Awards. No entanto, nenhum dos jornalistas e bloggers registrados no Barômetro 2012 de Repórteres sem Fronteiras é cubano:

O Barômetro de 2012 de RSF, que é atualizado cada ano, identifica 306 jornalistas e ciberdissidentes mortos e presos, para os que o Departamento de Estado não tem prestado a mais mínima atenção. De fato não ha referência a nenhuma dessas pessoas na página oficial www.state.gov, mas quem fizer ali uma busca do nome “Yoani Sanchez” encontrará listados 11 relatórios e declarações, desde 2008 até a data, emitidas por essa instituição[4].

2. Falsa líder:
-Segundo uma enquete realizada pela SINA e revelada por Wikileaks, YS é conhecida só por um 2% dos que responderam a enquete. O “opositor” mais conhecido na Ilha é Luis Posada Carriles, segundo a sondagem. [5]
-O blog Generación Y, principal meio de expressão da blogger, não tem nenhum impacto na audiência cubana.

O blog não está bloqueado em Cuba e, no entanto, o tráfico desde a Ilha é insignificante, segundo medidores especializados na web como Alexa.com. Veja desde onde se acede ao blog (o rank é o lugar que ocupa em cada país, de acordo com o tráfico dos usuários locais):
Países que más acedem ao blog Generación Y, segundo Alexa.com

-Seu blog não é um referente (sic) internacional para consultar os temas de Cuba, apesar dos enormes recursos técnicos, a maquinaria publicitária que tem a sua disposição e as versões em 21 idiomas deste blog. Veja uma comparação do tráfego, segundo Alexa.com, entre o blog Generacion Y, Cubadebate e Juventud Rebelde, os jornais mais visitados na Ilha. Em azul, Generación Y:
Outra comparação: segundo Alexa, o blog ocupa o lugar 99.444 a nível mundial. Alexa é o sistema mais profissional na Internet para conhecer o ranking da web e registra o comportamento do tráfego de mais de 5 milhões de sítios indexados por Google. Valora o domínio primário, neste caso desdecuba.com.


Para ter uma ideia do que significa o número 99.444: o site web do jornal O Povo, de Fortaleza, situa-se no lugar 14.043. A distância entre um e outro é abismal, não só em posição na web, senão nos recursos que recebe. [6]

3.-Falsa experta e falsa libertária
-Sua ignorância sobre a história e a realidade cubana é proverbial.
É extenso seu ciberbestiário. Reproduzimos algumas frases da entrevista concedida a Salim Lamrani:

•(a Lei de Ajuste Cubano dos EUA contra Cuba não é ingerência porque) há relações fortes. Joga-se beisebol em Cuba como nos Estados Unidos.
•Privatizar, não gosto do término porque possui uma conotação pejorativa, mas de colocar em mãos privadas, simNão diria que (o lobby fundamentalista de Miami, sic) são inimigos da pátria.
•Pensei que com o que tinha aprendido na Suíça, poderia mudar as coisas voltando a Cuba.
•Estas pessoas que estão a favor das sanções econômicas (a população de seu país) não são anti-cubanas. Penso que defendem Cuba segundo seus próprios critérios. (Os Cinco presos nos Estados Unidos) não é um tema que interesse à população. É propaganda política.
•(O caso Posada Carriles) é um tema político que não interessa as pessoas. É uma cortina de fumo.
•(Os Cinco) O governo cubano diz que não desempenhavam atividades de espionagem senão que haviam infiltrado grupos cubanos para evitar atos terroristas. Mas o governo cubano sempre disse que esses grupos estavam vinculados a Washington. (Já houve uma invasão dos EUA a Cuba, diz Lamrani) Quando?
•O regime (de Batista que assassinou 20 000 cubanos) era uma ditadura, mas havia uma liberdade de imprensa plural e aberta.
•Cuba é uma ilha sui generis. Podemos criar um capitalismo sui generis.

A propósito destas confissões de YS a Lamrani, escreveu no jornal Público Ignácio Echeverría, que é um dos principais críticos literários da Espanha e testamenteiro do escritor chileno Roberto Bolaño: "[uma jornalista] escandalosamente inconsistente, incapaz de resistir o brutal aluvião de rigorosas perguntas e de acusações mais ou menos veladas que Lamrani lhe faz. O documento, em sua totalidade, é surpreendente e incomodamente instrutivo; pois resulta em definitiva desoladora a mistura de ingenuidade e indigência intelectual que Yoani Sánchez manifesta, sua fraqueza ideológica, sua própria vulnerabilidade."

