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domingo, 4 de março de 2012

A pior audiência da história da Globo

domingo, 4 de março de 2012 - Por Altamiro Borges - em seu blog do Miro

Líder de audiência há mais de quatro décadas, a TV Globo teve o pior mês de fevereiro de toda a sua história.

Segundo sondagem do Ibope, entre as sete da manhã e a meia noite, a emissora registrou uma audiência média de 14,4 pontos na Grande São Paulo no mês passado (há um ano ela tinha 15,9 pontos). A péssima notícia deve ter preocupado os filhos de Roberto Marinho.

Mas eles têm um consolo. A queda de audiência foi generalizada, o que indica que os brasileiros estão cada vez mais distantes da péssima programação da televisão. Ainda segundo o Ibope, a Record registrou 6,8 pontos (há um ano, ela marcava 7,2 pontos); o SBT caiu de 5,6 para 5 pontos; a Band, de 2,5 para 2 pontos; e a RedeTV! de 1,4 para 1,1 ponto.

Queda do número de aparelhos ligados
Alguém poderia ponderar que a queda foi compensada pelo aumento do número de assinantes da tevê a cabo, controlada pelas mesmas famílias que monopolizam a mídia no país. Mas o Ibope revela que o número de aparelhos de televisão ligados caiu de 41,9 para 39, em média. Pelo jeito, há uma fadiga com o conteúdo difundindo pelas emissoras.

Os brasileiros estariam migrando para outros atrativos, principalmente para a internet, o que abala o modelo de negócios dos barões da radiodifusão brasileira. Neste cenário, algumas emissoras enfrentam graves crises (como a RedeTV!) e outras assistem a queda de suas audiências. O império da famiglia Marinho sofre rachaduras.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Brasil que não se vê na TV

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012 - Laurindo Lalo Leal Filho, Revista do Brasil 
postado no blog do Miro

O Brasil que se vê na TV está restrito ao Rio e à São Paulo, salvo raras exceções. Exibem-se nas novelas e nos telejornais, lindas paisagens e graves problemas urbanos dessas metrópoles para todo o país.

Fico a me perguntar o que interessa ao morador de Belém o congestionamento da Marginal do Tietê, exaustivamente mostrado pelas redes nacionais de TV? Não haveria fatos locais muito mais importantes para a vida dos telespectadores do Pará do que as mazelas da capital paulista?

No entanto, o conteúdo que vai ao ar não é determinado pelos interesses ou necessidades do telespectador e sim pela lógica comercial. Para o empresário de TV local é mais barato e mais lucrativo reproduzir o que a rede nacional de televisão transmite, inserindo alguns comerciais da região, do que contratar profissionais para produzir seus próprios programas.

Para as grandes redes trata-se de uma economia de escala: com um custo fixo de produção, o lucro cresce à medida em que os anúncios são veiculados num número crescente de cidades.

Isso ocorre porque como qualquer outra atividade comercial a lógica do capital é a da concentração, regra da qual a televisão, movida pela propaganda, não escapa. Só que a TV não é, ou não deveria ser, apenas um negócio como outro qualquer.

Por transmitir valores, idéias, concepções de mundo e de vida, ela é também um bem cultural e não uma simples mercadoria. Dai a necessidade de ser regulamentada e ter os seus serviços acompanhados de perto pela sociedade.

Como concessões públicas, as emissoras têm obrigação de prestar esses serviços de maneira satisfatória, atendendo às necessidades básicas de informação e entretenimento a que todos tem direito. Caso contrário, caberiam reclamações, processos e punições, como ocorre em quase todas as grandes democracias do mundo.

Aqui, além de não existirem órgãos reguladores capazes receber as demandas do público e dar a elas os devidos encaminhamentos, não temos uma legislação capaz de sustentar esse processo. Por aqui vale tudo.

E quem perde é a sociedade, empobrecida culturalmente por uma televisão que a trata com desprezo. Diretores de emissoras chegam a dizer, preconceituosamente, que “dão ao povo o que o povo quer”.

Um caso emblemático da falta que faz essa legislação é o da produção e veiculação de programas regionais. Se o mercado concentra a atividade televisiva no eixo Rio-São Paulo, cabe a lei desconcentrá-lo, como determina artigo 221 da Constituição, até hoje não regulamentado.

Sua tramitação é seguidamente bloqueada no Congresso por parlamentares que representam os interesses dos donos das emissoras de TV.

Em 1991 a então deputada Jandira Feghali apresentou um projeto de lei estabelecendo percentuais de exibição obrigatórios para produção regional de TV no Brasil. Doze anos depois, em 2003, após várias concessões feitas para atender aos interesses dos empresários, o texto foi aprovado na Câmara e seguiu para o Senado, onde dorme um sono esplendido até hoje.

São mais de vinte anos perdidos não apenas para o telespectador, impossibilitado de ver o que ocorre na sua cidade e região. Perdemos também a oportunidade de abrir novos mercados de trabalho para produtores, jornalistas, diretores, atores e tantos outros profissionais obrigados a deixar suas cidades em busca de oportunidades limitadas nos grandes centros.

Mas se os interesses empresariais das emissoras bloqueiam esse florescimento artístico e cultural, as novas tecnologias estão abrindo brechas nessas barreiras. O barateamento e a diminuição dos equipamentos de captação de imagens impulsionaram o vídeo popular e a internet vem sendo um canal excelente de divulgação desses trabalhos.

