segunda-feira, 25 de junho de 2012

AHMADINEJAD: – “ATACAM E INVADEM OUTROS TERRITÓRIOS PARA ESCRAVIZAR OS POVOS”

24/06/2012 - Laerte Braga (*)

Os norte-americanos e sionistas têm bombas de todas as espécies e as usam contra as pessoas”.

A afirmação é do presidente do Irã Mahamoud Ahmadinejad em entrevista que concedeu num hotel do Rio, um dia depois de discursar na RIO+20 defendendo uma nova ordem mundial “baseada na paz e no respeito entre os povos”.

Sem citar uma única vez o nome da presidente Dilma Roussef, mas classificando de “definitivo” o documento firmado entre os governos do Brasil, da Turquia e do seu país sobre a questão nuclear, Ahmadinejad lembrou Lula, à época desse acordo o presidente da República.

Lúcido e seguro em sua análise o presidente iraniano não teve dúvidas em falar da guerra midiática, uma das frentes do complexo terrorista ISRAEL/EUA TERRORISMO “HUMANITÁRIO” S/A. “Mostram nosso povo como pobre e atrasado. Somos a décima sétima economia do mundo, breve seremos a décima quinta e temos posição de ponta nas questões que envolvem biotecnologia”.

Distorcem para criar uma realidade que não existe, mas agrade aos seus interesses.

Querem as nossas riquezas naturais, explorar nossos povos”.

Mahamoud Ahmadinejad fez alusão ao regime anterior à revolução islâmica, que definiu como de submisso aos interesses dos EUA. “Tínhamos uma população de 35 milhões de iranianos e 90% vivia na pobreza. Hoje somos bem mais e a realidade é diferente daquela”.

Enfatizou que quatro milhões de iranianos são judeus e muitos “foram tentar a vida em Israel após a revolução, mas voltaram, pois não conseguiram viver naquele país”.

Um estado islâmico não significa necessariamente restrição de liberdade religiosa. A Noruega, por exemplo, não é um estado laico e isso está escrito em sua constituição.

O presidente do Irã reuniu-se com intelectuais brasileiros e representantes dos movimentos sociais destacando a história de luta pela democracia, da qual todos foram partes.

Denunciou mais uma vez que a ONU faz o jogo dos EUA, através do controle do Conselho de Segurança. Com isso, países que dispõem de arsenais nucleares não são punidos com sanções, caso de Israel, com mais de 300 artefatos, enquanto o Irã que usa energia atômica para fins pacíficos sofre sanções severas e constantes ameaças.

Temos sete mil anos de história e não nos submetemos nunca. Querem nos escravizar, voltar à ordem antiga, do regime antigo e assim explorar nossas riquezas. Por isso nos satanizam. Transformar o povo em escravo”.
 
Centro de Teerã à noite
Os que querem o monopólio da energia nuclear são os que têm bombas e já usaram em tempos passados, na Segunda Guerra, contra seres humanos. Energia nuclear para todos, bombas para ninguém. São os mesmos desse passado”.

Seis milhões de barris de petróleo-dia os Estados Unidos tiravam do Irã no regime antigo e nosso povo estava na miséria”, disse Ahmadinejad. “É o que querem fazer de novo”.

O presidente lembrou a guerra Iraque e Irã. “Armaram Saddam contra nós, inclusive com armas químicas e biológicas, numa guerra que custou milhares de vidas e depois destruíram o Iraque para ficar com o petróleo”.


Base americana em Guantánamo

“Não têm respeito pelos seres humanos”.

Citou o fato dos EUA apoiarem ditaduras no Oriente Médio como forma de assegurar o controle da região, de ignorar o arsenal nuclear de Israel e permitir a opressão contra o povo e o território palestinos.

Sobre a questão síria o presidente declarou que “tem que ser resolvida entre os sírios, pelo povo sírio e não com intervenção de outros países”.

Não existem pessoas, seres humanos para os norte-americanos e sionistas, só interesses. Querem dominar para explorar

Ahmadinejad deixou claro que só uma nova ordem mundial poderá assegurar a todos os povos “paz e respeito” e isso passa por contrariar os negócios das grandes potenciais mundiais, de Israel e dos Estados Unidos.

Citou a fome na África, as guerras do Afeganistão e travadas mundo afora pelos “colonizadores”, inclusive na América Latina, onde lembrou a exploração das riquezas pelos países que colonizaram a região e agora, pelos interesses norte-americanos diante das dificuldades com vários governos contrários a essa exploração.

É uma luta de todos os povos oprimidos a nova ordem”.

A entrevista do presidente Ahamadinejad, ao contrário das normalmente concedidas por chefes de governo e estados, não registrou nenhuma paranóia típica de agentes norte-americanos e israelenses. Foi descontraída, a segurança limitou-se aos procedimentos normais e nenhum deles constrangedores.