-Sua escassa liderança também tem que ver com seu desprezo pelo povo de Cuba.
Em uma entrevista prestada para o El Nuevo Día, de Porto Rico, expressou: “Um 80% (do povo cubano) vai para uma direção ou para outra segunda sopre o vento porque o oportunismo calou bem fundo no país”. [7]

4.-Mentirosa compulsiva
-Mentiu quando denunciou perante a imprensa internacional que tinha sido golpeada pela polícia em Havana.
Meios de todo o mundo resenharam que 6 de novembro de 2009 havia sido presa, junto com três amigos por “três fortes desconhecidos” durante uma “tarde carregada de golpes, gritos e insultos”. Em 8 de novembro recebeu jornalistas em sua casa para mostrar as evidências de supostas pancadas, das que não tinha falado até 48 horas depois. De acordo com os que reportaram este encontro na casa da blogger, YS disse que recebeu “pancadas e empurrões, “golpes nas articulações”, nova “onda de golpes”, o “joelho sobre [seu] peito”, os golpes nos “rins e [...] a cabeça”, “o cabelo” puxado, o “rosto envermelhado pela pressão e muita dor no corpo”, “os golpes [que] seguiam caindo” e “todos estes morados”. Porém, o correspondente da BBC em Havana Fernando Ravsberg disse que Sánchez “não tem hematomas, marcas ou cicatrizes”. [8]
O jornal La República, da Espanha, publicou um vídeo com depoimentos dos médicos que a atenderam um dia depois das supostas pancadas, quando ela se apresentou para reclamar um documento que provasse que tinha sido vítima da violência. Os três especialistas que a assistiram referiram que YS não tinha o menor indício de violência, apesar de ter passado 24 horas do suposto ataque e de ela ter tez muito branca, uma pele que dificilmente esconderia marcas e arroxeados causados por um ataque violento.

Aqui se pode ver o vídeo com o depoimento dos médicos em Youtube. Ver vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=cPm68xcBzPs&feature=player_detailpage

-Mente quando afirma que tinha feito uma entrevista a Barack Obama e, por suposto, escondeu a via através da qual enviou lhe o questionário.

-Mente continuamente quando afirma não ter acesso a Internet.
Escreveu um livro sobre o uso da ferramenta WordPress para a geração de blogs, que é impossível conceber off line, salvo que outra pessoa com navegação fluida à rede de redes tenha escrito para ela. O livro, WordPress: Um blog para falar ao mundo, se apresenta como “um guia de uso desta potente ferramenta de comunicação” na Internet.
Provavelmente seja a tuiteira e a blogger mais ativa em Cuba, de acordo com os pós e as mensagens que envia diariamente. Ela abriu seu blog em fevereiro de 2007 e sua conta em Twitter a fins de 2008, e ambos os espaços mantém plena atividade. Na rede de microblogging seus envios se incrementaram quase o dobro em 2011, com respeito a 2010, como é provado nas estatísticas do comportamento histórico de sua conta @yoanisanchez.
De acordo com TweetStats, escreve um promédio de 9,3 Tweets por dia. Em 2011 manteve um promédio de 400 Tweets, por mês:
Utiliza diversas plataformas e aplicações para enviar Twitter, e frequentemente sobe vídeos e fotografias às redes sociais e a seu próprio blog. Para isto necessita navegação na Internet ou um telefone com serviço de roaming internacional, que inclua navegação web. A prova de que usa diversas plataformas, e não só a línea telefônica, é esta gráfica que mostra as aplicações que utiliza YS para acessar o Twitter:
A interface mais usada por YS para enviar mensagens a Twitter é ping.fm. Esta aplicação publica de forma simultânea um comentário em várias redes sociais, se o usuário previamente o configura para isso. Pode-se aceder desde um telefone celular, mas este, necessariamente, tem que ter serviço de navegação. [9]

-Mente quando se apresenta como vítima
Seu estado natural é a lamentação. Além dos exemplos anteriores, se poderiam acrescentar seus contínuos pedidos de recarga de seu celular ou suas descrições sobre os problemas da vida cotidiana em Cuba, que segundo ela, também sofre. Mas suas fontes de ingressos públicas dizem outra coisa. Os prêmios e publicações de livros geraram para ela ingressos por cima dos 200 000 dólares nos últimos três anos; o que dá a possibilidade para ela de pagar sem nenhum problema luxos aos que não tem acesso o 99 por cento da população cubana e latino-americana, e, também, seus altíssimos gastos em mensagens, chamadas telefônicas e serviços de Internet. Só em envios de SMS (mensagens curtas desde o celular) a Twitter desde Cuba, YS gasta um promédio de 400 CUC (moeda equivalente ao dólar) cada mês, que é o que custam os tweets que envia nesse período de tempo através das mensagens por celular. O custo de cada envio é de 1 CUC.