Combina-se a vontade e a capacidade de fazer televisão fora das emissoras tradicionais com a necessidade do público de acompanhar aquilo que acontece perto de sua casa ou de sua cidade.

O que não descarta a necessidade da existência de programação regional nas grandes emissoras, como forma de tornar o Brasil um pouco mais conhecido pelos próprios brasileiros.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

EUA formam internautas na Síria e Líbia

domingo, 5 de fevereiro de 2012 - Por Iroel Sánchez, no blog cubano La Pupila Insomne - blog do Miro - Tradução de Sandra Luiz Alves


Em 29 de novembro de 2011, o blog postou uma matéria intitulada “O que Alec Ross fazia a caminho de Damasco? Escrevemos:

"Há exatamente um ano, Alec Ross, principal assessor de Hillary Clinton para a internet, disse, sem querer, que havia estado na Síria treinando diversas pessoas para as redes sociais. Ele também ministrou conferência para autoridades estadunidenses em Santiago, Chile. O motivo de tal experiência evangelizadora era, segundo contou Ross, ensinar os sírios a denunciar o suposto castigo corporal nas escolas.

Perguntamos por que Ross não se preocupa com as vítimas de torturas em Guantánamo, que há muito tempo precisam de ajuda. Mas os acontecimentos precipitados na Síria, onde os alvos da administração Obama estão sendo cumpridos, como indica o “novo método” de intervenção na Líbia, revelam o verdadeiro motivo da presença do experiente jovem em Damasco.

O pesquisador canadense Mahdi Darius Nazenroaya afirma que tanto na Síria como na Líbia “foram utilizados o facebook, twitter, celulares e youtube para divulgar notícias dos dois governos. CNN, BB, Al Jazeera, Fox News, Sky News, France 24, TF1, entre outras, recorreram a estas fontes sem, ao menos, checar as informações”.

Segundo Nazenroaya, “desde o início dos acontecimentos na Síria e na Líbia estes meios de comunicação foram mobilizados e manipulados a partir do exterior. Preenchiam páginas do facebook e twitter sobre o que estava ocorrendo com milhares de inscritos desconhecidos. Os autores destas páginas são, portanto, discutíveis: todos escritos em inglês e outros idiomas e muito bem argumentados. Não tem aparência de espontaneidade e as contas não eram no idioma sírio ou líbio, isto é, em árabe”.

Um exemplo foi a escandalosa fraude em torno do blog ‘A gay girl in Damascus’ (uma lésbica em Damasco), cujas informações eram replicadas por diversos órgãos de imprensa e que se provou que o blog era de um estadunidense que estudava na Escócia. Assim como o ‘gay girls’, vários sítios foram criados sobre a Síria a partir de fevereiro de 2011 – eles previam os protestos, divulgando informações falsas.

Mahdi Darius Nazenroaya cita o caso de ‘The Syrian Revolution 2011’, que incentivava um ‘dia de ira’, em 4 de fevereiro de 2011, sexta-feira. O pesquisador salientava que ‘o nome desta página no facebook estava em inglês e o número de inscritos não foi traduzido igualmente na mobilização física.'

Por outro lado, “as contas registradas pertenciam a pequenas áreas onde há um número reduzido de pessoas com acesso à internet”. O autor acrescenta que, “além disso, o treinamento de pessoas da oposição é realizado pelo Departamento de Estado com o pretexto de promover a democracia. Esta situação fica mais evidente quando conhecemos como o Pentágono e a Otan têm procurado enfatizar a estratégia militar para o ciberespaço”.

'As mídias sociais estão sob controle do SMSC (Social Media in Strategic Comunication) do Pentágono, cujo objetivo é utilizar os meios de comunicação como um instrumento militar'. O acadêmico menciona também a utilização destas mídias contra o Irã, assim como na Bolívia, Cuba, Venezuela, Bielorússia, Rússia, Sérvia, Equador, Armênia, Ucrânia, Líbano e China.

Sem dúvida, Ross preparava o terreno para que sua chefe voltasse a dizer, entre risadas, no melhor estilo do império romano ‘We came, we saw, we died’ (original em latim Veni, vidi, vici - Eu vim, eu vi, eu conquistei), após a tortura e linchamento de Muamar Kadafi, por seus aliados do Conselho Nacional de Transição. Porque se Bush dizia que "falava com Deus, não há dúvidas de que Hillary e Obama falam com os césares mais sanguinários."

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Na conferência em Santiago, em que o Sr Ross explicou como treinou pessoas na Síria para difundir imagens na internet, estava Ernesto Hernández Busto, que é um dos principais “ativistas” da estratégia dos Estados Unidos contra Cuba na rede. Coincidentemente, Hernández Busto – que foi o responsável em conceder o prêmio Ortega e Gasset, do diário El País, a Yoani Sánchez – solicitou por escrito a intervenção militar dos EUA na Ilha.

Em Havana, Yoani Sánchez e um fotógrafo que têm os mesmos desejos de Hernández Busto anunciavam os premiados de um concurso de fotografia digital para “captar a futura imagem de nosso presente nacional”. E já sabemos a “futura imagem” que os aliados dos Estados Unidos captaram na Líbia e os dados fornecidos pela Otan, mas Cuba não é a Líbia, muito menos Afeganistão, por mais que os candidatos esperem fotografar os marines urinando em cadáveres e estátuas em Havana.