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sábado, 18 de fevereiro de 2012

O MUNDO DOS “ZUMBIS”

 Laerte Braga




O incêndio numa prisão em Honduras matou perto de 400 presos. O “presidente” Pepe Lobo foi à tevê e em rede nacional disse que ia determinar a apuração dos fatos, punir os responsáveis e assistir às famílias dos mortos. A mídia domesticada – corrupta – não fala em presos políticos, mas em criminosos comuns.

No extinto estado do Espírito Santo, hoje dirigido por um fantoche do líder da principal máfia política local, um estudante foi preso por protestar contra o aumento das tarifas dos transportes coletivos urbanos e levado para um presídio de segurança máxima onde ficou por sete dias.

Foi preso pelos “bravos” soldados da PM – uma aberração em se tratando de polícia – e acusado da posse de explosivos. Não existiam esses. A transferência para um presídio de segurança máxima é a típica atitude de “autoridade H2o”. Ou o “teje preso”.

Honduras, com a deposição do presidente Manoel Zelaya vive um regime de terror imposto pelas elites que governam o país desde sua fundação e hoje se subordinam aos EUA. Nos arredores de Tegucigalpa, capital, está a maior base norte-americana na América Latina, conhecida como “escola de golpes”.

Lá foram planejados e montados golpes militares em vários países latino-americanos, um governo fora dos parâmetros traçados por Washington – caso de Zelaya – seria um complicador sem tamanho para os Estados Unidos.

Pepe Lobo é o típico representante de uma elite tacanha, bisonha e que ainda não descobriu nem a roda e nem o garfo e a faca. O fogo sim. Usa-o para eliminar inimigos do regime, misturados a uns poucos presos comuns (que são seres humanos e têm direitos básicos) e aí, em rede de tevê, contando com a cumplicidade da mídia domesticada – caso GLOBO no Brasil, RECORD, BAND, Folha de São Paulo, Veja, etc –, vende a idéia cristã e democrática que de fato preside Honduras e manda alguma coisa. Pode até mandar, mas depois de consultar o comandante da base norte-americana no país.

É mais ou menos como aqueles sargentos vendidos em massa pelos filmes patrióticos de Hollywood. Ironizados num anúncio de determinada marca de canos. Quem entra por esse tipo de cano são presos políticos. A avenida da “democracia” é pavimentada sobre corpos de adversários políticos e abençoada pelo crucifixo que criminosamente Pepe Lobo coloca ao alto do fundo que se presta ao seu discurso de “líder” cristão e democrático.

O governo de ultra-direita do Chile foi chamado a fornecer peritos para identificar os corpos carbonizados. O relatório final já está pronto, os “especialistas” vão apenas sacramentar a explicação do governo para a chacina.

Líderes católicos, entidades de direitos humanos denunciam a farsa e o crime hediondo. A mídia tradicional silencia.

O julgamento de Lindemberg Alves, um criminoso comum, vira manchete prioritária em todo o Brasil, na ânsia de alimentar a alienação dos “zumbis” conduzidos ao estilo Big Brother.

A prisão de um estudante em flagrante violação à lei num presídio de segurança máxima foi tão somente a costumeira tentativa de intimidar, coagir e assim buscar que os protestos contra o fantoche que imagina governar alguma coisa (Paulo Hartung governa o extinto Espírito Santo hoje um condomínio de máfias chamadas empresas), não aconteçam, os desmandos sejam acatados.

Notícias desse tipo de fato só fora da mídia de mercado. O silêncio é absoluto sobre assuntos assim. Tanto na mídia nacional, quando na estadual. São braços das quadrilhas.

Isso equivale a tratar o cidadão como objeto de segunda categoria na mentira de cada dia em redes de tevê, jornais e revistas.

Se listados os abusos – e são muitos os relatórios que condenam o Brasil por procedimentos abusivos de autoridades e polícia militar principalmente – contra direitos humanos, a quantidade de papel a ser gasta será absurda.