Nem o hotel onde estava hospedado e nem as ruas nas imediações foram fechadas, nada de franco atiradores.

E pela primeira vez jornalistas das mídias alternativa e virtual lado a lado com os da mídia de mercado, fato que, numa certa medida, inibe a costumeira mentira de GLOBO, VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, etc.

Foram poucos os comentários sobre a RIO + 20, levando em conta que seu discurso abrangeu bem mais que as questões que ali estavam sendo discutidas. Foi um documento de amplo teor político com diagnóstico da conjuntura atual e a posição de seu país, sob constante ameaça de ataques tanto por parte dos EUA, como de Israel. 

Fernando Lugo, ex-presidente Paraguaio, deposto por um golpe "constitucional".
Coincidência ou não, no dia seguinte, na sexta-feira, as avaliações de Ahmadinejad sobre a intervenção norte-americana em função de interesses políticos, econômicos e militares, se materializou no Paraguai, no golpe que derrubou o presidente Fernando Lugo. Um dos objetivos dos norte-americanos é construir ali uma base militar que permita monitorar o Brasil e a posse do quinto maior aqüífero do mundo, o Guarani. A água hoje, segundo o presidente da Coca Cola, “vale mais que petróleo”. Afirmação que dá, mais uma vez, razão ao pensamento de Ahmadinejad.

A afirmação do presidente da Coca Cola foi feita na RIO + 20, num fórum restrito de empresários, quando defendeu a privatização plena e absoluta da água. Ou seja, o controle pelas grandes corporações e em função dos interesses que representam.

Ao contrário do “monstro” que a mídia de mercado (GLOBO, VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, RBS, ESTADO DE SÃO PAULO, ÉPOCA, etc) vende, o presidente do Irã se mostrou lúcido, sereno e correto em suas avaliações e análises.

Não é um fato que possamos ignorar levando em conta o que ocorre em todo o mundo hoje.

A percepção que a luta transcende ao chamado mundo institucional, controlado em sua maioria – no Brasil inclusive – por grupos ligados a interesses do imperialismo norte-americano, do capitalismo internacional.

A luta é nas ruas como aconteceu na Cúpula dos Povos, evento paralelo à RIO + 20.

(*) jornalista

domingo, 24 de junho de 2012

DECLARAÇÃO FINAL DA CÚPULA DOS POVOS

DECLARAÇÃO FINAL
CÚPULA DOS POVOS NA RIO+20 POR JUSTIÇA SOCIAL E AMBIENTAL
EM DEFESA DOS BENS COMUNS, CONTRA A MERCANTILIZAÇÃO DA VIDA

Movimentos sociais e populares, sindicatos, povos e organizações da sociedade civil de todo o mundo presentes na Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, vivenciaram nos acampamentos, nas mobilizações massivas, nos debates, a construção das convergências e alternativas, conscientes de que somos sujeitos de uma outra relação entre humanos e humanas e entre a humanidade e a natureza, assumindo o desafio urgente de frear a nova fase de recomposição do capitalismo e de construir, através de nossas lutas, novos paradigmas de sociedade.


A Cúpula dos Povos é o momento simbólico de um novo ciclo na trajetória de lutas globais que produz novas convergências entre movimentos de mulheres, indígenas, negros, juventudes, agricultores/as familiares e camponeses, trabalhadore/as, povos e comunidades tradicionais, quilombolas, lutadores pelo direito a cidade, e religiões de todo o mundo. As assembléias, mobilizações e a grande Marcha dos Povos foram os momentos de expressão máxima destas convergências.

As instituições financeiras multilaterais, as coalizões a serviço do sistema financeiro, como o G8/G20, a captura corporativa da ONU e a maioria dos governos demonstraram irresponsabilidade com o futuro da humanidade e do planeta e promoveram os interesses das corporações na conferência oficial. Em constraste a isso, a vitalidade e a força das mobilizações e dos debates na Cúpula dos Povos fortaleceram a nossa convicção de que só o povo organizado e mobilizado pode libertar o mundo do controle das corporações e do capital financeiro.

Há vinte anos o Fórum Global, também realizado no Aterro do Flamengo, denunciou os riscos que a humanidade e a natureza corriam com a privatização e o neoliberalismo. Hoje afirmamos que, além de confirmar nossa análise, ocorreram retrocessos significativos em relação aos direitos humanos já reconhecidos. A Rio+20 repete o falido roteiro de falsas soluções defendidas pelos mesmos atores que provocaram a crise global. À medida que essa crise se aprofunda, mais as corporações avançam contra os direitos dos povos, a democracia e a natureza, sequestrando os bens comuns da humanidade para salvar o sistema economico-financeiro. As múltiplas vozes e forças que convergem em torno da Cúpula dos Povos denunciam a verdadeira causa estrutural da crise global: o sistema capitalista associado ao patriarcado, ao racismo e à homofobia.

