sexta-feira, 27 de maio de 2011

Por que o pessoal se surpreende com o Congresso?



por Leonardo Sakamoto*

Recebi uma cascata de mensagens pedindo para comentar a aprovação do novo Código Florestal, nesta terça, por acachapante votação na Câmara dos Deputados. Isso sem contar as emendas que, na prática, anistiam quem desmatou além da conta.
1408 300x239 Por que o pessoal se surpreende com o Congresso?Mas, caros leitores, vocês querem que eu fale o quê? Que a Câmara dos Deputados rifou o futuro das próximas gerações? Tá bom: a Câmara dos Deputados rifou o futuro das próximas gerações. Que a Câmara dos Deputados novamente se dobrou a interesses bizarros? Claro! Por que não? Vamos chover todos no molhado só para desopilar o fígado. Mas cadê a novidade? Ou alguém achou realmente que a maioria daquele pessoal gente boa se preocupa com as consequências dos seus atos para a qualidade de vida da coletividade? Há! Faz me rir. Não é de hoje que colocam o cumprimento de compromissos de campanha e os interesses individuais e econômicos à frente. Porque em última instância é disso o que estamos falando, pois meio ambiente é uma discussão sobre qualidade de vida e não sobre a preservação do bragre-cego-de-barba-albina-e-topete-escarlate.
Garantir uma legislação ambiental decente significa evitar os deslizamentos de terra que soterram centenas de pessoas nas chuvas, os assassinatos de trabalhadores rurais e sindicalistas (que ousaram ir contra o modelo de desenvolvimento vigente), a expulsão de indígenas de suas terras para dar lugar a pastos e carvoarias, a ignomínima do trabalho escravo – cujas histórias forjam meus pesadelos há muitos anos. Tudo isso está interligado. Se quiser saber a relação, pesquisa aí na ferramenta de busca do blog. Mas, não, preferimos contribuir com o ajuste do termostato do planeta para a posição “gratinar os idiotas lentamente”.
Sobre Aldo Rebelo, eu não comento mais. Quando alguém discorda dele, é porque está desinformado, foi vendido para os gringos, é um ambientalista perverso, torce para o Corinthians. Como Aldo já me chamou de vaca holandesa, então eu gostaria de ruminar meus parabéns a uma das mais importantes lideranças ruralistas deste país por ter conseguido o que queria. Se o Senado ou o Planalto não corrigirem o curso desse desastre, acreditem, a História não será leve com ele.
Mas, com todo o respeito: os culpados, de verdade, são todos vocês que estão lendo este texto agora, cujo deputado ou deputada votou a favor daquele texto construído sem a devida participação da sociedade (fui em uma das “audiências públicas” do projeto…lamentável). Acompanhei o que meu representante fez e participou dos debates ao longo de meses e votou contra. E o seu? Aliás, você se lembra em quem votou ou digitou os números só para ajudar o Miltinho, primo da Maria Rita, vizinha da sua cunhada – que é gente boa e te deu um picolé quando criança e agora está trabalhando para um candidato? Sim, a responsabilidade é sua também que botou aquela galera lá. Agora aguenta.
Ah, e quando desgraça começar a rolar, não vai pedir ajuda a Deus. Ele já está suficientemente envergonhado por ter uma bancada evangélica que fala em seu nome e – mais forte que um governo que rifa direitos para segurar seu ministro – luta pelo direito à homofobia, impedindo que nossas crianças aprendam e exerçam a tolerância nas escolas.
* Publicado originalmente no Blog do Sakamoto.
(Blog do Sakamoto)

Caco Barcellos, Maurício de Souza e Audálio Dantas relembram início no jornalismo


O "Encontro entre Jornalistas Escritores", promovido pelo Congresso Mega Brasil de Comunicação 2011, reuniu, na noite de quarta-feira (25/5), Caco Barcellos, Maurício de Sousa e Audálio Dantas. Com muitas histórias no currículo, os profissionais deixaram suas publicações em segundo plano e relembraram matérias marcantes e as dificuldades encaradas no começo da carreira.



"Gosto da rua, vivenciar o que acontece (...) No Abusado, o morro me deu a história".
Assistente de trovador e taxistaCaco Barcellos, da TV Globo, começou sua participação contando a infância pobre que passou em Porto Alegre. Ao comentar que veio de uma família humilde e que seus pais eram semi-analfabetos, o comandante do Profissão Repórter disse que acompanhava as trovas, cânticos com as observações do cotidiano, de seus familiares e que talvez daí tenha surgido sua percepção jornalística. "Era assistente de trovador, ajudava meu avô. Ele fazia os relatos da semana, sempre com bom-humor, mas minha visão era diferente".

Depois da infância na vida de trovador, Caco começou a trabalhar, mas nem imaginava ser jornalista. Seu emprego era de taxista, circulando pela região da capital gaúcha. Em nenhum momento a profissão foi desmerecida, pois era o que tinha que ser feito. "Como minha família era pobre tive que trabalhar com táxi", explicou.
Jornal com hippiesA carreira do autor de Rota 66 e Abusado começou a se encaminhar para a redação quando a direção da faculdade na qual cursava matemática - isso mesmo, Caco Barcellos chegou a cursar matemática - decidiu criar um jornal e precisava de estudantes para produzir o conteúdo. "Fui escolhido para fazer o jornal, até porque só eu tinha me inscrito", lembrou, aos risos.

Porém, Caco percebeu que não teria como tocar o jornal sozinho e começou a divulgar que precisava de assistentes para o auxiliar no trabalho à frente do veículo. Os anúncios não trouxeram muitos candidatos para a equipe, a não ser um grupo de hippies que demonstrou interesse. "Conversamos, eles estavam a fim e no outro dia já estava morando na casa deles e eles me ajudando a fazer o jornal".
Obama: o assassino de personagensCom o jornal da faculdade, Caco nunca mais deixou a carreira de jornalista de lado, chegando a ser correspondente internacional da Rede Globo em Londres, no Reino Unido. Entretanto, os prêmios recebidos e o reconhecimento do público não tiram a decepção atual do repórter, que é saber que nunca mais terá a oportunidade de entrevistar Osama Bin Laden.

A morte do terrorista, e consequentemente do personagem para uma conversa com Caco, foi lamentada e o presidente dos Estados Unidos não foi esquecido. "O Obama é um assassino de personagem. Queria fazer algum livro sobre a vida do Osama", lamentou.

"Tenho guardado em casa o esboço do personagem repórter policial, mas nunca irei publicar".
Desenho negadoCom o desejo de trabalhar com desenhos desde a adolescência, o criador da Turma da Mônica, Maurício de Sousa, contou que quase desistiu de seu sonho depois que levou seu primeiro sonoro "não". O episódio aconteceu quando, aos 17 anos, o quadrinista levou alguns de seus desenhos para o diretor de arte, na época, da Folha de S. Paulo, para avaliar seu trabalho.

"Quando ele disse que desenho não me traria dinheiro e que era para eu desistir levei um choque. Minha mãe, meu pai, todo mundo falava que eu desenhava bem, fiquei muito triste na hora", contou Maurício, sem informar o nome do diretor que boicotou a obra do patrono dos gibis da Turma da Mônica.
Repórter policialApesar de abalado por não ter seus desenhos aprovados, Maurício voltou naquela noite para sua casa empregado. Ao sair da conversa com o diretor de arte da Folha, ele mostrou o que tinha produzido para alguns dos repórteres do diário paulista e recebeu uma dica: entrar para a equipe do jornal, ocupando a vaga de copy-desk para depois cravar seu espaço nas ilustrações.