Pior que isso é o incitamento direto e indireto, via mídia, que direitos humanos são eufemismo para proteger criminosos. Abre espaços para barbáries em Honduras, no extinto Espírito Santo, em Guantánamo – campo de concentração montado pelos EUA em território ocupado de Cuba – e assim por diante. Mas vira “bandeira” quando um robô/jornalista defende assassinatos seletivos.

A afirmação feita pela presidente do Brasil, Dilma Roussef que “direitos humanos não podem ser uma arma ideológica”, a despeito dos rumos do governo, é precisa, correta.
Chegou-se a um ponto que o robô/jornalista – Caio Blinder – defende publicamente numa rede de tevê via satélite a validade e a necessidade dos assassinatos seletivos praticados por serviços secretos norte-americanos e israelenses, como forma de defender a “democracia”, a “paz”. E é secundado por um foragido da justi
ça brasileira o jornalista Diogo Mainardi. Não há espanto e nem indignação por um disparate desses.

A dose de anestesia aplicada pela mídia paralisa o que William Bonner chamou de “Homer Simpson, o público/vítima desse tipo de informação.

É o grande desafio das forças populares. Acordar, despertar desse estado as pessoas que a cada dia mais marcham como “zumbis” numa ordem desordenada que mantém intactos privilégios e leva o ser humano a uma condição de objeto/abjeto.

Os ataques do governo sírio contra rebeldes e mercenários financiados pelos norte-americanos vão ser sempre violação dos direitos humanos e o são numa boa medida (pelo caráter ditatorial do governo). A destruição da Líbia em nome de interesses de empresas e bancos do cartel ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A foram divulgados como “missão libertadora”. A desordem na Líbia após a “ajuda humanitária” da OTAN (braço do terror capitalista) é de tal dimensão que as tribos brigam entre si e forças remanescentes do governo de Kadafi começam a ganhar espaço.

Na Grécia, um levante popular, protestos e luta contra pacotes impostos por bancos e grandes corporações, que sugam mais ainda os trabalhadores são vistos como manifestações de inconformismo diante do “estupro inevitável”. A necessidade de salvar a Comunidade Européia. O que é isso a não ser um arranjo das classes dominantes?

Cada vez mais, em países considerados “democráticos”, o poder popular é menor. Limita-se ao voto na presunção que isso é o bastante e ato contínuo os governantes entram na imensa bolha do capitalismo e só retornam ao mundo dos “zumbis” quando for novamente a hora de votar.

Não há quem seja “zumbi” por vontade própria, pelo menos nessa condição. Mas há um claro processo de formação de legiões de “zumbis” dóceis, servis à ordem dominante e em caso de reação a borduna. Seja em Honduras, no extinto Espírito Santo, no Egito, em qualquer canto do mundo onde prevaleça a informação que defende “assassinatos seletivos” pela “paz” e pela “democracia”.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Espírito Santo - o exemplo dos estudantes e cidadãos honrados*

Laerte Braga


Suponha que numa escola a professora pergunte a seus alunos qual o nome do governador do extinto estado do Espírito Santo e um aluno ou aluna levante o dedo e responda – Renato Casagrande.

Errado. Renato Casagrande ocupa o palácio do governo nominalmente, o capataz da propriedade de empresas – falo do extinto estado – como ARACRUZ, SAMARCO, VALE e outras menores é Paulo Hartung. Tem o controle da máquina estatal e daquele que é tido como governador (marionete). O vice então, via de regra é conhecido como clássico “pamonha”.

Há cerca de três semanas a organização terrorista que sustenta esse braço das empresas – o que chamam governo estadual – me refiro à uma pseudo instituição chamada Polícia Militar, desocupou uma área onde moravam centenas de pessoas, através de uma operação de guerra digna de qualquer ação de forças de maior porte como as da OTAN, por exemplo, ao bombardear e matar civis na Líbia.