As corporações transnacionais continuam cometendo seus crimes com a sistemática violação dos direitos dos povos e da natureza com total impunidade. Da mesma forma, avançam seus interesses através da militarização, da criminalização dos modos de vida dos povos e dos movimentos sociais promovendo a desterritorialização no campo e na cidade. Avança sobre os territórios e os ombros dos trabalhadores/as do sul e do norte. Existe uma dívida ambiental histórica que afeta majoritariamente os povos do sul do mundo que deve ser assumida pelos países altamente industrializados que causaram a atual crise do planeta.

O capitalismo também leva à perda do controle social, democrático e comunitario sobre os recursos naturais e serviços estratégicos, que continuam sendo privatizados, convertendo direitos em mercadorias e limitando o acesso dos povos aos bens e serviços necessários à sobrevivencia.

A atual fase financeira do capitalismo se expressa através da chamada economia verde e de velhos e novos mecanismos, tais como o aprofundamento do endividamento público-privado, o super-estímulo ao consumo, a apropriação e concentração das novas tecnologias, os mercados de carbono e biodiversidade, a grilagem e estrangeirização de terras e as parcerias público-privadas, entre outros.

As alternativas estão em nossos povos, nossa história, nossos costumes, conhecimentos, práticas e sistemas produtivos, que devemos manter, revalorizar e ganhar escala como projeto contra-hegemônico e transformador.

A defesa dos espaços públicos nas cidades, com gestão democrática e participação popular, a economia cooperativa e solidária, a soberania alimentar, um novo paradigma de produção, distribuição e consumo, a mudança da matriz energética, são exemplos de alternativas reais frente ao atual sistema agro-urbano-industrial.

A defesa dos bens comuns passa pela garantia de uma série de direitos humanos e da natureza, pela solidariedade e respeito às cosmovisões e crenças dos diferentes povos, como, por exemplo, a defesa do “Bem Viver” como forma de existir em harmonia com a natureza, o que pressupõe uma transição justa a ser construída com os trabalhadores/as e povos. A construção da transição justa supõe a liberdade de organização e o direito a contratação coletiva e políticas públicas que garantam formas de empregos decentes.

Reafirmamos a urgência da distribuição de riqueza e da renda, do combate ao racismo e ao etnocídio, da garantia do direito a terra e território, do direito à cidade, ao meio ambiente e à água, à educação, a cultura, a liberdade de expressão e democratização dos meios de comunicação, e à saúde sexual e reprodutiva das mulheres. Fortalecimento de diversas economias locais e dos direitos territoriais garantem a construção comunitária de economias mais vibrantes. Estas economias locais proporcionam meios de vida sustentáveis locais, a solidariedade comunitária, componentes vitais da resiliência dos ecossistemas. A maior riqueza é a diversidade da natureza e sua diversidade cultural associada e as que estão intimamente relacionadas.

Os povos querem determinar para que e para quem se destinam os bens comuns e energéticos, além de assumir o controle popular e democrático de sua produção. Um novo modelo enérgico está baseado em energias renováveis descentralizadas e que garanta energia para a população e não para corporações.

A transformação social exige convergências de ações, articulações e agendas comuns a partir das resistências e proposições necessárias que estamos disputando em todos os cantos do planeta. A Cúpula dos Povos na Rio+20 nos encoraja para seguir em frente nas nossas lutas.

Rio de Janeiro, 15 a 22 de junho de 2012.
Comitê Facilitador da Sociedade Civil na Rio+20
Cúpula dos Povos


Extraído do boletim MST Informa-Letra Viva do site www.mst.org.br

sábado, 23 de junho de 2012

O GOLPE PARAGUAIO

23/06/2012 - Laerte Braga
original publicado no blog Juntos Somos Fortes

O golpe sumário dado pelo Parlamento do Paraguai contra o presidente Fernando Lugo tem a marca registrada da classe dominante naquele país.

Latifundiários associados a multinacionais, uma força armada corrompida e cooptada por interesses de grandes corporações, bancos e os donos da terra.

O Paraguai jamais se recuperou da guerra contra o Brasil, a Argentina e o Uruguai (1864/1870). O conflito foi estimulado pela Inglaterra, então maior potência do mundo, em defesa de seus interesses econômicos. O Paraguai não dependia de países da Europa, tinha uma indústria têxtil competitiva e era um dos grandes exportadores de mate, concorrendo com o império britânico.