Maurício aceitou o desafio, mas não por muito tempo. Ficou apenas 15 dias na função e passou a ter outro cargo no jornal, repórter policial. Com a novidade, ele criou 'personagem' e comprou capa e chapéu para encarar o dia a dia das delegacias da cidade. "Cheguei na redação fantasiado", brincou.
Quadrinhos, textos, gibis e livrosSempre acompanhado de sua capa e chapéu, Maurício permanceu durante cinco anos como repórter policial da Folha de S. Paulo, quando, no mesmo jornal, pôde fazer o que sempre quis, trabalhar com desenhos. Com suas criações aprovadas pela chefia de redação do veículo, ele recordou a primeira vez que teve uma ilustração publicada. "Foi a primeira histórinha do Bidu".

Depois de mais de 40 anos da sua primeira tira publicada em um jornal, Maurício não guarda mágoas da pessoa que lhe deu o "não" e explicou que a passagem pela redação da Folha o ajudou na construção de textos para as histórias em quadrinhos. "Eu seria apenas um desenhista e não um escritor. A passagem pelo jornal serviu para aprender a escrever em poucas palavras, no tamanho que coubesse nos balões", declarou Maurício de Sousa, primeiro quadrinista a entrar para a Academia Paulista de Letras ao ser 'empossado', na semana passada.

"Para ser um bom jornalista e bom escritor tem que, primeiramente, ser um bom leitor".
A escritora da favelaUma reportagem a respeito das anotações feitas por Catarina Maria de Jesus, uma catadora de lixo que morava em uma favela próxima ao estádio do Canindé, em São Paulo, foi uma das matérias inesquecíveis feitas por Audálio. Na época da materia, ele trabalhava na Folha de S. Paulo e se surpreendeu com os textos. "Era uma semi-analfabeta, mas com uma capacidade imensa de observação".

"Foi a melhor reportagem que já fiz", contou Audálio, que lembrou que a matéria na qual entrevistou Carolina não estava programada em sua pauta, que tinha uma definição agendada: expor a situação de uma pequena favela que tinha surgido próxima ao centro da capital paulista, comunidade na qual morava a fonte do texto produzido.

A reportagem...o livroAlém de ser publicada no jornal, a reportagem que Audálio considera a melhor de sua vida serviu como o foco principal para a produção de Quarto de Despejo, livro escrito por Carolina, organizado por Audálio e traduzido em diversos idiomas. A obra, publicada em 1960, foi comercializada em cerca de trinta países e por quase 20 anos figurou entre as 100 publicações mais vendidas nos Estados Unidos

Fonte: Comunique-se

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Um olhar sobre o Seminário do FNDC, no Rio de Janeiro

Um olhar sobre o encontro do FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação) no Rio de Janeiro, sobre o Marco Regulatório: propostas para uma comunicação democrática - 20-21 maio/2011

Antonio Fernando Araujo


O Brasil precisa estar pronto para “pôr sua própria casa em ordem” no que diz respeito a direitos humanos, se quiser ter assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, recomendou o indiano Salil Shetty, secretário-geral da Anistia Internacional, em 27 de abril passado, numa entrevista concedida ao Portal iG. Mais adiante assegurou: "O Brasil é um dos poucos países globalmente que reduziram a desigualdade – em muitos, a pobreza caiu, mas não a desigualdade, como no Brasil". Em que esse "dever de casa" poderia servir de exemplo aos demais aspectos da atuação brasileira, tanto no que diz respeito ao cenário interno quanto naquilo que aponta para o panorama internacional? O Oriente Médio e os países do norte da África mostraram isso de uma maneira clássica. As pessoas que estão protestando agora estão porque não têm emprego e porque não tem voz. Na semana seguinte ao ataque à escola de Realengo, o Rio de Janeiro sediou a maior feira latinoamericana de armas, a LAAD.

Se aos olhos do mundo podemos estar passando a impressão de que nos descuidamos de alguns outros aspectos do cotidiano nacional, no plano da democratização da comunicação no Brasil queremos agora "iniciar uma proposta de marco regulatório e organizar um grande movimento nacional com o objetivo de pressionar o Governo Federal para que apresente sua proposta para o setor", dizia o texto de convocação do Fórum, de tal forma que fique evidente que estamos aptos a definir uma avançada plataforma política para uma luta que visa, primordialmente, estabelecer um marco regulatório das comunicações com as feições típicas de uma legislação democrática, moderna e quem sabe, futurista até.

Ainda que em todos os quatro Grupos de Trabalhos (GT) em que se dividiram os participantes do Fórum, o nível técnico dos debates tenha alcançado o topo da sofisticação e isso tenha sido visto como uma virtude, houve quem, ao final, subisse à tribuna para fazer exortações. Uma delas, para rogar que ao término do evento, se incluísse entre as recomendações, a de não se levar a cabo qualquer ideia - ainda que de um mero plebiscito -, que implicasse, pelo menos por enquanto, numa convocação em que a "mãinha" de cada um de nós seja chamada a se pronunciar a respeito de qualquer um dos temas debatidos. - "Vamos levar uma surra!", sem dúvida, um mal presságio. Temeu-se, e não sem boa dose de razão, que todas as poucas conquistas voltadas para a democratização da comunicação no Brasil, a respeito da qual tanto já se discutiu, isso há alguns pares de anos, escorreriam facilmente pelo ralo, diante da singela constatação de que, provavelmente, as santas mãezinhas da maioria dos participantes do Fórum encontrariam sérias dificuldades para entender o porquê do governo tanto querer democratizar e tornar público o controle da comunicação no país quando todas elas estão "carecas de saber" que, na verdade, o que ele pretende mesmo é "censurar a imprensa livre".

Portanto, se por um lado a constatação de que a terrível desigualdade de conhecimentos técnicos entre os próprios participantes dos GT's, em última instância, ajudou a reproduzir no microcosmo do seminário a mastodôntica realidade do pouco saber político presente no macrocosmo brasileiro, tal verificação ainda serviu para que, ao menos no aspecto essencialmente técnico, as conclusões e recomendações do encontro não repetissem e muito menos divergissem em profundidade daquilo que foi prescrito em 2009 quando no governo Lula, Franklin Martins realizou a Iª CONFECOM (Conferência Nacional de Comunicação). Com sabedoria, cuidava-se assim de evitar desperdícios de tempo e esforços na ingrata tarefa de "reinvenção da roda". E isso parece ter sido levado em conta, bem assimilado no instante de formular o documento final do seminário, pois ficou lá escrito que a sociedade já contribuíra significativamente para essas discussões e que "as mais de 600 propostas ali aprovadas representam demandas de um conjunto significativo de cidadãos e cidadãs e entidades da sociedade civil, do poder público e do setor empresarial, e devem ser utilizadas como referência neste debate."

Resgatou-se dessa forma um elenco de preocupações objetivas já esboçadas anteriormente e agora aqui, novamente reproduzidas por gente da área da Comunicação vinda de todo o país, do Pará ao Rio Grande do Sul, passando por Brasília, Bahia, Paraná, Ceará, São Paulo e Minas quando abordaram o fato de que no longo processo de universalização da Banda Larga, não apenas o valor do serviço ou o preço de uma tarifa a ser paga pelo usuário deva constituir-se no único fator a ser levado em conta no instante de pensar na disseminação do acesso. Acresça-se a ele também os custos de todas as demais aquisições (micro, laptop, scanner, etc) e contratações (treinamento, manutenção, etc) e cuja experiência pioneira engatinhou na Comunidade Santa Marta, em Botafogo, Rio de Janeiro - contando inclusive com a intervenção de "lan-houses" locais, esses "Jardins da Infância" da blogosfera não reconhecidos pelo MEC -, e que demonstrou não serem nada desprezíveis. E se a universalização da Banda Larga que se pretende é um estupendo desafio atado à ideia inadiável da democratização da comunicação no Brasil como um todo - imprensa escrita inclusive - e não apenas dos veículos associados à radiodifusão, esses valores todos se somam ao fato de que, ainda assim, não interessa às concessionárias ou a quem quer que seja do Mercado levá-la até às populações ribeirinhas dos rios amazônicos e tampouco ao vasto universo periférico de uma metrópole qualquer, onde um jovem de escassos recursos ou uma escola modesta ver-se-iam de mão presas, sem saber como pleitear ou exigir uma "razoável" velocidade de transmissão, o fornecimento de um serviço contínuo e, principalmente, o provimento de um conjunto de recursos técnicos e operacionais que caracterizam a prestação desse serviço como algo de boa qualidade, ainda que já tivessem transposto a fase inicial de aquisição dos equipamentos.

