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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Os Hitlernautas estão chegando



Por Mauro Santayana, em seu Blog


Para quem acha que Dani Shwery, Thismir Maia e Carla Dauden são o máximo que a direita “espontânea” conseguiu preparar para mobilizar seus simpatizantes - no contexto do quadro reivindicatório das manifestações de junho - podemos dizer que entre os servidores do Google e da Microsoft e os mouses dos internautas comuns há muito mais coisas que a nossa vã filosofia possa imaginar.

Uma delas, ficou comprovado, é a espionagem norte-americana na rede, denunciada pelo agora foragido Edward Snowden.

O súbito aparecimento do fenômeno dos hitlernautas é outra - e esse é um fato que merece ser analisado. O hitlernauta, não é, na verdade, uma nova espécie no ciberespaço brasileiro. Ele sempre existiu, embora não fosse conhecido por esse nome. A questão é que, antes, os hitlernautas só podiam ser encontrados no seu habitat natural, em reservas quase sempre protegidas, e normalmente produzidas e consultadas apenas por eles mesmos.

Encontravam-se, assim, ao abrigo do navegante comum, como nos sites neonazistas, integralistas, da extrema-direita católica, ou que correspondem, no Brasil, a “espelhos” de certas “organizações” fascistas internacionais.

Nesses espaços, eles ficaram, por anos, alimentando suas frustrações, preparando-se para sair à luz do dia tão logo houvesse uma ocasião mais segura para se apresentarem ao mundo. A oportunidade surgiu no âmbito das passeatas de junho. Afinal, nessas manifestações, cada um podia carregar a mensagem que desejasse - desde que não fosse símbolo de partidos políticos.

Os hitlernautas, além de aparentemente apartidários, são, principalmente, anti-partidários. Assim, resolveram engrossar, a seu modo, a procissão, mesmo sem conseguir indicar, com clareza, rumo ou andor que lhes valesse.

É fácil reconhecer o hitlernauta. Nas ruas, é o “careca”; o de cara coberta por um lenço; pela máscara de um movimento "anarquista"; o que leva coquetel molotov de casa; joga pedra na polícia; agride violentamente o militante do PSDB ou do PSTU que estiver carregando uma bandeira; quebra prédios públicos; arranca semáforos; saqueia lojas; põe fogo em carros da imprensa ou invade o Itamaraty.

Na internet, o hitlernauta é ainda mais fácil de ser identificado. É aquele sujeito que acredita (piamente?) que estamos vivendo a penúltima etapa da execução de um Golpe Comunista no Brasil. E que o Fórum de São Paulo é uma espécie de conclave secreto, destinado a dominar o mundo via implantação, no continente, de uma União das Repúblicas Socialistas da América do Sul.

O hitlernauta é o “anônimo” que nos comentários, na internet, tenta convencer os interlocutores, de que as urnas eletrônicas são manipuladas; de que não existe oposição no Brasil, porque o PSDB é uma linha auxiliar do PT na implantação do stalinismo por aqui; que FHC é fabianista, logo, uma espécie de socialista a serviço da entrega do Brasil aos vermelhos; que a ONU é parte de uma conspiração mundial, e o único jeito de consertar o país é acabar com o voto universal, fechar o Congresso, dissolver os partidos, prender, matar, arrebentar e torturar, por meio de um novo golpe militar.

No dia 10 de julho, os hitlernautas saíram às ruas, sozinhos, pela primeira vez. Segundo o portal Terra, fecharam a rua Pamplona, até a esquina com a Consolação, com a Marcha das Famílias contra o Comunismo, convocada nas últimas duas semanas pela internet.

O portal IG calculou, em cerca de 100 pessoas, o grupo que se reuniu no vão do MASP e marchou, com bandeiras, pedindo intervenção militar, até as imediações do Comando Militar do Sudeste.

No Rio, a convocação conseguiu juntar, frente à Candelária, trinta e poucos manifestantes, em cena em que se viam mais bandeiras e cartazes sobre as escadas do que pessoas para empunhá-los. Ao ver a foto da “manifestação”, muita gente os ridicularizou na internet.

Os primeiros desfiles das SA na República de Weimar também não reuniam mais que 30 pessoas, que carregavam as mesmas suásticas hoje tatuadas na pele dos skinheads presentes à Marcha das famílias contra o Comunismo, em São Paulo, no dia 10. As pessoas normais, ao vê-los desfilando nos parques, com os seus ridículos uniformes, acharam, na década de 30, que os nazistas eram um bando de palhaços. Eles eram palhaços, mas palhaços que provocaram a maior carnificina da História. Sob seus olhos frios, seus gritos carregados de ódio, milhões de inocentes foram torturados, levados às câmaras de gás, e incinerados, em Auschwitz, Maidanek, Birkenau, Dachau, Sachsenhausen – e em dezenas de outros campos de extermínio montados por ordem de Hitler.