O capital para a guerra foi dos ingleses e em meio ao conflito é que, praticamente, se construiu as forças armadas brasileiras, inteiramente despreparadas para um confronto de tal envergadura. Nos primeiros anos da guerra os soldados brasileiros passavam fome e os armamentos eram mínimos, insuficientes para o genocídio que viria mais à frente. Foi a conseqüência inicial da avidez do governo imperial de aceitar as libras inglesas. Os países que formaram a chamada Tríplice Aliança, numa selvageria sem tamanho, mataram 70% da população paraguaia e até hoje a maioria acentuada entre os que nascem naquele país é de homens.

De lá para cá o Paraguai tem sido governado por ditadores, numa sucessão de golpes de estados e o breve período “democrático” que se seguiu à deposição do último general, Alfredo Stroessner (morreu exilado no Brasil, era capacho da ditadura militar brasileira), encerra-se agora com a deposição branca de Fernando Lugo.

Um ex-bispo católico, conhecido como o “bispo dos pobres”. O mandato de Lugo terminaria no próximo ano. O vice-presidente é do Partido Liberal, aquele jogo político de amigos e inimigos cordiais, onde os donos se revezam no poder.

O pretexto para a deposição de Lugo foi um massacre de trabalhadores rurais sem terra, numa região próxima à fronteira com o Brasil. Morreram manifestantes e integrantes das forças de repressão. De lá para cá Lugo enfrenta um inferno.Latifundiários brasileiros, a classe dominante paraguaia – subordinada a interesses do Brasil e de corporações internacionais – se uniram contra Lugo e o apoio de empresas como a MONSANTO, a DOW CHEMICAL, o silêncio formal e proposital dos EUA, todos esses ingredientes foram misturados e transformados em golpe de estado.

Tal e qual aconteceu em Honduras contra Manoel Zelaya. A nova “fórmula” para golpes de estado na América Latina. A farsa democrática, o rito constitucional transformado em instrumento golpista na falta de pudor da classe dominante. No caso do Paraguai, como no de Honduras, miquinhos amestrados do capitalismo internacional.

A elite paraguaia jamais permitiu ao longo desses anos todos, desde 1870, que o país se colocasse de pé novamente. Tem sido um apêndice de interesses políticos e econômicos de corporações estrangeiras e do sub-imperialismo brasileiro. Carregam as malas dos donos enquanto submetem os trabalhadores a um regime desumano e cruel que não mudou e nem vai mudar enquanto não houver resistência efetiva e nas ruas contra esse tipo de procedimento, contra essa subserviência corrupta e golpista. E cumplicidade de governos vizinhos. Mesmo que por omissão, ou fingir que faz alguma coisa.

E necessária a consciência dos governos de países como o Brasil que situações de golpe são inaceitáveis. Que a integração latino americana é fundamental e se faz com democracia e participação popular. Não com alianças com Paulo Maluf.

Fernando Lugo cometeu erros. O maior deles o de acreditar que era possível governar o país com grupos da direita. As políticas de conciliação onde a elite é implacável e medieval, as forças armadas são agentes – em sua maioria esmagadora – de interesses estranhos aos nacionais e as forças populares sistematicamente encurraladas pela violência e barbárie.

Ou se percebe que o golpe contra Lugo é um golpe contra toda a América Latina, ou breve situações semelhantes em outros países. Por trás de tudo isso, em maior ou menor escala, mas de forma direta os EUA e o que significam no mundo de hoje.

No que o presidente do Irã, Mahamoud Ahmadinejad chama de colonizadores. No ano 2000 o economista César Benjamin, numa palestra na cidade mineira de Juiz de Fora espantou os ouvintes ao dizer que “o século XIX foi o dos grandes impérios colonizadores, o século XX o do fim do colonialismo, o século XXI vai assistir a um novo ciclo de colonização de países periféricos às grandes potências”.

A previsão está se confirmando.
O secretário geral da UNASUL, Ali Rodriguez disse em entrevista a vários jornalistas que “o Paraguai pode estar em meio a golpe de Estado devido à rapidez do julgamento político do presidente do país, Fernando Lugo” e mostrou-se preocupado com um possível “processo de violência. Tudo indica que uma decisão já foi tomada e que pela rapidez com a qual os eventos estão acontecendo, poderíamos estar perante um golpe de Estado”.

Basta que países como o Brasil e a Argentina, por exemplo, asfixiem econômica e politicamente o novo governo para que ele não se sustente. Depende da vontade política de um e outro de manter a democracia no Paraguai, mesmo frágil, de pé. A classe dominante paraguaia nunca deu muita importância a isso, pois sempre consegue espaço para se acomodar e continuar a transformação do país em uma espécie de vagão a reboque principalmente do Brasil. Desde o fim da guerra, em 1870 tem sido assim.

