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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O procurador que se vendeu à mídia

01/11/2013 - por Miguel do Rosário
- em seu blog O Cafezinho


Essa análise do Nassif, com experiência nesses embates sujos entre Ministério Público, barões do submundo financeiro e político, e mídia, repletos de acordos secretos e assassinatos de reputação, é uma aula magna, embora sombria, de como política e justiça se relacionam no Brasil.


01/11/2013 - O procurador que apostou na blindagem errada
- Por Luis Nassif, no GGN.






A enrascada em que se meteu o procurador da República Rodrigo De Grandis [foto] se deve à sua aposta na blindagem errada:

julgou que o PSDB 
fosse um todo homogêneo e não se deu conta de que a blindagem da mídia beneficiava exclusivamente o grupo ligado ao ex-governador José Serra.

A primeira prova de fogo de De Grandis foi a Operação Satiagraha.

Nela, os principais atores – juiz Fausto De Sanctis e o delegado Protógenes Queiroz – [foto] foram alvos de uma campanha implacável – da mídia, como um todo, reforçada pelo Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes.

De Sanctis e Protógenes mostraram estrutura psicológica para resistir ao massacre a que foram submetidos. De Grandis encolheu-se, assustou-se.

Quando a Satiagraha recrudesceu, seus parceiros apontavam para seu pouco entusiasmo, o desagrado de ser interrompido em alguma festa para tomar alguma medida urgente, a demora em responder a algumas questões, nada que o comprometesse mas que já demonstrava seu desconforto de enfrentar empreitada tão trabalhosa – que, para procuradores mais vocacionados, poderia ser o desafio da vida.

Definitivamente, De Grandis [foto acima] não tinha a estrutura psicológica e a vocação dos que se consagraram no combate ao crime organizado, como os procuradores Vladimir Aras, Raquel Branquinho, Luiz Francisco, Celso Três, Janice Ascari e Ana Lúcia Amaral – firmes e determinados, alguns até o exagero, como várias vezes critiquei.

O convite inacreditável a Mainardi
Na primeira vez que foi alvo de ataques, De Grandis arriou.

Ocorreu quando o colunista de Veja, Diogo Mainardi [foto, D com De Grandis], avançou além da prudência e anunciou que entregaria pessoalmente ao juiz da Operação Chacal (na qual Dantas era acusado de grampear adversários e jornalistas) o relatório da Itália sobre as escutas da Telecom Italia.

Titular do caso, a procuradora Anamara Osório [ladeada por Thiago Lacerda e Rodrigo Janot] reagiu e publicou nota no site do Ministério Público Federal de São Paulo alertando que se tratava de um jogo de Dantas para contaminar o inquérito.

Sem noção, Mainardi partiu para ataques destrambelhados contra os procuradores. 

Depois, caiu a ficha e entrou em pânico.

Dias depois, foi recebido por De Grandis, através da intermediação de um colega de faculdade ligado à ex-vereadora Soninha [Francine, foto] – do grupo de Serra.

Foi um encontro surpreendente. Numa ponta, um colunista assustado – conforme algumas testemunhas do encontro -, quase em pânico, querendo desfazer a má imagem perante os procuradores. Na outra ponta um procurador assustado, querendo desfazer a má imagem junto à mídia.

Foi provavelmente ali que De Grandis sentiu a oportunidade de se aproximar dos detratores e proteger-se do fogo futuro.

Convidou Mainardi [foto] para palestrar em um encontro social de procuradores, avalizando – perante a classe – a conduta de um dos principais suspeitos de atuação pró-Dantas.

Só não ocorreu o encontro por falta de agenda de Mainardi.

As mudanças na atuação
A partir daquele episódio, surgem os sinais mais nítidos da aproximação de De Grandis com o grupo Serra.

Quando a Operação Satiagraha foi anulada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), De Grandis recorreu, como não poderia deixar de fazer, mas chamou a atenção sua indiferença contra uma medida que comprometia o que procuradores mais vocacionados considerariam o trabalho de sua vida.

Tempos depois, recusou pedido da Polícia Federal para indiciar o vereador Andrea Matarazzo [foto] – também do grupo Serra. Devolveu o inquérito solicitando mais informações para tomar sua posição.

Poderia ser apenas rigor técnico, não fossem os fatos posteriores.