Os hitlernautas não devem ser subestimados. É melhor que a sociedade os conheça. A apologia da quebra do estado de direito é crime e deve ser combatida com os rigores da lei. Cabe ao Ministério Público, com a ajuda da Polícia Federal, identificá-los e denunciá-los à Justiça, para que sejam julgados e punidos, em defesa da democracia

Fonte: http://www.maurosantayana.com/2013/07/os-hitlernautas-estao-chegando.html



domingo, 2 de maio de 2010

NÃO É DIFERENTE DE NENHUM DELES – TEM APEGO AO PODER E VAIDADE DE SER O PAPA

Por Laerte Braga

A imprensa alemã dispõe de depoimentos envolvendo diretamente o cardeal Joseph Ratzinger em casos de pedofilia ao tempo em que era apenas um sacerdote. São acusações graves e os jornais e revistas que receberam as denúncias (envolvem também o irmão do papa) decidiram apurá-las in totum e ter o mínimo de segurança para divulgá-las. Têm consciência do significado desse fato. Da sua gravidade Ratzinger foi ordenado sacerdote em 1951 e sua participação na Juventude Hitlerista é apontada como tendo sido “obrigatória”.

Os jovens alemães àquela época dentre eles os alunos de seminários teriam sido obrigados a ingressar já Juventude Hitlerista. O registro feito após a sua escolha para suceder João Paulo II dá conta que Bento XVI não era um participante “entusiasmado” do grupo.

Já o documento secreto do Vaticano que instrui bispos sobre como tratar a pedofilia na Igreja deixa claro que o então cardeal Ratzinger determinava que os casos fossem apurados, mas mantidos em sigilo. As punições ocorreriam no âmbito da própria Igreja e não implicariam em afastar os responsáveis do exercício do sacerdócio. No máximo suspensão por um determinado período.

O cerne do problema não está necessariamente aí. O caráter conservador de Bento XVI dá seqüência às revisões feitas em importantes decisões tomadas por João XXIII e Paulo VI.

A eleição do cardeal polonês Karol Wojtyla foi produto de um acordo da Igreja norte-americana através do cardeal Marcinkus com boa parte do Colégio Cardinalício diante da crise financeira que o Vaticano enfrentava e da necessidade de abortar a Teologia da Libertação em franco progresso numa América Latina de maioria católica e vivendo um período de efervescência política.

Padres e bispos envolvidos em processos políticos de transformações sociais não interessavam aos norte-americanos e um papa polonês (país então comunista) cairia como uma luva na ofensiva que acabou resultando no fim da União Soviética.

Os cardeais hoje celebram missas para golpistas que derrubam governos constitucionais, caso de Honduras, ou sorriem como aconteceu na fracassada tentativa de golpe contra o presidente Chávez na Venezuela, em 2002.
O favorito àquela época, a eleição de João Paulo II, era o brasileiro Lorscheider. Os progressistas entendiam que o Concílio Vaticano II abria as portas para um papa latino-americano.

João Paulo II iniciou um trabalho de desmonte da maior parte das reformas que ensejavam aberturas para a Teologia da Libertação na América Latina, juntou-se aos norte-americanos em ações coordenadas por Marcinkus para ataques frontais a União Soviética e uma inquisição comandada por Ratzinger afastou sacerdotes como por exemplo o brasileiro Leonardo Boff.
A imagem de “santo homem” de João Paulo II foi construída por um extraordinário trabalho de marketing.

Marcinkus terminou seus dias na condição de foragido. A justiça italiana decretara sua prisão por fraudes financeiras com o Banco do Vaticano e associação com as máfias italianas.

Joseph Ratzinger, em seguida à morte de João Paulo II, no discurso nas exéquias do papa, se impôs como seu sucessor e não deixou qualquer outra perspectiva para os cardeais. Foi o concílio mais rápido da história das eleições de papas.

O resultado disso é uma Igreja limitada a uma ortodoxia que dia a dia estreita seus caminhos e faz com que perca fiéis em todas as partes do mundo, mesmo porque os norte-americanos perceberam que é mais barato comprar pastores neopentecostais como o brasileiro Edir Macedo. Isso para a América Latina e países africanos. Macedo hoje é ponta de lança de uma ofensiva religiosa para tentar chegar a países árabes e diminuir o poder e a maioria dos muçulmanos.

