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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Nassif: análise dura do STF e da mídia

15/09/2013 - Nassif faz análise dura do STF e da mídia
- Miguel do Rosário - Tijolaço

O blogueiro Luis Nassif [foto] acaba de publicar uma duríssima análise sobre os arbítrios que marcaram a cobertura do julgamento do mensalão.

Nassif observou que Celso de Mello deverá aceitar os embargos infringentes, mas em seguida tenderá a ser o mais severo dos ministros, num julgamento que, de há muito, perdeu o rumo.

Não há jurista ou advogado, estudante ou doutorado sério deste país que não tenha entendido o julgamento como o exercício abusivo do poder discricionário e da militância partidária.

A mídia, naturalmente, é peça fundamental nesse jogo de pressões para um julgamento político e de exceção.

Trata-se da estratégia Rupert Murdoch (o dono da Fox, canal que ficou conhecido nos EUA por um republicanismo reacionário de caráter histérico).

A estratégia demandava insuflar a classe média, ainda seguidora da mídia, com os mesmos recursos que marcaram grandes e tristes momentos da história, como o macarthismo, o nazi-fascismo europeu dos anos 20 e 30, a Klu Klux Klan nos anos 60."

"Essa estratégia exige uma linguagem virulenta, que bata no intestino do público, e pregadores alucinados, que espalhem o ódio."

"Qualquer espécie de juízo – isto é, da capacidade de separar vícios e virtudes – compromete a estratégia, porque ela se funda na dramaturgia, no maniqueísmo mais primário, na personificação do mal, na luta de extermínio.

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Íntegra do artigo de Nassif

Fonte:
http://tijolaco.com.br/index.php/nassif-faz-analise-dura-do-stf-e-da-midia/

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15/09/2013 - Celso de Mello é a última tentativa de legitimar o enforcamento
- Luis Nassif - GGN-O jornal de todos os Brasis

Não se iludam com Celso de Mello.

Suas atitudes mais prováveis serão:

1.     Votar pela aceitação dos embargos de infringência.

2.     No segundo julgamento, ser o mais severo dos julgadores, fortalecido pelo voto anterior.

A aceitação dos embargos será uma vitória de Pirro.

O resultado mais provável da AP 470 será um segundo julgamento rápido, em torno da tipificação  do crime de formação de quadrilha.

Poderá resultar em condenações um pouco menores, mas não o suficiente para livrar os condenados da prisão.

Com isso, se dará um mínimo de legitimidade às condenações.

Celso de Mello é um garantista circunstancial, apenas a última tentativa de legitimar um poder que perdeu o rumo.

A deslegitimação do STF
Para entender melhor o jogo.

No primeiro julgamento, devido à atuação do grupo dos 5 – Gilmar Mendes, Luiz Fux, Ayres Britto, Joaquim Barbosa e o próprio Celso – o STF foi alvo de críticas generalizadas – embora veladas – do meio jurídico.

Não há jurista ou advogado, estudante de direito ou doutor sério deste país que não tenha entendido o julgamento como o exercício abusivo do poder discricionário.

Apenas uma coisa diferencia Celso de Mello de seus pares.  

Este tentou preservar o mínimo apreço pela liturgia do cargo.

Os demais perderam o pudor, exercem a politicagem mais malandra, típica das assembleias político-estudantis  – como adiar o julgamento para permitir pressão da mídia sobre o voto de desempate de Celso – sem nenhuma estratégia de imagem.

Querem exercer o poder plena e abusivamente.

Não pensam na história, nem sequer na legitimação das sentenças, mas no gozo imediato do poder.

Lembram – em muito – os burgueses da revolução industrial, os texanos barões de petróleo invadindo a Europa, pisando no Louvre de botas, agindo 
sem nenhum apreço pela liturgia do cargo.

Mal comparando, Celso é o juiz do leste que ouve todos os réus, trata civilizada, mas severamente, as partes e, cumprindo os rituais, manda todos 
para a forca, com carrasco oficial seguindo o cerimonial.

Os demais se assemelham ao juiz do velho oeste, de barriga de fora, em um saloon improvisado de sala de julgamento, que interrompe o julgamento no meio, para não perder tempo, e manda enforcar os acusados na árvore mesmo.