Fernando Lugo foi acusado, entre as farsas várias, de humilhar as forças armadas (existem, ou são esbirros do capitalismo?) e colocar-se ao lado dos trabalhadores sem terra. É o velho e boçal latifúndio que no Paraguai é a força econômica mais poderosa. Os protestos populares acontecem próximo ao Parlamento, mas já com forças policiais prontas para massacrar e impedir qualquer reação. É preciso ir às ruas em toda a América Latina e é fundamental asfixiar essa elite que cheira a esgoto.

Se o governo brasileiro quiser não tem golpe que sobreviva.

O problema é querer.

A preocupação hoje, no entanto, é de “consenso possível” (um fracasso na RIO+20) e as eleições de outubro.

A mídia de mercado – fétida também – no Brasil já desestimula qualquer atitude mais forte do governo. Afirma que Lugo declarou que aceitará o “julgamento político”. É mais uma das muitas e constantes mentiras padrão GLOBAL.

O golpe no Paraguai fere o arremedo de democracia que sub existe no Brasil e em outros países com o consentimento dos “poderes moderadores”.

As elites políticas e econômicas são as mesmas, arcaicas, podres e totalitárias. Quando querem colocam as garras de fora.

Foi o que fizeram com Lugo. O que querem fazer com Chávez. Com Evo Morales e outros tantos.

E no fim de tudo atribuir a culpa ao Irã.


Fonte:

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Multinacionais na mira da Cúpula dos Povos

[Equipe Educom: tanto quanto o anterior o texto adiante revela uma progressiva tomada de consciência pela sociedade civil. De que estamos falando? Quem são, pra valer, os verdadeiros vilões do meio-ambiente? São os mesmos que se apressam em entoar
o cântico que virou moda, seja benvinda a tal "economia verde"!

Essa é a falácia que ora se apresenta fantasiada de futuro sustentável. Na verdade almeja apenas continuar avançando sobre o que ainda resta dos recursos naturais do planeta (águas, florestas, o saber tradicional, a biomassa, etc.) para mantê-los à disposição das mega corporações multinacionais, ávidas por explorá-los de maneira privada e predatória, para benefício dos poucos proprietários e acionistas do velho e conhecido mercado global. No fundo no fundo, o mesmo ancestral discurso - mas com uma nova roupagem -, do ardiloso capitalismo, agora travestido e sedutor, todo encharcado de verde.] (Antonio Fernando Araujo)


20/6/2012 - Envolverde Rio + 20
por Mario Osava, da IPS

Rio de Janeiro, Brasil, 20 junho (IPS) – A Monsanto, a Vale e a indústria de agrotóxicos foram os alvos principais dos cerca de 2.000 manifestantes que ocuparam algumas ruas do centro do Rio de Janeiro, na noite de terça-feira.

A Monsanto mata gente, mata rio/ Agronegócio, a mentira do Brasil” foi um dos gritos do protesto.

O ato, convocado por movimentos sociais participantes da Cúpula dos Povos, teve uma maioria de camponeses e agricultores familiares provenientes de todo o Brasil e do exterior.

A canadense Judith Marshall, sindicalista de Toronto, trouxe denúncias do seu país e de Moçambique, onde morou por oito anos após a independência daquele país africano em 1975, contra os abusos da Vale. O ex-presidente da empresa, Roger Agnelli, chegou a ser conselheiro do governo moçambicano para assuntos internacionais e no Canadá a Vale enfrenta processos judiciais por práticas inseguras que teriam provocado várias mortes, informou.

Agricultor assentado da reforma agrária em Atalaia, no estado de Alagoas, Joelson Melquiades, protestou contra os agrotóxicos com uma mascara de proteção da boca e nariz, como muitos dos manifestantes. Sua roça de macaxeira, feijão, inhame e hortaliças, seguindo as orientações da agroecologia, sofrem a contaminação dos venenos agrícolas. Por isso ele e seus vizinhos condenam a monocultura da cana de açúcar presente nos arredores. Economia verde, em discussão na conferencia oficial da Rio+20 é “pura enganação”, sentenciou.

Shell, Syngenta, Bayer, Bunge, Nestlé, Petrobrás e até mesmo Natura, a indústria de cosméticos que aproveita insumos naturais, e se considera “verde”, foram duramente criticada por “explorar o trabalho feminino, o saber tradicional e bens comuns”, por oradores.

O movimento de oposição à hidrelétrica Belo Monte, no Xingu (PA), esteve presente com sete ativistas e desalojados. A Norte Energia, consórcio que toca a construção, “falou em indenização e reassentamento em 90 dias”, mas nada aconteceu, acusou Elisvaldo Gomes, um agricultor de Assurini, onde a família possui 50 hectares. Agora promete providencias para dentro de dois anos, sem indicar terras nem condições dos novos estabelecimentos rurais.

Sua colega da delegação de Altamira (PA), Ana Laida Barbosa, que trabalha no Conselho Indigenista Missionário (CIMI), se queixa da criminalização” com que Belo Monte reage contra “qualquer manifestação contraria”.