A Igreja Católica Romana, pouco a pouco, vai se encolhendo e sendo acuada em escândalos que servem muito mais a interesses políticos que propriamente aos repugnantes casos de pedofilia ou abusos sexuais de qualquer natureza, levando em conta que uma ampla investigação sobre esse assunto terminaria em boa parte do atual Colégio de Cardeais, implicaria arcebispos e bispos, muito além de padres, sem falar nas denúncias feitas à imprensa alemã sobre o papa.

É bom comprar organizações semelhantes à de Edir Macedo, mas ter um contrapeso para evitar que o “bispo” se transforme em alguém com tal poder que fique difícil controlá-lo no futuro.

É interessante notar que a ofensiva contra a Igreja a partir da pedofilia partiu dos Estados Unidos.

O Vaticano não é mais um aliado importante e o papa é apenas uma lamentável figura tentando segurar um império em franca decadência.
O que era um instrumento de transformação política, econômica e social está tomando ares de seita, pois permanecem as perseguições a sacerdotes que se opõem ao nazi/fascismo da cúpula atual em Roma.

No Brasil, por exemplo, maior país católico do mundo, a criação de um grupo chamado Renovação Carismática é uma volta aos tempos da fé cega e sem sentido, desprovida de consciência, mas provida da alienação semelhante à imposta pelos neopentecostais.

No fundo uma tentativa de sobrevivência.

Bento XVI não vai renunciar, exceto diante de um fato de suma gravidade, mas certamente, vai viver dias de amargura e decepção. Não será reconhecido como um grande papa, apenas um desastre total e absoluto para a Igreja.

É simples entender isso. A mão direita escapa todas as vezes que o papa distrai e à semelhança do cientista no filme de Kulbrick, proclama Heil Hitler.

Se quisermos entender Bento XVI fazendo um paralelo com alguém no Brasil, podemos compará-lo a Fernando Henrique Cardoso. Uma figura montada em vaidade extrema, cheia de diplomas, mas pronto a qualquer negócio desde que renda poder e lucro. E principalmente capas de revistas como alguém que salva alguma coisa. Um enterra a Igreja Católica, outro enterrou o Brasil em seus oito anos de “papado”.

As acusações contra o papa à época que era um sacerdote na Alemanha devem terminar num grande acordo, caríssimo, uma cortina de silêncio em torno do assunto e o papa refém dos grandes grupos políticos e econômicos que controlam o mundo capitalista.

No fundo a máxima mafiosa, “nada pessoal, apenas negócios”.

sábado, 10 de outubro de 2009

Livros

Troque livros

Cuba, Apesar do Bloqueio Mário Augusto Jakobskind. Booklink. R$ 26 (edição impressa); R$ 15 (e-book) Comprar.
Em 2009, Mário Augusto Jakobskind lançou no Uruguai, pela Editora Tropicana, o livro "Apesar do Bloqueio, 50 anos de Revolução" (imagem ao lado; reprodução), em função do marco histórico representado pelo ano da comemoração. A edição atual apresentada pela Booklink está atualizada até 2010.Para falar sobre Cuba, além de mostrar o cerco midiático, o autor lembra as previsões equivocadas de analistas ignorantes da realidade cubana sobre o fim do regime em vigor na ilha caribenha, depois da desintegração da URSS. Muitos desses analistas garantiam que o fim ocorreria em semanas ou meses. A realidade mostrou que as pitonisas falharam redondamente, como mostra o livro de Mário Augusto Jakobskind. Mais do que adjetivos, Cuba, Apesar do Bloqueio apresenta fatos que falam por si só, como, por exemplo, a participação do então Presidente Fidel Castro num encontro de jornalistas latino-americanos, quando o dirigente máximo de Cuba mostrou o seu dom de jornalista. Confira post sobre o lançamento do livro, dia 14, nos destaques.

Poemas da recordação e outros movimentos Conceição Evaristo. Nandyala.
Memória , feminilidade e resistência negra. Esta é a tônica de Poemas da Recordação e outros movimentos, antologia poética da consagrada escritora afro-mineira Conceição Evaristo, que inaugura a Coleção Vozes da Diáspora Negra (Nandyala Editora). Tecendo os fios de suas vivências pessoais e coletivas, a poeta convida o leitor a mergulhar em profundas “águas-lembraças”, espelho hídrico do qual emergem imagens e vozes femininas a revelar uma tessitura poética inscrita na ancestralidade, “nova velha seiva” que “aborda os tempos do viver”. Assim, avó, tia, mãe e filha performatizam a “letra-desenho” de vidas traçadas em sonhos e esperanças, apesar da dor, do banzo, da fome e do frio que habitam o cotidiano de sujeitos negros em exclusão sócio-racial. Conheça melhor a autora aqui.