Num protesto contra o aumento das passagens dos transportes coletivos a mesma organização terrorista espancou, barbarizou e prendeu estudantes e cidadãos sob o olhar complacente do “pamonha” que no papel é o vice-governador do extinto estado estava posto em cadeira de “governador” (pertence ao PT e chama Givaldo sei lá das quantas), já que o laranja que ocupa o cargo – de mentirinha – estava em vilegiatura por outras plagas.

Máfias de um modo geral, as clássicas, onde existe ainda um pingo de dignidade, honra, leis próprias de respeito, etc, escolhem lugares paradisíacos para suas “convenções” (máfias empresariais, financeiras e políticas não têm noção do que seja isso, nunca ouviram falar, as do Espírito Santo estão na Idade da Pedra, é só conversar com um deputado qualquer do PT do extinto estado. Vai precisar de um especialista para entender linguagem de hienas).

Tais convenções, há um filme clássico com Marilyn Monroe – QUANTO MAIS QUENTE MELHOR, do excelente diretor Billy Wilde – que mostra como funciona esse “esquema” de convenções. Uma divisão dos negócios lucrativos no mundo do crime.

No extinto estado do Espírito Santo existe uma ONG – praga de um modo geral – chamada ESPÍRITO SANTO EM AÇÃO. Funciona financiada por grandes empresas e bancos, tem o apoio da gerência que chamam de governo do estado como se isso ainda existisse e a garantia das hordas de bárbaros que chamam de Polícia Militar para enquadrar aqueles que não paguem a “proteção” em dia.

Em curso no Brasil um trem chamado reforma política, ou reforma eleitoral (são coisas distintas, mas interessa às máfias misturar tudo). Gera pavor nas elites políticas de um modo geral, as oligarquias tipo Sarney, as famílias que controlam a política em Minas (Azeredo, Neves, etc), noutras plagas deste imenso Brasil. Em se tratando do extinto Espírito Santo então, pânico nas máfias que operam disfarçadas de bancos, de grandes empresas promotoras do progresso (A ARACRUZ por exemplo desmata sem qualquer controle e depois patrocina um seminário de defesa do ambiente, tal e qual Capone fazia em Chicago. Matava e depois mandava presentes de natal para as famílias das vítimas ou promovia o natal dos pobres) e lógico, na classe política subordinada a essa gente.

Como a deputada Rita Camata iria construir uma casa modesta de um quarteirão inteiro numa Ilha vigiada pela PM a fim de que não sejam molestados esses abnegados defensores do povo (Os Camata, ela e o ex-marido Gérson são sócios de Aécio Neves em pesquisas genéticas), se não fosse essa “preocupação patriótica” com as organizações mafiosas da “fazenda”?

Vai daí que decidiram fazer uma “convenção” em Vitória, capital do antigo estado. TRE – TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL – um resquício dos tempos de coronéis, de ditaduras, justiça eleitoral é um adereço desnecessário à democracia, a ONG ESPÍRITO SANTO EM AÇÃO, tudo financiado por bancos, ARACRUZ, VALE, SAMARCO, etc, sem povo para sujar o piso, melar as mãos em refinados salgados e doces de lanches britânicos, etc, tudo para discutir a tal reforma, mas de um jeito que nada mude. Permaneçam intocados os cartórios dessas quadrihas.

Arranjaram um marqueteiro pilantra que chamou o negócio de FÓRUM NACIONAL DA REFORMA ELEITORAL.

De quebra levam o apoio do jornal A GAZETA (é uma rede, anomalia monopolista que existe no Brasil e retransmite a doença GLOBO para todos os cidadãos que se aventurem a sintonizar o canal ou ler o jornal). O diretor/dono da dita quando instado a denunciar as condições sub-humanas dos presídios no Espírito Santo, o feitor ainda era Paulo Hartung e essas condições foram observadas pela ONU e condenadas internacionalmente, respondeu assim ao dizer que não noticiaria – “boa sorte com a mídia nacional e internacional, aqui mandamos nós” Um criacionista o chamaria de Caim, um evolucionista de Ornitorrinco (um ser incompleto, nem mamífero, nem ovíparo, mas canalha, só isso)

Estudantes da UFES – UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO – e cidadãos indignados com a presença de mafiosos de grande calibre em sua cidade, Michel Temer, José Sarney e outros, resolveram exercer o direito constitucional de protestar contra o processo que vitima o Espírito Santo.