Não fosse pela noção geral de que em todos os aspectos da comunicação no Brasil os imensuráveis interesses da poderosa mídia oligopolizada se fazem presentes no jogo, os debates estariam encerrados aqui. Sabemos, entretanto que a grande família GAFE da imprensa (Globo, Abril, Folha e Estadão) tem consciência de que o que eles concebem, os interesses patrimoniais e políticos que defendem, a censura que estabelecem em toda matéria onde se denunciam suas posturas antidemocráticas encontra em seus veículos a possibilidade ampla de repercussão, especialmente junto à classe média. Assim, consagram a ideia de que qualquer opinião contrária a de seus editoriais deve reverberar na sociedade como algo que ofende a liberdade de imprensa, se possível, impregnada dos hálitos da censura e dos controles arbitrários como nos tempos rançosos da ditadura.

E é exatamente isso que "mãinha" precisará entender. Pelo menos enquanto estiver claro para nós que ainda somos minoria, frágeis diante do poder midiático e financeiro da família GAFE. Embora possamos contar com a força disseminatória e de mobilização dos blogues e das redes sociais que bem ou mal estão dando alguma voz à "primavera árabe", não temos entretanto e no que diz respeito à democratização da comunicação, um discurso comum e de assimilação fácil pelo grande público que não seja um episódio de ilusionismo, mas ao contrário, algo que possa ser transformado numa bandeira de luta capaz de contaminar a multidão e levá-la a se contrapor aos discursos sombrios e ameaçadores daquela mídia hegemônica que teme perder seus privilégios, privilégios esses que, embora remanescentes aqui, já estão há muito extintos no restante do mundo civilizado. Mas é neste ponto que queremos chegar.

Bem antes de "mãinha" perceber o quão importante é o Estado regular os grandes portais, estabelecer a neutralidade da rede, definir que papel a Telebrás vai desempenhar, papel esse fruto do regime no qual o serviço da Banda Larga será prestado, fazer renascer o Conselho de Comunicação Social e, sujeito a outros, por sua vez criados nos âmbitos Federal, Estadual e Municipal, "linkados" entre si e em diálogo com a realidade, uma Agência ou qualquer outro nome que se queira dar a um órgão regulador que não contenha o odor do neoliberalismo que criou as demais e sobretudo incorporar a Comunicação no grande marco regulatório que a Constituição de 88 concebeu para a Educação, para a Justiça e os Direitos Humanos, para a Ciência e Tecnologia e para a Cultura e que desde então procuram em conjunto, nortear com princípios democráticos as relações entre o Estado, o Mercado e a Sociedade, ela terá "que votar com a gente" carregando em si a plena convicção de que a Banda Larga no Brasil discrimina, é cara, lenta e para poucos e que esta geração está fadada a fazer o "dever de casa", sem poder se dar ao luxo de dispensar a contribuição dela porque o que se quer é que sejam estabelecidas as "regras que afirmem a liberdade de expressão e o direito à comunicação de toda a população, buscando garantir a pluralidade e a diversidade informativa e cultural", como consta da Carta final e ela tem que saber disso na ponta da língua, que não se trata de um sonho disparatado e muito menos de censura de qualquer espécie.

Assim e quase sem perceber ela estará ajudando a "pôr sua própria casa em ordem", vendo-a emergir desse caos social onde, em meio a complexidade tecnológica e a diversidade de conteúdos, está mergulhada a comunicação no Brasil e, conosco, estará concorrendo para que o avanço da democracia na esfera e na blogosfera, leve o país a se exibir ao mundo, não mais nessa posição desconfortável que o gráfico de jun/2009, do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) mostra, mas, ao contrário, com o perfil de uma nação que ostenta um otimismo desafiante para encarar o futuro, que coleciona um histórico de muitos anos de lutas bem sucedidas, como as descreveu um dos palestrantes no primeiro dia, e por mérito próprio, a fazer jus a uma posição de destaque, resultado de mais uma redução de desigualdades, de um "dever de casa" enfim, bem cumprido. Penso que foi isto que quisemos dizer quando, com a convicção de um apóstolo, aprovamos a Carta final na qual se pode lê: "este debate não pode ser feito sem o pleno envolvimento da sociedade brasileira, representada em toda a sua diversidade. De sua parte, as entidades participantes deste seminário se colocam a tarefa de organizar suas propostas em um documento que sintetize e aprofunde as referências da Iª Conferência Nacional de Comunicação, a fim de compartilhar esse acúmulo com o conjunto da população." 

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Dilma irrita-se com Codigo Florestal e promete veto



por Redação Reuters
1359 200x300 Dilma irrita se com Código Florestal e promete vetoA presidente Dilma Rousseff ficou irritada com a aprovação do Código Florestal na Câmara dos Deputados após um racha da base governista e garantiu a um governista que participou das negociações que vetará os trechos do texto que considera equivocados, caso a base não consiga promover mudanças no Senado.
De acordo com o governista, que pediu para não ter o nome revelado, Dilma afirmou antes da votação que esperava a derrota do governo, mas se disse confiante de que a base governista conseguirá fazer as mudanças na votação no Senado.
Segundo o governista, o Planalto vê com bons olhos o nome do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) como relator da matéria no Senado.
Na votação de terça-feira, o governo concordou com o texto do relator Aldo Rebelo (PC do B-SP) com algumas ressalvas, mas foi contrário a uma emenda proposta pelo PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, que, entre outros pontos, tira do governo federal a exclusividade de regulamentar o uso de áreas de preservação permanente.
Na avaliação do governo, a emenda peemedebista anistia desmatadores e, durante a sessão em que ela foi aprovada, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), chegou a falar em nome de Dilma e afirmou que a presidente considerava a emenda “uma vergonha para o Brasil”.
Votação
Após semanas de embate, negociações e troca de acusações, a Câmara aprovou ontem o texto da reforma do Código Florestal com alterações que significaram uma derrota para o governo.
Uma emenda aprovada por 273 votos a 182 rachou a base do governo levando os principais partidos governistas, PT e PMDB, para lados opostos.  O texto da emenda consolida a manutenção de atividades agrícolas nas APPs, autoriza os Estados a participarem da regularização ambiental e deixa claro a anistia para os desmates ocorridos até junho de 2008.
Mais cedo, a Câmara aprovou com 410 votos a favor e 63 contra o texto base do Código Florestal redigido por Aldo Rebelo.  Entre outros pontos, o Código define a isenção da reserva legal para as propriedade de quatro módulos (20 a 400 hectares, dependendo do Estado), ponto que o governo é contra.  A emenda e o texto de Aldo foram considerados um retrocesso pelos ambientalistas que se revezaram na tribuna para fazer críticas à proposta.
O Código Florestal determina como deve ser a preservação de rios, florestas e encostas, combinada com a produção de alimentos e a criação de gado.  Desde 1965, quando foi criado, o Código Florestal passou por várias modificações.  Há 12 anos o Congresso tenta discutir um novo texto.
Em outubro de 2009, Aldo assumiu a relatoria.  Apresentou um documento que foi alvo de críticas de ambientalistas e ruralistas.  Ao longo do trabalho, o deputado foi acusado de defender os interesses do agronegócio e promover a anistia de desmatadores.
Questionado sobre seu texto final, Aldo disse que era “o possível”, negando o alinhamento com os ruralistas e pedindo que a proposta seguisse para o Senado.
“Como relator, não aguento mais amarrar e desamarrar esse feixe de lenha e carregá-lo por mais tempo.  É o momento de votarmos e deixarmos que o Senado realize seu trabalho”, disse.
Na campanha eleitoral, Dilma se comprometeu a não autorizar projetos que estabelecessem a redução de reserva legal e das APPs.
Mesmo prevendo que perderia a votação, o governo liberou a análise da proposta para destravar a pauta da Câmara que tem 11 medidas provisórias, sendo que a maioria perde a validade na próxima semana.  O PMDB, principal aliado, já tinha se comprometido a não votar mais nada se o Código não fosse analisado.
Nos últimos dias, o governo chegou a fazer concessões.  O ministro Antonio Palocci (Casa Civil) fez uma série de reuniões para tentar ajustar o relatório de Aldo, mas não encontrou previsão regimental para a última aposta que tratava das APPs.
Como a discussão da matéria foi interrompida há duas semanas, nenhuma nova emenda poderia ser apresentada.  O Planalto chegou a ampliar a proposta feita na véspera para tentar conseguir o apoio da base aliada.
Uma última cartada seria flexibilizar as APPs de matas ciliares (de rio) não só para propriedades de quatro módulos, que ficaram em 20%, mas também estabelecer um escalonamento para as APPs em terras de até dez módulos.  “O governo chegou com uma proposta muito boa, mas tarde demais”, disse o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
O governo também resistia à isenção da reserva legal para os quatro módulos.  Queria que o texto de Aldo trouxesse apenas previsão para agricultura familiar, mas o relator insistiu em incluir pequenos proprietários.  Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a medida deixará 15 milhões de hectares, o equivalente ao território do Acre, sem reflorestamento.