Para uma revolução democrática da justiça Boaventura de Sousa Santos. Cortez. R$ 15.
A revolução democrática da justiça nunca poderá ocorrer sem a revolução democrática do Estado e da sociedade. Mas esta, por sua vez, tão pouco será possível sem a revolução democrática da justiça. É, pois, pertinente perguntar pela contribuição do sistema judicial para uma tal revolução democrática mais ampla. A contribuição é possível mas sob condição de o sistema judicial passar a ser outro, muito diferente daquele que conhecemos. Sociólogo português, Boaventura de Sousa Santos é professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Este blog já republicou o muito comentado artigo "A contrarrevolução jurídica", de Boaventura Santos.


Cuidar da Terra, proteger a vida: como evitar o fim do mundo Leonardo Boff. Record. R$ 39,90.
Um dos maiores teólogos mundiais e árduo defensor da consciência ambiental, Leonardo Boff lança livro inédito — que completa sua vasta obra com mais de 70 livros publicados, em diversos idiomas — sobre uma das questões que mais preocupa a população do planeta: como superar a crise ecológica atual, agravada pelo aquecimento global, para evitar uma situação ameaçadora para o futuro da humanidade. Chegamos a um ponto em que as bases de nossa sobrevivência como espécie humana estão ameaçadas. Porém, essa ameaça não vem de algum meteoro rasante como o que outrora dizimou dinossauros, mas de algo mais próximo e cotidiano: as ações humanas, tão desrespeitosas com os ritmos da natureza e com a dinâmica da Terra. Um planeta limitado não suporta um projeto ilimitado. Em Cuidar da Terra, proteger a vida: como evitar o fim do mundo, Leonardo Boff alerta para o fato de que o conjunto das crises que assolam a humanidade nos remete a uma única crise: a do nosso modo de viver, conviver, de nos relacionarmos com a natureza, explorando-a de forma ilimitada em função de benefícios materiais. 




O Brasil Privatizado - Um balanço do desmonte do Estado Aloysio Biondi. Perseu Abramo. R$ 10.
Como se construiu o mito das privatizações? Quais os grupos beneficiados? Por que o Brasil ficou mais pobre depois delas? Um dramático balanço - fartamente documentado - dos resultados que a política de privatização deixou para o país na área social e econômica. Editado pela Fundação Perseu Abramo, foi indicado para o Prêmio Jabuti 2000. Da página de Aloysio Biondi: Biondi escreveu o livro O Brasil Privatizado – Um Balanço do Desmonte do Estado, em que calculou quanto o governo gastou e quanto obteve com a venda das estatais. O cálculo cuidadoso mostra que o discurso da equipe econômica do governo Fernando Henrique Cardoso escondia o fato de que R$ 87,6 bilhões não entraram ou saíram dos cofres públicos nesse processo. Isso precisava ser descontado do saldo. “O balanço geral mostra que o Brasil ‘torrou’ suas estatais, e não houve redução alguma na dívida interna, até o final do ano passado (1998)”, escreveu o jornalista. O livro foi um campeão de tiragem: mais de 130 mil cópias.




Hitler ganhou a guerra. Walter Graziano. Palíndromo. R$ 30. E-book
Quem pensa que muitos dos enormes problemas do mundo começariam a ser solucionados a partir da troca de presidente nos Estados Unidos está gravemente equivocado. O atual presidente não é outra coisa senão "a ponta de um iceberg" de uma complicada estrutura de poder urdida cuidadosamente durante muito tempo por uma reduzida elite de clãs familiares, muito ricos, que estão por trás da exploração do petróleo, dos bancos, da indústria farmacêutica, da indústria bélica, das universidades e dos meios de comunicação mais importantes do mundo, entre outros setores. Trata-se, nada menos, daqueles que antes e durante a Segunda Guerra Mundial financiaram Hitler...
 





