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domingo, 16 de junho de 2013

Aos que ainda sabem sonhar

09/06/2013
Jovens vão às ruas e nos mostram que desaprendemos a sonhar
- Enviado por luisnassif - Por Andre Borges Lopes, no Advivo

O fundamental não é lutar pelo direito de fumar maconha em paz na sala da sua casa.

O fundamental não é o direito de andar vestida como uma vadia sem ser agredida por machos boçais que acham que têm esse direito porque você está "disponível".

O fundamental não é garantir a opção de um aborto assistido para as mulheres que foram vítimas de estupro ou que correm risco de vida.

O fundamental não é impedir que a internação compulsória de usuários de drogas se transforme em ferramenta de uma política de higienismo social e eliminação estética do que enfeia a cidade.

O fundamental não é lutar contra a venda da pena de morte e da redução da maioridade penal como soluções finais para a violência.

O fundamental não é esculachar os torturadores impunes da ditadura.

O fundamental não é garantir aos indígenas remanescentes o direito à demarcação das suas reservas de terras.

O fundamental não é o aumento de 20 centavos num transporte público que fica a cada dia mais lotado e precário.

O fundamental é que estamos vivendo uma brutal ofensiva do pensamento conservador, que coloca em risco muitas décadas de conquistas civilizatórias da sociedade brasileira.

O fundamental é que sob o manto protetor do "crescimento com redução das desigualdades" fermenta um modelo social que reproduz – agora em escala socialmente ampliada – o que há de pior na sociedade de consumo, individualista ao extremo, competitiva, ostentatória e sem nenhum espaço para a solidariedade.

O fundamental é que a modesta redução da nossa brutal desigualdade social ainda não veio acompanhada por uma esperada redução da violência e da 
criminalidade, muito pelo contrário. E não há projeto nacional de combate à violência que fuja do discurso meramente repressivo ou da elegia à truculência policial.

O fundamental é que a democratização do acesso ao ensino básico e à universidade por vezes deixam de ser um instrumento de iluminação e arejamento dos indivíduos e da própria sociedade, e são reduzidos a uma promessa de escada para a ascensão social via títulos e diplomas, ao som de sertanejo universitário.

O fundamental é que os políticos e grandes partidos antigamente ditos "libertários" e "de esquerda" hoje abriram mão de disputar ideologicamente os corações e mentes dos jovens e dos novos "incluídos sociais" e se contentam em garantir a fidelidade dos seus votos nas urnas, a cada dois anos.

O fundamental é que os políticos e grandes partidos antigamente ditos "sociais-democratas" já não tem nada a oferecer à juventude além de um neo-udenismo moralista que flerta desavergonhadamente com o autoritarismo e o fascismo mais desbragados.

O fundamental é que a promessa da militância verde e ecológica vai aos poucos rendendo-se aos balcões de negócio da velha política partidária ou ao marketing politicamente correto das grandes corporações.

O fundamental é que os sindicatos, movimentos populares e organizações estudantis estão entregues a um processo de burocratização, aparelhamento e defesa de interesses paroquiais que os torna refratários a uma participação dinâmica, entusiasmada e libertária.

O fundamental é que temos em São Paulo um governo estadual que é francamente conservador e repressivo, ao lado de um governo federal que é supostamente "progressista de coalizão".

Mas entre a causa da liberação da maconha e defesa da internação compulsória, ambos escolhem a internação.

Entre as prostitutas e a hipocrisia, ambos ficam com a hipocrisia.

Entre os índios e os agronegócio, ambos aliam-se aos ruralistas. 

Entre a velha imprensa embolorada e a efervescência libertária da Internet, ambos namoram com a velha mídia.

Entre o estado laico e os votos da bancada evangélica, ambos contemporizam com o Malafaia.

Entre Jean Willys e Feliciano, ambos ficam em cima do muro, calculando quem pode lhes render mais votos.

O fundamental é que o temor covarde em expor à luz os crimes e julgar os aqueles agentes de estado que torturaram e mataram durante da ditadura acabou conferindo legitimidade a auto-anistia imposta pelos militares, muitos dos quais hoje se orgulham publicamente dos seus crimes bárbaros – o que nos leva a crer que voltarão a cometê-los se lhes for dada nova oportunidade.

O fundamental é que vivemos numa sociedade que (para usar dois termos anacrônicos) vai ficando cada vez mais bunda-mole e careta.

Assustadoramente careta na política, nos costumes e nas liberdades individuais se comparada com os sonhos libertários dos anos 1960, ou mesmo com as esperanças democráticas dos anos 1980.