* Publicado originalmente pela Agência Reuters e retirado do site Amazôni.org.br.
(Amazônia.org.br) republicado pelo portal Envolverde

No Brasil, trabalhador sempre considerado culpado por acidente de trabalho


Segundo especialistas, as verdadeiras causas não são identificadas porque falta um sistema eficaz de monitoramento de acidentes.
 
AGÊNCIA NOTISA – De que adoecem e morrem os trabalhadores brasileiros? Para o doutor em saúde pública, Ildeberto Muniz de Almeida, no artigo, “Acidentes de trabalho e a repolitização da agenda da saúde do trabalhador”, essa é uma pergunta antiga, mas que permanece atual.
 
Publicado este ano no livro “Saúde do trabalhador na sociedade brasileira contemporânea”, pela editora Fiocruz, o artigo do especialista não aborda as doenças relacionadas ao trabalho, focando apenas nos acidentes. Segundo ele, o problema dessa falta de conhecimento está na precariedade dos sistemas de informação disponíveis atualmente.
 
Em outro artigo, “Quantos acidentes de trabalho ocorrem no Brasil? Proposta de integração de registros administrativos”, publicado no mesmo livro, Bernadette Waldvogel, também doutora em saúde pública, mostra que responder essa questão não é uma tarefa fácil porque as fontes de dados existentes fornecem cifras distintas que revelam panoramas parciais e, muitas vezes, desencontrados.
 
“Com a racionalização do uso dos sistemas existentes e o aprimoramento de sua cobertura e qualidade, talvez não sejam necessários novos sistemas de informação. Poder-se-ia aproveitar um conjunto de variáveis relevantes em cada um deles, para compor um sistema de monitoramento capaz de suprir as informações necessárias para o acompanhamento preciso e o estudo aprofundado da questão acidentária no Brasil”, acredita.
 
Contudo, com base em estudos epidemiológicos, Ildeberto diz que, nos grandes centros urbanos, os acidentes que acontecem dentro das empresas são decorrentes predominantemente de quedas em altura, choques elétricos, soterramentos e máquinas.
 
Para ele, é fácil ver que a persistência desses eventos (dos acidentes) não é problema de natureza técnica, ligada à inexistência ou desconhecimento das proteções indicadas. “O desafio apresentado à área de saúde do trabalhador para enfrentar esses problemas é político e dificilmente será superado enquanto a correlação de forças atuais não for alterada”, diz.
 
Enquanto isso não ocorre, Ildeberto diz que esse enfrentamento pode ser auxiliado por mudanças na formação das equipes encarregadas das análises desses acidentes, de modo a estimulá-las a não interromper seus trabalhos sem explorar as razões associadas a não utilização das proteções.
 
Em seu artigo, o professor ainda critica o fato da culpa dos acidentes de trabalho sempre recair sobre a parte mais fraca, o próprio trabalhador.  E acrescenta que a mídia incentiva esse pensamento.
 
“Como regra geral, o que se evidencia é o reforço da cultura de atribuição de culpa, da ocultação das origens estruturais, latentes ou incubadas desses acidentes, substituídas na imprensa, cotidianamente, por avaliações superficiais de responsabilidade civis individualizadas, traduzidas pelas palavras ‘negligência’, ‘imperícia’, ‘imprudência’. Isso alimenta e reforça a visão de que a segurança depende exclusivamente da atenção e do cuidado de cada um”, conclui o professor no artigo.

Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

Deputados que votaram contra a natureza, a vida

Guardem esses nomes, eles votaram a favor dos desmatadores.  Defederam os destruidores da natureza.
Foram contra mãe Terra. Vejam a lista  dos nomes.
Como cada deputado votou a emenda 164 que anistia desmatadores http://goo.gl/al68G (por UF) http://goo.gl/mHGDt (por partido) #CodigoFlorestal  

sábado, 21 de maio de 2011

*A Batalha do Código Florestal*


*NA SEMANA PASSADA, houve uma verdadeira batalha econômica, política e
ideológica, travada entre diferentes interesses das classes sociais
brasileiras, tendo como palco a Câmara dos Deputados. O objetivo: quem pode
se apropriar dos bens da natureza de nosso território.*

*Qual é a situação atual? Há uma legislação em vigor, o Código Florestal
brasileiro, que determina a manutenção de áreas de reservas (intocadas) de
80% de cada estabelecimento na Amazônia, e 35% no bioma do cerrado. E há as
condicionantes de que nas beiras dos rios, riachos e no topo dos morros e
montanhas é preciso preservar e recuperar, como forma de proteger nossa água
potável.*

*Os capitalistas sempre agrediram a natureza, burlando a lei para buscar o
lucro máximo, retirando a madeira, fazendo carvão, e colocando seus bois e a
soja.*

*Muitos deles foram apanhados pelo Ibama em seus crimes ambientais e as
multas somam mais de R$ 8 bilhões. Só 1% foi pago.*

*E claro, há muitos pequenos agricultores nas regiões Sudeste e Sul, que por
falta de consciência, desconhecimento ou oportunismo, também desmataram até
a beira dos rios e no topo das montanhas nos últimos 100 anos. Mas não são
muitos; segundo levantamento governamental apenas 8% dos pequenos
agricultores.*

*Com o avanço dos interesses do capital financeiro e das grandes empresas
transnacionais do agronegócio sobre nossa agricultura, o Código Florestal
representa uma barreira para expansão de sua sanha lucrativa. Por isso
precisam derrubar os limites do código, para colocar o cerrado e amazônia à
mercê da soja, do boi etc.*

*Por outro lado, os fazendeiros inadimplentes com as multas, entre eles 27
deputados federais da direita, entrarão no Serasa a partir de 11 de junho e
não poderão acessar mais recursos públicos ou de crédito.*