A passeata foi curta. Vindos do Aterro do Flamengo, onde se realiza a Cúpula dos Povos, os manifestantes se organizaram em frente ao Consulado dos Estados Unidos e se concentraram na rua seguinte, a Santa Luzia, no centro da cidade.

* Publicado originalmente no site TerraViva. (IPS)
 
Fonte:

Manifestantes denunciam “captura” da ONU por corporações

21/06/2012 - por Igor Ojeda
original publicado na Carta Maior

Rio de Janeiro - Ativistas de movimentos sociais e ONGs de todo o mundo realizaram nesta quinta-feira (21) um protesto em pleno Rio Centro, onde acontece a Rio+20, para denunciar a “captura do sistema das Nações Unidas pelas corporações”, refletida, segundo eles, no conceito de “economia verde” e na debilidade do Rascunho Zero, declaração do encontro acertada pelas delegações dos países participantes.

Três ativistas deram início ao ato vestidos como executivos e segurando um cartaz que continha o mapa do mundo rodeado por marcas de grandes corporações, como Coca-Cola, Nestlé e Bayer, e a frase Este é o mundo que compramos. Em seguida, juntaram-se a eles outros manifestantes – um pouco mais de 100 –, que começaram a gritar palavras de ordem contra a mercantilização da natureza e a “ilegitimidade” da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, nome oficial da Rio+20.

Após todos se sentarem, teve início o que eles chamaram de “Assembleia dos Povos”, daqueles que, de acordo com os manifestantes, são as verdadeiras vozes do mundo. “Nós, a sociedade civil, rejeitamos esse texto [o Rascunho Zero]. Ele não avança nem um centímetro. É falho em ambição e visão”, disse um dos ativistas.

A Rio+20 diz que a economia verde nos salvará. A economia verde é uma mentira, ela vende a natureza”, afirmou outro.

Para outra manifestante, as verdadeiras soluções para as diversas crises do mundo atual estão vindo da Cúpula dos Povos, que acontece paralelamente ao evento oficial. Grupos feministas, indígenas e representantes da sociedade civil de vários países também discursaram.

Por ter sido realizado em uma área de grande circulação – entre os pavilhões 3 e 5 do Rio Centro –, o protesto chamou bastante atenção. Por duas vezes, a segurança do evento solicitou que fossem para outro espaço; por duas vezes, o pedido foi recusado após votação.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Recursos naturais e dois mundos distintos

[Equipe Educom: optamos por colocar juntos esses dois artigos. Queremos mostrar ao leitor as maneiras distintas com que o mundo do capital das grandes corporações e a sociedade civil de ambientalistas, ecologistas e ativistas sociais se posicionam diante dos recursos naturais. De um lado a proposta de uma chamada "economia verde" que não esconde que tais recursos são um "capital natural ou fundamental", algo intrinsicamente associado a ideia de que são componentes de um patrimônio empresarial pelo qual é preciso zelar, desde que tal zelo não impacte a maximização do lucro, objetivo maior - sempre bom lembrar - de qualquer empreendimento capitalista.

Do contrário é explorá-lo até a exaustão, como fazem com as minas e com tudo o mais onde a escassez é a alavanca que valoriza a mercadoria e torna os ganhos mais robustos. Do outro a convicção de que a água, as florestas, o ar, as terras, a biomassa do planeta, sua biodiversidade enfim, são um direito, um bem comum do ser humano. Tais recursos finitos jamais deveriam ser propriedade de uma minoria que os explora em causa própria, conduz ao colapso ambiental pelo qual passamos e em momento algum contempla a melhor distribuição da riqueza, a eliminação da pobreza, uma equidade social enfim que associada a uma responsabilidade ambiental promova o desenvolvimento sustentável em outras bases, como almejam os opositores das soluções mercadológicas.

Assim o olhar de nossa Equipe se volta, não para o Rio Centro, mas para o Aterro do Flamengo, onde se pode ouvir a voz do bacharel em Ecologia e especialista em Gestão Ambiental Felipe Patela Amaral quando afirma que a força está nos locais de discussão promovidos pela sociedade civil. “É de lá que podem surgir as soluções. É ali que deve estar o foco dos meios de comunicação para que o tema ambiental tome a amplitude e maturidade necessária, ou que pelo menos os afetados pelos processos de exclusão socioambiental sejam ouvidos, colocando em descrédito as soluções de mercado”.]
 
 
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19/6/2012 - Setor financeiro abre as portas para o capital natural
por Fabiana Frayssinet, da IPS - Envolverde Rio + 20
 
Rio de Janeiro, Brasil, 19/6/2012 (TerraViva) – Diretores do setor financeiro de todo o mundo assumiram o compromisso de incorporar o conceito do “capital natural” em seus produtos e serviços, para defender um patrimônio que, segundo interpretam, tem que ter um preço para impedir maior devastação.