Foram para o local manifestar o descontentamento.

De imediato a Polícia Militar foi orientada a sentar a borduna, baixar o cacete, prender e arrebentar, especialidade dessa organização terrorista, onde vociferar é a língua mater. E bombas com gás de pimenta é tratamento que aplicam sem a menor piedade ou respeito por nada que não seja o prazer doentio da violência

E o fez com esse incrível prazer que a barbárie desperta em sádicos e boçais.

Como é que pode estudantes e cidadãos dignos não compreenderem os elevados desígnios das máfias? Organizações voltadas para o progresso (deles), o bem estar (deles) e que segundo o paladino da ARACRUZ Antônio Ermírio de Moraes, trazem o progresso? Cidades inteiras estão sendo dizimadas por tal progresso predador. Praias e reservas florestais destruídas por esse tipo de gente, criminosos lato senso.

A histórica praia onde o padre José Anchieta escreveu seu poema a Maria já não existe mais. O progresso da ARACRUZ ou outra similar chegou e se instalou.

Os protestos dos estudantes e cidadãos dignos refletem a aspiração popular de reconstruir o estado do Espírito Santo, tirando-o das mãos de criminosos (meio tribunal de justiça foi preso numa operação da Polícia Federal ano passado). Refazer a história do Espírito Santo segundo a vontade popular e com ampla participação popular.

Sem políticos como Casagrande, como Hartung, como o tal Givaldo, sem dirigentes petistas convocando o povo – é de matar de rir – para o debate, sem figuras execráveis como Gerson Camata, ou João Coser o prefeito da capital e novo milionário desde que assumiu o cargo, enfim, livrar o território das máfias canalhas e reerguer as tradições de gente brava e corajosa na defesa da liberdade e dos compromissos com o progresso como sinônimo de bem estar coletivo, respeito ao ambiente, nunca de privilégios como acontece. Tomar a história nas mãos sem intermediários.

Há um detalhe importante em tudo isso. O protesto corajoso e digno dos estudantes e cidadãos, a despeito da boçalidade da organização terrorista PM, uma anomalia num estado democrático, mais cedo do que se imagina, vai eclodir por todo o País.

Os brasileiros estão percebendo que o nosso Brasil está sendo transformado em grande território de máfias internacionais associadas a máfias nacionais, numa cumplicidade vergonhosa e já começam a sentir que o governo Dilma Roussef está mais para Michel Temer e José Sarney que qualquer outra coisa.

São protestos que devem ser apoiados em todo o País, mesmo que a mídia que janta com Hilary Clinton e recebe desses bandidos para definir o cidadão como idiota – “nosso telespectador é como Homer Simpson”, frase do robô William Bonner ao referir-se aos que assistem o JORNAL DA MENTIRA, que chamam de JORNAL NACIONAL – não os noticie, ou então noticie de forma deturpada chamando estudante e trabalhadores de “baderneiros”, como se fazia no tempo da ditadura militar.

Que venham esses “baderneiros”, bem vindos, para que o País possa acordar, levantar e caminhar, para varrer com essas máfias e seus integrantes.

É essa a lição maior dos estudantes do Espírito Santo, dos cidadãos honrados que não se curvam a quadrilhas financeiras, empresariais e políticas.
*PS - Os bandidos cancelaram o seminário diante da indignação popular. Na noite de quarta-feira o vice-presidente Michel Temer quando viu o protesto cancelou sua fala e deixou o Espírito Santo na manhã de quinta-feira deixou Vitória. Os mafiosos do Espírito Santo, neste momento, vivem uma guerra de quadrilhas para definir quem é culpado de tanta lambança e canalhice.