*Ascendeu a luz amarela. Gastaram milhões para eleger sua bancada ruralista.
Fizeram acordos posteriores e ofereceram seus votos para eleger o presidente
da Câmara. Apostaram no apoio da Rede Globo e outros grandes jornais. Todo o
circo montado para que o relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que
atendia seus interesses, tivesse votação célere, e a sociedade não se
atentasse aos interesses que estão em jogo. *

*O governo encomendou uma pesquisa e percebeu que 95% da população
brasileira é contra qualquer mudança que implique em desmatamento de nossa
natureza. E a partir daí, começou a mexer-se.*

*Apresentou uma emenda alternativa ao relatório de Aldo Rebelo, e mesmo
assim, dois deputados falsificaram a proposta ao levá-la ao plenário.*

*Tudo isso gerou indignação, e a maior parte da bancada do PT, PSOL e PV
mobilizou-se para impedir a votação. Assim, ficamos livres, por enquanto, da
votação das mudanças propostas pelo relatório de Aldo Rebelo. Os
parlamentares direitistas querem votar logo porque sabem que têm a maioria
da Câmara amarrada e não querem que a sociedade brasileira se mobilize. Por
isso, o tempo funciona contra seus interesses.*

*Na semana passada houve também uma reunião em São Paulo com mais de 50
entidades nacionais, desde a CNBB, Greenpeace, setores da Contag, CUT,
movimentos sociais do campo, da Via Campesina, e entidades ambientalistas,
movimentos feministas. Todos contra o relatório de Aldo Rebelo. Lançaram um
manifesto nacional e prometem aumentar a mobilização em suas bases.*

*O que está em jogo é se os bens da natureza que temos no nosso território
devem ser usados em benefício de toda a sociedade ou liberados apenas para
que a sanha do lucro fácil seja apropriado por fazendeiros, empresas
estrangeiras e seus prepostos no Congresso Nacional.*

*A emenda do governo é mais sensata e pelo menos se contrapõe às mudanças
mais espoliativas do relatório de Rebelo, embora não seja o ideal. Por isso,
esperamos todos que haja um debate com toda a sociedade sobre as propostas
em disputa. E quando for a votação na Câmara, que os interesses do povo
brasileiro se sobreponham aos interesses da banca ruralista, financiada pelo
poder econômico, pagos com mais de R$ 800 milhões na campanha eleitoral,
como a imprensa divulgou na ocasião.*

*E depois, quando for ao Senado, esperamos que os senadores tenham mais
juízo ainda. Afinal, lá há apenas 13 senadores ruralistas de um total de 81.
E por fi m, quando for à sanção presidencial, que a presidenta Dilma tenha
mais juízo ainda e coragem em vetar tudo o que afete os interesses do povo.*

*E se o povo for derrotado em todas essas instâncias, cabem ainda ações de
inconstitucionalidade, como promete fazer o Ministério Publico Federal. E
aos movimentos sociais cabe lutar com suas bases por um plebiscito nacional
que de fato discuta com todo povo, e ele decida sobre como quer usar os bens
da natureza no Brasil.*

*Portanto, teremos ainda uma longa luta para que os bens da natureza tenham
uma função social para todos os seres vivos desse território, e não apenas
lucro para meia dúzia de oportunistas.*

(*Editorial do jornal brasil de fato – edição 429 - de 19 a 25 de maio de
2011)*

* *


Gazeta Mercantil: Ações de dono são bloqueadas para pagar R$ 240 milhões a ex-funcionários

A Justiça do Trabalho determinou, nesta semana, o bloqueio de ações preferenciais e ordinárias da empresa TIM S/A Brasil pertencentes ao empresário Nelson Tanure, dono da marca do jornal Gazeta Mercantil, extinto em maio de 2009, após 89 anos em circulação. As ações permanecerão bloqueadas até que seja efetuado o pagamento da dívida trabalhista de R$ 240 milhões a ex-funcionários do antigo diário econômico.

O advogado Carlo Frederico Müller, da Associação de Ex-Funcionários da Gazeta Mercantil, esteve nesta quinta-feira (19/5) no Rio de Janeiro para protocolar pessoalmente na TIM a nova ordem judicial da juíza federal Maria Aparecida Vieira Lavorini, da 26ª Vara do Trabalho de São Paulo, proibindo a venda de ações.

“É uma garantia que o valor seja pago aos ex-funcionários. É só uma questão de tempo”, afirmou o advogado. De acordo com ele, caso Tanure decida negociar suas ações da TIM, terá que pagar uma multa diária de R$ 50 mil.

Müller comemora o resultado. “É uma briga que levamos há muitos anos contra o Tanure, controlador de diversas off-shores. E, mais uma vez, graças às decisões frequentemente corretas dessa juíza federal, temos sido vitoriosos na luta para impedir que o empresário vá se desfazendo das ações”.

O advogado explicou que exatamente nesta quinta-feira terminaria o prazo, estipulado pelos acionistas, que proibia por dois anos a comercialização destas ações da TIM em poder de Tanure. Com a decisão judicial, as ações voltaram a ser bloqueadas.

“Após devolver o jornal ao antigo dono da marca, Luiz Fernando Levy, que não demonstrou interesse em reassumir o negócio, Tanure vendeu as ações da sua empresa Intelig para a TIM, por R$ 750 milhões mais parte das ações da concessionária de telefonia. Hoje, estas ações passam a valer R$ 1,3 bilhão”, revela.
 
Fonte:Comunique-se
 

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A MÍDIA - A EUFORIA TUCANA - A BARBÁRIE DA PM DO ESPÍRITO SANTO


 
Laerte Braga


José Serra ao lado do governador Geraldo Alckmin em inaugurações pode e deve ser divulgado ao máximo. É a máxima da mídia privada. Podre e venal. O que terá feito Serra deixar seu castelo na Transilvânia e regressar ao Brasil? Iniciar uma troca de divergências – digamos assim – com seu principal adversário dentro do tucanato, o ex-governador de Minas Aécio Neves?

Estamos a três anos e sete meses das eleições presidenciais de 2014 e os tucanos movem-se, de repente, sem mais nem menos, em aparições súbitas, em discursos com viés eleitoral.

Há uma explicação simples e bem direta sobre o mau caratismo genético de tucanos.

Num dado momento receberam a notícia que a presidente Dilma Roussef estava com pneumonia e resolveram “avaliar” se era de fato pneumonia, ou se a presidente estava com doença mais grave, uma recaída, ou um retorno do câncer que sofreu e esse fato poderia implicar em seu afastamento, logo, em eleições presidenciais?

Pelo sim, pelo não, para não correr “riscos”, os tucanos paulistas decidiram que Serra deveria voltar da Transilvânia e os mineiros que Aécio deveria fincar o pé afirmando que a “vez agora é minha”.

São solertes, são traiçoeiros, são desumanos.

Foi esse o motivo das seguidas aparições de José Serra ao lado do governador paulista. Colocar-se em evidência para qualquer necessidade mais imediata.

Esse tipo de gente é dispensável, como tantos outros, na vida pública, no exercício de mandatos, até do convívio de seres humanos. São anormais na busca do poder pelo poder, doentios em sua forma de agir.

O governo Dilma, a meu juízo, não é lá essas coisas, nem o que se imaginava sabendo que não seria lá essas coisas. Mas por pior que possa ser e não é assim também, vai ser sempre melhor que qualquer criminoso tucano, em qualquer circunstância.

Quando um político sem nenhum caráter – bom ou negativo, é amoral – como José Serra sai em defesa de Palloci, por exemplo, está olhando o próprio rabo. Não é gratuito e nem gesto de compreensão, ou crença na seriedade do ministro chefe do Gabinete Civil.