São tão truculentos e primários que seguem a truculência primária da mídia, não cedendo em nenhum ponto, pretendendo o aniquilamento total, o extermínio, a vitória em todos os quadrantes, mesmo nas questões menos decisivas.

Tivessem um mínimo de esperteza, aceitariam os embargos, atrasariam por algumas semanas o final do julgamento, e profeririam as mesmas sentenças 
duras mas, agora, legitimadas pela aceitação dos embargos.

Mas são muito primários e arrogantes. 

A deslegitimação do padrão Murdoch
Essa é a perna mais fraca da estratégia de Rupert Murdoch e de sua repetição pelo Truste da Mídia (e pelo cinco do STF), quando decidiu conquistar o espaço político para enfrentar os verdadeiros inimigos – redes sociais – que surgiram no mercado.

A estratégia demandava insuflar a classe média, ainda seguidora da mídia, com os mesmos recursos que marcaram grandes e tristes momentos da história, como o macarthismo, o nazi-fascismo europeu dos anos 20 e 30, a Klu Klux Klan nos anos 60.

Essa estratégia exige uma linguagem virulenta, que bata no intestino do público, e pregadores alucinados, que espalhem o ódio

Qualquer espécie de juízo – isto é, da capacidade de separar vícios e virtudes – compromete a estratégia, porque ela se funda na dramaturgia, no maniqueísmo mais primário, na personificação do mal, na luta de extermínio, no pavor de qualquer mudança no status quo.


Não há espaço para nenhuma forma de grandeza, respeito ao adversário caído, pequenas pausas de dignidade que permitissem dar um mínimo de 
conforto aos seguidores de melhor nível.

Por isso mesmo, nenhuma personalidade de peso ousou aderir a esse novo mercado que se abria.

E ele passou a ser ocupado pelos aventureiros catárticos, despejando impropérios, arrotando poder, mostrando os músculos, ameaçando com o fogo do inferno, todos vergando o mesmo figurino de um Joseph McCarthy e outros personagens que foram jogados no lixo da história.

Guardadas as devidas proporções, foi essa divisão que se viu no Supremo.

A recuperação dos rituais
O universo jurídico ainda é o mais conservador do país, o mais refratário às mudanças políticas e sociais, aos novos atores que surgem na cena pública. Certamente apoiaria maciçamente a condenação dos réus.

Mas o que viam no julgamento?

Do lado dos acusadores, Ministros sem nenhum apreço pela Justiça e pelos rituais, exercitando a agressividade mais tosca (Gilmar), o autoritarismo e deslumbramento mais provinciano (Joaquim), a malandragem mais ostensiva (Fux), a mediocridade fulgurante (Ayres Britto) a hipocrisia sem retoques (Marco Aurélio) [foto].

Do lado contrário, a dignidade de Ricardo Lewandowski, um seguidor das tradições das Arcadas, percorrendo o roteiro que todo juiz admira, mas poucos se arriscam a trilhar: o julgador solitário, enfrentando o mundo, se for o caso, em defesa de suas convicções.

Aí se deu o nó.

Por mais que desejassem a condenação dos “mensaleiros”, para a maior parte dos operadores de direito houve enorme desconforto de se ver na companhia de um Joaquim, um Gilmar, um Ayres Brito e do lado oposto de Lewandowski.

Pelo menos no meio jurídico paulista, ocorreu o que não se imaginava: assim como os petistas são “outsiders” do universo político, os quatro do Supremo tornaram-se “outsiders” do universo jurídico.

E Lewandowski, achincalhado nas ruas, virou – com justiça – alvo da admiração jurídica. 

Além de ser um autêntico filho das Arcadas.

É aí que surge Celso de Mello para devolver a solenidade, remontar os cacos da dignidade perdida da corte, promover a degola dos condenados mas sem atropelar os rituais.

Ele não é melhor que seus companheiros.

Apenas sabe usar adequadamente os talheres, no grande festim que levará os condenados à forca.