-Mente acerca das estatísticas de seu blog
Na entrevista com Salim Lanrani que citamos antes, disse: “Meu blog tem 10 milhões de entradas por mês. É um furacão.
Ela repetiu isso em outras entrevistas. O dado é falso. Nielsen, a firma mais prestigiosa de registro estatístico de audiência nos Estados Unidos, registrava o tráfico dos principais meios estadunidense na Internet em março de 2009. Só USAToday, CBS News, Washington Post e BBC tinham um tráfego próximo dos dez milhões de usuários por mês[10], e todos ocupam posições por baixo do lugar 400 a nível mundial, segundo Alexa. Portanto, é impossível que Generación Y possua um tráfego de 10 milhões de usuários por mês, com o lugar 99.444.
E um dado adicional. Quando ela falou com Salim Lamrani em abril de 2010, o jornal digital cubano Cubadebate publicou uma gráfica onde se desmentia o dado oferecido pela blogger respeito ao tráfico em Generación Y. Nesse momento, seu blog estava no lugar 73.236 e agora está no lugar 99.444. O tráfego decaiu rapidamente. Ou seja, agora a mentira é mais evidente ainda.
Porém, não é isso o que afirma um site reconhecido internacionalmente para medições de tráfego, como Alexa.com, de Armazon e para nada suspeito de parcialidade a favor de meios alternativos de Cuba, a Venezuela e a Espanha. Uma simples comparação do blog de YS (linha azul) com outros meios confirma que Generación Y tem muito menos tráfego que as web com as que se compara, que fizeram público seu tráfego, inferior aos 10 milhões de acessos mensais. Generación Y altera suas estatísticas? Pareceria que sim. Outro exemplo, o site web de maior tráfego nos Estados Unidos é um dos que possui maior tráfego no mundo, The New York Times, reporta 17 milhões de entradas mensais.


-Mente para suas fontes e as manipula
Em fevereiro de 2009, utilizou a igreja Santa Teresinha do Menino Jesús, de Santiago de Cuba, para o proselitismo político. Ao final da missa, reuniu-se num escritório dentro da casa do pároco, com os paroquianos jovens e uns “turistas” polacos, para “conversar” sobre as possibilidades da Internet em ações contra o governo cubano. Neste vídeo, os jovens participantes da tertúlia, expressam seu estupor perante esse inusitado debate político dentro da Igreja. Ver vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=TkW00Bb_BFA&feature=player_detailpage

Em outubro de 2009, entrevistou um grupo de meninos no povoado de Taguayabón, em Camajuaní, na província de Villa Clara, e publicou um pós em seu blog onde os apresentou como exemplo da expressão crítica para o governo cubano, inclusive em crianças e adolescentes. Os pais se apresentaram perante as autoridades para denunciar a manipulação. Os próprios jovens ofereceram seu depoimento sobre o realmente acontecido. O vídeo se pode ver em Daily Motion: http://dai.ly/aUXCTn

-Falseia deliberadamente a realidade cubana, apresentando uma visão apocalíptica que a imprensa internacional jamais contrasta com outras fontes.
Esta é também outra das razões pelas quais não é crível para a audiência cubana, que vive cercada de problemas, mas não se reconhece neste discurso:

Cuba é “uma imensa prisão com muros ideológicos”, um “barco que faz águas ao ponto do naufrágio”. Um lugar onde “seres das sombras, que como vampiros se alimentam de nossa alegria humana, nos inoculam o temor através do golpe, a ameaça, a chantagem”. (No blog Generación Y, de 18, 2 e 12 de novembro de 2009, respectivamente).