Foi apanhado no contrapé quando a revista IstoÉ mencionou os pedidos de procuradores suíços para atuar contra suspeitos do caso Alstom – dentre os quais José Ramos, figura-chave da história.

Alegou ter esquecido o pedido em uma pasta errada. 

Agora, a Folha informa que o próprio Ministério da Justiça enviou três cobranças, os procuradores paulistas também o questionaram, e nada foi feito.

O erro de avaliação
Há vários pontos a explicar seu comportamento.

O primeiro, o da análise incorreta do benefício-risco.

A Satiagraha revelou, em sua amplitude, o risco de atuar contra pessoas próximas a Serra. Se fosse a favor, haveria blindagem. 

E a comprovação foi o próprio comportamento do ex-Procurador Geral da República Antônio Fernando de Souza [foto].

Ele retirou da AP 470 o principal financiador do mensalão – as empresas de telefonia controladas por Dantas -, escondendo dados levantados pelo inquérito da Polícia Federal.

Foi premiado com contratos milionários da Brasil Telecom, e continuou vivendo vida tranquila.

Antes disso, o mesmo Antônio Fernando anulou a Operação Banestado, em uma atitude escandalosa que não mereceu uma reação sequer da corporação dos procuradores, menos ainda da mídia.

Depois, o ativismo político de Roberto Gurgel [foto], comprometendo a imagem de isenção da corporação e garantindo aos inimigos, a forca, aos aliados, a gaveta.

Com tais exemplos, De Grandis deve ter apostado que, ficando longe dos esquemas tucanos, seria poupado pela mídia.

A falta de informação lhe custou caro.

A blindagem da mídia abrange exclusivamente o esquema Serra – uma estrutura complexa que passa pelo banqueiro Daniel Dantas [foto], por Verônica Serra, por lugares-tenentes como Andrea Matarazzo, Gesner de Oliveira, Mauro Ricardo, Hubert Alqueres (e seu primo José Luiz), antes deles, por Ricardo Sérgio, Vladimir Riolli, pelos lugares-tenentes que levou ao Ministério da Saúde, pelos esquemas de arapongagem.

Não entram na blindagem outros grupos tucanos, como o do governador paulista Geraldo Alckmin ou os mineiros de Aécio.

Pelo contrário, não poucas vezes são alvos de fogo amigo.

Ao não se dar conta dessas nuances, De Grandis se expôs.

Agora ficou sob fogo cruzado do PT e no grupo de Serra.

O PT, para atingir o PSDB; o grupo de Serra para fornecer mais elementos para Dantas anular a Satiagraha no Supremo Tribunal Federal.

O primeiro grupo ataca De Grandis da Operação Alstom; o segundo, o De Grandis que não mais existia, da Satiagraha.

O anacronismo da gestão Gurgel
Some-se a tudo isso o anacronismo burocrático da gestão Gurgel.

O MPF padece do mesmo vício do jornalismo: as tarefas principais, a linha de frente das investigações são entregues a procuradores ou repórteres novatos. Quando ganham experiência, procuradores são promovidos e limitam-se a dar pareceres; e repórteres tornam-se editores.

O burocratismo de Gurgel [foto] não criou nenhuma estrutura intermediária, com procuradores mais experientes coordenando, orientando e fiscalizando a atuação da linha de frente.


Agora, o novo PGR, Rodrigo Janot [foto], montou essa estrutura intermediária, nomeando procuradores experientes para essa função.

O episódio traz inúmeras lições.
A principal delas são os efeitos deletérios sobre o trabalho dos procuradores, quando submetidos ao jogo de interesses da mídia.

Recentemente, o MPF de São Paulo montou um seminário apenas com representantes da velha mídia, para falar das relações entre eles.

Houve loas à liberdade de imprensa, ao apoio que a mídia dá a escândalos mesmo que não devidamente apurados pelo MPF, a celebração da amizade – que já feriu tantos direitos individuais, pelo hábito da escandalização.

Em nenhum momento entrou-se nos temas centrais: a influência deletéria dos interesses econômicos na cobertura jornalística; a maneira como essa submissão à mídia inibe ou pauta o trabalho de procuradores; o novo papel das redes sociais, como freio e contrapeso aos interesses corporativos.

Quem sabe, comecem a acordar para os novos tempos.