Fonte:
http://jornalggn.com.br/noticia/celso-de-mello-e-a-ultima-tentativa-de-legitimar-o-enforcamento

terça-feira, 7 de maio de 2013

A extraordinária competência da Globo - Parte 2

03/05/2013 - A Internet e o fim do pensamento único
- Luis Nassif na Coluna Econômica do seu blog Online

A principal mudança trazida pela Internet no modo de produção jornalística é a interatividade – ou seja, a possibilidade do leitor-comentarista participar da construção do conhecimento.

Ontem [02/05/2013] escrevi um texto sobre a competência do Globo. No Blog, o leitor Jorge Vieira colocou comentário inteligente, completando o raciocínio.

Diz ele que faltou à Globo visão estratégica e de futuro para consolidar uma relação permanente com seu público.

São dois os pontos de crítica:
“Um monopólio de fato nessa área, perseguindo permanentemente o poder político, produz, no médio e no longo prazo, um gigante de pés de barro, cercado de ameaças por todos os lados”.

A segunda, decorrente da primeira, se prende ao fato de não diversificar os pontos de vista sobre os principais temas.

“De repente, por exemplo, ocorre um crime cometido por um menor de 18 anos que choca a todos e, aí, você vê por vários dias notícias veiculadas de crimes cometidos por menores de idade até a onda passar."

"Você percebe que vem uma ordem da direção: a hora é de demonizar os menores infratores”.

“A economia, como se sabe, é área da ação humana em que não se pode atingir todos os indicadores de desempenho positivos ao mesmo tempo."

"Há sempre a possibilidade de ocorrer o sacrifício de alguns para favorecer outros ou vice-versa."

"E neste jogo, eles estão sempre com a possibilidade de responsabilizar os governos pelo mau desempenho dos indicadores sacrificados”.

***

No fundo, a crítica central de Vieira é a contraposição entre a diversidade de opiniões, pela Internet, e a homogeneização da opinião pela Globo.

O que se passa por lá, no entanto, é problema comum aos grandes grupos de comunicação, quando se viram confrontados com a realidade da Internet.

***

As redes sociais, o acesso amplo e irrestrito a um mundo de opiniões diversificadas, está produzindo um novo cidadão-leitor, o cidadão conectado.

Ele não se conforma mais com o prato feito.

Tome-se a questão dos menores.
Pela Internet é possível colher opiniões contrárias à redução da maioridade penal e opiniões a favor;

- opiniões que acham que a imputação penal não refreará os ímpetos do jovem criminoso;

- e os que julgam que bastam leis severas para reduzir a criminalidade.

Independentemente do mérito de cada um, o leitor conectado terá à sua disposição condimentos dos mais variados para poder montar o SEU prato, a SUA opinião.

***

Ao mesmo tempo que estimula o gregarismo, a Internet abre espaço inédito para as manifestações individualizadas – de pessoas ou grupos restritos de opinião.

Nenhum partido político, nenhum veículo de mídia conseguirá administrar essa realidade com a visão antiga, de condutores de povos.

É uma nova realidade que exigirá, cada vez mais, o exercício permanente da negociação, dos pactos, da mediação.

Não comporta mais o poder absoluto, nem do Estado nem dos grandes grupos midiáticos, nem dos partidos políticos, nem das religiões.

Quem permanecer na velha moldura se arriscará a vestir um paletó de madeira menor do que o figurino.

Como conservar o poder, abrindo mão do direcionamento da informação?

Essa é a esfinge que devorará o grupo de comunicação que não conseguir decifrá-la.

Fonte:
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-internet-e-o-fim-do-pensamento-unico

Não deixe de ler:
- A extraordinária competência da Globo - Parte 1 - Luis Nassif

Nota:
A inserção das imagens, quase todas capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, pois inexistem no texto original.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

A extraordinária competência da Globo - Parte 1

02.05.2013 - A extraordinária competência da Globo
- Luis Nassif - Carta Capital

O que faz das Organizações Globo o maior grupo de mídia nacional?

Massa crítica acumulada durante décadas de pragmatismo, sem dúvida. Mas também uma visão estratégica imensamente superior à dos demais grupos de comunicação.

Quando homogeneíza-se o produto leva vantagem quem dispõe de maior poder de distribuição.

Nos anos 80, o grande salto da Folha de S. Paulo foi ter se tornado o contraponto à Globo.