Essa estranha e perigosa ligação entre figuras públicas do Parlamento, do Executivo e do Judiciário com a empresa privada é parte do clube de amigos e inimigos cordiais que controlam o Estado brasileiro.

Você poder soltar um médico que cometeu toda a sorte de trapaças e crimes hediondos contra mulheres, sabendo que ele vai fugir para o Líbano e por lá ficar, como pode negar a liberdade a um refugiado na forma da lei, caso de Cesare Battisti. E pode ser ministro do STF – Supremo Tribunal Federal –, cacique político em Diamantino Mato Grosso, com direito a visita aos EUA para decidir como será o Judiciário brasileiro no contexto dos acordos para a garantia da propriedade privada segundo a ótica do dono. Gilmar Mendes. É um escárnio um sujeito desses na corte suprema, ou dita suprema.

É da genética tucana o jeito de ser escorpião. A picada vem mesmo sabendo que vai junto com a vítima. É o imprimatur tucano.

A questão não é bem “nós pega o peixe”. O “nois vai” vai ser incorporado tranquilamente aos livros didáticos se a ABRIL “vencer” a concorrência para produzir tais livros, tal e qual acontecia no governo de FHC.

Millôr Fernandes, mais ou menos textual, afirma que o povo inventou a língua, o falar e os gramáticos apareceram para ensinar a falar corretamente.

Ou ainda do próprio Millôr, sobre corrupção, as pessoas desconhecem a figura do hímen complacente.

No quesito barbárie a PM do Espírito Santo é ponta de linha. Horda de bárbaros.

Polícia Militar é uma excrescência. Polícia é uma instituição civil e como tal deve ser estruturada. É assim na maioria dos países ditos civilizados, até em alguns sob controle do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

No Brasil as PMs são guardiãs da propriedade privada – roubada ou não –, segurança de luxo de governadores estaduais e matilha contra o povo, a classe trabalhadora.

O que aconteceu em Aracruz no Espírito Santo se assemelha – guardadas as proporções e essas se referem aos armamentos usados – aos bombardeios com que a OTAN – ORGANIZAÇÃO DO TRATADO ATLÂNTICO NORTE – “liberta” a Líbia.

É só ir lá e olhar


Ação animalesca de criminosos fardados e em nome de interesses de empresa privada, ilegais e predadores, contra cidadãos comuns, homens, mulheres e crianças.

Um ataque terrorista de uma força que, em tese, existe para garantir a lei.

Mas é claro que é assim. A lei deles, dos donos.

No estado, hoje propriedade de grupos privados, as manifestações contra a boçalidade da Polícia Militar – é comum a todas, varia em intensidade de um para outro estado, a cultura BOPE disseminada para alienar – trouxeram a público manifestações de repúdio da OAB – ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL –, do Sindicato dos Jornalistas e o pedido de providências imediatas ao governo do dito estado.

A mídia nacional, podre, comprada, sequer toca no assunto, ou se o faz, o faz em passant, afinal, há suspeitas que Ermírio de Moraes, o homem da ARACRUZ, seja um dos principais acionistas do antigo Espírito Santo e isso complica as coisas. É dele e seus parceiros que sai a grana.

Como não fala nas manifestações imensas na Espanha, à semelhança do que ocorre em países árabes, exigindo mudanças drásticas e radicais no modelo político, econômico e social, antes que o país se dissolva em armas nucleares que guarda para o conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Espanhóis começam a perceber que a Comunidade Européia é adereço do conglomerado terrorista. Os países membros estão sendo dissolvidos sem bater.

É essa a mídia que temos, ou a chamada grande mídia.

Vai das denúncias que beiram a inconseqüência – a cara de repulsa de William Bonner varia em função do comunicado do departamento financeiro sobre a verba para a denúncia, chamam de patrocínio – a omissão sobre boçalidades em nome do “progresso” – deles – e de todo o resto que, eventualmente, possa contrariar os interesses que representa.

O jornalista William Waack, preferido de Hilary Clinton para análises e relatórios políticos, fez um malabarismo impressionante dia desses num programa da GLOBONEWS para dizer que financiamento público de campanha imobiliza partidos e o financiamento aberto, a partir de empresas privadas promove o crescimento dos partidos.

Deve ser do balanço via doações de bancos, grandes empresas, etc, etc. o jeito simples de comprar. Comprar mandatos de deputados, senadores, governadores, financiar redes de tevê, revistas e jornais.

O grande negócio do marketing político.

Qualquer problema chama a PM do Espírito Santo. É o mais próximo que existe no País se comparada com organizações terroristas internacionais.

A propósito, o alerta ao tucano José Serra que Dilma poderia estar doente com maior gravidade – não está – partiu de jornalistas da GLOBO.



"AREIA NOS OLHOS"



Laerte Braga


O discurso do “bush” (moita) que ocupa a Casa Branca, Barack Hussein Obama, é “areia nos olhos” como definiu um porta-voz do Hamas. O presidente do complexo empresarial (bancos e petróleo) e militar EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A fala em Estado Palestino com as fronteiras anteriores a 1967 (na prática nunca houve ação nenhuma dos EUA para que isso acontecesse, pelo contrário), mas exclui qualquer oportunidade do povo palestino decidir seu próprio destino, ao limitar a “paz” a um governo da Fatah.

Mais ou menos você pode votar e escolher quem quiser desde que seja a Maria, ou o José.

Na sua capacidade de prestidigitador do presidente da organização terrorista, logo em seguida, condenou as críticas a Israel, as tentativas de “isolar” Israel na ONU e jogou a bola para os árabes, como quem diz, depende de vocês, exclusivamente de vocês.

Todo esse exercício de espetáculo lembra uma espingarda de cano curvo. O sujeito mira para um lado e atira para outro. Dá a impressão de enxergar de uma determinada forma, mas enxerga de outra.

O importante nesse tipo de prática (comum a demagogos, líderes terroristas e outro tanto) é que a mentira seja a capa de todos os jornais, noticiários de rádios, manchete em telejornais.

Que o mundo pense uma coisa enquanto outra está rolando por baixo dos panos.

Obama sabe que as características de estado terrorista, fundamentalista, que norteiam Israel são fatores impeditivos para qualquer processo de paz exceto no caso de imposição manu militare.

O Estado nazi/sionista de Israel dispõe de um arsenal nuclear, controla a maioria das ações de grandes complexos empresariais, financeiros norte-americanos, tem generais dentro das forças armadas dos EUA (hoje privatizadas nos serviços essenciais – assassinatos, tortura, estupros, invasões a outros países, o repertório clássico da tal “vocação democrática” dos bárbaros do século XXI), em hipótese alguma cederá a qualquer plano de paz nessa direção, ou a qualquer plano de paz.

A paz não é cogitada pelo Estado terrorista de Israel. É por aí o problema. É só lembrar o acordo assinado no governo de Bil Clinton e o que aconteceu a Itizak Rabin, primeiro-ministro de Israel. Foi assassinado por um fundamentalista religioso (MOSSAD).

O que se seguiu ao crime? A tomada do poder naquele país pela extrema-direita e o aumento da barbárie contra palestinos.

O que Obama fez foi esticar os olhos para os árabes na tentativa de iludi-los, tentar mostrar ao mundo que quer um Estado Palestino – quando Israel continua a ocupar regiões palestinas –, temeroso que as revoltas árabes terminem em prejuízos para os negócios de seu país, o conglomerado terrorista do qual nominalmente é o presidente.
Ou se acertou antes com o eleitorado sionista – vai disputar a reeleição ano que vem – e garantiu que era só um discurso, ou preferiu correr riscos um ano e meio antes do pleito, para depois jogar o jogo real, o que tem sido jogado até agora.