Fonte:
http://www.ocafezinho.com/2013/11/01/o-procurador-que-se-vendeu-a-midia/

sábado, 21 de novembro de 2009

A FÁBRICA DE MENTIRAS

por Laerte Braga, jornalista e analista político
Para tentar entender a complexa quadrilha que conhecemos como grande mídia é necessário estabelecer as relações de cada um desses veículos de comunicação, sejam as redes de tevê, as rádios ou os jornais e as revistas.

A legislação brasileira não proíbe que um grupo empresarial detenha o controle de emissoras de tevê, de rádios, jornais e revistas a um só tempo. Ao contrário da legislação norte-americana que dispõe, inclusive, de mecanismos para evitar monopólio de audiência em redes de tevê, com a preocupação, em tese, de controle da opinião pública. No Brasil isso permite a concentração de mídias e, óbvio, uma interferência maior junto a opinião pública, a rigor um monopólio, mesmo que tevês e rádios sejam concessões de serviços públicos. À falta de legislação específica, atendem a interesses privados.

Entre nós jornal televisivo vira farsa e espetáculo quando o apresentador do principal deles, o de maior audiência, vai a um programa num canal de tevê por satélite, do mesmo grupo e “permite” que os telespectadores definam a gravata que vai usar à noite, quando da apresentação do show. O pressuposto da participação. Você decide a roupa e ele decide que verdade interessa a quem paga a gravata.

Tancredo Neves todas as vezes que queria enrolar (no bom sentido) Ulisses Guimarães sobre assuntos que entendia de risco para o antigo MDB, isso no período da ditadura, dizia a Ulisses que o fato havia sido noticiado ou no THE GLOBE (a versão editada no Brasil sob o título O GLOBO, ou no JORNAL DO BRASIL, então os dois maiores diários impressos do País.

Sabia que Ulisses lia apenas a FOLHA DE SÃO PAULO e o ESTADO DE SÃO PAULO. Era o suficiente para alcançar seus objetivos. Tanto um quanto outro eram, como são, jornais regionais, com algum alcance nacional (a FOLHA chegou a ser um jornal de ponta em todo o Brasil, hoje não é mais).

O fim do império de Assis Chateaubriand, DIÁRIOS E EMISSORAS ASSOCIADOS, começou com a ascensão da REDE GLOBO DE TELEVISÃO, pouco antes da queda do presidente Goulart. Seja pelos altos investimentos de grupos estrangeiros nas empresas de Roberto Marinho, já dentro do esquema de golpes militares que se estenderiam mais tarde a toda a América Latina, seja pelas características de Chatô, bem definidas por Fernando Moraes num livro do mesmo nome, onde descreve e conta a vida da primeira versão cabocla de Cidadão Kane brasileiro.

A entrada em cena da EDITORA ABRIL se deu a partir da revista REALIDADE, mensal. “O CRUZEIRO” (semanal, edição em três línguas e cinco milhões de exemplares a cada uma das edições) estava indo ladeira abaixo e MANCHETE e MUNDO ILUSTRADO, outras duas revistas de circulação mais ou menos nacional, além de ALTEROSA, restrita a Minas Gerais, não conseguiam ou não conseguiram decolar, limitaram-se a determinados espaços.

O GRUPO ABRIL deliberadamente tratou de temas considerados tabus à época e vendeu através de REALIDADE, a imagem de revista progressista, independente. Chegou a ser retirada das bancas em algumas oportunidades, como quando apresentou uma pesquisa sobre a conduta sexual do jovem brasileiro, isso no final da década de 60, algo então impensável num País governado por generais que se escoravam na tradição, na Pátria, na família. Mas a moda deles e com o lucro para eles.

O tema, comportamento sexual dos jovens, aparentemente polêmico, era uma época de profundas mudanças nos costumes, servia a conquistar público mais tarde a ser iludido nas mentiras de Diogo Mainardi.

Em 1974, com a vitória do MDB em dezessete estados da Federação nas eleições para o Senado, o presidente Ernesto Geisel percebeu que era necessário estabelecer algo mais que censura prévia nos veículos de comunicação. Era preciso modificar todo o processo de comunicação, rádio e televisão principalmente, quebrando redes regionais e unificando a linguagem a ser vendida aos brasileiros, logo, o modo de ser, a idéia, o como vestir, como comer e como ser patriota.

A GLOBO foi o principal agente desse processo. O avanço foi muito além daquele negócio de mudar a legislação eleitoral e transformar o que se pretendia fosse um debate democrático, numa exposição ridícula de retratinhos e currículos.