A Declaração do Capital Natural foi assinada por 37 máximos representantes de instituições bancárias, de seguros e de investimentos de 13 países, durante o Fórum Corporativo Sustentável, promovido pelas Nações Unidas como uma das atividades paralelas à Rio+20. A declaração sobre o capital natural é promovida pela Fundação Getulio Vargas (FGV), pela Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pela Global Canopy Programme.

O objetivo é entender e fazer entender que “ativos” como a água, o ar, o solo e as florestas são um “capital fundamental”, e como eles afetam os negócios das empresas, explicou à IPS Roberta Simonetti, coordenadora do Programa de Financiamento Sustentável da FGV. Em uma segunda instância as instituições se propõem a implantar uma metodologia para incorporar estes ativos nos produtos e serviços. Depois será preciso estabelecer como refletir o impacto nos informes de risco e, finalmente, como contabilizá-lo, detalhou.

Simonetti recordou que o termo “capital natural” foi “emprestado” do mundo econômico, afirmando que, da mesma forma que um investidor quer preservar seu patrimônio e viver do ganho que este lhe gera, o desafio é não depredar recursos naturais para obter um benefício disso. “O que propomos é construir coletivamente uma metodologia que ainda não foi criada. Contudo, ao aderir à declaração reconheço a importância do capital natural, reconheço que tentarei entender os riscos, como me impactam, como informá-lo e como calculá-lo”, resumiu Simonetti.

Simonetti destacou que há empresas que já avaliam ecologicamente seus negócios, por seu próprio interesse empresarial. “O ideal seria que todos fôssemos altruístas, que reconhecêssemos que estamos usando mais do que devemos, dilapidando o patrimônio do planeta, que aceitássemos que não queremos aumentar a produção”. Porém, existem interesses diversos e isso não é possível, ponderou.

Por outro lado, prevalece o conceito empresarial. A especialista deu o exemplo de uma empresa de bebidas em uma região onde não há disponibilidade hídrica, e por isso não pode continuar seu negócio. A única alternativa para continuá-lo será pensar em como colaborar para manter os mananciais e o patrimônio hídrico, indicou. No entanto, organizações sociais participantes da Cúpula dos Povos criticam este modelo.

Especialistas como Larissa Packer, da organização Terra de Direitos, temem que, ao se atribuir um valor financeiro a um recurso natural, em lugar de cumprir sua função de conservar a natureza, se estimule a depredação porque, segundo essa lógica, quanto mais escasso um bem mais ele vale. Simonetti, por seu lado, considerou “mal-entendido” esse conceito. “Não é vender a natureza. É entender que, como um serviço ecossistêmico, tem um valor e que, por exemplo, se um fazendeiro conservar a floresta, tem que ter uma compensação para sobreviver sem cortá-la”, argumentou a especialista da FGV.

Em entrevista à IPS, Marcelo Cardoso, vice-presidente da Natura, uma multinacional brasileira de cosméticos, pioneira na produção sustentável no país, considera necessário e importante a discussão, mas tem reparos. “Como os recursos naturais são um bem comum, me parece fundamental a valorização dos serviços ambientais e dos ecossistemas. Entretanto, me parece que ainda temos que discutir limites e marcos legais”, alertou. Nesse sentido, Cardoso entende a preocupação das organizações sociais sobre esses ativos.

Existem sistemas como água, como a questão dos resíduos, que se não colocarmos limites claros à utilização, à necessidade de buscar ciclos fechados, à necessidade de sistemas fechados de água, e se só for feita uma avaliação sobre os serviços ambientais e seu uso, terminaremos criando mais devastação e destruição do que o que queremos construir”, ressaltou.

Ricardo Villaveces, da Confederação Cafeeira da Colômbia, que também participou do Fórum, afirmou à IPS que aprova a decisão. “Na medida em que os ativos ambientais tenham valor, tudo o que vamos cuidar vamos conservar mas também vamos nos beneficiar deles, porque parte da questão é que é preciso obter uma renda pelos serviços ambientais”, enfatizou.

Fonte: Envolverde/IPS
http://envolverde.com.br/noticias/setor-financeiro-abre-portas-para-o-capital-natural/?utm_source=CRM&utm_medium=cpc&utm_campaign=19


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19/6/2012 - Economia Verde - Steiner e Cúpula dos Povos se chocam quanto à economia verde
por Fabiana Frayssinet, da IPS


 Rio de Janeiro, Brasil, 18/6/2012 (TerraViva) O diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, acredita que ele a Cúpula dos Povos coincidem quanto ao atual modelo econômico ter causado o colapso ambiental. Porém, o diálogo sobre como substituí-lo se transformou em áspero debate.