O de apoio a ditaduras aliadas no mundo árabe, o de massacre do povo palestino, todo o conjunto de interesses nos “negócios”, no petróleo.

Como vai se sair dessa enrolada é difícil prever. Tem características de mágico e pretensão de divindade.

É só um bush a mais.

Centenas de milhares de jovens – a maioria dos manifestantes – estão saindo às ruas na Espanha para pedir o que? Sanduíche da rede McDonald’s?

Pedem democracia real. E não o simulacro que permeia os países da Comunidade Européia.

O que diz a ministra da Defesa do governo espanhol?

Carme Chacón afirma que “o movimento faz algumas reivindicações razoáveis e até possíveis de aplicar”.

Ou seja, quem define os rumos do país? A ministra ou o povo? Em última instância ela é que vai dizer o que pode ser razoável e possível? E se o povo quiser outro caminho?

O que os espanhóis começam a perceber, esse é um problema que Obama vai ter mais à frente, é que o país, como todos os países da Comunidade Européia e alguns do leste da Europa, foram transformados em grandes bases militares do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A, submeteram-se às regras do neoliberalismo econômico, são cinco milhões de desempregados na Espanha e a conta de todas as ações terroristas do complexo com sede em Washington é repartida desproporcionalmente às colônias. Européias, sobretudo.

A dívida de um dos dois maiores acionistas do conglomerado é impagável e se fosse espanhola, ou grega, ou portuguesa, esses países já teriam sido dissolvidos sem bater, que nem leite em pó daquele empresa suíça que arrebenta com as estâncias hidro-minerais do Brasil com a complacência tucana.

Dessa forma é transferida a países como a Espanha.

A nova ordem econômica faliu, Obama – mesmo se for reeleito – é apenas um desejo de ser César, sendo bush. Ou como diria um torcedor do Fluminense sobre Muricy Ramalho – tremendo enganador. Engenheiro de obra pronta.

O discurso sobre o Oriente Médio foi uma espécie de caminhada sobre escombros. Uma sucessão de tropeços e mentiras recheado de show, aquele jeito Obama de “que Deus abençoe os EUA e a nós”.

O “deus” dele óbvio. Dele e seus parceiros no terrorismo político, econômico e militar, Israel.

m exclusividade de acesso a ele.

Obama sabe que o que falar vai ser respaldado por uma mídia podre lá (a mídia de extrema-direita vai bater no presidente, prefere a solução nuclear, resolve tudo) e acolá.

É só olhar o que a GLOBO vai dizer aqui. Os caras hoje estão com um extra, então, vão exceder. 


A DESORDEM/ORDEM GERAL



Laerte Braga


Uma das colunas do jornal O GLOBO revela que uma “madame” freqüentadora de requintados e refinados ambientes foi a uma exposição de lançamento de uma coleção numa joalheria no Rio. Coisas da Barra da Tijuca, aberração paulista/carioca que faz fronteira com o Rio de Janeiro.

A senhora em tela comprou uma pulseira e levou às escondidas um par de brincos avaliado em 20 mil reais. Câmeras de segurança revelaram o que o colunista chama de “larápia vip”. A joalheira Rose Leal foi à casa da socialité e resgatou as peças, isso porque a pulseira fora comprada e não fora paga. Com isso evitou o escândalo.

A prisão do diretor do FMI Strauss Kahn não tem nada a ver com a “larápia vip” do high society da Barra. Mas tem a ver com as eleições para a presidência da França ano que vem.

A imprensa norte-americana e a policia de New York condenaram Strauss antes de qualquer decisão do Judiciário. Strauss é – era – uma pedra nos interesses de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. Isso apesar de dirigir uma quadrilha de estupradores, o FMI – FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL –. Estupram nações.

EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A na condição de sucessores de SPETRE – aquela que infernizava a vida de James Bond – não foge à prática de seus princípios. Chantagem, extorsão, vingança, assassinato, tortura, etc.

Com a diferença que EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A não é ficção. Mais ou menos como o peixe espada atravessando o abdômen de Jerry Lewis. “Só dói quando eu tento rir”.

O Bush da Casa Branca, sede da organização, hoje chamado Obama, vai cantar sua música e recitar seus poemas em mensagem ao povo sobre o que pretende implementar no Oriente Médio.

Ou seja. Reforço do tacão nazista contra os ditadores inimigos e silêncio em relação aos ditadores amigos. O esporte preferido de sionistas, tiro a palestinos vai continuar impune e sem qualquer restrição.

Nero escapou pela porta dos fundos e lamentou que o mundo se visse privado de suas poesias e suas canções.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Anthony Patriot, chama a política externa do governo Dilma em relação aos EUA de “pragmatismo econômico”. Substitui o caráter ideológico que atribuiu à política do ministro anterior, Celso Amorim.

Os dois governos são do mesmo partido e Dilma é uma extensão eleitoral de Lula, uma escolha do ex-presidente. Ou mudou um, ou mudaram os dois.

Mas para falar isso é preciso ter cuidado e se expor a chuvas e trovoadas. As críticas geralmente levam o senhor absoluto do partido de Dilma a suspender as grades e soltar na arena feras ipanemianas, com grandes garras e presas, ávidas de devorar críticos em nome do centro do palco e muito ar para encher os bonecos chapas brancas.

O que não quer dizer que esteja tudo em desordem. A ministra da Cultura é atingida por fogo amigo por não aceitar as regras do jogo a moda Barra da Tijuca. Reage aos donos da verdade absoluta e cai no centro da tal arena. É típico dessa conformação. Os domadores e seus cãezinhos amestrados rosnando a um simples olhar em função de interesses que não têm nada a ver com cultura.

É difícil julgar o caso Strauss Kahn a partir da “vítima”. Não se pode afirmar que necessariamente seja uma agente infiltrada para derrubar o diretor do FMI que, em abril, no jornal LA LIBERACIÓN havia escrito um artigo prevendo esse tipo de ataque. Esse tipo de chantagem. Mas é possível detectar mais uma operação do conglomerado terrorista para afastar e matar politicamente um adversário.

A idéia de reciclagem de excedentes de países desenvolvidos não deficitários para países desenvolvidos ou não deficitários – proposta de Kahn – não agradou aos acionistas do conglomerado. Querem todos os excedentes e ainda o direito de cobrar a conta.

A “vítima” é uma imigrante e a oportunidade é de ouro para regularizar situações pendentes e garantir um futuro tranqüilo a toda a família no território em volta dos castelos do conglomerado.

Já tem até porta-voz, um dos irmãos. Falou a jornalistas na linguagem cinematográfica das séries tipo LAW AND ORDER. O trauma sofrido pela irmã, as conseqüências dele a luta da família para sobreviver dentro da lei, trabalhar, o duro que deram desde que chegaram ao entorno do conglomerado, coisas do gênero.

A indignação francesa procede e talvez possa ajudar a França a acordar de um pesadelo. Países da Comunidade Européia são colônias – propriedades – do conglomerado. Imensas bases militares. Bélgica e Holanda, por exemplo, tidas como nações e independentes, abrigam e guardam armas nucleares de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

A chegada do comboio que levou o ex-diretor geral do FMI a audiência sobre seu “caso”, tinha até soldados da SWAT e de metralhadora. Presumo que tenham descoberto a identidade de Jack o Estripador.

Nem tudo no Brasil, no entanto, se resume a uma socialité da Barra da Tijuca que, naturalmente traumatizada por não ter sido convidada, por exemplo, para o almoço com Obama, se viu presa de forte compulsão e afanou os brincos.

Agentes da CIA e da MOSSAD, serviços secretos – boa parte da CIA privatizada – trabalham livremente em Foz do Iguaçu, Brasil, onde vigiam a colônia árabe – trabalhadores do comércio, da indústria, serviços –. Já chegaram a sugerir em tempos recentes, que bin Laden passou por lá.