Infoproletários - Degradação real do trabalho virtual. Ricardo Antunes. Boitempo. R$ 44 Ao contrário do prometido, a tecnologia não aliviou a deterioração do trabalho, diz o sociólogo Ricardo Antunes (foto) em reportagem publicada na última semana em O Estado de S. Paulo, sob o título ‘Admirável Mundo Novo': "Apenas a transformou".
A não ser em seus livros, em que analisa com acidez marxista as transformações do trabalho e suas implicações na vida cotidiana, o sociólogo Ricardo Antunes, da Unicamp, tem dificuldade de contar a dura verdade a um trabalhador. Certo dia lhe telefonou uma funcionária do banco querendo saber por que ele não pagava contas pela internet. "Porque eu não lido bem com tecnologia", Antunes disfarçou. A moça insistiu dias depois. "Porque eu não confio na internet", foi a segunda resposta que ela ouviu. Só no terceiro contato o sociólogo abriu o jogo: "Porque eu não quero que você perca seu emprego". É justamente do trabalho no admirável mundo imaginado pelos entusiastas da era digital que trata seu novo livro, a coletânea de ensaios Infoproletários - Degradação real do trabalho virtual (lançado pela Boitempo). Organizada em parceria com o também sociólogo Ruy Braga e com lançamento previsto para 26 de outubro próximo, a obra faz um recorte preferencial pelos operadores de telemarketing e trabalhadores de call center, expressões máximas da atual precarização do trabalho, segundo Antunes. "Não é possível que o século 21 transcorra com essa destruição do trabalho em escala monumental sem que algumas "placas tectônicas" se movimentem - e eu não estou falando de geofísica, obviamente", ironiza. "A história está aberta para qualquer tipo de saída." (Christian Carvalho Cruz - O Estado de S.Paulo). Mais 


 
Honoráveis bandidos: Um Retrato do Brasil na Era Sarney. Palmério Dória. Golden Books. R$ 29,90
Palmério Dória, um dos jornalistas mais respeitados do país, conta pela primeira vez em um livro toda a história secreta do surgimento, enriquecimento e tomada do poder pela família Sarney, no Maranhão e por seu patriarca no Planalto Central. Dória devassa a vida do homem que virou presidente da República por acidente, transformou o Maranhão no quintal de sua casa e beneficiou amigos e parentes. Um livro arrasador, na mesma linha de Memórias das Trevas, que tinha o também senador Antonio Carlos Magalhães como personagem e vendeu mais de 80.000 exemplares quando lançado. Diante de ameaças de morte, nenhuma livraria do Maranhão pos à venda Honoráveis Bandidos e a agência de publicidade contratada pela editora desistiu de espalhar outdoors por São Luiz.





A América que não está na mídia. Mário Augusto Jakobskind. Altadena. R$ 25
Jakobskind (foto), com este livro, volta a nos integrar ao continente. Já o relato inicial leva a indagar sobre as origens do terror espalhado pela direita na América Latina. Em minhas andanças de exilado político, eu vivia na Argentina naquele 1976, quando um golpe militar lá implantou o terrorismo de Estado. Morava em Buenos Aires, era correspondente dos jornais “Excelsior”, do México, e de “O Estado de S.Paulo”, mas só fui saber da “Noite dos Lápis”, muito tempo depois. O horror se escondia nas profundezas dos segredos e do medo da população. São essas histórias ocultas que Mário Augusto conta agora, interpretando o passado recente não apenas para conhecê-lo, mas - mais do que tudo - para nos lembrar daquilo que não pode repetir-se jamais. Mais do que isso, porém, este livro mostra o progressivo empobrecimento dos meios de comunicação entre nós. Informar passou a ser tratado como uma dessas quinquilharias que o capitalismo predatório da sociedade de consumo nos oferece a cada dia como se fosse o paraíso. O essencial está de fora na grande imprensa, no rádio e na televisão.
*trecho do prefácio de Flávio Tavares
Mais informações sobre o livro e como adquiri-lo na internet






Tem planta que virou bicho! Alda de Miranda. Escrituras. R$ 18
Pimentão vira beija-flor, repolho se transforma em leitão roxo e uma pacífica carambola ressurge como uma assustadora serpente. O livro Tem planta que virou bicho! é a fusão do trabalho da publicitária Alda de Miranda, com o olhar atento do fotógrafo Cacio Murilo, que deu vida a vegetais, frutas e legumes, esculpindo-os em divertidos animais. O livro, recheado de poesia, fala sobre os alimentos e os animais de um jeito divertido e totalmente diferente. Entre rimas e imagens criativas, esta história conta sobre o dia em que os habitantes de um lugar distante resolveram brincar de faz de conta e os animais e as plantas decidiram trocar de lugar. Surgem, então, seres estranhos como o inhame-tubarão, o melão-canário, o chuchu-sapo, a maçã-coruja, a banana-boto, a uva-formiga, um curioso alho-pato. Depois de uma tarde inteira de brincadeiras, tudo volta ao normal... "Tem planta que virou bicho!" apresenta 13 transformações de vegetais em bichos, incentiva hábitos saudáveis de vida e fala das coisas da natureza enquanto passeia pelo universo lúdico, onde o que vale de verdade é a vontade de acreditar. Nos rodapés, informações nutricionais sobre os alimentos e formas divertidas de consumi-los.