Começa aí a ganhar vulto o que já vinha sendo desenhado desde o golpe de 1964. Um Brasil que pensa igual, onde os valores culturais de cada região eram violentados e substituídos pela cultura de massas vendida pela GLOBO.

Se alguém tiver dúvidas sobre o caráter da GLOBO, do grupo GLOBO num organismo de uma nação como o Brasil, não tenha dúvida que é um câncer. Que corrói as entranhas do ser, dos sentimentos nacionais, da cultura brasileira e nos transforma a todos em objetos diante de um mundo que desce ladeira abaixo num processo de autofagia a que chamam progresso.

Existem GLOBOS espalhadas por todos os cantos do mundo.

Um bobalhão ávido de sucesso e a veicular mentiras como o faz William Bonner diariamente, esse tipo de figura desprezível existe também em vários cantos e pior, costumam se levar a sério. É padrão estabelecido pelos senhores.

Os antigos donos de grandes impérios de comunicação em seus países, hoje aumentaram o espectro Kane, são senhores de impérios mundiais.

Vendem o modelo político e econômico, vendem o capitalismo. No prodígio da tecnologia você compra um relógio a dez reais num camelô em qualquer rua de qualquer cidade e pode se gabar que a peça tal foi fabricada em Taiwan, a outra na Índia, uma terceira na Indonésia e todo o conjunto foi montado em Manaus.

Essa forma de ser, esse modo de produção, é também o fim da referência do trabalhador consigo e seu trabalho, mesmo na velha e presente luta de classes.

A mídia no Brasil hoje trabalha dentro do esquema do neoliberalismo, da chamada nova ordem econômica (nascida com o fim da União Soviética), vende a idéia que a notícia será ou terá maior importância se William Bonner estiver usando a gravata que você escolhe através de uma eleição democrática, ou por telefone (dando ganho às operadoras), ou pela net, acessando o portal do grupo.

Nessa medida e levando em conta a natureza do capitalismo nos dias atuais, as principais quadrilhas que operam a economia estabeleceram um modus vivendi bem semelhante, ou melhor, semelhante ao das máfias clássicas e criaram regras para manter o controle.

Tudo se baseia no pressuposto que estamos vivendo num estado de direito, onde a ordem democrática é garantida por instituições sólidas e sérias, assim como o STF presidido por uma “dançarina”, o ministro Gilmar Mendes.

A mídia entra aí nesse esquema escorada na aparente seriedade, ou na forma de alerta que faz aos brasileiros para manter intocados os privilégios, os feudos e preservar essa nova Idade Média, a da tecnologia, do fantástico mundo dos robôs, das bonecas e bonecos infláveis, da dança do Faustão. E até aos 43 anos, depois, vai para o almoxarifado de bonecas imprestáveis ao consumo e ao imaginário das pessoas.

E uma grande plantação de abóboras que Bonner chama de Homer Simpson, ávidos de esganarem os Nardoni, sem se perceberem esganados em cada palavra da senadora Kátia Abreu, ou cada crise histérica do governador paulista José Jânio Serra, ou cada cheirada do governador de Minas Aécio Neves, tudo enquanto FHC constrói sua pirâmide e o mundo toma conhecimento que o faraó se deixou seduzir por uma bela cozinheira e lá estão, cozinheira e filho funcionários do Senado Federal.

Mas o grande culpado, o vilão, neste momento no Brasil, é Cesare Battisti. Daniel Dantas é um empreendedor que gera empregos e progresso, Protógenes Queiroz um delegado que teima em atrapalhar tudo com essa mania de não saber distinguir ladrões de galinhas de ladrões de cofres públicos e na abalizada opinião de Dona Miriam Leitão o Brasil não tem competência para cuidar do pré-sal, deveria entregar logo e cuidar de organizar a tabela do próximo campeonato ou voltar suas atenções para a edição do BBB de 2010.

É uma nova categoria, os BB e os ex-BB.

A mídia no Brasil é a soma de umas poucas e fechadas máfias. Controlam o País inteiro, informam o que bem entendem e quando o cordeiro cisma de beber água abaixo do local onde o lobo bebe, coloca a boca no trombone reclamando liberdade de imprensa.