O governo do Brasil sabe disso desde os tempos de FHC e fica por isso mesmo. Casa da mãe Joana. Como sabe que a colônia árabe na região trabalha, trabalha e o dinheiro enviado a seus países de origem se destina às suas famílias diante da brutal realidade imposta pelo conglomerado àqueles povos. É para o pão, o leite, o mínimo indispensável à sobrevivência.

Para o governo de Israel, entre um assassinato e outro de palestino, um estupro e outro de palestina, uma tortura e outra de palestinos, são “terroristas”. Para o governo brasileiro... Bem, está olhando para o lado fazendo de conta que não é com ele.

Por maiores que tenham sido os eventuais avanços sociais o Brasil vai tomando feições de entreposto dos grandes bancos, do complexo empresarial que controla o mundo (a indústria de armas brasileira é na verdade controlada por Israel), da praga do latifúndio e seu agronegócio.

Em pauta os leilões do petróleo, privatização de aeroportos, um código florestal – com ou sem os ajustes de Aldo Rebelo – que assegure às subsidiárias nacionais do terror a impunidade e os privilégios que dispõem.

Não adianta nem chorar, o aqüífero Guarani, onde os caras estão de olho, já está contaminado por agrotóxicos na delirante viagem capitalista do agronegócio. Abastece algumas cidades do País.

Nessas ordens e desordens, ou desordens e ordens, a GLOBO tem várias opções. Quando for hora de colocar o povo de castigo tasca Miriam Leitão, versão televisiva e radiofônica do monstro que rouba balas e pirulitos de crianças e assombra adultos ávidos de passeios em shoppings. O sanduíche da rede McDonald’s pode ficar mais caro diante da perspectiva de pique da inflação em agosto segundo especialistas do governo.

Haja vaga em consultórios de psiquiatras, psicanalistas e que tais. Síndrome de privação de catchup e mostarda nos sanduíches McDonald’s.

Se, por outro lado, for a hora de destacar o papel cultural da rede – principal braço midiático do terror internacional no Brasil – basta colocar Xuxa em entrevista à tevê argentina falando que dorme com travesseiro de “pênis de ganso”.

A oração vem em várias etapas durante o dia. As duas principais com os dois reverendos Willians. O Bonner e o Waack.

Que nem o padre que mandou os fiéis enfrentarem um eventual ataque de pitt bull com um olhar determinado e preces, que a fera daria meia volta. Em experiência própria, ao se deparar com cães em situação assim, baixou hospital para atendimento de emergência, cheio de mordidas.

Mas tudo cash.

In casu é resistência pura e simples. Ou se achar que vale a pena seguir a manada.

Tem a “vantagem” de poder optar entre o Gugu e o Faustão. 

Ou assistir às entrevistas do técnico Muricy Ramalho falando em trabalho “sério” e em “lealdade”.

Estão tentando ressuscitar José Neves e Aécio Serra para assombrar incautos e platéia de um modo geral. Pretendem abolir qualquer limitação a vampiros e o bafômetro.   




quinta-feira, 19 de maio de 2011

Primavera árabe: À frente de todo homem há uma mulher



por Simba Russeau, da IPS
1287 Primavera Árabe: À frente de todo homem há uma mulherMohammed Omer/IPS
Protestos na Praça Tahrir.
Cairo, Egito, 19/5/2011 – As mulheres árabes assumiram claros papéis de liderança nos levantes populares do Bahrein, Egito, Líbia, Marrocos, Tunísia e Iêmen, contrariamente ao velho mito ocidental de que se encontram indefesas e escravizadas. “É realmente injusto ignorar a história e tentar interpretar mal a realidade”, disse à IPS, Fatima Outaleb, fundadora da União para a Ação das Mulheres no Marrocos. “Quem pode negar a essa mulher que entoe palavras de protesto e leve os homens atrás de si? É uma mulher com um véu, mas também é uma líder”, afirmou. Segundo Outaleb, as mulheres – sejam mães ou donas de casa, usem ou não o véu, simpatizantes de partidos islâmicos ou sem filiação política – sempre tiveram um papel importante no mundo árabe. “A mídia ocidental se guia por certas agendas e prioridades que tem em mente. Ignora a realidade de que as mulheres árabes foram o coração das revoluções na região, seja liderando, elaborando estratégias, criando consciência ou mobilizando por meio de blogs ou do Facebook”, disse Outaleb.
As mulheres egípcias representaram quase 20% dos milhões de ativistas que lotaram a Praça Tahrir no Cairo e na cidade de Alexandria, ao Norte. “Não gosto do fato de, durante nossa revolta de 18 dias, a cobertura da mídia internacional se concentrar nas mulheres assediadas sexualmente. Havia mulheres entre os mártires, enfrentando as forças de segurança e dormindo na Praça Tahrir”, disse à IPS Doaa Abdelaal, da organização Mulheres que Vivem sob Leis Muçulmanas. “As mulheres trabalharam muito tempo em nível de base e nos movimentos de trabalhadores para criar este momento”, afirmou.
Desde 2004, trabalhadores egípcios realizaram quase três mil greves contra a privatização e as políticas do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. As mulheres desempenharam importantes papéis nessas ações, exigindo melhores condições econômicas e opondo-se ao regime do ex-presidente Hosni Mubarak. Em um país onde 95% dos 27 incidentes de violação que ocorrem diariamente não são registrados, onde 33% das mulheres sofrem violência física e onde há desigualdades profissionais e crescente violação sexual, os grupos feministas se destacam por dedicar tempo e energia nos últimos 20 anos a quebrar muitos tabus.
Fundadora e chefe-executiva da coalizão árabe contra a violência de gênero Karama, a somaliana Hibaaq Osman, disse que os meios de comunicação ocidentais estavam assombrados por verem mulheres nas ruas protestando lado a lado com os homens. “É preciso entender a psicologia da mídia ocidental. Querem ver uma mulher frágil, submissa e burra”, disse à IPS.
Osman afirmou que a Europa, que segundo ela inclina-se cada vez mais para a direita política, deveria compreender que suas comunidades muçulmanas, na realidade, não refletem o mundo árabe, já que os imigrantes estão desligados socialmente de suas terras de origem e não foram plenamente acolhidos nos países onde vivem. “Na França, demorou apenas um dia para ser aprovada uma lei contra o véu, mas quanto vai demorar para ser apresentada uma lei para apoiar, capacitar, dar emprego e fortalecer economicamente os imigrantes que vivem no país?”, perguntou.
“Creio que é hora de o Ocidente olhar bem para si mesmo, pois é fácil apontar com o dedo para o mundo muçulmano, e ver como as mulheres são tratadas quando a Igreja Católica ainda tem grandes problemas com os anticoncepcionais e não pode decidir se uma mulher tem direito de usar seu próprio corpo”, disse Osman. “Não nos preocupa o que a mídia ocidental pense sobre nós, pois sabemos que é tendenciosa. Como podem ignorar o papel das mulheres! Elas nunca estiveram ausentes, fazem parte da sociedade”, ressaltou.

Envolverde/IPS

Advogado pede impeachment de Gilmar Mendes


A Presidência do Senado recebeu, na última quinta-feira (12), um
pedido de impeachment contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo
Tribunal Federal (STF). Apresentada pelo advogado capixaba Alberto de
Oliveira Piovesan, que também remeteu o requerimento para a Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), a peça (confira a íntegra) se baseia no
item 5 do artigo 39 da Lei 1079 (de 10 de abril de 1950), que versa
sobre crime de responsabilidade (noticiou o Site O Congresso em Foco,
no dia 18 de maio, transcrevendo  o argumento do Advogado. Veja
a íntegra da matéria no site citado) ZF.