Um homem chamado Jesus. Frei Betto. Rocco. R$ 38,50
Autor de mais de cinquenta livros, entre memórias, romances e ensaios, e vencedor de dois prêmios Jabuti, Frei Betto conta, em Um homem chamado Jesus, como viveu aquele que foi, sem dúvida, a mais importante figura humana da história ocidental. Nesta biografia romanceada, Jesus Cristo aparece como um homem apaixonado por Deus, pleno de compaixão, avesso ao moralismo, sedento de justiça e que faz do amor o eixo e o sentido da vida. Partindo dos Evangelhos canônicos, atribuídos aos apóstolos Mateus, Marcos, João e Lucas, Frei Betto acrescenta outros dados históricos que evidenciam as dimensões que tiveram as mensagens de Cristo em um tempo e lugar regidos pelas leis do dinheiro, do poder material e da violência. Frei Betto nos apresenta à Jerusalém do Novo Testamento e ao universo político e religioso da Judeia, da Samaria e da Galileia, povoadas por fariseus, saduceus, zelotas, essênios, fiscais, tetrarcas e, claro, o povo, sempre subjugado pelos doutores da lei e pelas autoridades romanas. Rico em detalhes históricos, "Um homem chamado Jesus" reconta a mais importante história humana e divina de todos os tempos.






Homens Invisíveis: relatos de uma humilhação social. Fernando Braga da Costa. Globo. R$ 35
São Paulo, Cidade Universitária, ano de 1994. Fernando Braga da Costa, aluno do segundo ano do curso de Psicologia da Universidade de São Paulo, tem uma tarefa: acompanhar, por um dia, o cotidiano de um grupo de trabalhadores. Ele escolheu os garis, que todos os dias varrem as calçadas e ruas e esvaziam as lixeiras do campus da maior universidade brasileira. Desde então, há 15 anos, o aluno, hoje psicólogo clínico e doutorando pela mesma universidade, se veste semanalmente de gari para ouvir os relatos de seus companheiros e sentir na pele a humilhação social sofrida por eles. A experiência e as diversas histórias reunidas viraram tema de seu mestrado e chegam aos leitores no livro Homens Invisíveis: Relatos de uma Humilhação Social. Leia mais sobre este livro aqui.





O ensino médio integrado no contexto da mundialização do capital. Bruno Miranda Neves. Multifoco. R$ 26
O trabalho do autor Bruno Miranda Neves nos convida a uma intensa reflexão sobre questões econômicas e educacionais. Bruno Miranda é pedagogo formado pela Uerj e representa com maestria uma nova geração de pensadores e questionadores das ideologias dominantes. Em nome de uma sociedade mais justa e igualitária, este ex-líder estudantil desenvolve intensa pesquisa no campo do ensino e nos revela em seu trabalho o quanto o sistema educacional ainda tem a caminhar para que possa contribuir efetivamente para uma formação completa e includente. 
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Ouro Azul - Como as grandes corporações estão se apoderando da água doce do nosso planeta. Maude Barlow e Tony Clarke. MBooks. R$ 44,90
"Ouro Azul" foi publicado no Brasil pela editora M. Books e traduzido para 16 idiomas. Escrito a quatro mãos por Maude, especialista em água e fundadora do Projeto Planeta Azul (www.blueplanetproject.org) e Clarke, ativista que se levantou contra as práticas do livre-comércio, a obra aponta para os riscos da privatização da água e da conceituação dela como “necessidade” e não como “direito”. Uma vez considerada um “bem necessário”, a água pode ser enquadrada como commodity, atendendo aos interesses do lucro de grandes corporações que hoje já controlam boa parte da água do planeta. Dentre estas corporações, estão as que simultaneamente estendem seu poder a outras áreas como a política e setores econômicos, como Energia, Construção e Meios de Comunicação. E os “senhores da água do planeta” continuam a conquistar novos recursos.
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