Uma Ilha, com “gente esperando, com o pau ou a navalha embaixo da cama para um dia poder usá-los. Ódios enquistados contra aquele que os delatou, e impediu que tivessem um melhor emprego ou fez com que o filho mais novo não pudesse estudar na universidade. Há tantos aguardando por um possível caos que lhes dê o tempo necessário para a vingança, que desejaria não ter nascido nesta época, onde só se pode ser vítima ou vitimário, onde tantos evocam a noite das facas compridas.” (No blog Generación Y, em 25 de abril de 2009.)

Notas
[1] Ver em http://cablesearch.org/

1.MEDIA REACTION: U.S., INDIA-PAKISTAN, SYRIA-IRAN, CUBA, EU, 26th Feb 2010 from Embassy Berlin · #10BERLIN223
2.CUBAN OPPOSITION SHOCKED AND ENERGIZED BY DEATH OF 26th Feb 2010 from US Interests Section Havana · #10HAVANA110
3.CUBA BUTTONED DOWN FOLLOWING DEATH OF 24th Feb 2010 from US Interests Section Havana · #10HAVANA107
4.STRIDENT GOC PROTEST OF USINT AND OTHER MISSIONS, OBSERVATION OF HUMAN RIGHTS DAY EVENTS 14th Dec 2009 from US Interests Section Havana · #09HAVANA739 · CONFIDENTIAL//NOFORN OO
5.CUBA UNLEASHES MOB ON BLOGGERS 23rd Nov 2009 from US Interests Section Havana · #09HAVANA704 · CONFIDENTIAL PP
6.HUNGARY: COUNTRY REVIEW ON RELATIONS WITH CUBA 20th Nov 2009 from Embassy Budapest · #09BUDAPEST837 · CONFIDENTIAL RR ·
7.BLOGGER THRILLED WITH POTUS RESPONSE TO HER Q&AS 18th Nov 2009 from US Interests Section Havana · #09HAVANA695 · CONFIDENTIAL PP
8.CUBA DENOUNCES U.S. INTERFERNCE IN BLOGGER CASE 12th Nov 2009 from US Interests Section Havana · #09HAVANA689
9.BLOGGERS BEATEN BUT NOT DETERRED 10th Nov 2009 from US Interests Section Havana · #09HAVANA684 ·
10.A SPLENDID LITTLE VISIT, FOR CUBA 21st Oct 2009 from US Interests Section Havana · #09HAVANA639
11.QUESTIONS FROM YOANI SANCHEZ TO POTUS 28th Aug 2009 from US Interests Section Havana · #09HAVANA527 ·

[2] Ver:
09HAVANA527: Perguntas (e respostas redigidas pela SINA) de Yoani Sánchez a Obama (PDF, 98Kb)
09HAVANA695: Blogger emocionada por respostas de Obama (redigidas pela SINA) (PDF, 90Kb)
As “respostas de Obama”, em inglês (PDF, 582 Kb )

[3] Jonathan D. Farrar, «The U.S. and the Role of the Opposition in Cuba», United States Interests Section, 9 de abril de 2009, cable 09HAVANA221.http://213.251.145.96/cable/2009/04/09HAVANA221.html
[4] http://search.state.gov/search (escreva na caixa de busca as palavras “yoani sánchez”
[5] Cabograma emitido em 9 de junho de 2008 pela SINA ao Departamento e divulgado por Wikileaks. Pode ser descarregado em http://wikileaks.org/cable/2008/07/08HAVANA542.html
[6] Estas estadísticas podem ser vistas em: http://www.alexa.com/siteinfo/desdecuba.com#
[7] Ver entrevista original em: http://www.elnuevodia.com/cubalasultimasimagenesdelnaufragio…-1069420.html
[8] Ver artigo em http://www.bbc.co.uk/mundo/america_latina/2009/11/091109_2218_cuba_yoani_rb.shtml
[9] Estes dados são públicos e estão disponíveis em http://tweetstats.com/status/yoanisanchez
[10] http://blog.nielsen.com/nielsenwire/online_mobile/msnbc-and-cnn-top-global-news-sites-in-march/

(Tradução La pupila insomne) Original en español http://lapupilainsomne.wordpress.com/2012/01/29/quien-es-yoani-sanchez/

1º video - http://www.youtube.com/watch?v=cPm68xcBzPs&feature=player_detailpage
2º video - http://www.youtube.com/watch?v=TkW00Bb_BFA&feature=player_detailpage
3º video - http://dai.ly/aUXCTn