Vivemos uma grande ofensiva do coxismo: conservador nas ideias, conformado no dia-a-dia, revoltadinho no trânsito engarrafado e no teclado do Facebook.

O fundamental é que nenhum grupo político no poder ou fora dele tem hoje qualquer nível mínimo de interlocução com uma parte enorme da molecada – seja nas universidades ou nas periferias – que não se conforma com a falta de perspectivas minimamente interessantes dentro dessa sociedade cada vez mais bundona, careta e medíocre.

Os mesmos indignados que se esgoelam no mundo virtual clamando que a juventude e os estudantes "se levantem" contra o governo e a inação da sociedade, são os primeiros a pedir que a tropa de choque baixe a borracha nos "vagabundos" quando eles fecham a 23 de Maio e atrapalham o deslocamento dos seus SUVs rumo à happy-hour nos Jardins.

Acuados, os políticos "de esquerda" se horrorizam com as cenas de sacos de lixo pegando fogo no meio da rua e se apressam a condenar na TV os atos de "vandalismo", pois morrem de medo que essas fogueiras causem pavor em uma classe média cada vez mais conservadora e isso possa lhes custar preciosos votos na próxima eleição.

Enquanto isso a molecada, no seu saudável inconformismo, vai para as ruas defender – FUNDAMENTALMENTE – o seu direito de sonhar com um mundo diferente.

Um mundo onde o ensino, os trens e os ônibus sejam de qualidade e gratuitos para quem deles precisa.

Onde os cidadãos tenham autonomia de decidir sobre o que devem e o que não devem fumar ou beber.

Onde os índios possam nos mostrar que existem outros modos de vida possíveis nesse planeta, fora da lógica do agribusiness e das safras recordes. 

Onde crenças e religião sejam assunto de foro íntimo, e não políticas de Estado. 

Onde cada um possa decidir livremente com quem prefere trepar, casar e compartilhar (ou não) a criação dos filhos.

Onde o conceito de Democracia não se resuma à obrigação de digitar meia dúzia de números nas urnas eletrônicas a cada dois anos.

Sempre vai haver quem prefira como modelo de estudante exemplar aquele sujeito valoroso que trabalha na firma das 8 da manhã às 6 da tarde, pega sem reclamar o metrô lotado, encara mais quatro horas de aulas meia-boca numa sala cheia de alunos sonolentos em busca de um canudo de papel, volta para casa dos pais tarde da noite para jantar, dormir e sonhar com um cargo de gerente e um apartamento com varanda gourmet.

Não é meu caso. Não tenho nem sombra de dúvida de que prefiro esses inconformados que atrapalham o trânsito e jogam pedra na polícia.

Ainda que eles nos pareçam filhinhos-de-papai, ingênuos em seus sonhos, utópicos em suas propostas, politicamente manobráveis em suas reivindicações, irresponsavelmente seduzidos pelos provocadores de sempre.

Desde a Antiguidade, esses jovens ingênuos e irresponsáveis são o sal da terra, a luz do sol que impede que a humanidade apodreça no bolor da mediocridade, na inércia do conformismo, na falta de sentido do consumismo ostentatório, nas milenares pilantragens travestidas de iluminação espiritual.

Esses moleques que tomam as ruas e dão a cara para bater incomodam porque quebram vidros, depredam ônibus e paralisam o trânsito.

Mas incomodam muito mais porque nos obrigam a olhar para dentro das nossas próprias vidas e, nessa hora, descobrimos que desaprendemos a sonhar.

Fonte:
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/jovens-vao-as-ruas-e-nos-mostram-que-desaprendemos-a-sonhar

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A última mensagem de Kadafi

 

Nós os Pedimos para Formar uma Frente Mundial!



Uma Mensagem de Muamar Kadafi:

"Povos do mundo!

