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sábado, 11 de dezembro de 2010

Como o Estadão fabricou o escândalo

Mais uma do "Estadão", jornal paulistano que entrou para a história pela porta dos fundos por virar referência, em seus primórdios, como veículo para anúncios de leilões de escravos e, em 2010, declarou voto em José Serra na eleição presidencial. Agora o diário dos Mesquita, mesmo sabendo que recebeu um "documento" falsificado, joga na lama o nome de um ministro. Por que tanto interesse do Partido da Imprensa Golpista (PIG) nas emendas parlamentares em projetos da Cultura? (R.B., Equipe do EDUCOM)

Do Luis Nassif On Line

A sucursal de Brasília consegue um documento, uma declaração supostamente assinada pelo Chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, avalizando o trabalho do INBRASIL, o tal instituto através do qual o relator do orçamento desviava recursos.

Procurou o Ministro. Na hora, constatou-se que o documento era falsificado. Havia inúmeras evidências, acessíveis a qualquer redação com um mínimo de análise técnica, conforme material que recebi agora à noite:

1. No brasão do documento, o telefone da Secretaria estava errado, assim como o email.

2. O padrão gráfico é diferente do papel timbrado da SRI.

3. O número do RG do Ministro é falso.

4. Sua denominação - "Ministro de Estado chefe da SRI" - incorreta.

5. O CNPJ da empresa avalizada é falso. Bastava colocar em um programinha simples para constatar que era inválido.


6. Havia mais. A assinatura do Ministro era scaneada, conforme se conferia a olho nu. Bastava clicar na assinatura para aparecer o contorno da imagem.


7. Bastava ir às propriedades do documento para saber que foi escrito em Br-Office, um editor de texto. Documentos legais são scaneados diretamente do papel. Documentos PDF a partir de um editor de texto é sinal evidente de manipulação. Qualquer adolescente medianamente informado sabe disso.


Tinha-se, enfim, uma reportagem sobre um documento falsificado envolvendo um Ministro de Estado. O repórter foi informado, até escreveu um boxe sobre isso. Essa informação não fo sonegada da direção de redação do jornal.

E tinha-se a principal suspeita - a ex-assessora que afirmava ter obtido a carta do Ministro.

A direção de redação - provavelmente Marcelo Beraba, um dos criadores da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), que se supunha o último centro de reportagem correta da mídia - decidiu ignorar todos os sinais de falsificação e imputar o documento ao Ministro Padilha. Leia o post completo

Mais uma vez parabéns à blogosfera.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Maria Rita Kehl: "Fui demitida por um 'delito' de opinião"

Veja como funcionam conceitos como "liberdade de expressão" e "liberdade de imprensa" para O Estado de S. Paulo, jornal paulistano que recomendou voto no candidato presidencial José Serra e passou a reta final do primeiro turno se declarando paladino dessas liberdades. Após escrever este artigo para o "Estadão", a psicanalista Maria Rita Kehl (foto) foi demitida pelos Mesquita. A reportagem é de Bob Fernandes, do Terra Magazine.

Por Bob Fernandes
A psicanalista Maria Rita Kehl foi demitida pelo Jornal O Estado de S. Paulo depois de ter escrito, no último sábado (2), artigo sobre a "desqualificação" dos votos dos pobres. O texto, intitulado "Dois pesos...", gerou grande repercussão na internet e mídias sociais nos últimos dias.

Nesta quinta-feira (7), ela falou a Terra Magazine sobre as consequências do seu artigo:
- Fui demitida pelo jornal o Estado de S. Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião (...) Como é que um jornal que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?

Leia abaixo a entrevista.

Terra Magazine - Maria Rita, você escreveu um artigo no jornal O Estado de S.Paulo que levou a uma grande polêmica, em especial na internet, nas mídias sociais nos últimos dias. Em resumo, sobre a desqualificação dos votos dos pobres. Ao que se diz, o artigo teria provocado conseqüências para você...
Maria Rita Kehl - E provocou, sim...