A visão empresarial – jamais ideológica – de Otávio Frias percebeu o novo público que se formava, adepto das eleições diretas, adversário da burocracia, simpático aos novos costumes sociais, e apostou no novo.

Com essa estratégia, a Folha tirou uma geração de leitores do Estadão e se tornou o maior jornal brasileiro.

***

Hoje em dia, as comunicações globais estão submetidas ao mais violento processo de mudanças da história.

De um lado, enfrentam o avanço inexorável das grandes redes sociais – Facebook e Google – avançando sobre os classificados e a publicidade nacional. De outro, o aparecimento de novos produtos midiáticos online.

Havia duas estratégias de sobrevivência a serem seguidas pelos grupos midiáticos nacionais.

Uma delas, seria o da diferenciação em relação ao líder – a Globo. A segunda, seria a de seguir o líder.

Os três grupos nacionais – Folha, Estadão e Abril – optaram por seguir o líder.

Quando homogeneíza-se o produto leva vantagem quem dispõe de maior poder de distribuição. No caso, as Organizações Globo.

***

O pacto midiático teve como modelo Rupert Murdoch e sua Fox News.

Murdoch entendeu o avanço inexorável das redes sociais e resolveu levar a batalha para o campo político, ainda sob domínio dos grandes grupos de mídia.

Valeu-se, para tanto, de ferramentas tão antigas quanto o jornalismo: a exploração do medo supersticioso do “inimigo externo”, um enredo em que se cobre os adversários políticos com a mesma vestimenta que a dramaturgia utiliza para personagens ancestrais, como o vampiro, o lobisomem, as forças do mal.

O pacto matou a competição e, sem ela, nenhum veículo pode se aproveitar da enorme massa de leitores que se sentiram órfãos de mídia.

***

Os grandes grupos aliados tinham dois adversários pela frente: as grandes redes sociais e as emissoras de televisão, em decadência, mas ainda assim abocanhando a maior parte do bolo publicitário.

Mas a frente escolheu como adversários ora dois velhinhos em final de vida (Fidel e Raul Castro), ora o presidente de uma nação irrelevante (Hugo Chávez, da Venezuela).

E, no campo da mídia, blogs independentes e mídia regional, com acesso a fatias ínfimas do bolo publicitário federal.

***

Um dia os livros de marketing irão narrar a jogada mais esperta de um meio de comunicação em muitas décadas, levando todos os concorrentes no bico.

As enormes pressões feitas sobre a Secretaria de Comunicação (Secom) da presidência da República, para que não ampliasse os canais de mídia, tiveram como resultado a estratificação de todo o mercado publicitário.

Mesmo com a queda de audiência das TVs e com o avanço exponencial do uso da Internet, as verbas mantiveram-se pesadamente concentradas no meio televisão, especialmente na TV Globo – que hoje em dia controla 60% das verbas publicitárias do país.

Agora, a realidade econômica se impõe.
Jornais e revistas pulam, então, para a piscina da Internet.

Mas ela está semi-vazia, porque, devido à sua própria pressão, a publicidade tradicional não rumou para a Internet – como em todas as demais economias desenvolvidas do planeta.

Em três ou quatro anos, a queda de audiência das emissoras de tevê irá se refletir nas verbas publicitárias. Mas os demais grupos midiáticos serão irrelevantes.

Continuarão guerreando contra os velhinhos de Cuba, enquanto a Globo já terá completado a transição.

Fonte:
http://www.cartacapital.com.br/economia/a-extraordinaria-competencia-da-globo/?autor=589

Leia amanhã:
- A extraordinária competência da Globo - Parte 2 - A Internet e o fim do pensamento único - do mesmo Luis Nassif (uma espécie de continuação deste)

Nota:
A inserção das imagens, quase todas capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, pois inexistem no texto original.

sábado, 23 de março de 2013

Ministro, agora entendemos porque fatiar

22/03/2013 - Cristiana Castro - em sua página no facebook

MANOBRA OUSADA PARA OCULTAR A VERDADE

Num momento em que a integridade dos vídeos do Julgamento da AP 470, está ameaçada, seria de bom tom que os ministros preocupados com suas reputações e, portanto, interessados em sumir com os vídeos, garantissem, por outro lado, a permanência, no Youtube, dos vídeos que, ao contrário de conter aberrações proferidas por V. Excias, guardam passagens sensacionais, da luta em defesa do Estado de Direito e, sobretudo, a senha para o entendimento, definitivo, do que estava ocorrendo nesse julgamento.