O encontro com Steiner foi o mais esperado da Cúpula dos Povos: um alto representante da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, se deslocou para o outro lado da cidade, até a sede da reunião da sociedade civil no Aterro do Flamengo, para discutir com ecologistas e ativistas sociais sobre economia verde.

A economia verde é proposta como uma grande transformação dos modelos de produção e consumo para deter a contaminação e o esgotamento dos recursos naturais. Entretanto, para os movimentos sociais, não é mais do que outra cor para disfarçar o capitalismo.

A Cúpula dos Povos é crítica da economia verde, porque os povos é que sofrem a crise do capitalismo e desse modelo de produção que quanto mais se agrava mais avança sobre nossos direitos”, afirmou de início a brasileira Fátima Mello, uma das organizadoras do encontro.

"Entendemos que a economia verde, que se baseia na mercantilização de bens naturais, está estreitamente ligada a uma economia marrom”, de contaminação e depredação, disse a também brasileira Larissa Packer, da organização Terra de Direitos.

A verdadeira “economia verde não é o dólar verde, como a veem os governantes. É a nossa Amazônia verde”, defendeu o indígena boliviano Edwin Vásquez, que acusou as corporações transnacionais de invadirem e saquearem os recursos naturais.

Por sua vez, o argentino Juan Herrera, da rede internacional Via Camponesa, propôs um modelo de “economia popular, solidária e camponesa” que substitua o atual grande agronegócio, pois este “gerou verdadeiros desertos de soja e milho onde os camponeses já não têm um lugar”.

Diante desses pronunciamentos e críticas, Steiner, um especialista em políticas ambientais, se confessou “surpreso”. “No Pnuma estabelecemos que o modelo econômico atual não é o modelo do futuro. Estamos de acordo com vocês nisso”, afirmou, orientando os participantes a “lerem o documento oficial desta agência das Nações Unidas que aborda as diferentes interpretações sobre economia verde".

Sem seus habituais terno e gravata, Steiner explicou que o “fracasso” de não se ter evitado a degradação natural “tem a ver com o modelo econômico do mundo que trata o planeta como mineração: extrair, extrair e extrair”.

E quase adotou a mesma linguagem que a plateia adversária, ao se declarar crítico da “capacidade do mercado de alcançar o desenvolvimento sustentável”, e especificou: um mercado baseado, como se fosse uma “lei da física”, na livre oferta e demanda.

O atum de barbatana azul vale hoje no mercado US$ 4 mil. Por isto, as empresas poderiam capturar até o último exemplar”, deu como exemplo para justificar que o “mercado não ajuda a administrar o planeta de forma sustentável”.

As diferenças surgiram ao se buscar opções a esse modelo. Entre outras propostas, Steiner propôs atribuir um valor econômico ao ecossistema, para promover “leis que protejam a natureza ou negócios que não sejam destrutivos”.

Também se referiu a novas tecnologias “boas e possíveis”, como as energias limpas e renováveis, que não gerariam desemprego, porque, pelo contrário, “dão mais empregos do que a indústria automobilística”.

Seus argumentos não convenceram o especialista em biodiversidade Pat Mooney. Este canadense citou tecnologias danosas propostas pela economia verde, como a biologia sintética, que modifica micro-organismos, ou o desenvolvimento de variedades transgênicas, que concentrou o controle das sementes em um punhado de multinacionais.

Mooney se disse espantado por uma economia verde que agora busca controlar a biomassa do planeta. Tampouco o embaixador da Bolívia perante a Organização das Nações Unidas (ONU), Pablo Solón, ficou convencido, acusando Steiner de “não ter sido honesto”.

Por trás desse conceito está o assumir que a natureza é um quintal”, enfatizou Solón elevando a voz, e afirmou que “não estamos inventando isso”, que está no rascunho em discussão pelos governos na Rio+20.

Steiner “disse que buscam desacoplar o crescimento com a deterioração ambiental. Não se pode crescer eternamente, o limite é a biodiversidade! O que necessitamos é redistribuir a riqueza!”, polemizou.

Não por ter elevado o tom de voz e o da plateia, tudo o que você disse é correto”, respondeu Steiner. Nessa polarização entre capitalismo e anticapitalismo “o mundo não avançará”, ressaltou ao argumentar o difícil que é conseguir consenso entre todos os Estados-membros da ONU.

Propor uma economia verde sem regulamentar o mercado financeiro causará o contrário da conservação: “uma bolha financeira imprevisível”, apontou Packer ao TerraViva. “Quando há escassez de uma mercadoria, seu valor sobe. Portanto, quanto mais se destruir a natureza, maior será o valor dos ativos naturais”, alertou.

* Publicado originalmente no site TerraViva.

Fonte: IPS/TerraViva
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