- Quais?
- Fui demitida pelo jornal O Estado de S.Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião.

- Quando?
- Fui comunicada ontem (quarta-feira, 6).

- E por qual motivo?
- O argumento é que eles estavam examinando o comportamento, as reações ao que escrevi e escrevia, e que, por causa da repercussão (na internet), a situação se tornou intolerável, insustentável, não me lembro bem que expressão usaram.

- Você chegou a argumentar algo?
- Eu disse que a repercussão mostrava, revelava que, se tinha quem não gostasse do que escrevo, tinha também quem goste. Se tem leitores que são desfavoráveis, tem leitores que são a favor, o que é bom, saudável...

- Que sentimento fica para você?
- É tudo tão absurdo... A imprensa que reclama, que alega ter o governo intenções de censura, de autoritarismo...

- Você concorda com essa tese?
- Não, acho que o presidente Lula e seus ministros cometem um erro estratégico quando criticam, quando se queixam da imprensa, da mídia, um erro porque isso, nesse ambiente eleitoral pode soar autoritário, mas eu não conheço nenhuma medida, nenhuma ação concreta, nunca ouvi falar de nenhuma ação concreta para cercear a imprensa. Não me refiro a debates, frases soltas, falo em ação concreta, concretizada. Não conheço nenhuma, e, por outro lado...

- ...Por outro lado...?
- Por outro lado a imprensa que tem seus interesses econômicos, partidários, demite alguém, demite a mim, pelo que considera um "delito" de opinião. Acho absurdo, não concordo, que o dono do Maranhão (senador José Sarney) consiga impor a medida que impôs ao jornal O Estado de S.Paulo, mas como pode esse mesmo jornal demitir alguém apenas porque expôs uma opinião? Como é que um jornal que está, que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?

- Você imagina que isso tenha algo a ver com as eleições?
- Acho que sim. Isso se agravou com a eleição, pois, pelo que eles me alegaram agora, já havia descontentamento com minhas análises, minhas opiniões políticas.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Confecom: o Estadão mente. Veja o que aconteceu na discussão do regimento dos GT


Para encerrar o assunto crise (e solução) regimental dos grupos de trabalho e impedirmos a manipulação de veículos como O Estado de S. Paulo em cima do pequeno impasse, leia o que postou em seu blog o jornalista Renato Rovai, autor da proposta de regimento aprovada por consenso entre movimentos sociais, poder público e empresários:

Acordo garante uma Confecom mais ampla
(originalmente publicado terça, 15, no Blog do Rovai, às 17h52)

A partir de uma proposta construída por representantes de todos os segmentos conseguiu-se criar um critério de votação nos GT que acabou com a tal da sensibilidade. Ela possibilitava que um segmento impossibilitasse a proposta de outro ir à votação na plenária. A proposta aprovada garantiu que em todos os GTs as propostas que tiverem mais de 80% dos votos serão automaticamente aprovadas e nem irão à plenária final. Além disso, 10 propostas que tiverem mais de 30% dos votos no grupo e até 79% serão escolhidas a partir do seguinte critério: 4 para o segmento empresarial, 4 para a sociedade civil e 2 para o governo. Essas propostas serão debatidas e votadas por todos na plenária final.

Essa construção política melhorou o clima que estava imperando na sociedade civil de amplo descontentamento com o acordo que previa temas sensíveis no GT.

Neste momento acontecem os GT. Estou no de número 7. O clima é de construção de consensos.