Obviamente, refiro-me ao vídeo em que o Ministro Ricardo Lewandowski, apresenta ao Brasil a Fábula do Elefante e os cegos.

A partir dali, estavam esclarecidos não só os fundamentos do “fatiamento” como também e, principalmente, a explicação para a dificuldade das defesas, tanto técnicas quanto políticas.

Não só cada magistrado estava focado em alguma parte ou partes, como cada réu vinha pendurado numa delas; como consequência, cada defesa agarrada a seu próprio réu (fatia) e militantes e simpatizantes fazendo o mesmo.

Todos os grupos interessados em entregar alguma parte para salvar o todo, desde que a parte a ser sacrificada não fosse a sua.

Um grupo oferecia patas para salvar a tromba, outro o rabo para salvar as patas, sem, contudo, perceberem que, ao fim e ao cabo, independente do resultado para um réu específico, o elefante restaria morto ou mutilado, o que parecia pouco importante, uma vez que, até aqui, sequer se vislumbrava o elefante.

A partir desse voto e ,só aí, as defesas nas redes sociais, saíram em conjunto na busca do que seria o “corpo” do elefante, ou seja, a parte que unia os retalhos dispersados nas fatias e que mantinham a unidade do bicho.

Na busca pelo tronco que unia os membros (rabo, tromba e patas), chega-se ao corpo e aí, a surpresa: a própria AP é o corpo do elefante;

- é dentro dos autos que ocorre a tentativa de ocultação do que deveria ser o elo entre as partes;

- não por acaso, o tronco encontrava-se diluído na parte onde o entendimento da maioria de nós fica prejudicado, ou seja, aspectos financeiros;

- apesar das defesas já haver descartado o corpo como parte integrante daquele bicho, o próprio Tribunal, valendo-se do desconhecimento do público acerca do assunto, assume o lugar do corpo, forjando a entrada de dinheiro público no esquema e daí para frente, não havendo mais caminho de volta, forjar-se-iam, todas as demais situações.

Nesse ponto, é importante ressaltar o excelente trabalho do jornalista Raimundo Pereira (foto) e parabenizar todos os grupos, militantes e simpatizantes das redes sociais que tiveram a coragem de largar os membros a que vinham agarrados há quase oito anos para partir na missão em busca do todo, bem como jornalistas e blogueiros sem os quais, chegar até aqui teria sido impossível.

O Blog que mais se aprofundou na discussão acerca da existência de dinheiro público na AP 470, foi o do jornalista Luis Nassif.

Talvez, por ser um especialista, nessa área, tenha tido a visão clareada, antes da maioria de nós e, portanto, mais dificuldades para ser enganado.

O fato é que os debates ali foram intensos e abriram a possibilidade para uma discussão mais bem elaborada e fundamentada, ganhar a rede.

Com o aprofundamento dos debates e a publicação dos documentos da defesa que constam dos autos, pelo Blog Megacidadania, o corpo do elefante, foi enfim, ganhando contornos nítidos.

E, hoje, o que temos é, um elefante com bico no lugar da tromba, asas no lugar das patas e nadadeiras no lugar do rabo.

Para injetar dinheiro público no esquema, o MPF [Ministério Público Federal], transformou uma multinacional americana em empresa pública.

O dinheiro que essa multinacional investiu em publicidade, foi transformado em dinheiro para compra de votos da base aliada para aprovação de projetos do Governo;

- os empréstimos que o PT [Partido dos Trabalhadores] fez para saldar dívidas de campanha tiveram que ser decretados fraudulentos para que o dinheiro da multinacional assumisse o seu lugar, como dinheiro público (???) na compra de votos (???), para que, afinal, ficasse caracterizado o tal de Mensalão.