O inimigo está fugindo.
Eles estão com medo de um movimento de resistência que eles não podem ver nem prever.
Nós agora escolhemos quando, onde e como atacar. E como os nossos ancestrais acenderam a primeira chama de civilização, nós agora redefiniremos a palavra “conquista”.
Hoje nós escrevemos um novo capítulo nas artes da guerra urbana.
Nós não pedimos armas ou soldados, pois já temos muitos.
Nós os pedimos para formar uma frente mundial contra a guerra e a OTAN. Uma frente que seja governada por sábios. Uma frente que traria reforma e ordem e, também, novas instituições que substituiríam o que agora está corrompido.
Povos do mundo!
Estas palavras vêm à vocês por aqueles que lutam para sobreviver aos criminosos bombardeios massivos da OTAN.
Nossos apuros não têm cobertura da mídia corporativa Ocidental.
Nós somos pessoas simples que colocam princípios acima do medo.
Nós temos sofrido crimes e sanções, assassinatos em massa e saques, os que consideramos as verdadeiras armas de destruição em massa.
Temos sofrido semanas e meses de agonia e desespero, enquanto a maldita ONU negociava com as nossas receitas de petróleo em nome de “proteger os civis”.
Mais de 60.000 inocentes morreram enquanto aguardavam por uma luz no fim de um túnel que não tem fim, para salvar nosso país da colonização e o roubo dos nossos recursos.
Depois dos crimes das administrações da França e da Grã-Bretanha na Líbia, Nós escolhemos o nosso futuro. É o futuro de toda luta de resistência na história da humanidade.
É o nosso dever, assim como o nosso direito, lutar contra as forças colonizadoras e condenar suas nações, moral e economicamente pelo que seus governos eleitos roubaram e destruíram na nossa terra.
Nós não cruzamos oceanos e mares para ocupar a Grã-Bretanha ou a França. Nem somos responsáveis pela crise econômica européia, a qual eles tentam diminuir através do roubo da nossa riqueza soberana.
Esses criminosos têm tentado esconder seus verdadeiros planos para controle e monopólio dos recursos energéticos do mundo, em face da ameaça de um poder expansível na China e uma África forte e unida.
É ironico que os líbios devam suportar todo o peso deste conflito imenso e cada vez mais profundo em nome do resto do mundo, que está dormindo!
Nós não pedimos armas ou soldados, pois já temos muitos.
Nós os pedimos para formar uma frente mundial contra a guerra e a OTAN. Uma frente que seja governada por sábios. Uma frente que traria reforma e ordem e, também, novas instituições que substituiríam o que agora está corrompido.
Parem de fazer negócio com a França, os EUA, Inglaterra, Qatar e os Emirados Árabes Unidos. Reduza ou pare o consumo dos produtos e da propaganda deles. Coloque um fim neles antes que eles destruam o mundo inteiro.
Eduquem aqueles que estejam em dúvida sobre a verdadeira natureza deste conflito.
Não acredite nas mentiras da mídia corporativa deles.
As baixas nas suas forças especiais em solo e nas suas marionetes líbias são muito maiores do que eles admitem. Nós desejávamos apenas mais câmeras para mostrar ao mundo a sua verdadeira derrota. O inimigo está em fuga. Eles estão com medo de uma resistência que eles não podem ver nem prever.
Agora nós escolhemos quando, onde e como atacar. E como nossos ancestrais acenderam a primeira chama de civilização, nós agora redefiniremos a palavra “conquista”.
Hoje nós escrevemos um novo capítulo nas artes da guerra urbana.
Saiba que ajudando o povo Líbio, vocês estão se ajudando, pois o amanhã pode trazer a mesma destruição para vocês. Este conflito não é uma guerra localizada.
Ajudar o povo Líbio não significa fazer novos acordos com França, EUA, Inglaterra, Qatar e Emirados Árabes Unidos.

Isole-os.
O mundo também não pode se manter refém do controle deles sobre a ONU para cobrir seus crimes e roubos.
Nós faremos uma armadilha para eles aqui na Líbia, para drenar seus recursos, homens e vontade de lutar.
Nós os faremos gastar tudo o que eles roubaram, senão mais.
Nós iremos interromper e depois deter o fluxo do nosso petróleo pilhado, tornando assim, obsoletas as suas estratégias.
O quanto antes um movimento revolucionário nascer, mas rápida será a queda deles.
Aos soldados da OTAN nós dizemos: “Voltem para suas casas, famílias e entes queridos. Esta guerra não é sua. Vocês não estão lutando por uma causa verdadeira na Líbia”.
E para Sarkozy e Cameron nós dizemos: “mandem tudo, como nós nunca esperamos. Vocês possuem outro desafio antes do seu fim?” "

Muamar Kadafi

Nota do Blog: Várias agências de notícias confimaram a morte de Muamar Kadafi, hoje. Há  indícios de que sua morte foi em decorrência de ações da OTAN, o quê causaria fortes protestos não só  do povo líbio, mas também da  comunidade internacional. Por isso, CNT reivindica a morte de Kadafi.
No site pro-Kadafi há desmentidos de sua morte. (ZF)