Com gravata escolhida democraticamente pelos telespectadores o apresentador do JORNAL NACIONAL diz sem qualquer escrúpulo, ou peso na consciência que a queda do avião da TAM aconteceu por não existirem ranhuras na pista do aeroporto de Congonhas, cujas obras foram feitas às pressas com finalidade eleitoral.

No meio do caminho surge uma pedra, o reverso e do reverso se descobre que a manutenção é precária, o avião no dia anterior já apresentara problemas num pouso, aí VEJA socorre e transfere a culpa de tudo para o piloto.

Ou com gravata democrática ou não, decide o dito apresentador, que mais importante que o acidente com um avião da GOL é um dossiê falso comprado a um delegado corrupto, tudo montado, para tentar influir no resultado das eleições.

Só nessa gravatada toda somamos pelo menos 300 mortos. E o governo passa a ser culpado. Culpado do mau caratismo da empresa, a TAM, da morosidade e corrupção de alguns setores da justiça nos processos das famílias das vítimas.

Em vias de ir à falência, em 2002, a GLOBO pegou 250 milhões de dólares do BNDES numa das mais torpes chantagens da história da política e das comunicações no Brasil. Jogou Roseana Sarney para o alto nas pesquisas do IBOPE, montadas evidente, para oferecer ao prejudicado imediato, José Jânio Serra a solução, os tais 250 milhões de dólares e a cabeça de Roseana.

E assim em cada estado brasileiro, ou alguém acha que Aécio ganha loas do ESTADO DE MINAS, um dos últimos sobreviventes dos DIÁRIOS E EMISSORAS ASSOCIADOS, por conta dos seus olhos, ou porque tem bons contatos na direção da empresa. É só pegar as contas do governo mineiro e ver quanto se gasta em publicidade direta e indireta e fazer o mesmo com o paulista, nas milhares de assinaturas de revistas da EDITORA ABRIL.

RBS no Sul, jornais estaduais no Norte e Nordeste e os coadjuvantes (estão perdendo espaços, leitores, tiragens bem menores, mas ainda assim perigosos) FOLHA DE SÃO PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO, etc, etc. O ESTADO DE SÃO PAULO ainda tem um atenuante, acredita que o Brasil é governado por Pedro II e a escravidão não foi abolida. Não saiu do século XIX. Tem medo de chegar ao XX, que dirá ao XXI, até em termos de conservadorismo.

O jornal FOLHA DE SÃO PAULO edição de 20 de novembro, traz um suposto inquérito existente na Polícia Federal, já desmentido, que liga Cesare Battisti a atividades terroristas no Brasil. Nessa mania de mentir sempre que se torna necessário socorrer uma das máfias, ou abrir espaços para notícias mentirosas, faz pouco tempo que o jornal forjou uma ficha criminal da ministra Dilma Rousssef, desmentida pelo onbudsman da empresa.

Quem ganhou? O onbudsman perdeu, lógico. A verdade não interessa. Esse negócio de onbudsman é igual infográfico, você começa lá do começo e quando chega no fim não tem noção de coisa alguma, exatamente o objetivo desse jornalismo de mentiras, confusões deliberadas.

A decisão de cinco dançarinas do STF entendendo que o Brasil deve entregar Cesare Battisti ao governo da Itália acabou prejudicada quando uma delas entendeu que essa decisão em instância final pertencia ao presidente da República. Como pertence. Imagine a reação da estrela da companhia de danças Gilmar Mendes. Entre outras coisas perde a chance de acrescentar à sua coleção de medalhas a ordem do macarrão. Berlusconi costuma entregá-la em festas nos seus palácios, onde sobram mastros para exibição de dotes artísticos tanto de dançarinas como de que tais.

A campanha para pressionar Lula começa com as declarações da velha cafetina José Sarney, antes alvejado por essa mesma mídia e ganha fôlego, abre o cenário hoje, na tal inquérito que a FOLHA menciona.

Mais ou menos como se um monte de chefes mafiosos decidissem eliminar um perigo, um inimigo, um intocável, se agrupassem num determinado lugar e ficassem aguardando uma senha. Tipo assim, “garotas de Berlusconi”. “filhos de FHC” (não que isso importe, o problema é outro, é esconder e tentar criticar adversários com esse tipo de argumento).

Aí começa o tiroteio.

Será que alguém faz idéia do número de jornalistas demitidos ao longo da história por terem se mantido íntegros? Não precisa ir longe, no ESTADO DE MINAS, em Belo Horizonte, a pedido de Aécio ou da irmã querida do governador? Ou em São Paulo, a pedido de José Jânio Serra?