Nota do Blog EDUCOM: Globo.com, Estadão e outros veículos de oligopólios da mídia estão tentando atrapalhar as votações e os consensos na I Confecom, à qual, por sinal, faltaram. Publicam notícias falsas, distorcem fatos para insinuar divisões entre segmentos aliados, discriminam movimentos sociais (chamando, por exemplo, as rádios comunitárias de "piratas") e cometem "erros", como resumir a bancada da sociedade civil não-empresarial a "sindicatos e ONGs" (sabemos que coletivos como o Intervozes e a Abraço não podem ser enquadrados nessas classificações). Esses setores querem evitar que a Conferência dê resultados práticos e que fique tudo como está: mídia dominada por monopólios, servindo a interesses apenas do poder econômico e sem respeito à diversidade e pluralidade da democracia brasileira. (Rodrigo Brandão, Equipe do Blog EDUCOM)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Grupo de Sarney invade Sindicato em lançamento de livro



publicado no Blog do Rovai em 5 de novembro de 2009
Ontem à noite o jornalista Palmério Dória lançou em São Luis, Maranhão, o livro Honoráveis Bandidos, onde trata da história da oligarquia Sarney. O evento acontecia na sede do Sindicato dos Bancários, no centro da cidade, quando um grupo ligado à família do senador invadiu o auditório e atacou os presentes segundo depoimento do deputado federal Domingos Dutra (PT-MA) que estava no local. Segue a entrevista de Dutra, que chama Sarney de quadrilheiro.

RENATO ROVAI - O que aconteceu ontem, deputado?
DOMINGOS DUTRA - Estávamos reunidos para o lançamento do livro do Palmério Dória quando de 15 a 20 pessoas invadiram o recinto e começaram a lançar ovos, pedras, cadeiras. Virou um tumulto muito grande. Esse livro está exposto em livrarias de todas as capitais do país, mas no Maranhão você não encontra em nenhuma. Além disso, para divulgar o evento a gente contratou uma empresa que coloca outdoors nas ruas da cidade. Mas a 48 horas do evento eles devolveram o dinheiro dizendo que tinham sido ameaçados e que não tinham como fazer o trabalho.

RR - Vocês identificaram os agressores?
DUTRA - É uma garotada secundarista. No Maranhão, os Sarney tem tradição de fazer isso. Eles pegam uns grupos de jovens para fazer esses tumultos. Uma delas deixou a bolsa cair, chama-se Ana Paula, e nós já entregamos os documentos dela na polícia.

RR - Alguém ficou ferido, deputado?
DUTRA - Da nossa parte, quatro pessoas.

RR - Quantas pessoas haviam no lançamento?
DUTRA - Umas 300 pessoas ou mais. O auditório estava lotado. Sai de lá às 23h30 e ainda tinha muita gente na fila para o autógrafo. Agora o que precisa ser dito é que o que o Sarney está fazendo no Maranhão é terrorismo. Recentemente foi cassado um juiz de direito. Há 15 dias cassaram o prefeito de Barreirinhas, do PT, capital dos Lençóis, onde a Petrobras está prospectando petróleo e gás. No lugar foi colocado o sobrinho do Sarney. Além disso, o Sarney conseguiu censurar até o Estadão e está tentando fechar o Jornal Pequeno, mas não imaginávamos que eles teriam coragem de fazer algo como isso, até porque a sede do Sindicato dos Bancários fica no centro da cidade.

RR - Mas o PT é aliado do Sarney no plano nacional?
DUTRA - Lamento o equívoco do presidente Lula e de parte do PT que dá sustentação a esse quadrilheiro. O presidente Lula deve sofrer chantagem todos os dias do Renan e do Sarney. Este pessoal vota a favor do governo, mas mediante pagamentos. Eles tem a Funasa, o Correio, três ministérios e cargos nos estados. No Maranhão, nós do PT só temos a delegacia de agricultura familiar e os escritórios da pesca e da terra legal. No resto, ele manda em tudo. Respeito as opções do presidente Lula, mas eu nem morto estarei com o Sarney. O governo Lula é bom no social, no econômico, mas no político é um retrocesso. Eles juram amor eterno ao Lula aqui em Brasília e nos estados querem matar o PT.
Saiba mais sobre o livro que provocou a ira da família Sarney