Ou seja, criaram um monstro para depois construir um processo, desenvolver teorias, encomendar jurisprudência e doutrina para pode dar-lhe sustentação, apesar de farta documentação nos autos, atestando, a não ocorrência de quaisquer dessas situações, como constatamos, depois, nos blogs que divulgaram os documentos.

O esquartejamento do elefante, explica, então, o não desmembramento do processo e a necessidade de sua manutenção em instância única.

Quaisquer dos réus, sem foro privilegiado, em instâncias inferiores, estaria, automaticamente, absolvido; porque o monstro só funciona como um todo.

É como um carro alegórico cuja movimentação depende do manobrista em seu interior e da equipe de apoio que o empurra pela Avenida.

O PGR, o Relator e demais ministros do STF, são os responsáveis pelo movimento da alegoria.

Além disso, como toda alegoria, ela só faz sentido dentro do enredo e nesse sentido, a mídia fez o seu papel.

De qualquer forma, essa alegoria parada, isolada, fora da Avenida, não faz qualquer sentido e é essa a razão para que nenhum operador do Direito esteja entendendo nada do que está acontecendo.

O tal do mensalão é uma rainha de bateria arrastando um funeral.

Apesar das defesas terem provado que não houve compra de votos, que os empréstimos foram legais, que não houve dinheiro público e que não havia quadrilha nenhuma, um elefante com bico, asas e nadadeiras segue, tranquilamente, seu curso pelas principais avenidas do país causando muito pouco espanto.

Os réus do núcleo político dessa AP, não por acaso, são REPRESENTANTES da sociedade brasileira e, mais uma vez, estão ali, representando NOSSOS direitos e garantias.

Portanto, o que estamos defendendo NÃO SÃO os direitos dos réus mas os NOSSOS próprios direitos.

Não estamos fazendo favor aos réus e sim eles estão nos prestando um enorme favor, que é o de fazer com que possamos ter a exata noção de nossa fragilidade democrática e a dimensão de onde as forças conservadoras do país podem chegar na guerra pela manutenção de seus privilégios.

A cada Ato ou debate sobre esse julgamento, ouvimos dos réus do núcleo político a mesma coisa; não confrontar, não fulanizar, não agredir, fazer o bom combate porque a disputa é política e a luta por justiça será árdua e se dará a médio e longo prazo...

O contraste entre a serenidade dos réus e a sanha condenatória e agressividade dos magistrados é desconcertante.

Mas, sim, concordo com os companheiros que a luta por Justiça é longa e árdua mas, no caso específico, estamos pedindo justiça a quem?

Quem fará justiça aos réus e a nós se o monstro que nos assombra foi criado nos laboratórios do MPF e STF?

Recorrer a Cortes Internacionais? Mas então é isso mesmo?

Vivemos num país onde os direitos do cidadão só estão garantidos por força de Pactos Internacionais?

Gostaria de lembrar aos demais réus remanescentes dessa AP, que essa luta também deveria ser deles.

O resultado do empenho dos militantes e simpatizantes, se positivo, beneficiará a todos.

Estou falando de banqueiros e publicitários, ou seja, dinheiro e marketing (o objeto dessa AP, financiamento de campanhas políticas), se chegamos até aqui sozinhos, poderíamos já ter encerrado esse assunto, caso os demais interessados tivessem feito a sua parte como os militantes e simpatizantes vem fazendo a sua.

Por certo que, conhecendo nossa Justiça, sabemos que aguardam o apagar das luzes para saírem de fininho e sem alarde midiático em torno disso.

Afinal, são apenas figurantes nessa AP.

De qualquer forma, por uma questão de caráter, poderiam ajudar. Muito mais do que qualquer um de nós, eles sabem onde essa farsa começa e onde ela pode terminar.

Ao STF, uma sugestão para auxiliar no problema com os vídeos dos julgamentos.

Daqui para frente, coloquem as togas nas cabeças, alterem a rotação do áudio para 16, 45 ou 78 e projetem, apenas as sombras na tela.

Assim, será impossível identificar quem está falando e evitaremos o trabalho de salvar vídeos não editados pela rede.

Fonte:
https://www.facebook.com/cristiana.castro.967/posts/522697577782048

Nota:
A inserção de algumas imagens adicionais, capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, elas inexistem no texto original.