De profissionais humilhados por se recusarem a mentir?

Bonner não está nesse meio. É mentiroso por vocação, aceita e cumpre o papel e ainda deixa que você, que ele chama de Homer Simpson, trata como abóbora, escolha a gravata do dia.

E um monte deles. Jabor, Miriam Leitão, Alexandre Garcia, Délis Ortiz, Lúcia Hippolito, Eliane Catanhede, todo um exército de pistoleiros à disposição de Capones de maior ou menor porte, seja Marinho, seja Frias, seja Mesquita, seja Civita.

A grande mídia não é uma fábrica de chocolates como no filme. É uma fábrica de mentiras, montadas na estrutura de uma sociedade de espetáculos em que somos aqueles que entramos com as cabeças cobertas por abóboras nas receitas da especialista em flora e fauna Ana Maria Braga, a conservada senhora em formal e que nos brinda com um louro mecânico sempre pronto para salvá-la de cada mancada, cada barbárie.

A mídia é isso. Um braço de interesses maiores.

E Cesare Battisti é só um bode expiatório dessa gente.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Confecom: Governo tem 59 propostas para regular o setor de comunicações

Do portal Comunique-se e da Folha de S. Paulo
O governo federal elaborou 59 propostas de regulação do setor de comunicações para serem discutidas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que será realizada entre os dias 14 e 17/12 em Brasília. Os documentos já foram compilados e encaminhados aos delegados da Conferência. Entre as propostas, estão o fortalecimento dos veículos estatais e públicos, a criação de mecanismos de fiscalização de rádios e TVs privadas e o incentivo à imprensa regional.

Com o fim da Lei de Imprensa, o governo também defende um “marco legal” no direito de resposta e indenização "a prejudicados por profissionais e empresas de mídia".

Incentivo à imprensa regional
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), autora das propostas, sugeriu também a criação de mecanismos mais acessíveis de verificação de audiência e circulação para jornais e rádios de pequeno porte, o que permitiria que esses veículos recebessem publicidade institucional ou de utilidade pública.

Para essas pequenas empresas de comunicação, o ministério defende também que o governo "crie mecanismos de compra de insumos básicos, como o papel-jornal, para os pequenos jornais, similares aos modelos disponíveis aos grandes (...), melhorando sua competitividade".

Restrições e oportunidades
Além dessas propostas, a Secom pretende proibir outorgas de rádio e TV a ocupantes de cargos públicos, regular "a prática de proselitismo religioso" em rádio e TV, restringir a propriedade cruzada de veículos de comunicação e da obrigatoriedade das emissoras de TV de veicular programas de produtoras independentes.

A Secom pretende aproveitar o debate para discutir a possibilidade de criação de canais digitais de TV dos ministérios da Cultura, da Educação e das Comunicações, além de distribuir canais para sindicatos e movimentos sociais.

Marco regulatório
As propostas do governo estão sendo discutidas nos Estados responsáveis por elaborar a agenda da Confecom. O documento final do debate será avaliado pelo governo, que, a partir das ideias, poderá definir um novo marco regulatório para o setor de comunicações.

A Confecom reunirá empresas de comunicação, entidades e representantes do setor. Em agosto desse ano, algumas delas se desligaram da Conferência, como a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Brasileira de Internet (Abranet), Associação Brasileira de TVs por Assinatura (ABTA), Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner), Associação dos Jornais do Interior (Adjori) e Associação Nacional dos Jornais (ANJ), pela possibilidade do debate permitir a aprovação de teses contrárias às defendidas pelas entidades, consideradas restritivas à liberdade de expressão e de livre associação empresarial.

Entre as entidades patronais, participam ainda a Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil) e Associação Brasileira de Radiodifusão (Abra). A maior parte dos participantes é composta por representantes do governo, organizações de trabalhadores e ONGs ligadas ao setor.

Nota da Equipe do Blog EDUCOM: É mais do que urgente uma nova política de comunicação para o país que democratize o setor. Precisamos derrubar também este latifúndio, o latifúndio midiático, a concentração da mídia nas mãos de poucos. Comunicação é cidadania e direito. Comunicação é educação e informação. Informação é poder.

E, é claro, "eles" já estão preocupados...

Porky's contra a liberdade
A velha mídia e sua batalha inglória